O Berrão -2012-2013- 1.ª Edição

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http://jornalavem.wordpress.com Na promoção do conhecimento, na divulgação do saber, na escola ou em sua casa através da nossa presença ONLI NE Agrupamento de Escolas de Mur ça O BERRÃO Um olhar atento e contemporâneo O Berrão | Edição nº 21 | dezembro 2012 JB Aplicação Android/iPhone Fotografe este código com o seu telemóvel (...) com respeito e tolerância poderemos sempre combater a injusça e viver melhor (...) //PÁG. 21 MUNDO VISTO POR (...)Tudo o que se faça no campo da terceira idade é pouco (...) //PÁG. 13 (...) desta forma dar o exemplo, é também uma forma de educar (...) //PÁG. 18 Imagem: Ana Ventura

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http://jornalavem.wordpress.com Na promoção do conhecimento, na divulgação do saber, na escola ou em sua casa através da nossa presença ONLINE

A g r u p a m e n t o d e E s c o l a s d e M u r ç a

O BERRÃO

U m o l h a r a t e n t o e c o n t e m p o r â n e o

O Berrão | Edição nº 21 | dezembro 2012

JBAplicação Android/iPhone

Fotografe este código com o seu telemóvel

(...) com respeito e tolerância poderemos sempre combater a injustiça e viver melhor (...)

//PÁG. 21

MUNDO VISTO POR

(...)Tudo o que se faça no campo da terceira idade é pouco (...) //PÁG. 13

(...) desta forma dar o exemplo, é também uma forma de educar (...)

//PÁG. 18

Imagem: Ana Ventura

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O BERRÃOFicha Técnica

Propriedade | Agrupamento de Escolas de Murça http://www.avmurca.org

Coordenação José Alexandre de Sá Pacheco

RevisãoAna Paula MouraGracinda AlvesHumberto NascimentoLuis Mourão

Projeto Editorial e DesignLeonida de Sá GonçalvesPaulo SantosRosa Pais

ImpressãoServimira, Lda.

Colaboradores

Tiragem150 exemplares

nº 21 | dezembro | Edição 2012

2 JB / dezembro 2012 . O Berrão

Mensagem da Equipa do Jornal

Há em nós uma estranha capacidade para, subitamen-te, a partir de um conjunto desligado de peças, encon-trarmos um caminho, sempre diferente, de as agrupar.Ser criativo é exatamente isso: encontrar caminhos diferen-tes em todos os ramos do conhecimento e da ação. E fazer com que o TODO seja mais do que a soma das partes.

In: Visualmente 7,8,9, Areal Editores, 2012, Pág. 128

“Hei-de morrer simplesEstudante vendo sempre a cadaPasso, no assunto mais simples,Novos horizontes.”

Alberto Sampaio

Todas as aquisições materiais e espirituais relevantes resultam de um tra-balho firme, continuadamente renovado.

José Alexandre de Sá Pacheco

Imagem: Ana Ventura

Alexandrina Mourão; Ana Teixeira; Andreia Ribeiro; António Ribeiro; Daniela Sol;Diana Sousa; Dina Gomes; Diogo Nascimento; Emanuel Teixeira; Felisberto Fontela; Gracinda Alves;Humberto Nascimento;Joana Martinho; Joana Preguiça; João Borges; João Rua;José Alexandre de Sá Pacheco; Leonida de Sá Gonçalves; Lina Cabral; Lucília Mosqueiro; Luísa Pinto; Manuel Mofreita; Manuela Domingues; Maria Luísa Ferreira; Marta Morais; Marta Sampaio; Patrícia Afonso; Paulo Santos; Rosa Pais; Susana Martinho; Teresa Marques.

Escola Amiga da Arte; Escola Amiga da Música; Comissão de Eventos; Grupo Disciplinar Geografia; Grupo Educação Especial; Grupo Educação Pré-escolar; Turma + 9.º; 5.ºB; 5.ºC; 8.ºA; 11.ºC; 12.ºC.

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EDITORIAL

José Alexandre de Sá Pacheco Neste tempo de crisePortugal precisa, como proclamava Fernando Pessoa, da agitação e da revolta lúcidas. Precisa de combater o pensamento único e a fatalidade de pensarmos que só nos resta a miséria e a desgraça.

A pedagogia, essa arte e essa ciência de fazer voar as nossas crian-ças e os nossos jovens, precisa de se inspirar nesta ousadia e nesta

navegação. Para termos um futuro digno deste nome.José Matias Alves

Neste tempo de crise, de incertezas, de medos, de apelos ao sacrifício e à aceitação de empobre-

cimentos vários, até na nossa digni-dade, procuro revisitar o tempo da expansão e descobrimentos portu-gueses, estudando aí os vultos e os exemplos de homens e mulheres que pensavam e sentiam o país de forma original, própria e que, atra-vés de um espírito de aventura in-teligente, assumida e calculada, não esperavam que outros indicassem o caminho. Nós conduzíamos o nosso destino e dávamos destinos para os outros. Éramos prospetivos, dinâ-micos, eficazes, altamente eficazes e, em nenhum momento, recuávamos perante desafios, incertezas. Cada homem era uma peça fundamental na construção de um xadrez ope-rativo. Éramos um milhão e pouco mas estávamos em todas as partes do mundo. Recordo algumas pa-lavras da autora Elaine Sanceau no seu livro “Em demanda do Preste João”: “A tudo isto temos de contra-por a sua idade. Duarte Galvão ti-nha setenta anos. Uma geração me-nos otimista poderia supor que era muito velho para ir tão longe, mas o século XVI manifestava desdém

absoluto por tais circunstâncias mate-riais. Nesse mesmo ano, D. Manuel no-meava governador da Índia um homem que sofria de ataques epiléticos. Se uma enfermidade dessas não era obstáculo a que se ocupasse um posto estrénuo de alto comando, um septuagenário ro-busto podia muito bem ir à Abissínia”. Como estamos longe desta realidade! Vejamos outra referência à nossa iden-tidade: “Uma nação havia que tinha perdido todo o pavor do oceano. E a nação que o infante instruíra na arte da navegação era jovem e forte- povo ain-da não corrompido pelo luxo, que tinha vivido da agricultura e da espada. Os seus antepassados haviam-lhe legado uma grande tradição guerreira. Pou-cos em número, estavam habituados a vencer contra enormes desigualda-des. Filhos dos vencedores de Mouros e Castelhanos sentiam-se invencíveis.” Esta foi a nossa fibra e, através da me-mória e da honra dos nossos antepas-

sados, poderemos encontrar respostas para as perguntas seguintes e cami-nhos para sair deste presente tenebroso.Como chegamos ao que somos, quando hoje somos mais, somos mais informa-dos, mais formados? Como chegamos a esta abulia de carater, a este novo--riquismo de manifestações exteriores de riqueza, a esta apologia assumida da pequenez, da falta de recursos. Tendo sido senhores somos hoje vassalos, paus mandados de uma ordem internacio-nal gerida pelos interesses liliputianos de meia dúzia de financeiros, sempre opinativos quanto à necessidade de di-minuir direitos alheios para aumentar receitas próprias. Se o país, por vezes, deve ser eu (no contributo que posso dar para o seu engrandecimento), há outras em que não pode ser eu (quando devo perceber que há outros eus, outras necessidades que não tenho o direito de truncar com o meu egoísmo). Um Es-tado é uma agregação de interesses, de

vontades, de capacidades. Um Estado precisa de políticos que não se retirem, que não recuem, que pensem o futuro e envolvam as pessoas, todas as pes-soas, na sua construção. Eu não gosto do silêncio dos políticos. Todos esta-mos cansados de ouvir economistas. Noutros tempos os usurários tinham a sensatez de existir na penumbra, onde faziam os seus lautos negócios. Os aprendizes de banqueiros apren-diam a ser discretos, não se pavonea-vam perante as câmaras de televisão. Precisamos de ideias, de sentidos, de equilíbrios, de razões gregárias. Preci-samos de política feita com discrição e profundidade. Política com esclare-cimentos vários feitos nos órgãos pró-prios e não em facebooks e noutros suportes digitais. Política credível! Nesta necessidade geral, deve cada português desempenhar honestamen-te a sua função, colocando o interesse nacional acima das especificidades de cada um. A escola precisará de formar outros homens, homens novos, não no sentido de anjos, mas de cidadãos que não confundem o essencial com o acessório e não promovem o interes-se próprio como se fosse o interesse geral. Este é o trabalho da pedagogia, este é o trabalho dos professores. Que tarefa, que orgulho! JB

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CRÓNICA DE MALDIZER

Verdades (in)desmentíveis ...Felisberto Fontela

Vivemos numa época, que como todas as outras, tem os seus tiques. Tem as suas verdades, se quisermos utilizar um termo

muito caro à religião católica tem os seus dogmas.Não vou falar desses, mas de outros dois com que frequentemente “tropeçamos” no nos-so quotidiano seja numa reunião familiar, numa conversa de café, num programa de televisão ou até mesmo da leitura de alguns documentos emanados de algumas organi-zações nacionais e mesmo internacionais. A primeira que vou focar prende-se com o aque-cimento do nosso planeta. É hoje comum dizer--se que já não existem estações do ano, porque chove de verão, porque está calor no inverno, ou ainda porque há cheias, há tornados, há… mui-tos aspetos do clima que fogem ao nosso habi-tual. Ouvimos frequentemente dizer que “com a idade que tenho, nunca me lembro…”, vamos tentar “penetrar” um pouco neste embrenhado.Imaginando que sou eu, que digo, “nunca me lembro…” ora os meus 50 anos o que são quan-do comparados com a vida do Homem na ter-ra? Mas imaginando que se trata de alguém com 70 ou com 90 anos, isso mudaria alguma coisa? Sinceramente não. Não, porque, como já referi, se 50 anos não são nada quando com-parados com os milhares de anos que o Ho-mem, os 90 também não, ou seja, é uma pura ilusão dizer que vivo há “tantos anos e… nunca vi nada igual”. Ou seja, a minha visão sobre o clima da terra não pode ser tida em conta quan-do e se queremos fazer uma análise rigorosa. É comumhojeaceitarmos três ideias/hipóte-ses: 1ª a temperatura da Terra tem vindo a aumentar; 2ª que esse aumento da tempera-tura se deve à ação do Homem; 3ª que esse aumento da temperatura é prejudicial para o Homem. Três meias verdades? Ou nem isso?É hoje aceite pela comunidade científica que se debruça sobre a temperatura da Terra que esta tem vindo a aumentar. Já quanto à segunda hi-pótese a mesma divide-se e provavelmente por cada tese que defende que esse aumento se deve à ação do Homem. Haverá outra que de-

fende exatamente que o mesmo fenómeno acon-tece por ação do próprio planeta. Assim sendo, como explicar que quase “toda a gente” aceite esta ideia que o Homem está a destruir o planeta?Existem algumas hipóteses de explicação. Em pri-meiro lugar, os “grupos de pressão” – sim, eles existem em qualquer setor da atividade humana e também, neste campo, estão presentes, quer nos Estado Unidos, Washington e Nova Iorque, na Europa, e claro, também, em Portugal. Em se-gundo lugar, a própria comunicação social que dá mais ênfase nas teses que defendem esta teoria do que a todas as que defendem que o aqueci-mento global é um fenómeno natural. Esta práti-ca é facilmente explicável da seguinte forma: não sei quantos milhares de automóveis entram em Lisboa, mas devem ser uns milhares (500 mil) ima-ginamos que dois chocam, qual será a notícia?Finalmente, e não queremos esgotar as ex-plicações, a própria ideia de que o progresso tem aspetos negativos, que devemos preser-var o que os nossos avós deixaram, etc. etc….

Ou seja, aceitamos facilmente a ideia de que a temperatura da terra tem vindo a aquecer e isso se deve à ação do Homem, mas torna-se difícil ex-plicar cabalmente isso até porque os cientistas não sabem explicar muito bem ainda como funciona o “tempo” na Terra e como explicar alguns dos fenó-menos que acontecem diariamente.A terceira ideia é de que o aquecimento é nega-

tivo para a vida na terra. Mas será mesmo? O Homem tem mais de um milhão de anos na Terra…Há 11 mil anos, deu-se a Revolução Neolítica, há 1.200 anos deu-se uma alteração na agricultura da Europa.Ora a Revolução Neolítica deve-se pre-cisamente ao aquecimento da Terra, ou pelo me-nos de algumas regiões da Terra nomeadamente do “crescente fértil”. Mas mais ainda, o aumento da população a partir do ano mil ter-se-á ficado a dever entre outros fatores a um aumento da tem-peratura da Terra e à crise do século XIV, a ele-vada fome ficou a dever-se precisamente à fome devido aos maus anos agrícolas provocados pelo aumento da humidade/pluviosidade e pelo arre-fecimento o que levou àdestruição das colheitas…Nunca é demais lembrar que durante os últimos milhões de anos houve várias eras glaciares, a úl-tima das quais glaciação de Würmhá cerca de 150 mil anos e estamos numa fase interglaciar, era em que a temperatura tem tendência a aumentar.Finalmente, e isto é muito importante procurem

responder a esta pergunta: Qual a idade da Terra? Da próxima vez que ouvirem alguém dizer: “Eu com a idade que estou… nunca me lembro… pensem que a Terra é muito, mas muito, muito mais velha… e certamente não se lembra de tudo. E que portanto ainda não se deixa dominar pelo Homem, mas isso não nos dá o direito de maltra-tarmos quem nos acolhe e nos alimenta. JB

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Dinamismo escolar

Diogo Nascimento |8.ºB Assessor de redação

Tomada de PosseEm nome dos elementos que constituem a lista B, gostava de agradecer a todos os presentes, assim como a todos que con-tribuíram para a votação nestas eleições.Agradeço à mesa eleitoral pela sua coerência com as duas listas e agradeço também ao Dire-tor e Subdiretor da escola pelo apoio prestado.Agradeço pelo voto de confiança dado à lista B, como tal, esta irá estar ao dispor de todos os alunos, professores e auxiliares. Nós, iremos estar dispostos a dar o nosso apoio a todos e ajudaremos a construir uma escola melhor.A partir de hoje, começaremos a trabalhar para a realização das propostas que ide-alizámos no início da campanha eleitoral.Espero que a nossa lista supere as expec-tativas de toda a comunidade escolar.

Obrigado!João Borges, 10.ºA

Presidente da Associação de Estudantes

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A campanha eleitoral para a Associação de Estudantes decorreu ao longo de dois dias.A 5 e 6 de novembro, a lista A e a lista B apresentaram as suas sugestões de intervenção escolar aos alunos, tentando apelar ao voto na sua lista, defendendo as suas ideias.No dia 6 de novembro debateram-se os programas de intervenção propostos pelas duas

listas. Neste debate, realizado no polivalente, foi salientada a importância e os principais objetivos da Associação de Estudantes – dinamizar a integração dos alunos na vida escolar, colaborar na dinamiza-ção de atividades que promovam a formação dos alunos. O dia seguinte foi de reflexão e, a 8 de novembro, de acordo com as regras democráticas, a eleição decorreu de forma tranquila e com elevada adesão, chegando quase a atingir 80 % de participação.É muito importante que os alunos tenham opinião própria e possam dar o seu parecer, votando e de-fendendo as suas ideias, pois esta geração está a um passo de gerir o país, o mundo, onde, liberdade, democracia, competência e inovação são as palavras-chave a seguir para conseguir um futuro promis-sor, fértil e inovador.Os resultados foram favoráveis à lista B, que acabou por vencer a eleição, por 6 votos de diferença (164 para 170).A lista A arrecadou 49,1% dos votos, enquanto que a B, com maioria absoluta consegui 50,9% dos votosvalidamente expressos. Apenas foram contabilizados 3 votos brancos e 6 votos nulos, o que revela o empenho e o civismo dos alunos.Foi uma eleição renhida, o que só prova a qualidade e competência quase equivalente de ambas as listas.Todos os anos há votação e, este ano superou as taxas de participação registadas até à data. Será este um sinal de maior dinamismo e opinião fundamentada dos alunos da nossa escola? JB

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Uma conquista de vida

Humberto Óscar Nascimento

Tal como prometido continuo, nesta edição, a trazer-vos mais um indicador que podemos analisar no site PORDATA. Num tempo onde a esperança parece an-dar longe do nosso quotidiano nada melhor do que colocar nesta rubrica uma análise da ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA À NASCENÇA. Numa época de crise, de

baixa autoestima, importa que façamos uma retrospetiva daquilo que fizemos de bom. Comecemos por definir o conceito com clareza. Segundo o Instituto Nacional de Es-tatística, organismo oficial das estatísticas em Portugal, ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA À NASCENÇA é o número médio de anos que uma pessoa à nascença pode esperar viver, mantendo-se as taxas de mortalidade por idades observadas no momento.Na maioria dos países do mundo, e nos desenvolvidos em particular, o século XX marcou uma melhoria constante deste indicador. Em Portugal, há menos de 100 anos a esperança média à nascença situava-se num valor médio de 40 anos. Hoje esse valor passou para cerca de 80 anos. Ou seja, em menos de um século duplicou! Muitos foram os fatores que contribuíram para estes números. Convém salien-tarmos aqui os mais determinantes: desde logo a melhoria na alimentação, que se tornou mais abundante e variada; a melhoria nos cuidados de saúde quer pre-ventiva, quer curativa; a melhoria nas condições sanitárias, designadamente ao ní-vel de acesso a água canalizada e a sistemas de recolha e tratamento de esgotos. Existem outros fatores que terão influenciado a evolução do indicador em análise. Mais importante que os analisar neste espaço, importará refletirmos acerca das três razões enunciadas. Será que num tempo de crise e de definição de priorida-des haverá alguma mais importante que a vida? Será que o país não deve continu-ar a apostar prioritariamente na alimentação, na saúde e nas condições de higiene?Para dissecar este indicador teríamos que fazer uma análise mais profunda, que não cabe neste espaço. No entanto, lanço ainda algumas ideias para nos ajudarem a refletir sobre este indicador: a. será importante verificar que a esperança média de vida à nascença é sempre superior para as mulheres. Este aspeto é justificado, segundo a bibliografia sobre o tema, pelo facto de o sistema imunitário da mulher ser mais forte do que o do homem, por a mulher ter maiores cuidados médicos de carácter preventivo, devido ao menor número de acidentes de trabalho nas mulheres, pois tradicionalmente não executam as tarefas onde se registam mais acidentes de trabalho, por exemplo na construção

civil e também pelo facto de tradicionalmente, os homens apresen-tarem mais hábitos alcoólicos, tabágicos e de toxicodependência.

“Numa época de crise, de baixa autoestima, importa que façamos uma retrospetiva daquilo que fizemos de bom.

b. seria também importante refletir o porquê da dis-tância entre os valores dos homens e das mulheres estar a aumentar, ao invés do que acontece na maioria dos paí-ses desenvolvidos. Segundo Isabel Oliveira e Filomena Men-des, no presente, esta diferença decorre de três fatores, que apresentam, em termos de importância, a mesma ordem de grandeza: as doenças do foro oncológico; as doenças do sis-tema circulatório; por último, as causas de morte externas.Espero que vos tenha conseguido alertar para mais um in-dicador da realidade Portuguesa. Temos que nos conhe-cer para podermos tomar opções de forma consciente. Hoje vivemos muito… Importará que o continuemos a fazer com qualidade de vida e de uma forma ativa. Para que isso aconteça não podemos continuar a esperar que o estado social continue a ter a mesma intervenção que tem hoje, pois cada vez somos um país mais envelhecido em que as pessoas vivem até mais tarde.

JB

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PINTANDO A NOSSA TERRA

Porquê uma “porca” ?

Porque a “Porca” é o símbolo deste concelho, da Vila de Mur-ça, e uma das mais famosas esculturas zoomórficas do país.No campo da simbologia onírica a porca é a “mãe universal”, feliz, pres-timosa, cheia de tetas, pesada e rodeada pela sua imensa prole ruidosa

– talvez esteja aqui a explicação para a enorme carga simbólica e, eventualmen-te, totémica de que este animal foi objeto no período pré e proto-histórico.Este animal está associado a uma múltipla variedade simbólica, que vai desde o mais impuro dos seres vivos (so-freguidão, egoísmo, gula, voracidade) ao alicerce e protetor de povos e culturas.Em Trás-os-Montes, abundam esculturas de um quadrúpede com um corpo curto e atarracado, cabeça destacada e focinho proeminente. Estas esculturas são conhecidas popularmente por berrões, nome vulgar dado pelos transmonta-nos aos porcos não castrados e em especial a um, que é propriedade da freguesia e que ser-ve para cobrição. Quase todos os exemplares são machos “conforme o demonstra a repre-sentação verista dos testículos”, nas palavras de Paulo Pereira (cf. bibliografia). O material usado nestas esculturas foi, com exceção de dois casos conhecidos em Portugal, o granito.Devido às suas dimensões e forma tos-ca, o berrão é visto por uns como um suíno, por outros como um urso, um bode ou ainda como um javali. O comprimento destas esculturas varia entre os 2 metros e os 30 centímetros. O exemplar que se encon-tra em Murça, a famosa “Porca de Murça” (que é um porco-macho con-forme se pode verificar através da análise da sua anatomia), tem como dimensões (cf. João L. T. Fernandes, na bibliografia): 1,70m de com-primento, 0,95m de altura e uma circunferência abdominal de 2,11m.Na, já referida, vila de Murça, ocupa o lugar de ex-libris. Toda a incógnita que rodeia a construção destas figuras levou à construção de imensas teo-rias funcionalistas e/ou simbólicas quer de investigadores portugueses quer

espanhóis. De um modo geral, pode-se dizer que são bastantes os autores que se debruçaram e debruçam sobre o fenómeno dos berrões, e todos têm as suas próprias teorias, nem sempre concordantes.As gentes das localidades, elas próprias, encarregaram-se da cons-trução de lendas, como é seu costume e como não podia dei-xar de acontecer quando estão perante algo cuja origem ou cau-sa desconhecem, e assim, reza a lenda da “porca de Murça”.

No século XIX e até à revolução republicana, o berrão teve um papel ativo na política local. Em Murça, o povo ora o pintava de vermelho ora de azul, na sequência dos combates eleito-rais, a “Porca” era pintada de azul no caso da vitória dos “regeneradores” ou de vermelho quando a vitória sorria aos “progressistas”. Os republicanos, contudo, não deixaram de seguir o exemplo. E assim, na sequência da implanta-ção da República, em 5 de outubro de 1910, diz a memória popular que a estátua viu-se pinta-da de duas cores, de vermelho e verde. Mas esta versão não seria a última de que há regis-tos. Com efeito, quando em 1927 o julgado de Murça foi dissolvido e integrado no de Alijó, numa reação de luto e contestação, os murcen-ses pintaram a sua “Porca” de preto e branco.

Na atualidade, os berrões, em todos os lugares onde foram en-contrados, ocupam um lugar central, tal como se fosse o símbo-lo totémico das suas gentes, assim, serve de exemplo, o de Murça.Possuído de todos os atributos de totem destes lugares e das suas gentes, estas, não admitem de modo algum que alguém se atre-va sequer a montar no dorso do animal para se fazer fotografar.Este rústico bicho irá continuar ainda por muitos e bons anos a fa-zer parte do imaginário coletivo, e em especial do imaginário das gen-tes que possuem um destes exemplares no centro da sua vila. JBin:http://escolaamigadaarte.wordpress.com/2010/06/04/pintar-a-tradicao/

S. MartinhoComissão de Eventos

O nosso Agrupamento teve a honra da visita do S. Martinho, à nossa escola. Foi solicitada a sua presença, o qual

aceitou de imediato,e esteve connosco de 8 a 11 de novembro.Veio com a sua capa, a es-pada e com o cavalo que por sinal era bem simpático. O sol também apareceu, tal como diz a lenda e como não podia deixar de ser, também tivemos as castanhas tão saborosas.Os alunos do 2º ciclo participaram com qua-dras alusivas à época. JB

Que lindo é o outono!Que lindo que é!Uvas e castanhasDá-me o avô Zé

Dia 11 de novembroÉ o dia de S. MartinhoCome-se a castanha assadaE mais o caldo verdinho

O S. Martinho está a chegarA lareira vou acender Para as castanhas assarE contigo as comer

Com o frio a chegar A natureza está-se a transformarOs ouriços a abrirPara as castanhas apanhar

Como é bom comerCastanhas assadas E no magusto ver As meninas coradas

Na rua está um vendedorDe castanhas assadas É com esforço e amor Que faz feliz a rapaziada

Todo o dia apanhar chuvaCoitado do vendedor!Mas à beira das castanhas Fica cheio de calor

5.ºC

JB / dezembro 2012 . O Berrão 7

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O FadoO fado nasceu um diaQuando o vento mal buliaE o céu o mar prolongavaNa amurada de um veleiroNo peito de um marinheiroQue estando triste cantavaAi que lindeza tamanhaMeu chão, meu monte, meu valeDe folhas, flores, frutas de oiroVê se vês terras de EspanhaAreias de PortugalOlhar ceguinho de choroNa boca de um marinheiroNo frágil barco veleiroCantando a canção magoadaDiz o pungir dos desejosDo lábio a queimar de beijosQue beija o ar e mais nadaMãe adeus, adeus MariaGuarda bem o teu sentidoQue aqui te faço uma juraQue eu te leve à sacristiaOu foi Deus que foi servidoDai-me no mar sepulturaOra eis que embora outro diaQuando o vento nem buliaE o céu o mar prolongavaA proa de outro veleiroVelava outro marinheiroQue estando triste cantava

O Fado, José Malhoa, 1910, pintura a óleo, 1,51m x 1,86m

Equipa do Jornal

O fado é um dos tradicionais cartões de visita do país. Can-ção tipicamente portuguesa, as suas origens permane-cem obscuras, embora seja indiscutível a sua raiz urbana.Para uma aproximação rápida à história do fado, assim como a al-

gumas figuras e espaços emblemáticos da canção de Lisboa, o sítio Turismo de Lisboa oferece elementos úteis. Para uma introdução igualmente breve, pode consultar-se também o sítio Fado – A Alma de um Povo, elaborado por estu-dantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Este sítio dedi-ca igualmente alguma atenção ao acompanhamento instrumental à guitarra.É nos bairros históricos de Lisboa - Alfama, Mouraria e Bairro Alto, sobretudo - que se continuam a calar todas as noites os ruídos das conversas, perante esta frase poderosa: «Silêncio, que se vai cantar o fado». Para conhecer al-guns dos locais onde se pode ouvir cantar o fado, o Terreiro do Fado propõe um roteiro que inclui um conjunto de ligações. No coração de Alfama fica um museu que vale a pena visitar, a Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa.

Ao longo dos anos, foram muitos os nomes que engrossaram os capítulos da história do fado em Portugal.No sítio dedicado a Alfredo Marceneiro podemos ficar a conhecer uma das figuras mais carismáticas do fado e ouvir alguns registos áudio.Em Amália.com, por seu turno, podemos descobrir a figura que até hoje mais profundamente marcou o fado e o seu imaginário: Amália Rodrigues. O Museu do Teatro dedica-lhe também uma página, baseada na exposição que esteve patente no próprio museu. Por seu turno, o Centro Virtual Ca-mões propõe uma Caça ao Tesouro em torno da figura de Amália, sugerindo algumas ligações adicionais.Na última década, uma nova geração tem trazido outro impulso à arte do fado. Mariza,Mafalda Arnauth, Cristina Branco e Camané são alguns desses artistas que já têm provas dadas. Nos seus próprios sítios na Internet po-demos encontrar variada informação sobre as suas biografias, carreiras e discografias. Alguns excertos dos seus discos podem ser ouvidos, também, na secção Sons Lusófonos do Centro Virtual Camões. JB

Recordar a identidade Nacional“O que talvez nos deva fazer regressar às origens, às raízes da paixão ocidental pela liberdade. E lembrarmo-nos que liberdade não rima quase nunca com segurança, e rima pouco com comodidade. Tal como por vezes não vai com justiça ou igualdade. (…). Se não é concebível felicidade sem liberdade, também é verdade que essa liberdade chega por regra com esforço, porventura sacrifício. A liberdade também não é uma promessa de paraíso, real ou virtual, é antes uma condição a viver nas sociedades ciosas de escolherem o seu caminho e onde os destinos, individuais e coletivos, não são pré-definidos. ”

José Manuel Fernandes, XXI Ter Opinião 2013

José Régio

8 JB / dezembro 2012 . O Berrão

Recolha: José Alexandre de Sá Pacheco

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Os nossos alunos irão apresentar a sua escola, o seu país, a sua língua

e a sua cultura para o mundoRosa Pais

Em 2013, o Sistema de Escolas Associadas da UNESCO (SEA) cele-bra 60 anos de exis-

tência e todos os Estados--membros são convidados a dinamizar atividades que se enquadrem na celebração e no contexto deste aniversário. Na sequência do convite apre-sentado pela Coordenação In-ternacional, em nome da sua Coordenadora, a Srª Livia Sal-dari, a Rede SEA de Espanha e de Portugal aceitaram com muita alegria colaborar num projeto conjunto intitulado: “Os valores da Rede SEA--UNESCO em Poemas do Mundo”. O Sistema de Escolas Associa-das da UNESCO (SEA) é uma rede de colaboração inter-nacional, onde mais de 8000 escolas em todo o mundo partilham os objetivos edu-cacionais e os projetos que são propostos pela UNESCO.Os gestos internacionais Yo-GoTe estão presentes nesta rede escolar.Este projeto que se encontra já em marcha,

tem como objetivo desenvolver uma página Web que recolherá poemas de todo o mundo, em qualquer idioma a fim de valorizar e destacar os valores humanos das escolas da Rede. Os poemas serão apresentados por alunos da Rede SEA em todo o mundo, no idio-ma original, e, ao mesmo tempo, são feitos os sinais internacionais das ideias principais. Ou seja, os poemas serão decorados pelos alunos que os recitarão na sua língua ori-

ginal junto com a expressão dos gestos internacionais. O objetivo é destacar a exis-tência e os valores desta Rede global única de forma inovadora e expressiva, onde os alunos são os principais atores, mostrando ao mundo a beleza do seu idioma e cultura.A página Web resultante apresentará uma coleção de poemas de diferentes partes do mun-

do (África, Estados Árabes, Ásia e Pacífico, Europa e América do Norte e Amé-rica Latina e as Caraíbas). No dia 21 de março de 2013, Dia Internacional da Poesia, será feita a 1ª apresenta-ção no site, da responsa-bilidade da Escola Artística e Profissional Árvore, es-cola SEA sediada no Porto.Entre junho e julho de 2013, o projeto será apre-sentado na Sede em Paris. A nossa escola está a tra-balhar neste grande pro-jeto, juntamente com os seus alunos, orientados pelas equipas da BE/CRE, BE Centro Escolar, Educa-ção Especial, Clube Web TV e Clube de Arte. Para este efeito a BE/CRE lançou o “Concurso de Poesia” de forma a envolver todos os ciclos e anos do Agrupa-mento, ao mesmo tempo que, se inseriu na Come-moração do Mês Interna-cional da Biblioteca Escolar – MIBE. JB

1 de outubro, Dia Internacional da Música

A data foi instituída em 1975 pelo Internatio-nalMusicCouncil, uma instituição fundada em 1949 pela UNESCO, que agrega vários organis-mos e individualidades do mundo da música.

O objetivo da celebração desta efeméride é promover a arte musical em todos os setores da sociedade e apli-car os ideais da UNESCO como a paz e amizade entre as pessoas, evolução das culturas e troca de experiências. Para assinalar este dia, no Agrupamento, a Escola Amiga da Música juntamente com a Escola Amiga da Arte, a professora de Educação Musical e um grupo

de discentes construíram, com entusiasmo,dedicação e curiosidade, um cartaz, onde foram transcritas cita-ções alusivas à música levando o ávido aprendente a refletir na importância subjacente da música e o impac-to dela na nossa existência, bem como uma demons-tração de alguns instrumentos musicais usados ao serviço da divulgação desta forma de arte intemporal.Houve, também, a participação e colaboração reconheci-das dos discentes André, Bruno e Nuno do 11.ºC, através da passagem de temas musicais de vários géneros, para abrilhantarem e dar outra sonoridade e ritmo ao dia. JB

Escola Amiga da Música

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Hino do Agrupamento de Escolas de MurçaPROJETO MELODIAS DO TEMPO

Numa Escola Associada da UNESCO, entendemos crucial ter sempre subjacente os ideais de Dellors – Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a viver juntos; Aprender a ser -Estes são os que queremos para o nosso Agrupamento, facto este que nos motiva a apresentar à Co-munidade educativa este projeto intitulado “Melodias do Tempo”. Queremos, ainda, continuar a ser uma escola aprendente! Sem fronteiras, queremos ampliar o nosso saber, sentir o mundo e transformá-lo em afetos, porque aprender é uma arte. Nesta sequência, as atividades pro-

postas pela Escola Amiga da Música têm por intuito promover uma escola aprendente e globalizante para a diferença e para a mudança, que assentem no desenvolvimento dos valores como solidariedade, respeito, tolerância, autonomia, criatividade e liberdade. Assim, neste espírito, nasce a criação do Hino do Agrupamento e produção de um videoclip. Estamos, deste modo, convictos da importância destas ações que traduzem uma união e impacto positivo, desta iniciativa, em todos os seus intervenientes, quer na vertente cultural, quer na vertente humana. JB

Com o dia aprendendoEntre honra e harmoniaVai descobrindo a vidaEntre montes d’alegria

Cintilante pensamentoNas palavras infinitasCom o contentamento da vida A cada dia

REFRÃOLiberta da vida o sonhoDo sonho a descobertaRevelando horizontesSempre, em Murça.Galgando neste sonhoProcurando a descobertaRevelando horizontesSempre, em Murça.

O mundo é de esforçoDe constante inovaçãoDa vida trespassadaP’la justiça, p’la razão.

O sonho desperta a almaVivendo a imergirN’alegria e no vencerNo mundo, na vida.

Diogo Nascimento |8.ºB

Apresentação da letra do Hino nos clubes de arte e música

Elaboração de silhuetas músicais para capas de partituras pelos alunos do 11.ºC

Capas para as partituras

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CidadaniaDaniela Sol | 12.ºB

Uma pequena noção de Cidadania

Ao longo da história da humanidade surgiram diversos entendimentos do termo cidadania. Contudo, atualmente, insere-se no contexto do surgimento da Modernidade e da estruturação do Estado-Nação. O termo “cidadania” tem origem etimológica no latim civitas, que significa “cidade”, engloba por isso, o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. Digamos que a cidadania esteve e está em construção. Há sempre aqueles que querem mais direitos,

mais liberdades disto ou daquilo, mais garantias (individuais e coletivas), ou seja, há sempre quem não esteja satisfeito nem conformado relativamente às dominações quer do próprio Estado quer de outras instituições. No meu ponto de vista, esta palavra é usada todos os dias em vários sentidos.É ter uma ideia e poder expressá-la, é poder votar livremente, é o direito de ser negro e não ser discriminado, de praticar uma religião e não ser perseguido.Cidadania é respeitar o sinal vermelho no trânsito, é não deitar lixo ao chão, é não destruír nem vanda-lizar algo público. Como vemos, cidadania está presente no quotidiano. Cidadania é a expressão concreta do exercicío da democracia. JB

Os nossos alunos em silhueta

“O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. (...)”Gilberto Dimenstein

Curso Profissional Técnico de Apoio Psicossocial

Os alunos do Curso Profissional Técnico de Apoio Psicossocial com trabalhos realizados no desenvolvimento do tema – a Silhueta –integrado na disciplina de Expressão Plástica, promoveram a di-vulgação dos mesmos, através de uma exposição no espaço da

BE/CRE.A criatividade e empenho foram da responsabilidade dos alunos que, a julgar pelos resultados apresentados, foi surpreendente.A palavra “silhueta” é derivada do nome de Etienne de Silhouette (1709-1767), que cortava silhuetas como passatempo. Na Inglaterra os retratos em silhueta foram chamados “sombras” ou “perfis” até o final do séc. XVIII.

LotteReiniger, artista alemã, fez interessantes experiências na déca-da de 30, com silhuetas animadas gravadas em película cinematográfica. (CHILVERS,Yan.Dicionário Oxford de Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001,p.492-3)O desenho simplificado de contorno preenchido – a silhueta – pode ser usa-do em trabalhos de grande plasticidade. Trata-se de um processo simples e de fácil execução, dado o nível etário dos alunos.Com este processo de representação, podemos construir formas muito cria-tivas, com resultados estéticos surpreendentes, como foi este exemplo. JB

Imagem: Ana Ventura

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HalloweenLuísa Pinto

O Halloween é festejado na noite de 31 de outubro. Antigamente, esta data, marcava o fim oficial do verão e o início do armazena-mento das colheitas para o inverno.A palavra Halloween é uma forma abreviada de "Hallows Evening",

a noite antes do "All Saints Day" (Dia de todos os Santos).Dizia-se que na noite de Halloween os fantasmas e as bruxas apareciam para assustar as pessoas.Hoje em dia, é uma noite em que, crianças e adultos se disfarçam com fatos de bruxas, fantasmas e outras coisas assustadoras. Eles visitam as casas dos amigos para os assustar e pedir rebuçados e doces - "trick or treat“.O Halloween é uma noite muito especial para os ingleses e para os americanos. Mas, há muitos países que, por todo o mundo, festejam esta noite tão especial. O hall da nossa escola anunciava um clima alusivo ao dia 31 de outubro. Os grupos de alunos em conjunto com os professores de inglês come-moraram o Halloween realizando dois peddy papers no recinto da escola. JB

Os grupos vencedores do “Pedy paper”

9º C - 1º Prémio André Sousa, nº1 Artur Silva,nº2 Carlos Teixeira, nº4 Jorge Augusto, nº 10

2º Prémio Leandro Macedo, nº11 Tiago Baptista, nº18 Carlos Monteiro, nº19

3º Prémio Inês Rodrigues, nº 8 Marta Ribeiro, nº15 Toni Madureira, nº17

9º A - 1º Prémio Bernardo Martins, nº5 José Borges,nº16 Rui Fernandes, nº21

2º Prémio Ana Margarida Barros, nº2 Ana Regina Sá, nº3 Bruna Marques, nº6

3º Prémio Fábio Cruz Ferreira, nº 10 Rafael Cruz Nunes, nº20 Luís Gonçalves, nº17

SABIAS QUE…?

… os maiores índices de vendas de doces nos EUA e Europa ocorrem na época do Halloween.

… o costume foi levado para os Esta-dos Unidos por imigrantes irlande-ses, em 1840.

FIND THE DIFFERENCES

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Juntos construímos este momento ...Curso Profissional Técnico de Apoio Psicossocial Com localização em Eivados, surge

a Quinta d’Avós – Hotel Sénior. Consciente das transformações inerentes ao processo de en-

velhecimento, nomeadamente no que respeita às condições físicas, cognitivas e sensoriais, a Quinta das Avós procura garantir uma solução institucional de ele-vada qualidade, dispondo de uma equipa multidisciplinar que para além de fruir de qualidade técnicas e académicas, possui características pessoais imprescindíveis no contacto e relacionamento com este público-alvo.O Hotel Sénior proporciona alojamento de alta qualidade, onde a privacidade e o conforto são privilegiados, ao mesmo tempo que disponibiliza infraestruturas e pessoal especializado que dão a máxima segurança e acompanhamento aos seus residentes. As instalações possuem mobiliário geriá-trico ergonómico, aquecimento central, internet, televisão e espaço exterior. Tudo o que se faça no campo da terceira idade é pouco, dado que, felizmente, a esperança média de vida das pessoas vai sendo cada vez mais prolongada, peran-te essa maior longevidade, tem de haver uma resposta adequada da sociedade.Aqui chegados, vê-se que há bom gosto, respeito pelas pessoas, uma preocupação em as servir e um sentido humano peran-te quem cá reside. Indo de encontro ao perfil profissional, destes jovens, organizaram, juntamente com as professoras Lina Cabral, Rosa Pais, e BE/CRE, representada pela Professora bibliotecária Dina Gomes, a preparação da leitura do Cap. XXI do livro “O Prin-cipezinho” e uma atividade criativa de “construção de flores de papel”, para que o convívio entre todos fosse animado e construtivo.

Quando chegámos, fomos re-cebidos de forma simpática e acolhedora pela responsável Dr.ª Gisela Santos, que depois

das apresentações nos guiou pelas insta-lações do Hotel. Entre música animada através dos nossos “DJ´s” Bruno, Luís e André, tornou-se o ambiente divertido e alegre. Os nossos alunos ofereceram a todos um momento de leitura, a Danie-la, o Nuno e a Vanessa leram o Cap. XXI do livro “O Principezinho”, que fala da amizade, amigos e entes queridos. Entre

conversas e registos de fotos, foram cons-truídas flores de papel, que decoraram o espaço como testemunho desta troca de saberes. Trocámos risos, gargalhadas, pal-mas e alegria ao sabor da música de con-certina tocada pela Andreia, que a todos desinibiu, e transformou em leves dança-rinos, indo as idosas mesmas buscar os seus pares junto dos alunos rapazes.

Terminámos a nossa estadia com um farto lanche, oferecido pela instituição e que teve também o contributo das cozinheiras da

nossa escola com a confeção de duas bo-las de carne e um bolo da professora Lina.

“ Tudo o que se faça no campo da terceira idade é pouco

O tempo passou rápido e ambas as partes gostaram deste singelo convívio que le-vou calor e ajudou a quebrar a monotonia do dia-a-dia. Toda a equipa de assistentes agradeceu e deu-nos o seu sim para uma próxima visita! A visita de estudo, no global, constituiu uma importante estratégia de motivação dos alunos, pois a saída do espaço habitu-al de aprendizagem, a componente lúdica que envolveu e a interligação entre teoria e prática foram aspetos de aprendizagem, que favoreceram a aquisição e retenção de conhecimentos facilitando ainda a co-municação/sociabilidade. JB

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14 JB / dezembro 2012 . O Berrão

FLAGRANTES

O Livro do Mêsjaneiro

«O Principezinho» conta a sua viagem de planeta em planeta, cada um sendo um pequeno mundo povoado com um único adulto. Esta maravilhosa sequ-ência criativa evoca não apenas os grandes contos de fadas de todos os tempos, como também o extravagante «Cidades Invisí-veis» de Ítalo Calvino. Uma his-tória terna que apresenta uma

exposição sentida sobre a tristeza e a solidão, dotada de uma filosofia ansiosa e poética, que revela algumas reflexões sobre o que de facto são os valores da vida.

In:http://www.wook.pt/ficha/o-principezinho/a/id/46993

Antoine de Saint-Exupéry nasceu há cem anos, a 29 de Junho, em Lyon, Antoine de Saint-Exupery, autor de "O Principezinho", o livro mais traduzido em todo o mun-do, a par da Bíblia e de "O Capital", de Karl Marx. A sua morte, aos 44 anos, num acidente de aviação, ainda hoje permanece um mistério e adensou o mito à sua volta. Antoine de Saint-Exupéry publicou pela primeira vez «O Principezinho» em 1943, quando recuperava de ferimentos de guerra em Nova Iorque, um ano an-tes do seu avião Lockheed P-38 ter sido dado como desaparecido sobre o Mar Mediterrâneo, durante uma missão de reconhecimento. Mais de meio século depois, a sua fábula sobre o amor e a solidão não per-deu nenhuma da sua força, muito pelo contrário: este livro que se transformou numa das obras mais amadas e admiradas do nosso tempo, é na verdade de alcance intemporal, podendo ser inspirador para leitores de todas as idades e de todas as culturas.

fevereiro marçoNo segundo período, começaremos, em janeiro, com “O Principezinho”

Em fevereiro, por ser o mês de S. Valen-tim, mês do Amor, vamos sugerir o sím-

Em Março, mês em que se assinala a “Semana da Leitu-ra” que este ano tem por tema “O mar” vamos sugerir

Romeu e Julieta (no original em inglês Romeo and Juliet) é uma tragédia escri-ta entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de William Shakespea-re, sobre dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra. A peça ficou entre as mais populares na época de Shakespeare e, ao lado de Hamlet, é uma das suas obras mais levadas aos palcos do mun-do inteiro.

Hoje, o relaciona-mento dos dois jovens é conside-rado como o William Shakes-peare (Stratford--upon-Avon, 26 de abril de 1564, 23 de abril de 1616) foi um poeta e

dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais in-fluente dramaturgo do mundo. É cha-mado frequentemente de poeta nacio-nal da Inglaterra e de "Bardo do Avon"

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Retrato de Chandos, pintura de John Taylor

Sofia de Melo Breyner Andre-sen (Porto, 6 de Novembro de 1919 — Lisboa, 2 de Julho de 2004) foi uma das mais impor-tantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. O Mar é um dos conceitos-chave na criação literária de Sophia de Melo Breyner: "Desde a orla do mar/ Onde tudo começou intacto no primeiro dia de mim". O efeito literário da inspiração no Mar pode se observar em vários dos seus poemas e contos. Por isso este mês vamos sugerir dois livros: o Conto juvenil: A Menina do Mar, para os mais jovens e Dia do Mar para os mais crescidos. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esta edição de Dia do Mar integra--se num novo plano de publicação da Obra Poética de Sophia de Mello Breyner Andresen. Para além da fixação definitiva do texto, a cargo de Luís Manuel Gaspar, regressa-se à edição autónoma de cada um dos livros de poemas da autora.

Dia do Mar, segundo livro de poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, teve três publicações autó-nomas (1.a ed., Lisboa, Edições Ática, 1947; 2.a ed., com variantes, Lisboa, Edições Ática, 1961; 3.a ed., Lisboa, Edições Ática, 1974). Foi incluído, com novas variantes, em Obra Poética I, Lisboa, Editorial Cami-nho, 1990. In: http://www.wook.pt/ficha/dia-do-mar/a/id/58261

A Menina do Mar é o primeiro conto de Sophia para a infância e foi edita-do, pela primeira vez, em 1958.Tendo a praia como cenário, este conto re-vela-nos uma história de amizade en-tre um rapaz e a Menina do Mar. Cada

um vive no seu mundo, o rapaz na terra e a menina no mar, mas a curiosidade de ambos leva-os a que-rer partilhar essas diferenças: a menina fica a saber o que é o amor, a saudade e a alegria; o rapaz aceita vi-ver com ela no fundo do mar. In:http://www.wook.pt

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15JB / dezembro 2012 . O Berrão

Fernando Pessoa e a sua época

Fernando Pessoa, Júlio Pomar, 1986, Litografia, 77cm x 50cm

Ana Teixeira | 12.º A

Escrever sobre tão grande e admirável figura não é tarefa fácil, nada fácil mesmo. Reporto-me à figura de Fernan-do Pessoa, considerado por muitos como um dos maio-res poetas de todos os tempos. Relembro de antemão

que se trata de uma figura demasiado complexa, demasiado profunda, que não se deixará caber nas nossas medianas inter-pretações.Contrariamente aos poetas românticos que gostavam de mos-trar o fundo da sua alma, Fernando Pessoa, como os poetas da sua escola – O Modernismo – oculta os seus sentimentos das mais variadas maneiras, para ele o poeta não passa de um fin-gidor, chegando a fingir que é dor, a sua verdadeira dor. Quando o poeta nasceu em 1888, o Simbolismo era a corrente literária dominante na poesia europeia, no entanto esta cor-rente foi substituída por outra: o Modernismo, que rompeu com muitos dos valores estéticos do passado. Atribuía à arte poderes absolutos. Nenhuma barreira poderia impedir o artista de exprimir-se livremente. Pessoa era um ser retraído, solitário e inseguro, era um in-compreendido e o seu refúgio era a escrita. Os aspetos da sua própria personalidade ficaram marcados na sua poesia: cons-cientemente deixava as suas preocupações refletirem-se nas linhas que escrevia. Chegou ao ponto de proceder à divisão de si mesmo em outros. É nesta fase que surgem os heterónimos. Quem nunca ouviu falar de nomes como Alberto Caeiro, Álva-ro de Campos ou Ricardo Reis? Certamente que estes nomes não soam estranhos aos ouvidos da maior parte das pessoas. Fernando Pessoa criou heterónimos na esperança de através deles dispor de mais possibilidades de solução para o seu pro-blema, como tentativa de superação dos impulsos negativos da sua alma.Quem aspira ao absoluto é ambicioso, quem deseja a verdade e a autenticidade é curioso e quem empresta uma nova beleza às estrelas e encanta corações é Fernando Pessoa! JB

“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,Não há nada mais simples.Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.Entre uma e outra todos os dias são meus. “

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16 JB / dezembro 2012 . O Berrão

Homenagem Equipa do Jornal

Singela homenagem a tão distinta e imortal personalidade representativa da nossa Literatura Portuguesa e Prémio Camões, em 2011.

«Só mais um dia,um dia luminoso e barulhentopor mim a dentro,um dia bastaria,em prosa que fosse.

Mas dá-me para a melancolia,para a limpeza, para a harmonia,impacientam-me as migalhasde pão na mesa, as falhasda pintura no tecto,as vozes das visitas, despropositadas,sinto-me sujo como um objecto,desapegado, desarrumado.

Trocaria bem esse diapor um pouco de arrumação- no quarto e no coração.»

Manuel António Pina, Todas as PalavrasEdição: Assírio & Alvim

Importância da leituraMarta Morais | 12.ºA

A leitura revela-se de extrema importância e o gosto pela mesma deve começar a ser incutido desde tenra idade. Ler potencia várias capacidades, como a aprendizagem de novo vocabulário, melhor fluência e imaginação. A imaginação é o que mais me atrai na leitu-

ra. Todos podemos ler o mesmo livro, mas será sempre diferente para cada um de nós. É fantástico podermos desenhar todas as personagens, todas as paisagens e transformar uma história. A leitura faz-nos viajar, faz-nos conhe-cer novas culturas, novas pessoas. Agrada-me a maneira como visualizamos tudo na nossa mente como de um filme se tratasse. Assim que acaba po-demos partir para uma nova aventura, voltar a criar estes mundos vezes e vezes sem conta. Os livros são uma porta aberta para tudo o que desejamos aprender, são um poço de novos conhecimentos.Se, desde crianças, estivermos abertos para este prazer de ler e nos dei-xarmos levar, então decerto que seremos pessoas mais felizes, pois nunca vamos esquecer o lado fantasioso de criança, nem vamos fechar a porta ao conhecimento. JB

Imagem: Ana Ventura

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17JB / dezembro 2012 . O Berrão

A aula mais divertida ...

No dia 31 de outubro de 2012, quarta-feira, chegámos à aula de Geografia e a nossa professora Marta Sampaio tinha uma proposta deveras aliciante, tão aliciante era, que mesmo com o frio que estava nós aceitamos com todo o prazer a proposta.Esta proposta era fazer a contagem dos veículos que passavam em determinadas entra-

das da vila de Murça. JBDiana Sousa, João Rua

Saímos da sala por volta das 8:45h, em grupos de dois, e dirigimo-nos ao local estipulado. Aativi-dade começou por volta das 8:50h e consistia em contar os veículos que passavam no ponto de contagem de cada grupo, durante 1 hora. Os pontos de contagem eram: Jardim Herói Milhões – EN15 (Joana e Patrícia), Rotunda dos Edifícios Portas da Vila (Diana e João Rua), Jardim Herói Milhões – EN314 (Luís e Francisco) e Avenida dos Bombeiros Voluntários – junto ao Centro de Saúde (Inês e Susana). Os veículos contados eram agrupados em: ligeiros, motos, transportes co-letivos de passageiros, mercadorias e especializadosde mercadorias. Passada uma hora, os grupos dirigiram-se para a sala afim de entregar as contagens efetuadas.Na aula seguinte, cada grupo elaborou dois gráficos: um deles respeitante ao número de veículos que passam por hora nos locais de contagem e o outro relativo ao número de veículos que passam por hora nos diferentes locais de Murça.No fim, concluímos que passam mais ligeiros que qualquer outro tipo de veículos, em todos os locais de contagem. Concluímos também que o local onde passam mais veículos por hora é na Rotunda dos Edifícios Portas da Vila, com 197 veículos contados, durante o período de contagem.Foi uma experiência diferente, interessante e enriquecedora. JB

Joana Preguiça,Patrícia Afonso

Turma + | 9.º Ano

Celebremos a inspiração

O Jornal “O Berrão”, de forma a premiar o empenho, a colaboração, o entusiasmo e a inspiração, de todos os alunos que voluntariamente colaboraram nas edições do ano letivo anterior, será organizada,

pela equipa do jornal, uma visita de estudo em junho de 2013, aquando do encerramento das atividades letivas, ao Museu Nacional da Imprensa, no Porto. É nosso objetivo proporcionar aos alunos o conhecimento de am-bientes relacionados com os meios de comunicação, lidos, ouvidos e vistos como fontes de informação sobre o mundo contemporâneo. JB

Ana Catarina, 11AAna Rita,6AAna Santos, 11BAna Teixeira, 11AAndreia Ribeiro,12BAndreia, 10CAntónio Sousa, EFAB3Bruno, 10CCarolina, 4ACarolina Borges, 11ACatarina Jacinto,6CCátia Silva, 11ADalila Pereira, 5B

Os nossos colaboradores foram:Daniel, 5BDaniela,10CDaniela R., 8BDaniela Sol,11BDavid,11CDébora,10CDiana,5BDina Santos, 5ADinis, 11CDiogo Gomes, 6DDiogo Lopes,5BDiogo Nascimento,7B

Eduardo Esteves,4AEmanuel T.,11BFátima G.,EFAB3Francisco Alves, 6DGonçalo Duarte, 6AJessica, 10CJoana Martinho, 4AJoana Preguiça, 8AJoão, 11CJoão Anjos,6DJosé João, 8ALeandro, 5ALuís, 10C

Marcelo G.,8AMárcio A., 12BMarta M.,11ANuno,10CPatrícia A.,8APaulo Bessa,6DPedro,5BSamuel T.,6BSérgio,11CTânia,10CVanessa,10C

Equipa do Jornal

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18 JB / dezembro 2012 . O Berrão

CANTINHO DA EDUCAÇÃO ESPECIALDa sala para o Mundo ...Educação Especial

No início do ano letivo, no âmbito do projeto “TIC na Educação Especial” foi idealizado a criação de um blog- http://seeeaemurca.wordpress.com dos Serviços Especializados de Educação Especial e Apoio Educativo (SEEEAE) do Agrupamento de Escolas de Murça, para divulgar/apresentar atividades e trabalhos realizados com os meninos que são abrangidos

por este serviço. Assim, havia a necessidade de criar um logotipo que identificasse o SEEEAE, mas teria de ser sugesti-vo. Em análise do livro “Ciclo de Vida”, elaborado no ano letivo anterior, na sala da Educação Especial, surgiu a ideia de se usar esta imagem como logotipo uma vez que simbolizava os alunos e o espaço envolvente. No livro, a imagem aparece associada, também, à ilustração dos valores: amizade, diálo-go, solidariedade, respeito, união, paz e amor.Contamos com a sua visita e opinião. JB

Pelo bem estar...

Os alunos da Educação Especial são alunos participativos e responsáveis pelo bem-estar e conservação dos espaços co-muns do meio escolar, desta forma dar o exemplo, é tam-bém uma forma de educar.

“(...) desta forma dar o exemplo, é também uma forma de educar.

Participar ativamente é uma forma responsável de demonstrar o inte-resse e empenho. A inclusão passa também pelo dar e receber. Ao aju-dar desenvolvo a autonomia, as relações interpessoais, a socialização, e estabeleço também uma relação positiva com a natureza, sendo esta um bem comum. JB

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19JB / dezembro 2012 . O Berrão

DespertarManuela Domingues

Todos os dias reflito. Às vezes por-que me bate uma tristeza por aquilo que fiz errado e por aqui-lo que não fiz, por aquilo que não

disse e que bem poderia ter sido diferen-te. Mas não me lembro do dia em que chorei de dor, e eu sinto dores diariamen-te, dores do espiritual, da mente, do ego ferido muito revoltado, só comparado a um tsunami ou mesmo tempestade tropi-cal revoltosa sem rumo, vento desorienta-do. Fico triste de dor, pelo que fiz de erra-do. Não me canso de falar com o meu anjo protetor e pedir perdão pelos erros come-tidos. Aproveito agora e peço perdão aos amigos que um dia se sentiram magoados comigo. Até mesmo por uma palavra não dita no momento que deveria ter sido dita. Até mesmo de um gesto inoportuno, que tantas vezes abomino, mas não sou suficientemente forte para me ver livre de certos comportamentos, que em nada dignificam o ser humano: chama-se a isso de omissão (termo demasiadamente light, mas a nossa sociedade não gosta de com-promissos, assim, ser light ajuda).Fico triste, com certa frequência, pela amizade desfeita de forma “estúpida”. Ou pela amizade que não soube fazer. Tris-te por aqueles que nunca consegui cati-var. A minha tristeza é de inconformismo diante da minha insignificância, e bem sei que poderia ser minimizada. Triste pelas amizades lindas que nunca se comple-taram. Triste pela amiga que pensei ser e que nunca fui. Triste por tudo que um dia quis ser e nunca fui. Triste por tudo o que não sou. Amar é bom e amar faz--me feliz. Amo desmedidamente os meus filhos, são a minha vida, são a vida. Amo--os sem reservas, com desprendimento, com a mesma facilidade com que um dia terei de perdoá-los. E saber perdoar é tão difícil quanto a ingrata tarefa de educar e aprender a ter paciência. Peço aos filhos paciência comigo e terei de aprender a ter paciência para com os outros. Paciência é ter que ouvir um desabafo em forma de prece. Mas amar é assim, dá-se sem pe-dir nada em troca. Fico triste quando um dia não fui solidária nem sensível com a diferença, com o ser diferente. Ou quando

“Já perdi a conta de quantas vezes fiquei feliz ao ver os alunos com pequenos avanços, mas grandes conquistas.

tantas vezes se ignora a dor alheia, adubando e for-talecendo ainda mais o insólito egoísmo do ser pes-soa. Quantas vezes ri da minha arrogância, na minha enorme ignorância, quando pensei um dia ser forte e iluminada, mas afinal nada sabia da pessoa com de-ficiência. Hoje, fico triste das misérias e nas dores do mundo, quando vejo as notícias. Hoje, sou solidária à dor alheia, mas de pouco isso vale. Gostaria de ser solidário de forma concreta, efetiva, mesmo em doses homeopáticas. Estou cansada da solidariedade teóri-ca porquanto nada produz de facto, nada traz de novo além de palavras, e palavras mal usadas pelo jorna-lista. E se diz ser jornalista dizendo “o deficiente”. Já perdi a conta de quantas vezes fiquei feliz ao ver os alunos com pequenos avanços, mas grandes conquis-tas. Nada mais maravilhoso que poder contemplar nos meus alunos um olhar, um riso maroto quando é repreendido. Fico feliz quando contemplo os meus filhos, os meus alunos e os meus amigos. E saber que

um dia pensei que não conseguia superar e ultrapas-sar a forte barreira de trabalhar com alunos diferentes (era coisa de mulher fraca, de gente fraca). Mas eu sou forte e determinada e digo em voz alta: sou fe-liz, trabalho na Educação Especial. Para concluir, devo dizer que demorei a compreender e a saber interpre-tar um olhar um gesto, mas sou feliz, aprendi! Mas não sozinha, tive uma amiga e caminhamos juntas, o caminho sinuoso, rugoso, e tempestuoso. Assim, es-crevo: somos felizes juntas, somos mais que colegas, somos amigas. Foi uma batalha, mas valeu apena. Cla-ro que muitos poderão pensar que são “declarações de uma pessoa fraca”. Não pense assim quem assim chegou a pensar. A verdade é que descobri, em mim, o significado de ser professora da Educação Especial querendo aprender mais, ser melhor. Como professo-ra sei onde estou, mas não sei para onde vou. JB

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20 JB / dezembro 2012 . O Berrão

MUNDO VISTO PORVida intrauterinaSusana Martinho| 9.ºA

Querida mamã,Estou a escrever-te do teu quente e confortável útero.Gostava de pedir-te uma coisa mui-

to importante, que irá decidir a minha vida ou morte. Como sabes, estás-me a gerar e o meu nascimento irá trazer muita alegria ao mun-do e principalmente a mim e a ti, pois terei a oportunidade de ver como são as pessoas, de ver-te e conhecer o mundo – serei feliz!Mas, agora, uma pergunta que me perturba e que gostava de levar-te a pensar duas vezes, antes de tomares qualquer atitude ou deci-são: Porquê o aborto? – Não percebes que ao estares a abortar de mim, só traz desvanta-gens? Por exemplo, uma das coisas certas que vais sentir e te vai atormentar para o resto da vida é o arrependimento, arrependimento de teres dado cabo de uma vida, arrependimen-to de teres destruído o teu próprio filho, e, o pior de tudo, de não poderes voltar atrás. Uns remorsos para sempre, e para sempre é muito tempo…Queres mais argumentos? Mais provas de que também estás a destruir-te interiormen-te? Porque se eu desaparecer, não sentirei dor, não sentirei nada, mas tu, se eu sair da tua vida, vais sofrer mais do que um mártir! Sentirás a dor que todas as mulheres sentem quando abandonam os seus filhos, talvez até mais!E, agora, deixo-te uma última pergunta: TENS A CERTEZA DO QUE QUERES FAZER?

JB

Reaprende a cada diaa destreza da demasiaonde a verdade acabae começa a magia,indagando por sítio nenhumenquanto a nenhum sítio quero levar-me,quero conseguir apagar-me,desaparecer do mundo terreno.Enquanto muitos sofrem,outros dão tempo ao tempo

a verdade desvanece, o amor perecetudo o que quiseste um dia, desapareceos fios ligam-te; cortei um e tu caístefoste tudo e ao mesmo tempo nada,é triste.Sabes que a garganta secae o coração apertaenclausuras uma menteque outrem estava abertao teu raciocínio não segue

as palavras que te dirigia tua mente sonhae divaga por mimsou o que mais querese o sentimento que menos queriassou o mal e o bemsou o álcool nas tuas feridas.

Emanuel Teixeira| 12.ºB

Imagem: Ana Ventura

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Turma + em ação…9.ºAno

Haverá valores exclusivamente masculinos e valores exclusivamente femininos?

No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, realizá-mos um debate acerca deste tema numa espécie de frente-a-frente: rapazes contra raparigas. Os grupos

tiveram tempo para preparar os seus argumentos. A nossa moderadora foi a nossa colega Diana e, também ela, prepa-rou algumas perguntas pertinentes para nos colocar... Tradicionalmente, a mulher tem de ser bela, doce, bondo-sa e o homem inteligente, corajoso e forte... Mas será que é mesmo assim? Será que, nos nossos dias, é isto que se passa? Os dois grupos concordaram em alguns pontos, mas discordaram noutros.É inegável que os dois géneros são pressionados, embora de forma diferente. As mulheres, hoje em dia, têm tantas ou mais qualificações

que os homens, contudo ainda lhes é negado o direito de exercerem determinadas funções, por exemplo,a nível dos mais altos cargos. Por outro lado, os homens são pressionados, por exemplo, pelos seus pares. Não é com certeza por acaso que os números de consumo de álcool, tabaco e droga na adoles-cência são mais elevados nosexo masculino. Debatemos também outras ideias: discriminação, desigualdade, preconceito, influência, diferença, vergonha, auto-estima, valores... O debate foi enriquecedor, os intervenientes entregaram-se com garra à defesa dos seus pontos de vista. Consideramos que, apesar das diferenças, que existirão sempre entre os dois géneros, com respeito e tolerância poderemos sempre combater a injustiça e viver melhor.Quanto ao debate… acreditamos que a capacidade de discutir ideias nos melhora como seres humanos e nos ajuda a crescer. JB

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22 JB / dezembro 2012 . O Berrão

Comenius

Cátia Silva | 12.ºA Miguel Plácido | 10.ºA Vanessa Freitas | 10.ºA

Grupo português com os alunos guias

Programa Sectorial Comenius da Agencia Nacional para o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PROALV)

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23JB / dezembro 2012 . O Berrão

O Programa Sectorial Comenius da Agencia Nacional para o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PROALV) é um programa que visa melhorar a qualidade e reforçar a dimensão europeia da edu-cação, desde o ensino pré-escolar até ao secundário. As Parcerias

entre Escolas COMENIUS apoiam o desenvolvimento de atividades de coope-ração entre escolas, oferecendo aos alunos e professores dos diferentes países europeus a oportunidade para trabalharem em conjunto sobre um ou mais temas de interesse comum.Nesta ação, o nosso Agrupamento integra uma parceria multilateral com es-colas da Alemanha, da Suécia, da Eslováquia, da Finlândia e da Turquia e está a desenvolver o projeto “Open Books – Open Windows to Europe” cujos prin-cipais objetivos são promover a leitura e as diferentes literacias; incentivar ao desenvolvimento das bibliotecas escolares pela partilha de experiências entre

os países parceiros; partilhar atividades e práticas no âmbito da promoção da leitura e das literacias entre os países participantes e envolver alunos e docen-tes dos diferentes níveis de ensino do nosso Agrupamento nessas atividades e práticas. Este projeto prevê reuniões em cada um dos países parceiros para apresentar os trabalhos previstos no projeto, fazer o ponto da situação e avaliar as ativi-dades realizadas até ao momento, assim como definir e calendarizar as etapas seguintes. A primeira reunião de projeto decorreu na Suécia, na vila de Trosa, na escola “Västerljung Kyrkskolan” de 3 a 7 de Outubro onde estiveram, a representar o grupo de trabalho do Agrupamento, as docentes Dina Gomes, Luísa Ferreira e Teresa Marques. A docente Gracinda Alves participou enquanto representante da direção.

Nesta reunião estava previsto cada parceiro apresentar o país, a re-gião, a vila e a escola. A apresentação de Portugal, realizada por uma aluna do 12ºA, Catarina Teixeira, em PowerPoint, mereceu o elogio de todos os parceiros. Foram ainda apresentados um conjunto de

Inquéritos a aplicar ao longo do projeto que estava a cargo da nossa escola. Apresentámos, ainda,a atividade ”The book of the month” (O livro do Mês) , atividade que cada escola parceira deveria desenvolver, seguindo parâme-tros uniformes a todas as escolas envolvidas e que constava da apresentação de um livro por parte de alguns alunos. Na impossibilidade de os levarmos pessoalmente, gravámos as apresentações de três alunos que mostrámos na reunião. A aluna Cátia Sofia Silva do 12º A, apresentou ”As esquinas do tem-po” de Rosa Lobato Faria. Os alunos Miguel Plácido e Vanessa Freitas, do 10º A, apresentaram ”O tesouro” de Selma Lagerlof, que veio muito a propósito já que se trata de uma autora sueca. De destacar que apenas a nossa escola

levou este trabalho apesar do pouco tempo de que dispusemos para a sua preparação, não podendo esquecer que, para atingir o que preten-díamos, foi fundamental a colaboração de alguns colegas e alunos do Agrupamento.

Para além das reuniões de trabalho, houve ainda a oportunidade de visitarmos a escola parceira propriamente dita, que recebe alunos até aos 12 anos (equivalente ao final do nosso segundo ciclo), as suas instalações e mesmo assistir a algumas aulas onde

fomos guiados por alunos que detalhadamente, em inglês, nos deram todos os pormenores sobre o funcionamento e as diferentes ativida-des desenvolvidas. Foram ainda visitadas as instalações das duas ou-tras escolas do concelho, uma do ensino pré-escolar e outra do ensi-no secundário que permitiu apreciar, quer as condições físicas, quer a postura dos alunos que são dignas de elogio. Foi uma excelente opor-tunidade para o grupo de trabalho da nossa escola, mostrar o seu profis-sionalismo, e a qualidade dos trabalhos realizados; contactar com esta realidade,conhecer um pouco mais da cultura nórdica e sobretudo par-tilhar trabalhos e experiências. JB

Tema do projeto

Sala de aula

Sala especifica-trabalhos em madeira

O grupo de trabalho: Dina Gomes, Gracinda Alves, Luísa Ferreira e Teresa Marques

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24 JB / dezembro 2012 . O Berrão

HomossexualidadeSusana Martinho| 9.ºA

Um dos temas atuais da nossa sociedade é de facto a homossexualidade, pois é cada vez mais comum no nosso mundo. Mas na rea-lidade, nem todas as pessoas aprovam este novo comportamento: há quem seja a favor e apoie os homossexuais e quem seja contra.Na minha opinião nem concordamos nem discordamos, porque cada um tem o di-reito de saber o que quer ser ou seguir na vida, nomeadamente o parceiro sexual. Se as pessoas são felizes pelo facto de esta-rem com “alguém” do mesmo sexo, assim seja, toda a gente tem o direito de ser feliz.

Um dos grandes subtemas deste tema são os “filhos”. Os casais de homossexuais tal como os casais heterossexuais, também querem ter descendência. Este é um dos aspetos que não concordo e toda a gente tem o direito de o criticar. É sim-ples: ponhamo-nos na pela dessa dita criança que acaba de ser adotada por um

casal de homossexuais; como é que ela se vai adaptar e interiorizar que tem dois pais ou duas mães do mesmo sexo? Mas afinal qual é que faz o papel de mãe ou de pai? Isso fará sempre confusão na sua mente. Mais além ainda, é o facto de quando esta for para a escola; será muito discriminada, gozada, marginalizada e alvo de muitos insultos. É uma criança que nunca será vista pela sociedade como alguém normal e que sofrerá constantemente por isso.Então, em conclusão desta pequena polémica, podemos concluir que a homossexualidade é um aspeto cada vez mais preocupante e perturbantena nossa sociedade.Para finalizar, deixo-vos aqui as respostas às perguntas mais frequentes feitas pelos adolescentes e não só.

1.O que é a homossexualidade?É a atracção sexual dirigida fundamentalmente para indivíduos do mesmo sexo.

2.Quem é considerado homossexual?Um individuo que sente atracção sexual fundamentalmente por pessoas do mesmo sexo. Uma mulher que é sexualmente atraída principalmente por mulheres é chamada Lésbica. Um homem que se sente sexualmente atraído por outros homens é Homossexual (gay).

3.Ter sentimentos para com alguém do mesmo sexo fazem dessa pessoa homossexual?Não. Muitos rapazes e raparigas, durante a primeira infância, e mesmo adolescência, sentem atracção sexual e chegam mesmo a ter experiências de cariz homossexual, mas não são gays nem lésbicas. Muitos adultos também sentem atracções ou têm experiências do tipo homossexual, sem que se conside-rem eles próprios gays ou lésbicas.

4.O que determina a orientação sexual de alguém?Não é ainda conhecida a causa da homossexualidade ou heterossexualidade. Uma das teorias refere que a orientação sexual é determinada na fase pré--natal. Outra teoria defende que esta é determinada depois do nascimento, por factores ambientais. Em qualquer dos casos, a orientação sexual é esta-belecida numa idade muito precoce.

5.A orientação sexual de um indivíduo pode ser alterada?Considerando que a homossexualidade é apenas uma das variações do comportamento sexual, uma pergunta mais correta será: "Os homossexuais devem mudar? E se sim, porquê?". Estudos sobre o assunto mostraram que as tentativas para mudar a orientação sexual de alguém são correntemente mal suce-didas e, muitas vezes, levam a uma depressão agravada, e ao suicídio. As estatísticas mostram que a maioria dos homossexuais não veem nenhuma razão para mudar. Muitos, no entanto, referiram que aceitar a sua orientação sexual foi um processo difícil, devido ao preconceito com que os homossexuais e lésbicas se têm de confrontar. Peritos em Ciências Sociais já começaram a estudar os efeitos do stress que advém deste tipo de preconceito.

6.Quantos homossexuais e lésbicas existem?Embora os números variem, alguns estudos estimaram que 10 porcento da população é lésbica ou homossexual numa parte significante das suas vidas. É difícil determinar as percentagens exatas, devido ao facto de muitos daqueles que temem o preconceito esconderem a sua orientação sexual.

7.Os homossexuais e lésbicas são facilmente identificáveis?Alguns homossexuais e lésbicas poderão ser para ti facilmente identificáveis mas, contrariamente à crendice popular, a maior parte dos homossexuais e lésbicas não se distinguem das outras pessoas. Não existe um único estilo de vida homossexual ou lésbico. As lésbicas e homossexuais têm os mais

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diversos estilos de vida e trabalham em todas as áreas, ocupações, vivendo em qualquer parte do país e mundo. Homossexuais e lésbicas podem ser solteiros ou casais comprometidos; podem ser urbanos, suburbanos ou rurais; pretos, latinos, asiáticos e brancos.

8.Que tipos de emprego têm os homossexuais?Lésbicas e homossexuais trabalham em todas as ocupações, e fazem parte de uma grande variedade de profissões. Muitas lésbicas e homossexuais tomam precau-ções por forma a não revelar a sua orientação sexual, pois mesmo o seu eficiente e efectivo desempenho profissional não são garantia contra a hostilidade e pre-conceito. Por essa razão, poderemos não observar nos chamados empregos tradi-cionais uma grande evidência de homossexuais e lésbicas, pois não sentem segu-rança para se assumirem. Por exemplo, homossexuais e lésbicas fazem parte das Forças Armadas, apesar de existir uma firme posição oficial de discriminação con-tra eles. Em muitos países não é ilegal discriminar com base na orientação sexual.

9.Os homossexuais e lésbicas estão sujeitos a discriminação?Como muitos outros grupos que são entendidos como "diferentes", os homosse-xuais e lésbicas estão sujeitos à incompreensão e preconceito. Chamando pelos seus nomes, hostilidade, perseguição, violência física e discriminação no emprego e em casa são algumas das formas como os homossexuais e lésbicas são errada-mente tratados.

10.A homossexualidade é uma doença mental?Não. Em 1973 a resolução seguinte foi aprovada pelo Conselho de Administração da Associação Psiquiátrica Americana: "A homossexualidade, per si implica que não haja prejuízo em julgamento, estabilidade, segurança ou capacidades sociais ou vocacionais em geral. Mais ainda, exortamos todos os profissionais em saúde mental a que tomem a iniciativa de remover o estigma da doença mental associa-da a uma orientação homossexual."Em muitas sociedades, a homossexualidade é considerada muito normal. Este era o caso da Antiga Grécia e Roma (ambas durante o seu apogeu e declínio), ocorre

em muitas culturas Nativas Americanas (onde lésbicas e homossexuais são influentes lideres tribais e religiosos), e é o de muitas sociedades de hoje em dia, tais como a Holandesa, Dinamarquesa, Sueca e Tailandesa.

11.Os homossexuais são molestadores de crianças?A pedofilia, atracção sexual por crianças, nunca deve ser confundida com homossexualidade. Muitos estudos têm documentado o facto de que a esma-gadora maioria dos molestadores de crianças são homens heterossexuais.

12.Os homossexuais são promíscuos?Não necessariamente. Muitas lésbicas e homossexuais são solteiros, e muitos têm relacionamentos de longa data. Num estudo efectuado por Masters e Johnson, as diferenças existentes na promiscuidade sexual eram entre homens e mulheres, independentemente da sua orientação sexual. As lésbicas e mulheres heterossexuais são mais inclinadas a estar emocionalmente comprometidas antes de chegarem a uma intimidade sexual. Os homossexuais e homens heterossexuais, por outro lado, geralmente evidenciam menos envolvimento emocional antes de chegar à intimidade sexual.

13.Os relacionamentos entre adultos e adolescentes do mesmo sexo poderão levar à homossexualidade?Não. Este medo das amizades íntimas, particularmente entre homens ou rapazes, tem tido efeitos negativos no bem-estar mental e no relacionamento destes entre si. Demonstrações de afeto entre homens são habituais em muitas culturas do mundo. É também muito comum expressar-se amor e afeição por membros do mesmo sexo entre homens e mulheres heterossexuais.

14.A homossexualidade é contra a religião?Muitas das religiões do mundo não condenam de todo a homossexualidade. Na tradição Judaico-cristã, teólogos e estudiosos da Bíblia continuam a dis-cordar nas seis passagens da Bíblia que têm sido usadas para condenar o comportamento homossexual.

15.Será a SIDA uma doença Homossexual?Não. A SIDA (Síndroma de Imunodeficiência Adquirida) não é uma doença "espalhada" pelos homossexuais. O vírus da SIDA transmite-se pelo contacto homossexual e heterossexual desprotegido sem os devidos cuidados do sexo seguro. (A partilha de seringas também o pode transmitir.) Em África, o con-tacto heterossexual desprotegido é a forma mais comum de contrair o vírus. Segundo as últimas informações, as Lésbicas são o sector da sociedade que menor risco corre na infecção do VIH (Vírus de Imunodeficiência Humana), não querendo com isto dizer que estão livres de infeção. JB

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PALADARESCompotasDepartamento da Educação Pré-escolar

No outono, uma das mais bonitas estações do ano, graças à sua diversidade de cores,espalham-se os cheiros e degusta-se os sabores dos frutos maduros e suculentos. As árvores que nos deram tantos frutos e nos deram tanta sombra, para refrescarmos do calor intenso do verão, transformam-se, assim, em troncos despidos e galhos secos.

As cores do outono:o castanho, o amarelo, o laranja, o vermelho,o verde e o roxo estão presen-tesnos frutos e, também, nos produtos da horta. Assim, vemos:

•o amarelo e o laranja - nas abóboras, nos marmelos, nos diospiros, nas peras. •o vermelho - nas maçãs, nos tomates, nas romãs;•o castanho - nas castanhas, nas avelãs, nas amêndoas e nas nozes;•oroxo - nas uvas enos figos.

Todos estes alimentos são muito importantes na vida das pessoas, nomeadamente na alimen-tação das crianças.A sua importância ficou bem registadana abordagem realizada com todos os grupos da Educação Pré-Escolardo Agrupamento.Os variados alimentos de que dispomos são fundamentais para viver com saúde. São fonte de energia e uma barreira forte no combate às doenças.Nesta sequência, a temática do outono e o ambiente natural que o envolve permitiram que as crianças da Educação Pré-Escolar deste Agrupamento, juntamente com as suas educadoras,elaborassem algumas receitas com alimentos próprios desta estação. Como surgiu esta ideia? Poderão perguntar!A resposta é muito fácil. Se o outono é um tempo rico em frutos, porque não aproveitá-los, para os podermos consumir ao longo do ano? É impensável que toda a variedade de frutos que a épo-ca nos oferece possa ser preservada, no seu estado natural, isto é: até ao próximo ano.Assim, se a ideia de conservar os frutos na sua forma natural está posta de parte, teremos de pensar numa solução. Que fazer então?

Fazer compotas? Mas, o que é isso de fazer compotas?Fazer compotas é um processo de conservação de frutos, através do açúcar, com tradi-ção vinda já, dos nossos avós.Respondidas todas as questões, era necessário preparar e concretizar o quefoi planeado. Para o efeito, foram desenvolvidas várias atividades para o aproveitamento e conserva-ção dos frutos variados e saborosos do outono.Neste contexto, realizou-se um trabalho transversal a toda a Educação Pré-Escolar do Agrupamento que se traduziu na confeção de compota de abóbora, figo, melão, pera, pêssego, marmelo, tomate e, também, marmelada.Todas as crianças perceberam a importância de aproveitarmos os frutos e a sua conser-vação em compotas. A sua participação na confeção permitiu que fossem desenvolvidas atividades nas diversas áreas de conteúdo: na matemática, nomeadamente de quanti-dade, peso, divisão em partes; na linguagem oral com o conhecimento de novas palavras e o seu significado e na formação pessoal e social, na componente da socialização, do aprender a viver juntos.Este desafio foi aceite por todas as crianças e possibilitou não só o alargamento de conceitos mas também a interiorização de regras, da partilha, da solidariedade e do respeito mútuo, quando trabalhamos em conjunto.Todas as crianças tiveram oportunidade de provar e saborear as suas receitas. Contudo, não quiseram ficar como únicas detentoras do conhecimento adquirido. Quiseram, também, partilhar com os pais o saber e o sabor dos frutos e da sua conservação em compotas. Os pais deliciaram-se com o resultado do trabalho realizado pelos seus educandos, numa área tão importante como a da alimentação, a conservação de alimentos e a educação para a saúde e a poupança. O entusiasmo foi tão grande que as crianças repetidamente pediam às educadoras mais boiões de compota para levarem para casa: para a tia, para a avó, as vizinhas.Por vontade delas, para toda a aldeia ou bairro onde habitam.Ficou bem patente a grande alegria e entusiasmo vividos por todas as crianças,no âmbito da temática do outono, das alterações da natureza, dos frutos e da sua conservação. JB

“Ser educador não é apenas ensinar, ser educador é acender a luz que guiará os passos de um ser humano por toda a sua infância, adolescência até à fase adulta…”

Paulo Freire

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Conta-se que os pitos de Santa Luzia foram inventados por Ermelinda Correia, que veio a ser mais tarde a Irmã Imaculada de Jesus. Esta rapariga tinha um defeito: era muito gulosa. Este facto levou os seus pais a enclausurarem-na no convento de Santa Clara, na esperança de transformar o pecado em virtude. A Irmã Imaculada tornou-se devota de Santa Luzia, padroeira dos cegos e das coisas da vista. Um certo dia estava a irmã aplicar os curativos nos

seus doentes (feridas, contusões e inchaços nos olhos), com uns pachos de linhaça, que eram uns quadrados de pano-cru ,onde se colocava a papa, do-brando as pontas para o centro para não verter a poção - usados como pensos para os ferimentos- quando de repente teve uma visão. Correu para a cozinha e fez a massa de farinha e água e cortou-a em pequenos quadrados. Tinha consigo a porção do açúcar que lhe cabia na ração, e fez uma compota de abóbora. À imagem dos pachos, dobrou a massa por cima da compota e levou ao forno a cozer. A seguir despachou-se a escondê-los, pois estava proibida de ser gulosa. No caminho cruzou-se com a madre superiora que era cega. A madre perguntou, desconfiada, o que levava no tabuleiro, cheirando o perfume adocicado. Irmã Imaculada, apressa-se a responder que “são pachos de linhaça para os doentes” do dia seguinte. À noite na cela, a irmã Imaculada sossegou a alma, sem se sentir culpada, pois sempre ouviu dizer que "do que não se vê, não se peca" . JB

27JB / dezembro 2012 . O Berrão

Pitos de Santa Luzia-Vila Real

Sopa de letras Grupo Disciplinar de Geografia Descobre na sopa de letras oito conjuntos montanhosos a nível mundial.

Ingredientes para a massa:•300g de farinha •75g de banha •leite •50g de açucar

Preparação:Põe-se a farinha num alguidar e amassa-se com a banha, o açúcar e o leite, até estar uma massa bem trabalhada. Descansa durante meia hora. Estende-se com um rolo (não deve ficar fina) cortam-se quadrados com cerca de 8 cm. No centro, põe-se uma colherada de recheio e juntam-se as 4 pontas. Levam-se ao forno médio a cozer em tabuleiro untado com farinha ao sair do forno polvilham-se com açúcar e canela.

Para o recheio:•400g de doce de abóbora •12 gemas

Preparação:Mistura-se tudo e leva-se ao lume até fazer estrada no fundo do tacho.

Gracinda Alves

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28 JB / dezembro 2012 . O Berrão

RADARO Livro da minha vida ...As gémeas: O Quinto Ano no Colégio de Santa Clara

Joana Martinho | 5.ºA

Para mim, a leitura é mais do que ler, é mais do que 50 ou 200 pági-nas, para mim, é um prazer.Quando eu comecei a ler a mi-

nha primeira reacção foi: “Bem para que é que eu quero isto?” mas cada vez come-cei a ler mais e conclui que ler faz parte da minha vida.De todos os livros que li até agora “As Gé-meas: O Quinto Ano no Colégio de Santa Clara”, de EnydBlyton foi o que mais gos-tei, para mim aquele livro está excelente, está muito bem escrito. Este livro desper-tou-me mais o interesse por causa do tí-tulo, pois eu também estou no quinto ano tal como as personagens do livro. Achei-

-o muito interessante, muito divertido e também apaixonante.A palavra ler não é uma palavra qualquer, é uma palavra muito importante, é uma palavra que está na cabeça de todos os lei-tores do mundo.Como todos nós sabemos há aqueles que leem mais e aqueles que leem menos, mas para sermos grandes leitores temos de começar pelo princípio. Temos de ler aos pouquinhos, primeiro um livro, depois outro e cada vez mais e assim seremos grandes fãs da leitura.Agora leiam muito e vão ver que terão uma imaginação muito mais fértil e uma linguagem muito mais variada! JB

Enid Blyton

Uma das autoras de literatura infantil e juvenis mais célebres mundialmente, EnidBlyton estudou para ser professora primária, em Ipswish HighS-chool. Mais tarde, apercebeu-se que ser profes-

sora não era a sua vocação, por isso começou a escrever. Mas como no início teve dificuldades em encontrar uma editora, não deixou de ser professora. Em 1938, surgiu a primeira grande aventura juvenil TheSecret Island, seguiu--se Os Cinco, Os Sete, as séries Mistério e o livro Barney’ Mystery. Durante a Segunda Guerra Mundial, Blyton con-seguiu que os seus livros fossem impressos, apesar da cen-sura existente. Em 1940, foram impressos onze livros com o seu nome. Com o pseudónimo de Mary Pollock, escreveu ThreeBoysanda Circus e ChildrenofKidillin. Passado alguns meses escreveu Os Cinco na Ilha do Tesouro. No ano se-guinte, casou novamente, mas agora com Kenneth Waters, e a partir daí começou a escrever mais. Em 1949, Blyton

publicou LittleNoddy Goes to Toyland, uma história de um pequeno brinquedo que aca-ba sempre por se envolver em confusões. As vendas excederam as expectativas e outros livros de Noddy com diferentes tamanhos e tipos sucederam-se rapidamente. Entre 1950 e 1960, Blyton foi atacada pela crítica e vá-rias sanções foram impostas aos seus livros devido ao vocabulário limitado, tendo sido lançados, inclusive, rumores de que Blyton não era autora de todos os seus livros. No início dos anos 60, a falta de concentração de Blyton foi acrescida pela doença. Blyton mor-reu a 28 de novembro de 1968 em Hamps-

ted. Era capaz de acabar uma aventura dos Cinco com 50 000 palavras numa semana. Foi criticada pelos pedagogos, devido aos estereótipos social, racial e sexual. Publicou mais de 600 livros infantis e juvenis. As suas obras foram traduzidas em cerca de 70 lín-guas e até 1980 foram vendidos mais de 60 milhões volumes. No final de 1990, mais de 300 títulos de Blyton eram ainda impressos, incluindo edições como os Cinco. JB

Fonte:http://www.wook.pt

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29JB / dezembro 2012 . O Berrão

Um Curso. Um Projeto. Um FuturoCurso Profissional de Técnico de Jardinagem e Espaços Verdes

A escola não pode ser entendida como um espaço isolado e livre de relações sociais e familiares rígidas e complicadas, imune às profundas ruturas que se verificam na nossa sociedade.Durante estes três anos, vimo-nos confron-tados com diferentes métodos e situações

(educacionais, particulares e outros) que intervieram com alguma frequência no nosso processo de aprendizagem escolar e social, que os nossos professores sempre acharam como importantes para nós.Enquanto alunos, fomos estimulados a trabalhar em conjunto, a as-sumirmos as nossas responsabilidades, a promover a partilha e a confrontar ideias uns com os outros.Adquirimos valores e atitudes que fazem parte da vida da sociedade

“A escola não pode ser entendida como um espaço isolado ...

em que vivemos, tornando-nos assim mais conscientes, mais interventivos, mais críticos,….Com este nosso projeto (PAP), pretendemos uma abordagem coletiva das diferentes tarefas inerentes ao Curso de Técnico de Jardinagem e Espaços Verdes. É de todo sabido que este curso, em contexto real de trabalho, é uma atividade de grupo. Como tal, seria interessante e desafiante para nós, demonstrar essa capacidade apreendida de trabalhar.Muitos dos alunos inscritos nestes cursos estão habituados a desistir perante determinadas dificuldades ou exigências. Há rotinas que persistem… con-tudo, nós entendemos ficar e conjuntamente com todos levar a bom porto esta nossa tarefa: “Um Curso. Um Projeto. Um Futuro”. JB

Imagem: Ana Ventura

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30 JB / dezembro 2012 . O Berrão

Geometria com Arte ...Lina Cabral

No dia 29 de outubro, no âmbito do Mês Internacional das Bibliote-cas Escolares, as docentes Lina Cabral e Rosa Pais, com os alunos do curso Profissional Técnico de Apoio Psicossocial desenvolve-ram a atividade “Geometria com Arte”. Esta foi dinamizada pelos

alunos deste curso, tendo como público-alvo os 5º anos e como principais objetivos, promover a BE/CRE, como espaço educativo, local de partilha e enriquecimento do currículo, de forma mais lúdica,através da conceção e execução de projetos multidisciplinares. A atividade foi realizada de forma

entusiástica quer pelos alunos responsáveis pela sua condução, quer pelos participantes.Com a ajuda do compasso, a cartolina encheu-se de circunfe-rências, que rapidamente foram divididas em duas e quatro partes, o guar-danapo colorido e a cola juntaram-se aos círculos para lhes dar mais cor e as mãos habilidosas dos nossos alunos moldaram as bonitas pétalas com que se construíram as flores, que passaram a colorir e dar mais vida aos livros nas estantes. JB

Dina Gomes

O Mês Internacional das Bibliotecas Escolares - MIBE, instituído pela In-ternational Association of School Li-brarianship – IASL,é celebrado anual-mente em outubro.

O Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares decla-rou o dia 22 de outubro como o Dia da Biblioteca Escolar. A iniciativa insere-se no âmbito do Mês In-ternacional das Bibliotecas Escolares, dedicado em 2012 ao tema aglutinador "Bibliotecas escolares: uma chave para o passado, presente e futuro". Nesse dia, os “Amigos da biblioteca” visitaram to-das as salas de aula da escola básica e secundária dizendo poemas de autores e temáticas variadas para que todos pudessem usufruir de um pouco de poesia neste dia dedicada às Bibliotecas escolares.

JB

Mês Internacional da Biblioteca Escolar

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31JB / dezembro 2012 . O Berrão

Luísa abanando o seu leque chinês01

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Singularidades de uma Rapariga Loura (2009)Diretor: Manoel de OliveiraEscritor da peça: Eça de Queirós Adaptação: Manoel de Oliveira Atores:Ricardo Trêpa (Macário); Catarina Wallenstein (Luísa); Diogo Dória (Francisco); Júlia Buisel (D. Vilaça); Glória de Matos (D. Sande )

Singularidades de uma rapariga loura

“O que não con-tas à tua mulher, o que não contas ao teu amigo, conta--lo a um estranho, na estalagem”

Diogo Nascimento |8.ºB

Tudo começara num comboio, onde Macá-rio, sentado junto a uma mulher que não conhecia, desabafa uma história, um se-gredo:Macário é levado pelo amor, a um leque

chinês, uns cabelos louros e uma graciosidade infi-nita.Pedira ao tio (Francisco) licença para casar, mas, con-tudo, este pedido o levara à miséria. As palavras dos atores, em pleno com o conto de Eça de Queirós fa-zem deste filme adaptado por Manuel de Oliveira, um autêntico mistério revelado.Macário segue para Cabo Verde onde rapidamente enriquece, voltando com dinheiro para casar com Lu-ísa Vilaça.Os planos estão feitos, o casamento combinado, mas, contudo, algo vai impedir a realização desta união…Este filme, onde as cenas tecem delicados e finos braços durante o enredo, remete-nos a um passado

escondido entre o presente, entre o atual, onde se passam os cenários.A bucólica e lânguida dinâmica da ação decorre na capital citadina Portuguesa, onde o seu final triste e embaraçoso esboça todos os segredos do enredo. Esta ação não se encaixa minimamente com o espaço onde Eça aimaginou, na sua época.Francisco de Oliveira consegue uma perspetiva sim-ples formando um pormenorizado acervo cinéfilo, onde a imagem espelha uma adjetivação contínua e rigorosa do cenário.Com uma interpretação fabulosa, com um certo exa-gero teatral, Manuel de Oliveira consegue mais uma vez certos olhos discretos e lúbricos da plateia.Será este um filme efémero ou eterno? JB

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E o que seria da vida sem as suas etapas? Andreia Ribeiro, aluna universitária

Sem as suas fendas? Para contentamento de uns e descontentamento de outros é a evolução so-cial, esta que nos envolve em mil inícios e mil fins. Olhemos para o odor de um fim bem familiar a al-guns de vocês. Ó que bem que ele cheira quando

ainda não chegou…ó fim do ensino secundário (que só és querido quando não te ultrapassei).

“No meio das lantejoulas e dos bijus o tempo, sempre tão sempre, corroeu o novo, deixa o velho e o feito como presentes.

Chegado o momento de aprontar as malas e partir para os túneis do futuro (e digo túneis porque dizem-me “por aí” que não me deixaram estradas ensolaradas) a ansiedade é um balde cheio, por analogia aos vazios que deixamos para trás, sem pinta de piedade pelo passado. Já se faz tarde! Vamos! O tempo urge! São os dias em que o ben-dito edifício nos parece sair do sítio caso não cheguemos a tempo. E corro, e corres, e corre, e corremos e fazemos correr a mãe, o pai, a avó, o gato, o vizinho e os que forem necessários à minha (se não for sonhar demasiado) triunfante entrada no ensino superior. E vai, e vem e volta a ir. Tudo a postos para o aspi-rante brilhar, ou melhor, encandear lá no NOVO. Repescando o ar sério que este artigo deveria ter, porque é para gente muito adulta, muito madura, aliás, gente do secundário (quase, quase doutores), quero com isto frisar que no meio dos resultados da desejada “ida para a Uni-versidade” nasce uma azáfama e um sentimento de euforia anexado a uma ideia de liberdade e descomprometimento. No meio das lantejoulas e dos bijus o tempo, sempre tão “sempre”, corroeu o novo, deixa o velho e o feito como presentes. Não os queira de modo algum, trazem saudade, cuidado! E a verdade é que o salto é demasiado grande, as diferenças são escandalosamente claras. Tudo muda, somos senhores de nós próprios do dia para a noite. A informa-ção vem de todo o lado, é como água imparável e, admito, as boias são raras. Onde armazenar quilómetros de leituras exigidos? De rompante

somos um trio: vida social, pessoal e profissional. Quais as minha prioridades? E depois de duas horas de viagem, uma semana afastada dos familiares, descan-so, recarrego as baterias afetivas ou estudo? Mas…será mais sensato estudar uma vez que tenho três anos para concluir uma tarefa que deveria na verdade ocupar-me cinco? Não poderia deixar de opinar sobre este assunto, sublinhando a pressão a que estão submetidos os académicos e, aliás, as academias. Infeliz-mente começa a partir-se do princípio de que o aluno se preparou previamente, mas não interpretem mal esta “preparação”… reformulo a minha frase: (genera-lizando) parte-se, então, do princípio que se tirou (sozinho, em casa) formação x e depois, venha até à faculdade, limar as arestas do seu conhecimento já adqui-rido, caso contrário, não nos fale em raízes que está desatualizado – o importan-te é toda a gente, reforço, toda a gente ter uma vaga ideia do que são os ramos. E é assim que a sociedade continua, no comboio da formação que, reparem, circula viciado pós-Bolonha. JB

Imagem: Ana Ventura

“ O bem ou é presente, ou passado, ou futuro: se é presente, causa gosto; se é passado, causa saudade; se é futuro, causa desejo.”

Padre António Vieira

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33JB / dezembro 2012 . O Berrão

¿Cuál es la diferencia entre una manzana y un cigarrillo? La dife-rencia está en su salud.¡No fume, por su salud!Si me piden que hable sobre el tema del tabaco, la muerte es la reina.Si te ofrecen un cigarrillo, COME-TELO antes que FUMARTELO.¿Si el fumar es un placer, que es entonces un castigo?Hagas lo que hagas para dejar de fumar, no será tan peligroso como seguir fumando.

Turma | 8.ºA

. Fumer cause le vieillissement precoce!. Tu fumes? Mais pourquoi? Pen-se-tu à ta santé?. La cigarette devient une dépen-dence qui peut provoquer la mort ou l’apparition de maladies com-me le cancer.. Attention! La Crise est lá et Fu-mer fait mal aux porte-monnaie.

I want you to put out that cigaret-te!Smoking is a death sentence.Smoking is bad for your health.A cigarette a day keeps your he-alth away.An apple plus an apple equals he-alth; a cigarette plus a cigarette equals death.

Turma | 5.ºB

Dia Mundial do Não-fumador Projeto de Promoção e Educação para a Saúde e Educação Sexual

Imagem: Darrenw

Alexandrina Mourão / Lucília Mosqueiro

Be cool – Don’t be a fool!(Sê fixe! Não sejas louco!)

Be smart, don’t start!(Sê esperto, não comeces!)

Breathe healthily, live happily!(Respira saudavelmente, vive feliz!)

Cancer cures smoking.(O cancro cura o hábito de fumar)

I like smoking. It kills a lot of stupid people.(Eu gosto de fumar. Mata um monte de gente estúpida)

If you think smoking is cool, you’re a fool!(Se achas que fumar é fixe, és louco)

Smoking is like paying someone else to kill you. They’re rich; You’re dead.(Fumar é como pagar a alguém para te matar. Eles estão ricos; tu estás morto)

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Tradições de Natal António Ribeiro

“ Em nome do encontro e da parti-lha, dezembro anuncia a boa-nova do Nascimento; a quadra natalícia está carregada de tradições e lendas cujo significado, muitos desconhecem.

A tradição da árvore de Natal é de origem germânica e data do tempo de S. Bonifácio. Foi adotada para substituir os sa-crifícios do carvalho sagrado ao deus pagão Odin, festejan-do-se uma árvore de homenagem ao Deus-Menino.Uma das primeiras pessoas a adotar o costume da árvore de

Natal parece ter sido a rainha Carlota, esposa de Jorge III, de Inglaterra, que nas festas cristãs do fim do ano, a enfeitava com brinquedos, doces e lanterninhas.Além do pinheiro e do abeto usam-se na quadra natalícia, para adorno das casas, outras árvores. Cada uma delas tem o seu significado. O azevinho, por exemplo, com folhas agudas e as bagas vermelhas, cor de sangue, lembra-nos que Jesus nasceu para usar, por nosso amor, uma coroa de espinhos. Simboliza também a sarça-ardente, no meio da qual Deus falou a Moisés. O azevinho liga-se à história cristã como a planta que permitiu esconder Jesus dos soldados de Herodes. Em compensa-ção, diz a lenda, foi-lhe dado o privilégio de conservar as suas folhas sempre verdes, mesmo durante o mais rigoroso dos invernos.A vela tem a ver com um sapateiro que há muito, muito tempo, vivia numa cabana no meio da floresta, bastante longe da povoação. Pas-savam por ali muitos viajantes e, para que não se perdessem nos tri-lhos da floresta, o sapateiro, ainda que muito pobre, colocava durante a noite uma vela acesa na janela da cabana. Mesmo nos invernos mais rigorosos ou nos períodos de guerra, ou mesmo quando estava doente, nunca o sapateiro deixou de ter a vela acesa. Pensa-se que o uso de colocar velas nas janelas durante as festas natalíciasterá aqui a sua ori-gem. Podemos assim dizer que a vela de Natal simboliza o nascimento

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do Menino Jesus, a Luz do mundo.Há muito tempo, no dia 24 de dezembro, por volta da meia-noite, os lavra-dores de Toledo (Espanha) matavam galos que, de imediato, eram levados para a igreja e oferecidos aos pobres para o almoço do dia de Natal. Pos-teriormente, em Espanha e em Portugal, os lavradores começaram a levar um galo vivo para a missa do dia de Natal, celebrada ao alvorecer. Se o galo cantasse durante a missa, para os lavradores era prenúncio de um ano próspero. Caso contrário, era sinal de mau ano agrícola. Com o tempo esta missa do romper da aurora foi caindo na meia-noite. Ficou-lhe a marca de “missa do galo”.

Na noite de Natal, ainda não se perdeu o hábito de fazer uma valente fogueira no largo da aldeia ou vila. Juntam-se carradas de lenha com troncos inteiros de árvores e mais do que hou-ver. Lança-se então o fogo àquela pilha enorme de lenha que não tarda a arder em altas labaredas. Ao crepitar da fogueira

junta-se a alegria contagiante de todos os que gostam de ir ver a fogueira e de nela se aquecerem. Os madeiros ardem e aquecem, avivando a chama comunitária e por entre conversas vão-se saboreando as filhós, os fritos de Natal e outros petiscos. Um pouco por toda a Europa, os presépios começaram a fazer parte da tra-dição dos cristãos. A representação do nascimento de Cristo há muito que é presença em Igrejas e casas particulares. O século XVIII é considerado o século de ouro dos presépios portugueses, modelados pelos Franciscanos, Dominicanos, vindos de Itália onde tinham estudado. A variedade dos pre-sépios portugueses é de uma fascinante riqueza: de Estremoz a Braga, de Machado de Castro aos santeiros populares, presépios de bolso, e outros

gigantes, com figuras e cenas da vida quotidiana, uns mais bonitos que ou-tros, mas todos culminam numa qualquer forma de arte.Nos últimos anos, contudo, esta manifestação da natividade começa a fazer-se fora de portas, atraindo visitantes.

O presépio ganha agora uma dimensão turística.No centro do Natal não está apenas uma doce e dramática his-tória familiar, explorada pelo consumismo. No centro do Natal reside o mistério fundamental do cristianismo, a Encarnação, em que Deus se veste da fragilidade humana para a salvar.

“No centro do Natal não está apenas uma doce e dramática história familiar, (...) reside o mistério fundamental do cristianismo

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União Europeia Fundo Social Europeu Governo da República Portuguesa

Natividade, Josefa de Óbidos, 1660, pintura óleo sobre cobre, 21 cm x 16 cm

NATAL À BEIRA-RIO

É o braço do abeto a bater na vidraça?E o ponteiro pequeno a caminho da meta!Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,A trazer-me da água a infância ressurecta.Da casa onde nasci via-se perto o rio.Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!E o Menino nascia a bordo de um navioQue ficava, no cais, à noite iluminado…Ó noite de Natal, que travo a maresia!Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.E quanto mais na terra a terra me envolviaE quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-meÀ beira desse cais onde Jesus nascia…Serei dos que afinal, errando em terra firme,Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?

David Mourão-Ferreira