XII Simposio Iberoamericano sobre planificacin de sistemas de abastecimiento y drenaje

NOVAS FERRAMENTAS PARA GESTO DE PERDAS EM SISTEMASPBLICOS DE ABASTECIMENTO DE AGUA

Rogrio Campos (1), Luiz Celso Braga Pinto (2)(1) Universidade de Fortaleza Av. Washington Soares, 1321 Fortaleza-CE 60.811-905 BRASIL,+55 (85) 3477-3141, Rogerio.Campos@unifor.br(2) CAGECE Av. Antnio Sales, 2367, ap.1001 Fortaleza-CE 60.135.101 BRASIL, +55 (85)3268-3208, kryok@yahoo.com

RESUMO

O SISCOPE, um sistema computacional destinado a atenuar as perdas de gua pela CAGECE (Companhiade Saneamento do Estado do Cear) sua gesto operacional e conseqente reduo do consumo de energia eperdas, apresentado. O sistema funciona monitorando o fornecimento atravs do balano hdrico com umelevado nvel de detalhe, permitindo otimizao operacional, bem como subsidiar aes para minimizar asperdas de gua. Informaes so fornecidas ao usurio em um banco de dados, tornando fcil e permitindo ouso de informaes atualizadas em tempo real, atravs da intranet. O SISCOPE calcula e permite monitorar aevoluo dos cinco principais ndices de perdas e outros indicadores fsicos e comerciais atravs de grficose tabelas.

Palavras-chave: perdas de gua, balano hdrico, gerenciamento

ABSTRACT

The SISCOPE, a computacional system aimed to mitigate water losses to improve CAGECEs (State ofCear Sanitation Company) its operational management and consequent reduction of energy consumptionand water losses, is presented. The system works monitoring the supply through the water budget with a highlevel of detail, allowing operational optimization as well as subsidizing actions to mitigate water losses.Information is provided to the user in a database making easy and enabling the use of updated information inreal time, via intranet. The SISCOPE computes and allows monitoring the evolution of the five main indicesof losses and other physical and commercial indicators through charts and graphs.

Key words: water loss, water budget, management.

SOBRE O AUTOR PRINCIPAL

Rogrio Campos: Graduado em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza (1989), Mestre emEngenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (1993), Ph.D. (Engenharia Civil) pela Universityof Newcastle (Reino Unido, 2001). Professor-Titular da Universidade de Fortaleza, membro do ConselhoEstadual de Recursos Hdricos do Cear, representando a Associao Brasileira de Recursos Hdricos epresidente da Cmara de Enquadramento de Corpos Hdricos deste Conselho. Especialista em EngenhariaHidrulica, atuando principalmente nos seguintes temas: hidrulica fluvial, bacias hidrogrficas, transportede sedimentos, assoreamento de reservatrios, planejamento de recursos hdricos e dinmica dos fluidoscomputacional. Revisor do Journal of Urban and Environmental Engineering.

INTRODUOA escassez dos recursos hdricos no mundo provocada essencialmente pelo incrementopopulacional em grandes cidades, que demandamgrandes volumes de gua em reas relativamentepequenas, degradando os mananciais locais ereduzindo a oferta.

O setor de saneamento diretamente afetado poreste problema e tem o desafio de evitar a escassezatravs da gesto de perdas de gua econseqentemente com a racionalizao do volumeutilizado, de forma a atender a demanda crescentesem necessitar de ampliar os investimentos e aexplorao dos mananciais de forma insustentvel.

A CAGECE (Companhia de Saneamento do Estadodo Cear) ocupava, antes de 2006, posiesintermedirias no cenrio nacional no que dizrespeito aos seus ndices de perdas, com, porexemplo, seu ndice de gua No Faturada (IANF)em torno de 35%. Objetivando a execuo de suamisso e tendo em sua poltica o compromisso coma populao para o abastecimento de gua comqualidade e eficincia, passou a buscarmodernizaes, aperfeioamentos e inovaes parase tornar uma empresa de referncia nacional.

O controle de perdas representa um fortssimo elo deligao entre os principais indicadoressocioeconmicos, operacionais e ambientais, sendodesta forma uma das principais bases para asustentabilidade e sucesso do planejamentoestratgico de qualquer empresa de saneamento. Dos14 objetivos estratgicos oficiais mapeadosatualmente pela CAGECE, o controle de perdas serelaciona com 11 (79%), evidenciando a importnciada prtica.

A mdia nacional de perdas em 2008, segundo osltimos dados o SNIS (Sistema Nacional deInformaes sobre Saneamento do Ministrio dasCidades), de 43,7% no ndice de perdas comerciais(ou IANF ndice de gua No Faturada) e de48,4% no ndice de Perdas na Distribuio (IPD).Em 2005, a mdia do IANF era de 45% e o IPD de49,7%. Em ambos os cenrios, a CAGECE jdemonstrava em janeiro de 2006, quando se iniciouo programa de gesto total, indicadores abaixo damdia, com o IANF em 35% e o IPD em 44%.Entretanto, indo ao encontro da viso de futuro daempresa de buscar a excelncia e de ser uma das 2melhores empresas de saneamento do pas em 2016,alm de verificar que existem pelo mundo sistemasmuito mais eficientes, como por exemplo Tquio,

com perdas de 6%, verificou-se que ainda poderia-seaperfeioar muito os sistemas de abastecimento dacapital e interior.

Aps estudo de casos em pases de sucesso emgesto de perdas, com ndices abaixo de 10% (NovaZelndia, Austrlia, Japo, Alemanha, ustria eSingapura), verificou-se que as tcnicas utilizadas decontrole de perdas so similares s das Companhia.Verificou-se ento que o recurso ausente era agesto do processo, pois as aes eram tomadas semembasamento tcnico adequado ou priorizaes.Assim, surgiu a inteno de se criar umametodologia de gesto que indicasse e apurasse asaes a serem priorizadas, que levou criao doprograma de gesto total de reduo de perdas.

A GCOPE (Gerncia de Controle de Perdas eEficincia Energtica) foi criada para identificar asprincipais causas de perdas, assim como apoiar edesenvolver aes visando a eficincia operacionalda empresa. Aps realizar um extenso benchmarke estudar as principais aes realizadas no Brasil eem outros pases, percebeu-se que para se otimizaros indicadores de perdas seria necessrio inovar egerir melhor as aes, pois os principais resultadosforam identificados em pases desenvolvidos (Japoe Alemanha) que no possuem grandes problemascom perdas aparentes (principalmente fraudes eligaes clandestinas). Mesmo assim, dispunham demetodologias de gesto de perdas bem avanadas,como mapeamento e controle eletrnico em temporeal.

A CAGECE j havia investido recursos financeiros ecapital humano em algumas aes de combate aperdas existentes no mercado, como por exemplo asequipes de combate a fraudes e de retirada devazamentos, sem obter os resultados esperados.Percebeu-se que para se obter melhores resultadoscom as ferramentas j disponveis, seriaimprescindvel o desenvolvimento de um trabalho degesto de todas estas ferramentas, alm daimplantao de outras, de forma que se otimizasse asaes e se focasse nas causas principais.

Desta forma, a GCOPE props diretoria deoperaes e posteriormente direo da Cagece odesenvolvimento de um programa de gesto total deperdas, de forma que a maioria dos gestores daempresa se envolvesse, tornando o acesso ainformaes e tomadas de deciso o mais simples edinmico possvel. O pleito foi imediatamente aceitoe a partir de janeiro de 2006 a gerncia juntamentecom as supervises de perdas e de medio, dasgerncias de macrodistribuio de gua e de

tecnologia operacional, das unidades de negcios dacapital e interior, alm do apoio de consultoriaexterna, passaram a focar no desenvolvimento eexecuo do programa de gesto total, que apresentado neste trabalho.

FUNDAMENTAO TERICAPara fundamentar o SISCOPE, foram esclhidas duasmetodologias de qualidade total as quais so degrande simplicidade e facilidade de implementao.Eslas foram a abordagem 5W2H e a Teoria dePareto.

A abordagm 5W2H, ferramenta adotada emProgramas de Qualidade Total, foi utilizada paraorganizar e otimizar o planejamento das aes decombate a perdas, inserindo respostas s principaisnecessidades de avaliao e acompanhamento de umprojeto. A abordagem composta por uma matriz de7 perguntas, como a seguir:

O qu? (What?) AesQuem? (Who?) ResponsvelOnde? (Where?) Plano unitrioQuando? (When?) Incio / TrminoPorqu? (Why?) CausaComo? (How?) Aes / CronologiaQuanto custa? (How much?) Recursos

Teoria de Pareto: (princpio 80-20): Afirma que paraa grande maioria dos fenmenos, 80% dasconsequncias advm de 20% das causas. Aps aidentificao das causas, so descritas as aespossveis para reduzir ou neutralizar os motivos quecausam as suas respectivas perdas. Para cada ao, relacionado o custo, o prazo e a responsabilidade deexecuo. Para aprimorar a utilizao da teoria dePareto, foi criado o sub-mdulo do BH: RelatrioGerencial, que demonstra as perdas dos sistemas deuma unidade de negcios avaliando suarepresentatividade em relao mdia da mesmaunidade.

METODOLOGIA

Foram realizadas inicialmente diversas reuniesinternas entre as gerncias da CAGECE para fazerum diagnstico inicial dos sistemas e logo severificou que as aes estavam pulverizadas e semfoco nas reas em que potencialmente trariam maisresultados. Verificou-se tambm que as aes noseguiam um padro, sem planejamento e comresponsabilidades dispersas, o que tornava oresultado aqum ao esperado. Visto o cenrio inicial,buscou-se ferramentas que facilitassem o

planejamento, desenvolvimento, verificao, assimcomo otimizasse e focasse as diversas medidas ondese obtivessem melhores resultados.

Desta forma, resolveu-se inicialmente adotar aelaborao de um plano de causas e aes com duastcnicas de gesto que se adaptaram perfeitamente snecessidades evidenciadas: a teoria de Pareto e aferramenta 5W2H. Alm disso, dentre as diversasformas de aes para a busca do equilbrio entre aoferta e a demanda de gua, a engenharia desaneamento tem atuado no controle das perdasseguindo diversos critrios e recomendaes daIWA (International Water Association), entidademxima de referncia ao controle de perdas nomundo e com a qual a CAGECE se tornou associadapara estar sempre atualizada e trocar experincias desucesso.

Verificou-se no processo que o balano hdrico (BH) uma de suas principais ferramentas de gesto. ACAGECE iniciou a utilizao do BH por meio deplanilhas e de forma muito centralizada na GCOPE.Embora tenha demonstrado bons resultados, muitasdas informaes eram estimadas e outras no tinhamcrtica de consistncia, resultando em falta depreciso do balano.

Com o incio da utilizao do BH, logo se percebeuque este poderia ser desenvolvido e aprimorado,com um maior detalhamento das causas e calculadoautomaticamente, permitindo que todos os gestoresda empresa pudessem utiliz-lo para a tomada dedecises. Verificou-se que seria necessrio odesenvolvimento de um sistema computadorizadoque facilitasse a identificao dos focos principais deperdas atravs do balano, assim como a verificaodos resultados.

A primeira ao do programa foi ento remodelar oclculo do BH, para que atendesse a todas asdemandas da CAGECE e reestrutur-lo, rastreando eauditando todos os seus componentes. Desta forma,verificou-se a necessidade de criar um sistema queauxiliasse a padronizar, calcular e concentrar todasas informaes necessrias. A soluo adotada foi odesenvolvimento do SISCOPE (Sistema de Controlede Perdas).

Foi ento proposto um cronograma de execuo deforma que o projeto fosse desenvolvido em mdulos,sendo testado e utilizado unitariamente, o queagilizou o processo de disseminao do programa. Adeciso rapidamente se demonstrou acertada, pois asexperincias compartilhadas facilitaram muito otrabalho de desenvolvimento, alm de gerar

resultados antes e alm do esperado. Pode-se dizerque a CAGECE possui um dos melhores e maisatuais sistemas de gesto total de reduo de perdasdo mundo.

importante caracterizar o conceito das perdas degua que, em grandes linhas, correspondem a todosos consumos no autorizados, que determinamaumento no custo de funcionamento ou queimpeam a realizao plena da receita operacional eesses englobam:

1. As Perdas Reais (Fsicas): originam-se devazamentos no sistema, em redes, ramais eacessrios, bem como extravasamentos emreservatrios (a presso na rede exercegrande influncia sobre a variao dasperdas reais). A reduo das perdas reaispermite diminuir os custos de produo degua mediante reduo do consumo deenergia, de produtos qumicos, de serviosde terceiros e outros insumos e utilizar asinstalaes existentes para aumentar aoferta, sem expanso do sistema deabastecimento.

2. As Perdas Aparentes (No-fsicas):originam-se de consumos no autorizados,problemas no cadastro e faturamento, bemcomo impreciso dos equipamentos demacro e micromedio.

Sob o ponto de vista de resultados, a reduo dasperdas aparentes permite aumentar o faturamento,melhorando a eficincia dos servios prestados e odesempenho financeiro. Contribui indiretamentepara a ampliao da oferta efetiva, uma vez queinduz reduo de desperdcios.

Essa nova prtica de gesto teve como seusprincipais sustentculos a criao do Plano deCausas e Aes (PCA) que alm de aperfeioar oacompanhamento do BH, trouxe outros mdulos queotimizaram a gesto operacional do sistema, a gestodos servios de deteco de vazamentos e amanuteno preventiva e corretiva de hidrmetros.Com o PCA o objetivo principal da novametodologia foi concentrar esforos em aes quetrouxessem maior retorno a curto e mdio prazo.

O Plano de Causas e Aes foi ento difundido paratodas as unidades de negcios. Foi solicitado quecada UN desenvolvesse seu prprio plano a partir dabase metodolgica, de forma que o mesmo servissesempre como referncia para aes operacionais e decontrole de perdas. Este plano passou a ser chamadode Plano Unitrio de Causas e Aes.

Para que se focasse as aes nos locais de maioresperdas, as unidades iniciaram seus planos unitriospelos sistemas com maiores perdas erepresentatividade em relao ao volume distribudototal da unidade. A partir destes foi ento elaboradoo Plano Geral, no qual foram reunidas todas asnecessidades de aes relativas a determinadascausas especficas.

Com este plano possvel estimar o custo para aexecuo das aes e priorizar o investimento deacordo com as necessidades da companhia. Baseadono resultado das aes do primeiro ano, foi possvelelaborar um plano mais extenso, com a visualizaodo pay-back das aes geradas e foi possvelconhecer o ponto ideal para que o investimentoaplicado gerasse o retorno que d sustentabilidade aoprograma de controle e reduo de perdas.

RESULTADOS

O SISCOPE foi organizado em mdulos e suasrespectivas finalidades e subdivises so:

A - Balano Hdrico Mdulo baseado no modeloda IWA e foi otimizado, detalhado e adaptado paraas condies brasileiras. Demonstra de formaquantitativa e proporcional a utilizao de todos osvolumes de gua que compem os sistemas dedistribuio de gua. O Balano Hdrico subdividido em: Manuteno dos Lanamentos,Gerao do BH, Gerao dos ndices de Perdas,Comparativo entre Unidades de Negcios eRelatrios Gerenciais e permite consultas de todo oEstado, por UN, por sistema, por localidade e pormunicpio. A Figura 1 mostra o resultado docontrole da rede estudada a partir do sistema. Aps aseleo do perodo do intervalo de dados e universo(abrangncia) a ser pesquisado, o SISCOPE executatodos os clculos, buscando os dados nos sistemas-base em tempo real e apresenta o balano comgrande grau de detalhamento superior aopreconizado pela IWA. As informaes tambm sodemonstradas graficamente.

B Gesto da Macromedio - Mdulo quedemonstra todas as informaes dos mais de 600macromedidores instalados no Estado, assim como ohistrico de suas aferies. Possibilita o lanamentodos volumes distribudos pelos Macromedidores,segmentados por setor de abastecimento, porperodos de medio, disponibilizando o VolumeDistribudo no ms fechado ou em perodo definido,levando em considerao os erros de aferio decada medidor pr-cadastrado. subdividido emConsulta de Lanamentos, Aferies e Histrico.

Volume de gua FaturadoNo Consumido

1.562.5868.43%

Volume degua

FaturadaS

12.599.25567.98%

VPC18.533.142

100.0%

VDis18.160.302

97.99%

Volume degua

ConsumoAutorizado11.230.102

60.59%

Volume degua de

ConsumoAutorizadoFaturado

11.036.66959.55%

Volume de guaFaturado Medido

10.929.89158.97%

Consumo de LigaesHidrometradas

10.929.89158.97%

Recuperado do Dispensado 00.0%

Venda de gua em Carro-Pipa 00.0%

Volume Faturado NoMedido106.7780.58%

Volume Recuperado deFraude

101.3830.55%

Ligaes No Hidrometradas 5.3950.03%

Volume degua de

ConsumoAutorizado No

Faturado193.4331.04%

Volume de gua NoFaturado Medido

110.6850.6%

Imveis Isentos deFaturamento

20.2880.11%

Volume degua NoFaturada7.496.47332.02%

(IANF)

Volume Dispensado 40.1860.22%

Consumo das UnidadesPrprias da OC

42.5650.23%

Conjuntos Sociais 7.6460.04%

Volume de gua NoFaturado No Medido

82.7480.45%

Retirada de Hidrantes PeloCorpo de Bombeiros

1.2020.01%

ConsumoOperacional

Desc. Limp.Redes

1.8530.01%

Esv. RedesManuteno

37.0660.2%

Limpeza dereservatrios

42.6260.23%

Volume dePerdas de

gua7.303.04039.41%

(IPD)

Volume dePerdas

Aparentes4.784.41025.82%

Volume de gua NoAutorizado4.035.19221.77%

Fraudes em LigaesFactveis / Potenciais

352.8361.9%

Fraudes em Ligaes Inativas 1.066.4625.75%

Fraudes em Ligaes Ativasnos Hidrmetros

811.4274.38%

By-Pass em Ligaes Ativas 812.7594.39%

Ramal Clandestino emLigaes Ativas

991.7085.35%

Volume de Perdaspor Inexistncia ouErros de Medio

749.2184.04%

Submedio Fabricao dosHidrmetros

85.1350.46%

Desgaste Vida til dosHidrmetros

584.4243.15%

Superdimensionamento dosHidrmetros

74.4930.4%

Subestimao Ligaes NoHidrometradas

5.1660.03%

Volume dePerdas Reais

2.518.63013.59%

Volume deVazamentos em

Redes e Adutoras1.015.216

5.48%

Vazamentos Visveis emAdutoras e Redes

639.6433.45%

VazamentosNo Visveisem Adutoras

VazamentosDetectveis

338.5471.83%

VazamentosInerentes

37.0260.2%

Volume deVazamentos nos

Ramais Prediais at oHidrmetro1.093.508

5.9%

Vazamentos Visveis emRamais

541.4272.92%

Vazamentosno Visveisem Ramais

VazamentosDetectveis

307.4681.66%

VazamentosInerentes

244.6131.32%

Vazamentos eExtravazamentos em

Reservatrios37.0660.2%

Extravasamentos emReservatrios

18.5330.1%

Vazamentos em Elementos daEstrutura

9.2670.05%

Vazamentos em Acessriosdos Reservatrios

9.2670.05%

Perdas no Sistema Distribuidor 372.8402.01%

Figura 1. Balano hdrico resultante do SISCOPE

Figura 2. tela do mdulo de gesto de presses via telemetriaC Gesto de Presses por Telemetria - Permiteacompanhar, em tempo real, a presso, estado dabateria, intensidade do sinal e localizao de cadauma das 84 estaes piezomtricas wirelessinstaladas por todo o estado do Cear. Com estasinformaes, o gestor da rea pode realizarmanobras na rede que evitem sobrepresses, o queaumenta a ocorrncia de vazamentos) e subpresses,que garante a disponibilidade de gua nos pontosmais crticos do sistema. A Figura 2 mostra omonitoramento de preso no municpio de Fortaleza.

D Gesto da Micromedio - Mdulo que permiteconsultar todos os hidrmetros do Estado, comdados como sua idade, classe, fabricante, etc.Permite tambm realizar projees de substituiesdos hidrmetros, atravs de anlises qualitativas equantitativas, assim como o perfeitodimensionamento para cada situao de utilizao ehistrico de consumo de usurios. O Siscope estpreparado para receber informaes dearmazenadores eletrnicos de dados (data loggers)disponveis no mercado, importando os respectivosarquivos e dados gerados nos equipamentos,permitindo analis-los e trat-los. subdividido emAnlise de Hidrmetros, Anlise de Histrico deConsumo, Proposta de Aes e Acompanhamento deResultados.

E Gesto de Fraudes / Vazamentos Mdulosainda em desenvolvimento com previso parasetembro de 2010, permitir acompanhar os servios

de deteco de vazamentos visveis e ocultos, assimcomo as aes de combate a fraudes e seusrespectivos resultados. O mdulo fraudes foidesenhado para auxiliar na gesto das ocorrncias defraudes e outras irregularidades cometidas pelosconsumidores, quer sejam no cavalete, no medidor,no ramal ou na rede de gua. O mdulo gerencia apesquisa de fraudes e anomalias, ficandoresponsvel pela emisso dos boletins de ocorrnciae ordens de servio, bem como pela insero dasinformaes a estarem contidas em cada um deles.

F Base de Clientes Permite a visualizao(informaes como matrcula, nome, endereo, setorcomercial, quadra, lote, grupo, categoria, economias,nmero do medidor, data de instalao, marca,capacidade, local de instalao, etc., situao daligao de gua e de esgoto, histrico de leituras econsumo disponveis, histrico de valores defaturamento de gua e esgoto disponveis, dimetroda ligao de gua e de esgoto), acompanhamento eanlise da situao de cada ligao cadastrada nomdulo comercial (por setor, quadra, categoria, tipode dado de consumo, situao da ligao de gua,faixa de consumo, consumo por economia, local deinstalao do medidor, capacidade de medidor,leitura acumulada do medidor, tempo de instalaodo medidor por situao da ligao de esgoto) deforma simples e direta.

Os relatrios apresentam todos os parmetros deseleo para a extrao do mesmo e constam asseguintes informaes: - setor comercial; matrcula;

consumidor; endereo; categoria; ltima leitura;ltimo consumo; mdia anual de consumo;capacidade do medidor; tempo de instalao domedidor; nmero do medidor e ltimo faturamento. subdividido em Consulta de Clientes, AnliseGeral e Relatrios Leves.

Todos os mdulos so acessados a partir de umportal do Siscope e, por estar desenvolvido emplataforma web, pode ser acessado pela intranet erede corporativa a partir de qualquer municpio doestado. O Siscope demonstra grande capacidade deapoio ao gerenciamento estratgico, calculando ecomparando diversos indicadores de perdas ecorrelatos, como IANF, IPD, IMPH, IPL. umasoluo totalmente inovadora a nvel nacional einternacional e tem por objetivo o aprimoramento dagesto operacional e conseqente reduo deconsumo de energia e perdas de gua.

A utilizao do SISCOPE permitiu CAGECEocupar um lugar entre as 3 mais eficientescompanhias de saneamento do pas em relao sperdas. A viso de futuro da empresa para 2016 estar entre as 2 mais eficientes.

Os indicadores mais utilizados para a avaliao deperdas so o IANF e IPD. No IANF, a CAGECEreduziu suas perdas de 35,3% em janeiro de 2006para 25,8% em julho de 2010, representando umareduo de 9,5%. No mesmo perodo, o IPD baixoude 44,0 para 35,9, reduo de 8,1% A mdia dereduo dos dois indicadores de 8,8%.

Ao levar em conta o valor de julho de 2010 daDespesa Total de Explorao (DEX) de captao,tratamento e distribuio da gua, de R$ 1,62/m3faturado, a reduo em 8,8% do volume mensaldisponibilizado para comercializao(27.198.479m3) de 2.393.466m3, que equivale auma economia mensal de R$ 3.877.415,00 e anualde R$ 46.528.982,00 em relao aos patamares de2006.

A fim de comparao, a mdia nacional de perdasem 2008 segundo os dados mais recentesdisponibilizados pelo SNIS de 43,7% no IANF ede 48,4% no IPD. Ainda segundo o SNIS, em 2005 amdia do IANF era de 45 e o IPD de 49,7, levando auma reduo de 1,3% tanto para IANF quanto paraIPD, evidenciando que o pas vem reduzindo suasperdas, mas com intensidade bem inferior aos 8,8%obtidos pela Cagece.

O Programa de Gesto total tambm possibilitou:

Um retorno muito rpido dos investimentosrealizados, comprovando sua eficincia emaes de combate a perdas de gua;

Reduzir o volume perdido em vazamentos,economizando recursos de gua e custosassociados;

Prover um servio com maior garantias aoconsumidor, diminuindo a ocorrncia dedesabastecimentos;

Otimizar a operao do sistema, de forma asubsidiar manobras para que se evite falta degua em pontos crticos;

Subsidiar o dimensionamento de sub-setoreshidraulicamente confinados;

Subsidiar os programas de controle devazamentos, micro e macromedio.

Atravs do SISCOPE tambm foi possvelverificar e corrigir erros histricos dos sistemasinternos. As informaes no momento so maisconfiveis no s no Siscope, mas tambm nossistemas interligados, como o gerencial, comercial ede gerenciamento estratgico.

CONCLUSES E RECOMENDAESO SISCOPE, ferramenta de gesto operacional quetem como principal objetivo a otimizao da gestode perdas em sistemas de abastecimento ao estadoda arte, atravs de mdulos, foi descrito e osresultados obtidos foram demonstrados. O sistemaoferece todas as ferramentas necessrias aosgestores para conduzi-los a tomadas de decisoeficientes e precisas de forma a possibilitar duasgrandes linhas mestras.

A primeira, o aporte de ferramentas degesto para anlise, registro e acompanhamento dosresultados das aes, permitindo que seus tcnicosenriqueam e aprofundem seu conhecimento notocante aos problemas e solues da gesto dasperdas, bem como otimizem a prestao dos serviosde campo.

A segunda, o monitoramento atravs de mdulosque busca possibilitar a otimizao operacional emrelao ao abastecimento, assim como subsidiaraes de mitigao de perdas em sistemas deabastecimento.

importante recomendar que planos e sistemas decombate s perdas de gua detenham umapersonalidade dinmica, ou seja, devem serperiodicamente revisados. Isso justifica-se porquecausas inicialmente consideradas de grandeimportncia, podem ter sido mitigadas e at

exauridas durante o processo, dando lugar a outrasnovas causas de maior relevncia. importante queos gestores destes planos o tenham como ferramentade apoio e constante consulta.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL, Guias Prticos: Tcnicas de Operao emSistemas de Abastecimento de gua, Ministrio dasCidades, Braslia, Brasil, 2007.

IWA, International Water Association,http://www.iwahq.com (acessado em 10/01/2011)