O arroz

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Introdução O arroz tem relatos de cultivo já por volta do ano 3000 a.C., tendo como origens o sudeste da Ásia (Oryza rufipogon) e a África Ocidental (Oryza Barthii), da Ásia surgiu a espécie Oryza sativa, sendo introduzida em diversas países através do comercio. Sendo atualmente a espécie mais cultivada em todo mundo No cerrado brasileiro se adaptou bem por ser pouco exigente em insumos e tolerante a solos ácidos, mas com adubação e correção desse solo para poder abrigar a cultura, o desenvolvimento do arroz torna-se mais viável e rentável. A área de cultivo de arroz reduziu devido ao grande avanço de monoculturas como soja e milho, culturas de maior valor econômico se equiparado ao do arroz O arroz cultivado e uma planta herbácea monocotiledônea, ordem Poales, família Poaceae, pertencente ao gênero Oryza, sendo uma gramínea anual, rotulada de planta C- 3, adaptada ao ambiente aquático devido a presença de aerênquima no colmo e nas raízes da planta, o ciclo do vegetal varia de 110 e 155 dias. Experimento Para tratamento de sementes utilizou-se Standak Top® cuja formulação contém as moléculas Piraclostrobina, Metil Tiofanato e Fipronil, pertencente ao grupo da estrobilurinas, benzimidazol e pirazol respectivamente, sendo utilizado aproximadamente 200 ml para 100 kg de sementes, o espaçamento utilizado foi de 0,45 m entre linhas, entre plantas não há necessidade de espaçamento. Sendo feito preventivo 27 dias após germinação, o fungicida utilizado foi o Priori xtra, pertencente ao grupo químico Azoxistrobina Estrobilurina; Ciproconazol Triazol. O controle preventivo visou o controle da Brusone (Pyricularia gresea) principal doença da cultura.

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Introdução

O arroz tem relatos de cultivo já por volta do ano 3000 a.C., tendo como origens

o sudeste da Ásia (Oryza rufipogon) e a África Ocidental (Oryza Barthii), da Ásia surgiu

a espécie Oryza sativa, sendo introduzida em diversas países através do comercio. Sendo

atualmente a espécie mais cultivada em todo mundo

No cerrado brasileiro se adaptou bem por ser pouco exigente em insumos e tolerante a

solos ácidos, mas com adubação e correção desse solo para poder abrigar a cultura, o

desenvolvimento do arroz torna-se mais viável e rentável. A área de cultivo de arroz

reduziu devido ao grande avanço de monoculturas como soja e milho, culturas de maior

valor econômico se equiparado ao do arroz

O arroz cultivado e uma planta herbácea monocotiledônea, ordem Poales, família

Poaceae, pertencente ao gênero Oryza, sendo uma gramínea anual, rotulada de planta C-

3, adaptada ao ambiente aquático devido a presença de aerênquima no colmo e nas raízes

da planta, o ciclo do vegetal varia de 110 e 155 dias.

Experimento

Para tratamento de sementes utilizou-se Standak Top® cuja formulação contém

as moléculas Piraclostrobina, Metil Tiofanato e Fipronil, pertencente ao grupo da

estrobilurinas, benzimidazol e pirazol respectivamente, sendo utilizado aproximadamente

200 ml para 100 kg de sementes, o espaçamento utilizado foi de 0,45 m entre linhas, entre

plantas não há necessidade de espaçamento. Sendo feito preventivo 27 dias após

germinação, o fungicida utilizado foi o Priori xtra, pertencente ao grupo químico

Azoxistrobina – Estrobilurina; Ciproconazol – Triazol. O controle preventivo visou o

controle da Brusone (Pyricularia gresea) principal doença da cultura.

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Figura 1: Cultura do Arroz.

Fonte: Bem, R.; IFMT – Campo Novo do Parecis, 2016.

DOENÇAS DA CULTURA DO ARROZ

BRUSONE – Pyricularia grisea

EPIDEMIOLOGIA: Dentre as doenças do arroz a que proporciona mais dano é a

brusone, podendo ocasionar até 100% de dano, ocorrendo em todo território brasileiro,

sendo maior em arroz de terras altas (sequeiros), o fungo possui a capacidade de atacar

outras gramíneas de importância econômica como trigo, milheto e cevada.

Quando em plântulas, a infecção ocorre pela vinda de esporos junto com a semente ou

inoculo já presente na área, causando então lesões nas folhas logo no início do ciclo

vegetativo da cultura. O patógeno pode atacar diferentes partes da panícula, como ráquis,

ramificações primarias e secundarias e pedicelos, também podem ser infectados.

SINTOMAS: Primeiramente os sintomas nas folhas são o desenvolvimento de

pequenas lesões necróticas, coloração marrom, que evoluem, coalescendo, tornam se

elípticas, com margem marrom e centro acinzentado.

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Figura 2: Sintomas de Brusone.

Fonte: SILVA, M. J. R.; IFMT – Campo Novo do Parecis, 2016.

DISSEMINAÇÃO: O meio de propagação do fungo é por sementes

contaminadas e através do vento onde o esporo do fungo é transportado até a planta,

aderindo-se na folha, Resto de cultura, quando se tem até três safras de arroz na

mesma área o esporo do resto de cultura ainda estará vivo. E hospedeiros alternativos,

como as plantas daninhas: arroz vermelho, arroz preto, capim arroz.

CONTROLE: O manejo do brusone deve estar relacionado a diferentes praticas

culturais como: bom preparo do solo, incorporação de restos culturais, plantio

antecipado, sementes certificadas, densidade de plantas recomendada, cultivares com

resistência genética, diversificação de culturas, adubação nitrogenada equilibrada e

controle de daninhas que possam hospedar o patógeno. Uso de defensivos químicos e

cultivares resistentes também auxiliam no controle do patógeno. Evitar que se

rotacione com culturas suscetíveis ao patógeno.

MANCHA PARDA – Dreschslera oryzae

A mancha parda está amplamente distribuída no Brasil e no mundo, sendo

encontrada em toda região de cultivo, podendo ocasionar perda de até 30%, sendo

considerada doença secundaria no arroz, mas de grandes danos.

SINTOMAS: O patógeno pode causar lesões nas folhas na fase de plântula,

na planta adulta e nos grãos. Comumente se desponta nas folhas, durante ou logo após

a floração. Nos grãos as manchas têm coloração marrom escura e muitas vezes

coalescem, afetando o grão inteiro, reduzindo o peso dos grãos.

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Figura 3: Sintomas de Mancha parda.

Fonte: Silva, M. J. R.; IFMT – Campo Novo do Parecis, 2016.

DISSEMINAÇÃO: Podem ser disseminados por sementes infectadas,

podendo o inoculo permanecer viável por um período de três anos, na semente, no

solo ou em restos culturais. O vento é uma das vias de disseminação levando consigo

esporos.

CONTROLE: O tratamento de sementes com fungicidas reduz o inoculo inicial,

cultivares resistentes, adubação equilibrada, nivelamento, bom manejo do solo e

uso de sementes sadias são práticas que visão a redução do desenvolvimento do

patógeno.

ESCALDADURA DAS FOLHAS – Monographella albescens

Principal região afetada pelo patógeno são as folhas, sendo comum em arroz de

terras altas e irrigado.

ETIOLOGIA: A escaldadura do arroz ocorre principalmente em regiões de

trópicos úmidos, podendo ocasionar de 20 – 30% de perdas, em regiões de

cerrados, as chuvas continuas na época do emborrachamento provocam alta

incidência de doenças

SINTOMAS: Notoriamente nota-se o aparecimento de manchas coloração

verde-oliva, sem margens bem definidas, essas lesões evoluem formando faixas

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concêntricas, com alternância de cores marrom-clara e escura, as lesões coalescem,

acarretando necrose e morte da lamina foliar afetada.

Figura 4: Sintomas de escaldadura.

Fonte: Bem, R.; IFMT – Campo Novo do Parecis, 2016.

DISSEMINAÇÃO: O patógeno sobrevive nas sementes de arroz, causando

descoloração da plântula, e em restos culturais, elevadas doses de nitrogênio e densidade

de planta favorecem o rápido desenvolvimento da doença.

CONTROLE: O patógeno sobrevive nas sementes de arroz, causando descoloração da

plântula, e em restos culturais, elevadas doses de nitrogênio e densidade de planta

favorecem o rápido desenvolvimento da doença.

MANCHA OCULAR – Drechslera gigantea

SINTOMAS: As lesões geralmente são pequenas manchas ovais ou circulares de

coloração marrom ou pardas como o epicentro acinzentado e contorno marrom-

avermelhadas. Em estágios avançados as manchas coalescem, formando “zonas” nas

folhas, reduzindo a área fotossintética.

Figura 5: Sintomas de mancha ocular.

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Fonte: SILVA, M. J. R.; IFMT- Campo Novo do Parecis, 2016.

DISSEMINAÇÃO: Uma das formas de transmissão é via sementes. A germinação dos

conídios do patógeno ocorre entre 15 e 23 °C, quanto maior o ponto de orvalho maior

será a severidade da doença.

CONTROLE: não se tem controle químico certo para controle da doença, por ser uma

doença recém descoberta. Portanto nota-se que o controle químico para as principais

doenças também surta efeito na mancha ocular.

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