O Amigue

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Jornal de humor e sátira sobre a cidade de Peniche

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A m i g u e0

FANNING’s FEET STINK

EDIÇÃO PRO ESPECIAL

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RIP CURL CORTA ORÇAMENTO E ENTERRA PORTUGAL

A crise económica está a afectar tudo e todos e a Rip Curl não é excepção. A principal promotora do campeonato do mundo de surf em Supertubos decidiu cortar para metade o orçamento da prova para o próximo ano. “Vamos baixar para metade o dinheiro gasto em estruturas e prémios. Mas isso também se vai reflectir no grafismo da marca. Ao cortarmos metade do preço, vamos tam-bém fazer desaparecer metade do nome da marca, ou seja, passará a chamar-se RIP Portugal”, disse um dos directores da marca. Isto tem alguma coisa a ver com o significado desta sigla em Inglês? “Claro que tem. O nome Rest In Peace (descansa em paz) Portugal é o termo ideal para o estado em que o país se encontra, e se encontrará no próximo ano. Ainda pensámos em CURL Portugal, mas Coitados Us Reles Lusos podia gerar uma onda de contesta-ção e a população podia começar a comprar roupa de outra marca e aí quem descansava em paz éramos nós não havia mais campeonatos para ninguém.

BODYBOARDERS SÃO “IGNORANTES”As palavras são de António Borges. O conselheiro de Estado afirma que os praticantes de Bodyboard deviam seguir o exemplo “do pessoal do surf e fazer uma coisa destas”. “É ridícu-lo Peniche só ter um campeonato nas suas praias”. Mas há outros campe-onatos, e até de Bodyboard. “Pois há, mas ninguém fala deles. Não têm tanto impacto e não interessam a quase ninguém, a não ser ao pes-saol do body. O Rip Curl Pro até atrai gente que nem sabe destinguir uma prancha de surf da Beti Espargueti”. Soluções? “Que esses empresários ignorantes invistam no bodyboard para fazer crescer a modalidade e a região. E sempre dava para o governo sacar mais uns impostos”.

O Moche Festivale causou 2 feridos graves e 78 ligeiros de mercadorias foram destruídos antes de ser can-celado. Depois da criação do even-to Moche Festival, alguma malta de Peniche decidiu criar o Moche Festivale, festa onde se ia fazer ver-dadeiros moches. “O pessoal ficou confuse com a cena do Moche, ‘táva tude a pensar que ia pa lá para cima de tude e de todes mas não era bem assim, era um festival normal de música. Poste iste, decidimes criar uma cena onde o pessoal anda en-cavalitade uns em cima dos outres, pena que à entrada já andava tude ao molhe e em cima dos carres, os surfistas não acharam muita piada e depois houve mesmo moches

MOCHE FESTIVALE CANCELADO

de porrada. Esparames que para o ano o evento volte a acontecere, mesmo antes de ser cancelade”, adianta um dos organizadores, com sotaque altamente penicheiro.

GUILHERME FONSECA DE CASTIGOO Jovem surfista de Peniche esteve perto de competir junto dos mel-hores atletas do mundo mas foi pos-to de castigo na escola. “Ele tem ap-enas 15 anos, e em vez de andar por ai na praia devia era estar nas ofi-cias de Renda de Bilros. Isso de ser surfista e andar a percorrer o mundo não tem interesse nem futuro nen-hum, ele devia era aprender esta arte ancestral e transmiti-la às gerações vindoras”, disse uma rendilheira.

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O ministro das finanças anunciou num daqueles encontros entre os mem-bros do governo que du-ram mais de 13 horas a sua intenção de taxar cada onda feita no campeonato do mundo. “Os habitantes do concelho de Peniche vão sentir o brutal aumen-to de qualidade e mediatis-mo do Rip Curl Pro na sua carteira. Cada onda surfa-da pelos atletas aumenta a percentagem de impostos a acrescentar numa taxa qualquer, e quanto maior for a pontuação ganha pelo surfista, maior será o valor a descontar aos cidadão”. Mas estas medidas não se ficam por aqui: nos dias em que não há prova e os surfistas amadores es-tejam a apanhar ondas, “as manobras deles serão também válidas para o acréscimo dos impostos, e apesar de não haver júri oficial da prova a avaliar, o governo terá no terreno vários, ou na praia, alguns “boys” de calções e chine-los – tal como se vestem no Parlamento”, adianta Vítor Gaspar. Para além das ondas de Supertubos, também as do Baleal e Bar-ragem da Atouguia serão avaliadas pelo governo.

VÍTOR GASPAR VAI TAXAR ONDAS

“Apesar da praia de Supertubos fazer parte da freguesia de Atouguia da Ba-leia e do Centro de Alto Rendimento de Surf estar no território da freguesia de Ferrel, é compreensível que estas freg-uesias não tenham qualquer tipo de pro-jecção internacional, nacional, local ou só mesmo entre alguns vizinhos. Não entendo porquê, mas parece que é com-preensível para algumas pessoas”, disse o presidente da Junta da Serra, que conta ainda: “Há pouco tempo fui a uma festa de anos e o aniversariante esqueceu-se de convidar os pais, que só se aperce-beram da festa quando chegaram à sua própria casa. O aniversariante não viu

onde estava o problema, mas os progeni-tores não acharam piada nenhuma”. E justifica a sua indignação: “O que não é compreensível é a freguesia da Serra d’El Rei não ser falada! Não há ninguém que vá para o campeonato que não tenha de passar pela Serra, até mesmo quem vai para as Berlengas passa por aqui! É in-admissível não falar da Serra d’El Rei”. O presidente deixa ainda um aviso à or-ganização: “Cuidado que esta indignação vai aumentar! A A-da-Gorda também está magoada por não ser mencionada porque o seu nome aparece numa placa de sinal-ização na IP6, a caminho de Supertubos”.

PRESIDENTE DA SERRA INDIGNADO

O presidente do Sporting Clube de Portugal disse, a O Amigue, que não vai contratar ninguém para o cargo de treinador de fu-tebol da principal equipa dos leões até ao campe-onato do mundo de surf terminar. “Creio que o vencedor da etapa em Peniche tem grandes pos-sibilidades de se safar no Sporting. Há correntes que preferem um treina-dor competente, experi-ente, ganhador, vencedor, triunfador, vitorioso, con-quistador e mais algum

SPORTING QUER VENCEDORPARA TREINADOR

adjectivo que signifique vitória (menos glorioso, claro), mas eu elejo al-guém que esteja habituado a altos e baixos, a entrar e a cair nos túneis e de-pois se levante de seguida a caminho do triunfo, e estas características são o bilhete de identidade da praia de Supertubos”. Questionado sobre a preferência em algum dos surfistas, Godinho Lopes adianta que “se não poder ser for o vencedor, que venha o mais barato”.

Para colmatar a falta de animação no campeonato do mundo de surf, foi cri-ado um festival de música. Depois deste, na praia do Molhe Leste, foi criado outro evento na Fortaleza de Peniche. A organização do Rip Curl Pro já asse-gurou para o próximo ano um festival de ballet, um concurso de danças tradi-cionais contemporâneas ao moche, um festival de gastronomia de peixe, um museu de pés de pato e uma exposição de sou-tiens de surfistas travestis.

AINDAMAIS FESTIVAIS

RELVAS FEZ CARREIRINHOE DIZ SER URFISTA

O Ministro parece continuar em maré de equivalências. Ques-tionado sobre as actividades que consegue dominar dentro água, disse: “Nenhuma. Mas uma vez estava em Cascais, sem querer inclinei-me para a frente e uma onda empurrou-me para a beira mar. As minhas tias começaram logo a dizer que eu tinha pinta de surfista e a partir dai comecei a ser o ondinhas lá de casa”.

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MINHEIRINHO DIZ QUE PENICHE É A SUA SEGUNDA CASA, FANNING DIZ QUE É A TERCEIRA E KELLY SLATER A 548ªAdriano de Souza, ou Minheirinho, regressa a Peniche depois de ter vencido a edição passada do Rip Curl Portugal, e disse senir-se bem e que esta era a sua “segunda casa”. Mick Fanningin, vencedor da edição de estreia afirmou preferir “a casa da mulher. Pen-iche é muito giro e en-graçado e tem boas on-das, mas a casa da minha mulher é muito melhor, especialmente quando ela lá está”. Já Kelly

Slater disse preferir, an-tes de Peniche, as suas casas no Havai, Hondu-ras, Ilhas Figi, Sidney, Nova Iorque, Paris, Lon-dres, São Paulo, Óbidos, Canárias, Cuba, a que tinha no Taiti, Buenos Aires, Marrocos, Ango-la, Bratislava, Moscovo, Singapura e até em Hong Kong, entre muitas out-ras. Tiago Pires admitiu que nem sequer tinha casa em Peniche, mas que se tivesse, “provavelmente seria para arrendar”.

O Moche Festivale causou 2 feridos graves e 78 ligeiros de mercadorias foram destruídos antes de ser can-celado. Depois da criação do evento Moche Festival, alguma malta de Peniche decidiu criar o Moche Fes-tivale, festa onde se ia fazer verdadeiros moches. “O pessoal ficou confuse com a cena do Moche, ‘táva tude a pensar que ia pa lá para cima de tude e de todes mas não era bem assim, era um festival normal de músi-ca. Poste iste, decidimes criar uma cena onde o pes-soal anda encavalitade uns em cima dos outres, pena que à entrada já andava tude ao molhe e em cima dos carres, os surfistas não acharam muita piada e depois houve mesmo moches de porrada. Esparames que para o ano o evento volte a acontecere, mesmo an-tes de ser cancelade”, adianta um dos organizadores.

Moche Festivale causou 2 feridos graves e 78 ligeiros de mercadorias foram destruídos antes de ser cancelado

Depois do Centro de Alto Rendimento do Surf de Peniche, a Câ-mara Municipal de Peniche pretende inau-gurar o Centro de Alto rendimento da Con-serva de Peniche, já na próxima semana. “O sítio não interessa, nem como é feito. O impor-tante é termos em Pen-iche um sítio onde se pode fazer conservas de Peniche com um rendi-mento mais elevado”, adiantou o presidente da câmara. Depois da implementação da

edição especial da Con-serva da Sardinha e agora recentemente da Cavala, o autarca pre-tende estender o lote de ofertas a outros produ-tos: “Queremos conser-var tudo o que se apan-ha em Peniche. Não nos importamos de fazer uma edição especial do carapau, polvo ou per-ceves, o que nós preten-demos é criar um cen-tro onde a embalagem destas conservas seja feito de forma rápida e de alto rendimento”.

CENTRO DE ALTO RENDIMENTO DE CONSERVAS

RIP CURL CRIA FRAGRÂNCIA COM CHEIRO A PENICHEA Rip Curl e a Câmara Municipal de Peniche, em parceria com a em-presa de conservas ESIP, vão criar uma edição especial de perfume conservado de Peniche. “O cheiro a Peniche é muito característico, muita gente chega à cidade e diz logo «olha, já cheira a Peniche» ”, adiantou um dos representantes da marca. Esse cheiro por vezes vem do guano, outras da ESIP, “mas como a conserveira está a fazer um investimento na economia local, decidimos apostar nesse dinheiro para criar uma fragrância única com aquele cheiro mais ou menos insuportável que se encontra à en-

trada da cidade”, adianta um administra-dor da E S I P.