O Barroco no Brasil
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No barroco brasileiro não havia sentimento de grupo ou de
coletividade: a literatura era produzida com espirito de
aventuras e de ganância individuais. Os que escreviam,
encontraram na literatura uma forma de criticar e combater a
mentalidade colonialista, para moralizar a população por meio
dos princípios da religião ou, ainda, para dar vazão a
sentimentos pessoais profundos.
O Barroco no Brasil ganhou impulso entre 1720 e 1750,
quando foram fundadas academias literárias por todo país.
A obra considerada o marco inicial desse período é
prosopopeia (1601), Bento Teixeira, um poema que procura
imitar Os lusíadas.
Gregório de Matos (1633-1696)
É o maior poeta barroco brasileiro, foi irreverente como
pessoa, ao afrontar os valores e a falsa moral da
sociedade baiana de seu tempo com comportamentos
considerados indecorosos, é um dos fundadores da poesia
lírica e satírica em nosso pais.
• Lírica
• Satírica
Gregório de Matos cultivou três vertentes da poesia lírica:
• Lírica amorosa – é fortemente marcada pelo dualismo
amoroso carne/espírito. A mulher, muitas vezes, é a
personificação do próprio pecado, da perdição espiritual.
Observe este trecho:
À mesma D. Ângela
Anjo no nome, angélica na cara
Isso é ser flor, e anjo juntamente!
Ser angélica flor e anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformará?
• Lírica filosófica – refere-se ao desconcerto do mundo e as
funções humanas. É também poemas em que predomina a
consciência de transitoriedade da vida e do tempo,
marcado pelo carpe diem.
• Lírica religiosa – faz o uso de temas como o amor a Deus, a
culpa, o arrependimento, o pecado e o perdão, além de
constantes referências bíblicas.
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Em razão de suas sátiras, Gregório também era conhecido
como “o boca do inferno”, criticava o governador, o clero, os
comerciantes, os negros, os mulatos, etc.
A sátira constitui uma das partes mais originais de sua poesias,
pois foge aos padrões preestabelecidos pelo barroco português
ao ibérico e se volta para a realidade baiana do século XVII.
Observe este trecho de uma poesia de Gregório:
“Que falta nessa cidade?.....verdade
Que mais por sua desonra.....honra
Falta mais que se lhe ponha.....vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.”
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