Novas formas de trabalho escravo -...

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1 Boletim 860/2015 – Ano VII – 26/10/2015 Novas formas de trabalho escravo A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou na semana passada sua campanha global de combate às novas formas de trabalho escravo. O projeto chamado de "50forFreedom" (50 pela liberdade) pretende que ao menos cinco dezenas de países ratifiquem o novo protocolo da entidade sobre trabalho forçado. A ação chega ao Brasil em meio a uma polêmica que se arrasta desde o final do ano passado sobre a divulgação da "lista suja" de empresas apanhadas nesse tipo de delito pela fiscalização. Em dezembro de 2014, o ministro do STF Ricardo Lewandowski acatou um pedido de liminar da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, que considerava inconstitucional a elaboração e publicação da lista, amparada por uma portaria interministerial. Para a associação, submeter pessoas a "situações vexatórias" de ter seus nomes divulgados era tão inconcebível quanto a existência de empregadores que submetam trabalhadores a condições análogas às de escravo. Em março, o governo fez ajustes e reeditou a portaria. Entrar nessa lista não representa apenas uma advertência moral. Bancos como o BNDES e a Caixa, por exemplo, utilizam a inclusão do nome de uma empresa na relação para negar pedidos de financiamentos. Segundo a OIT, em todo o mundo cerca de 21 milhões de homens, mulheres e crianças são submetidos a algum tipo de trabalho forçado. Esse mercado gera lucros ilícitos calculados em US$ 150 bilhões. Na campanha, a organização usa depoimentos reais lidos por atores do porte de David Oleowo, Robin Wright e Wagner Moura. Recentemente, o brasileiro esteve na Colômbia e pediu diretamente a Dilma Rousseff que o Brasil ratifique o acordo, hoje só assinado pelo Níger. Os avanços e a pulverização dos modelos de produção em todo o globo modificaram as maneiras de utilização do trabalho escravo. Os grandes exploradores não são mais os grandes fazendeiros que usam milícias armadas. No último Rock in Rio, em setembro, foram encontrados trabalhadores submetidos a jornada exaustiva, dormindo no chão e em locais sem condições de higiene mínimas. (Fonte: DCI dia 26-10-2015).

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Boletim 860/2015 – Ano VII – 26/10/2015

Novas formas de trabalho escravo A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou na semana passada sua campanha global de combate às novas formas de trabalho escravo. O projeto chamado de "50forFreedom" (50 pela liberdade) pretende que ao menos cinco dezenas de países ratifiquem o novo protocolo da entidade sobre trabalho forçado. A ação chega ao Brasil em meio a uma polêmica que se arrasta desde o final do ano passado sobre a divulgação da "lista suja" de empresas apanhadas nesse tipo de delito pela fiscalização.

Em dezembro de 2014, o ministro do STF Ricardo Lewandowski acatou um pedido de liminar da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, que considerava inconstitucional a elaboração e publicação da lista, amparada por uma portaria interministerial. Para a associação, submeter pessoas a "situações vexatórias" de ter seus nomes divulgados era tão inconcebível quanto a existência de empregadores que submetam trabalhadores a condições análogas às de escravo.

Em março, o governo fez ajustes e reeditou a portaria. Entrar nessa lista não representa apenas uma advertência moral. Bancos como o BNDES e a Caixa, por exemplo, utilizam a inclusão do nome de uma empresa na relação para negar pedidos de financiamentos.

Segundo a OIT, em todo o mundo cerca de 21 milhões de homens, mulheres e crianças são submetidos a algum tipo de trabalho forçado. Esse mercado gera lucros ilícitos calculados em US$ 150 bilhões. Na campanha, a organização usa depoimentos reais lidos por atores do porte de David Oleowo, Robin Wright e Wagner Moura. Recentemente, o brasileiro esteve na Colômbia e pediu diretamente a Dilma Rousseff que o Brasil ratifique o acordo, hoje só assinado pelo Níger.

Os avanços e a pulverização dos modelos de produção em todo o globo modificaram as maneiras de utilização do trabalho escravo. Os grandes exploradores não são mais os grandes fazendeiros que usam milícias armadas. No último Rock in Rio, em setembro, foram encontrados trabalhadores submetidos a jornada exaustiva, dormindo no chão e em locais sem condições de higiene mínimas.

(Fonte: DCI dia 26-10-2015).

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Com nova proposta, greve de bancários deve terminar hoje Após 21 dias de paralisação, bancos melhoram propos ta e oferecem 10% de reajuste salarial. Greve completa 21 dias hoje

A greve dos bancários pode ser encerrada hoje, após 21 dias de paralisação. Em negociações ocorridas no fim de semana, os bancos melhoraram a proposta à categoria e oferecem agora 10% de reajuste salarial. A Confederação Nacional de Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Comando Nacional dos Bancários recomenda a aprovação da oferta em assembleias marcadas para hoje em todo o País. O aumento de 10% representa um ganho real de 0,11%. A reivindicação inicial da categoria era de 16% de reajuste (sendo 5,7% de aumento real), e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) oferecia 5,5%. Na semana passada a Fenaban ofereceu 7,5% e depois 8,75%, mas ambas foram recusadas pelos bancários. Nos últimos 11 anos a categoria sempre conquistou aumento real. Na nova proposta, a entidade também oferece reajuste de 14% para os vales-refeição e alimentação e um abono de até 72% dos dias parados. Antes, os bancos queriam a compensação integral do período de paralisação ou desconto dos dias. A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, considerou a proposta “uma vitória dos trabalhadores porque os bancos queriam um reajuste abaixo da inflação.” Segundo ela, com esse índice, em 12 anos a categoria vai acumular 20,83% de ganho real nos salários e 42,3% nos pisos. O vale refeição será de R$ 29,64 por dia, com reajuste de 14% e 3,75% de ganho real. Vitória. “Os banqueiros tentaram impor uma derrota para a categoria, com índice sem aumento real. A greve reverteu essa tentativa”, afirmou, em nota, Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários. “Foi uma vitória da unidade e da determinação da nossa categoria. Sem a forte greve que fizemos não teria sido possível.” Nenhum representante da Fenaban foi localizado ontem para comentar o assunto. A categoria dos bancários é uma das poucas no País que tem data-base nacional. Ao todo, os bancos empregam cerca de 512 mil funcionários, dos quais 142 mil em São Paulo, Osasco e região, onde se concentra a maior base do setor. (Fonte: Estado de SP dia 26-10-2015).

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