NT - Outubro 2012
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EDIÇÃO MENSAL ONLINE OUTUBRO 2012
Notícias do ténis Esta newsletter foi escrita no âm
bito do novo Acordo Ortográfico.
D.R.
O campeão
Frederico Silva venceu o torneio júnior de pares do Open dos Estados Unidos. É o primeiro tenista português a triunfar numa competição
do Grand Slam. Um triunfo num ano extraordinário: em janeiro, foi sexto no ranking júnior mundial e, em julho, sagrou-se vice-campeão europeu de singulares,
no escalão de juniores. Feito a nível europeu que junta aos títulos de pares conquistados em 2010, em sub-16, ao lado de Vasco Mensurado, e em 2009, em sub-14, ao lado de
Gonçalo Loureiro. Nesse último ano, foi vice-campeão do Mundo em equipas em sub-14, juntamente com Gonçalo Loureiro e Rodolfo Pereira.
Este ano, Frederico Silva, treinado por Pedro Felner desde os oito anos de idade, entrou no circuito profissional sénior da ITF.
«Ainda tenho muito para aprender e evoluir durante os próximos anos», admitiu «Kiko», na entrevista concedida a Notícias do Ténis, em que revela ter o sonho
de atingir o top 10 do ranking ATP.
ELEIÇÕES FPT Pela primeira vez, três listas submetem-se a sufrágio no sábado, 20 de outubro. Conheça os rostos dos candidatos a presidente da direção, as listas e os projetos para o próximo quadriénio.
2 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
O Frederico Silva é nosso!
EDITORIAL
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Federação Portuguesa de Ténis
Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha
Tel.: 214 151 356 Fax: 214 141 520 [email protected] www.tenis.pt
EDIÇÃO ONLINE Direção: José Corrêa de Sampaio. Coordenação: José Santos Costa
Pela primeira vez na história, um portu-guês ganhou uma prova do Grand Slam de ténis: o Open dos Estados Unidos de 2012. É, de facto, um orgulho imenso para todos nós! Em tempos tão difíceis como os que atravessamos, feitos como este têm um significado ainda maior. É, em primeiro lugar, importante per-ceber que este resultado não aparece por acaso, nem tão-pouco se pode con-siderar uma surpresa. Só quem não acompanha o ténis é que poderia ficar surpreendido com esta notícia. Frederico Silva, um miúdo que conhe-ço bem, tem, de facto, muitos dos predi-cados necessários para triunfar no mundo incrivelmente competitivo do ténis. Diz a frase: para se ser campeão são necessárias três coisas — trabalho, talento e sorte! Se faltar apenas uma delas podemos, de alguma maneira, triunfar, mas nunca seremos campeões! A estes requisitos, temos ainda, na minha opinião, de somar outros dois: capacidade de sofrimento (físico e men-
tal) e humildade! Tanto quanto eu conheço do Frederi-co Silva, aparentemente apenas lhe posso desejar sorte. Tudo o resto está no seu ADN e, claro, no do seu treina-dor, o Pedro Felner. Se assim não fosse não poderia
Frederico Silva ter conseguido, entre muitos outros resultados, ter sido núme-ro seis do Mundo de juniores; cam-peão europeu de pares em sub-16, em 2010, ao lado de Vasco Mensurado; campeão europeu de pares de sub-14, em 2009, com Gonçalo Loureiro; vice-campeão do Mundo equipas sub-14, com Gonçalo Loureiro e Rodolfo Perei-ra; vice-campeão europeu de juniores em singulares, em 2012; e, claro, cam-peão júnior de pares no Open dos Esta-dos Unidos, ao lado do britânico Kyle Edmund. Numa altura em que mais um portu-guês sobe ao top 100 ATP — João Sousa —, importa, pois, fazer todo o alarido possível, para ver se consegui-mos trazer alguma notoriedade ao ténis, com o objectivo de conseguirmos recursos que suportem a continuidade no ténis de atletas de exceção, como é o caso de Frederico Silva. O Frederico Silva vai, em breve, atra-vessar uma nova fase: a via profissional do ténis! Um mundo cheio de desafios e obstáculos, que vão obrigar a um esfor-ço e dedicação enormes. Temo que, sem os apoios financeiros necessários, todas estas alegrias a que o Frederico nos habituou possam estar em causa. A redefinição do modelo do Centro de Alto Rendimento — cujos principais eixos são a descentralização e apoio à entrada no circuito ATP de atletas de excepção — é, sem dúvida, o instru-mento mais importante para conseguir-mos substituir a prazo a geração ante-
rior, que muitas alegrias nos deu e tem para dar, e cujos principais embaixado- res são os nossos muito queridos Fre-derico Gil e o Rui Machado. Esperemos que a FPT consiga, a todo o custo, reunir os recursos finan-ceiros necessários para lançar o novo
modelo do CAR Ténis, em 2013. Se não acautelarmos desde já o futu-ro, temo que, de repente, se torne tarde demais. É por tudo isto que digo: o Fre-derico Silva é nosso! Sim, é nosso: é português, é um miúdo de quem nos podemos orgulhar, e é nossa a responsabilidade de o apoiar, dando todas as oportunidades possí-veis porque ele, de facto, as mere-ce. Por último, mas não em último, uma palavra aos pais do Frederico Silva. Só quem não tem filhos no alto rendimento é que não sabe o que custa coordenar toda a vida de um miúdo desde a mais tenra idade. Só uma relação de exceção, de entre-ga e sacrifício entre pais, filhos e treinadores, é que permite atingir resultados como os do Frederico Sil-va. Parabéns e obrigado a todos os que, de uma maneira ou de outra, contri-buem para o desenvolvimento do ténis em Portugal. RODRIGO MENSURADO Vice Presidente da direção da Federação Portuguesa de Ténis
«Tenho o sonho de chegar ao top 10»
3 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
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Frederico Silva entrou na história do ténis português com
o triunfo em pares no torneio júnior do Open dos
Estados Unidos. É o primeiro tenista português a vencer uma prova do Grand Slam. O título,
conquistado ao lado do britânico Kyle Edmund, foi um dos êxitos
averbados num ano extraordinário, em que “Kiko” sagrou-se vice-
campeão europeu em singulares no escalão de juniores. Feito a
nível europeu que junta aos títulos de pares de sub-14, em 2009, ao
lado de Gonçalo Loureiro, e de sub-16, em 2010, com Vasco Mensu-rado. Foi, também, vice-campeão mundial de pares em equipas no
escalão de sub-14, em 2009, jun-tamente com Rodolfo Pereira e Gonçalo Loureiro, em seleção
capitaneada por Pedro Felner. No ranking júnior mundial — João
Cunha e Silva foi número um em 1989 - atingiu a sexta posição. “Kiko” foi “sparring-trainer” de
Rafael Nadal, em Espanha, e de Roger Federer, na Austrália. Atual-
mente, o tenista das Caldas da Rainha compete, em provas de
categoria Future, com o sonho de
atingir o top 10 no futuro.
D.R.
FREDERICO SILVA
— É o primeiro português a vencer um torneio do Grand Slam. Que sentimento despertou em si? FREDERICO SILVA — Fiquei muito feliz. É uma ótima sensação vencer
uma prova como o US Open. — De que modo o triunfo no Open dos Estados Unidos em pares é importante para o ténis português? — Penso que ajuda a dar mais visi-bilidade ao ténis e poderá ser também
um estímulo para os mais jovens. — O que acha que pode mudar
sua carreira com a vitória no
Open dos Estados Unidos? — Esta vitória acabou por me dar mais visibilidade e pode ajudar a conseguir mais apoios que necessi-
to para o futuro da minha carreira. — Foi o momento mais mar-
cante na sua carreira? — Sim, foi um dos momentos
mais marcantes da minha carreira,
«KIKO», GONÇALO LOUREIRO, RODOLFO PEREIRA e o “capitão” PEDRO FELNER: em Prostenov, na República Checa, Portugal
sagrou-se vice-campeão em equipas, em 2009
4 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
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um português. Acha que está a emergir uma nova geração no ténis português? — O Frederico e o Rui já alcança-ram grandes feitos para o ténis por-tuguês e acredito que irão continuar a dar-nos alegrias durante os próxi-mos anos. Felizmente temos em Portugal jogadores mais novos que poderão dar continuidade aos resultados. — João Sousa está numa acade-mia em Barcelona e Rui Machado
resultados para o ténis português
no futuro. — Não teme que possam depositar em si muitas esperan-ças e exijam de si, até porque agora venceu um torneio do
Grand Slam? — Sim, tenho consciência que as pessoas depositam em mim essa esperança, mas eu tento estar focado no meu percurso e não
sinto grande pressão por isso. — Os resultados de Frederico Gil e Rui Machado escasseiam e
João Sousa é o novo número
por ter sido um torneio do Grand
Slam. — A sua família desempenha um papel muito importante na
sua carreira? — Sem dúvida que a minha famí-lia é um dos meus principais apoios. São eles que me dão a estabilidade necessária para poder
continuar a evoluir e a competir. — Das quatro provas do Grand Slam em que participou, qual a
que a fascina mais? — Wimbledon é o torneio que mais me impressiona. Talvez seja por ter sido o primeiro torneio do Grand Slam em que participei, mas o facto de ser em relva também contribui
para o tornar mais especial. — Considera que está ainda num percurso de aprendizagem, que tem muito para aprender, agora que já compete em ITF
Futures? — Sim, ainda sou júnior e, sendo o meu objetivo chegar ao topo do ténis profissional, ainda tenho mui-to para aprender e evoluir durante
os próximos anos. — Foi vice-campeão europeu individual em juniores este ano e já tinha sido campeão da Europa em pares em 2010, juntamente com Vasco Mensurado. Sente que é uma esperança do ténis
português? — Sim, sinto que eu e outros jogadores portugueses estamos num bom caminho para trazer bons
D.R.
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... já esteve também em Espanha. Nunca equacionou a hipótese de poder ingressar igualmente numa academia de ténis no
estrangeiro? — Não, nunca equacionei essa possibilidade. A nossa preocupa-ção tem sido criar em Portugal as condições de que necessito para a
minha carreira. — Este ano, tem competido em ITF Futures na maioria das semanas, um circuito em que a experiência dos jogado-res e a idade é diferente. É diferente competir no circuito de seniores em vez do ITF
Junior? — É, obviamente, diferente jogar em torneios ITF Futures. Consigo notar bem a diferença entre estes dois escalões, uma vez que nos Futures os jogadores são mais velhos e mais experien-
tes que eu. Por isso , estou a tentar entrar no circuito de seniores o mais rápido possível, para poder fazer uma
transição rápida. — Já jogou o Estoril Open, prova de categoria 250 do circui-to ATP. Para quando perspetiva jogar outros torneios deste cir-
cuito? — Gostaria de competir nos
torneios do ATP Challenger Tour
...
«Estou a tentar entrar
no circuito de seniores
o mais rápido possível»
D.R.
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6 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
...
— Agora que começou a com-petir em torneios do circuito ITF de categoria Futures, que objeti-vos tem definidos a curto prazo
na sua carreira? — O objetivo que tenho é começar a competir de forma siste-mática no circuito Future da ITF, provas que pontuam para o ranking ATP. Quero somar o maior número de pontos possível neste mesmo ran-king e alcançar bons resultados nos torneios do Grand Slam júnior.
Rafael Nadal
— É um dos meus ídolos. Depois de ter tido a oportunida-de de o conhecer pessoalmente fiquei impressionado pela positi-va com a sua forma de ser. É muito trabalhador e concen-trado enquanto treina e muito simples e simpático fora do cam-po.
Ténis em Portugal — Acho que o ténis em Portugal
tem vindo a evoluir progressiva-mente e está num bom caminho para vir a ter mais triunfos interna-cionais. Cada vez mais se vêem melhores resultados dos jogadores portugueses em todos os esca-lões, desde os sub12 aos jogado-res profissionais como o Rui
Machado ou o Frederico Gil.
Estoril Open
— É o meu torneio preferido em
Portugal. Um torneio em que eu conto jogar no próximo ano e
sonho um dia poder vencê-lo.
Pedro Felner
— É o meu treinador principal desde os meus 8 anos de idade. É um ótimo treinador e uma excelen-te pessoa. Sempre me apoiou e confiou muitas nas minhas capaci-dades como jogador. Tem sido
crucial na minha evolução.
CAR Jamor
— Penso que é um projeto importante para o ténis português, mas que, até ao momento, ainda não trouxe os resultados que dese-
jávamos. ...
deu-me bas-tantes pontos para o ranking ITF Junior e pe rmi t iu -me esta subida mais rápida do que tínha-
mos previsto.
«Ténis português
está no bom
caminho»
e do ATP World Tour daqui a dois
ou três anos. — Foi sexto no ranking júnior a 6 de janeiro deste ano. Ocupava o 44.º posto a 26 de dezembro, a n t e s d e c o m p e t i r n o continente americano, em tor-neios ITF Junior. Esperava uma subida tão acentuada em tão
pouco tempo? — Em Dezembro, joguei um tor-neio de Grupo A no México, que me correu bem. Venci em pares e
D.R.
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FREDERICO SILVA compete presentemente no circuito profissional da ITF, na procura de pontos para o ranking ATP (é o atual 1.112.º)
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gas estão a dar nas aulas, para quando chegar a Portugal estar
preparado para fazer os testes. Com o apoio dos meus professo-res no Colégio Rainha Dona Leo-nor, tenho conseguido conciliar o ténis e a escola de forma a conti-nuar a ter também bons resultados
na escola. — Admite deixar de estudar para abraçar a carreira profissional no
ténis? — Neste momento, o meu obje-tivo é completar o 12.º Ano e matricular-me numa universidade.
nomia, pelo que na universidade
irei seguir Economia ou Gestão. — A sua carreira está a ser gerida pela IMG. Como é que esta empresa tem sido importan-
te na sua carreira? — A IMG proporciona-me algu-mas condições de treino e tem um papel importante na negociação
dos meus contratos.
A partir daí, concentrar-me-ei a cem por cento no ténis, enquanto tiver a minha matrícula congelada na universidade, através do estatu-
to de alta competição. — Se terminar o 12.º Ano e decidir entrar na universidade,
que curso desejava cursar? — A área que estou a seguir e
com que mais me identifico é Eco-
— E a longo prazo? — Entrar no top 100 o mais rápi- do possível e tenho o sonho de um
dia chegar ao top 10. — Há quanto tempo está a traba-
lhar com Pedro Felner? — Trabalho com o Pedro desde muito novo. Desde os 8 anos de
idade que trabalho com ele. — Como arranja tempo para conciliar o ténis (com viagens
ao estrangeiro) e a escola? — Tento ser organizado e apro-veitar o tempo da melhor forma
possível.
«O meu objetivo é completar o 12.º Ano»
Quando eu estou a jogar torneios no estrangei ro , mantenho-me a par das matérias que os meus cole-
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8 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Federação Portuguesa de Ténis (FPT) reúne em sessão ordinária, para a eleição dos novos corpos sociais para o próximo quadriénio. Pela primeira vez, três listas candidatas submetem-se a sufrágio, que permite o acerto
com o ciclo olímpico. A lista A é liderada por Manuel Valle Domingues, presidente da direção da FPT de 2003 a 2005. Atualmente, o engenheiro químico-industrial, de 68 anos, é o presidente da mesa da
assembleia geral do CETO. Vasco Costa é o candidato da Lista B à sucessão de José Corrêa de Sam-paio na presidência da direção da FPT. Presidente do CT Porto desde 2004, é licenciado em Administração e
Gestão de Empresas e tem 43 anos. A lista C é encabeçada por José de Melo Bandeira, licenciado em enge-nharia. Com 46 anos, é gestor de
empresas. As associações regionais, num total de 13, e as três estruturas representa-tivas de classe vão escolher um dos candidatos para suceder a Côrrea de Sampaio, que cessa funções após um mandato de dois anos (também presi-
diu à FPT de 2005 a 2008).
Pela primeira vez, as associações regionais de ténis apresentam uma lista ao conselho de arbitragem, com as candidaturas de Rogério Santos a presidente e de Gonçalo Lima e Fran-
cisco Castro a vice-presidentes. Esta será a única lista candidata ao conselho de arbitragem que será vota-da no sábado, tendo as listas A, B e C abdicado de apresentar candidatura a
este órgão. As associações regionais de ténis apresentam ainda uma candidatura à mesa da assembleia geral. Uma candidatura inédita e independente das listas A e C (B não apresenta), com Abílio dos Reis candidato a presi-
dente e Rui Alberto Bastos e Nuno
Miguel Ferreira a vice-presidentes. O universo de votos é de 38, sendo expressos apenas os dos delegados
presentes na sessão magna. As associações regionais de ténis
de Açores, Algarve, Alto Alentejo, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Lei-ria, Lisboa, Madeira, Porto, Setúbal, Vila Real e Viseu têm dois delegados/
dois votos cada. O total é de 26 votos. A Associação de Árbitros de Ténis e a Associação Portuguesa de Treina-dores de Ténis dispõe de três delega-dos/três votos, enquanto a Associação de Jogadores de Ténis de Portugal
têm seis delegados/seis votos.
ELEIÇÕES FPT
JOSÉ CORRÊA DE SAMPAIO (na foto, com Vicente de Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal) despede-se da presidência da FPT
Decisão a três
No próx imo sábado, 20 de outubro, no Hotel Real Oei-ras, a assem-
bleia geral da
D.R.
9 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Lista A — Valle Domingues
Manuel Valle Domingues é o candidato a presidente da direção na Lista A, cujo lema é “Unir para Crescer”. Com percurso no dirigismo desportivo, pretende terminar com
o que entende de “algumas clivagens inter-associações” e deseja modernizar o setor da arbitra-gem. Na vertente económica-financeira, a diminuição da transferência de verbas
do Estado — que representa pouco mais de 70 por cento do orçamento da FPT — é “um dado adquirido”. “Só se pode trabalhar com o que se tem”, sublinha.
- Ter uma equipa homogénea, com pessoas que se conhecem bem e que gostam de trabalhar em conjunto, que são praticantes de ténis e que têm larga experiência profissional, em vários domínios. - Acabar com algumas clivagens exis-tentes inter-associações, para conse-guir uma boa integração entre os vários agentes do ténis, para que a modalidade possa crescer. Assim se justifica o lema escolhido. - Conhecer os problemas que o Fórum das Associações tem vindo a debater. - Analisar a situação da FPT quanto à área financeira e aos projetos em cur-so, no binómio custos/resultados, CAR, PNDT, Smashtour, Play+Stay, tal como as áreas de fomento e formação. - Modernizar o setor da arbitragem, com a instalação do sistema informáti-co que permita simplificar a análise dos dados recebidos. - Revitalizar o Conselho Técnico e pas-sar a usá-lo sempre que se justifique. - Prosseguir o trabalho em curso quan-to ao desenvolvimento do Beach Ten-nis, Ténis em Cadeira de Rodas e Padel. Avaliar a introdução do Ténis Classic.
Mesa da assembleia geral. Presi-
dente: Pedro Coelho, vice-presidente:
David Mendes Pinto, secretário: Alfre-
do Silva Appleton.
Direção. Presidente: Manuel Valle
Domingues.
Conselho fiscal. Presidente: Luís
Esteves Afonso, vice-presidente:
Mário Abreu, secretário: Albino Fel-
gueiras.
Conselho de justiça. Presidente:
Luís Filipe Tamegão, vice-presidentes:
Pedro Saldanha e Carla Maria de
Lima.
Conselho disciplinar. Presidente:
Vítor Correia de Pinho, vice-
presidentes: Emílio Silva Corrêa e
Ana Catarina Furtado.
A diminuição das receitas do Estado é um dado adquirido e não há volta a dar-lhe. Só se pode trabalhar com o que se tem. Haverá, por um lado, que ser criativo e ver o que se pode encontrar como alternativas, não partindo do princípio negativista de que não há patrocinado-res. Por outro lado, as iniciativas da FPT têm de ser adaptadas às receitas que existem, não se vai prosseguir com nenhuma iniciativa, só com a justifica-ção de que sempre se fez. Se for preciso cortar em áreas funda-mentais, a situação será devidamente ponderada e tomada a decisão ade-quada. O plano de atividades, que se pre-tende tão atraente e imaginativo quan-to possível, terá de ser adaptado aos recursos efetivamente existentes.
ELEIÇÕES FPT
— Principais linhas mestras da Lista A para o mandato
de quatro anos?
— O que se preconiza para atenuar quebra nas dotações do Estado e a escassez de patrocinadores?
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MANUEL VALLE DOMINGUES
68 anos
Aposentado
Natural
de Lisboa
Órgãos sociais
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— Principais linhas mestras da Lista B para o mandato
de quatro anos?
— O que se preconiza para atenuar quebra nas dotações do Estado e a escassez de patrocinadores?
Membro da direção do CT Porto desde 1992, Vasco Costa aposta na promoção do diálogo entre todos os agentes do ténis, para que a modalidade se desenvolva no anos vindouros. O atual presi-dente da direção do CT Porto defende a redução de custos e o aumento de receitas. O objetivo é o de “dotar a FPT de uma situação económica e financeira equilibrada”. Dinamizar a filiação de atletas, para possibilitar “uma receita significativa”, e instituir “Plano de Marketing”, para captar
patrocínios, são ideias do candidato da Lista B à sucessão de Côrrea de Sampaio.
10 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Lista B — Vasco Costa
ELEIÇÕES FPT
VASCO COSTA
43 anos
Administrador
de empresas
Natural
do Porto
Direção. Presidente: Vasco Costa.
Conselho fiscal. Presidente: Nuno
Barroca, vice-presidente: António
Correia, secretária: Filipa Correia.
Conselho de justiça. Presidente:
Paulo Cutileiro, vice-presidente: Filipe
Avides Moreira, secretária: Maria João
Santos.
Conselho disciplinar. Presidente:
Pedro Iria, vice-presidentes: António
Herdeiro e Rui Gama.
Em primeiro lugar, promover o diálogo entre os vários intervenientes do ténis, ou seja, FPT, Associações Regionais, Treinadores, Jogadores e Árbitros. Este penso ser um fator determinante para a criação das bases para o desenvolvimento do ténis nacional nos próximos anos e foi uma das grandes motivações para a minha candidatura. Para alcançar este objetivo, conto com uma equipa diretiva com grande expe-riência de gestão na modalidade e que vive o ténis no seu dia a dia. A elaboração de um plano nacional para o fomento do ténis, através da descentralização da atividade pelas Associações Regionais com o apoio da FPT é um pilar fundamental para aumentar o número de praticantes nos escalões mais jovens. A criação de uma Direção Técnica Nacional que trabalhe em articulação com os DT Regionais, de um Centro Nacional de Treino com uma estrutura forte e capaz de servir os nossos joga-dores e uma bolsa de apoio aos melhores e mais promissores atletas, são outros projetos que quero realizar no próximo mandato.
Atendendo à conjuntura económica torna-se necessário efetuar uma redu-ção dos custos e aumentar as receitas através de formas alternativas, com a finalidade de dotar a Federação Portu-guesa de Ténis de uma situação eco-nómica e financeira equilibrada. A dinamização da filiação de atletas praticantes, através de uma maior divulgação do cartão de federado e a associação ao mesmo de novas vanta-gens, pode vir a ser uma fonte de receita significativa. Assim, é funda-mental promover ações de Marketing pela FPT em conjunto com as Associa-ções Regionais junto dos clubes. Com a criação de um Plano de Mar-keting estruturado e através da dinami-zação da marca ténis, tenho a convic-ção que vai ser possível aumentar o número e o montante de patrocínios da FPT.
Órgãos sociais
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— O que se preconiza para atenuar quebra nas dotações do Estado e a escassez de patrocinadores?
— Principais linhas mestras da Lista C para o mandato
de quatro anos?
Consciente do “desafio enorme” numa conjuntura difícil — a dotação estatal para a FPT tem vindo a decrescer nos últimos anos (12 por cento em 2011 e cinco por cento este ano), José Melo Bandeira, que advoga a criação de “uma estrutura liderante” para “fazer crescer o ténis”, vin-
ca a necessidade de atrair “a confiança de todos os stakeholders, com vista a maximizar os recursos existentes e a garantir resultados”. Por isso, entende que deve haver “compromisso e
empenhamento de todos os intervenientes”, numa “abordagem estruturada e alinhada”.
11 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Lista C — José Melo Bandeira
ELEIÇÕES FPT
Mesa da assembleia geral. Presi-
dente: Luís Miguel Sequeira, vice-
presidente: Pedro Costa Macedo,
secretária: Patrícia Silva Lopes
Direção. Presidente: José Melo Ban-
deira.
JOSÉ MELO BANDEIRA
46 anos
Gestor de
empresas
Natural de
Moçambique
O sonho é o de ver o ténis de Portugal reconhecido internacionalmente e com estrutura de desenvolvimento sustentá-vel e profissionalizada. A nossa aposta é ter cada vez mais gente a praticá-lo e de forma organizada. Para tal, é necessário ter estrutura liderante ao nível nacional, mas totalmente integra-da com associações regionais e clu-bes; a abordagem passará por conse-guir uma operação capaz de financiar as necessidades atuais, mas, sobretu-do, capaz de criar e assegurar formas de financiar a ambição de futuro. A missão é aproveitar tudo o que de bom o ténis nacional tem e potenciar o seu desenvolvimento. A aposta é no trabalho estruturado e conjunto, para sermos dos melhores, dos treinadores aos jogadores, dos árbitros à organiza-ção dos eventos, dos dirigentes aos responsáveis autárquicos e tutela, das escolas à família. O projeto é o de fazer crescer o ténis, dignificando todos os intervenientes e promovê-lo como fator de integração e coesão social, num ambiente em que todos participem e pratiquem, com elevada competitividade e exigência, que per-mita construir vitórias e sucessos, gerando referências e assim sustentar um processo de melhoria contínua.
O desafio que temos é enorme, mas enorme é a nossa ambição e compro-misso, para que os nossos treinadores e jogadores possam atingir o sucesso nacional e internacional, para que os jogadores talentosos possam aparecer e crescer. É preciso uma abordagem estruturada e alinhada, dos clubes, das associações até à Federação. É preciso que o caminho a seguir seja claro para todos, e o compromisso e empenhamento de todos os interve-nientes seja inequívoco. O nosso objetivo é o de definir um programa, que tenha a confiança de todos os stakeholders, com vista a maximizar os recursos existentes e a garantir resultados, capitalizando os ativos existentes de forma a apresentar produtos tenísticos interessantes, e, desta forma, atrair agentes económi-cos, que se identifiquem com este pro-cesso e os valores que representa, gerando um interesse crescente dos media, garantindo cobertura que valori-ze e dignifique os participantes. Só assim se poderá desenvolver uma verdadeira e sustentada “indústria” do ténis em Portugal.
Órgãos sociais
12 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Brincar ao teatro e ao ténis
A umbigo – companhia de teatro, uma estrutura profissional de artes cénicas criana em junho de 2007, em Vila do Conde, estreia a 25 deste mês, no Centro Cultural de Carnide, a peça “Break Point”, apresentada como “um dos mais parvos espetáculos de pan-
tomina já criados”. Com o apoio da Federação Portu-guesa de Ténis, durante uma hora, três atores “brincam com o teatro e com o ténis”, como refere o encenador Rogério Paulo, que contracena tam-bém com André Imenso Cruz e Ricar-do Barceló, num “trabalho essencial-mente de teatro físico, gestual, de
pantomima e clownesco”. “São criadas situações peculiares no desenrolar de um jogo de ténis, onde três palhaços que assistem ao jogo passam pelas mais surreais e absur-das circunstâncias, sempre com o jogo a decorrer, sempre com o ténis presente, mas criando ações imaginá-rias alimentadas pelo ridículo clownes-co”, revela Rogério Paulo, acrescen-tando que se convida” o público a fazer parte dessa imaginação ao longo da peça, obrigando-o a estar sempre
em constante criação” com os atores. Rogério Paulo sublinha que o desa-fio “foi criar um jogo de ténis sem jogo de ténis, mas mostrando um jogo de
ténis a ser visto”. “Se acham que pode parecer confu-so, piora então quando tudo isto é representado por três palhaços”, frisa,
aduzindo: “Tal como nós, também terão de imaginar para ver este jogo, que é apenas sugestionado e representado por três atores palhaços, apenas com recursos à gestualidade e à intenção. O ténis, pela expressão que nos dava neste propósito de procura e criação de jogo humorístico e surreal, ofere-ceu-nos muito para desenvolver este trabalho da forma que pretendíamos.
Brincar com o teatro e o ténis, usando
A umbigo – companhia de teatro e a Federação Portuguesa de Ténis vão oferecer bilhetes para a estreia da peça “Break Point”, a 25 deste mês, no Centro Cultural de Carnide, às 21.30 horas. Na próxima semana, de 23 (terça-feira) a 24 (quarta-feira), esteja atento à página oficial da FPT na internet (www.tenis.pt).
Oferta de bilhetes
para a estreia
como mínimo possível, mas criando o máximo possível, o jogo constante entre todos”, refere o encenador e
ator. A umbigo– companhia de teatro está
em Lisboa desde 2010, para dar “con-
tinuidade aos seus objetivos” de “ser um espaço para a investigação, for-mação, experimentação e produção
de espetáculos teatrais”.
D.R.
13 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Inês Murta completou 15 anos a 31 de maio. Treinada por
Pedro Pereira e João Blaize, no
Tavira Racket Club, a irmã de André Gaspar Murta
é campeã nacional de sub-16
em singulares — o primeiro título nacional da sua carreia — e também
em pares mistos (com João Cla-
ro, também atleta do clube algarvio) no mesmo escalão. Este ano, juntamente com o irmão, André Gaspar Murta,
sagrou-se campeã nacional em
pares mistos em sub-18. Em 2011, foi
vice-campeã nacional em pares mistos (com João Claro) e
femininos (com Daniela Baptista). Recentemente, foi
finalista vencida em singulares no torneio internacional Beloura
Junior Open (sub-16), cedendo para Beatriz Rodrigues
Bento. No circuito da Tennis
Europe, em junho de 2011, averbou o primeiro título em sin-
gulares no Portimão International
Tournament Sub-14, prova que Venceu igualmente em pares,
ao lado de Daniela Baptista. Também no Algarve, nos mes-
mos ano e mês, venceu o torneio de pares do Albufeira Internatio-
nal Sub-14, formando dupla com Sofia Sualehé.
Inês Murta tem como melhor alegria no ténis a participação na Helvetie Cup (o Campeonato de
Europa Equipas sub-16), em
agosto deste ano.
O ténis é... bastante importante para
mim.
Jogo ténis porque... gosto.
O que mais gosto no ténis é... o facto de nos superarmos nos treinos e ter esses resultados nos
torneios.
O que mais detesto no ténis é... a
pressão.
Para mim, treinar é... superar-nos e dar cem por cento em todos os trei-
nos.
O sucesso significa… o resultado
do nosso trabalho.
No ténis, quero atingir... o topo.
Depois de vencer um encontro... tenho ainda mais vontade de traba-
lhar mais duro.
Quando sou eliminada num tor-
neio, fico... triste.
«Faltam apoios em Portugal»
Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi... quando fui ao
Campeonato da Europa de equipas.
E a maior tristeza no ténis foi... perder jogo, tendo três “match-
points”.
Em Portugal, o ténis precisa de... apoios, para seguir uma carreira
profissional.
Um ou uma tenista português no
"top" 10 seria... Maria João Koehler.
Um bom treinador é... simpático,
sábio e disciplinador.
O meu ídolo no ténis é... Maria
Sharapova.
O meu torneio preferido é... Wim-
bledon.
A minha superfície preferida é...
terra batida.
No meu saco, não dispenso... raquetas.
Inês Murta
15 anos
Pessoal
& transmissível
D.R.
14 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
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«So funny!...»
CARLOS FIGUEIREDO Jornalista
«TIE-BREAK»
«Você vai ali à Estátua
da Liberdade, apanha
um barquinho e vai sempre em frente, na direção
da Europa»
Este episódio aconteceu-me em finais da década de 80, em Nova
Iorque. No Open dos Estados Unidos como em qualquer lugar da Ter-ra, há sempre um grupo de jovens que se inscreve com muita antece-dência, para conseguir um lugar efetivo como auxiliar na competi-
ção. Na sala de imprensa sobranceira ao “court” central do Open dos Estados Unidos havia (e acho que continua a haver) um enorme ele-vador, do tempo da outra senhora, mas que funcionava perfeitamen-
te. Àquela hora morta, de manhã cedo, não tinha grande movi-mento e calhou-me entrar no elevador, onde havia apenas, além da minha pessoa, uma fun-
cionária. Durante a marcha lenta de três andares, notei que a rapariga olha-va muito para mim, como quem aguardava uma explicação: “De
que terra será este?” A curiosidade foi mais forte do que todas as outras atitudes e, avançando para mim a apontar o dedo à minha credencial, pergun-
tou:
— Portugal? Onde fica isso? Isto numa estudante universitá-ria, como depois vim a saber, só não é mais grave tratando-se numa funcionária eleita para o tor-
neio de ténis. Então, respondi-lhe, levando a coi-
sa para a brincadeira: — Portugal? É muito longe daqui. A candura da rapariga, possivel-mente uma senhora doutora, desar-mou-me completamente, quando ela
insistiu: — Como é que se vai para lá? Eu retorqui: — Muito simplesmente: você vai ali à Estátua da Liberdade, apanha um barquinho e vai sempre em frente, na direção da Europa, tendo apenas o cuidado de não tropeçar numas ilhotas próximas de um sítio chama-
do Açores. Ela limitou-se a responder, meio
incrédula: — Que engraçado! Não é novidade para ninguém a falsa sensação de cultura num país de tantos milhões de habi-tantes e que, forçosamente, não é por deixarem de dar pontapés na gramática que os jovens uni-versitários acabam sempre em dar
em grandes profissionais.
Associações Regionais
AÇORES ALGARVE ALTO ALENTEJO
AVEIRO CASTELO BRANCO COIMBRA
LEIRIA LISBOA MADEIRA PORTO
SETÚBAL VILA REAL VISEU