NUTRIÇÃO PARENTERAL EM NEONATOLOGIA Apresentação: Paula Abdo R4 UTIP HMIB RODÍZIO UTIN –...
-
Upload
luiz-felipe-sa-sousa -
Category
Documents
-
view
218 -
download
2
Transcript of NUTRIÇÃO PARENTERAL EM NEONATOLOGIA Apresentação: Paula Abdo R4 UTIP HMIB RODÍZIO UTIN –...
NUTRIÇÃO PARENTERAL EM NEONATOLOGIA
Apresentação: Paula AbdoR4 UTIP HMIB
RODÍZIO UTIN – ago/2015Coordenação: Dra Marília Aires
www.paulomargotto.com.brBrasília, 30 de outubro de 2015
INTRODUÇÃO
• “Nutrição Parenteral total ou parcial constitui parte dos cuidados de assitência ao paciente que está impossibilitado de receber os nutrientes através do sistema digestório, em quantidade e qualidade que atendam às suas necessidades metabólicas.”
Paulo Margotto, 2013
INDICAÇÕES
• Via enteral impossibilitada:– Cirurgia– Enterocolite necrosante– Obstrução intestinal
• Absorção comprometida:– Síndrome do intestino curto
• Imaturidade intestinal– RNPT < 1500g
• Desnutrição associada
CONTRA INDICAÇÕES
• Instabilidade hemodinâmica• Anúria sem diálise• Graves distúrbios hidroeletrolíticos • Distúrbios metabólicos
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Via periférica*– Concentração de glicose menor ou igual a 12,5%– Osmolaridade até 600mOsm/L– Menor tempo, normalmente 2 semanas
*Paulo Margotto, 2013
• Via central*– Concentração de glicose entre 20-30%– Osmolaridade maior 1250mOsm/L– Mais que duas semanas
*Pediatric Nutrition, 2014
COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES
Deve ser individualizada para a indicação e necessidade específica de cada paciente
– Aporte hídrico– Proteína– Glicose– Lipídio– Suplementos
Aporte hídrico
• Objetivo: evitar desidratação e hiperhidratação, mantendo concentração de glicose e eletrólitos normais
• Necessidades hídricas dependem– Idade gestacional– Condições clínicas associadas– Perdas insensíveis (IG, peso nascimento): grande
variabilidade
Aporte hídrico
• Iniciar com 60 a 80ml/kg e aumentar 10ml/kg por dia até o max de 150ml/kg/dia*
*Paulo R. Margotto, 2013• Em RNPT < 1000g pode ser necessário
ultrapassar os 150ml/kd/dia para conseguir alcançar ganho de peso devido perda insensível muito alta*
*Pediatric Nutrition, 2014
Proteína
• Principal elemento para o ganho de peso• AA pediátrico x AA adulto
– Melhor ganho de peso– Balanço nitrogenado positivo
*AA para nefropata (1)/hepatopata (2): usado apenas em adultos; sob indicações específicas
1)Estados de injuria renal crônica e 2)Encefalopatia grau III ou IV
Proteína
• Objetivo: minimizar o catabolismo protéico• Pode-se tentar gerar um anabolismo e um
balanço nitrogenado positivo: alcançando crescimento e ganho de peso
• Aporte energético não-proteico de 80kcal/kg/dia e AA 2,7 a 4g/kg/dia a retenção nitrogenada pode chegar a taxa fetal
Proteína
• AA:*– Iniciar no 1°dia de vida– Dose: 1g/kg/dia– Aumentos de 0,5g/kg/dia– Dose maxima 3g/kg/dia *Paulo R. Margotto,
2013
Proteína
• Em RNPT MMBP:*– iniciar no primeiro dia: AA de 2 a 3g/kg/dia– Seguir aumento de 1g/kg por dia– Preservar estoques proteicos– Aumentar concentração plasmática *Pediatric Nutrition,
2014
ProteínaGlutamina
• Não está presente em nenhuma formulação de AA• É um estimulador de linfócitos, macrófagos e dos
enterócitos• E precursor da síntese dos nucletídeos e da
glutationa (antioxidante)• Importância na manutenção do trofismo da mucosa
intestinal, prevenindo a atrofia• RNPT MMBP e pacientes com s. intestino curto
podem se beneficiar, mas mais estudos são necessários para indicar o uso de rotina
• 0,3 a 0,4g/kg/d
Glicose• Principal fonta energética• Dose inicial 4 a 6mg/kg/min• Observar concentração da glicose para a via
escolhida• Nos RNPT: início precoce e aumento dos AA
resulta em menor hiperglicemia e menos hipercalemia* *Pediatric Nutrition, 2014
• Intolerância: hiperosmolaridade e diurese osmotica
Lipídio
• Soluções a 10% e a 20%• Razão entre fosfolipidio (inibe a lipase) e
triglicerideo– 10%: 0,12– 20%: 0,06
• Alta concentração calórica (2kcal/ml) com a mesma osmolaridade do plasma
Lipídio• Iniciar no 2°d de vida na dose 0,5g/kg/dia,
aumentos diários de 0,5g/kg, dose max 3g/kg* *Paulo R. Margotto, 2013
• No RNPT: Iniciar no 2°d de vida na dose 1 a 2g/kg/dia, aumentos de 1g/kg ao dia* *Pediatric Nutrition, 2014
• Acompanhar tolerância com dosagens de TG<200 (acima de 250, suspender)
Lipídio
• Hiperbilirrubinemia indireta (EST)– As soluções usadas aumentam AGL que deslocam
a B da Albumina– <1000g: dose max 0,5g/kg– 1000-1500g: 1g/kg– >1500g: 2g/kg
Lipídio
• Intolerância– Soluções atuais não são adequadas para uso
prolongado– Colestase, disfunção hepática– Reduzir dose para 1g/kg/d pode impedir
progressão da colestase
Lipídios
Formulações alternativas de lipídios• Azeite de oliva: efeito antioxidante; contém baixas
concentrações de omega 6: atrapalha recrutamento dos leucócitos
• Omega 3: desenvolvimento do SN e da retina; ação antiinflamatória e captação extrahepática de lipidio
• Óleo de peixe: omega 3 e 6• SMOFlipid: TCM + óleo de soja azeite de oliva + óleo
de peixe *Pediatric Nutrition, 2014
Eletrólitos
• Sódio: – inicia-se no 2°d de vida, 1mEq%, aumentos diários
de 1mEq até 3mEq%
*nos <1Kg iniciar após 72h
• Potássio: – inicia-se no 2°d de vida, 0,5mEq%, pós diurese.
Aumentos diários de 0,5mEq%* nos <1Kg iniciar após 72h
Eletrólitos
• Cálcio– inicia-se no 1°d de vida, 2 a 4mEq/kg
• Fósforo– inicia-se no 1°d de vida, 0,5ml/kg/dia– Relação Ca/P 2:1
• Magnésio– Dose 0,5mEq/kg/dia
Micronutrientes• Devem ser iniciados quando a NPT for se
prolongar por mais de 7d• NPT por menos de 1 semana ou apenas
complementar a dieta enteral (<2sem): zinco é o único mineral necessário
• Cromo e selenio: não usar na presença de insuficiência renal
• Manganês e cobre: não usar na presença de colestase
• Oligoped: 1ml/kg/d ou PedElement 0,2ml/kg/d
Vitaminas
• Polivitaminicos– Dose recomendada vitamina E– Dose baixa de Vit A e D– Doses altas das vitaminas do complexo B
Transição NP - NE
• Período crítico• Necessidades dos nutrientes podem flutuar
devido retirada do aporte parenteral e aporte enteral ainda insuficiente
• Realizar transição quando Taxa Hídrica Oral alcançar 120ml/kg/dia e Taxa calórica Oral 100Kcal/kg/dia
Complicações• Mecânicas
– Derrame pleural/pericárdico– Pneumotorax– Flebite
• Infecciosa– Sepse
• Metabólica– Disfunção hepática: colestase, esteatose, cirrose– Doença metabólica óssea– Iatrogenia: hipo/hiperglicemia, eletrólitos, vitaminas
Consultem!
• Pediatric nutrition, American Academy of Pediatrics, 7a edição, 2014
Nutrição parenteralAutor(es): Fabiana Moreia Pontes, Maria Rita Carvalho Garbi Novaes, Cira Ferreira Antunes Costa, Paulo R. Margotto, Marina Ramthum do Amaral
Fluidos e displasia broncopulmonar (ingesta de nutrientes)Autor(es): Paulo R. Margotto, Joseleide de Castro, Márcia Pimentel de Castro
Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013
Nutrição enteral nos pré-termos-tarefa desafiante (IX Simpósio de Perinatologia, 12-14 de agosto de 2015, Fortaleza, CE)Autor(es): Paulo R. Margotto
Ensaio controlado randomizado de preparações lipídicas a base de óleo de peixe versus óleo de soja no tratamento de crianças com colestase associada à nutrição parenteral
Lam H.S., Tam Y.H., Poon T.C.W et al. Apresentação:Antônio Cândido de Paula Neto, Débora Pennafort Palma, Paulo R. Margotto
• O alto consumo de proteína é o pilar da abordagem agressiva da nutrição (muitos autores atualmente trocam o termo nutrição agressiva para nutrição adequada!); oferta mais de 2g/kg de proteína já a partir do primeiro dia e chegar a 3,5-4g/kg/fia no final da primeira semana de vida evita, o catabolismo proteico e o balanço nitrogenado negativo e incentiva acréscimo de proteína, ganho ponderal e crescimento, além de aumentar a secreção endógena de insulina e a gliconeogênese e consequentemente, aumentando a tolerância a glicose e prevenindo a hiperglicemia (atualmente não há evidência para o uso rotineiro de insulina nos pré-termos extremo) e diminuição da displasia broncopulmonar. Para que ocorra a síntese proteica é necessário energia (os lipídeos são boas fontes calóricas, devido a sua alta densidade energética) e a necessidade energética em nutrição parenteral (90-100cal/kcal/kg) é menor (menor gasto energético) do que na nutrição enteral (120-130kcal/kg); é importante manter a relação média de proteína/caloria em 3,3 g de proteína/100 kcal a fim de maximizar o acréscimo de proteína, melhorar a tolerância a lipídios e proteínas e evitar acidose; atualmente recomenda-se 1 g/kg/dia de lipídeo para RN de muito baixo peso no primeiro dia de vida, aumentando gradualmente (0,5-1,0 g/kg/dia), se bem tolerado sem hipertrigliceridemia, a um máximo de 3,0-3,5 g/kg/dia até ao final da primeira semana de vida (se hiperbilirrubinemia, limitar a menos de 3g/kg/dia, devido ao risco do deslocamento da bilirrubina da albumina, aumento níveis livres de bilirrubina); se infecção, monitorização cuidadosa dos triglicerídeos, devido ao provável menor clearance destes na infecção (na colestase, o ideal é o uso de lipídeo a base de óleo de peixe); a taxa de infusão de glicose: entre 4-5mg/kg/min, principalmente nos pré-termos extremos. Oligoelementos: selênio (excretado pelos rins) reduz episódios de sepse (reduzir em caso de insuficiência renal); se enterocolite necrosante com ileostomia, exige suplementação extra de zinco. Evitar sobrecarga hídrica para a prevenção de distúrbios respiratórios e outras morbidades.
Nutrição parenteral nos pré-termos de muito baixo pesoAutor(es): Riskin A, Hartman C, Shamir R. Apresentação: Gabriela F.
Melara
2015