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1 O ADVENTO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR SOB AS PERSPECTIVAS TEÓRICO-EPISTEMOLÓGICAS DE PIAGET, WALLON E VYGOTSKY Jacqueline Fonseca de QUEIROZ Luciano dos SANTOS RESUMO O presente estudo busca apresentar as principais contribuições teóricas de estudiosos da área da educação, como Piaget (1970), Wallon (1902) e Vygotsky (1989), diante dos pressupostos formativos da atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação brasileira. Objetiva-se, portanto, contrastar os aspectos normativos de ambas as partes meio ao contexto educacional e suas implicações pedagógicas, revelando, assim, argumentos convergentes e divergentes do estabelecimento para tal norma. Em sua metodologia, o estudo contou com a pesquisa bibliográfica e documental. Visando oportunizar a discussão sobre a importância da BNCC sob a ótica de grandes teóricos, o estudo revela a relação linear entre teoria e prática educativa, explorando a coesão entre referências, conjecturas e práxis. Através desta pesquisa, pode-se apresentar a estreita relação entre as atuais e aceitas teorias da educação com relação aos pressupostos normativos da BNCC para a educação básica brasileira. Palavras-chave: Teorias da educação. Base Nacional Comum Curricular. Contraste. THE ADVENT OF THE BRAZILIAN NATIONAL COMMON CURRICULAR BASE UNDER PIAGET, WALLON AND VYGOTSKY’S THEORETICAL-EPISTEMOLOGICAL PERSPECTIVES The present study seeks to present the main theoretical contributions of scholars in the field of education, such as Piaget (1970), Wallon (1902) and Vygotsky (1989), in view of the formative assumptions of the current National Common Curricular Base for Brazilian education (BNCC). The objective is, therefore, to contrast the normative aspects of both viewing to the educational context and its pedagogical implications, thus revealing convergent and divergent arguments of the establishment for such a norm. In its methodology, the study counted on bibliographical and documentary research. In order to open the discussion about the importance of BNCC from the perspective of great theorists, the study reveals the linear relationship between theory and educational practice, exploring the cohesion between references, conjectures and praxis. Through this research, there is the possibility to present the close relationship between current and accepted educational theories in relation to the normative assumptions of BNCC for Brazilian basic education. Keywords: Theories of education. Brazilian National Common Curricular Base. Contrast. Professora Especialista em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, 2014. E-mail [email protected] Professor Especialista em Ensino da Língua Inglesa pela Universidade Estadual do Ceará UECE, 2018. E- mail [email protected]

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O ADVENTO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR SOB AS

PERSPECTIVAS TEÓRICO-EPISTEMOLÓGICAS DE

PIAGET, WALLON E VYGOTSKY

Jacqueline Fonseca de QUEIROZ

Luciano dos SANTOS

RESUMO

O presente estudo busca apresentar as principais contribuições teóricas de estudiosos da área da

educação, como Piaget (1970), Wallon (1902) e Vygotsky (1989), diante dos pressupostos formativos

da atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação brasileira. Objetiva-se, portanto,

contrastar os aspectos normativos de ambas as partes meio ao contexto educacional e suas implicações pedagógicas, revelando, assim, argumentos convergentes e divergentes do estabelecimento para tal

norma. Em sua metodologia, o estudo contou com a pesquisa bibliográfica e documental. Visando

oportunizar a discussão sobre a importância da BNCC sob a ótica de grandes teóricos, o estudo revela a relação linear entre teoria e prática educativa, explorando a coesão entre referências, conjecturas e

práxis. Através desta pesquisa, pode-se apresentar a estreita relação entre as atuais e aceitas teorias da

educação com relação aos pressupostos normativos da BNCC para a educação básica brasileira.

Palavras-chave: Teorias da educação. Base Nacional Comum Curricular. Contraste.

THE ADVENT OF THE BRAZILIAN NATIONAL COMMON CURRICULAR BASE UNDER PIAGET,

WALLON AND VYGOTSKY’S THEORETICAL-EPISTEMOLOGICAL PERSPECTIVES

The present study seeks to present the main theoretical contributions of scholars in the field of

education, such as Piaget (1970), Wallon (1902) and Vygotsky (1989), in view of the formative

assumptions of the current National Common Curricular Base for Brazilian education (BNCC). The objective is, therefore, to contrast the normative aspects of both viewing to the educational context

and its pedagogical implications, thus revealing convergent and divergent arguments of the

establishment for such a norm. In its methodology, the study counted on bibliographical and

documentary research. In order to open the discussion about the importance of BNCC from the perspective of great theorists, the study reveals the linear relationship between theory and educational

practice, exploring the cohesion between references, conjectures and praxis. Through this research,

there is the possibility to present the close relationship between current and accepted educational

theories in relation to the normative assumptions of BNCC for Brazilian basic education.

Keywords: Theories of education. Brazilian National Common Curricular Base. Contrast.

Professora Especialista em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, 2014. E-mail [email protected] Professor Especialista em Ensino da Língua Inglesa pela Universidade Estadual do Ceará – UECE, 2018. E-mail [email protected]

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Sancionado pela Presidência da República em 2014, o Plano Nacional de

Educação (PNE) estima vinte metas para educação básica brasileira que devem ser alcançadas

dentro do prazo de dez anos e, segundo especialistas e educadores, a meta número sete é a que

mais precisa de atenção e de estratégias para ser cumprida, a qual busca aumentar a qualidade

da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da

aprendizagem. Entre as estratégias adotadas pelo Ministério da Educação para o cumprimento

dessa meta era a criação de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ou seja, um

descritivo de conteúdos e saberes necessários para cada ano de cada segmento da Educação

Básica. A criação dessa base curricular única para todo o país gera uma grande polêmica,

tendo em vista as dimensões continentais do país e suas inúmeras expressões culturais.

A BNCC pode ser definida como um documento normativo que declara de forma

gradual as aprendizagens essências a que devem ser expostas os discentes no decorrer de suas

incursões pelo mundo letrado. No decorrer dessa trajetória pela educação básica os mesmos

necessitam da garantia do direito a aprendizagem, a formação humana e a justiça social. O

documento deixa claro que os estudantes devem desenvolver competências básicas e dessa

forma consolidar seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento integral possibilitando aos

mesmos a formação de um sujeito capaz de exercer sua cidadania e atuar dignamente no

mundo do trabalho. Para tanto necessitamos perceber que a “educação deve afirmar valores e

estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade tornando-a mais humana,

socialmente justa e também, voltada para preservação da natureza” (BRASIL, 2013)

mostrando-se também alinhada a agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Constituída por orientações integradoras, a BNCC visa proporcionar, acima de

tudo, igualdade entre as redes públicas e privadas de ensino escolas de todo o Brasil.

Propõem-se, então, objetivos de aprendizagem que possam ser alcançados através da

promoção e desempenho de competências e habilidades, estas inseridas no currículo

formativo, as quais serão propostas diante de estratégias metodológicas, conforme

apresentarem-se mais adequadas para tal consolidação.

A BNCC tem como marcos legais a constituição 1988, em seu artigo 205º, onde

declara ser a educação um direito fundamental. A Lei de Diretrizes da Base da Educação –

LDB, que em seu artigo 9º, inciso IV estabelece o regime de colaboração entre estados,

distrito federal e municípios competências e diretrizes para cada modalidade de ensino

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mantendo o que deve estar posto nos currículos e seus conteúdos básicos, a fim de propiciar

uma formação mínima comum a toda a população. O parecer do Conselho Nacional de

Educação – CNE/CEB nº 7/2010 que orienta o conceito de contextualização, dando

visibilidade à inclusão, à valorização dos diferentes, ao atendimento a conceitos de culturas

diferenciadas, pluralidade, diversidade cultural.

O Plano Nacional da Educação – PNE que enfatiza a necessidade de um currículo

comum, focado na aprendizagem tendo como destaque principal a qualidade na educação. O

PNE estabelece 20 metas a serem alcançadas dentro de um prazo de 10 anos, o qual prevê a

acessão da qualidade da educação nacional, versando desde a educação infantil à gestão de

recursos de forma coerente.

Diante desses pressupostos legais e normativos, o estudo almeja contrastar tais aos

pressupostos às perspectivas de teóricos e estudiosos renomados da área da educação como

Jean William Fritz Piaget (1970), Henri Paul Hyacinthe Wallon (1902) e Lev Semyonovich

Vygotsky (1989), em prol do estabelecimento de uma visão contextualizada dos aspectos

convergentes e divergentes.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nessa seção encontra-se a discussão sobre as contribuições das principais teorias

que fundamentam a área da educação e suas relações com os pressupostos normativos da atual

BNCC, implantada com vistas ao desenvolvimento da educação básica brasileira, além da

análise crítica de seu estabelecimento diante das necessidades e realidades vividas em um

cenário educativo massivo e plural.

Em Coutinho (1992 apud SOUZA; WECHSLER, 2014) tem-se uma visão

panorâmica acerca das concepções dos estudiosos propostos para o presente estudo:

Piaget, assim como Wallon e Vygotsky, nos introduz a linha sócio-interacionista, que se apoia à ideia de que existe uma interação constante

entre o sujeito e o meio e que esta interação é essencial para o

desenvolvimento do indivíduo. Se considerarmos a escola como um dos meios com o qual a criança tem mais contato, esta se constitui como peça

fundamental no desenvolvimento infantil (COUTINHO, 1992 apud SOUZA;

WECHSLER, 2014, p.135).

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Desta forma, o estudo buscará exteriorizar a discussão acerca dos pontos

convergentes e/ou divergentes entre teoria e prática, correlacionando epistemologia à

educação básica brasileira.

2.1 TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE PIAGET

Biólogo por formação, Jean Piaget (1896-1980) nasceu em Neuchâtel, na Suíça,

dedicou-se aos estudos sobre a concepção do conhecimento humano, formulando que da

mesma forma com que os indivíduos conseguem adaptar-se ao meio, este, por sua vez,

consegue influenciá-los, de maneira evolutiva. Assim, desde criança, estamos diante de

estímulos exteriores, os quais moldam nossa concepção e discernimento de mundo, sendo

regido pelas habilidades cognitivas em sua hegemonia.

Conforme Piaget, o conhecimento ocorre no individuo desde o seu nascimento,

evolui ao longo dos anos é aprimorado com o passar do tempo, nessa trajetória acontecem

momentos de assimilação e acomodação que evoluem para aprendizagens complexas.

Para Piaget a inteligência tem como objetivo a adaptação do individuo ao meio

em que vive, nesse processo novos hábitos e atitudes se apresentam como respostas as

aprendizagens desenvolvidas em relação ao ambiente. Segundo ele ao interagir com o

ambiente o sujeito faz inferências objetivando compreender e se adaptar ao contexto vivido,

esse método de testagem ocorre à medida que os conhecimentos são internalizados,

absorvidos e maturados, a este processo o autor denomina de Manifestação Diferenciada.

O autor enfatiza, ainda, que o conhecimento intelectual ocorre quando

assimilamos conceitos, acomodamos os mesmos e buscamos o equilíbrio dentro do nosso

cognitivo, essa conduta determina a aprendizagem, dessa forma a assimilação e a

acomodação são determinantes no processo de desenvolvimento cognitivo no decorrer da

infância dos indivíduos, podendo ocorrer de forma diferente de um individuo para o outro. Ele

dividiu em quatro estágios os níveis de aprendizagens na vida da criança, a saber:

Sensório Motor (0 aos 02 anos) a criança não tem autonomia, ações são restritas, sua

sobrevivência depende de outros;

Pré – operatório (02 aos 07 anos) apresenta função simbólica, inicia a linguagem oral,

“tudo gira em torno do sujeito”, animismo;

Operações Concretas (07 aos 12 anos) a criança desenvolve a ideia de objeto concreto,

empatia e tolerância.

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Operações formais (12 anos em diante) realização de operações mentais abstratas,

hormônios começam a agir, surgem mudanças físicas, o comportamento e afetado

(revolta, incerteza e ideologia...), logica aguçada.

A teoria de Piaget é recebida como um modelo de aprendizagem fiel à realidade,

mesmo ocorrendo variações em alguns indivíduos acontece com a maioria das crianças.

Para Piaget (1974):

O desenvolvimento é caracterizado por um processo de sucessivas equilibrações. O desenvolvimento psíquico começa quando nascemos e

segue até a maturidade, sendo comparável ao crescimento orgânico; como

este, orienta-se, essencialmente, para o equilíbrio. (PIAGET, 1974, P.13).

Piaget considerava, ainda, que todos os indivíduos da sociedade compartilhavam

das mesmas possibilidades de aprendizagem e de produção de conhecimento, seja da forma

modesta a mais complexa.

As premissas epistemológicas da BNCC conferem à exploração do potencial

cognitivo dos aprendizes através de componentes curriculares da área de Ciências da Natureza

capazes de alcançar essa proposta, a qual se expressa, a seguir.

Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a respeito de si mesmas, da

diversidade e dos processos de evolução e manutenção da vida, do mundo material – com os seus recursos naturais, suas transformações e fontes de

energia –, do nosso planeta no Sistema Solar e no Universo e da aplicação

dos conhecimentos científicos nas várias esferas da vida humana. Essas

aprendizagens, entre outras, possibilitam que os alunos compreendam,

expliquem e intervenham no mundo em que vivem (BRASIL, 2017, p.277).

De maneira abrangente, é possível identificar que a BNCC contempla os conceitos

de evolução do conhecimento, através da manutenção das atividades que regem a vida do

aprendiz, seja essa de natureza individual ou social, haja vista o caráter formador da instrução

acadêmica, em diferentes etapas da vida do ser humano.

A seguir encontram-se as contribuições da Teoria do Desenvolvimento de Henri

Wallon à aprendizagem escolar.

2.2 TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE VYGOTSKY

Lev Vygotsky (1896-1934) nasceu na cidade Orsha, antiga capital da então

Bielorrússia. Formado em Psicologia, Vygotsky contribuiu à ciência através de inúmeros

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estudos sob os vértices do desenvolvimento da aprendizagem em contrapartida às relações

sociais inerentes a ele, dando origem a corrente epistemológica sócio construtivista.

A teoria de Vygotsky ressalta que as características humanas são resultantes das

relações entre o homem e a sociedade, uma vez que o homem transforma o ambiente onde

vive a fim de atender suas necessidades e nesse processo transforma a se mesmo, enquanto

sujeito da ação. Para ele a criança ao nascer apresenta funções psicológicas básicas, a partir do

aprendizado da cultura estas funções transformam-se em funções psicológicas superiores

sendo, portanto capaz de controlar o consciente, o comportamento. O desenvolvimento

psíquico humano é mediado pelo sujeito que sugere, delimita e atribui significados a

realidade. Ele defende a educação inclusiva e a acessibilidade para todos uma vez que ao

interagir realizam uma troca de saberes e experiência, dessa forma ambos se beneficiam com

aprendizagens.

Ao contemplara os campos de experiências, a BNCC evidencia a intrínseca

orientação vigotskiana na aprendizagem, quando estabelece que:

O eu, o outro e o nós – É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão

descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com

outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais

(na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e,

simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao

mesmo tempo em que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de

reciprocidade e de interdependência com o meio (BRASIL, 2017, p.36).

O autor apresenta a origem cultural das funções psíquicas que se dá na relação do

sujeito com o seu ambiente social e cultural, demonstrando que a cultura é parte característica

da natureza humana, uma vez que o desenvolvimento humano não é indiferente ao

desenvolvimento histórico e social.

Para o referido autor:

O desenvolvimento mental da criança é um processo continuo de aquisições, desenvolvimento intelectual e linguístico relacionado à fala interior e

pensamento. Impondo estruturas superiores, ao saber de novos conceitos

evita-se que a criança tenha que reestruturar todos os conceitos que já possui

(VYGOTSKY, 1989, p.54).

Vygotsky buscava comprovar através de seus estudos que as funções psicológicas

(memória, a atenção, a percepção e o pensamento) surgem de forma elementar para,

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posteriormente, aparecerem em formas superiores (especificamente vinculada aos humanos).

Que a linguagem tem papel preponderante no processo de pensamento já que é uma

característica exclusivamente humana, a fala aparece como uma das funções psicologias

capazes de promover o desenvolvimento através de seus conhecimentos histórico-cultural.

Conforme Vygotsky a aprendizagem é um processo ininterrupto, já a educação se

apresenta como transposição de um nível a outro de aprendizagens, e que esta transposição

ocorre principalmente quando há interação entre os sujeitos. Ele identificou dois níveis de

desenvolvimento: o desenvolvimento real e o desenvolvimento potencial ou proximal. No

desenvolvimento real a criança realiza funções sem ajuda de outro individuo, aquilo que foi

aprendido já foi consolidado. Já o desenvolvimento potencial é aquele momento em que a

criança realiza ações com o auxílio de outro indivíduo. Neste momento as experimentações, o

diálogo, as imitações e a colaboração são fontes de apoio para que aconteça a transposição de

um nível a outro de aprendizagem e consequentemente de desenvolvimento. Segundo

Vygotsky “aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de

desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência

hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã” (VYGOTSKY, 1984, p. 98).

2.3 TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE WALLON

Nascido em Paris, França, Henri Wallon (1879-1962) possuiu diversas ocupações

ao longo de sua vida, muitas delas voltadas à área da saúde e desenvolvimento humano,

como, por exemplo, filosofia, medicina, psicologia e política. Dedicou estudos,

especificamente, à fase da infância, suas características e fatores preponderantes à

aprendizagem.

A teoria de Henri Wallon relata que o desenvolvimento intelectual envolve não só

o cérebro, mas as emoções. Nessa teoria as emoções têm um papel preponderante no

desenvolvimento da pessoa, que é por meio delas que os discentes explicitam seus desejos e

suas vontades. Para Wallon a educação deve ser integral, intelectual, afetiva e social desde a

pré-escola a universidade. Ainda fazia parte de sua preocupação a formação em valores éticos

e morais, pois acreditava ele ser a escola o espaço ideal para criar condições e se desenvolver

valores e aptidões.

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O teórico acreditava que o ser humano é geneticamente social, necessitando da

cultura para atualizar-se para ele o sujeito necessita passar do orgânico para o psíquico: a

emoção, a imitação, a motricidade e o social. O homem na psicogenética de Wallon tem sua

dimensão afetiva ocupando o lugar central, sendo um ser predisposto geneticamente para a

vida em sociedade o que lhe servira de amparo e proteção.

A teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da

pessoa completa, pois para o autor não é possível dissociar o biológico do social no homem.

Ele reserva um espaço especial no meio social como espaço de construção da atividade física,

mental e afetiva, ou seja, como espaço que oportuniza o desenvolvimento global. Ele dividiu

em estágios nos quais podem explicitar como o homem se desenvolve: Estes estágios se

comunicam entre si, favorecendo a aprendizagem:

Estagio Impulsivo (0 a 06 meses) inicia a partir do ato reflexo e depende dos estados

afetivos;

Estagio Emocional (6 – 8 meses) reações associadas a alguma atividade, preparação

para a fase sensório-motora;

Estagio Sensório-motor (8-18 meses) relações cognitivas com o meio, por intermédio

de experimentações, movimentação com finalidade afetiva.

Estagio Projetivo (18 meses a 03 anos) o simbolismo da linguagem, cada vez mais

apurado, o pensamento expresso pelo gestual.

Estagio Personalismo (03- 07 anos) formação da personalidade, preponderância das

relações afetivas através de palavras e ideias.

Estagio Categorial (07 anos – puberdade) avanços cognitivos e predominância na

relação com o meio.

O desenvolvimento é marcado por conflitos, o movimento estudado pelo autor

engloba vários aspectos da natureza humana, possibilita ao homem diferenciar-se dos outros

animais, permite que a natureza ser transformada.

Acerca da concepção sócio-interacionista de aprendizagem, Dourado e Prandini

(2012) contribuem à cultura o caráter determinante para a aprendizagem, os quais explanam

que:

O acesso à cultura é função primordial da educação formal, pois ela é a

expressão do florescimento das criações e das aptidões do homem genérico, universal, sejam manuais, corporais, estéticas, intelectuais ou morais. A

escola é parte das condições de existência na qual a pessoa se desenvolve e

constitui, devendo intervir neste processo de maneira a promover o desenvolvimento de tantas aptidões quantas for possível (DOURADO;

PRANDINI, 2012, p.10).

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Em conformidade às palavras dos referidos autores, a BNCC estabelece como

uma de suas dez competências gerais:

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos,

informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais,

econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a

construção de uma sociedade solidária (BRASIL, 2017, p.18).

Nota-se a relevância dedicada aos processos e relações indivíduo e ambiente,

fazendo relação aos conceitos interacionistas de aprendizagem. Nesta mesma linha de

raciocínio, Wallon (s/d apud GALVÃO, 2000) encontra-se, paralelamente trelado à

linguagem, a concepção de cultura:

A cultura e a linguagem fornecem ao pensamento os elementos para evoluir,

sofisticar. A parte cognitiva social é muito flexível, não existindo linearidade

no desenvolvimento, sendo este descontínuo e, por isso, sofre crises, rupturas, conflitos, retrocessos, como um movimento que tende ao

crescimento (WALLON, s/d, apud GALVÃO, 2000, p.47).

Nitidamente, identifica-se a relevância da interculturalidade atrelada aos processos

da aprendizagem, na qual o amadurecimento cognitivo se dará mediante as experiências nem

sempre exitosas, onde o indivíduo desenvolve suas habilidades e aptidões através das

múltiplas relações com o meio onde vive.

2.4 SEMELHANÇAS E DISTINÇÕES ENTRE AS TEORIAS

Tanto Piaget quanto Vygotsky entendem a criança como um ser ativo, atento, que

cria hipóteses sobre o ambiente. A teoria de Wallon assemelha-se ao trabalho de Vygotsky

quando coloca o conhecimento como uma teia de relações sociais.

No que se refere a diferenças no processo de desenvolvimento. As principais são:

Quanto ao papel dos fatores internos e externos no desenvolvimento - Piaget aponta a

maturação biológica como principal, onde os fatores internos preponderam sobre os

externos, já Vygotsky o ambiente social, em que a criança nasceu, variando o

ambiente o desenvolvimento também variará. Wallon busca entender a pessoa nas

suas principais dimensões (motora, emotiva, biológica e cognitiva).

Quanto a construção do real – Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados

espontaneamente pela criança, conforme o estagio de desenvolvimento em que se

encontra e progressivamente se torna socializada, Vygotsky a criança já nasce um ser

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social, a partir de sua interação com os indivíduos, a construção do real mediada pelo

interpessoal para o individual em seu desenvolvimento, já em Wallon a emoção é

orgânica e social.

Quanto ao papel da aprendizagem – Piaget acredita que a aprendizagem se submete ao

desenvolvimento, Vygotsky aponta que desenvolvimento e aprendizagem processos

que se influenciam mutuamente, quanto mais desenvolvimento mais aprendizagem.

Em Wallon a inteligência se desenvolve através de saltos, para que eles ocorram se faz

necessário o amadurecimento neurológico e também a influência da cultura.

Quanto ao papel da linguagem no desenvolvimento e a relação entre linguagem e

pensamento; Vygotsky “A linguagem é anterior ao pensamento e que esse, o

pensamento, é reflexo da linguagem, Piaget por sua vez acredita que o pensamento é

anterior a linguagem e que essa a linguagem, é reflexo do pensamento. Para Wallon,

não há pensamento sem linguagem e nem linguagem sem pensamento, a relação entre

existem na complementariedade, no desenvolvimento.

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa teve como base metodológica o levantamento bibliográfico

das principais correntes teóricas de Piaget, Wallon e Vygotsky. Tendo, concomitantemente,

como referência a análise da Base Nacional Comum Curricular, para fins epistemológicos.

Buscou-se analisar, a fundo, as principais relações e contribuições dos referidos

teóricos à BNCC e suas implicações em campo de atuação, a educação básica brasileira.

Para tanto, a pesquisa bibliográfica, segundo Triviños (1987 apud GERHARDT,

SILVEIRA, 2009, p.37): “A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de

informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e

fenômenos de determinada realidade”.

4 ANÁLISE DOS DADOS

O mundo em que vivemos, permeado de transformações, sejam elas tecnológicas

ou de ordem social, se faz necessário repensar as formas ou processos de ensinar e de

aprender.

Pensando em nossos discentes, vislumbrando o amanhã dessas crianças, enquanto

profissionais que serão futuramente, é que analisamos as melhorias advindas das

contribuições elencadas e presentes na BNCC para o processo de aprendizagem.

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A BNCC dá ênfase aos direitos de aprendizagem, o respeito às especificidades

regionais, a formação cidadã e a construção de uma escola democrática, propõe um ensino

baseado em competências que serão desenvolvidas ao longo do processo de escolarização,

determina ainda que as crianças devem ser alfabetizada em seus primeiros dois anos de estudo

no ensino fundamental, indica de com clareza as aprendizagens esperadas por cada idade,

apresenta a criança como sujeito principal no processo de aprender.

Na perspectiva dos teóricos sociointeracionista o contexto da BNCC casa com

essas teorias a medida que trabalhamos com um currículo ativo, individual, que pensa o

processo de desenvolvimento do aluno e suas capacidades para mudanças, suas interações

com o seu entorno. Fica claro no documento que o trabalho com afirmação de valores

pleiteando a transformação social através de uma formação integral ética e cidadã. Nesse

contexto, Henry Wallon afirma ser a “escola o lugar apropriado para o desenvolvimento de

aptidões.” Sendo o ser humano um ser social, a escola se apresenta com um espaço de

interação que propicia aprendizagem, cultura e interação entre os sujeitos suscitando então

aprendizagens.

A teoria de Jean Piaget aparece principalmente na modalidade do ensino infantil

no que se refere ao processo de desenvolvimento humano, a aquisição de conhecimento e

desempenho cognitivo. Já Vygotsky aparece principalmente quando estudamos a aquisição da

linguagem, uma vez que para esse teórico a “aquisição da linguagem pela criança modifica

suas funções mentais superiores: ela da uma forma definida ao pensamento, possibilita o

aparecimento da imaginação, o uso da memoria e o planejamento da ação”. Com todo esse

arcabouço de funções em exercício o discente passa a ser um individuo capaz de aprender

sozinho, com o outro um mediador da aprendizagem ou no processo de interação entre seus

pares.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Claramente, a BNCC contempla em seus fundamentos epistemológicos sob a luz

das contribuições teóricas de estudiosos renomados da educação, não somente no que se

refere à formação sistemática, mas do caráter formador do cidadão em suas múltiplas fases da

vida, representados pelo ensino infantil, fundamental e médio que, consequentemente,

formará a base para sua formação superior e profissional.

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A BNCC está fundamentada nos princípios da educação de forma igualitária e

desenvolvida sob a perspectiva de competências que os aprendizes possam ser orientados de

forma a desenvolver suas habilidades e, assim, superar obstáculos característicos dos

problemas da educação brasileira. Em nosso estudo identificamos as contribuições dos

teóricos da educação de forma a correlacionar suas concepções aos objetivos da BNCC para

superar as adversidades do meio educacional, identificando que a BNCC é uma ação

congruente e que está na perspectiva da qualidade e equidade de ensino.

Em sua estrutura, a BNCC contempla competências e habilidades que os alunos

possuem e que devem ser desenvolvidas em prol do máximo de envolvimento cognitivo,

explorados através de objetivos previamente estabelecidos, para que se possa engajar

possibilidades com oportunidades, onde alunos e professores lancem mão de situações

propícias ao aprendizado.

Outra vertente, quanto ao estabelecimento da BNCC, foi participação dos

indivíduos em sua construção. Professores e demais cidadãos puderam contribuir com a

fundamentação metodológica para realização desta, apresentando possibilidades de inserção

de estudos locais nos estudos formativos.

Essa oportunidade possibilitou a interação e integração do ensino de todas as

esferas da sociedade, seja municipal, estadual ou federal. A BNCC apresenta-se como uma

ação educacional que visa alcançar situações problemas comum em todo território nacional,

além de suas especificações, desde o maiores centros educacionais às escolas de periferias

e/ou ribeirinhas.

O advento da BNCC acendeu o estudo sobre as contribuições teóricas e

metodológicas arcadas sobre ela, os teóricos aqui elencados contribuíram, significativamente,

em sua construção, sendo eles responsáveis por grande parte do que se propõe como meio

viável e igualitário de ensino, estabelecendo direitos de aprendizagem, ao longo da educação

básica.

Através dessa oportunidade, cada localidade poderá desenvolver seus conteúdos

de forma inclusiva e integradora, exercendo o papel de ascensão social, através da

participação da comunidade local. Assim, confere à BNCC a responsabilidade de orientar os

passos para que se possa estabelecer um ensino igualitário e realmente significativo na vida

dos estudantes.

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