Nutrição na atividade física e estilos de vida saudáveis: Novas perspetivas

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Nutrição, atividade física, estilos de vida saudáveis; exercício físico, tendências

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Ana Afonso Sousa

1

,Diogo Santos Teixeira1

,Valter Pinheiro1

,Clarissa Printes1

1

Instituto Superior de Ciências Educativas: Departamento de Ciências do Desporto

Resumo

O atual paradigma civilizacional apresenta várias características

influenciadoras da saúde do ser humano. Desta forma, o estilo de vida da cada

individuo pode contribuir para um aumento ou diminuição dos seus índices de

saúde, sendo que a alimentação e atividade física exercem um papel preponderante

nesta questão.

Com base nestas preocupações de maior impato social, o objetivo deste

trabalho consiste em analisar as mais recentes tendências da investigação ao nível

da nutrição, atividade física e estilos de vida saudáveis, servindo de introdução à

edição especial sobre novas tendências no desporto e atividade física a Revista

Eletrónica de Desporto e Atividade Física, manifestando recomendações gerais

aplicáveis à modificação dos estilos de vida da população.

Várias recomendações são realizadas tendo em conta as evidências

apresentadas e tendências futuras que se manifestam ao nível (1) da prática de

atividade física, (2) da abordagem médica no estilo de vida de forma mais

personalizada, (3) da reavaliação e exploração do potencial dos aparelhos eletrónicos

e novas tecnologias, (4) do acompanhamento do desenvolvimento das áreas da

metabonómica, nutrigenética e epigenética na sua relação com os biomarcadores e

variabilidade genética humana (5) e aconselhamento nutricional individualizado

Nutrição na atividade física e estilos de vida saudáveis: Novas perspetivas

REDAF-R E V I S T A D E D E S P O R T O E A T I V I D A D E F Í S I C A

Junho 2013

Volume 6, Número 2

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ajustado às características de cada pessoa, sendo que se evidencia a importância

desta ação nos idosos.

Abstract

The current civilizational paradigm has several characteristics influencing the

health of human beings. Thus, the lifestyle of each individual can contribute to an

increase or decrease in their levels of health, whereas nutrition and physical activity

play an important role in this issue.

Based on these concerns of greater social impact, the objective of this study

is to examine the most recent research trends in terms of nutrition, physical activity

and healthy lifestyles, serving as an introduction to the special issue on new trends

in sport and physical activity of Revista Eletrónica de Desporto e Atividade Física,

expressing general recommendations applicable to the modification of lifestyles of

the population.

Several recommendations are made taking into account the evidence

presented and future trends, manifested at the level (1) of physical activity, (2) the

medical approach in lifestyle in a more personalized way, (3) the re-evaluation and

exploration potential of electronic devices and new technologies, (4) monitoring the

development of areas of metabonomics, nutrigenetics and epigenetics in their

relationship with biomarkers and genetic variability of human (5) and individualized

nutrition counseling tailored to the characteristics of each person, with highlights to

the importance of this action in the elderly.

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O paradigma atual

O atual paradigma civilizacional apresenta várias características

influenciadoras da saúde do ser humano. A nossa evolução levou a um aumento

gradual da nossa qualidade de vida, que se manifestou no aumento da esperança

média de vida e no aumento da população. Por outro lado, o afastamento gradual do

estilo de vida característico do desenvolvimento da nossa espécie levou ao

desenvolvimento de outros problemas e desafios que se manifestam como difíceis

de transpor e que não se presentam como promotores da nossa saúde, qualidade de

vida e longevidade (Teixeira & Palmeira, 2013).

Verificou-se recentemente que o aumento continuo e gradual da esperança

média de vida que tem vindo a ser observável na era moderna pode vir a acabar,

sendo que as crianças a nascer nesta década poderão, em média, e pela primeira

vez, viver menos tempo e menos saudáveis do que os seus pais (Olshansky et al.,

2005; WHO, 2011).

Desta forma, o estilo de vida da cada individuo pode contribuir para um

aumento ou diminuição dos seus índices de saúde, sendo que a alimentação e

atividade física exercem um papel preponderante nesta questão. Estilo de vida é o

termo utilizado para descrever o modo como os indivíduos vivem e o

comportamento que manifestam diariamente no que diz respeito às suas diferentes

dimensões: física, psicológica, social e económica (Trovato, 2012).

As doenças relacionadas com o estilo de vida, cuja frequência tem aumentado

nos países industrializados onde a esperança média de vida é maior, nomeadamente

doenças crónicas e degenerativas, tais como, problemas cardíacos, diabetes,

obesidade, cancro, entre outras, parecem dever-se à exposição prolongada a

comportamentos-chave modificáveis, como o uso de tabaco, o consumo de uma

dieta desequilibrada, a inactividade física, e elevados níveis de stress (Minich &

Bland, 2013; Trovato, 2012).

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Por outro lado, a combinação entre a prática de exercício físico regular, o

consumo de uma dieta saudável, não apresentar hábitos tabágicos, e manter um

peso saudável parecem estar associados a uma redução de 80% no risco de

desenvolver as doenças crónicas mais comuns (Trovato, 2012).

Nos últimos anos, várias organizações científicas têm publicado

recomendações ao nível da nutrição e da atividade física para a população geral,

tendo por base a investigação científica e o conhecimento da prática clínica, com o

objectivo de prevenir ou tratar doenças relacionadas com o estilo de vida (Trovato,

2012; Minich & Bland, 2013).

A obesidade é uma destas doenças, que apresenta co-morbilidades graves ao

nível da saúde física e psicológica, tais como as já referidas doenças

cardiovasculares, a diabetes, o cancro, e outras como a artrite, as patologias

hepáticas e renais, e a apneia do sono, o desenvolvimento de depressão ou sintomas

depressivos, e o comprometimento da qualidade de vida (Calderon, Yucha &

Schaffer, 2005; Sjöberg et al., 2005; Hayden-Wade et al., 2005; Barlow et al., 2007;

Pi-Sunyer, 2009).

Com base nestas preocupações de maior impato social, o objetivo deste

trabalho consiste em analisar as mais recentes tendências da investigação ao nível

da nutrição, atividade física e estilos de vida saudáveis, servindo de introdução à

edição especial sobre novas tendências no desporto e atividade física a Revista

Eletrónica de Desporto e Atividade Física, manifestando recomendações gerais

aplicáveis à modificação dos estilos de vida da população.

Novas tendências

As mais recentes recomendações dietéticas das principais instituições

científicas e governamentais sugerem o controlo do peso através do incentivo ao

consumo de frutas, vegetais, peixe e cereais integrais, sendo por outro lado

desencorajado o consumo de gorduras saturadas, açúcar refinado, sal e álcool

(UHSS, 2010; USDA, 2010; WHO, 2012).

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A dieta mediterrânica com origem nos países do sul da Europa, é um padrão

alimentar dos mais estudados pela comunidade científica, e que apresenta

características que vão ao encontro da maioria destas recomendações, privilegiando

o consumo de frutas e vegetais, leguminosas, frutos secos e sementes, confecção e

tempero simples das refeições nas quais se utiliza o azeite e ervas aromáticas,

consumo moderado de peixe, carnes magras, e vinho, sendo rara a ingestão de

açúcares refinados (Altomare et al., 2013; Couto et al., 2011). Esta forma de

alimentação tem apresentado efeitos benéficos na saúde, nomeadamente ao nível da

proteção cardiovascular, prevenção de cancros, obesidade e diabetes mellitus, assim

como na melhoria da função cognitiva (Altomare, et al., 2013; May et al., 2012,

Martinez-Gonzalez et al. 2012; Couto et al., 2011; The InterAct Consortium, 2011;

Féart, Samieri & Barberger-Gateau, 2010).

No que diz respeito à atividade física as recomendações da Organização

Mundial de Saúde para adultos foram definidas tendo como objectivo a melhoria da

função cardiorrespiratória e muscular, da saúde óssea, do risco de desenvolver

doenças não transmissíveis, e depressão. Assim, é recomendada a prática de

atividade física aeróbia de intensidade moderada pelo menos 150 minutos por dia,

que deve ser realizada em períodos mínimos de 10 minutos de duração; e para

maiores benefícios os adultos devem praticar atividade física moderada 300 minutos

por semana, ou cumprir 150 minutos de atividade vigorosa, ou ainda uma

combinação equivalente destas intensidades; além disso, o exercício de força deve

ser efectuado com o envolvimento de grupos musculares major em 2 ou mais dias

da semana (WHO, 2010).

Nos últimos oito anos tem sido realizado um questionário anual de

tendências do fitness ao nível mundial, pelo American College of Sports Medicine

Health & Fitness Journal. Na edição de 2014 foram avaliadas 38 tendências, das

quais 25 foram definidas pelos editores do jornal, abrangendo os quatro sectores da

indústria do fitness (corporativo, clínico, comunitário e comercial).

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O questionário foi enviado a 28924 profissionais de exercício e saúde, tendo

sido obtidas 3815 respostas. Os resultados revelaram como principal tendência para

2014, o treino intervalado de elevada intensidade que envolve a execução de

exercícios de elevada intensidade, seguidos de curtos períodos de descanso ou

recuperação. A segunda maior tendência reportada é o treino com o peso corporal,

que tem sido praticado ao longo dos tempos pelas pessoas, e que se torna

actualmente num programa de treino popular em ginásios. Como terceira tendência

é descrito o treino realizado por profissionais graduados, experientes e certificados.

Uma vez, que o mercado do fitness está em crescimento e cada vez mais

competitivo, é necessária uma maior regulação nesta área (Thompson, 2013).

Os exercícios menos reportados pelos profissionais do fitness e que saem das

20 tendências mais reportadas são a Zumba, o Spinning (ciclismo in-door), treino

específico no desporto, e referências dadas pelo médico (Thompson, 2013).

Uma outra tendência atual é o uso cada vez mais frequente das novas

tecnologias na melhoria da saúde. O consumo cada vez maior de smartphones e

tablets, tem levado ao desenvolvimento de programas informáticos para estes

aparelhos, correntemente designados de aplicações ou “apps” (Hebden et al., 2012).

As aplicações no âmbito da saúde têm o potencial de ser acessíveis a um

grande número de pessoas, em qualquer lugar e a qualquer hora, com um custo-

benefício favorável (Cocker et al., 2012; Hebden et al., 2012). Muitas das aplicações

apresentam conteúdos sobre nutrição e atividade física, embora algumas sejam

desenvolvidas pelo sector comercial, focando-se mais nas calorias, e menos nas

recomendações clínicas e na mudança do comportamento (Hebden et al., 2012;

Dennison et al., 2013). Neste âmbito, seria importante que futuramente as

aplicações sejam desenvolvidas por profissionais qualificados que estabeleçam

objectivos de acordo com as recomendações, que promovam uma adequada e efetiva

mudança de comportamento, e que sejam aplicadas estratégias para prolongar o seu

uso ao longo do tempo, pois a sua utilização pode ser irregular e/ou de curta

duração (Hebden et al., 2012; Dennison et al., 2013).

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Os videojogos são outra tecnologia muito utilizada hoje em dia quer por

jovens, quer por adultos. Neste sentido, seria importante desenvolver estratégias

que permitam diminuir os efeitos negativos deste comportamento sedentário. Um

exemplo são os videojogos interativos, ou seja, jogos que requerem atividade física

além do habitual controlo de mãos, e que possibilitam um dispêndio energético

correspondente a uma atividade física leve a moderada (Biddiss & Irwin, 2010).

Embora estes videojogos apresentem um gasto energético superior às atividades

sedentárias, o seu nível de dispêndio energético não é equivalente a praticar um

desporto estruturado, nem atinge as recomendações diárias de exercício. Não sendo

um substituto, esta tecnologia pode ser um complemento do exercício físico regular

(Rizzo, Lange, Suma & Bolas, 2011).

As tecnologias de realidade virtual podem ser uma plataforma na promoção

de comportamentos desejáveis à saúde como a alimentação e a atividade física,

através de abordagens de ensino personalizado e de reforço motivacional, bem

como através das redes sociais (Ershow, Peterson, Riley, Rizzo & Wansink, 2011).

Nos últimos anos coloca-se a questão se as recomendações para a população

em geral serão suficientes para abranger a diversidade existente entre cada

indivíduo, o qual é afectado por diversas variáveis como a idade, a fase do ciclo de

vida, o género, a história clínica e familiar, o estado nutricional, a etnia, os hábitos

do estilo de vida, a medicação e suplementação alimentar, a genética e a epigenética

(Minich & Bland, 2013).

Verifica-se que a população portuguesa está envelhecida, tendência que

tende a agravar-se nos próximos anos. Sabe-se que nesta população há uma maior

fragilidade em cada individuo e que muitos se encontram mal-nutridos. Estas

questões podem levar a sérios problemas de saúde como mortalidade aumentada,

morbilidade, dependência, institucionalização e qualidade de vida reduzida (Dorner

et al., 2013; Ramage-Morin & Garriquet, 2013; von Arnim, Dismar, Ott-Renzer,

Noeth, Ludolph & Biesalski, 2013). Tem sido sugerido que um aconselhamento

nutricional individualizado pode ser utilizado para superar as necessidades de cada

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pessoa face à sua situação de vida (Dorner et al., 2013; Ramage-Morin & Garriquet,

2013).

Atualmente com o progresso na indústria alimentar e no estudo das ciências

da nutrição, surge uma nova abordagem nutricional que pretende enquadrar os

conhecimentos da genética, da biologia molecular e da bioquímica, com vista a um

aconselhamento mais personalizado (Norheim et al., 2012; Ronteltap et al., 2013;

Trovato, 2012). Os factores ambientais em conjunto com o estilo de vida parecem

apresentar impacto na carga genética individual e consequentemente no estado de

saúde dos indivíduos (Alegría-Torres et al. 2012).

As evidências científicas apontam para que factores ambientais e

comportamentos do estilo de vida, nos quais se incluem a alimentação e a prática de

atividade física, podem influenciar os mecanismos epigenéticos (Alegría-Torres et al.

2012).

Os mecanismos epigenéticos são parâmetros genómicos flexíveis, que podem

mudar a função do genoma através de influência exógena, mas também permitem a

propagação da atividade dos genes de uma geração de células para outra (Alegría-

Torres et al. 2012). De salientar, que estas alterações nos marcadores epigenéticos

parecem estar associadas a variadas doenças como cancros, doenças degenerativas e

desordens cromossómicas, problemas cardíacos, entre outras (Alegría-Torres et al.

2012; Santos-Rebouças e Pimentel, 2007).

Pela importância que pode ter ao nível do avanço na melhoria da saúde, na revisão

de Alegría-Torres e colaboradores (2012) sugere-se a oportunidade que os cientistas

têm de aprofundar melhor de que forma os marcadores epigenéticos estão

dependentes dos factores do estilo de vida, e quanto pode ser modificado nestes

mecanismos, através de mudanças positivas ou negativas no estilo de vida,

adquiridas e sustentadas ao longo do tempo.

A perspectiva de uma abordagem nutricional mais personalizada integra

também o estudo das complexas interações entre os vários componentes de um

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alimento e o sistema de regulação do metabolismo humano (Xie, Li, Li & Jia, 2013).

Segundo Rezzi et al. (2007), determinadas preferências alimentares podem

influenciar o estado metabólico basal e a atividade microbiana no intestino, o que

pode gerar consequências na saúde a longo prazo.

Neste sentido, torna-se importante fazer uma adequada avaliação da ingestão

e exposição aos nutrientes, procedendo à apreciação da sua biodisponibilidade, bem

como da eficácia e atividade biológica dos mesmos através da identificação de

marcadores biológicos válidos. No entanto, a interpretação destes biomarcadores

pode ser influenciada pela variabilidade genética humana, sendo fundamental aplicar

de forma integrada as descobertas das áreas metabonómica, nutrigenética e

epigenética (Rubio-Aliaga et al. 2012).

No que diz respeito à prática regular de atividade física, segundo a revisão de

Pérusse e colaboradores (2013), os estudos têm demonstrado efeitos positivos no

Índice de massa corporal (IMC), e na adiposidade em indivíduos com maior risco de

desenvolver obesidade, de acordo com o genótipo dos mesmos. Na mesma revisão é

reportado que o nível sérico de triglicéridos parece também ser influenciado pelas

interações entre um polimorfismo de nucleótico único num determinado gene

(NOS3) e o nível de atividade física (Pérusse et al., 2013). Num outro estudo, a

prática de atividade física parece estar relacionada com um mecanismo epigenético

responsável por menores respostas inflamatórias e menor instabilidade

cromossómica (Alegría-Torres et al., 2012).

Estes dados fornecem uma ideia do potencial que a investigação neste campo

pode representar na evolução dos cuidados de saúde, embora sejam necessários

mais estudos com metodologias mais rigorosas de forma a definir mais

ajustadamente as recomendações para a população.

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Recomendações

O ser humano possui uma extraordinária capacidade de adaptação. No

entanto, a rapidez com que a nossa civilização evolui pode ser superior à capacidade

que temos para nos adaptarmos. Da interpretação que fazemos aos estudos mais

recentes, verificamos que (1) é recomendada a prática de atividade física aeróbia de

intensidade moderada pelo menos 150 minutos por dia, que deve ser realizada em

períodos mínimos de 10 minutos de duração; e para maiores benefícios os adultos

devem praticar atividade física moderada 300 minutos por semana, ou cumprir 150

minutos de atividade vigorosa, ou ainda uma combinação equivalente destas

intensidades; além disso, o exercício de força deve ser efectuado com o

envolvimento de grupos musculares major em 2 ou mais dias da semana; (2) será

importante uma transição para uma abordagem médica no estilo de vida mais

personalizado. Esta abordagem integra o conhecimento de várias áreas científicas e

tecnológicas, que permitem adequar e adaptar a dieta e o exercício físico a cada

individuo, com o intuito de alcançar a máxima saúde e bem-estar; (3) reavaliar e

explorar o potencial dos aparelhos eletrónicos como smartphones, tablets, entre

outros, uma vez que possibilitam a um grande número de pessoas aceder a

informação sobre alimentação e exercício. Estes aparelhos podem ser uma

ferramenta útil e motivadora para um estilo de vida mais saudável e/ou para estudos

científicos que envolvam a análise destas variáveis; (4) acompanhar o

desenvolvimento das áreas da metabonómica, nutrigenética e epigenética na sua

relação com os biomarcadores e variabilidade genética humana, pois parecem uma

área de grande desenvolvimento nos próximos anos e que maior influência poderá

ter na saúde do ser Humano; (5) aconselhamento nutricional individualizado

ajustado às características de cada pessoa, e em particular às dos idosos.

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