O AVANÇO DA RECONQUISTA, FACE A …...A RECONQUISTA ENTRE COIMBRA E TEJO (1130-1147) A Região...

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FERNANDO LARCHER O AVANÇO DA RECONQUISTA, FACE A ALMORÁVIDAS E ALMOADAS, NO MÉDIO TEJO, NA MEMÓRIA DOS SEUS CASTELOS Abrantes, 26 de Setembro de 2015

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FERNANDO LARCHER

O AVANÇO DA RECONQUISTA, FACE A ALMORÁVIDAS E ALMOADAS,

NO MÉDIO TEJO, NA MEMÓRIA DOS SEUS CASTELOS

Abrantes, 26 de Setembro de 2015

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O MÉDIO TEJO,REGIÃO DE CASTELOS

A Sub Região do Médio Tejo, sobre quevamos incidir, está localizada na região entreCoimbra e Tejo, sendo composta por 13concelhos: Abrantes, Alcanena, Constância,Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação,Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, VilaNova da Barquinha, Sertã e Vila de Rei

Região que foi objecto da Reconquista naprimeira metade do século XII, que leva à suacolonização e impõe a natural edificação oureaproveitamento de castelos

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A RECONQUISTAENTRE COIMBRA E TEJO(1130-1147)

A Região entre Coimbra Tejo constituiu,com efeito, um passo intercalar daReconquista, mediando entre a transferênciada sede do Condado Portucalense de Bragapara Coimbra (1130) e a conquista deSantarém e Lisboa, sobranceiras ao Tejo(1147).

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SANTARÉM,EPICENTRO DOS ATAQUES AOS CRISTÃOS

A província muçulmana da Belata, emque se integra a zona do Médio Tejo,constitui a fronteira com os territórios doCondado Portucalense.

O belicoso almorávida Abu Zachariaameaça sistematicamente a zona entre Tejo eCoimbra. É responsável pelos reveses doscristãos na primavera de 1137, junto a Tomare eventualmente em Leiria. Em 1142 Leiriaserá atacada de novo e em 1144 é desferidoum golpe profundo em Soure.

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A BATALHA DE OURIQUEQuadro de Domingos de Sequeira

Apesar dos frequentes reveses cristãos,em 25 de Julho de 1139, aproveitando talveza retirada de Texufine e de significativasforças almorávidas para Marrocos, dá-se atão celebrada Batalha de Ourique

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CERCO QUE ANTECEDE A CONQUISTA DE LISBOApor Roque Gameiro

O ano de 1144 apresenta-se nefasto. Oscristão são derrotados, aqui, em Soure e, naTerra Santa, em Edessa.

A reacção porém será determinante:levará em 1147, por um lado, à conquista deSantarém e, pelo outro, à Segunda Cruzadaem cuja rota marítima se inscreverá aconquista de Lisboa

A conquista da linha do Tejo colocaránaturalmente a região do Médio Tejo comozona fronteiriça do espaço portucalense

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EM DIRECÇÃO AO TEJOFRONTEIRA NATURAL

AS CONDIÇÕES PARA O AVANÇODE COIMBRA À FRONTEIRA NATURALDO TEJO

Na história peninsular coeva há quatroaspectos a destacar que auxiliaram estepasso da Reconquista: 1º A graveinstabilidade árabe no extremo ocidentalárabe, no período que medeia entre odesagregação do poder almorávida e aafirmação da dinastia almóada; 2º A novavitalidade da Ordem do Templo; 3º A Paz deZamora entre D.Afonso Henriques e seuprimo Afonso VI; 4º A passagem da SegundaCruzada nas costas hispânicas em 1147.

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O IMPÉRIO ALMORÁVIDA

Seguidores dos místicos Iáhia benIbrahime e do seu discípulo Abdalá benIacine, vêm a expansão do seu movimentocom a adesão de Yahia ben Omar, que seimporá como chefe militar. Yusufe ibn Tasufin(+1106), o edificador da nova capitalMarraquexe, fundará a dinastia almorávida,que reinará sobre um vasto império quecompreendia Marrocos, Mauritânia, Senegale o sul da Hespanha.

A dinastia terminará com a decapitaçãode Ishaq ben Ali em 24 de Março de 1147,aquando da conquista almóada deMarraquexe.

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A ENTRADA DO IMPÉRIO ALMORÁVIDANA HESPANHA1085/1086

Alarmados pela conquista de Toledo porAfonso VI em 25 de Maio de 1085, os reisdas Taifas pedem a intervenção dosAlmorávidas. O emir Yusuf ibn Tasufin (1061-1106) desembarca em Algeciras e obtém avitória de Zalaca (23 Out.1086). Toda aEspanha muçulmana é virtualmentecontrolada , administrada directamente dacapital Marraquexe, tornando-se umaprovíncia do vasto império que se estende deTúnis até ao Atlântico e de Saragoça até aoSenegal.

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A CIDADE DE MARRAQUEXE OU MARROCOSCAPITAL DOS IMPÉRIOS ALMORÁVIDA (1063-1147) E ALMÓADA (pós 1147)

Fundada pelo fundador da dinastiaalmorávida, o emir Iúçufe ben Taxafine, em1063, e conquistada pelo primeiro dosAlmóadas, o califa Abdelmúmen, em 1147.

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O IMPÉRIO ALMÓADA E ASUA PENETRAÇÃO NAPENÍNSULA HISPÂNICA(1146-1147)

Em Maio de 1146, a pedido de Ibn Qasi,desembarca em Tarifa o primeiro exércitoalmóada que em breve receberá reforços.Ainda nesse ano ou no seguinte Sevilha étomada tornando-se a capital almóada noAndaluz. Em 1146-1147 o primeiro califaalmóada Abd al Mumin começa a serreconhecido como soberano das regiões doAndaluz. Em 1147 destruirá os almorávidasao conquistar Marraquexe e executar o seuúltimo emir.

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O CASTELO DE ABRANTESSOBRE A FRONTEIRA DO TEJO

O itinerário da cerca de dezena decastelos que povoam o Médio Tejo, nas“terras extremas” da Reconquista, só adquirea sua inteligibilidade ao inscrever-se nestahistória peninsular cristã e muçulmana doséc.XII, em pleno contexto das cruzadas.

Com efeito, memória viva da intrincadamalha do processo da Reconquista, nãoforam torres e muralhas concebidos comoespaços turísticos, mas gerados na ocupaçãoe na colonização. Foram erguidos oureutilizados em função da luta tenaz doprocesso defensivo que resulta deste passoda Reconquista que em 1147, descendo atéao Tejo, levará à necessidade deconsolidação de uma linha que passa aconsiderar fronteira fluvial e natural.

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DOIS DOS CASTELOS TEMPLÁRIOS NO MÉDIO TEJO:TOMAR E ALMOUROL

Neste processo de expansão ecolonização viram-se chamadas a função derelevo as Ordens do Templo, Avis e Santiago,cuja acção se prende com a história damaioria dos castelos do Médio Tejoevocáveis.