Novas Recomendaçoes Da Sociedade Brasileira de Reumatologia; Uma Nova Estratégia

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  • 7/24/2019 Novas Recomendaoes Da Sociedade Brasileira de Reumatologia; Uma Nova Estratgia

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    www.reumatologia.com.br

    REVISTA BRASILEIRA DEREUMATOLOGIA

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    Editorial

    Novas recomendaes da Sociedade Brasileira de

    Reumatologia: uma nova estratgia

    0482-5004/$ - see front matter. 2013 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.

    com grande satisfao que vejo publicadas as Recomenda-es sobre diagnstico e tratamento da artrite psorisica,1daespondilite anquilosante2e da esclerose sistmica3da Socie-dade Brasileira de Reumatologia (SBR) neste nmero da Re-vista Brasileira de Reumatologia (RBR). A publicao de Con-sensos e Diretrizes sobre diagnstico e tratamento na rea daReumatologia j dura mais de duas dcadas. Nesse perodo, asestratgias de elaborao desses textos, que servem de guiapara a maioria dos reumatologistas e clnicos na conduo depacientes com diversas doenas reumticas, evoluram bas-tante. Nas Recomendaes publicadas neste nmero da RBR,as Comisses de Espondiloartrites e de Esclerose Sistmicada SBR utilizaram as estratgias de busca e elaborao do tex-to final do Projeto Diretrizes da Associao Mdica Brasileira(AMB), que exige que todas as afirmaes feitas no texto te-nham pelo menos uma referncia especfica, graduada segun-do sua fora de evidncia. Aps a montagem inicial do textofinal, com todas as suas regras pr-estabelecidas, na formade perguntas e respostas, algumas rodadas de discusso viainternet foram necessrias para burilar o texto final, que tevea aprovao da SBR e da AMB, que se mostrou uma excelenteparceira na elaborao de um texto final que se adequasse realidade brasileira, sem perder a fora de evidncia de todasas suas recomendaes. Com essa eficiente parceria, o poderdestas recomendaes, cada vez mais baseado em evidn-cias consistentes, agora tambm servir como instrumentode discusso da implantao de estratgias governamentaispara diagnstico e tratamento das doenas reumticas.

    Aps o advento dos novos critrios classificatrios das es-pondiloartritrites (EpA) axiais4e perifricas5 pelo grupo ASAS(Assessment on SpondyloArthritis international Society), e da pro-posio dos novas diretrizes de tratamento,6,7 tornou-se in-dispensvel uma atualizao do consenso do tratamento daespondilite anquilosante e da artrite psorisica, publicado naRBR em 2007.8 Com relao s Recomendaes sobre diagns-tico e tratamento da espondilite anqiuilosante,2 foram includastrs questes iniciais sobre a importncia dos critrios clas-sificatrios para EpA axiais e perifricas (Recomendao 1),da ressonncia magntica no diagnstico precoce das EpA(Recomendao 2) e do HLA-B27 como fator prognstico (Re-

    comendao 3). O tratamento dito convencional discutiu afisioterapia (Recomendao 4), os corticosteroides (Recomen-dao 5), o uso de anti-inamatrios no hormonais (AINH)(Recomendao 6) e das drogas de base convencionais, comoo metotrexato (MTX) e a sulfasalazina (SSZ) (Recomendao7). O uso das drogas biolgicas, que representou uma revo-luo do tratamento da espondilite anquilosante (EA), estpresente com sete perguntas sobre os agentes antifator denecrose tumoral (anti-TNF), versando sobre indicaes (Re-comendao 8), eficcia (Recomendao 9), segurana (Reco-mendao 10), progresso do dano estrutural (Recomendao11), manifestaes extra-articulares (Recomendao 12), trocade medicao (switch) (Recomendao 13) e durao do uso(Recomendao 14), alm de uma pergunta sobre outras dro-gas biolgicas (Recomendao 15).

    A artrite psorisica (AP), dentro do espectro das EpA, tam-bm vem sendo cada vez mais estudada nas duas ltimasdcadas, com a proposio de novos critrios classificatrios9e a atualizao das diretrizes sobre tratamento.10As atuaisRecomendaes sobre diagnstico e tratamento da artrite psori-

    sica1 tambm representam uma atualizao do Consensobrasileiro anterior, de 2007.8As trs primeiras questes soreferentes aos critrios classificatrios, recomendando oscritrios CASPAR9 (Recomendao 1), a importncia da ava-liao cutnea, articular e ungueal (Recomendao 2) e osignificativo nmero de comorbidades (Recomendao 3).A avaliao do tratamento convencional tem perguntas so-bre o uso dos corticosteroides (Recomendao 4), dos AINH(Recomendao 5) e das drogas convencionais, destacando oMTX, a ciclosporina e a leunomida (Recomendao 6). O usodos agentes biolgicos, especialmente as drogas anti-TNF,tm sete questionamentos, sobre indicaes (Recomendao7), eficcia (Recomendao 8), segurana (Recomendao 9),progresso do dano estrutural (Recomendao 10), uso con-comitante de drogas convencionais (Recomendao 11), trocade medicao (switch) (Recomendao 12) e durao do uso(Recomendao 13), alm de uma pergunta sobre outras dro-gas biolgicas (Recomendao 14) e eficcia das drogas comao predominante na pele sobre o comprometimento arti-cular (Recomendao 15).

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    A esclerose sistmica (ES) uma das mais fascinantes ecomplexas doenas reumatolgicas, mas ainda h muito aser aprimorado em seu tratamento. Com o advento dos mo-dernos conceitos da ES sine escleroderma,11da ES precoce12e da ES muito precoce13e do estabelecimento de estratgiasrgos-especficas, j delineadas nas primeiras Recomenda-es de Tratamento,14propostas pelo grupo EUSTAR (EULARScleroderma Trial and Research), podemos antever que o diag-nstico precoce ser indispensvel para o sucesso teraputi-co. As primeiras trs questes versam sobre o diagnstico daES (Recomendao 1), e a importncia da capilaroscopia pe-riungueal (Recomendao 2) e dos autoanticorpos especficos(Recomendao 3) no diagnstico precoce e no seguimentodos pacientes esclerodrmicos. Dentro das estratgias rgo--especficas, temos perguntas sobre as drogas antifibrticas(Recomendao 4) e o tratamento da calcinose (Recomenda-o 5). Na avaliao do comprometimento vascular, temosquestionamentos sobre o tratamento do fenmeno de Ray-naud (Recomendao 6), das lceras isqumicas (Recomenda-o 7) e da preveno da recorrncia das lceras isqumicas

    (Recomendao 8). O acometimento visceral mais frequente(trato digestivo) tambm est contemplado com trs pergun-tas, sobre hipomotilidade (Recomendao 9), reuxo gastro-esofgico (Recomendao 10) e sndrome de m absoro(Recomendao 11). Os acometimentos dos rgos vitais tmperguntas especficas sobre pneumopatia intersticial (Reco-mendao 12), hipertenso arterial pulmonar (Recomendao13), crise renal esclerodrmica (Recomendao 14) e acometi-mento cardaco (Recomendao 15).

    Resumindo, a nova estratgia de produo das Recomen-daes de diagnstico e tratamento das principais doenasreumticas, segundo as modernas regras do Projeto Diretrizesda AMB, representa um ganho significativo na fora das Reco-mendaes da SBR.

    Percival Degrava Sampaio-BarrosPresidente da Comisso de Espondiloartrites da Sociedade Brasileira

    de Reumatologia (2006-2012); Presidente da Comisso de Esclerose

    Sistmica da Sociedade Brasileira de Reumatologia (2010-2014)

    E-mail: [email protected]

    R E F E R N C I A S

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