O Bandeirante - Outubro 2014

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263 263 263 263 263 OUTUBRO 2014 O Bandeirante Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo Última noite de solteiro O tempo parecia que voava e que muita coisa restava por fazer. Ainda à tarde desse dia, tive que me esconder na casa de um amigo – o Cláudio Pascher; pois os companheiros de faculdade da minha esposa queriam, a todo custo, me enveredar em boates, a fim de que eu testasse a minha masculinidade, tudo bem diferente daquilo que eu e minha futura esposa construímos e almejávamos.HELIO BEGLIOMINI p.3 “Tem pessoas também que nos fazem rir pelo simples motivo de ao contar uma história, por mais desinteressante que seja, dão uma entonação diferente, interpretam, gesticulam, fazem uma careta mexendo com nossos mecanismos pessoais e surge então a primeira risada e depois outra e mais outra, conforme o andamento da história e nas subsequentes.AÍDA LÚCIA PULLIN DAL SASSO BEGLIOMINI p.6 Situações engraçadas Sinos ecoam “No momento em que as mentiras de longos anos ecoavam com tranquilidade aos ouvidos de quem escutava e abrilhantavam os olhos de quem as viam, em seus ouvidos badalavam sinos enlouquecidos e aos seus olhos uma imagem congelada ao tempo.” ALINE ANDRUSKEVICIUS DE CASTRO p. 5 Visite nosso BLOG: http://sobramespaulista.blogspot.com.br TARDE Nelson Jacintho 4 UM DIA Flerts Nebó 4 INDAGAÇÃO Luiz Jorge 4

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263263263263263OUTUBRO

2014O Bandeirante

Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo

Última noite de solteiro“O tempo parecia que voava e que muita coisa restava por

fazer. Ainda à tarde desse dia, tive que me esconder na casade um amigo – o Cláudio Pascher; pois os companheiros de

faculdade da minha esposa queriam, a todo custo, meenveredar em boates, a fim de que eu testasse a minha

masculinidade, tudo bem diferente daquilo que eu e minha

futura esposa construímos e almejávamos.”

HELIO BEGLIOMINI p.3

“Tem pessoas também que nos fazem rir pelo simplesmotivo de ao contar uma história, por mais

desinteressante que seja, dão uma entonação diferente,interpretam, gesticulam, fazem uma careta mexendo com

nossos mecanismos pessoais e surge então a primeirarisada e depois outra e mais outra, conforme  o

andamento da história e nas subsequentes.”

AÍDA LÚCIA PULLIN DAL SASSO BEGLIOMINI p.6

Situações engraçadas

Sinos ecoam“No momento em que as mentiras de longos anos ecoavamcom tranquilidade aos ouvidos de quem escutava eabrilhantavam os olhos de quem as viam, em seus ouvidosbadalavam sinos enlouquecidos e aos seus olhos uma

imagem congelada ao tempo.”

ALINE ANDRUSKEVICIUS DE CASTRO p. 5

Visite nosso BLOG: http://sobramespaulista.blogspot.com.br

TARDENelson Jacintho

4 UM DIAFlerts Nebó

4 INDAGAÇÃOLuiz Jorge

4

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2 O Bandeirante - Outubro 2014

Jornal O Bandeirante

ANO XXIV - nº. 263Outubro 2014

Publicação mensal da Sociedade

Brasileira de Médicos Escritores -

Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP. Sede:

Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278 - 7º. Andar - Sala 1 (Prédio

da Associação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP

Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes

Salun (MTb 20.405-SP)

Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto(MTb 17.671-SP).

Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira

Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 –

Jundiaí – SP E-mail: [email protected]

Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 99937-6342.

Colaboradores desta edição: (Textos literários): Aida Lúcia

Pullin Dal Sasso Begliomini, Aline Andruskevicius de Castro,

Flerts Nebó, Helio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Nelson

Jacintho. (Fatos & Olhares): Márcia Etelli Coelho.

Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de

1.000 exemplares PDF enviados por e-mail.

Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita

de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira

Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo-Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro: Aida

Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho FiscalEfetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos

Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky,

Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã.

.

Matérias assinadas são de responsabilidade de seus

autores e não representam, necessariamente, a opinião

da Sobrames-SP

Editores de O BandeiranteFlerts Nebó - novembro a dezembro de 1992

Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994

Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996

Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009

Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009

Roberto A.Aniche e Carlos Augusto F. Galvão - 2010

Josyanne R.A.Franco e Carlos Augusto F.Galvão - 2011-2012

Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - 2013-2014

Presidentes da Sobrames-SP1º. Flerts Nebó (1988-1990)

2º. Flerts Nebó (1990-1992)

3º. Helio Begliomini (1992-1994)

4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996)

5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998)

6º. Walter Whitton Harris (1999-2000)

7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002)

8º. Luiz Giovani (2003-2004)

9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005)10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006)

11º. Helio Begliomini (2007-2008)

12º. Helio Begliomini (2009-2010)

13º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2011-2012)

14º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014)

Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun

Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto

Diagramação: Marcos Gimenes Salun | Rumo Editorial

Produções e Edições Ltda. E-mail: [email protected]

Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica

Editora - São Paulo

Josyanne Rita de Arruda Franco

Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP

As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecemna terceira quinta-feira de cada mês, a partir

das 19h00 na PIZZARIA BONDE PAULISTARua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros - S.Paulo

“A Pizza Literária - décima terceira fornada”http://coletanea2014.blogspot.com.br/

A edição de 2014 da tradicionalcoletânea da Sobrames-SP terá 26autores que fazem, desta, mais umaprimorosa edição da série.

O lançamento de “A PizzaLiterária - décima terceira fornada”está previsto para o dia 7 de novembrode 2014, às 19h00, no Espaço Maracá,no 11º. andar da Associação Paulistade Medicina - APM. Na oportunidadeacontecerá também mais uma BaladaLiterária, com música e apresentaçãode textos dessa obra pelos seus autorese convidados.

15/10 – Roberto Antonio Aniche23/10 – Walter Whitton Harris

Está na hora de mais uma fornada

ESCRITORES PARTICIPANTES: Aída Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini;Alcione Alcântara Gonçalves, Alitta Guimarães Costa Reis, Anienne Nasci-mento, Carlos Augusto Ferreira Galvão, Edson Olímpio Silva de Oliveira,Helio Begliomini, Hildette Rangel Enger, José Jucovsky, José Leopoldo Lopesde Oliveira Sobrinho, Josyanne Rita de Arruda Franco, Luiz Jorge Ferreira,Márcia Etelli Coelho, Marcos Gimenes Salun, Maria do Céu Coutinho Louzã,Mércia Lúcia de Melo Neves Chade, Nelson Jacintho, Roberto Antonio Aniche,Roberto Caetano Miraglia, Rodolpho Civile, Sérgio Perazzo, Sheila ReginaSarra, Sonia Andruskevicius de Castro, Suzana Grunspun, Walter WhittonHarris e Wilma Lúcia da Silva Moraes.

S

Visite o BLOG e saiba mais:

A Sobrames-SP é e sempre será um espaço para ademonstração de talentos. A vivência e a experiência de médicosescritores e de outros profissionais dessa confraria de amigosenriquecem a criação literária, estabelecendo e lapidando aliançasimorredouras. O alicerce da Sobrames-SP é o sólido e incondicionalapoio mútuo entre seus membros, fortalecendo a entidade como empenho de cada associado. A presença de convidados vaiampliando o democrático círculo de amigos. No estreitamentode laços com as demais Regionais da Sobrames, seguimosvislumbrando horizontes. Para ilustrar estas palavras, a presenteedição oferece uma amostra do que é a Sobrames-SP! Conheçae usufrua deste seleto universo de almas sensíveis. Boa leitura!

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O Bandeirante - Outubro 2014 3

Helio Begliomini

Minha última noitede solteiro

Era o dia 23 de janeiro de 1979, véspera domeu casamento com minha noiva, Aida Lúcia, naParóquia de São Pedro Apóstolo. Tudo tinha sidomuito corrido. A entrega dos convites, a aquisiçãoda mobília, a arrumação do enxoval, ospreparativos de última hora, enfeites, músicas,recepção, lua de mel que infalivelmente seria paraCampo Grande, uma vez que tinha sido convocadopara prestar serviço militar no Mato Grosso.

O tempo parecia que voava e que muita coisarestava por fazer. Ainda à tarde desse dia, tiveque me esconder na casa de um amigo – o CláudioPascher; pois os companheiros de faculdade daminha esposa queriam, a todo custo, me enveredarem boates, a fim de que eu testasse a minhamasculinidade, tudo bem diferente daquilo queeu e minha futura esposa construímos ealmejávamos. Foi por muito pouco que não fuiraptado por esses “colegas” e, por muito pouco,não comprometera o meu casamento ainda antesde acontecer.

O último dia de solteiro de minha vida foirepleto de atividades desgastantes. Quando medei conta, já era meia-noite e meia e estava empleno dia do meu casamento. Entrei pela porta decasa adentro. Todos estavam dormindo. Imperavaum grande silêncio. Sentei-me na cama e napenumbra do quarto comecei a saborear osinstantes finais de uma convivência salutar e íntimacom a minha família.

No quarto à frente dormiam os meus pais.Quantas recordações vieram de minha mãe...Sempre trabalhadora, zelosa pela casa, pelasapresentações de seus filhos; orgulhosa de suasnotas e façanhas – nunca se furtando em dar tudode si por eles.

Meu pai, trabalhador indefesso, sempre nosorientou para o caminho dos estudos, da ocupação,do serviço. Nunca o vi numa mesa de jogos.Tampouco entre as portas de um bar ou perdendosuas horas em futilidades e devaneios da vida. Aocontrário, viveu para a família e dela tirava forçaspara o trabalho. Uma de suas mais singelas liçõesde vida e de fé era quando se ajoelhava ao pé dacama para rezar. E o fazia todas as noites. Porvezes, o cansaço o vencia e tinha de ser acordadopara que confortavelmente deitasse no leito.

No meu quarto dormia meu irmão, dois anosmais novo. Ah! Quantas recordações dele também.Nossa infância, nossos brinquedos, nosso futebol,nossas intermináveis brigas e disputas... Tudo

passou como um relâmpago e já dava para sentirsaudades.

No quarto ao lado, estava minha irmã maisnova. Dez anos separavam as nossas existências.Eu iria me casar em pouco tempo e ela estavaem plena adolescência, com sonhos,transformações e realizações de seu própriomundo. Nosso contato não fora muito grande,pois estudei medicina durante seis anos fora decasa. Mesmo assim, ela era a minha irmã caçula– a temporã da família –, e por quem eualimentava profundo carinho.

De repente, a minha solidão se confundiacom a quietude da casa. Minhas reminiscênciasfaziam-me ver como tudo tinha passadoinstantaneamente.

Ah! Se o tempo pudesse parar, ou melhor,voltar atrás! Encararia muitas cenas da minhavida com olhos mais compreensivos e com coraçãomais aberto. A caridade iria se fazer maispresente...

Naquela noite – minha última de solteiro –,tive a sensação de perder, pelo menos em parte,aquele aconchego familiar tão importante emminha formação. O peso da responsabilidadeinvadia o meu coração, pois eu estaria prestes apassar para o rol dos casados, com a incumbênciade formar uma nova família, com aquela esposaque compartilharia a minha vida.

Apesar do meu amor para com ela e dotempo longo de namoro, muitas dúvidas e temoresrondavam a minha mente. Afinal, estaria trocandoo certo pelo possivelmente certo; minha famíliapor uma nova. Meus irmãos iriam se mesclar comos meus cunhados. Tinha a certeza de que tudovaleria a pena. Entretanto, o silêncio reinantequestionava minha aspiração futura. Apenas asaudade que meu ser pranteava era, naquelainterminável noite, a maior evidência!

*******(Crônica escrita aproximadamente 18 anos após

o casamento.)

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Nelson Jacintho

À tarde Um dia, uma vezFlerts Nebó

Um dia, uma vezQuis ser feliz

Mas sofri um revésDeus assim não quis

Vou pelo mundoBuscando alguém

Que grande absurdo!E não sou de ninguém

Ando pela praçaOlhando para todos

Fico sem graça.

Que pena... que dor!Que bom poderia serTer você, meu amor!

Poema 1*Hum... (INDAGAÇÃO)Que rua é esta de numeração diversa.Que não é minha nem mais é tua.Que hoje só serve de moradia para a saudade.

Poema 2**Dhois... (AUSENTE)Um cão bravo morde-se de raiva.Sonha com cavalos, fêmeas e afagos.Hoje, 29 de dezembro.Toma conta do tempo.Abandonado.Em um abandonado estacionamento.Em Osasco.

À tarde eu adormeçono teu colo quente...

À tarde eu sonho sorrindona tua alma triste.

Triste, mas bela comoum canteiro de gerânios

que recebe o casal de borboletasque viajam em lua de melpelo mel de suas flores...

À tarde eu espreguiçonos teus braços soltos

procurando teu abraço...À tarde eu me consumona minha pequenez depoeta solitário e triste

que vive de ilusõese de sonhos...

Poema 3***Thrês...(CONFLITO)Não prego peças ao tempo.O tempo me prega peças.O tempo me entope artérias.O tempo me salta o ventre.O tempo me apaga os olhos.

O tempo amolece os dentes.O tempo só cria ontens.O tempo começa outonos.O tempo põe-me no inverno.

Não prego peças ao tempo Não hoje.E não por muito tempo. Estou grande.Estou maior. Estou pequeno.Por falta de espaço. Estou de cócoras.Dentro de mim. Pareço eu.Mas não me reconheço.

Indagação, ausente, conflitoLuiz Jorge Ferreira

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Sinos ecoamAline Andruskevicius de Castro

Ecoaram em seus ouvidos osensinamentos que na mentecabem os mais absurdospensamentos, nos ouvidos asmais puras verdades, mas naboca apenas a sabedoria deselecionar a melhor omissãoou a melhor mentira.

Enquanto uns dizem que amentira é pecadora, outrosque verdades constituem mácriação.

Exatamente o quê não poderiaser dito? Tão difícilcompreender, quem diráselecionar. Optou-se pelo quecompreendia ser o certo, aomenos a seu ver.

No momento em que asmentiras de longos anosecoavam com tranquilidade aos ouvidos dequem escutava e abrilhantavam os olhos dequem as viam, em seus ouvidos badalavam sinosenlouquecidos e aos seus olhos uma imagemcongelada ao tempo.

A verdade foi revelada, censura lançada ebofetões proferidos.

Não se aquietou, nem teve a sabedoria deaplicar os ensinamentos católicos que lhe foramdoutrinados, não se conteve e os revidou, e arecriminaram.

Consequente isolamento de ser esquecida emum canto qualquer pelo sincero atrevimento debalburdiar a tranquilidade de ouvidos e apagar ofalso brilho dos olhos que habitara mentiras.

A amargura que sentira pelo isolamento que adeixara não fora o que a entristeceu, mas aangústia que tomou conta de seus pensamentosfoi ter a sensibilidade de compreender que viverreclusa em mentiras traz calmaria para os quenão as escutam e a experiência de se viver embatalha interna sem fim para quem não aspronunciam.

Repudiados os mentirosos. Arrogantes ossinceros. Covardes os que apanham em silêncio

e os que respondem à altura: insolentes. Seruma sincera audaciosa causa a inveja e aintolerância de uns enquanto para outros orespeito por ter conduta de coragem e bravura.

Não importa, não há quem tenha agradado atodos e não há quem tenha sido odiado portodos. Há quem venera Hitler até hoje, e os queodeiam Cristo. Não há quem seja inteiriço deamor ou de ódio, de qualidade ou defeitos.

A relevância está no sentimento que se carregano peito. No ser, mesmo quando não háexpectadores para aplaudi-lo ou repudiá-lo.

A única certeza existente é que se vive emmundo que as pequenas mentiras fazem comque as pessoas possam viver em um faz de contaque é feliz. Pois a verdadeira felicidade é aquelaque habita com tranquilidade na alma, semmentiras, sem rancor, sem ódio, sem furacõesou perturbações, em que os sinos badalamsincronizados em uma perfeita sinfonia que seiguala à época medieval, na chegada de umanova vida, o nascimento de uma alegria ou nocomeço de uma missa em que o Cristo échamado.

Se um dia os sinos a perturbaram, hoje osaliviam e acalmam...

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6 O Bandeirante - Outubro 2014

Aída Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini

Situações engraçadas (ou não...)

São inúmeras as vezes em que no meio denossas atividades diárias, de repente passamospor alguma situação que sentimos uma vontadeenorme de rir. Nem sempre essa gostosa risadaé considerada “politicamente correta”, muitopelo contrário pode ser engraçada para nós,porém constrangedora por quem está sendo omotivo da risada.

Rir da desgraça alheia pode causar um grandedesconforto e muitas vezes pode serextremamente perigoso e com gravesconsequências. Imagine após um almoço vocêconversando com o seu chefe percebe entre osdentes dele, restos verdes da sobra da salada.Será que a conversa fluirá de forma normal ou oseu foco irá se concentrar no vai e vem daalface dentro da boca? Nestas horas, mostra aprudência que disfarçar e continuar a conversamais tarde será o mais acertado a fazer.

O que falar dos tombos? Estava no metrô, paraser mais específica na escadaria do metrô Sécom uma amiga advogada. Ela muito bemvestida com saia justa, camisa branca, meiafina escura e salto alto, quando de formarepentina perdeu o equilíbrio e... caiu. A nossareação, tanto a dela quanto a minha, numprimeiro momento foi de espanto, em seguida,no caso dela de vergonha, pois todos os olharesse voltaram para ela e no meu de tentar ajudá-

-la a se  levantar. Tão logo a ajudei, após notaro enorme rasgo na meia de uma das suaspernas, vendo que ela estava bem não pude meconter e comecei a rir. A princípio de formadiscreta e ela não sabe se, por nervosismo oupela situação bizarra que se encontrava, meacompanhou e depois juntas gargalhamosenquanto rapidamente nos afastávamos dosolhares indiscretos e risonhos a nossa volta.

Tem pessoas também que nos fazem rir pelosimples motivo de ao contar uma história, pormais desinteressante que seja, dão umaentonação diferente, interpretam, gesticulam,fazem uma careta mexendo com nossosmecanismos pessoais e surge então a primeirarisada e depois outra e mais outra, conforme  oandamento da história e nas subsequentes.

Agora quer situação mais constrangedora queem um velório quando todos estão tãocomovidos, enlutados, sentidos pela morteinesperada ou não de alguém querido,conversando de forma silenciosa e respeitosa.Surge então de forma repentina, do fundo dasala uma sonora risada de um grupinho queacabou de escutar uma boa piada e se esqueceudo local em que se encontrava.

Não tem também como não deixar de rir dastiradas que as crianças em sua inocência falamou perguntam. Estávamos no Guarujá, sentados,nos preparando para almoçar quando meu paitrouxe uma bandeja enorme de graúdoscamarões com casca e cabeça completa e acolocou no centro da mesa. Meu filho do meio,na época com quatro anos, olhou admirado paraos crustáceos e disse: “Vovô não sabia quecamarão tinha zóios”.

De qualquer forma, rir é muito bom para asaúde. Estimula de forma considerável osmúsculos faciais, evitando rugas. Deixa-nos maisbonitos, com a fisionomia mais leve, tipopropaganda de pasta de dentes, margarina oucarne friboi. Boas risadas após uma noitada deboa comida, companhia especial e ótima safrade vinho então nem se fala.

Rir espanta os maus fluidos e recarrega de boasenergias. Se você não faz isso com frequência,experimente, pois é uma ótima receita e étotalmente grátis.

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O Bandeirante - Outubro 2014 7Livros em destaque

HELMUT ADOLF MATARÉ“A Bíblia tão desconhecida - umestudo imparcial”Legnar Editora - SPO autor apresenta neste livro uma

visão toda pessoal da Bíblia e se

propõe a uma análise aprofundada

dos 73 livros que a compõe. Escrito

em 2001, logo após o atentado de

11 de setembro, o autor se debruça

sobre as escrituras para tentar

responder, dentre outras, questões

como: “A guerra contra o terror

eclodiu inopinada! Estamos

preparados, nós, seguidores da

Palavra de Deus, para uma luta

ideológica entre o ocidente e o

oriente?”

WALTER WHITTON HARRIS“O Castelo da Colina”Legnar Editora - SPEste é o quarto romance do autor efoi ambientado num pequeno reinoao norte da Península Itálica, duran-te a Idade Média. Com habilidade edesenvoltura, Walter Harris trans-porta os leitores para dentro de umahistória cheia de mistérios e roman-ce, que se desenrola em torno damorte de um influente nobre. Muitasintrigas,amores e traições nafamília, dominada pelo Castelo daColina, proporcionarão deleite dequem folhear as páginas deste livro,que encanta do começo ao fim.Aquisições e informações:[email protected]

O trecho abaixo é parte de uma crônica de um dos autoresda SOBRAMES-SP, já publicada anteriormente numa de nossas

COLETÂNEAS. Você consegue identificar o autor?Resposta na próxima edição.

Esta agenda está sujeita aalterações em decorrência defatores não previstos quando

de sua elaboração

Endereços e horários

Pizzas Literárias:Pizzaria Bonde Paulista. Rua OscarFreire, 1.597 - a partir de 19h00.

Balada Literária:APM - Espaço Maracá - Av. Brigadei-ro Luís Antônio, 278 - 11º. andar -das 18h30 às 22h00

Reuniões de Diretoria:Sede da SOBRAMES-SP na APM -Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 -7º. andar - Sala 1 - às 19h00

PIZZAS LITERÁRIAS

JAN - 16FEV - 20MAR - 2OABR - 24MAI - 15JUN - 26

JUL - 17AGO - 21SET - 18OUT - 16NOV - 13*DEZ - 18

Realizadas na terceiraquinta-feira de cada mês

*ATENÇÃO Em virtude deferiados, as datas das reuniões

de Abril, Junho e Novembroforam modificadas

CONGRESSO NACIONAL

OUT - 08 a 12 Recife - PE

ELEIÇÕES

JUL - 17 Prazo final para a

inscrição de chapas concorrentes

SET - 18 Eleição

BALADA LITERÁRIA

MAI - 30 NOV - 07

COLETÂNEA 2014

FEV Divulgação das regras einício das adesões de autores

NOV - 07 Lançamento

REUNIÕES DE DIRETORIA

Primeira quinta-feira do mês

O trecho da edição anterior pertence à poesia

“Rendição”, de Josyanne Rita de ArrudaFranco, que foi publicada na página 166 dacoletânea “A Pizza Literária - nona fornada” de2006. Que tal reler essa poesia na íntegra, além de outrostextos dos talentosos autores da SOBRAMES presentes naquelaedição?

Relendo

REALIZADOCONFIRMADO

“Olho... buscando outros olhos.Meu peito palpita amores,Paz, quietude sem doresAos pés da longa madrugada.”

(...) É através do aprimoramento dossentidos e do acúmulo de conhecimentosque se vai “afinando” o cérebro, seucatalisador, para a tão pretensaperfeição que o homem busca atingir. (...)

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NOITE DE FESTA E ALEGRIASoprando velinhas em comemoraçãoaos 26 anos de existência, aSOBRAMES-SP festejou, durante aPizza Literária do dia 18 desetembro, com o que mais lhe apraz:apresentação de belos textos emuita alegria. Na oportunidadecontou com a presença de amáveisvisitantes: José Luiz Ferraz Luz,Alberto Francisco Sabbagi eJanaína de Castro Galvão (de SãoPaulo); Lilian Maial (do Rio deJaneiro); Claúdia Rejane Correiados Santos e Anienne BarbosaGusmão do Nascimento (deAlagoas).

TOMANDO POSSENa mesma oportunidade, AnienneBarbosa Gusmão do Nascimento

aproveitou a visita que fez à capitalpaulista para oficializar sua posse comomembro titular da Sobrames-SP. Ela foi

apresentada pelo sobramista MarcosGimenes Salun, reforçando um vínculo que

se iniciou através do facebook e que seconsolidou numa amizade entre eles,

culminando com o convite e o ingresso damédica alagoana na regional paulista.

ASSEMBLEIA E ELEIÇÃONo dia 18 de setembro, também realizou-se Assembleia Geral Ordinária durantea qual foi eleita a nova diretoria para o biênio 2015-2016, assim constituída:Carlos Augusto Ferreira Galvão (Presidente); Márcia Etelli Coelho (Vice-Presidente); Marcos Gimenes Salun (Primeiro-Secretário); Maria do CéuCoutinho Louzã (Segunda-Secretária); Helio Begliomini; (Primeiro-Tesoureiro);Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini (Segunda-Tesoureira); Josyanne Rita deArruda Franco, José Alberto Vieira e Roberto Antonio Aniche (Conselho FiscalEfetivo); Alcione Alcântara Gonçalves, Geovah Paulo da Cruz e Mércia Luciade Melo Neves Chade (Conselho Fiscal Suplente). Os sobramistas eleitos,empenhados em colaborar para que as atividades da Sobrames-SP prosperemcom ética e harmonia, tomarão posse na Pizza Literária do dia 18 de dezembro.

ALCIONE CONDECORADOEm agosto o sobramista AlcioneAlcântara Gonçalves recebeu otítulo de Membro Honorário daAcademia Estudantil de Letras

e Artes de Tupã.

LIVRO PREMIADOO livro VIELAS DA VIDA de Alcione

Alcântara Gonçalves recebeuMedalha de Ouro da Câmara do Livroda Academia Brasileira de Estudos e

Pesquisas Literárias (RJ).