Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma...

20
Visitez Le Portugal jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português Num. 119 Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 www.facebook.com/museucombatente.oficial Ver na página 7 a chamada de apoio aos Comandos de Portugal do Corpo de Instrução do Curso 127 que foram constituídos arguidos. A vossa ajuda é necessária e bastante apreciada. Colaboremos. Pourquoi la zone euro est un échec Par Patrick Artus On peut considérer pour l’instant que la zone euro est un échec puisqu’on n’y observe pas les caractéristiques attendues dans une union économique et monétaire. La mobilité des capitaux entre les pays de la zone euro a disparu, les échanges commerciaux entre les pays de la zone euro n’ont pas profité de l’intégration monétaire et économique et, enfin, les entreprises européennes du secteur des nouvelles technologies n’ont pas profité de la présence du marché unique pour se développer. La zone euro n’a pour l’instant atteint aucun des trois objectifs d’une union économique et monétaire, constate le chef économiste de Natixis. Uma Comunidade empobrecida Dois indescutíveis valores deixaram-nos: o notável jornalista e ho- mem da rádio Fernando Cruz Gomes e o Professor José de Barros. Director das Escolas de Santa Cruz e Lusitana de Montreal Fernando Cruz Gomes Fernando Cruz Gomes, decano dos jornalistas portugueses no Canadá, faleceu na passada semana de forma inesperada. Druz Gomes nasceu em Portugal mas radicou-se durante 25 anos em Angola, onde desenvolveu grande actividade em vários jornais e postos de rádio continuando uma carreira que havia iniciado nos finais dos anos 50, no velhinho «Primeiro de Janeiro», diário que se publicava na cidade do Porto. Em África, na portuguesa terra de Angola, Cruz Gomes, acompanhou diversas vezes as tropas portuguesas nos confrontos com os guerrilheiros da UPA. Teve meritória actuação como profis- sional de comunicação social e des- taque para as diversas funções que ocupou nos jornais ABC Diário de Angola, Diário de Luanda «O Comér- cio», A Província de Angola (actual Jor- nal de Angola), e nas ondas na Rádio Eclésia, Rádio Clube de Benguela e Emissora Oficial de Angola, tendo sido Presidente da secção de Angola do Sindicato Nacional de Jornalistas. No Canadá desde 1975 foi director e fundador de alguns periódicos e vários anos correspondente da Lusa. Nos últimos tempos editava o semanal ABC Portuguese canadian Newsppa- per e era repórter na CIRV Radio e FPTV. Recebeu, com mérito, a Comenda do Infante D. Henrique. José de Barros 1939-2018 Professor de matemática de profissão no meio canadiano, José de Barros, sempre afável e de convívio fácil e acolhedor, foi Director da Escola Pri- mária de Santa Cruz e igualmente Di- rector propritário da Escola Secundária Lusitana da Montreal. Muito implicado nas questões de lin- guística e ensino em geral, foi pela sua batuta que se formaram centenas de jovens com o 11º ano, alguns dos quais, frequentaram mais tarde uni- versidades portuguesas, graças aos conhecimentos obtidos e ás equivalên- cias do ensino ministrado na Escola Lusitana. A cada vez mais reduzida demografia lusitana em Montreal e, cremos, em todo o mundo, e o desinteresse das famílias pela formação escolar de raíz portuguesa que se verifica em cada ano, privaram as escolas portuguesas do número de alunos indispensáveis para o bom funcionamento escolar, to- davia, o Proessor Barros foi suportan- do as dificuldades, fazendo milagres na administração e mantendo a mes- ma qualidade de ensino. Com ele desaparecerá também a Es- cola Lusitana? Esperemos que não.

Transcript of Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma...

Page 1: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

Visitez Le Portugal

• jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português • Num. 119 Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018

www.facebook.com/museucombatente.oficial

Ver na página 7 a chamada de apoio aos Comandos de Portugaldo Corpo de Instrução do Curso 127 que foram constituídos arguidos.A vossa ajuda é necessária e bastante apreciada. Colaboremos.

Pourquoi la zone euro est un échecPar Patrick Artus

On peut considérer pour l’instant que la zone euro est un échec puisqu’on n’y observe pas les caractéristiques attendues dans une union économique et monétaire. La mobilité des capitaux entre les pays de la zone euro a disparu, les échanges commerciaux entre les pays de la zone euro n’ont pas profité de l’intégration monétaire et économique et, enfin, les entreprises européennes du secteur des nouvelles technologies n’ont pas profité de la présence du marché unique pour se développer.

La zone euro n’a pour l’instant atteint aucun des trois objectifs d’une union économique et monétaire, constate le chef économiste de Natixis.

Uma Comunidade empobrecidaDois indescutíveis valores deixaram-nos: o notável jornalista e ho-mem da rádio Fernando Cruz Gomes e o Professor José de Barros. Director das Escolas de Santa Cruz e Lusitana de Montreal

Fernando Cruz Gomes

Fernando Cruz Gomes, decano dos jornalistas portugueses no Canadá, faleceu na passada semana de forma inesperada.

Druz Gomes nasceu em Portugal mas radicou-se durante 25 anos em Angola, onde desenvolveu grande actividade em vários jornais e postos de rádio continuando uma carreira que havia iniciado nos finais dos anos 50, no velhinho «Primeiro de Janeiro», diário que se publicava na cidade do Porto.

Em África, na portuguesa terra de Angola, Cruz Gomes, acompanhou diversas vezes as tropas portuguesas nos confrontos com os guerrilheiros da UPA.

Teve meritória actuação como profis-sional de comunicação social e des-taque para as diversas funções que ocupou nos jornais ABC Diário de Angola, Diário de Luanda «O Comér-cio», A Província de Angola (actual Jor-nal de Angola), e nas ondas na Rádio Eclésia, Rádio Clube de Benguela e Emissora Oficial de Angola, tendo sido Presidente da secção de Angola do Sindicato Nacional de Jornalistas.

No Canadá desde 1975 foi director e fundador de alguns periódicos e vários anos correspondente da Lusa.

Nos últimos tempos editava o semanal ABC Portuguese canadian Newsppa-per e era repórter na CIRV Radio e FPTV.

Recebeu, com mérito, a Comenda do Infante D. Henrique.

José de Barros 1939-2018

Professor de matemática de profissão no meio canadiano, José de Barros, sempre afável e de convívio fácil e acolhedor, foi Director da Escola Pri-mária de Santa Cruz e igualmente Di-rector propritário da Escola Secundária Lusitana da Montreal.

Muito implicado nas questões de lin-guística e ensino em geral, foi pela sua batuta que se formaram centenas de jovens com o 11º ano, alguns dos quais, frequentaram mais tarde uni-versidades portuguesas, graças aos conhecimentos obtidos e ás equivalên-cias do ensino ministrado na Escola Lusitana.

A cada vez mais reduzida demografia lusitana em Montreal e, cremos, em todo o mundo, e o desinteresse das famílias pela formação escolar de raíz portuguesa que se verifica em cada ano, privaram as escolas portuguesas do número de alunos indispensáveis para o bom funcionamento escolar, to-davia, o Proessor Barros foi suportan-do as dificuldades, fazendo milagres na administração e mantendo a mes-ma qualidade de ensino.

Com ele desaparecerá também a Es-cola Lusitana? Esperemos que não.

Page 2: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

A Chuva e o Bom Tempo

2

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

Nós somos o Portugal...Somos o Portugal das costas. Temos a Costa Verde, a Costa de Prata, a Costa de Lisboa, a do Algarve, temos o PM que é Costa e já tivemos um outro António que era de Santa Comba Dão, temos o Santo António, milagreiro — que era de Lisboa — e, há uns tempos já, o tal Costa, de prenome António, conhecido pelo de São Bento. Temos também os costas largas e as costas estreitas que não dá para arrecadarem falhanço nenhum. Quer dizer, de terem as costas estreitas acabam por passar pelo buraco das fechaduras ou até, pela chuva sem se molharem. Normalmente, são investidos de certos poderes que defendem unhas e dentes, aproveitando-se de fazerem parte dum grupo e como tal, mais fácil de sacodir a água do capote, lançando as culpas sobre qualquer outro. Que acaba sempre por iludir responsabilidades e então começa a saga do não sei, não vi, não estava lá...

Por fim, lá vem a demissão por motivos familiares ou de saúde. Não impede que sejam vistos logo a seguir, como administradores de qualquer empresa do Estado ou na arena pública, contrariando as afirmações feitas pouco tempo antes.

Estes os costas estreitas. Que vamos suportando. Para quê zangas e conflitos polémicos se todas as semanas temos futebol nos campos ou na TV para adormecer os refilões? Sempre assim foi, desde tempos imemoriais de que todos se queixavam sem, no momento presente, encontrar parecenças...

Ah! Mas temos a Liberdade! Somos Europeus!! Somos democratas!! Para, apenas, poder dizer não importa quê e alimentar as discussões que vão variando sempre para os problemas do Presidente de um determinado clube, saga malvada, irrelevante, com que vão desfrutando as cervejas e tremoços da cervejaria mais próxima.

Nós somos o Portugal, que tem armamento supostamente guardado em locais protegidos (?!!), que foi roubado, dando origem à mais bizarra explicação, chegando-se mesmo a fazer crer aos incautos, ingénuos cidadãos, de que nos entrepostos não havia armas nenhumas e nada teria sido roubado! Até o dia em que acusaram certos militares. Estes não se deixaram iludir nem assumir responsabilidades de que não estavam incumbidos. Surpreendendo os “chefões” e tendo saído da reserva onde habitualmente vivem, vieram ao palco informar o conhecimento prévio de que terá tido o ministro e, por assim dizer, o conjunto do (des) governo em funções. Confusões, branle bas de combat, afirmações e contra afirmações e, pelo meio, os piedosos desejos do PR, Comandante Supremo das Forças Armadas, esperando uma solução e explicação clara dos acontecimentos. Estamos nisto, Neste Portugal de costas e contracostas...

Nós somos o Portugal da Costa Verde, cujas maravilhosas paisagens duma beleza natural são palco duma orgulhosa tradição. Situada a noroeste do país tem temperaturas confortáveis tanto no Verão como no Inverno, densa vegetação, impressionantes montanhas, por onde se avizinham aldeias e vilórias que à noite, iluminadas, parecem figuras de presépio. Das regiões mais ricas em tradições e produtos de consumo interior e de exportação, o Minho e Douro, têm no seu seio cidades como o Porto, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Valença, Barcelos e Ponte de Lima — para só enumerar algumas, que são exemplos de casamentos felizes entre a herança popular e a elegância cosmopólita. Como no caso de Valença e Tuy...

Nós somos o Portugal da Costa de Prata, que se situa entre Lisboa e Porto, com larga miscelândia de locais de interesse seguindo a costa marítima com praias extraordinárias como a Figueira da Foz, a ria de Aveiro e as salinas, os vistosos barcos moliceiros, a Batalha — comemorando a estrondosa vitória das armas portuguesas sobre os eternos adversários castelhanos, Alcobaça, Fátima, Coimbra e a sua Universidade, Óbidos — a cidade das Rainhas —, Tomar e o Convento de Cristo, e tantas outras razões de ser apreciada.

Nós somos o Portugal, país independente desde o 5 de Outubro de 1143, pelo Tratado de Zamora, sendo um dos mais antigos países da Europa, com fronteiras estabelecidas desde 1297. Credores da expansão da Fé e da Civilização europeia, somos detentores da Maior Epopeia Marítima conhecida, tendo descoberto não só a Àfrica como a Índia, Brasil, China e Japão, aonde não só levaram os conhecimentos da época como também, uma Língua ainda reconhecida como de grande interesse internacional. Portugal tem um riquíssimo património monumental através de todo o país.

Nós somos o Portugal onde se espraiam as sucessivas culturas desde épocas romanas até a dos árabes, nas verdes lezírias e extensas searas

douradas do Alentejo, salpicadas de papoilas, onde predominam os sobreiros vestidos da cortiça de que somos um dos maiores exportadores mundiais. As oliveiras e azinheiras completam a paisagem, dando sombra para temporariamente protegerem o viajante do Sol abrasador. Os tapetes de Arraiolos, tapeçarias de Portalegre e bordados de Nisa, os ferro forjados, mobiliário pintado à mão, artigos de cabedal, olaria e louça de barro vidrada e pintada, juntamente com ricas especialidades gastronómicas e a grande variedade de vinhos de mesa, são ricos testemunhos das Planícies, de povoamento disperso e horizontes largos, vivendo ao ritmo do som indolente dos cantares regionais. O Canto Alentejano foi nomeado Património Mundial da Humanidade.

Nós somos o Portugal, do céu azul, Sol e praias que se estendem por mais de 850 kilómetros de areia fina e mar por vezes agitado, como na zona da Nazaré, às águas serenas e quentes do Algarve, faixa de território voltada para o continente africano, conquistada aos mouros em 1292, que deixaram traços de uma arquitectura singular, donde sobreçaiem as rendilhadas chaminés, as açoteias e as quadrangulares casas caiadas. As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar as grandes extensões nevadas de que uma princesa do Norte da Europa sentia saudades, que o seu rei mandou plantar para a amenizar. Lenda que ainda se continua a propagar.

Nós somos o Portugal da Costa de Lisboa. Cidade conquistada aos Mouros em 1147, é lendária nos seus 20 séculos de História. Cidade vestida de cores alegres nas fachadas dos prédios revestidos de azulejos, a zona mais antiga em construções, ruas e vielas da época mourisca e por isso, chamada Mouraria. Foi aqui que ficaram os Mouros por autorização do rei D. Afonso Henriques, na altura da conquista. É aqui, que terá sido criado o Fado. Canção nacional, espalha-se por todos os bairros e mesmo noutros países onde vive um crescente Portugal expatriado. Zonas como Sintra, Mafra, Estoril e Cascais, são, entre outras, locais de uma beleza excepcional, apreciadas por quem nos visita ao longo dos anos. Lisboa é rica em monumentos e locais de lazer.

Num círculo relativamente curto em raio, encontramos Sintra e os seus palácios, tanto o da Pena como o da Rainha — no centro da cidade — ostentando história e arquitectura de relevo, bem acompanhados pelo Palácio da Regaleira e outros monumentos dignos de registo, não esquecendo o parque da serra onde instalaram para o prazer dos visitantes, lindas estufas donde brotam flores e arbustos variados, desenvolvidos em cativeiro segundo cuidados de especialistas.

Enontram-se em Lisboa, para além da Assembleia da República composta de 230 deputados e demais assessores e ajudantes destes, os representantes ministeriais, presidente da Assembleia e, naturalmente António Costa, actual chefe do Governo. Que normalmente, não sabe nada do que se passa à sua volta... Chegamos então, ao final desta resenha meio turística, que é também, fulcral deste apontamento: As instalações do desactivado Regimento de Artilharia de Costa da Serra de Arrábida, que é assunto de texto mais elaborado na página 12, cujos canhões e demais estruturas estão em triste abandono e expostos ao vandalismo. Pergunta-se, por que não recuperar o património, tranformando-o em local de lazer de carácter histórico?

Ou terão receio dos comentários e críticas dos grupelhos de pseudo iluministas que tudo criticam e pretendem modificar por ser moderno e abafar o trilho da História «querendo impunemente destruir a memória colectiva de um povo.» ?

Nós somos o Portugal, país dos portugueses, onde traidores e amantes de estrangeirismos são intimados de abstenção.

Nós somos o Portugal, defensor da civilisação e do cristianismo.

Nós somos o Portugal que é terra de cultivo e de passado, que no presente, respeita os Valores e os feitos dos nossos antepassados. Nós somos o Portugal que defende a sua Língua Portuguesa. A única.

Nós somos o Portugal que apesar da corrupção confrangedora e criminosa, ainda quer acreditar no poder e capacidade de restabelecimento do país. Para isso, continua cegamente a depositar quantias consideráveis para ajudar a economia nacional. Apesar das fraudulosas perdas sofridas!

Raul Mesquita

Page 3: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

3

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

CoimbraLA BEAUTÉ ET LE SAVOIRUne passion séculaire. Une passion intelligente. Coimbra, ancienne et toujours chantée, a, pour reine de son cœur, l’Université. La vile entière lui sert de trône. Le Mondego de miroir royal.Joyaux et traditions précieusement conservés. La Tour, élégante et svelte, symbole de charme et de grandeur. La Salle des Capelos et le cérémonial des solennités universitaires. La Bibliothèque Joanina (D. Joao V) immense et somptueuse. La Chapelle S. Miguel et son atmosphère de recueillement. La Via Latina et le rituel des cortèges de doctorat. La Porta Férrea et l’émotion estudiantine des premiers jours. Dans le Patio das Escolas entouré de tant d’art et de science, les séduisantes capes noires des étudiants radieux d’allégresse pendant la «Queima das Fitas» — la plus grande fête de l’Université de Coimbra. Toujours la passion et la «saudade» dans le fado de Coimbra que chantent les étudiants en de romantiques sérénades.

LES TRESORS DU PASSÉ

Cite historique dont les monuments sont de véritables trésors artistiques. Formes et styles de tous les âges et siècles. La Sé Velha, le plus beau monument roman du Portugal. Les merveilles de l’église de Santa Cruz qui rappellent que Coimbra fut le berceau de la Renaissance au Portugal. Portails et fenêtres manuélines de rêve comme celle de la chapelle S. Miguel ou du Palais de Sobre Ripas. L’Arc de Almedina, la rue do Quebra-Costas et la Tour de Anto, fascinantes reliques médiévales. Le Musée Machado de Castro et ses admirables collections de sculpture, peinture, orfèvrerie et tapisserie. L’imposant Monastère de Santa Clara-A-Nova, lieu de l’eternel repos de la reine Santa Isabel, sainte patronne de Coimbra, et superbe point de vue panoramique. Le Parc de Santa Cruz ou Jardin de la Sirène, surprenant de beauté et de grandeur.La joie du retour à l’enfance et les nombreux monuments et maisons typiques en miniature du «Portugal dos Pequenitos», véritable merveille pour les enfants. A peu de distance, Conimbriga, cité romaine de villégiature, fameuse pour ses mosaïques admirablement bien conservées, par sa spectaculaire Maison aux Jets d’Eau dont le jardin a plus de quatre cents jets d’eau, par ses thermes et par son Musée.

LES CHARMES ET LES SOUVENIRS

La beauté sereine de la ville qu’entourent des panoramas inoubliables. Dans la Ville Haute, les rues étroites pleines de linge qui sèche, les métiers d’autrefois, les émirs charmants, les arcs et les passages médiévaux, les rues aux noms suggestifs, des brèches de soleil et de vie, des échappées sur le Mondego et la Tour, des auvents fleuris. La bohème des «repúblicas» aux noms pittoresques où les étudiants réalisent leur idéal d’indépendance. Et l’ardeur des passions juvéniles.Mais, si la Vile Haute est par excellence la zone des étudiants, la Ville Basse est le centre commercial. Les rues pleines de vie et les vitrines tentantes. Places historiques ou des terrasses de café vous invitent. Jardins au bord de la rivière, ombrages et fleuris de roses. Et la beauté de la faïence de Coimbra peinte à la main comme aux XVIIème et XVIIIème siècles.Ne manquez pas de goûter les spécialités: la lamproie au riz à la mode de la Vallée du Mondego et la «chanfana» de chevreau au vin et, en dessert, les «queijadas» (gâteaux au fromage blanc), les «manjares brancos» (blanc manger), les gâteaux de Santa Clara et les «arrufadas».

1

2

3

4 5 6

71-Coimbra vue partiel2-Fado Coimbra3-Université4-Bibliotèque5-Conimbriga6-Portugal dos pequeninos7-Horloge de la tour •

Page 4: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

4

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

Nouvelle-Calédonie : à Ouvéa, Macron joue l’apaisement des mémoires

Trente ans après l’assaut de la grotte qui fit 21 morts, le chef de l’État s’est rendu samedi à Ouvéa en Nouvelle-Calédonie, en signe d’apaisement.

Source AFP

Emmanuel Macron n’a pas déposé de gerbe sur la tombe des 19 militants kanak, tués en 1988 lors de l’assaut de la grotte d’Ouvéa en Nouvelle-Calédonie, mais a été chaleureusement accueilli et remercié par la population, touchée par sa présence en « ce moment fort ». Un collectif d’habitants de Gossanah, tribu où se trouve la grotte, mène campagne depuis mi-avril pour s’opposer à la venue du président, qualifiée de « provocation ».

Samedi matin, un barrage filtrant de gendarmes avait été dressé à la hauteur de Gossanah, dans le nord de cet atoll, au cas où ce groupe, très minoritaire, aurait souhaité perturber la visite. « On n’a jamais eu l’idée [d’user de, NDLR] violence, on n’a pas d’arme, juste des drapeaux kanak », a expliqué l’un de ses membres. Pour « apaiser tout le monde » et « compte tenu de cette voix dissidente », comme il l’a expliqué à son arrivée, Emmanuel Macron est resté de l’autre côté de la route, entouré d’enfants et d’officiels, au moment où les familles des 19 militants ont déposé une gerbe sur le mémorial de Wadrilla.

Dans cette île meurtrie par les violences entre indépendantistes et loyalistes des années 1980, de longs processus de réconciliation et de pardon ont été accomplis avec les gendarmes et entre familles. Des couronnes ont ainsi été déposées sur trois plaques en granit du monument : celles à la mémoire des deux leaders kanak, Jean-Marie Tjibaou et Yeiwéné, et celle de Djubelly Wéa, qui les assassina le 4 mai 1989. Orignaire de Gossanah, ce pasteur aux idées radicales s’opposait à la paix des accords de Matignon, du 26 juin 1988.

Refermer les plaiesSur les lieux de ce drame, à la chefferie de Wadrilla, Emmanuel Macron a été accueilli selon les rites coutumiers avec un échange d’offrande – tissus, fleurs, sculptures – dans une ambiance à la fois solennelle et heureuse, compte tenu des nombreux enfants, venus « voir le président ». « J’ai voulu aller plus au contact dans une année importante [un référendum sur l’indépendance a lieu le 4 novembre]. Nous savons tous les pleurs et les souffrances et aussi ce qui a été fait par vous tous dans un travail lent et patient », a déclaré le président, en hommage aux démarches des habitants pour refermer les plaies.

Emmanuel Macron est le premier chef d’État à se rendre à Ouvéa depuis la tragédie, et son déplacement intervient trente ans jour pour jour après l’assaut militaire contre la grotte, le 5 mai 1988. Sous les applaudissements de plusieurs centaines d’habitants, le président a planté un cocotier, symbole de vie dans la culture kanak. Il avait à ses côtés un des fils d’Alphonse Dianou, chef du commando FLNKS qui attaqua, le 22 avril 1988, la brigade de Fayaoué et fut tué lors de l’assaut le 5 mai dans des conditions controversées.

« Il vient sur l’île pour rendre hommage »Auparavant, Emmanuel Macron a rencontré, à huis clos, les familles qui souhaitaient le voir. « Des moments intenses, des gens ont versé des larmes », selon l’Élysée. Sa visite « n’est pas une provocation, il vient sur l’île pour rendre hommage », s’est félicité un habitant de cet atoll à la plage longue de 25 kilomètres. « Je lui tire mon chapeau, ça fait trente ans qu’il y a eu les événements, il n’y a que lui qui a foulé le sol d’Ouvea. [...] La France vient s’agenouiller pour nos martyrs, c’est pas n’importe quoi », a confié à l’Agence France-Presse, Kaco, un habitant de la tribu de Banutr.

Mais un autre, qui a préféré rester anonyme, a estimé, drapeau kanak à la main, que le chef de l’État venait « humilier [leurs] morts ». Entouré des élus locaux et des responsables coutumiers kanak d’Ouvéa, le chef de l’État avait entamé la

matinée par un dépôt de gerbe à la gendarmerie de Fayaoué à la mémoire des quatre gendarmes tués le 22 avril lors de l’attaque de la brigade, et des deux militaires morts pendant l’assaut. Des élèves du collège ont ensuite entonné la Marseillaise puis l’hymne calédonien dans cette petite brigade située face au lagon de cet atoll, parmi les plus beaux du Pacifique.

Référendum en Nouvelle-Calédonie : Macron dit son « immense fierté »l’État a salué la « sincérité » du scrutin.

Par Le Point.fr

La Nouvelle-Calédonie a choisi de rester française. Alors que l’ensemble des bulletins de vote ont été dépouillés, le « non » à l’indépendance de la Nouvelle-Calédonie l’a définitivement emporté avec 56,4 % des voix contre 43,6 % pour le « oui », a fait savoir le Haut-Commissariat. Le scrutin a bénéficié d’une forte participation : 80,63 %, selon les chiffres définitifs. Quelque 174 154 électeurs sur les 270 000 habitants du Caillou étaient appelés à répondre « oui » ou « non » à la question « Souhaitez-vous que la Nouvelle-Calédonie accède à la pleine souveraineté et devienne indépendante ? »

À la mi-journée, Emmanuel Macron s›est exprimé depuis l›Élysée afin de saluer le résultat du vote. Après avoir salué « l’engagement des forces politiques calédoniennes et des autorités kanakes », le président de la République a rappelé la « stricte neutralité de l’État dans cette consultation ». « Nous avons garanti la loyauté et la sincérité de ce scrutin. » Il a également salué les efforts d’une « campagne responsable, respectueuse des points de vue adverses ».

L’« immense fierté » d’Emmanuel Macron

Lors de son discours, Emmanuel Macron a tenu à afficher son « immense fierté », celle de voir que « la majorité des Calédoniens [ont] choisi la France ». Un choix qui, selon lui, témoigne d’une « marque de confiance » de la Nouvelle-Calédonie envers la France. De l’avis du chef de l›État, ce référendum était le « rendez-vous que les Calédoniens et l’État s’étaient donné pour surmonter les divisions ». Il est dorénavant temps de se tourner vers l’« avenir » afin de « se saisir des responsabilités larges », a également avancé le chef de l’État.

La classe politique n’a pas tardé à réagir à cette décision populaire. « Nos compatriotes de Nouvelle-Calédonie ont affirmé aujourd›hui avec clarté leur appartenance à la République française. [...] En ce jour si important pour le Caillou, je garde en tête ces mots du général de Gaulle adressés il y a 52 ans aux Calédoniens : Vous avez un rôle français à jouer dans cette partie du monde. Vous êtes un morceau de la France, vous êtes la France australe », s’est félicité le patron des républicains Laurent Wauquiez. Même euphorie du côté du Rassemblement national : « Ce formidable attachement des Calédoniens à la France doit se traduire très vite par la proposition d›un nouveau texte qui ancrera définitivement la Calédonie à la France », a déclaré Marine Le Pen.

Même Manuel Valls, occupé à briguer la mairie de Barcelone, y est allé de son petit commentaire. « Avec une participation exceptionnelle, les Calédoniens ont fait le choix clair de la France. Il appartient désormais à tous, dans le respect de chacun, de préparer l›avenir de la Nouvelle-Calédonie. Je suis fier d›avoir participé à la réussite de ce processus », a-t-il réagi sur Twitter. Seule La France insoumise s’est attristée de l’issue du référendum. « Le résultat du référendum est une profonde déception pour tous ceux qui croient à la nécessité d›une pleine souveraineté des populations de l›archipel. [...] Les parlementaires de La France insoumise adressent aux populations qui se sont exprimées un salut républicainconfiant dans l’avenir de la paix et de la souveraineté populaire », a lancé le parti de Jean-Luc Mélenchon dans un communiqué.

Page 5: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

5

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français jornal comunitário em Português - journal communautaire en

Rosa dos Ventos Rose des Vents

Aldeia histórica de Sortelha recria ambiente do século XIVA aldeia histórica de Sortelha, no Sabugal, recebeu mais uma edição do evento “Muralhas com História”, que recriou o ambiente vivido no século XIV, no reinado de Pedro I.

A iniciativa da Câmara Municipal do Sabugal inclui recriações históricas, um mercado da época, exposições, artes circenses, torneios de armas a pé e a cavalo, jogos medievais e animação infantil, entre outras actividades.

Segundo a autarquia, “Muralhas com História” é um evento temático, “preenchido pelo burburinho dos mercadores e dos artesãos, pelos cavaleiros que mostram a sua audácia em combates, pelo espírito de euforia que invade todo o burgo com as personagens que vagueiam e com os sons de coreografias e fantasias característicos de uma época que foi de outras conquistas, de outras mentalidades, de outras culturas, entrando no encanto próprio da época medieval”.

“Esta recriação histórica é um projeto cuja oferta cultural é uma estratégia de valorização, revitalização e promoção do património e do próprio território, com a intenção de possibilitar a todos o acesso a eventos deste tipo de expressão”, acrescenta.

A fonte refere ainda que o cenário do evento permite “aproveitar o património, dando-lhe vida e criando um ambiente ímpar e de forte expressividade”.

A edição deste ano de “Muralhas com História” transportará o visitante “ao Reinado de Dom Pedro I, O Justiceiro (1357-1367)”, indica a autarquia do Sabugal, presidida por António Robalo.

“Num ambiente de festa, com muitos mercadores, taberneiros, donzelas e cavaleiros e personagens infindas que nos remetem para a época medieval, vivemos três dias avassaladores/cheios de tudo no antigo burgo de Sortelha”, vaticina o município do Sabugal, no distrito da Guarda, localizado junto da fronteira com Espanha.

A fonte lembra que o reinado de Pedro I “foi o único no século XIV sem guerra” e que ficou “marcado com prosperidade financeira”, daí ficar na memória como “um bom reinado”.

O rei “evitou guerras conseguindo aumentar o tesouro, cunhou ouro e prata e exerceu uma justiça exemplar, sem discriminações, julgando, de igual modo, nobres e plebeus”.

“Contudo, o Justiceiro ficará para sempre ligado a uma das mais bonitas histórias de amor da monarquia lusa. A história de Dom Pedro com Dona Inês de Castro inspirou vários escritores e dramaturgos, nacionais e estrangeiros, ao longo dos séculos”, remata.

Do programa do evento, destaque para a abertura do mercado com um cortejo e para o espetáculo “Bênçãos e Maldições”, pelo Grupo de Teatro Anel de Pedra.

A Câmara Municipal do Sabugal sugeriu aos visitantes que, uma vez mais, se deslocassem para a aldeia histórica de Sortelha em transporte colectivo gratuito, utilizando o autocarro que fez o percurso de ida e volta, entre a cidade do Sabugal e aquela localidade.

Page 6: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

6

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

Alfredo Marceneiro

Se fadista houve que, de modo absolutamente incontestável, marcou a história e a evolução do fado, ele foi Alfredo Duarte... marceneiro por profissão e Marceneiro de nome artístico. A sua longa carreira abrangeu praticamente todo o século XX e todas as diferentes fases por que o género passou, dos bailes de bairro, cafés de camareiras e retiros, até às casas de fado e edições discográficas. E a Marceneiro se devem algumas das mais clássicas e aclamadas composições do género embora ele não fosse compositor nem tivesse educação musical.Alfredo Duarte era realmente marceneiro, ofício que se viu forçado a aprender aos 14 anos após a morte do pai. Marceneiro nascera em Lisboa em 1892, filho de um sapateiro, tinha um certo gosto pela representação e teria gostado de aprender música, gosto que herdara da mãe. A sua voz fora já notada em algumas cegadas carnavalescas, típicas do início do século XX, em que participara. Mas era preciso sustentar a família e Marceneiro começou por ser aprendiz de encadernador, por acaso na oficina onde também trabalhava um dos primeiros fadistas de renome, Júlio Janota. A opção pela marcenaria surgiu mais tarde, quando compreendeu que a encadernação não lhe deixava o tempo desejado para participar nas cegadas e bailes onde podia dar livre curso à sua paixão pela música e pelo fado.Nesse tempo os bailes abriam-se a todos aqueles que tivessem habilidade e gosto para cantar e a voz de Marceneiro começou aí a destacar-se, embora ele próprio não considerasse ter uma grande voz. Ao contrário dos fadistas de carreira, que se podiam dar ao luxo de encomendar letras especificamente para o seu repertório, estes amadores interpretavam versos que eram publicadas nas muitas revistas de fado existentes, dirigidas por nomes célebres como o cantor Carlos Harrington ou o letrista Linhares Barbosa.

Conhecido inicialmente por Alfredo Lulu pelo cuidado que colocava na sua aparência (cantava de laço em vez da tradicional gravata, que só muitos anos depois substituiria pelo lenço de seda que se tornaria na sua marca registada), só na década de vinte o fadista passaria a ser conhecido artisticamente como Marceneiro, numa altura em que a sua reputação já era assinalável no meio. Não se limitava aos bailes ou desgarradas; era também presença assídua dos célebres “cafés de camareiras” que, aliás, recordaria anos mais tarde numa das suas melhores criações, e numa das primeiras casas de fado, o Catorze do Rato, onde foi notado pelo poeta popular Manuel Soares, que lhe escreveu as suas primeiras letras.

É em 1924 que recebe o seu primeiro contrato profissional, actuando no Chiado Terrasse. Até aí cantava para pagar o jantar, reflectindo a tradição fadista que levava os cantadores a actuar apenas uma ou duas noites por semana para não privarem os colegas de trabalho, e a interpretarem apenas o seu próprio repertório. Quase todos os cantadores tinham empregos diurnos para ganharem o seu sustento, pois não existia direitos de autor e um fadista não podia viver apenas do dinheiro ganho nas noites de actuação. Era uma época de verdadeiro amadorismo, em que os fadistas cantavam por gosto sem pensar na aclamação do público ou no cachet que receberiam no fim; é, aliás, desta época que datam as desgarradas e cantares ao desafio, nascidos das “guerras” amigáveis entre cantadores que definiam as suas qualidades e reputação. Só com a implantação das casas típicas de fado o panorama se começou a alterar e Marceneiro foi um dos que mais se popularizou graças a elas, chegando inclusive a ser convidado para cantar em revistas teatrais, onde se estreou em 1930.

O estilo Marceneiro impunha-se aos poucos. Contornava os limites da sua voz fazendo aquilo que ficou conhecido como “estilar”, pequenas improvisações vocais que desenvolviam a melodia e reflectiam o “estilo” pessoal do cantador. Foi o primeiro a cantar de pé, colocando-se atrás dos guitarristas, para que o público tivesse a noção de quem era o artista, com uma postura castiça, quase de actor. E, numa recordação dos cafés de camareiras, impunha cantar na obscuridade, apenas à luz de velas.Verdadeiro purista do género, impôs um estilo de interpretação que realçava a

letra sobre a melodia e implicava acompanhamentos discretos; nada de floreados dos guitarristas nem improvisos melódicos. Para Marceneiro, o fado era uma canção de texto com uma história que se contava ao ouvinte. Nunca seguiu as inovações dos fados musicados ou fados-canção, respeitando a pureza do fado tradicional sem refrão. Muitos dos improvisos estilísticos que criou seriam registados como melodias de sua autoria; outras composições que escrevia de ouvido ficariam célebres. Entre elas destacam-se Olhos Fatais, Senhora do Monte, Lembro-me de Ti, ou as incontornáveis Há Festa na Mouraria e A Casa da Mariquinhas.

O seu primeiro disco foi gravado em 1929 mas, apesar de ser contemporâneo da popularidade da gravação discográfica, Marceneiro gravou pouco, embora o pouco que tenha gravado seja ainda hoje um marco na história da música portuguesa - ficou célebre o seu álbum The Fabulous Marceneiro de 1960, onde muitos dos seus grandes clássicos estavam reunidos. Mas o fadista achava que a divulgação que o disco trazia ao fado lhe era nefasta e, sobretudo, não gostava de estar em estúdio! Precisava da presença e do calor do público à sua frente, necessitava de um ambiente nocturno e semi-obscuro para o seu talento desabrochar. Ora, os estúdios de gravação funcionavam de dia e a luz natural incomodava-o, ao ponto de apenas conseguir gravar de olhos vendados ou com as janelas cobertas com espessos panos pretos, para não deixar passar a luz do sol... Era na noite lisboeta e nas casas de fado que se sentia em casa. Nunca fez digressões ao estrangeiro e raras vezes cantou fora de Lisboa; e nunca abandonou o seu emprego de marceneiro, do qual se reformou em 1959.

Mas da carreira artística nunca se reformaria realmente: em 1963 foi-lhe feita uma festa simultaneamente de homenagem e despedida no Teatro São Luiz que pretendia marcar oficialmente o seu abandono da actividade artística. Marceneiro tinha então 71 anos mas continuaria por mais vinte anos a percorrer a noite lisboeta, saindo até altas horas da madrugada!O seu feitio também ficou lendário; com o boné e lenço ao pescoço, Marceneiro não era pessoa de dizer mal dos colegas (apadrinhou, inclusive, muitos deles, ajudando Hermínia Silva e Amália Rodrigues, desgarrando regularmente com Fernanda Maria e Fernando Farinha), mas quando alguém se metia com ele não se privava de “mimosear” o “agressor” com uns quantos vitupérios bem colocados. Os guitarristas que não se enquadravam na sua maneira de ver o fado eram particularmente visados, e são muitos os casos recordados, por aqueles que privavam com Marceneiro, nomeadamente pequenas querelas com virtuosos. Em 1980 retirou-se oficialmente dos palcos ao receber a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa por iniciativa da Câmara Municipal. Faleceu com 91 anos de idade, a 26 de Junho de 1982.O seu filho Alfredo Duarte Jr. fez também carreira como fadista, embora sem atingir a popularidade e importância do pai, e o neto Vítor Duarte tem trabalhado para manter viva a memória do avô, nomeadamente através da edição do livro biográfico «Recordar Marceneiro».

PdF

Page 7: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

7

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

CONTA SOLIDÁRIA DE APOIO AOS COMANDOS DO CORPO DE INSTRUÇÃO DO CURSO 127

QUE FORAM CONSTITUÍDOS ARGUIDOS

NIB:0033-OOOO-45536014942-05

Desde os infaustos acidentes ocorridos durante a instrução do 127º Curso de Coman-dos que a pretexto do então ocorrido - que todos lamentamos profundamente e sobre os quais já publicamente nos manifestámos - os Comandos têm vindo a ser alvo da mais sórdida campanha para denegrir a sua imagem e competência, pretendendo-se assim atingir a sua coesão e os Valores em que acreditam, servem e defendem.E com eles, como objectivo último, a Instituição Militar em que se integram.19 Comandos foram entretanto constituídos arguidos num processo que em breve iniciará a fase de julgamento.É do conhecimento de todos que a situação destes militares tem sido votada a um total alheamento e indiferença pela Instituição em que se integram, que nunca lhes manifestou qualquer solidariedade institucional nem preocupação pelos constantes atentados à sua dignidade, idoneidade e bom nome, não lhes permitindo, inclusive, participar em missões internacionais, não os promovendo e nem sequer lhes dando apoio judiciário.

Em consequência, estes militares vêm-se na necessidade de arcar com custas judi-ciais e honorários dos seus representantes de defesa, não tendo, face aos venci-mentos que auferem, condições sócio-económicas compatíveis com tais encargos, sendo necessário o recorrente recurso a colectas de camaradas e à representação por defensores que advogam a título gracioso, situação que, a curto prazo, se tornará, por certo, insustentável.É de elementar justiça deixar aqui um muito sentido agradecimento aos advogados e sociedades de advogados que de forma pro bono têm vindo a apoiar alguns dos nossos camaradas, assim como às Instituições sócio-profissionais que de forma tão empenhada lhes têm também prestado a sua solidariedade e apoio.Mas não é suficiente - por isso, a Associação de Comandos abre uma Conta Solidária apelando aos Comandos e aos Homens de Boa Vontade para que nela depositem, sempre que possível, a sua ajuda para se poder acudir aos avultados custos de um processo como este.Contamos com o apoio de cada um de vós!A Associação de Comandos agradece-vos.

NIB:0033-OOOO-45536014942-05

MAMA SUMÉ

O President da Direcção Nacional José Lobo do Amaral

Page 8: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

8

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

Petit guide du Portugal à travers le tempsPar Elisabeth Blanchet

Photos de Manuel Nascimento Longeant l’Océan Atlantique à l’ouest et l’Espagne à l’est, le Portugal a les dimensions d’un “petit pays”. Pourtant, il a beaucoup à offrir en terme de paysages – splendeurs côtières, parcs naturels, vallée du Douro – , de villes – Lisbonne, Porto, Braga – mais aussi d’histoire. De la découverte des Nouveaux Mondes à la Révolution des Oeillets en passant par la construction de l’Empire atlantique, les alliances britanniques et les colonies africaines, ce “petit pays” a joué un rôle majeur dans le développement de l’Europe. Manuel do Nascimento, auteur de l’ouvrage, Histoire du Portugal, une chronologie, publié aux éditions L’Harmattan, invite les lecteurs de Voyageons Autrement à découvrir le Portugal à travers son histoire riche et foisonnante, en partageant non seulement ses spots culturels et historiques préférés mais aussi ses meilleures adresses pour manger, se loger et sortir, tout en restant dans la même veine historique et culturelle.

Pour vous aider à préparer votre voyage dans le temps au Portugal, consultez le Guide de Voyage Privé sur le Portugal, avec bien sûr, sous le coude l’ouvrage riche et complet de Manuel do Nascimento sur la Lusitanie : Histoire du Portugal, une chronologie.

Le Portugal en dix endroits clés

1- Le village de Monsanto

Monsanto © Manuel do Nascimento

C’est un joli village, perché sur une colline, dans la région de Castelo Branco, à environ 250 km au nord-est de Lisbonne. Son charme singulier lié à ses maisons de granit et ses rochers géants lui vaut le titre de village le plus portugais du Portugal en 1938, puis de village historique en 1995. Entre 1174 et les débuts du XIXème siècle, Monsanto fut la commune plus importante du district.

2 – Monastère de Batalha

Cap sur le XIVème siècle et le Monastère de Batalha dans le centre du Portugal. Il est édifié en 1385 pour commémorer la victoire des Portugais contre les Castillans. C’est le roi D. João 1er du Portugal, vainqueur de la bataille d’Aljubarrota, qui lance sa construction en 1386. Il dédie le monastère à la Vierge Marie qu’il remercie pour sa victoire. Bâti dans un style gothique, les travaux sont commencés par l’architecte Afonso Domingos puis repris en 1402 par l’architecte David Huguet, qui introduisit le gothique flamboyant au Portugal.

3 – Le musée d’Aveiro

Musée d’Aveiro © Manuel do Nascimento

Encore plus de culture et d’histoire au musée d’Aveiro, toujours dans le centre du pays. L’ancien couvent abritait la princesse Joana qui y vécut une vie de sainte au XVIIIème siècle. Vous y découvrirez des collections d’art sacré et baroque, des sculptures, des peintures primitives sur bois ainsi que le tombeau de la fameuse Santa Joana. Et pour récupérer de cette visite intense, flânez dans la jolie ville d’Aveiro. On l’appelle la petite Venise portugaise.

4- Couvent de l’ordre du Christ, Tomar

Couvent de l’ordre du Christ, Tomar © Manuel do Nascimento

Au Portugal, histoire rime décidément avec religion et c’est vers un autre couvent, celui de l’ordre du Christ à Tomar, à environ 130 km de Lisbonne, que nous mènent les pas de Manuel do Nascimento. Il s’agit en effet d’un incontournable : “A l’origine, il s’agissait d’une forteresse templière bâtie au XIème siècle. En 1312, l’ordre du Temple est supprimé dans la plupart des pays d’Europe. Au Portugal, ses membres et ses capitaux sont transférés à l’ordre du Christ en 1319 par le roi portugais D. Dinis 1er Il est aujourd’hui l’un des monuments historique et artistique les plus importants du Portugal”, souligne l’historien.

Monastère de Batalha © Manuel do Nascimento

Page 9: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

9

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

5 – Porto, flânerie historique

Porto © Manuel do Nascimento

Il est temps de flâner un peu et de se perdre dans les rues médiévales de Porto – les Cais da Ribeira -, sur les bords du fleuve Douro, de remonter et de redescendre les ruelles puis de s’installer tranquillement à une terrasse face à Gaia, pour y boire et manger des Petiscos – tapas de fromage -, le jour comme la nuit. Si une petite visite culturelle vous manque, rendez-vous à la Casa do Infante construite en 1325, c’est la maison qui vit naître Henri, dit le navigateur.

6- Braga, une histoire de plus de 2000 ans

Une autre ville, une autre histoire. Celle de Braga au nord du Portugal à une soixantaine de kilomètres de Porto : son histoire remonte à plus de 2000 ans. La cathédrale de Braga domine le centre de la vieille ville et abrite le siège du l’archidiocèse. Autre lieu historique à ne pas manquer : le Sanctuaire du bon Jésus du Mont – Bom Jesus do Monte -, un site religieux – et sportif… – avec sa voie sacrée constituée d’un escalier majestueux en zig-zag d’un dénivelé de près de 120 mètres.

7- Coimbra, une des universités les plus anciennes du monde

Coimbra © Manuel do Nascimento

Au centre du pays, fondée en 1290 par le roi D. Dinis 1er, Coimbra est la plus vieille université portugaise et l’une des plus anciennes au monde. Quant à sa bibliothèque, qui porte le nom de Joanina, elle remporte le titre de la plus belle bibliothèque universitaire du Monde. Profitez de votre voyage au pays des vieux livres et manuscrits pour découvrir la charmante vieille ville de Coimbra. On y accède par des ruelles étroites et pittoresques.

8- Le château São Jorge, Lisbonne

Château Sao Jorge © Manuel do Nascimento

On ne peut pas aller à Lisbonne sans faire une halte au château São Jorge. Construit au XIème siècle par les Maures sur la plus haute colline de Lisbonne dans le but de servir de forteresse de défense, il offre une vue à 360° sur la capitale portugaise. En 1147, il est repris des mains des Maures par le roi portugais D. Afonso Henriques.

Braga © Manuel do Nascimento

Page 10: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

10

9 – Le Monastère des Jerónimos et la Tour de Bélem, symboles des nouveaux mondes

Monastère de Jeronimos © Manuel do Nascimento

Le voyage dans le temps continue, toujours à Lisbonne où le monastère des Jerónimos et la Tour de Belém vous entraineront dans les découvertes maritimes portugaises des XVème et XVIème siècles et la richesse du pays lors de ces deux siècles. Ces deux monuments sont classés au patrimoine mondial de l’UNESCO.

10 – Un peu de XXème siècle à Lisbonne

Lisbonne © Manuel do Nascimento

Finissez votre périple historique portugais par Largo do Carmo à Lisbonne une des places historiques de la Révolution des Œillets du 25 avril 1974. Et pour ceux qui n’en auront pas eu assez, imprégnez-vous une dernière fois de symboles et d’images religieux au couvent du Carmo, dont l’une des principales ruines témoigne du séisme de 1755 qui a dévasté la ville le Lisbonne.

Les bonnes adresses pour se restaurer, sortir et dormir

Après l’effort, le réconfort… tout en restant dans la même gamme historique. Pour dormir, Manuel do Nascimento révèle ses destinations préférées : l’hôtel Solar de Serrade dans la région de Minho, un hôtel avec deux suites dans des tours, perdu au milieu des vignes du vin vert, dans un bâtiment historique. L’ancienne demeure appartenait à des nobles et date du XVIIème siècle.

Autre adresse hors des sentiers battus : l’hôtel-couvent de Notre Dame des Carmes, Freixinho Sernancelle, dans la régião do Douro, “unique et charmant, situé dans un ancien couvent du XVIIème siècle, les chambres sont décorées d’élégants meubles en bois avec un restaurant qui invite à déguster les plats traditionnels portugais”, décrit Manuel. La cerise sur le gâteau : une plage fluviale à proximité grâce au barrage Vilar. Enfin, Manuel suggère la Quinta da Picoila dans la Régião do Douro, situé dans une ancienne ferme. L’hôtel a aussi un restaurant, une piscine extérieure et un beau jardin. Sachez qu’on y parle français, que l’accueil y est charmant et que le château Penedono tout proche met gratuitement des vélos à disposition des voyageurs pour explorer le château ainsi que les mines d’or de Saint Antoine (Santo António). A vos tamis !

Manuel do Nascimento mentionne ensuite ses meilleures adresses culinaires et entraîne nos papilles à la découverte de recettes traditionnelles à La Pastelaria de Belém – tout près du monastère des Jerónimos – où l’on peut déguster les Pastéis de Belém. “Jusqu’à aujourd’hui, le secret de cette recette, inventée par les moines qui habitaient le monastère, était précieusement conservé par cette enseigne. Elle est aujourd’hui reconnue dans le monde entier”, déclare Manuel.Puis il mentionne les hamburgers portugais, “totalement différents des autres hamburgers”, que l’on trouve facilement à côté de la Pastelaria de Belém.

Si vous avez envie d’un bain artistique et intellectuel, arrêtez-vous au Café Nicola, place D. Pedro IV, “c’est un lieu mythique fréquenté par des artistes, des écrivains et des poètes portugais, c’est aussi un point de référence dans le centre de Lisbonne (Baixa). A l’intérieur on peut admirer la statue du poète portugais, Bocage (1765-1805) dont le grand-père était d’origine française”, précise Manuel.

Enfin il nous oriente vers des adresses plus nocturnes comme le quartier Mouraria (Maure) rua João do Outeiro, et une petite place, où l’on peut boire et manger des Petiscos et de la charcuterie mais seulement le soir. Pour la vue, les drinks et les cocktails – mais aussi des salades et des tapas -, essayez le Rooftop Bar, Praça Martin Moniz, avec vue sur le château São Jorge. Il recommande aussi la Terraço Memmo Alfama, Travessa das Merceiras, qui donne sur les toits rouges du quartier d’Alfama et qui a le mérite d’être ouvert tous les jours à partir de 12h00.

Património Nacional

Page 11: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

11

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

Bienvenue dans l’Asile Suédois !

par Judith BergmanTraduction du texte original: Welcome to Sanctuary Sweden!

• Feras, étranger en situation irrégulière et criminel déjà condamné, a été autorisé à résider en Suède en raison d’un délit antisémite commis contre des juifs suédois. Sa demande d’asile avait pourtant été rejetée et aucun fondement légal ne l’autorisait à rester dans le pays.

• Cette affaire établit une jurisprudence extrêmement inquiétante : quand un délit contre des Juifs est « perçu comme un délit politique grave contre les juifs », ce délit garantit à son auteur un droit d’asile en Suède. Le droit des juifs à vivre en sécurité semble avoir perdu de son importance en Suède.

• En Suède, et dans d’autres pays sans doute, les « droits de l’homme » des étrangers aspirants meurtriers sont plus importants que les droits des citoyens respectueux des lois.

La synagogue de Göteborg, en Suède, bombardée le 9 décembre 2017. (Source de l’image: Lintoncat / Wikimedia Commons)

Vous résidez illégalement dans un pays européen, passez outre à un avis d’expulsion et commettez un incendie criminel ? Aucun problème. Si le pays en direction duquel vous devez être expulsé vous est hostile, vous êtes autorisé à demeurer en Suède, quitte à commettre d’autres délits et à nuire aux Suédois.Une cour d’appel suédoise a ainsi récemment annulé l’avis d’expulsion prononcé en décembre 2017 contre l’un des trois auteurs de l’incendie criminel de la synagogue de Göteborg. Selon la cour d’appel, cet avis d’expulsion serait contraire aux « droits de l’homme ».

Cet arabe de 22 ans originaire de Gaza, connu sous le nom de Feras, résidait illégalement en Suède au moment de son délit. Sa demande d’asile avait été rejetée par l’Agence suédoise des migrants (Migrationsverket), mais l’ordre de quitter le pays était resté sans effet. Pour d’obscures raisons, l’avis d’expulsion n’a pas été corrélé à un placement en détention. Ledit Feras a donc eu toute latitude de se promener librement en Suède.

Feras a usé de cette liberté pour attaquer la synagogue de Göteborg. Il était accompagné de 10 à 15 autres jeunes hommes, dont trois seulement ont été mis en examen. Les faits sont les suivants : alors que de jeunes Juifs fêtaient un évènement dans un bâtiment adjacent à la synagogue, Feras et ses amis ont balancé des engins incendiaires sur les voitures stationnées dans l’enceinte de la synagogue. Personne n’a été blessé, la pluie a rapidement éteint les incendies et les dégâts matériels ont été marginaux. Pour ces raisons, le tribunal n’a pas accepté de requalifier le délit en tentative de meurtre comme les plaignants le demandaient. En revanche, en première instance et en appel, les juges ont estimé que le délit d’incendie criminel était aggravé d’un délit d’antisémitisme.

En première instance, Feras a donc été condamné à deux ans de prison suivis d’un avis d’expulsion pour « menaces illégales et tentatives de préjudices graves ». Mais la cour d’appel a ajouté quelque chose en plus. Elle a estimé que Feras « avait proféré des menaces illégales graves dans l’intention d’attenter à des

représentants de la communauté juive, mais que ses actes pouvaient également être perçus comme un délit politique grave commis à l’encontre d’autres juifs ».« Étant donné l›intérêt potentiel d’israël en la matière et l›insécurité qui règne aux postes frontaliers de Gaza et de Cisjordanie ainsi qu›à l›intérieur de ces zones, la Cour d›appel estime que des doutes raisonnables font craindre que les droits humains fondamentaux de NN ne puissent pas être protégés s›il est expulsé en Palestine. La cour d›appel rejette donc la demande d›expulsion du procureur... »

Le jugement de la cour était également basé sur des rapports du ministère suédois des Affaires étrangères concernant le respect des droits de l’homme et de la démocratie en Israël et en « Palestine ».

En d’autres termes, le tribunal a imaginé qu’en tentant de brûler des juifs suédois, Feras avait commis « un délit qui pouvait être perçu comme un crime politique grave dirigé contre d’autres juifs » et que par conséquent, Israël pouvait avoir un intérêt sécuritaire à l’interroger. Pour cette seule supposition - sans preuves ni détails – expulser Feras vers Israël et Gaza aurait attenté à ses « droits de l’homme fondamentaux ».

Cette décision de la cour d’appel signifie que Feras, étranger en situation irrégulière et criminel reconnu coupable, ne peut être expulsé de Suède pour la seule raison que sa haine antisémite s’est exprimée à l’encontre des juifs suédois. Et ce, alors que la Suède a rejeté sa demande d’asile et qu’il était démuni de tout droit légal de demeurer dans le pays. Après ses deux ans de prison, il sera donc libéré et aura toute latitude d’attenter à nouveau à la sécurité et aux biens des citoyens juifs de Suède.

Si l’affaire n’est pas portée en cassation ni annulée par la Cour suprême, elle établira un précédent troublant : tout crime ou délit commis contre des juifs pourra désormais être « perçu comme un crime politique grave fomenté contre d›autres juifs », et son auteur sera admissible à l’asile. En Suède, le droit des juifs à la sécurité a apparemment cessé d’avoir de l’importance.

En réalité, l’appareil judiciaire suédois n’accorde guère d’importance non plus au droit à la sécurité des citoyens ordinaires. En 2017, un article d’une revue juridique a révélé que 75% des peines d’expulsion n’étaient jamais appliquées. A la fin de leur peine de prison, les délinquants étrangers sont autorisés à demeurer en Suède. Les raisons du maintien de leur présence en Suède sont multiples : risque de peine de mort ou de torture dans le pays d’origine, ou refus pur et simple du pays d’origine de les accueillir.

Des statistiques plus récentes encore indiquent que 9 condamnés étrangers sur 10 ne sont pas expulsés.

Le problème s’étend également aux terroristes. Ainsi, un Syrien accepté en Suède comme « réfugié » en 2015 a été acquitté en 2017, après avoir attaqué des musulmans chiites à coups de bombes incendiaires. Les interrogatoires menés par les services de renseignement avaient pourtant révélé que l’individu se considérait comme un djihadiste, qu’il était candidat au martyr et qu’il avait noué des liens avec le groupe État islamique. Jugé comme trop dangereux pour demeurer en Suède, les services d’immigration ont cherché à l’expulser en Syrie, mais sans succès. La loi n’autorise pas l’expulsion vers un pays où le risque est élevé d’être arrêté ou exécuté sur place. Depuis, ledit Syrien se déplace librement à Malmö.

En Suède, et sans doute aussi dans d’autres pays, les « droits de l’homme » des aspirants meurtriers étrangers passent avant les droits de l’homme des citoyens qui respectent la loi.

Judith Bergman est chroniqueuse, avocate et analyste politique.

Page 12: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

12

Os canhões da Arrábida que protegiam a costa portuguesa estão abandonados — e vandalizadosO Regimento de Artilharia da Costa era composto por oito complexos militares. Desativados em 1998, hoje estão quase todos enferrujados.

Fotografias de Raphael Oliveira.

O objectivo era derrotar o governo. Em setembro de 1936, um grupo de marinheiros da Organização Revolucionária da Armada — criada pelo PCP para lutar contra o fascismo — dava início a uma revolta juntamente com a tripulação de dois navios de guerra: o contratorpedeiro “Dão” e o Aviso de 1.ª Classe “Afonso de Albuquerque”. Faltaram apoios na capital e, por isso, o plano fracassou. As duas embarcações tentaram então fugir para Espanha, onde se iriam juntar à tropas da República, mas foram ambas atingidas ainda no rio Tejo pela artilharia disparada a partir de Oeiras, fiel a Salazar.

Os tiros de canhão, de 152 mm, foram os últimos disparos em fogo real do Regimento de Artilharia de Costa, composto por oito complexos bélicos instalados na zona de Lisboa e Setúbal. O objectivo era proteger os portos de mar e impedir uma possível invasão naval. Na mira dos modernos canhões Vickers, os dois navios ficaram à mercê do fogo pesado: seis marinheiros morreram, os restantes ergueram uma bandeira branca em sinal de rendição.

A história, contada no blogue “Operacional“, serve de pretexto a um conjunto de fotografias que mostra como estão actualmente os vários complexos militares. Depois de terem sido desactivados em 1998, pelo menos quatro das oito infraestruturas estão ao abandono. No Outão, por exemplo, onde estava instalada a 7ª Bateria, na Serra da Arrábida, sobram hoje em dia pouco mais do que alguns edifícios esventrados e vandalizados: há graffitis coloridos em quase todas as paredes. Mas as peças de artilharia pesada ainda lá estão, apontadas ao Atlântico. Uma herança ferrugenta e imponente, que em tempos albergou dezenas de militares portugueses.

Equipados com armamento pesado, o poder de fogo era tal que a rádio nacional emitia um aviso sempre que os canhões eram disparados. O objectivo era prevenir a população que morava nas imediações destes complexos para que abrisse as janelas. A onda de choque era tão violenta que partia os vidros das casas à volta. Aliás, uma parte destas estruturas militares deixaram de ser utilizadas em exercícios graças às casas que nasceram em redor.

Distribuídas na zona de Lisboa e de Setúbal, o Regimento de Artilharia de Costa

incluía, a norte do Tejo, as baterias de Alcabideche, Parede, Lage e Forte do Bom Sucesso; enquanto que a sul erguiam-se as de Raposeira, na Trafaria, a da Fonte da Telha, Outão, na Serra da Arrábida, e a de Albarquel.

Um dos vários exemplos do vandalismo.

No complexo do Outão, que está acessível a qualquer pessoa que se aventure pelas curvas da Serra da Arrábida, ainda existem os três canhões apontados ao mar, que tinham um alcance médio entre 10 a 20 quilómetros. Também é possível ver a casa da guarda, a residência de oficiais, a caserna, a oficina, o depósito de água e as edificações de apoio directo à bateria. A sua construção foi iniciada em 1944 e ficou operacional dez anos depois.

Page 13: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

13

Não muito longe dali fica a 8.ª Bateria de Albarquel. Os dois complexos estão ligados por uma rede de túneis, que também foram abandonados Existe até um vídeo no YouTube onde se podem ver dois homens a fazerem este percurso em motos de cross. Situada no morro contiguo à fortaleza de Albarquel, com uma localização privilegiada sobre a foz do rio Sado, junto à praia de Albarquel, no concelho de Setúbal e da região turística da Costa Azul. Segundo o blog Oliraf, logo à entrada existe uma pequena casa da guarda em ruínas.

“Na primeira metade do século XX foi erguida, em 1939, no morro por detrás do forte de Albarquel, uma fortificação subterrânea acasamatada, artilhada por três canhões Krupp CTR de 150 mm, de origem alemã, e guarnecida por cerca de 30 homens”, refere o blogue, adiantando que as únicas partes visíveis à superfície são as peças de artilharia. Os militares eram conhecidos por “toupeiras” porque a vida era passada numa rede de galerias subterrâneas e túneis de acesso às baterias, camufladas entre a vegetação.

Também a Direcção-Geral do Património Cultural faz referência à bateria de Albarquel, cuja arquitetura militar data do século XX: situada num morro “com dispositivo de camuflagem” é composta por “três peças fixas sobre plataformas em socalcos”. A página refere ainda como se faz o acesso a esta infraestrutura.

Os canhões históricos estão neste estado.

A Associação de Turismo Militar Português (ATMPT), cuja missão passa pelo desenvolvimento deste tipo de turismo em Portugal, assim como a sua promoção e preservação do património histórico e militar português, aponta o dedo à tutela e à dificuldade de alienação das estruturas abandonadas em território nacional. “O país está geneticamente abandonado”, começa por dizer Álvaro Covões, presidente da ATMPT.

“Os políticos e funcionários acham-se donos da propriedade de todos e como não têm dinheiro para a manter, também não fazem parcerias com privados para utilizar os espaços mantendo o património”, acusa Covões.

A 5.ª Bateria, situada na Trafaria, transformou-se num destino de passeio ao domingo. Está totalmente abandonada, mas as pintas azuis e vermelhas nas paredes indicam que agora a batalha é outra: haverá melhor cenário do que este para os amantes de paint ball? Situada no cimo do monte da Raposeira, entre a Trafaria e a Costa da Caparica, a 5.ª Bateria foi abandonada com a extinção do Regimento de Artilharia de Costa. O cenário remete para um qualquer filme da Segunda Guerra Mundial. O armamento pesado mantém-se firme, cimentado no chão, mas os pequenos edifícios guardam apenas as paredes e alguns telhados: tudo o resto foi arrancado, vandalizado e grafitado.

“O que aconteceu à armaria? Onde estão os espólios militares de Portugal?”, pergunta o autor do blogue “ruinarte”, num extenso trabalho fotográfico sobre a zona. Instalado no meio da vegetação, dissimulado entre o pinhal, o contraste com as cores vivas dos graffitis dá ainda mais destaque a um património esquecido. As bocas dos canhões permanecem quase todas erguidas, possivelmente por causa do ferro pesado que é difícil de dobrar ou roubar. Mas todos eles sucumbiram ao aerossol.

Contactado pela NiT, fonte oficial do Ministério da Defesa Nacional não prestou qualquer esclarecimento até ao fecho deste artigo.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.Senhor! Falta cumprir-se Portugal.

Fernando Pessoa

Prémio Champalimaud para investigadores que curam cegueira hereditáriaSete investigadores norte-americanos e ingleses conseguiram curar um tipo de cegueira hereditária através da primeira terapia genética do mundo, e vão receber o maior prémio do mundo no campo da Visão, atribuído pela Fundação Champalimaud.

“Estamos a fazer uma coisa muito simples chamada terapia genética”, explicaram dois dos investigadores premiados.

Parceiros de laboratório e casados há muitos anos, os norte-americanos Jean Bennett e Albert Maguire referiram que a ideia é “muito simples”, mas “são precisos muitos passos para fazer com que funcione”.

A terapia consiste basicamente em “substituir um gene danificado por um gene normal”, afirmou Albert Maguire, adiantando que a equipa conseguiu “usar um vírus, que não causa nenhuma doença, para levar o gene normal às células nervosas”.

Com isto, pessoas que nasceram cegas “passam a conseguir andar de bicicleta, andar sozinhas, sair à rua à noite, coisas que anteriormente não conseguiam fazer”, sublinhou.

As doenças hereditárias da retina são uma das principais causas de cegueira em idade activa e a segunda principal causa de cegueira em crianças na Europa, nos Estados Unidos e grande parte da Ásia.

“O que nós fizemos foi pegar numa cópia do gene e colocar no sítio onde estava o [gene] doente, permitindo que as células funcionassem normalmente”, avançou Jean Bennet.

“Isto é importante, não só porque vai ajudar as pessoas com esta doença em particular, mas também [porque] é um passo fundamental para tratar outros tipos de cegueira e outras doenças genéticas”, defendeu.

Comprovada a eficácia do tratamento, o tratamento está a ser implementado em seis centros de excelência nos Estados Unidos, segundo os dois investigadores, ambos docentes da Universidade de Medicina da Pensilvânia e médicos do Hospital de Crianças em Filadélfia, nos EUA.

“Acreditamos que [o tratamento] vai estar disponível na Europa em breve e no resto do mundo, assim que os organismos reguladores o aprovarem”, concluíram.Jean Bennett e Albert Maguire fazem parte da equipa que desenvolveu o tratamento, a partir de uma investigação inicial de Michael Redmond. O grupo – que inclui ainda Robin Ali e James Bainbridge, Samuel Jacobson e William Hauswirth – recebe hoje o Prémio Champalimaud de Visão, que atribui um milhão de euros aos vencedores.

“Esperamos que [o dinheiro do prémio] sirva para investir em estudos que desenvolvam tratamentos para outros tipos de cegueira e também para treinar uma nova geração de cientistas e médicos”, disse Jean Bennett.

O prémio António Champalimaud de Visão foi lançado em 2006 e conta com o apoio do programa 2020 – O direito à Visão, da Organização Mundial de Saúde.A cerimónia de atribuição será liderada pela presidente da Fundação, Leonor Beleza, e conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Page 14: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

14

La Crise de l’Europe est celle de sa Surviepar Giulio Meotti

Traduction du texte original: Europe’s Crisis of Survival

• L’Europe est confrontée à un défi existentiel ; une spirale du déclin s’est enclenchée qui voit les populations européennes renoncer à se repro-duire et perdre progressivement confiance dans les valeurs des Lu-mières pourtant si durement conquises, à savoir la liberté individuelle, la puissance de la raison, la science contre la superstition et la séparation de l’Eglise et de l’Etat. Une refondation sur ces valeurs est essentielle à la survie de l’Europe.

• En Allemagne de l’Ouest, selon l’Office fédéral de la statistique, 42% des enfants de moins de six ans sont issus de l’immigration, indique Die Welt.

• « Si vous regardez à travers l’histoire, chaque fois que l›Église s›est endormie ou s›est détournée des Évangiles, l’Islam a pris l’avantage. C’est ce qui est en train de se produire en Europe, l’Église dort et l’islam s’infiltre ... L’Europe est en train de s’islamiser et l’Afrique en paiera le prix. » - Mgr Andrew Nkea Fuanya, évêque catholique du Cameroun.

L’Europe est confrontée à un défi existentiel ; une spirale du déclin s’est enclenchée qui voit les populations européennes renoncer à se reproduire et perdre progressivement confiance dans les valeurs pourtant si durement conquises, celles des Lumières : liberté individuelle, puissance de la raison, science repoussant la superstition et séparation de l’Eglise et de l’Etat. La survie de l’Europe passe par une refondation sur ces valeurs. (Source de l’image : Pixabay)

« Il n’est pas à exclure que l’Europe finisse en musée ou en parc d›attractions culturel pour les nouveaux riches de la mondialisation. » Le regretté historien Walter Laqueur jugeait qu’un « indispensable pessimisme » était de rigueur pour enrayer la transformation progressive de l’Europe en parc culturel thématique. Laqueur a été l’un des premiers à comprendre que l’impasse du continent européen débordait largement l›économie. Les jours de la puissance européenne sont désormais comptés. En raison de son faible taux de natalité, l’Europe se réduit comme peau de chagrin. Si les tendances actuelles se poursuivent, a déclaré Laqueur, dans cent ans, la population européenne « ne sera plus qu’une fraction de ce qu’elle est aujourd›hui, et dans deux cents ans, certains pays auront même disparu. »

La « mort de l’Europe » se rapproche et devient visible au point d’être devenue un thème de prédilection des écrivains en vogue.

« A une époque où la littérature est de plus en plus marginalisée dans la vie publique, Michel Houellebecq surgit pour rappeler que les romanciers peuvent proposer un point de vue sur la société qui échappe aux commentateurs et aux experts », a écrit le New York Times sur le plus important auteur français. Houellebecq « parle » à travers ses romans les plus vendus, tels que Soumission, ou ses conférences publiques. La dernière conférence donnée par Houellebecq a eu lieu à Bruxelles, à l›occasion de la remise du prix Oswald Spengler, auteur de Le Déclin de l’Occident. « En résumé, a déclaré Houellebecq , « le monde occidental dans son ensemble se suicide ».

Pourquoi l’Europe est-elle si obsédée par son propre déclin démographie et par la grande fécondité de l’immigration en provenance d’Afrique ?

Dans le New York Times, Ross Douthat estime que « l’aide au contrôle de la population apportée par les pays occidentaux aux pays en développement » revient « au centre du débat » pour trois raisons au moins :

« Parce que le rythme des naissances en Afrique n›a pas ralenti aussi rapidement que les experts occidentaux l›avaient prévu ; parce que la démographie européenne va au tombeau selon la loi de Macron et que les dirigeants européens ne sont plus aussi optimistes quant à leur capacité d’assimilation des immigrants. »

Douthat se réfère à deux discours du président français, Emmanuel Macron. En 2017, Macron a qualifié les problèmes de l’Afrique de « civilisationnels » et a déploré que chaque mère se sente obligé de mettre au monde « sept ou huit enfants chacune ». Dans un second discours à la Fondation Gates, la semaine dernière, Macron a déclaré : « Présentez-moi la femme parfaitement éduquée qui a décidé d’avoir sept, huit ou neuf enfants. » La question que Macron a implicitement posée est la suivante : l’Europe peut-elle continuer de protéger ses propres citoyens instruits avec un faible taux de natalité tout en faisant face à immigration massive et fertile en provenance d’Afrique et du Moyen-Orient ? Aux prises avec un conflit démographique qui l’oppose au reste du monde, l’Europe est donnée perdante.

L’Europe est ainsi confrontée à un défi existentiel ; une spirale du déclin s’est enclenchée qui voit les populations européennes renoncer à se reproduire au moment même ou elles multiplient les signes d’une perte progressive de confiance dans les valeurs des Lumières qu’elles ont si durement conquises, comme la liberté individuelle, la puissance de la raison, la science contre la superstition et la séparation de l’Eglise et de l’Etat.

Ces valeurs sont essentielles si l’Europe souhaite véritablement survivre. Le distingué historien Victor Davis Hanson a récemment écrit :

« Au regard des grands déterminants historiques de la puissance des civilisations - carburant, énergie, éducation, démographie, stabilité politique et capacité militaire - l’Europe s’affaiblit. Elle ne dépense que 1,4% de son PIB pour la défense ... Et avec un taux de fécondité inférieur à 1,6%, l’Europe rétrécit lentement et vieillit, d›où la politique d’immigration à courte vue de Angela Merkel qui considère l¹immigration comme une solution à la crise démographique et un raccourci vers une main-d’œuvre à faible coût. »

Cependant, comme l’ écrit Walter Laqueur , « même si le déclin de l’Europe est irréversible, il n’y a aucune raison pour qu’il se transforme en effondrement ».Peut-on éviter cet effondrement ?

Lors d’une récente réunion européenne, le ministre italien de l’Intérieur, Matteo Salvini, qui dirige le parti anti-immigration de la Ligue, a déclaré :

« Certains de mes collègues affirment que l›immigration est nécessaire pour compenser le vieillissement de la population, mais mon point de vue est complètement différent ... Je suis au gouvernement pour que nos jeunes fassent autant d›enfants qu›ils en faisaient il y a quelques années et qu›il ne soit pas nécessaire d›importer en Europe le meilleur de la jeunesse africaine. Peut-être qu’au Luxembourg, ils ont besoin d›’mmigrants, mais en Italie, nous devons aider la population à mettre davantage d’enfants au monde, plutôt que de faire venir (d’Afrique) des esclaves modernes qui remplaceront les enfants que nous n’avons pas. »

Face à la protestation du ministre des Affaires étrangères du Luxembourg, Jean Asselborn, Salvini a ajouté :

« Je réponds calmement à votre point de vue qui est différent du mien ... Si au Luxembourg vous avez besoin d’une nouvelle immigration, je préfère garder l’Italie pour les Italiens et recommencer à faire des enfants. »

Salvini a une claire vision de l’avenir de l’Italie. A conditions inchangées, la population italienne pourrait chuter à 16 millions d’habitants, contre 59 millions aujourd’hui. Cette projection inquiétante a été rendue publique cette année aux « Rencontres de la statistique et de la démographie » organisées en Italie, où le professeur Matteo Rizzolli de l’Université de Rome. Rizzoli a déclaré :

« Cela se produira dans cent ans et dans 20 ans nous aurons 8 millions d’habitants en moins. A continuer d’agir comme nous le faisons, le taux de natalité ne s’améliorera pas. »

L’establishment européen est aujourd’hui clivé entre les soi-disant « européistes », qui croient que l’immigration mettra fin à l’effondrement démographique de l’UE, et les « eurosceptiques » qui réclament des solutions locales adaptées. Coté eurosceptique, le premier ministre hongrois Viktor Orbán, par exemple, a appelé les Européens à enrayer le « déclin démographique » en investissant dans les familles traditionnelles. Versant européiste, l’archevêque catholique italien Gian Carlo Perego a déclaré :

Page 15: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

15

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

J Y M ARCHITECTUREServices & Plans D’Architecture

Résidentiel • Rénovation • Commercial • Multiplex

Jean-Yves Mesquita T.P.Technologue en ArchitectureCel. 514.972-9985 • @:[email protected] • www.jymarchitecture.com

« Le défi de l’Italie est de réconcilier un pays en train de mourir avec des jeunes venus d›ailleurs, afin de commencer une nouvelle histoire. Si nous fermons notre porte aux migrants, nous allons disparaître. »

Dans une interview au Times de Londres, Salvini a proposé une autre idée:« Un pays qui ne fait pas d›enfants est destiné à périr ... Nous avons créé un ministère de la famille chargé d›améliorer la fécondité, d›accroître le nombre de crèches, et de repenser la fiscalité en prenant en compte les familles nombreuses. Au terme de ce mandat, le gouvernement sera jugé sur le nombre de nouveau-nés plus que sur sa dette publique ».

Selon Salvini, l’enjeu démographique inclut « la tradition, l’histoire, l’identité » de l’Italie ; la gauche elle, utilise la crise de la fécondité comme « alibi » pour « importer des migrants ».

Un autre évêque catholique, Andrew Nkea Fuanya, de Mamfé au Cameroun, a récemment déclaré à propos du faible taux de natalité en Europe :

« C’est un immense problème, notamment – et j’ose le dire - dans le contexte de l›invasion islamique. L’histoire nous apprend que chaque fois que l’Église s’est endormie, chaque fois que l’Eglise s’est détournée des Évangiles, l’Islam a refait surface. C’est ce qui arrive à l’Europe, l’Eglise est endormie et l’Islam s’insinue ... L’Europe s’islamise et cela affectera l’Afrique. »Le déclin de l’Europe et sa transformation se remarquent également en France. De nouvelles données de l’Institut national de la statistique et des sciences économiques (Insee) ont récemment indiqué que Mohammed et plusieurs autres prénoms musulmans traditionnels figurent désormais en tête de la liste des prénoms les plus populaires du département de Seine-Saint-Denis (1,5 million d’habitants). Deux journalistes du journal Le Monde, Gérard Davet et Fabrice Lhomme, viennent de publier un livre intitulé Inch’allah: l’islamisation à visage découvert, une enquête sur « l’islamisation » du département de Seine-Saint-Denis.

En juillet, une enquête de l’hebdomadaire L’Express, a révélé qu’ « Entre 2000 et 2016, la part des enfants ayant au moins un parent étranger est passée de 15 à 24 % ». Die Welt a indiqué que, selon l’Office fédéral de la statistique, 42% des enfants de moins de six ans nés en Allemagne de l’Ouest sont désormais issus de l’immigration.

L’immigration massive et non contrôlée en Europe semble avoir fait plus de mal que de bien. Walter Laqueur a écrit :

« ... l’immigration incontrôlée n’est pas la seule raison du déclin de l’Europe. Mais, ajoutée aux autres malheurs du continent, elle a entraîné une crise profonde ; seul un miracle pourrait sortir l’Europe de cette situation difficile. »

Matteo Salvini et Michel Houellebecq ont tous deux souligné que le vieillissement de l’Europe et son usure intellectuelle et morale ne relèvent pas de tactiques électorales ou partisanes ; c’est un défi civilisationnel. La réponse qui sera apportée décidera de l’avenir de l’Union européenne que l’actuelle politique de frontières ouvertes pourrait éliminer.

Le temps presse. Comme Houellebecq l’a déclaré dans un discours au prix Frank Schirrmacher :« ... la progression de l’islam n’en est qu’à ses débuts, parce que la démographie est de son côté, et que l’Europe , en cessant de faire des enfants, s’est engagé dans un processus de suicide. Et ce n’est pas vraiment un suicide lent. Lorsqu’on on en arrive à un taux de fécondité de 1,3 ou 1,4, les choses, en réalité, vont assez vite ».

Giulio Meotti, journaliste culturel à Il Foglio, est un journaliste et auteur italien.

Prezados leitores,

Berlim, capital da Alemanha, é um destino que guarda um dos cenários mais significativos do século XX: a queda do Muro de Berlim, que reunificou as duas Alemanhas. É hoje a maior e mais vibrante metrópole

do país, com suas magníficas e amplas avenidas, excelente comércio e alegre vida nocturna.

O monumento mais visi-tado, e também principal cartão postal da cidade, é o imponente Portão de Brandemburgo. Na época da Guerra Fria, foi o marco divisório da cidade. Passou para a história como sendo o símbolo da unificação. Tirar uma foto com ele ao fundo é uma das melhores lembranças da Alemanha. Equivale ser fotografado tendo como cenário a Torre Eiffel ou o Coliseu.

Em alguns pontos é possível ver reconstruções de parte do Muro de Berlim, em cujas paredes foram desenhados painéis que retratam o desespero da população de Berlim Oriental que não conseguiu fugir para a Berlim Ocidental. Não houve tempo, pois o muro foi construído em poucos dias no ano de 1961. As pessoas que alcançaram a façanha de cruzar a fronteira, somente puderam rever seus familiares, 20 anos depois por ocasião da queda do Muro. Em algumas ruas do centro é possível constatar, ao nível do asfalto, demarcações, vestígios do muro.

Bem próximo ao Portão de Brandemburgo, está o Memorial do Holocausto. A exemplo de cidades ao redor do mundo, Berlim presta também a sua homenagem aos judeus executados por ordem de Hitler. Uma grande praça ao ar livre exibe centenas de blocos de concreto que lembram cada um dos judeus mortos.

Na Torre da TV, que tem cerca de 350 metros de altura, fica o Observatório Panorâmico. Os terraços abertos oferecem uma visão de 360º da cidade. No restaurante giratório, que fica a uma altura de 200 metros acima do solo, pessa um Eisbein, um Chucrute ou o Currywurst, prato preparado com salsicha branca, o preferido dos germânicos.

É importante conhecer o Museu Pergamon, onde encontramos arte e arquitectura das mais importantes do mundo.

A Berlim Oriental é actualmente o ponto mais vibrante da metrópole. Ali se localiza a Kurfurstendamm, principal rua de comércio, onde edifícios de arquitectura empolgante abrigam famosos magazines, restaurantes, butiques elegantes, lojas de departamentos e hotéis. Não deixe de assistir a um dos espectáculos que tiveram fonte de inspiração nos musicais da Broadway.

Visitando ou revendo Berlim, leve um agasalho, mesmo que seja no verão. A temperatura pode cair, pois a cidade está próxima do gelado Mar Báltico.

A Alemanha, como tantos outros países europeus, possui inúmeras cidades dignas de serem visitadas. É o caso de Frankfurt, Colônia, Hamburgo, Stuttgart e a região encantadora da Floresta Negra por onde corre o rio Reno.

Boa viagem!

João Aparecido da Luz – Advogado, escritor, cronista de viagens

Berlim, capital da Alemanha

Page 16: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

16

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

A enfermeira revolucionária “expulsa” de Portugal e aclamada no Reino Unido

Sílvia Nunes licenciou-se em Portugal, mas nunca encontrou emprego no seu país. No Reino Unido, está nomeada para dois prémios profissionais. As críticas, mágoas e elogios da enfermeira que tinha “medo” do ofício.

Por Mariana Correia Pinto, Publico

Na hora da despedida, a boleia até ao aeroporto não costuma ser encargo da família. É uma espécie de pacto de não-agressão, drible a choradeiras mais demoradas. Desta vez aconteceu a excepção: a mãe, a irmã e as três sobrinhas ficaram em Vila do Conde, mas o pai conduziu até ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, traje de homem forte da casa vestido. Dentro de poucas horas, Sílvia Nunes apanhará o avião low cost que a leva de volta ao Reino Unido, onde vive desde Agosto de 2014. Mas antes do embarque há ainda uma entrevista para dar, a fechar umas mini-férias agitadas por uma notícia feliz: pelo segundo ano consecutivo, a enfermeira de 33 anos está nomeada para o prémio de melhor profissional de cuidados de longa duração do Reino Unido e integra ainda a lista dos melhores da região leste de Inglaterra.

A partida tem, ainda assim, sabor agridoce. Portugal é família, Inglaterra a vida arrumada. Portugal foi rejeição, Inglaterra reconhecimento. “Não era nada disto que eu queria”, nota entre o lamento e o conformismo quando questionada sobre a condição de emigrante. Mas enquanto a enfermagem não estiver nas prioridades do Serviço Nacional de Saúde, voltar é uma impossibilidade.

Sílvia Nunes tem 33 anos e licenciou-se em 2013

Quando era menina, Sílvia sentia “medo” de qualquer profissão relacionada com saúde. Concluiu o secundário num curso profissional, convencida de que era “um pouco preguiçosa para o estudo”, e nada fazia prever uma viragem. Aconteceu com a entrada nos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde. Queria desafiar-se a si mesma, a mãe antevia uma desistência rápida. Mas ela foi ficando. Fez cursos, conheceu hospitais, unidades de cuidados paliativos. Viu sofrimento e o bálsamo para ele. O “bichinho” foi ganhando espaço — e o

“medo” de criança caiu de vez em 2009, ao entrar no curso de Enfermagem na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, em Famalicão.

A licenciatura revelou-se a confirmação do “caminho certo”. O fim dos estudos, a declaração de um percurso difícil. Sílvia entregou currículos em clínicas, hospitais, unidades de cuidados continuados. Nas entrevistas de emprego apontaram a falta de experiência como justificação das respostas negativas. Na maior parte dos casos, nem resposta tinha. “Fiquei triste”, admite a enfermeira ao recordar aquele período. “Via colegas com três e quatro empregos e eu não tinha nenhum”, comenta para logo deixar no ar uma possível explicação: “Provavelmente um emprego não chega para pagar as contas. É preciso discutir isto.”

“Se for despedida ou não tiver emprego, todo um sistema se desmorona, toda a família, as ligações com outras. Não estão a ver a fotografia alargada.”Sílvia Nunes

Isto é um cenário sem espaço para optimismos: muitos jovens formados todos os anos e sem local de trabalho, precariedade, gente tratada como “máquinas”, poucos enfermeiros para muito serviço, a qualidade dos cuidados em causa, um grande desgaste físico e psicológico, a não revisão da carreira. Motivos para as greves que se têm verificado, para um novo período de protesto marcado a partir de 8 de Novembro. Ainda há dias, um colega de Sílvia lhe enviava uma mensagem a queixar-se de falta de reconhecimento das chefias. Sempre que conversa com quem resiste em Portugal, parece-lhe que está a assistir a um filme de narrativa incoerente: “Não percebo por que não ouvem os profissionais. Se for despedida ou não tiver emprego, todo um sistema se desmorona, toda a família, as ligações com outras. Não estão a ver a fotografia alargada.”

O descontentamento foi empurrão para a decisão de Sílvia. Em Agosto de 2014 comunicou ao namorado, agora marido, a decisão: ia mudar-se para casa da futura sogra, em Thetford, cidade a 140 quilómetros a nordeste de Londres, e procurar emprego por lá. Sem garantias, com um baixo domínio da língua. Disposta a virar a vida do avesso para lhe encontrar o lado certo. “Cheguei a procurar emprego como empregada de limpeza. Podia ir ganhando alguma coisa e melhorar o meu inglês”, divulga. Não precisou. Um dia, uma conhecida falou-lhe de uma vaga como auxiliar no lar onde trabalhava e Sílvia agarrou a oportunidade.

“Fui aprendendo a falar e a escrever. Apontava, perguntava o nome das coisas. Ia ao Google Tradutor. Toda a gente me ajudou. Em casa, via televisão local, lia jornais e revistas”, conta, dizendo que nem com o Brexit o apoio se abalou. Esperou dez meses pelo PIN, cartão profissional que lhe permitia trabalhar como enfermeira no Reino Unido. De auxiliar passou a enfermeira, depois a directora clínica, a vice-directora. No lar Ford Place, onde está agora, conquistou colegas e residentes. E isso conduziu-a à nomeação para os dois prémios que a tornam notícia por estes dias, cujos resultados serão conhecidos durante o mês de Novembro.

O poder do elogio

Sílvia Nunes, crente no poder do elogio, sorri. O reconhecimento é importante, consente, sobretudo quando as distinções vêm sem avisos e preparativos prévios. “Nem sabia que havia estes prémios quando comecei, já trabalhava assim”, graceja. Os National Care Awards distinguem anualmente os melhores profissionais do Reino Unido. Na categoria Care Registered Nurse, onde a portuguesa está nomeada, reconhecem-se enfermeiros com excelentes qualidades clínicas e de gestão e especial cuidado com os doentes.

O documento da nomeação da vilacondense — seleccionada por chefes, colegas e idosos do lar Ford Place — merece honras de caixilho. Palavra a um dos residentes: “Quando está a trabalhar, a Sílvia faz-nos sentir a pessoa mais importante da vida. Nunca nos faz sentir que está com pressa, mesmo quando quer correr para casa. Sinto que posso ser honesta com ela sobre o que sinto porque ela compreende-me.” Testemunho de um colega: “A Sílvia apoia-nos sempre. Pergunta como nos sentimos e sinto que posso falar com ela de forma confidencial se for preciso.” Avaliação da directora Alison Charlesworth: “Consegue um balanço óptimo entre o seu papel de enfermeira e de vice-directora. É solidária, cheia de iniciativas e ideias, com um sorriso capaz de iluminar a casa. É uma alegria trabalhar com o entusiasmo, compaixão e empatia dela.”

Há acções específicas a sublinhar. A enfermeira aplicou mudanças na nutrição, reforçando os lacticínios, fruta e mel para compensar cortes no financiamento público dos suplementos alimentares. A alguns residentes mudou a alimentação e medicação para melhorar o seu bem-estar e controlar o aumento de peso.

Page 17: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

17

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

Sílvia não se sente “melhor do que ninguém” — só gostava que também em Portugal os colegas pudessem ter os mesmos incentivos. O que podemos aprender com o Reino Unido? “A respeitar a enfermagem”, contesta sem qualquer hesitação. No seu lar em Thetford, há dois enfermeiros a trabalhar durante o dia, de forma permanente, um presente toda a noite. E esse quadro, lamenta, é algo demasiado distante para a maioria dos lares portugueses. “Cá não me candidatei a lares porque não concordava com a forma como trabalhavam. Os enfermeiros entram e saem, não ficam. Quando andava nos bombeiros ia muitas vezes buscar pessoas aos lares e só me apetecia trazer aquelas pessoas para minha casa”, diz a jovem, agora a estudar para ser directora de lares. “Sou um bocadinho revolucionária”, aponta para logo fechar o assunto: “Aquilo não era para mim.”

A separação da família ainda mói. Durante anos, os pais estiveram emigrados em Angola, Sílvia e a irmã em Portugal. E quando se reformaram e voltaram a casa, ela emigrou. “É óbvio que custa.”

Para enganar a saudade, há o Skype e o telemóvel, um voo de apenas duas horas marcado umas quatro vezes por ano, às vezes viagens de carro de dois dias. E em Thetford, uma casa já feita lar, com gatos e tudo. “Gostava de abrir um lar cá, com uma unidade de cuidados paliativos com as regras de lá”, diz quando o assunto são os sonhos. Para já, Sílvia sabe que é desejo nas nuvens, inalcançável. Mas mesmo sem vislumbrar mudanças breves, não deixa fugir a visão de um país com todo o potencial. Só falta mudar o chip.

GREVES E MAIS GREVES...A greve é um direito inquestionável da nossa sociedade.

Este pobre Portugal de hoje, enfrenta neste momento greves e mais greves que colocam os portugueses num estado lastimável.

São agora os juízes que batem o pé, foram há dias os policias, são os professores, são os ferroviários, são de novo os enfermeiros, “pobres doentes”! O caos está instalado e o Presidente Marcelo está num campo de batalha, entre vários fogos, destacando a história do desaparecimento e aparição das armas de Tancos, contudo não nos podemos esquecer que Presidente é o Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas. Os políticos desta nossa “geringonça” navegam agora em águas muito turvas, considerados por muitos portugueses os Populistas que mais não são do que “Vendedores de Banha da Cobra”.

Este é o presente panorama no atual país onde vivemos. Ai, que saudades eu tenho do grande Canadá...Quanto às Forças Armadas, a situação terá mudado recentemente e o Presidente referiu, que os militares devem apenas servir o seu país, sem lugar a”arranjinhos” políticos ou Jogos de Poder.

Foi gratificante há dias assistir ao Desfile Comemorativo dos 100 Anos que assinalam o Armistício da Primeira Guerra Mundial. Toda a Nação viu o desfile dos 3 Ramos das Forças Nossas Forças Armadas, num total de três mil quatro centos e trinta e sete militares, onde se incluíam antigos Combatentes da Guerra Colonial e não só. Além deste desfile a Marinha tinha fundeadas duas corvetas, frente ao Terreiro do Paço e Lisboa foi sobrevoada por Caças F-16. Resta-me acrescentar o acto Presidencial da condecoração dos 3 Ramos das Forças Armadas, com a Grande Cruz da mais alta Condecoração Nacional que é a Ordem da Torre Espada. Foi um tributo justíssimo . A Pátria de Camões sorriu e comoveu-se, e bem.

Armando Rebelo

LIVROS

A ECONOMIA DAS COISAS-CONTRAPONTOEsta obra ensina aquilo que não se sabe, mas que vamos gostar de saber sobre Economia. O seu autor Paulo Pinto é um jornalista, dedicado à área económica. O livro tem o prefácio dos professores Francisco Louçã e Helena Garrido. Esta é uma obra a não deixar de ler.

O FILHO DA RAINHA GORDA-D.PEDRO V E SUA MÃE D. MARIA II-QUETZALObra de excelente qualidade gráfica, cujo a autora é a conceituada professora Maria Filomena Mónica- O titulo agora em 2ª edição narra-nos uma história de natal que a autora escreveu há anos, dedicada aos seus netos. Este é um livro que pode ser uma excelente prenda de natal.

ALMANAQUE DE NATAL-GUERRA E PAZObra editada com uma autoria coletiva, insere quase tudo o que diz respeito ao Natal, desde a sua história, à sua gastronomia e até ao seu humor. Excelente prenda de Natal.

COMO FALAR ÀS CRIANÇAS SOBRE JESUS-PAULUS EDITORAUma pequena obra, mas enormes são os seus conteúdos. Aconselho vivamente, sobretudo para os católicos.

Armando Rebelo

Page 18: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

18

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

Colaboração especial

www.facebook.com/museucombatente.oficial https:facebook.com/ligadoscombatentes.oficial

A Inauguração da Biblioteca

Page 19: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

19

SOBRE A BIBLIOTECA DO MUSEU DO COMBATENTE E INVENTÁRIO DA BIBLIOTECA SOBRE AVIAÇÃO MILITAR.

Oferecida em 16 de Outubro de 2018 pelo Engº José Sardinha ao Museu do Combatente uma completíssima biblioteca sobre a Aviação Militar , permitiu, junto com outras obras já existentes de temas diversos, mas também da Guerra do Ultramar e da Colecção Fim do Império da Liga dos Combatentes, a inaugu-ração da BIBLIOTECA DO MUSEU DO COMBATENTE, reestruturada por Isabel Martins do marketing do museu com a ajuda do funcionário da logística Sr. Faustino.

Esta colecção de obras oferecidas pelo Engº José Sardinha sobre a Aviação Militar, adquirida ao longo dos anos enquanto construía os seus aviões, dos quais 550 foram oferecidos há anos ao Museu e se encontram em exposição, foi integrada numa sala cuja decoração já existente foi aumentada com obras de Domingo Camponêz, de fotografia do Coronel Falcão e uma espada da Grande Guerra da GNR , todos oferecidos em ocasiões diversas ao Museu do Comba-tente.

Emocionado e homenageado, foi constituído sócio Benemérito da Liga dos Com-batentes, com entrega de um diploma comemorativo da data.

DA BIBLIOTECA:A biblioteca está organizado por 16 secções cobrindo e agrupando assuntos dis-tintos, por forma a facilitar o acesso ás matérias que se queira consultar. Esses assuntos são os seguintes:

A – História da aviação : a origem do avião, a sua evolução os factos mais im-portantes, os acontecimentos e as pessoas

B-Enciclopédias

C - Aviões da 1ª Guerra Mundial

D- Aviação Portuguesa

E- Aviões ingleses da 2ª Guerra Mundial

F- Aviões americanos da 2ª Guerra Mundial

G- Aviões alemães da 2ª Guerra Mundial

H – Aviões russos da 2ª Guerra Mundial

I- Aviões de todos os beligerantes da 2ª Guerra Mundial

J- Aviação naval embarcada ( porta-aviões )

K- Arte fotográfica sobre aviões da 2ª Guerra Mundial

L- Aviões da Guerra Civil espanhola

M- Aviões da Guerra do Vietnam

N- Aviões a jacto

O- Aviação civil

Page 20: Num. Ano / An 5 - 10 de Novembro / 10 nov. 2018 Uma ...abcportuscale.com/archives/abc120/abc120.pdf · As amendoeiras, quando em flor, preenchem um espaço que pretendeu simbolizar

jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français

20

SECÇÃO A

1-The National Air and Space Museum ( Washington ) 2- Aicraft Aircraft 3- Pictorial History of Aircraft 4- Aviation 5- Herois e Heroinas da Aviação 6- El Sueño de Icaro 7- The Adventure of Man`s flight

SECÇÃO B

1- Das Gross Flugzeug Typenbuck 2-Nova Enciclopédia Ilustrada da Aviação 3-Great Aeroplanes of the World 4- Encyclopedia of Military Aicraft

SECÇÃO C

1- Heroes and Aeroplanes of the Great War - 1914-1918 2- The first aeroplanes 3- Bombers 1914-1939 4- Classic Aircraft of World War I 5 – Fighters 1914-1919

SECÇÃO D

1- Spitfires e Hurricanes em Portugal 2- T-Bird Lockheed t-33 3- Os aviões da Cruz de Cristo 4- Fôrça Aerea 50 Anos 5- Viagens Aeronauticas dos Portugueses

SECÇÃO E

1- The Royal Air Force 2- Pictorial History of the RAF 1918-1939 Volume I 3- Pictorial History of the RAF 1939-1945 Volume II 4- British Bombers of World War II 5- The Avro Lancaster, Manchester and Lincoln 6- Avro Lancaster in Unit Service 7- RAF Fighters Part I 8- British Aircraft of World War II 9- Battle of Britain 10- The Battle of Britain 11-Spitfire Flying Legend 12- Spitfire a Complete Fighting History 13- Spitfire 14- Mosquito 15- British Aircraft of World War II (diferente de 8 )

SECÇÃO F

1- American Aircraft of the World War II 2- Pearl Harbor 3- Consolidated B-24 D Liberator 4- USAF Fighters of the World War Two 5- US Air Force in World War Two 6- History of the U.S. Air Force 7- American Combat Planes 8- A-10 Fairchild A-10 Thunderbolt II 9- P-51 Mustang 10 – Encyclopedia of U.S. Air Force Aircraft and Missile System

SECÇÃO G

1- Hitler`s Luftwafft 2 – Luftwafft at War 1939-45 3- Fighter Acces of the Luftwafft 4- Eagles of Third Reich 5-German Bombers of World War Two 6- Chasseurs de Nuit Allemands de la Derniere Guerre 7- Stuka at War

8 – Pictorial History of the Luftwafft 9 – German Air Force 10 - A história da Luftwaffe

SECÇÃO H

1 – Soviet Air Force Fighters Part 1 2 – Soviet Air Force Fighters Part II

SECÇÃO I

1- Combat Aircraft of World War II 2 - Airborn Warfare 1941-1945 3 – Fighting Gliders of World War II 4 – 1939-1945 War Planes 5 – War in the Air 1939-1945 6 – Aircraft of World War 2 7 – 100 aviões de sempre 8 – Aviões diversos da 2ª Guerra Mundial 9 – 50 Fighters 1938-1945 10 – Axis Aircraft of World War II 11 – Bombers of World War II 12 - Aircraft of World War 2 13 – Warplanes 14 – Famous Bombers of the Second World War 15 - Famous Fighters of the Second World War 16 - Famous Fighters of the Second World War (second series) 17 - Fighters ( volume one ) WW II 18 - Fighters ( volume two ) “ 19 - Fighters (volume three ) “ 20 - Fighters ( volume four ) “ 21 – Fighters between the Wars 1919-39 22 - Bombers (volume eight ) WW II 23 – Bombers ( volume nine) “ 24- Bombers (volume ten) “ 25 – Bombers 1939.1945 26 – Bombers between the Wars 27 – Floatplanes 28 – Japanese Bombers of World War two 29 - Bombers 1939-1945 30 – Aircraft of World War II

SECÇÃO J

1- Naval Aircraft 1939-1945 2 – The Aircraft Carrier 3 – The Rise and Fall of the Aircraft Carrier 4 – Aicraft Carriers and Naval Aircrafts

SECÇÃO K

1- Les Ailes de la Gloire 2 – Thunder in the Heaveny 3 - Avions de legende 4- California High Warbirds of the West Coast

SECÇÃO L

1- Legion Condor 2 – Aviones en la Guerra Civil Española

SECÇÃO M

1-Guide to the Air War over Vietnam

SECÇÃO N

1 – Modern Fighters Part 1 ( 1944-1956) 2 – Modern Fighters Part 2 ( 1960-1970 ) 3 -. Jet Fighters 4 – War Planes 1945-1976 5 – Fighter

6-- Avions de Combat d´aujourd ´hui 7 – Guia da Aviação Militar 8 – Modern Fighters 9 – Modern Warplanes 10 – Modern Military Aicraft 11 – Airpower 12 – Fighters in Service ( 1973) 13 – Military Aircraft of the World ( 1978)

SECÇÃO O

1 – Zivilflugzeugl 2 – Airliners of the 1930s 3 – Piston Airliners since 1940 4 - Early Jet Airliners 5 – Advanced Jet liners 6- Turboprop Airliners

Observação : Para consultas sobre aviões italianos e japoneses, ver: Secção I 1- Combat Aircraft of World War II 10- Axis Aircraft of World Isabel Martins 17 de Outubro de 2018

NOTA: OS AVIÕES QUE SE MOSTRAM NÃO SÃO DO ENGº SARDINHA MAS DE OUTROS MODELISTAS

QUE OS FORAM OFERECENDO AO MUSEU.