Novas Cultivares Brasileiras Uva

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  Embrapa Uva e Vinho novas cultivares brasileiras de uva

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Viniculas

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  • Embrapa Uva e Vinho

    novas cultivares brasileiras de uva

  • Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa Uva e Vinho

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Embrapa Uva e Vinho

    novas cultivares brasileiras de uva

    Editores Tcnicos Patrcia Ritschel

    Sandra de Souza Sebben

    Autores Umberto Almeida Camargo

    Joo Dimas Garcia Maia Patrcia Ritschel

    Embrapa Uva e Vinho Bento Gonalves, RS

    2010

  • Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na: Embrapa Uva e Vinho Rua Livramento, 515 95700-000 Bento Gonalves, RS, Brasil Caixa Postal 130 Fone: (0xx)54 3455-8000 Fax: (0xx)54 3451-2792 http://www.cnpuv.embrapa.br [email protected] Comit de Publicaes Presidente: Mauro Celso Zanus Secretria-Executiva: Sandra de Souza Sebben Membros: Alexandre Hoffmann, Csar Lus Girardi, Flvio Bello Fialho, Henrique Pessoa dos Santos, Ktia Midori Hiwatashi, Thor Vincius Martins Fajardo e Viviane Zanella Bello Fialho Equipe de Editorao Superviso Editorial Sandra de Souza Sebben

    Normalizao bibliogrfica Ktia Midori Hiwatashi

    Projeto grfico Patrcia Ritschel

    Capa Patrcia Ritschel Luciana Elena Mendona Prado

    Foto da capa Joo Dimas Garcia Maia Valtair Comachio

    1 edio 1 impresso (2010):300 exemplares

    Todos os direitos reservados. A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos

    autorais (Lei n 9.610).

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Embrapa Uva e Vinho

    Embrapa Uva e Vinho : novas cultivares

    brasileiras de uva / editores-tcnicos, Patrcia Ritschel, Sandra de Souza Sebben ; autores, Umberto Almeida Camargo, Joo Dimas Garcia Maia, Patrcia Ritschel. -- Bento Gonalves : Embrapa Uva e Vinho, 2010. 64 p. : il.

    ISBN 978-85-89921-09-1.

    1. Uva. 2. Variedade. 3. Melhoramento

    gentico. 4. Brasil. I. Ritschel, Patrcia, Ed. II. Sebben, Sandra de Souza, Ed. III. Camargo, Umberto Almeida. IV. Maia, Joo Dimas Garcia. V. Ritschel, Patrcia. VI. Ttulo. CDD 634.8 (21. Ed.)

    Embrapa 2010

  • Autores

    Umberto Almeida Camargo Engenheiro Agrnomo, MSc, Consultor em Vitivinicultura, Vino Vitis

    Consultoria Ltda., Bento Gonalves, RS, [email protected]

    Joo Dimas Garcia Maia Engenheiro Agrnomo, MSc, Pesquisador, Embrapa Uva e Vinho, Jales, SP,

    [email protected]

    Patrcia Ritschel Engenheiro Agrnomo, Phd, Pesquisadora, Embrapa Uva e Vinho, Bento

    Gonalves, RS, [email protected]

  • Apresentao

    Em 1977, reforando e dando sequncia a iniciativas da antiga Estao Experimental de

    Caxias do Sul, so estabelecidas as primeiras aes que resultam na construo do

    Programa de Melhoramento Gentico Uvas do Brasil.

    Assim, com satisfao que a Embrapa Uva e Vinho, no ano em que comemora seus 35

    anos, disponibiliza para a sociedade brasileira o livro Embrapa Uva e Vinho novas

    cultivares brasileiras de uva. Esta publicao tem como objetivo apresentar as principais

    contribuies do Programa de Melhoramento Uvas do Brasil ao Setor Vitivincola.

    Nos ltimos anos, cultivares de uvas de mesa apirnicas e com sementes e de uvas para

    elaborao de vinhos de mesa e de sucos foram obtidas e lanadas pelo Programa. De

    maneira geral, estas cultivares se caracterizam por apresentar adaptao s condies

    edafoclimticas brasileiras, elevada produtividade e maior resistncia s principais

    doenas que atacam a cultura da videira.

    Vitivinicultores e empresas, parceiros do Programa, vem desempenhando um papel

    fundamental durante o processo de desenvolvimento das novas cultivares, testando as

    selees avanadas em condies reais de produo. Esta colaborao crucial para o

    sucesso do trabalho. A Embrapa Uva e Vinho agradece aos parceiros que vem

    colaborando com o Programa Uvas do Brasil ao longo destes anos.

    Por fim, cumprimento a equipe do Programa e os autores, pela iniciativa.

    Lucas da Ressurreio Garrido

    Chefe-Geral da Embrapa Uva e Vinho

  • Contedo

    Apresentao.................................................................................................. 7

    Um pouco de histria da Vitivinicultura Brasileira......................................... 11

    As cadeias vitivincolas brasileiras: principais demandas............................... 12

    Melhoramento Gentico: contribuies para a vitivinicultura nacional........ 20

    O Programa de Melhoramento de Uva mantido pela Embrapa Uva e Vinho. 23

    Uvas de mesa americanas e hbridas.............................................. 25

    Uvas de mesa tipo finas.................................................................. 29

    Uvas para processamento vinhos de mesa (americanas e hbridas).............................................................................................

    35

    Uvas para processamento sucos (americanas e hbridas).............. 41

    Referncias Bibliogrficas............................................................................... 56

    Crditos pelas figuras, imagens e fotografias................................................. 61

    Obteno de material propagativo................................................................. 63

    Agradecimentos.............................................................................................. 64

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    A cultivar de uva americana Isabel: base da Vitivinicultura Brasileira

  • 11

    Um pouco de histria da

    Vitivinicultura Brasileira

    As primeiras variedades de uvas foram introduzidas no Brasil pelos portugueses. Eram uvas finas (Vitis vinifera), cultivadas na

    Europa e selecionadas com base em informaes e experincia pessoal dos vitivinicultultores europeus. A viticultura brasileira, porm, somente se consolidou em meados do sculo XIX, com a introduo da cultivar de uva americana Isabel (Vitis labrusca) pelos imigrantes italianos, culminando na rpida substituio dos vinhedos de uvas europias.

    O primeiro ciclo de expanso da viticultura brasileira, portanto, teve como base o cultivo de uvas americanas, rsticas e adaptadas s condies edafoclimticas locais. Esta fase tambm estabeleceu novos rumos para a tecnificao da vitivinicultura nacional, principalmente visando prevenir o ataque de pragas e doenas (SOUZA, 1996).

    No sculo XX, as uvas finas voltam a ganhar expresso para produo de vinhos e para o consumo in natura. Iniciativas de produo em escala comercial de uvas finas de mesa no Semirido nordestino marcam o incio da viticultura tropical no Brasil. Surgem novos polos de produo de uvas finas de mesa em condies tropicais, nas regies do Norte do Paran, Noroeste de So Paulo e Norte de Minas Gerais (LEO; POSSDIO, 2000; PROTAS et al., 2006).

    Atualmente, observa-se o surgimento de novas reas de plantio, indicando uma tendncia de expanso da cultura no pas (PROTAS et al., 2006). Esta evoluo vem dando suporte ao desenvolvimento e adoo de novas tecnologias que contribuem para o estabelecimento da vitivinicultura como uma atividade economicamente rentvel no pas.

  • 12

    As Cadeias Vitivincolas Brasileiras: principais demandas

    As uvas finas (V. vinifera) so usadas em todo o mundo para consumo in natura e processamento. No Brasil, tambm comum uso de uvas americanas (V. labrusca e outras espcies).

    Assim, o Setor Vitivincola Brasileiro caracterizado principalmente pela diversidade. formado por vrias cadeias produtivas: uvas finas e americanas e hbridas para mesa, uvas para elaborao de vinhos finos, e uvas americanas e hbridas para a elaborao de vinhos de mesa e sucos. Como consequncia, o mercado consumidor segmentado. A estes fatores, soma-se a variabilidade de clima, solos e estrutura fundiria das diferentes regies de produo, tornando o Setor mais exigente em solues diferenciadas.

    Apesar de complexo, este panorama estabelece oportunidades para que o pas se firme no mercado internacional, por meio da oferta de uvas de mesa durante todo o ano e da produo em escala de derivados em pequenas plantas industriais (PROTAS et al., 2009).

    O melhoramento gentico tem contribudo para o avano e desenvolvimento do Setor Vitivincola nacional atravs da obteno de cultivares de uva para diferentes finalidades e adaptadas s condies edafoclimticas brasileiras.

    O desenvolvimento de cultivares resistentes a doenas e pragas demanda comum de todos os segmentos da cadeia produtiva de uva. Em regies onde o clima favorece o desenvolvimento de doenas como mldio (Plasmopara viticola) e odio (Uncinula necator), o controle fitossanitrio pode representar 30 % do custo de produo (GRIGOLETTI; SNEGO, 1997). As demandas de cada cadeia produtiva de uva esto relacionadas com a adaptao de cultivares s diferentes regies produtoras e com a qualidade da uva para finalidades especfica.

  • 13

    Paisagem de parreirais tpica de

    regies no Sul do Brasil

    Selees de uvas de mesa

    desenvolvidas pelo Programa de

    Melhoramento de Uva

    Parreirais na Serra Gacha sob o

    sistema de conduo em latada

    Paisagem tpica de parreirais no

    Nordeste do Brasil

    Produo de vinhos de

    mesa

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  • 15

    Uvas de Mesa

    finas, americanas e hbridas

    A produo das uvas finas para consumo in natura est concentrada em regies subtropicais e tropicais tendo por base a

    cultivar Itlia e suas mutaes (NACHTIGAL, 2003). O interesse, principalmente internacional, por uvas sem semente uma realidade, e as vrias tentativas de viabilizar o cultivo de materiais introduzidos de uvas sem sementes nas condies brasileiras foram frustradas (CAMARGO et al., 1997).

    prioritrio o desenvolvimento de novas cultivares de uvas finas, principalmente apirnicas, adaptadas s diferentes regies, e que apresentem elevada fertilidade natural, qualidade compatvel com as exigncias de mercado e que sejam menos exigentes em mo-de-obra especializada em prticas como o raleio de bagas.

    No mercado nacional, as uvas comuns de mesa, como Nigara Rosada, Isabel e Nigara Branca, so bastante apreciadas e respondem por 50 % do volume comercializado de uvas in natura. No Brasil, estas uvas so produzidas tradicionalmente na regio Sul, nos meses de janeiro e fevereiro. Novas regies de produo comeam a se firmar no mercado, principalmente aps o ajuste do manejo para climas tropicais (CAMARGO; MAIA, 2008)

    A ampliao do perodo de oferta de uvas comuns no mercado nacional pode ser obtida por meio do desenvolvimento de cultivares de ciclos diferenciados, mais tardios e mais precoces e do desenvolvimento de cultivares de uvas rsticas adaptadas a climas tropicais. Outra demanda deste segmento a obteno de cultivares de uva que apresentem maior vida til de prateleira, j que uma das principais dificuldades na comercializao, principalmente de Nigara Rosada, se constitui em problemas ps-colheita (CAMARGO; MAIA, 2008).

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    Uvas para processamento

    sucos e vinhos de mesa

    A produo brasileira de suco de uva est concentrada no Rio Grande do Sul, mas observa-se, em anos recentes, uma forte tendncia de expanso para regies tropicais como Mato Grosso, Gois e Vale do Rio So

    Francisco (CAMARGO, 2005). As principais cultivares utilizadas so Isabel, Concord e Bord. O baixo teor de acar da matria-prima o principal problema do segmento de sucos de uva. O preo pago ao agricultor menor pela produo com baixo contedo de acar, de acordo com a legislao brasileira (BRASIL, 1978, 1988). Para a indstria, a matria-prima com baixo contedo de acar onera tanto custos adicionais, como o transporte, quanto custos operacionais, j que uma quantidade maior de uvas deve ser trabalhada para obteno de 1 kg de suco. Outros requisitos importantes para cultivares de uva para elaborao de suco so a cor, o aroma e o sabor. O desenvolvimento de cultivares de ciclo curto, adaptadas ao cultivo em reas tropicais, permitindo a obteno de duas ou mais safras por ano, e cultivares com diferentes nveis de precocidade, visando a ampliao do perodo de processamento em regies de viticultura com um ciclo anual, tambm devem ser levados em considerao no programa de melhoramento de uvas para elaborao de sucos.

    O segmento de vinhos de mesa representa cerca de 80 % do mercado brasileiro de vinhos. A maior qualidade da matria-prima tambm a demanda dos vitivinicultores, havendo espao para o desenvolvimento de cultivares de uva para elaborao de vinhos tintos de mesa, com boa estrutura e cor, de vinhos brancos de mesa aromticos e vinhos espumantes.

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  • 18

    Uvas para Processamento

    vinhos finos

    Apesar da produo de uvas da espcie V. vinifera para elaborao de vinhos fazer parte da histria do Brasil, a produo destes vinhos no pas em nvel comercial foi incentivada por acontecimentos que remetem ao final do sculo passado, nas dcadas de

    70 e 80. Observa-se o crescimento de reas com V. vinifera, a partir da instalao de empresas multinacionais ligadas produo de vinhos finos no Sul do pas. Outro evento determinante foi o incentivo governamental oferecido para produo de variedades vinferas no Rio Grande do Sul, durante a dcada de 1980 (PROTAS et al., 2009).

    A produo de uvas finas para produo de vinhos est concentrada em regies de clima temperado do Sul do pas, embora o fenmeno de expanso para novas reas, inclusive de climas tropicais tambm esteja sendo observado neste segmento da cadeia vitivincola brasileira (PROTAS et al., 2006)

    O mercado de vinhos finos no Brasil corresponde a cerca de 20 % da comercializao de vinhos no pas. Com a abertura do mercado brasileiro, este segmento vem sofrendo forte concorrncia dos vinhos importados, principalmente dos pases vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai (PROTAS, 2008).

    Este segmento tambm demanda por castas mais resistentes s principais doenas da videira, embora seja caracterizado pela tradio e pouca receptividade no que diz respeito incorporao de novas cultivares. Uma contribuio potencial a incorporao de resistncia a doenas por meio de biotecnologias como a Engenharia Gentica. Outra contribuio que o melhoramento gentico pode oferecer o desenvolvimento de cultivares mais resistentes s podrides do cacho causadas por Botrytis cinerea.

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  • 20

    Melhoramento Gentico: contribuies para a vitivinicultura nacional

    Os primeiros registros de melhoramento gentico de uva no Brasil so iniciativas privadas datadas no final do sculo XIX (PAZ, 1898; SOUSA, 1959). Somente em 1940 que o melhoramento gentico da videira comea a ser desenvolvido em instituies pblicas,

    primeiro em So Paulo e depois no Rio Grande do Sul (SOUSA, 1959; POMMER, 1993; SANTOS NETO, 1971, 1990; CAMARGO, 2000).

    A principal contribuio do Programa de Melhoramento Gentico do Instituto Agronmico de Campinas (IAC) foi o desenvolvimento de porta-enxertos para as condies de clima tropical, alm de cultivares de uvas de mesa, como Piratininga e Patrcia, usadas no Vale do So Francisco (LEO, 2000; SANTOS NETO, 1971). Os porta-enxertos para condies tropicais tm sido amplamente utilizados, tanto na produo de uvas finas, quanto na produo de uvas rsticas (LEO, 2000; KUHN et al., 2003; GUERRA et al., 2006; REGINA, 2006). O porta-enxerto IAC 313 ou Tropical foi a base da viticultura do Vale do So Francisco, onde atualmente est sendo usado no cultivo de uvas apirnicas. Foi bastante usado tambm no Norte de Minas Gerais e no Noroeste de So Paulo. IAC 572ou Jales o porta-enxerto mais usado no cultivo de uvas rsticas nas regies tropicais do Brasil. Outra opo para o cultivo da videira em condies tropicais IAC 766 ou Campinas. A rpida disseminao destes porta-enxertos desenvolvidos especialmente para as condies tropicais brasileiras, praticamente substituindo os porta-enxertos originrios de regies de clima temperado, mostra o quanto o trabalho de melhoramento gentico pode contribuir para o desenvolvimento da viticultura nacional, especialmente em condies tropicais (CAMARGO, 2000).

  • 21 Coleta, limpeza e secagem do plen

    Emasculao e proteo do cacho

    Polinizao e cacho mostrando bagas no estdio de chumbinho,

    comprovando o sucesso da polinizao controlada

    Etapas do melhoramento gentico da videira, visando a obteno de novas cultivares de uva

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    Selees de uvas de mesa em avaliao pelo Programa de Melhoramento Gentico da Embrapa Uva e Vinho (2008)

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    O Programa de Melhoramento de Uva mantido pela Embrapa Uva e Vinho

    No Rio Grande do Sul, aps a iniciativa realizada na Estao Experimental de Caxias do Sul, a Embrapa Uva e Vinho, desde 1977, vem conduzindo um programa de hibridaes visando o desenvolvimento de novas cultivares de uvas de mesa e para elaborao de sucos e vinhos.

    O germoplasma bsico usado neste trabalho inclui V. vinifera, V. labrusca, alm de espcies tropicais selvagens e hbridos interespecficos complexos, criados na Europa aps a disseminao de filoxera (CAMARGO, 1998; BANCO..., 2009)

    Como resultado de cerca de 1.300 cruzamentos realizados entre estes materiais nos ltimos 32 anos, so mantidas para avaliao aproximadamente 400 selees de uvas na Embrapa Uva e Vinho-Estao Experimental de Viticultura Tropical (EEVT), em Jales-SP. Anualmente, so realizados 50 novos cruzamentos e avaliados 3.000 novos hbridos de uva para mesa e para a agroindstria.

    Nos ltimos anos, foram lanadas cultivares que atendem s demandas das diferentes cadeias produtivas de uva que formam o Setor Vitivincola nacional. De maneira geral, estas cultivares se caracterizam por apresentar adaptao s condies edafoclimticas brasileiras, que se refletem em elevada produtividade e maior nvel de resistncia s principais doenas que atacam a cultura da videira, como o mldio (Plasmopara viticola), o odio (Uncinula necator) a podrido cinzenta da uva (Botrytis cinerea), a antracnose (Elsinoe ampelina), a podrido da uva madura (Glomerella cingullata), entre outras (RITSCHEL; MAIA, 2009).

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  • 25

    Uvas de mesa - americanas e hbridas Dona Zil

    Dona Zil (CAMARGO et al., 1994) uma uva de mesa rosada, do tipo americano (Vitis labrusca), resultado do

    cruzamento entre Nigara Rosada e Catawba Rosa, realizado em 1965, por Moacyr Falco Dias, na ento Estao Experimental de Caxias do Sul. Em 1980, foi propagada para avaliao na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonalves-RS e, em 1988, foi multiplicada para validao em reas de produtores na Serra Gacha.

    A planta vigorosa, bastante exigente em amarrio, quando cultivada em sistemas verticais. No sistema de latada, deve ser conduzida em poda mista, deixando-se um grande nmero de varas de tamanho menor, considerando-se a baixa porcentagem de brotao de gemas. Pode ser cultivada em sistema direto, apresentando tambm bom comportado sobre os porta-enxertos 101-14 e Paulsen (1103).

    Apresenta bagas esfricas de tamanho mdio em cachos cnicos de tamanho mdio. O sabor aframboezado, com polpa mucilaginosa, tpicos de uvas americanas. O contedo de acar varia entre 16,5 e 17,5 Brix e a acidez entre 50 e 60 mEq/L.

    Dona Zil apresenta resistncia antracnose, ao odio e s podrides do cacho. O ataque de mldio pode se tornar um problema em primaveras muito chuvosas.

    uma cultivar de ciclo longo, recomendada para cultivo em regies de altitude, onde pode ser colhida na segunda quinzena de maro, quando no existe mais oferta de uvas de mesa do tipo americano na regio Sul do Brasil.

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    Uvas de mesa - americanas e hbridas Tardia de Caxias

    Tardia de Caxias (CAMARGO et al., 1994) uma uva de mesa do tipo americano, resultado do mesmo cruzamento que originou Dona Zil. As etapas de avaliao e validao e as recomendaes de uso de poda mista, de sistemas de plantio e de porta-enxertos para Tardia de Caxias so as mesmas descritas para Dona Zli.

    Tardia de Caxias apresenta bagas de colorao rosada e sabor

    aframboesado menos intensos que Dona Zil. O contedo de acares

    (16,5 e 17,5 Brix) e a acidez (50 e 60 mEq/L) tambm so ligeiramente

    menores. O cacho cnico e mdio.

    Resiste ao ataque de odio e s podrides do cacho, porm medianamente resistente antracnose e ao mldio, exigindo tratamento preventivo para estas doenas.

    Tardia de Caxias tambm recomendada para cultivo em regies de altitude do Sul do Brasil. Dona Zil e Tardia de Caxias apresentam comportamento fenolgico bastante similar, conforme pode ser observado na Figura 1.

    Figura 1. Comparao entre o ciclo fenolgico de Nigara Rosada, Dona Zil e Tardia de Caxias (Retirado de CAMARGO et al., 1994).

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    Uvas de mesa tipo finas BRS Clara

    BRS Clara (CAMARGO et al., 2003) uma uva de mesa sem sementes, resultado do cruzamento entre CNPUV 154-147 *Seyve Villard 12327 X CG 87746

    (Moscato Rosa X Beauty Seedless)+ e Centenial Seedless, realizado em 1998. Os embries resultantes deste cruzamento foram cultivados e regenerados in vitro e as plantas enxertadas a campo em 1999, na Embrapa Uva e Vinho-EEVT. Em 2000, foi selecionada a planta que deu origem BRS Clara. O material foi propagado e suas caractersticas confirmadas em 2001. Foram ento instaladas sete unidades de validao, em reas tropicais.

    BRS Clara foi testada com sucesso sobre os porta-enxertos IAC 572 e IAC 566. A planta vigorosa e frtil, podendo produzir at 30 t/ha/ano em espaamentos maiores que 2,5 m X 2,0 m. Em sistemas onde so realizadas duas podas e uma produo, recomenda-se a poda longa; j em sistemas onde os ciclos de produo so sucessivos, recomenda-se a poda mista.

    As bagas so verde-amareladas, com polpa de textura crocante e leve sabor moscatel. O melhor equilbrio entre doura e acidez atingido quando o contedo de acares est na faixa de 18-19 Brix. No apresenta tendncia ao rachamento de bagas e degrana e no exige raleio de bagas. Devem ser usados reguladores de crescimento para aumento do tamanho das bagas.

    BRS Clara exige proteo fitossanitria similar quela demandada pela cv. Itlia. Testes no Vale do So Francisco indicam um bom comportamento frente ao cancro bacteriano.

    BRS Clara foi originalmente recomendada para plantio no Vale do So Francisco, Norte de Minas Gerais e Noroeste de So Paulo, com ciclo variando entre 95 e 110 dias.

    Observaes realizadas em reas de produo, no Rio Grande do Sul indicam o potencial de BRS Clara nesta regio, com recomendaes especficas (NACHTIGAL, 2007)

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    Uvas de mesa tipo finas BRS Morena

    BRS Morena (CAMARGO et al., 2003) uma uva apirnica de pelcula escura,

    resultado do cruzamento entre Marroo Seedless e Centennial Seedless.

    A estratgia de desenvolvimento deste material e tambm o comportamento

    frente s doenas fngicas so os mesmos descritos para BRS Clara. O uso de

    poda longa ou mista tambm depende do sistema de conduo do vinhedo.

    Porta-enxertos como IAC 572 e IAC 566 so recomendados para BRS

    Morena. O vigor moderado, o que requer ateno especial durante a etapa

    de formao da planta. A fertilidade alta, podendo ser obtidas

    produtividades entre 20 e 25 t/ha. Para evitar a formao de cachos muito

    soltos, deve-se conduzir apenas um cacho nos ramos mais vigorosos e realizar

    o desponte, o desnetamento e o desbaste dos cachos excedentes cerca de 4-5

    dias antes do florescimento. Reguladores de crescimento como cido

    giberlico devem ser usados com o objetivo de aumentar o tamanho de

    bagas.

    O grande destaque da BRS Morena o sabor, que apresenta bom equilbrio

    entre doura e acidez, e a textura firme e crocante da polpa. Resiste bem ao

    rachamento das bagas na ocorrncia de chuvas durante a maturao.

    A manipulao durante os procedimentos de colheita e embalagem devem

    ser realizados com cuidado, j que a aderncia da baga ao pedicelo fraca.

    uma cultivar precoce, com ciclo variando entre 95 a 110 dias, na regio de

    Jales-SP. recomendada para plantio na regio Noroeste de So Paulo, na

    regio Norte de Minas e no Vale do Submdio So Francisco.

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    Uvas de mesa tipo finas BRS Linda

    BRS Linda (CAMARGO et al., 2003) uma uva de bagas branco-esverdeadas, obtida do cruzamento entre CNPUV 154-90 [Seyve Villard 12327 X CG 87746 (Moscato Rosa X Beauty Seedless)] e Saturn. Seu desenvolvimento foi realizado paralelamente obteno de BRS Clara e BRS Morena. As recomendaes para os sistemas de poda e o comportamento em relao s doenas fngicas so semelhantes aos j descritos para BRS Clara e BRS Morena. Entretanto, deve-se destacar que BRS Linda particularmente sensvel ao odio (Uncinula necator), o que requer ateno do produtor no controle desta doena.

    So recomendados os porta-enxertos tropicais IAC 572 e IAC 766, sempre em espaamentos superiores a 2,5 m X 2,0 m, pois BRS Linda apresenta plantas bastante vigorosas. A produo pode alcanar 30 t/ha/ano.

    BRS Linda apresenta bagas com bom tamanho natural, em torno de 18 mm X 23 mm, sabor neutro, com baixo contedo de acares (14-15 Brix) e baixa acidez e textura firme e crocante. Apresenta alta resistncia degrana. Os cachos so cheios, dispensando a operao de raleio de bagas. A uniformidade e o tamanho das bagas podem ser melhorados com o uso de reguladores de crescimento. Considerando o tamanho dos cachos (450-600 g), a prtica de desponte, realizada logo aps a fecundao, pode ser realizada com o objetivo de melhorar a qualidade da uva, especialmente em relao ao contedo de acares, sem prejuzo para aparncia natural do cacho

    Na regio de Jales-SP, BRS Linda apresenta ciclo entre 100-115 dias. Foi testada com sucesso e recomendada para cultivo na regio Noroeste de So Paulo, na regio Norte de Minas e no Vale do Submdio So Francisco.

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    Uvas para processamento - vinhos de mesa (americanas e hbridas) Moscato Embrapa

    Moscato Embrapa (CAMARGO; ZANUS, 1997) uma uva

    branca, resultado do cruzamento realizado entre Courdec 13 e July Muscat,

    em 1983, sendo a planta selecionada em 1990. A partir de 1991, a seleo foi

    propagada em escala semicomercial e avaliada por vitivinicultores, empresas

    e cooperativas vincolas e enlogos, sendo lanada em 1997.

    O vigor e a fertilidade so altos, apresentando, em mdia 2 cachos por ramo e

    ndice elevado de brotao de gemas, sendo necessria a realizao de podas

    verdes para permitir a aerao e entrada de luz no dossel. Os espaamentos

    recomendados variam na faixa de 2,5 m a 3,0 m entre filas e 1,8 m a 2,5 m

    entre plantas sobre os porta-enxertos 101-14 Mgt ou Paulsen 1103. Deve

    ser conduzida em poda mista. No sistema de latada, pode atingir at 35 t/ha.

    A baga apresenta colorao verde-clara, com polpa semicarnosa e sabor

    moscatel. Em mdia, o contedo de acares atinge 19 Brix e a acidez total

    varia entre 90 e 100 mEq/L.

    Apresenta reao semelhante da cultivar Isabel em relao ao mldio, mas

    susceptvel antracnose. Tem se mostrado bastante tolerante ao odio e

    podrido cinzenta da uva.

    Moscato Embrapa uma uva tardia, recomendada para plantio na Serra

    Gacha, visando a elaborao de vinho branco de mesa, tipicamente

    aromtico e com baixa acidez. Embora tenha originalmente sido desenvolvida

    para cultivo em regies de clima temperado, tem sido testada com sucesso

    tambm em regies de clima tropical.

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    Uvas para Processamento vinhos de mesa (americanas e hbridas) BRS Lorena

    BRS Lorena (CAMARGO; GUERRA, 2001) uma uva branca, resultado do cruzamento entre Malvasia Branca e Seyval, realizado em 1986. Foi enxertada na Embrapa Uva e Vinho em 1990, tendo sido selecionada por sua adaptao s condies da Serra Gacha, principalmente considerando o vigor adequado, a capacidade produtiva e a resistncia s principais doenas que atacam a videira, alm do elevado contedo natural de acar e acidez equilibrada. A partir de 1994, foi propagada em escala semicomercial, na regio da Serra Gacha. Nos anos seguintes, as primeiras observaes foram confirmadas e o material foi lanado em 2001.

    O vigor da planta mediano e a fertilidade das gemas alta, com exceo das basais, recomendando-se a realizao de poda longa. O hbito de crescimento ereto, adaptando-se bem a sistema de conduo vertical e tambm na latada. Recomenda-se o cultivo sobre os porta-enxertos 1103 Paulsen e 101-14 Mgt, em espaamentos que variam de 2,5 m a 2,8 m entre linhas e 1,5 m entre plantas. Apresenta grande potencial produtivo, podendo atingir 25-30 t/ha.

    As bagas so verde-amareladas com pelcula resistente e polpa fundente de sabor moscatel. Atinge 20-22 Brix e acidez total entre 100-110 mEq/L.

    Apresenta boa reao s principais doenas que atacam a videira, com poucos ataques de antracnose, podrido cinzenta do cacho e odio. medianamente sensvel ao mldio. Em anos chuvosos, podem ocorrer perdas devido podrido da uva madura.

    BRS Lorena apresenta ciclo produtivo precoce e recomendada para cultivo na Serra Gacha, com a finalidade de elaborao de vinhos brancos de mesa ou tipo espumante. Tem sido testada em regies de clima tropical e tambm em sistemas orgnicos de produo, apresentando um bom desempenho. A vinificao diferenciada da uva BRS Lorena resulta em um vinho com maior contedo de antioxidantes (CAMARGO, 2008).

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    Uvas para processamento - vinhos de mesa (americanas e hbridas) BRS Margot

    BRS Margot (CAMARGO; GUERRA, 2007) uma uva tinta, resultado do cruzamento de Merlot e Villard Noir, realizado em 1977, na Embrapa Uva e Vinho. A genealogia complexa, sendo composta por 74,22 % de Vitis vinifera e 25,78 % de outras espcies do gnero Vitis. Foi enxertada em 1983, se destacando pela capacidade produtiva, potencial glucomtrico e boa resistncia s doenas fngicas. Em 2003, foi propagada em escala comercial. As avaliaes seguintes confirmaram as primeiras observaes e a cultivar foi lanada em 2007.

    Apresenta vigor mediano, com hbito de crescimento ereto, podendo ser bem conduzida tanto em sistemas verticais como em latada. Pode atingir produtividades de 25-30 t/ha, em espaamento adensados, de 2,5 m entre linhas e variando de 1,2 m a 1,5 m entre plantas. A alta fertilidade, inclusive das gemas basais, permite a realizao da poda em esporo. recomendado o uso de porta-enxertos vigorosos, como 1103 Paulsen. Em solos muito frteis, pode-se usar porta-enxertos menos vigorosos, como 101-14 Mgt.

    As bagas so pequenas, com polpa fundente de sabor neutro. bastante doce, com o contedo de acares atingindo 21 Brix, acidez total em torno de 90 mEq/L e pH mdio de 3,30.

    A genealogia complexa resultou na reunio entre rusticidade e vinho de boa qualidade. Alm da fertilidade e da facilidade de manejo, BRS Margot apresenta boa reao ao odio e podrido cinzenta do cacho. mais resistente ao mldio do que a cv. Isabel, porm sensvel antracnose. Por outro lado, o vinho elaborado com BRS Margot remete a vinhos finos, elaborados com uvas da espcie V. vinifera. Alm de representar uma alternativa de menor custo para a elaborao de vinhos finos, tambm pode ser usada em cortes com vinhos de uvas americanas e hbridas, contribuindo com teor alcolico.

    BRS Margot uma cultivar tardia, recomendada para cultivo na Serra Gacha, visando a elaborao de vinhos tintos de mesa.

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    Uvas para processamento sucos (americanas e hbridas) BRS Rbea

    BRS Rbea (CAMARGO; DIAS, 1999) uma uva tintureira, da espcie V. labrusca, resultado do cruzamento entre Nigara Rosada e Bord, realizado em 1965 na antiga Estao Experimental de Caxias do Sul, pelo pesquisador Moacyr D. Falco. Parcerias com as Indstrias Alimentcias Maguary e a Cooperativa So Joo contriburam para a validao e lanamento desta cultivar em 1999.

    uma planta vigorosa, de mdia fertilidade, podendo atingir produtividades entre 15-25 t/ha, em densidades no superiores a 2000 plantas/ha, recomendando-se o uso de poda mista para a produo de BRS Rbea. Foi testada com sucesso sobre os porta-enxertos 101-14 Mgt e 1103 Paulsen. Para melhoria da qualidade da uva, recomenda-se a poda verde, durante a primavera, e a desponta, limitando o comprimento dos ramos.

    As bagas apresentam colorao intensa, com teor de acar de cerca de 15 Brix e acidez total em torno de 60 mEq/L. Em testes de anlise sensorial que incluram Bord, Isabel e Concord, BRS Rbea destacou-se pelas caractersticas co, sabor, aroma e nota geral.

    Apresenta comportamento rstico, comparvel ao de Bord, em relao a doenas da videira como antracnose, mldio, odio e podrides de cacho.

    BRS Rbea recomendada para cultivo na regio Sul, para elaborao de suco de uva com boa cor, em cortes com outras cultivares, e de vinhos tintos de mesa. No Rio Grande do Sul, a rea plantada com esta cultivar vem crescendo. No Norte do Paran, BRS Rbea cultivada para elaborao de sucos em cortes com sucos de Isabel e Concord. Esta cultivar vem demonstrando bom potencial de produo em dois ciclos anuais para elaborao de vinhos de mesa em algumas regies de clima tropical, como no Estado de Gois. No apresentou, entretanto, bom desempenho na regio do Vale do So Francisco, onde as podas sob temperaturas amenas resultam em brotao desuniforme.

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    Uvas para Processamento sucos (americanas e hbridas) Concord Clone 30

    A cultivar de uva Concord bastante tradicional e foi introduzida no Brasil no final do sculo XIX. Sua expanso foi observada a partir dos anos 1970, paralelamente expanso da elaborao de suco de uva concentrado. O suco de uva elaborado com a cv. Concord destaca-se principalmente como referncia do aroma e sabor desta bebida.

    Concord Clone 30 (CAMARGO et al., 2000) resultado de um trabalho de seleo clonal realizado pela Embrapa Uva e Vinho, que culminou com seu lanamento em 2000. Foram prospectados 21 vinhedos localizados no Nordeste do Rio Grande do Sul. Cento e noventa e quatro plantas foram selecionadas e propagadas para avaliao em Bento Gonalves-RS. Durante trs anos, aps a formao das plantas, foram avaliadas caractersticas relacionadas fenologia, ao comportamento agronmico e qualidade da uva, alm da realizao de testes de indexagem para as principais viroses.

    O clone 30 no mostrou diferenas em relao ao comportamento agronmico e qualidade da uva quando comparado com a cultivar original, mas apresentou ciclo antecipado em 15 dias. Testes em escala semi-industrial realizados posteriormente confirmaram estes resultados.

    semelhana da cultivar Concord, Concord Clone 30 apresenta alta rusticidade, vigor mdio e alta produtividade. Em mdia apresenta contedo de acares totais em torno de 13-16 Brix e acidez total de cerca de 60 mEq/L.

    Concord Clone 30 recomendada para cultivo na regio da Serra Gacha, onde pode apresentar produtividade de cerca de 30 t/ha, como alternativa para ampliao do perodo de produo e processamento de sucos. Atualmente, observa-se a expanso do seu cultivo, tanto na Serra Gacha, quanto no Oeste Catarinense. Com base no comportamento da cultivar Concord original, deve apresentar vigor fraco e dificuldade de brotao de gemas em regies tropicais, mas pode apresentar potencial em climas subtropicais, em regime de um ciclo anual.

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    Uvas para processamento sucos (americanas e hbridas) Isabel Precoce

    'Isabel' uma cultivar de uva tinta, muito rstica e frtil, proporcionando colheitas abundantes com poucas intervenes de manejo. Tem o sabor caracterstico das labruscas, adaptando-se a todos os usos: uva de mesa; na elaborao de vinhos branco, rosado e tinto, os quais, muitas vezes, so utilizados para a destilao ou na elaborao de vinagre; origina suco de boa qualidade; pode ser matria-prima para o fabrico de doces e gelias. a cultivar mais plantada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Apresenta boa performance nos climas tropicais do Brasil, com resultados positivos comprovados no Noroeste de So Paulo, no Tringulo Mineiro, em Gois e no Mato Grosso. Resultados mais recentes indicam que esta cultivar poder ser tambm uma alternativa para a produo de vinho de mesa e suco tambm no Vale do So Francisco. Normalmente os produtos elaborados com uvas de Isabel precisam ser cortados com vinho ou suco de cultivares tintureiras para obteno de produtos com a intensidade de colorao que o mercado exige.

    Isabel Precoce (CAMARGO, 2004) uma mutao somtica da cultivar Isabel e apresenta as mesmas caractersticas da cultivar original, com exceo do ciclo, que 35 dias mais precoce. O viticultor Armindo Pozza foi quem identificou e, inicialmente propagou, a planta que deu origem Isabel Precoce. Em 1993, por recomendao do Eng. Agr. Paulo Adolfo Tesser, foi coletado material propagativo e iniciadas as atividades de avaliao do clone pela Embrapa Uva e Vinho. Confirmadas as observaes do Sr. Pozza, o material foi ento avaliado em escala semicomercial em vrios locais, como no Jales (SP) e em Nova Mutum (MT), Santa Helena de Gois (GO) e tambm em Bento Gonalves (RS).

    Isabel Precoce recomendada para cultivo nestas regies, constituindo uma alternativa para elaborao de vinho de mesa e suco. A precocidade da cultivar contribui para a ampliao do perodo de colheita e de processamento da uva na regio Sul. Em regies tropicais, pode ser cultivada em sistema de duas colheitas no perodo seco.

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    Uvas para processamento sucos (americanas e hbridas) BRS Cora

    BRS Cora (CAMARGO; MAIA, 2004) cultivar hbrida, tintureira, oriunda do cruzamento entre Muscat Belly A e BRS Rbea, realizado em 1992, na Embrapa Uva e Vinho. Na primeira colheita, na safra 1998/1999, no Campo Experimental da Embrapa Uva e Vinho, foi observada a capacidade produtiva, o potencial glucomtrico e a intensa colorao do mosto. O material foi propagado para regies tropicais, confirmando os resultados obtidos inicialmente. Apresenta vigor mediano e dificilmente a planta est formada no primeiro ciclo devido pequena emisso de ramos laterais. extremamente frtil, recomendando-se controlar a produtividade durante a poda para que atinja no mximo 30 t/ha, sem comprometer a qualidade da uva. Pode ser manejada em poda curta. So recomendados porta-enxertos vigorosos, como IAC 572, em regies tropicais e o Paulsen 1103, no Sul do Brasil. Pode ser plantada em espaamentos de 2,5 m entre linhas e que variam de 1,5 m a 2,0 m entre plantas. Deve-se ter ateno especial realizao de adubao de formao, para que haja boa formao das plantas. As bagas apresentam colorao preta-azulada, com pelcula espessa e resistente, e polpa firme. O sabor aframboesado, tpico das uvas americanas. O mosto alcana teores de acar entre 18 e 20 Brix, acidez total ao redor de 100 mEq/L, e pH na faixa de 3,45. A boa penetrao de luz e aerao adequada da copa facilitam o controle fitossanitrio. O esquema de pulverizaes para mldio deve ser similar ao usado para a cv. Isabel. Em condies tropicais, apresentou susceptibilidade requeima (agente causador desconhecido) e ferrugem (Phakopsora euvitis). Apresentou bom comportamento em relao antracnose (Elsinoe ampelina). BRS Cora recomendada para cultivo na Serra Gacha, Noroeste de So Paulo, Trigulo Mineiro e em Nova Mutum-MT. indicada para compor o suco com outras uvas que no apresentem colorao intensa. Sugere-se um corte de 85-90 % de BRS Cora e 15-20 % de Isabel.

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    Uvas para processamento - sucos (americanas e hbridas) BRS Violeta

    BRS Violeta (CAMARGO et al., 2006) uma uva hbrida, resultado do cruzamento entre BRS Rbea e IAC 1398-21, realizado em 1999, na Embrapa Uva e Vinho. A primeira produo foi obtida em 2002, na EEVT, em Jales-SP. A planta foi selecionada pela produtividade sabor, colorao e teor de acar. Foi propagada para avaliao em escala semicomercial, na EEVT, confirmando as primeiras observaes e seguindo para campo de validao em Nova Mutum-MT e avaliao na regio em clima temperado. Apresenta vigor moderado e hbito de crescimento determinado e prostado, adaptando-se bem ao sistema de latada e em sistemas verticais. Deve ser conduzida em poda mista, com varas de seis a oito gemas e espores de duas gemas. BRS Violeta tem alta fertilidade, o que resulta em elevada capacidade produtiva, atingindo 25 a 30 t/ha. Pode ser cultivada sobre os porta-enxertos IAC 572 (condies tropicais) ou 1103 Paulsen (condies temperadas). Recomendam-se os espaamentos nas faixas que vo de 2,5 m a 3,0 m entre linhas e 1,5 m a 2,0 m entre plantas. As bagas so esfricas e apresentam colorao preto-azulada, com polpa colorida e fundente. A pelcula espessa e resistente. O sabor aframboezado, com o teor de acar chegando 19 a 21 Brix. A acidez do mosto relativamente baixa, 60 mEq/L e o pH situa-se entre 3,70 e 3,80. Apresenta rusticidade em relao s principais doenas fngicas, mas recomenda-se a aplicao preventiva, principalmente quando se tratar do controle de mldio. uma cultivar precoce, com ciclo de cerca de 150 dias em climas temperados e de 120 dias em condies tropicais. recomendada para regies tropicais (Nova Mutum-MT, Noroeste de So Paulo) e de clima temperado (Serra Gacha). Apresenta dupla finalidade, podendo ser usada tanto para elaborao de suco, quanto para vinhos de mesa, principalmente em corte com cultivares tradicionais e novas, contribuindo principalmente para a colorao do produto final.

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    Uvas para Processamento sucos (americanas e hbridas) BRS Carmem

    BRS Carmem (CAMARGO et al., 2008) uma uva para elaborao de sucos, fruto do cruzamento entre Muscat Belly A e BRS Rbea. Na primeira produo, na safra de 1999, em Bento Gonalves-RS, o material foi selecionado pela boa fertilidade, sabor e cor do mosto. Nas avaliaes seguintes tambm apresentou uma boa reao s principais doenas fngcas. Nos anos seguintes foi avaliada em Campina Verde-MG, Nova Mutum-MT, Jales-SP e Camb-PR. A planta vigorosa, possibilitando sua formao no primeiro ano de plantio. Recomendando-se o manejo em poda mista por causa da baixa fertilidade de gemas basais. Considerando-se o hbito de crescimento prostado de BRS Carmem, o sistema de latada adequado para a conduo do vinhedo. Recomenda-se o cultivo sob o porta-enxerto 101-14 na Serra Gacha e IAC 766 no Norte do Paran. A produtividade pode atingir 25-30 t/ha, no espaamento que varia entre de 2,80 m a 3,0 m entre linhas e de 2,0 m a 3,0 m entre plantas. Em condies de inverno ameno, recomenda-se o uso de cianamida hidrogenada para uniformizao das brotaes. As bagas apresentam colorao preto-azulada, com pelcula grossa e polpa incolor, com o sabor caracterstico das uvas americanas e muito apreciado pelo consumidor. O contedo de acar atinge 19 Brix, com acidez e pH mdios de 70 mEq/L e 3,60, respectivamente. Apresenta boa reao s principais doenas fngicas da videira como mldio (Plasmopara viticola), ao odio (Uncinula necator) e podrido cinzenta do cacho (Botrytis cinerea), sugerindo-se um calendrio de pulverizaes semelhante ao utilizado para o cultivo de Nigara Rosada. Na Serra Gacha tem sido observada susceptibilidade podrido cida, principalmente devido formao de cachos compactos, observados nesta regio. BRS Carmem uma uva tardia, recomendada para cultivo nas regies da Serra Gacha e no Norte do Paran. Pode ser usada para elaborao de sucos de uva puros ou em corte com outras cultivares, como a cv. Isabel e tambm para a elaborao de vinhos tintos de mesa.

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    Uvas para Processamento sucos (americanas e hbridas) ciclos produtivos e qualidade

    O conjunto de novas cultivares de uvas para elaborao de sucos, lanado pela Embrapa Uva e Vinho, vem complementar o grupo de cultivares tradicionalmente usado na elaborao de sucos, como Isabel, Bord e Concord.

    Durante o processo de obteno destas novas cultivares buscou-se materiais que apresentassem ciclos produtivos diferenciados e altas produtividades, alm de caractersticas que agregassem qualidade ao suco de uva, como o sabor, o alto contedo de matria corante e de acares.

    O desenvolvimento das novas cultivares para elaborao de sucos, com ciclos precoces e tardios, abre a possibilidade de um incremento de aproximadamente 25 dias no perodo de safra, em regies de clima temperado, como a Serra Gacha. Os clones Isabel Precoce e Concord Clone 30 antecipam o incio da safra em cerca de 15 dias e BRS Carmem posterga o final da safra em cerca de 10 dias. Como conseqncia, o perodo de ocupao da plataforma industrial instalada para elaborao de sucos de uva pode ser aumentado de cerca de 50 %, considerando que a safra das cultivares originais apresenta durao em torno de 45 dias (Figura 2) (CAMARGO, 2005).

    Por outro lado, a obteno de materiais adaptados a regies de clima tropical e que apresentem ciclo curto, como Isabel Precoce permite a realizao de duas safras durante o perodo seco ou ainda de trs safras por ano (CAMARGO, 2005).

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    Uvas para Processamento sucos (americanas e hbridas)

    Figura 2. Ciclos produtivos de cultivares de uva para elaborao de sucos,

    tradicionais e lanadas pela Embrapa Uva e Vinho. O grfico ajuda a

    programar as possibilidades de corte entre os materiais, de forma a

    elaborar um suco de uva de qualidade, que rena contedo de acar,

    sabor e colorao adequados (Modificado de CAMARGO et al., 2008).

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    Uvas para Processamento sucos (americanas e hbridas)

    Figura 3. Resultado de painel de anlise sensorial, mostrando as notas

    de avaliao global dos sucos das cultivares tradicionais e das cultivares

    lanadas pela Embrapa Uva e Vinho. A nota de avaliao global inclui os

    seguintes itens de avaliao: qualidade de final de boca,

    adstringncia, amargor, acidez, doura, odor indesejvel,

    colorao violceo-prpura, sabor de uvas labruscas, intensidade

    de aroma (Comunicao Pessoal*)

    *Mauro Celso Zanus e colaboradores, 2007.

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    Uvas para Processamento sucos (americanas e hbridas) ciclos produtivos e qualidade

    O desenvolvimento de novas cultivares para elaborao de suco com caractersticas relacionados qualidade como sabor e aroma adequados, alto contedo de matria corante e alto contedo de acar, vem contribuir, no somente para a melhoria do produto final, mas tambm para o rendimento do processo industrial.

    BRS Rbea foi lanada como uma alternativa de uva tintureira, para compor, em corte com Isabel ou Concord, um suco que rena sabor, aroma e colorao adequados. No apresenta problemas relacionados regularidade de produo, como caracterstico da cultivar tradicional Bord. Outras novas cultivares tintureiras, como BRS Cora e BRS Violeta, tambm apresentam alto contedo de acares (Figura 2). Esta caracterstica permite o incremento do rendimento industrial, j que quanto maior o contedo de acar, menor a quantidade de matria-prima necessria para a produo de 1 kg de suco. Alm disso, o maior contedo de acar da uva tambm contribui para a reduo de custos adicionais, como o transporte.

    As novas cultivares tambm apresentam sabor e aroma tpicos de uvas labruscas e muito apreciados pelo consumidor brasileiro. Em um painel de anlise sensorial de sucos (realizado por Zanus e cols. em 2007), que inclui cultivares tradicionais e novos lanamentos da Embrapa Uva e Vinho, uvas como BRS Cora e BRS Carmem apresentam performance comparvel ao da cv. Bord e superior ao das cvs. Isabel e Concord (Figura 3).

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    Referncias Bibliogrficas

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    KUHN, G. B.; MELO, G. W.; NACHTIGAL, J. C.; MAIA, J. D. G.; PROTAS, J. F. da S.; MELLO, L. M. R. DE; GARRIDO, l. DA R.; CONCEIO, M. A. F.; BOTTON, M.; SNEGO, O. R.; NAVES, R. de L.; SORIA, S. de J.; CAMARGO, U. A. Cultivo da videira Nigara rosada em regies tropicais do Brasil. Bento Gonalves: Embrapa Uva e Vinho, 2003. No paginado. (Embrapa Uva e Vinho. Sistemas de Produo, 5). Disponvel em: . Acesso em: 01 mar. 2009.

  • 59

    Referncias Bibliogrficas

    LEO, P. C. de S.; POSSDIO, E. L. de. Histrico da videira. In: LEO, P. C. de

    S.; SOARES, J. M. (Ed.). A Viticultura no semi-rido brasileiro. Petrolina:

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    CONGRESSO BRASILEIRO DE VITICULTURA E ENOLOGIA, 10., 2003, Bento

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    PROTAS, J. F. da S.; CAMARGO, U. A.; MELO, L. M. R. de. A vitivinicultura

    brasileira: realidade e perspectivas. Disponvel em:

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    PROTAS, J. F. da S.; CAMARGO, U. A.; MELLO, L. M. R. de. Vitivinicultura brasileira:

    regies tradicionais e plos emergentes. Informe Agropecurio, Belo Horizonte,

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    REGINA, M. de A.; FRGUAS, J. C.; ALVARENGA, A. A.; SOUZA, C. R. de; AMORIM,

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    RITSCHEL, P. S.; MAIA, J. D. G. (Coord.). Uvas do Brasil: Programa de

    Melhoramento Gentico. Bento Gonalves: Embrapa Uva e Vinho, 2009.

    Disponvel em: . Acesso em 13

    out. 2009.

  • 60

    Referncias Bibliogrficas

    SANTOS NETO, J. R. A. Cartilha do viticultor. Belo Horizonte: Uvale, [1990?]. 46 p.

    SANTOS NETO, J. R. A. O melhoramento da videira no Instituto Agronmico. Cincia e Cultura, So Paulo, v. 23, n. 6, p. 700-710, 1971.

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    SOUSA, J. S. I. de. Uvas para o Brasil. 2. ed. rev. aum. Piracicaba: FEALQ, 1996. 791 p.

  • 61

    Crditos pelas figuras, imagens e fotografias

    Foto Capa: Joo Dimas Garcia Maia e Valtair Comachio

    A cultivar de uva americana Isabel: base da Vitivinicultura Brasileira: Banco de Imagens - Embrapa Uva e Vinho

    Paisagem tpica de parreirais no Sul do Brasil mostrando parreirais: Banco de

    Imagens - Embrapa Uva e Vinho

    Selees de uvas de mesa desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento de Uva: Patricia Ritschel

    Parreirais na Serra Gacha: Banco de Imagens - Embrapa Uva e Vinho

    Paisagem tpica de parreirais no Nordeste do Brasil: Banco de Imagens - Embrapa Uva e Vinho

    Mapa das regies produtoras de uvas de mesa, finas e comuns: Rafael Munari Torri Bolsista Laboratrio de Sensoriamento Remoto, Embrapa Uva e Vinho

    Mapa das regies produtoras de uvas americanas e hbridas para elaborao de sucos e vinhos de mesa: Rafael Munari Torri Bolsista Laboratrio de Sensoriamento Remoto, Embrapa Uva e Vinho

    Mapa das regies produtoras de uvas para elaborao de vinhos finos: Rafael Munari Torri Bolsista Laboratrio de Sensoriamento Remoto, Embrapa Uva e Vinho

    Etapas do melhoramento gentico da videira, visando a obteno de novas cultivares de uva: Patricia Ritschel

    Selees de uvas de mesa em avaliao pelo Programa de Melhoramento Gentico da Embrapa Uva e Vinho (2008): Joo Dimas Garcia Maia, Patricia Ritschel, Umberto Almeida Camargo

  • 62

    Crditos pelas Figuras, Imagens e Fotografias

    Dona Zil: Valtair Comachio

    Tardia de Caxias: Valtair Comachio

    Figura 1: Umberto Almeida Camargo

    BRS Clara: Jair Nachtigal

    BRS Morena: Umberto Almeida Camargo

    BRS Linda: Umberto Almeida Camargo

    Moscato Embrapa: Umberto Almeida Camargo

    BRS Lorena: Valtair Comachio

    BRS Margot: Vivane Zanella Bello Fialho

    BRS Rbea: Umberto Almeida Camargo

    Concord Clone 30: Valtair Comachio

    Isabel Precoce: Banco de Imagens - Embrapa Uva e Vinho

    BRS Cora: Umberto Almeida Camargo

    BRS Violeta: Umberto Almeida Camargo

    BRS Carmem: Vivane Zanella Bello Fialho

    Figura 2: Valtair Comachio

    Figura 3: Mauro Zanus

    As imagens que ilustram o incio de cada captulo foram obtidas no Banco de Imagens FotoSearch (http://www.fotosearch.com.br) (royalty free), com exceo da figura que ilustra o captulo O Programa de Melhoramento de Uva mantido pela Embrapa Uva e Vinho que uma arte da web designer Ana Paula Bombardelli.

  • 63

    Material Propagativo

    Material propagativo das cultivares mencionadas neste livro pode ser obtido, sob encomenda, junto Embrapa Transferncia de Tecnologia, no seguinte endereo: Embrapa Transferncia de Tecnologia Escritrio de Negcios de Campinas Av. Dr. Andr Tosello, 209 Cidade Universitria Caixa Postal 6062 CEP 13083-970 Campinas, SP, Brasil Tel.: (19) 3749-8888 Fax: (19) 3749-8890 http://www.campinas.snt.embrapa.br E-mail: [email protected]

  • 64

    Agradecimentos

    Os autores agradecem: Aos viticultores, empresas, cooperativas e demais instituies de pesquisa e extenso que colaboraram na etapa de validao das cultivares; Aos tcnicos agrcolas Roque Antnio Zilio e Valtair Comachio, responsveis pela coleta de dados nos ensaios conduzidos em Bento Gonalves, Rio Grande do Sul; s assistentes de laboratrio Iraci Sinski e Daniela Dal Bosco, responsveis pela execuo da tcnica de resgate de embries, para obteno de uvas de mesa sem sementes; A todos os funcionrios da Embrapa Uva e Vinho lotados na sede, em Bento Gonalves-RS e na Estao Experimental de Viticultura Tropical, em Jales-SP que, de alguma forma, contriburam para o desenvolvimento destas cultivares.