O Amigue

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Jornal de sátira e de humor de Peniche

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Page 1: O Amigue

A m i g u e0PENICHE AUMENTA ROTUNDAS E DIMINUI CAFÉS

EDIÇÃO: A edição especial também conta, por isso esta é a sexta edição. Periodicidade: talvez para a semana Distribuição: +- como o Público.

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O presidente da Câmara de Peniche está far-to que o seu homólogo de Lisboa ponha o na-riz nas especialidades da nossa cidade, e onde não é chamado. O autarca de Peniche disse que “o senhor António Costa já afirmou que a sardinha de Lisboa é a melhor e o peixe da capital por causa dos Santos Populares. Uma ova é que é! E as ovas das sardinhas de Pen-iche são muito melhores que as de Lisboa”. O Amigue quis saber se o responsável pela autar-quia de Peniche tinha soluções, e este respon-deu que sim: “Para o ano vamos ter novamente o campeonato de surf, vamos tentar descobrir quem são as cavalas que fizeram um tubo no campeonato e vamos tentar fazer outro Centro de Alto Rendimento”, mas em relação à sardin-ha? Insistimos. “Fazer mais conservas ou beati-

ficar a Rendilheira para termos outro feriado municipal e fazer grandes sardinhadas…”

Depois do presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha ter comentado os aumentos do IMI com a alcunha de Imposto Muito Injus-to, também o autarca de Peniche deu asas à imaginação. “Não vamos aumentar o Imposto Ruma a Sem-abrigo nem a Derrama - Deposito Entre Romarias Reais Mais Antigas, porque con-sideramos que estas medidas do governo são mais retardadas que aquelas tomadas quando não havia Governo”. E o Direito de Passagem? “Não faço ideia, nunca pensei muito nessas siglas. São muitas letras mas posso resumir como Direito de Passar, ou Dando Permissão”.

NOVO IMI, IRS, DERRAMA E DIREITO DE PASSAGEM

Depois da polémica do Governo em reduzir o número de freguesias chegou agora a altura da Câmara Municipal de Peniche fazer mais cortes. A autarquia decidiu, sem unanimi-dade nenhuma, re-duzir o número de ca-fés e de snack bares da cidade. O vereador com o pelouro dos ca-fés, disse a O Amigue que a situação chegou ao limite. “Não po-demos ter três cafés dentro do mesmo es-tabelecimento. É bom as pessoas poderem entrar num edifício e escolher entre os ca-fés Delta, Nicola ou Boundi, mas a situação não é sustentável”. O vereador acrescenta ainda que “apesar de não estarem no mes-

mo edifício, há quar-teirões que têm dois cafés em cada lado da esquina. Isto é um abuso e já apresenta-mos ao governo uma proposta de redução dos cerca de 37 cafés para uns… 30”. Ape-sar do número con-tinuar a ser exces-sivo, na opinião de O Amigue, o vereador dos cafés diz que não pode diminuir mais, se não vão querer fazer como nas freg-uesias: agora são as rotundas e depois as câmaras municipais. Daqui a nada, depois dos cafés começam a reduzir os restau-rantes. Mas para isso já o governo está a fazer, com o au-mento de 23% do IVA na restauração”.

REDUÇÃO DO NÚMERO DE CAFÉS

A estátua do centro da cidade de Pen-iche demitiu-se. Depois de ter conheci-mento da atitude de Clark Kent - o Su-per Homem trabalhava como jornalista no Daily Planet (isto da crise chaga a to-dos)-, a Rendinheira decidiu abandonar a arte de rendilhar. “As Rendas já não são o que eram. Agora há parcerias com grupos económicos para fazer vestidos e jóias. Até poem os miúdos da primária a fazer rendas. Já não há paixão pela coisa, já não se fazem naperons ou peças para por em cima da televisão e do sofá. Es-tão a entregar as rendas ao capitalismo”.

HAJA MAIS ROTUNDAS!Mas este não é a única revolta do presidente de Peniche. “O António Costa fez outra rotunda no Marquês, ou seja, agora tem o dobro do que tinha”. E agora, perguntou O Amigue, já têm soluções mais plausíveis? “Já pois, vamos dobrar o número de rotundas na cidade”. Mas há espaço para isso? O autarca diz que não, mas adianta no-vas obras: “vamos criar outra cidade de Peniche. Vamos construir, no sítio da Praia do Quebrado uma nova península igualzinha à de Peniche, e assim, todas as rotundas passam para o dobro, e vamos contar assim com cerca de 44 rotundas”.

RENDILHEIRA IMITA SUPER HOMEM

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Já lá vão os tempos em que os portugueses emigravam para ter uma vida melhor e não porque não tinham oportuni-dades no país. Quer dizer, afinal esses tempos voltaram, não só para os portugueses e em geral mas como os animais em geral. Neste caso, os peixes. “Não an-dei a pela praia de Supertubos a

CAVALA PEDE PARA “NÃOTAXAR O SAL NEM O OLEO”

As primeiras chuvadas do ano, no final de Outubro, inundaram algumas garagens e quintais e levaram ao encerramento de um hipermercado em Peniche, garantiram a realização da prova de 2013 do campeonato do mundo de surf. Depois da polémica publicada em alguns jornais nacionais (foi apenas num regional [na Gazeta das Caldas]), o responsável pela Rip Cul em Portugal veio acalmar os amantes do desporto. “A prova estava garantida em 85%, faltando 250 mil euros. Mas com estas chuvadas a encherem a cidade de água, vimos não faltar água em Peniche, quer nas praias como nas ruas e edifícios, e como não temos dinheiro para a prova, alugamos um quintal ou uma garagem mais em conta e vamos surfar para lá”. Apesar d’O Amigue ter achado piada à ideia, não deixou de lançar uma questão ao organizador: “Se não chover? Estamos a pensar por a prova de Peniche em último do campeonato e assim podemos ter um longo tempo de espera até a chuva ser considerável. Em vez de estarmos 15 dias à espera de ondas, estamos 1 ou 2 me-ses à espera que chuva, acabando até por ajudar na economia regional”, admitiu o responsável.

CHEIAS GARANTEM RIP CURL PRO 2013

fazer tubos à frente dos surfistas, arriscando-me a levar com a tes-ta de alguns, para continuar no mar com estas condições. O meu cardume está a ser conservado, mas nada mais. Já não há peixe grelhado, estufado ou cozido, só conserva, conserva e conserva. Vou para o Japão porque lá ainda há oportunidade de ser comido como sushi. Por favor, senhor presidente da câmara de Pen-iche não faça um imposto para taxar o sal do mar nem o óleo das conservas”, lê-se num papel provavelmente escrito por uma pessoa, a pedido de uma cavala.

ESTE ESPAÇO PODE SER SEU!!!O Amigue está farto de trabalhar à borla e quer arranjar uma família para alimentar. Se já tem uma e sabe o que isso custa, proporcione a O Amigue essa esperiência.

Arrisque, petisque e rabisque (com as teclas, não com o rabo)

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“Nesta lata faziam-se umas boas conservas!”

O Governo português vai apostar tudo na tec-nologia. Vítor Gaspar admitiu a necessidade da criação, não só de novas aplicações para telemóveis, como de próprios telemóveis dedi-cados aos jovens portugueses. “Vamos criar um novo sistema chamado “iPodes”. Esta in-venção pretende tirar qualquer esperança aos jovens portugueses a seguir em frente com as suas vidas e serem alguém. Se disserem ao telemóvel, por exemplo: “Épá, eu posso arran-jar um emprego para subir na vida, construir família e ser feliz aqui em Portugal”, o telemóvel

responde logo: “iPodes?”, e ai o individuo cai logo na realidade e pensa em emigrar, como in-centivou o nosso primeiro Ministro”. O Amigue sabe que a vanguarda tecnológica de Vítor Gas-par não fica por aqui e esta engenhoca vai ter mais versões. “Vamos criar o “iPodes!?”, para aqueles teimosos que respondem ao telemóv-el, e está também em vista o lançamento do “iPodes, Podes…”, dito em forma mais sarcás-tica para os que têm conversas telefónicas a dizer que podem fazer greves e podem provo-car a queda do Governo”, disse Vítor Gaspar.

iPODES ACABA COM AS ESPERANÇAS

Como já acabou o campeonato do mundo de surf não se passa grande coisa em Peniche. Vamos ver como anda o país

Depois do anúncio da candidatura de Castelo Branco à câmara de Sintra, onde promete, se for eleito, acabar com as lojas dos chineses para trans-formar a vila num resort de luxo para os turistas, a chanceler alemã decidiu seguir os passos do socialité portu-guês. “Vou destronar o Cavaco Silva. Mesmo que não destrona, ocupo-lho o lugar à socapa, nem preciso de falar muito portanto os portugueses nem vão notar a diferença. A difer-ença que vão sentir é quando forem corridos para fora daqui quando eu transformar Portugal numa instân-cia balnear para alemães”. O Amigue disse à chanceler alemã que não era preciso ela candidatar-se ao lugar de Presidente da República para mandar os portugueses embora porque isso já está a acontecer devido às suas políti-cas de austeridade. Merkel respondeu enviando um bilhete de ida para um destino qualquer fora de Portugal para a redacção d’O Amigue pôr-se a andar. Antes de embarcar na nova aventura, O Amigue soube que Zézé Camarinha revelou interesse em candidatar-se à câmara de Barcelos, mas vai deix-ar tudo como está e importar mais alemãs (mas mais boas que a Merkle).

Merkel quer ser presidente para acabar com os portugueses

A crise está a chegar a todos os sectores de actividade do país, e desta vez o negócio atingido foi o das car-nes. O presidente da Associação Nacional e das Ilhas e das Quintas (e dos Matadouros) revelou a O Amigue as mudanças no sector. “Aquele barulho perceptível quan-do alguém pedia carne vai acabar. Os talhos vão cortar em 90% o afiar das facas, e alguns até vão chegar aos 100%. Estes vão começar a deixar crescer as unhas e cortar a carne com as mãos”. E em relação ao cheiro intenso a carne em alguns estabelecimentos, o líder da ANIQ(M) adiantou que “esse cheiro vai permanecer e até em alguns casos aumentar. Há sítios onde não se ganha nem para pagar a água, quanto mais para an-dar a comprar desinfectantes e produtos de limpeza”.

TALHANTES CORTAM BARULHO DO TALHO