O Ateísmo e a Escolha do Ser Ateu

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ANHANGUERA EDUCACIONAL UNIDADE III PSICOLOGIA GUSTAVO HENRIQUE J. S. HJORT O ATEÍSMO E A ESCOLHA DO SER ATEU

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ANHANGUERA EDUCACIONALUNIDADE III

PSICOLOGIA

GUSTAVO HENRIQUE J. S. HJORT

O ATEÍSMO E A ESCOLHA DO SER ATEU

CAMPINAS

2015

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GUSTAVO HENRIQUE J. S. HJORT

O ATEÍSMO E A ESCOLHA DO SER ATEU

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera de Campinas Unidade III, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Psicologia.

Orientadora: Profa. Ms. Gláucia Telles Sales

CAMPINAS

2015

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RESUMO

O objetivo geral deste trabalho foi o de estudar e entender o que é o ateísmo e as razões que levam a pessoa a optar por ser ateu. Especificamente, procurou-se levantar a história do ateísmo no mundo. Identificar as razões da escolha de ser ateu. Analisar as razões identificadas. Citar alguns famosos expoentes do ateísmo. Pessoalmente, justifica-se pelo fato do autor ser ateu, por pretender contribuir para que haja uma diminuição do preconceito sobre os ateus que pelo fato de que o ateísmo é muito discutido, mas pouco estudado. Foi uma pesquisa qualitativa e, a partir da análise dos dados, pode-se dizer que do ateísmo, ausência de crença num deus, fazem parte pessoas que nunca estiveram em uma religião e as que deixaram. A escolha do ateísmo aparece quando se deparam com sua finitude existencial, que os ateus aceitam, fazendo o luto pelo pai onipotente, ou seja, Deus. O acumulo de saber e a insatisfação com as religiões também estão relacionados. Sua existência vem de vários processos naturais e científicos. Ateus, portanto, são pessoas que vivem como qualquer um, que fizeram, ou fazem, trabalhos para a humanidade. As razões que começam quando se lida com a mortalidade, aceitando este fim, estendem-se ao desencantamento para com as religiões. Enquanto houver a crença em Deus, existirão os que pedirão provas. Esses são os ateus.

Palavras-chaves: Ateísmo. Ateu.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................5

2. O ATEÍSMO E AS RAZÕES DO SER ATEU.................................................7

2.1.Ateísmo ao Longo da Historia..................................................................7

2.2.As Razões de Ser Ateu..........................................................................12

2.3.A Identidade e Personalidade no Ateísmo.............................................14

2.4.O Confronto de Religiosos e Ateus........................................................15

2.5.Ateus Famosos......................................................................................17

3. METODOLOGIA...........................................................................................19

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO.............................................................................21

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................24

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................26

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1 INTRODUÇÃO

O ateísmo tem crescido aos poucos, tornando-se mais expressivo no

cenário mundial. Cada vez mais percebe-se debates entre ateus e religiosos

nos rádios, TVs, internet, entre outros meios de comunicação, assim como

notícias sobre discriminação de ateus, ou de religiosos que se sentem

desrespeitados por manifestações de ateus.

Dados apresentados pela revista Mundo Estranho (2012) sobre uma

pesquisa realizada pelo sociólogo norte-americano Phil Zuckerman, afirmam

que 749,2 milhões de pessoas no mundo se dizem ateias. Isso equivale a 11%

da população mundial. A matéria indica a Suécia como sendo o país com o

maior número de ateus na população, em torno de 85%, o equivalente a 7,6

milhões de habitantes de um total de 8,9 milhões. No Brasil, 73% da

população, ou seja, 137 milhões de habitantes são fiéis a alguma religião, ou

possuem algum tipo de crença. Estes dados colocam a cultura do ateísmo

como uma minoria populacional no país.

Mesmo com tal expressividade e aumento populacional, a cultura do

ateísmo, como se conhece hoje, é muito recente na história e o fato de negar-

se qualquer entidade superior, que para muitas pessoas é tão real quanto o ar

que se respira, é um choque tremendo de culturas, uma vez que a grande

maioria das pessoas acredita em algum tipo de divindade. Esse choque cultural

pode gerar um preconceito discriminatório tanto por parte dos religiosos,

quanto dos ateus.

Autores como Freud, Dawkins, Nietzsche e outros colocam a religião

como sendo um mal da sociedade, dando muitas razões para afirmarem isso:

“Quando se trata de questões de religião, os homens tornam-se culpados de

toda forma possível de sinceridade e de todas as maldades intelectuais”.

(FREUD 1958, tomo VI, capitulo 6, p. 345). “Não sou a favor de ofender nem

magoar ninguém sem motivo. Mas fico intrigado e espantado com o privilégio

desproporcional da religião em nossas sociedades ditas laicas”. (DAWKINS

2007, p.53)

Não se deve embelezar nem desculpar o cristianismo: Ele travou uma guerra de morte contra este tipo de homem

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superior, renegou todos os instintos, destilou o mal, o negativo – o homem forte como tipo censurável, como proscrito. O cristianismo tomou o partido de tudo o que é fraco, baixo, incapaz, e transformou em um ideal a oposição aos instintos de conservação da vida saudável; e até corrompeu a faculdade daquelas naturezas intelectualmente poderosas, ensinando que os valores superiores do intelecto não passam de pecados, desvios e tentações. O mais lamentável exemplo: a concepção de Pascal, que julgava estar a sua razão corrompida pelo pecado original; estava corrompida, sim, mas apenas pelo seu cristianismo. (NIETZSCHE 2008, p. 40)

Da mesma forma, outros autores tratam o ateísmo como uma existência

vazia e, segundo eles, a religião preenche esse vazio existencial.

Quando um dia você ficar velho e, tendo as necessidades imediatas todas atendidas, então se voltar para a vida interior, aí bem, se você não souber onde está ou o que é esse centro, você vai sofrer. (CAMPBELL, 1995,p. 3 e 4)

Esses autores não se posicionam com um favoritismo para os ateus, ou

para os religiosos.

Assim, a presente pesquisa teve, por objetivo geral, estudar e entender

o que é o ateísmo e as razões que levam a pessoa a optar por ser ateu. Para

isso, organizou-se nos seguintes objetivos específicos: levantar a história do

ateísmo no mundo. Identificar as razões da escolha de ser ateu. Analisar as

razões identificadas. Citar alguns famosos expoentes do ateísmo.

O motivo pessoal do autor pela escolha do tema se deve ao seu próprio

ateísmo. Como ateu, tem percebido muita marginalização dos religiosos para

com os ateus e favoritismo do Estado para com as religiões, ao mesmo tempo

em que percebe um crescimento do ateísmo, mas ainda muito lento, em um

mundo ainda fortemente ligado às religiões. Chama a sua atenção a polêmica

que existe sobre este tema em si polêmico, que as pessoas tentam evitar

discutir para não haver conflitos. Mas, pensa que não se trata de provocar

conflitos e sim de estudar e entender mais o tema.

Entende, ainda, que a sua pesquisa pode produzir uma contribuição

social à medida que o autor não só espera aumentar o entendimento dos ateus

sobre si mesmo, mas, da mesma forma, espera conseguir aumentar o

entendimento dos religiosos sobre o que é o ateu e o ateísmo, quem sabe

contribuindo para diminuir a discriminação de muitos religiosos para com os

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ateus. Este trabalho, portanto, não planejou denegrir nenhuma religião, ou

mesmo oferecer um favoritismo ao ateísmo.

O ateísmo, embora seja um tema que merece ser muito discutido, é

pouco estudado. Muitas pesquisas, tantos sociais, quanto cientificas,

preocupam-se em estudar as religiões e o seu papel cultural, buscando

entender as razões que fazem alguém aderir a elas, mas poucas se preocupam

em estudar o seu oposto, o ateísmo, e as que o estudam, muitas vezes,

apenas criticam as religiões e seus dogmas, sem explicar o que é o ateísmo,

seu papel cultural e as razões das pessoas que optam por ele.

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2 O ATEÍSMO E AS RAZÕES DO SER ATEU

Para o Homo religiosus, o Mundo não é mudo nem opaco, não é uma coisa inerte sem objetivo e sem significado; o Cosmos vive e fala. Quão distante está esse Homo religiosus do autor destas linhas, para quem o mundo é fundamentalmente opaco, provavelmente sem objetivo e cujo significado é duramente construído (destruído) por nós mesmos a cada minuto. (ELIADE, 1996, apud DALGALARRONDO, 2008, p. 17)

Os significados implícito e explícito contidos nas palavras da estrofe

acima já ilustram a dicotomia que existe entre religiosos e ateus, ao menos,

quanto à visão de mundo e, por consequência, da vida.

2.1 Ateísmo ao Longo da Historia

É bastante inserto definir quem foi o primeiro ateu. O termo foi cunhado

na França do séc. XVI, contudo, as ideias e filosofias consideradas ateias

surgiram na antiguidade clássica, segundo Carneiro (2014). Uma coisa é

possível dizer sobre o primeiro ateu: desde que o homem criou a religião e o

mito, quando o primeiro homem duvidou, ou não acreditou na religião e no

mito, esse foi o primeiro ateu.

Na Grécia Antiga, segundo Lopes (2015), o filósofo Diágoras, que viveu

no séc. V a. C., é conhecido como o primeiro ateu, não por ser o primeiro ateu

da história, mas por ser o primeiro pensador grego, ateu, encontrado na

história. Quando Diágoras negou os deuses gregos, publicamente, os

atenienses o expulsaram de sua cidade natal. Outros filósofos ateus,

posteriores a Diágoras, são: Protagoras (480 – 415 a. C), Teodoro (340 – 250

a. C.) e Estratão de Lâmpsaco (340 – 268 a. C.). Mas, com certeza, o mais

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famoso filósofo que se declarou ateu, publicamente, registrado pela história, foi

Sócrates (469 – 399 a. C.) que acabou sendo condenado à morte por ter

negado os deuses gregos.

Durante a Idade Média, período em que a Igreja Católica dominava toda

e qualquer forma de conhecimento humano na Europa, era impossível se

afirmar ateu devido à forte repreensão. Qualquer pensamento contrário a suas

ideias era condenado à tortura e à morte, embora Martin (2015) diga que

existiam correntes de pensamento que questionavam as assunções teístas.

Mesmo na Renascença, época após a Idade Média, quando as pesquisas e os

estudos sobre o mundo e o homem foram retomadas e, também, iniciou-se um

rebuscamento das filosofias gregas antigas, era quase impossível se nomear

ateu, ou revelar pesquisas sobre o tema sem repreensão. Nascimento (2015)

diz que Galileu (1564 – 1642), embora não fosse ateu, quase foi morto quando

expôs suas ideias do heliocentrismo que explica que a Terra gira ao redor do

Sol, contrário à ideia geocêntrica dominante, instituída pela Igreja, segundo a

qual a Terra é o centro do universo. Para escapar da condenação, ele teve que

desmentir a sua teoria, correta, que mostrava a religião dando uma

compreensão errada sobre o mundo. Isso mostra o poder que a religião e a

Igreja tinham sobre a ciência e suas descobertas.

Com o aparecimento da Reforma Protestante, que permitiu uma

compreensão do mundo menos dogmática, deu-se início ao Iluminismo,

movimento cientifico e filosófico que surgiu no final do Séc. XVII e que tentava

explicar o mundo pelas leis naturais. Embora ainda houvesse muito a tradição

religiosa, Martin (2015) explica que os primeiro pensadores ateus militantes

começaram a surgir nesse período.

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Somente a partir do Séc. XVIII, com a Revolução Francesa, o ateísmo,

como hoje se conhece, pode surgir, uma vez que um dos objetivos da

revolução era a reestruturação da relação do clero com o Estado. Já no Séc.

XIX, com a Revolução Industrial, a ciência estava ampliando seus campos e

confirmando fatos e certos indivíduos da sociedade puderam se declarar ateus,

publicamente. Embora não houvesse uma forte recriminação às pessoas, ainda

se discriminava quem se afirmava ateu. Nesse tempo, o ateísmo ganhou forças

graças aos trabalhos de quatro grandes pensadores da história da

humanidade. São eles:

Charles Darwin (1809 – 1882), com sua descoberta sobre seleção

natural, a evolução e a publicação da “Origem das Espécies”, onde

explica que os seres vivos surgiram de um processo de seleção natural

e transmissão de caracteres, pondo assim em xeque a visão criacionista

das religiões, mostrando que o homem não é uma criação divina,

apenas um primata evoluído. (SAS, 2015)

Karl Marx (1818 – 1883) com seus tratados sobre movimentos sociais e

da predominância da materialidade sobre a ideia, mostrando que a

religião e a história nada mais são que um trabalho humano e não

divino. Segundo Gomes (2015), o economista também mostra que a

religião consiste em um mundo fantástico, criado pela mente humana

que tenta dar a certos fenômenos naturais um ar sobrenatural.

Friedrich Nietzsche (1844 – 1900), em suas obras sobre a transmutação

de valores e desconstrução dos conceitos de verdades e valores, critica

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a cultura ocidental e as religiões, mostrando as verdades ocultas sobre

elas. As ideias niilistas do filósofo, segundo Marton (2008) criticam

abertamente as religiões, em especial a cristã, também dizendo,

abertamente, que não há um Deus criador, soberano e absoluto, com

desígnios insondáveis.

Sigmund Freud (1856 – 1939) e seus trabalhos sobre a mente e o

comportamento humano, tirando a mente do patamar divino e mostrando

que as ações humanas não são regidas por nenhuma divindade, mas,

sim, por fatores do próprio humano. Appignanesi e Zarate (2012) falam

que o psicanalista também mostra que a razão não é algo dado, mas

algo que deve ser batalhado, além de mostrar a religião como um tipo de

neurose obsessiva, que são crenças moldadas pelo desejo.

Estes quatro pensadores definiram a cultura do Séc. XX e permitiram um

maior questionamento religioso, consequentemente, uma maior possibilidade

de aceitação do ateísmo. Mesmo assim, na atualidade, é difícil se proclamar

ateu sem sofrer uma discriminação, pois o mundo, em sua maioria, é religioso,

embora admita que não é preciso Deus para explicar tudo.

Os ateus mais famosos, mesmo hoje, segundo Lopes (2015) continuam

sendo Richard Dawkins, Sam Harris, James Randi, Neil deGrasse Tyson e

Stephen Hawking. Eles tentam promover o desenvolvimento do pensamento

cientifico, além de criticarem atitudes de extremistas religiosos, como

atentados, ou proibição de algum saber científico.

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2.2 As Razões de Ser Ateu

As razões que levam uma pessoa a optar pelo ateísmo, de acordo com

os depoimentos postados no site da ATEA (2015), são inúmeras e todas são

pessoais. A pessoa poder ter escolhido ser ateu por raiva das religiões, pela

longa história de tragédias e crueldades que cometeu ao longo da história;

Pode escolher por uma questão de acúmulo de conhecimento, ou seja, estudou

o suficiente a ponto de perceber que não há necessidade de religião, ou de

Deus, para explicar como o mundo funciona; Por descontentamento da própria

fé, encontrou algo irracional e imoral demais para poder suportar e assumir

como verdade, optando por sua negação; Pode ser, ainda, por uma falta de

necessidade, ou seja, viveu de uma forma tal que a religião tornou-se algo

distante de sua vida.

Enfim, existem inúmeros motivos. Cada um é pessoal, podendo ser

únicos, ou iguais. Porém, qual a razão, dentro da psicologia, para uma pessoa

escolher o ateísmo?

Julien (2010), discorrendo sobre a teoria psicanalítica freudiana, diz que

existe um momento na vida das pessoas em que elas se deparam com sua

finitude existencial, chamado pela psicanálise de Hilflosigkeit. Trata-se de um

estado de desamparo, de ausência de ajuda, de carência de recursos, de

derrelição, de abandono. O momento em que a pessoa se depara com os

riscos de viver, incluindo a morte e a tristeza. Em decorrência desse momento,

surge uma segunda experiência, o relembrar da infância, quando havia a

presença de um pai e mãe que sempre ajudavam nas dificuldades. Mas, dá-se

uma onipotência a esse pai e mãe, ou seja, eles são transformados em deuses.

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Sendo assim, as pessoas criam deuses e religiões com o propósito de

superarem a angústia da desproteção através da fé em uma existência

onipotente e protetora. As pessoas utilizam, também, dessa existência, como

forma de explicar sua realidade, aliviando a angústia do não saber, pois sendo

uma existência onipotente, ela está além das explicações racionais, não pode

ser negada, tão pouco provada, criando, assim, uma explicação definitiva para

tudo.

A experiência de se deparar com a própria fragilidade diante da vida

ocorre com todos, ateus e não ateus, mas os ateus não criam um pai, ou mãe,

protetores e onipresentes. Não dão explicações divinas sobre a realidade em

que vivem. Julien (2010) explica o ateísmo na psicanálise freudiana como

“morte” do divino, um luto que se faz da autoridade de pai infantil deixando a

pessoa, desse modo, de depender dele.

Esse processo de luto se inicia quando a pessoa começa a possuir

consciência dos fatos sobre sua realidade, as pessoas e sobre si mesmo. A

consciência dos fatos se dá pela busca e assimilação de conhecimentos;

quanto mais as dúvidas que angustiam surgem, mais surge a necessidade de

conhecimento para aliviá-las, uma curiosidade que não tem fim. Resumindo, os

ateus, para solucionarem suas angústias existenciais, substituem o pai

divinizado pela busca de fatos que tirem as dúvidas, consequentemente, tirem

suas angustias, se autodeterminando e aceitando suas fragilidades existenciais

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2.3. A Identidade e Personalidade no Ateísmo

De acordo com os textos de Freud (1958), “a cultura é um conjunto de

representações nascidas da necessidade de tornar suportável o desamparo

humano” (p 330). A religião faz parte da cultura e cada cultura possui a sua

forma de religião. Os indivíduos inseridos nas culturas com religiões as usam

como uma forma de fuga da frieza desse mundo. Entretanto, os ateus não

possuem religião, ou algum tipo de divindade. A forma com que lidam com a

frieza do mundo é diferente da forma como lidam à dos indivíduos que seguem

alguma religião. Os ateus, como não têm a religião como amparo, eles aceitam

a fraqueza deles como seres humanos e veem a frieza e o desamparo como

uma forma de se adaptarem ao mundo, ao contrario do que as religiões fazem,

que é destruir o desamparo e a frieza do mundo e fazer o mundo se adaptar a

eles.

Dalgalarrondo (2008) considera que a maioria das pessoas com o perfil

ideológico conservador e com tendência a serem convencionais, estão mais

inclinadas para certas instituições religiosas (mais organizadas e diretivas).

Considera, também, que muitos religiosos ligados a doutrinas muito

conservadoras possuem uma estreiteza intelectual, sugestionabilidade e

personalidades rígidas. Tendo os ateus como um extremo oposto aos religioso,

pode-se considerar que a maioria das pessoas que tenham menos ideologias

conservadoras, ou nenhuma, e com pouca tendência a serem convencionais,

tenham maior inclinação para o ateísmo. Da mesma forma, pode-se dizer que

muitos ateus possuam opiniões pouco conservadoras, um alargamento

intelectual, baixa sugestionabilidade e personalidades mais fluídas.

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Sobre a questão da identidade, os religiosos possuem uma visão de

identidade mais sacralizada, ou seja, uma visão de identidade divina. O

indivíduo existe no mundo como um instrumento divino, ou existe como

vontade divina para cumprir uma missão, ou um destino que somente seus

deuses sabem qual é. Considerando que os ateus sejam o extremo oposto dos

religiosos, sua identidade seria, também, algo oposto, mais terreno, mais

concreto, afastado de qualquer visão religiosa. Para os ateus, portanto, não

são divindades que determinam suas identidades, uma vez que não existe a

crença nelas. A própria pessoa é livre para determinar qual a sua identidade,

ligada, sempre, a algo terreno, a fatos científicos. (DALGALARRONDO, 2008).

2.4. O Confronto de Religiosos e Ateus

Atualmente, pode-se perceber certo conflito e preconceito entre o grupo

dos religiosos e o grupo dos ateus. Laraia (2007) explica que a herança

cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre condicionou as

pessoas a reagirem depreciativamente em relação ao comportamento daqueles

que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade. Por isto,

discrimina-se o comportamento desviante. Como a maioria populacional é

composta por religiosos, muitos deles consideram os ateus, uma minoria, como

um exemplo de comportamento desviante.

Esse desprezo repentino pode ser pelo fato de que a ciência se

desenvolveu tanto que pode explicar o mundo sem a presença de Deus, e os

ateus admitem isso. Porém, para as religiões, isso é um choque, pois a visão

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de mundo deles é de que Deus os salvará e os ajudara, mesmo que estudiosos

como Nietzsche, Freud e Dawkins afirmem que isso é uma ilusão para se lidar

com uma realidade desagradável. Por fim, os religiosos acabam racionalizando

isso com suas crenças e afirmam que eles estavam doidos, possuídos, ou

coisas do gênero. Dessa forma, se preserva o mundo com os olhos da religião.

Outra forma pela qual a religião lida com a ciência é tentar associar seus

escritos sagrados com as novas descobertas científicas. Isso é muito comum,

tendo em vista que muitos grupos, para não se extinguirem, assimilam

conteúdos da cultura de outros grupos. (LARAIA, 2007).

Mas o motivo maior dos ateus brigarem com as religiões, como mostra

Dawkins (2007), diz respeito ao desenvolvimento da ciência sem as amarras da

religião. O autor explica, também, que as religiões não apenas atrasam o

desenvolvimento cientifico sobre o entendimento do universo, como atrasam o

desenvolvimento humano. Esse atraso que os ateus dizem que as religiões

trazem é a forma que elas encontraram para preservar a humanidade de uma

possível destruição. Da mesma forma, os progressos que os ateus defendem,

embora embasados na ciência, são, para as religiões, a destruição da

humanidade.

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2.5. Ateus Famosos

A lista abaixo apresenta nomes de alguns ateus famosos ao longo da

historia, compilados de informações obtidas na mídia escrita e falada.

Alfred Hitchcock - cineasta

Angelina Jolie - atriz.

Arnaldo Jabour - jornalista.

Bill Gates - fundador da Microsoft

Björk - cantora.

Bruce Lee - ator

Camila Pitanga - atriz

Casé Peçanha - apresentador de tv.

Cássia Eller - cantora.

Charles Chaplin - ator.

Chico Buarque - compositor e cantor.

Daniel Radcliff - ator de Harry Potter.

Dercy Gonçalvez - atriz.

Drauzio Varella - médico.

Fernando Henrique Cardoso - ex. presidente do Brasil.

Fidel Castro - presidente de Cuba.

Friederich Nietzsche - filósofo e escritor.

George Clooney - ator.

Graciliano Ramos - escritor.

Jack Nicholson - ator.

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Jean Paul-Sartre - filósofo.

Jorge Amado - escritor.

José Saramago - escritor.

Juca Kfouri - jornalista.

Karl Marx - filósofo e escritor.

Machado de Assis - escritor e fundador da ABL

Malu Mader - atriz.

Mário Quintana - escritor

Marlon Brando - ator

Mikhail Gorbachev - ex. presidente da Rússia

Millôr Fernandes - cartunista.

Oscar Niemeyer - arquiteto

Paulo Autran - ator.

Paulo Freire - educador.

Ricardo Boechat - jornalista.

Sigmund Freud - médico.

Umberto Eco - escritor italiano

Woody Allen - cineasta e ator.

Zélia Gattai- escritora

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3 METODOLOGIA

Segundo Minayo (2010), a definição da metodologia requer dedicação e

cuidado do pesquisador. Mais que uma descrição formal dos métodos e

técnicas a serem utilizados, indica as conexões e a leitura operacional que o

pesquisador fez do quadro teórico e de seus objetivos de estudo.

Para essa pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfico, foi realizado um

levantamento da história do ateísmo na intenção de se obter dados que

permitissem o estudo e o entendimento das razões das pessoas que

fundamentam a sua escolha de ser ateu. Foi feita uma análise dos referenciais

teóricos, tendo em vista que se trata de uma pesquisa teórica e filosófica e não

prática. Uma análise de dados obtidos de entrevistas realizadas com ateus e

religiosos em campo natural não se aplica a este tipo de pesquisa. A partir da

análise dos referenciais teóricos, foi realizada uma síntese do material obtido,

chegando-se a considerações finais.

Esta pesquisa caracteriza-se, também, como não-experimental. Uma

pesquisa não-experimental, segundo Kerlinger (2009), é uma pesquisa na qual

não é possível manipular variáveis, designar sujeitos, ou condições,

aleatoriamente. O autor aponta que pesquisas não-experimentais não devem

ser desconsideradas, ou destratadas, por não haver a pesquisa em campo e a

experimentação. As pesquisas não-experimentais fazem inferências e tiram

conclusões da mesma forma que pesquisas experimentais, além do fato de que

a lógica básica da investigação é a mesma. A diferença mais marcante entre a

pesquisa experimental e a não-experimental é a força das conclusões

empíricas. As conclusões empíricas são mais fortes nas pesquisas

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experimentais, em relação às conclusões empíricas das pesquisas não-

experimentais. Porém, ele considera que deve ficar claramente entendido que

muito da pesquisa não-experimental tem alto significado e importante, da

mesma forma que uma pesquisa experimental.

Uma vez que não se fez a experimentação, no caso, uma pesquisa em

campo, todo o trabalho foi feito sobre material teórico documental. Castro

(2006) chama este tipo de pesquisa de documentação. Esse método,

basicamente, consiste na análise de livros e textos referentes ao objeto de

estudos, caracterizando uma pesquisa qualitativa.

O fato da presente pesquisa estar relacionada a leituras não a torna,

portanto, menos importante, nem a desqualifica de qualquer forma. Ruiz (2011)

aponta que a leitura é de vital importância não apenas como estudo e exercício

mental, mas, também, importante para o desenvolvimento de aulas e

pesquisas. A leitura amplia e integra os conhecimentos e, através dela, pode-

se chegar a uma integração de dados que vão se acumulando e se

associando.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Ateísmo, basicamente, pelo sentido da palavra, é a ausência de crença

em um deus, deuses, ou ser superior. Ao longo da história, viu-se que este tipo

de pensamento - não existir um Deus, ou deuses - é bem antigo, da época da

Grécia Antiga, e que ganhou sua força no iluminismo, e apenas após a

revolução industrial se tornou o ateísmo que se vê hoje.

Pelos os estudos realizados, encontrou-se dois tipos de ateus: os que

nunca estiveram ligados a uma fé ou religião, e os que saíram de uma fé, ou

religião. Essa escolha pela descrença em um ser superior se deve ao luto pelo

pai onipotente que os ateus fazem. Nesse caso, o pai onipotente é algum tipo

de divindade, ou entidade superior, segundo Julien (2010) e Freud (1958).

Esse luto ocorre quando as pessoas se deparam com sua finitude

existencial. Ao se depararem com essa finitude, existem duas escolhas

possíveis a serem feitas: os religiosos buscam uma fuga, ou consolo, dos

sentimentos desagradáveis que essa finitude existencial pode produzir, na

crença em um deus ou deuses. Os ateus, por sua vez, aceitam essa finitude

existencial. Encaram o que é um duro ponto de vista para religiosos encararem:

que existe, apenas, uma vida e que não há um Deus, ou deuses, para proteger

a humanidade, insignificante para o resto do universo.

O que ocasiona esse luto da representação de pai onipotente, essa

certeza de que não existe uma entidade superior e consciente que rege o

universo e que torna o ateísmo como uma escolha? Podem-se englobar, aqui,

três fatores observados como resposta: 1) Os problemas conflituosos históricos

e atuais envolvendo as religiões e crenças, que despertam um

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desapontamento e uma repulsa sobre as religiões. 2) Relatos de livros

religiosos sagrados não estarem de acordo com fatos científicos, isso

promovendo dúvidas e incertezas sobre a veracidade das religiões. 3) A busca

e o entendimento maior sobre o conhecimento cientifico, que elucida certos

fatos fora da esfera mística, ou religiosa.

Estas considerações podem ser subentendidas nas considerações de

Richard Dawkins (2007) ao ver os problemas históricos e atuais realizados

pelas religiões, como guerras, genocídios, repressões.

Imagine, junto com John Lennon, um mundo sem religião. Um mundo sem ataques suicidas, sem o 11/9, sem o 7/7 londrino, sem as cruzadas, sem caça às bruxas, sem a conspiração da pólvora, sem a partição da Índia, sem as guerras entre israelenses e palestinos, sem massacres servos/croatas/mulçumanos, sem a perseguição de judeus como "Assassinos de Cristo", sem os "problemas" da Irlanda do Norte, sem "assassinatos em nome da honra", sem evangélicos televisivos de terno brilhante e cabelos bufantes tirando dinheiro dos ingênuos ("Deus quer que você doe até doer"). (DAWKINS, 2007, p. 24)

Outro fator a ser considerado é o que antepõe fatos científicos, com

fatos religiosos, o que, também, foi abordado pelo autor:

Acontece porque as evidências da evolução são fortíssimas e fico apaixonadamente perturbado com o fato de meu oponente não conseguir enxergar isso - ou, o mais comum, recusar-se até a pensar nisso, porque contradiz seus livros sagrados. (DAWKINS, 2007, p. 393)

O acúmulo de conhecimento, também, pode estar nas bases da escolha

de uma pessoa por ser ateu. Dawkins (2007), por exemplo, refere-se a este

acúmulo quanto ao funcionamento do universo, dando um entendimento maior

sobre as ciências:

Talvez existam algumas perguntas genuinamente profundas e importantes que estarão para sempre fora do alcance da ciência. Quem sabe a teoria quântica já esteja às portas do insondável. Mas, se a ciência não pode responder a uma pergunta definitiva, o faz alguém pensar que a religião possa? (DAWKINS, 2007, p. 87 e 88)

Page 23: O Ateísmo e a Escolha do Ser Ateu

Outros aspectos interessantes que devem ser relevados dizem respeito

à identidade e à personalidade dos ateus. Eles são pessoas, em sua maioria,

que estudam, que tendem a ser pouco, ou nada conservadores, com uma

grande amplitude intelectual, pouco convencionais e, dificilmente, são

sugestionáveis. Sua existência, assim como das demais pessoas, não é algo

místico, ou divino, mas, sim, algo que é determinado como sendo fruto de

vários processos naturais, explicados pela razão e pela ciência.

Da mesma forma, pode-se observar que, de fato, existem conflitos entre

os religiosos e os ateus: não apenas ocorre a exclusão que os religiosos fazem

dos ateus por serem uma minoria grupal oposta, mas ocorre, também, a

exclusão feita pelos ateus por considerarem as religiões como um atraso para

o desenvolvimento humano.

Page 24: O Ateísmo e a Escolha do Ser Ateu

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ateísmo não é algo novo, é algo que começou na Grécia Antiga, que

foi “encoberto” na Idade Média e redescoberto no Iluminismo. Mas, apenas

com o desenvolvimento da ciência, no século XIX, que ele ganhou força

necessária para se manter diante de um mundo extremamente religioso.

Os ateus não são diferentes de qualquer pessoa. Eles choram, riem,

pensam, sofrem, sentem raiva e vivem como qualquer um. Pensar que eles são

seres estranhos, pelo simples fato de não acreditarem em uma divindade, é

uma forma muito errônea e discriminadora de se pensar, que alimenta, apenas,

o ódio e a exclusão. Existem muitos ateus famosos que fizeram, ou fazem,

grandes progressos e trabalhos para a humanidade. Eles são, em sua maioria,

artistas, escritores, pensadores, estudiosos, cientistas, escritores, homens de

negócios e líderes. Seria difícil lista-los todos, assim como listar o que fizeram e

fazem.

O estudo permitiu concluir que existe, de fato, um conflito entre os

religiosos e os ateus. Esse conflito se deve pelo fato de as religiões quererem

preservar suas crenças e tradições, considerando-as benéficas para a

humanidade. Já os ateus defendem desenvolvimento da ciência e seu

progresso, o que entra, muitas vezes, em conflito com as crenças religiosas.

Os ateus, pessoas não convencionais, de personalidade dinâmica e

ideais menos conservadores, não se consideram como seres que são fruto de

algo divino, mas seres que existem devido a eventos naturais, explicados pela

ciência.

Page 25: O Ateísmo e a Escolha do Ser Ateu

Quanto ao que faz uma pessoa escolher o ateísmo, ao invés da religião,

ou seja, as razões do ser ateu, elas começam pela forma como a pessoa lida

quando se depara com sua finitude existencial, com sua mortalidade. Os

religiosos optaram por uma crença nos espiritual, segundo a qual o fim

definitivo na morte não existe. Por sua vez, os ateus optaram por aceitar a

mortalidade, aceitar esse fim ao qual todos os humanos chegarão, assim como

toda a natureza viva.

Os motivos que os levam a optar em aceitar essa finitude passam pelo

desencantamento e a repulsa que sentem diante das falhas das religiões, dos

desacordos entre fatos científicos e das crenças religiosas e a busca por

conhecimento cientifico fora da esfera mística e religiosa.

Cabe lembrar que estes foram os motivos encontrados. Podem existir

outros, além destes, ou motivos que não devem ser generalizados como sendo

comuns aos ateus por serem pessoais e individuais.

Finalizando, é possível dizer que enquanto houver a crença cultural em

Deus, existirão pessoas que pedirão uma prova. Essas pessoas são os ateus.

Enquanto não existir uma prova, elas continuarão a existir.

Em resumo, graças a Deus existem ateus.

Page 26: O Ateísmo e a Escolha do Ser Ateu

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