O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · A rede de academias Smart Fit decidiu fechar todas as suas...

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Page 1: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · A rede de academias Smart Fit decidiu fechar todas as suas unidades por conta do avanço da pandemia do coronavírus. Com cerca de 2,8 mil-hões

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A paralisação forçada do esporte, em todo o mundo, vai gerar um efeito cascata que afeta, diretamente, microempreendedores e trabalhadores temporários que atuam diretamente na organização dos eventos. O co-

lapso desse sistema que grativa em torno do esporte virou motivo principal de preocupação das grandes ligas esportivas, especialmente nos Estados Unidos.

Na quarta-feira (18), a Major League Baseball (MLB) anunciou a criação de um fundo de US$ 30 milhões (cada time doou US$ 1 milhão) para auxiliar os funcioná-rios que trabalham nos jogos. Como eles recebem por evento, ficarão sem receita ao menos até maio, mês em que a liga anunciou que deve começar a temporada.

"Sabemos que a decisão de adiar a temporada foi a correta, mas seria errado

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1458 - QUINTA-FEIRA, 19 / MARÇO / 2020

de reais foi o lucro da CBF em 2019; foi o maior da história da entidade, que conseguiu um faturamento de quase R$ 1 bilhão190mi

Fundos viram solução na pausa do esporte

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que essa decisão impactasse desproporcionalmente aqueles indivíduos que de-pendem da renda dos jogos para ajudar a sustentar suas famílias", disse em nota o Washington Nationals, que foi o campeão da World Series no ano passado.

A decisão da MLB representa o maior esforço conjunto de uma liga americana para auxiliar os freelancers que trabalham nos jogos. Algumas outras equipes da NBA e até mesmo atletas já haviam se disponibilizado a ajudar. O Golden State Warriors, por exemplo, destinará US$ 1 milhão a esses funcionários.

Já o pivô do Utah Jazz Rudy Gobert, que foi o primeiro atleta a testar positivo para o coronavírus, depois de brincar com a contaminação durante entrevista co-letiva, foi ainda mais "generoso". Arrependido do gesto que colocou em risco os profissionais que trabalhavam no evento, ele doou US$ 200 mil ao fundo de fun-cionários do Vivint Smart Home Arena. Além disso, doou outros US$ 100 mil para serviços sociais relacionados ao coronavírus em Utah e Oklahoma City. E mais €100 mil a um fundo de amparo às vítimas na França, sua terra natal.

As doações de atletas começaram principalmente na Itália, país em que o co-ronavírus fez mais estrago. O ex-jogador Totti doou aparelhos para hospitais, en-quanto o atacante Ibrahimovic arrecadou fundos para a cidade de Milão.

A Fifa também anunciou que deve criar um fundo para amparar clubes que forem prejudicados pela pausa forçada dos jogos. Na Alemanha, clubes têm anunciado doações para entidades. A Nike também vai liberar US$ 15 milhões para um fundo de combate ao coronavíus. No Brasil, mesmo com o avanço da pandemia, não foi anunciada nenhuma medida nesse sentido por entidade esportiva ou atleta.

B M G U S A R E D E S D O S T I M E S E M A L E R TA S O B R E C O R O N A

O banco BMG decidiu usar as redes sociais que possui com os clubes patrocinados para conscientizar o torcedor sobre a importância de se previnir contra o coronavírus.

Por meio dos perfis do banco em parceria com Atlé-tico-MG, Corinthians e Vasco, posts foram criados com imagens de como as pessoas podem se prevenir das doen-ças. A iniciativa partiu do banco e é um reforço na rela-ção com os clubes. O BMG estabeleceu uma meta para os times de abertura de contas relacionadas ao torcedor.

C A N A L I TA L I A N O C R I A " L I G A D A Q U A R E N T E N A "

A obrigatoriedade de os principais atletas do futebol italiano ficarem con-finados por conta do coronavírus fez o programa Le Iene, do canal Italia 1, criar a "Quarentena League", um tor-neio virtual de Fifa 2020 reunindo al-guns grandes nomes do Calcio.

Marco Balotelli, os irmãos Canna-varo e o ex-volante Andrea Pirlo são alguns dos "astros" da competição, que como ressaltou o canal acontece dentro da casa de cada um, "de chinelos".

O torneio tem transmissão ao vivo no site da emissora, bem como nos ca-nais do Facebook e do Instagram. A competição vai se estender até o próxi-mo dia 23 de março, segunda-feira.

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O P I N I Ã O

Redes ganham peso em quarentena

Uma das mudanças mais significativas da relação dos clubes de futebol com o torcedor na última década foi a consolidação das redes sociais. Segundo o levantamento mais recente do Ibope Repucom, os 12 prin-

cipais times do Brasil somam mais de 55 milhões de seguidores somente no Face-book, a mais popular rede do mercado brasileiro. Um quarto da população do país está diretamente ligado a uma voz oficial de seu time do coração. É muito!

Essa ligação gera uma série de vantagens para cada equipe. Com um canal direto, o clube consegue se promover facilmente, cria um canal de atendimento ao consu-midor e ativa seus patrocinadores. No Brasil, são raríssimas as marcas que têm mais seguidores do que os principais times de futebol do mercado nacional.

Agora, em tempo de crise pela quarentena forçada para combater a contamina-ção do Covid-19, elas ganham o protago-nismo. Nem em época de férias, quando as especulações de transferências de joga-dores preenchem a mídia esportiva, há um vácuo tão grande no esporte. Não há jogos na TV e nos estádios, não há treino, não há notícia alguma. Mas os acordos comer-ciais permanecem válidos nos clubes.

Nesse cenário, que deve se manter por mais algumas semanas ou meses, o principal meio de permanecer com con-tato ativo com torcedores será a internet.

Nos últimos dias, a maioria dos clubes já tem feito um bom uso dessa possibili-dade, normalmente como uma ferramenta de serviço social para a prevenção do co-ronavírus. O destaque é o Bahia, com um vídeo com apelo sentimental. O Fortaleza foi além e fez um desafio entre os torcedores para fazer montagens com a mascote do time. E o Sport chegou até a fazer palavras-cruzadas para entreter os seguidores.

São medidas ainda simples, mas que formam uma maneira de se manter co-nectado ao torcedor neste primeiro momento de quarentena. Nos próximos dias, o desafio com o conteúdo será maior, e quem tiver uma equipe mais profissionalizada no comando da comunicação das entidades certamente se dará melhor.

Os clubes, como o esporte de maneira geral, perderão muito dinheiro na crise do coronavírus, e eles não poderão se dar ao luxo de ter um retorno de temporada morno. Agora, há a uma ferramenta para tentar manter os ânimos dos torcedores aquecidos, além de garantir alguma entrega aos parceiros comerciais. Se a crise com o Covid-19 fosse há alguns anos, isso seria impensável, e o prejuízo seria ainda maior.

Com milhões de seguidores, mesmo

na quarentena clubes terão um canal

direto de comunicação com torcedores

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

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Palmeiras decide dar crédito para manter Avanti

O Coritiba decidiu trocar a ex-posição de marca de seus patroci-nadores por uma ação de conscien-tização das pessoas sobre o risco de contágio do coronavírus.

Em parceria com a Led One, o clube inaugurou um painel em fr-ente à loja Sou 1909, anexa ao está-dio Couto Pereira, em uma esquina de grande movimentação em Curi-tiba, para exibir mensagens sobre a prevenção em relação ao vírus.

A medida foi tomada em con-junto com os patrocinadores e an-unciantes, que abriram mão de seus espaços de mídia em prol das men-sagens que ficarão até abril.

O clube dará dicas de como faz-er a higiene das mãos no painel.

C O R I T I B A T R O C A PAT R O C I N A D O R P O R S E R V I Ç O D O C O R O N AV Í R U S

A rede de academias Smart Fit decidiu fechar todas as suas unidades por conta do avanço da pandemia do

coronavírus. Com cerca de 2,8 mil-hões de clientes, a rede decidiu criar

aulas on-line gratuitas para atender ao público e ampliar a força da marca.

“Queremos dar opções para que todos tenham como se movimentar e cuidar da saúde. Por isso, os professo-res se uniram, em diversos países, para

criar uma plataforma de treinos”, diz Edgard Corona, presidente do grupo.

SMART F IT TROCA AULAS PRESENCIAIS

POR TREINO ON-L INE L IVRE

POR REDAÇÃO

O Palmeiras foi um dos primeiros clubes a anunciar uma readequação de seu programa de sócio-torcedor após a pa-ralisação por tempo indeterminado do futebol no país. Em comunicado divulgado na noite de quarta-feira (18), o clube anunciou que reverterá a mensalidade paga pelo torcedor no período de pausa do futebol em crédito para a compra de ingressos quando o time voltar a disputar as partidas.

"O novo cenário do futebol brasileiro, sem previsão de retomada das competições, cria um momento em que será fundamental a participação de nossos sócios torcedores para a superação deste período de grandes dificuldades, de ma-neira a não comprometer o nosso protagonismo esportivo", afirmou o clube em comunicado divulgado em seu site.

Segundo o Palmeiras, o crédito passará a valer a partir do mês de abril e vai perdurar enquanto o futebol estiver pa-rado. Mesmo com o time tendo atuado apenas duas vezes em seu estádio no mês de março, o torcedor não terá boni-ficação do pagamento atual. A iniciativa, com isso, procura evitar uma debandada de associados com a pausa do futebol pelo menos até maio, como aparentemente deve ocorrer, já que a Conmebol já postergou o reinício da Libertadores para o dia 5 de maio, deixando abril sem qualquer atividade.

"O sócio Avanti tem sido fundamental para a construção do novo momento pelo qual vive o Palmeiras. Novamente, a sua participação será importantíssima, e o Palmeiras busca, assim, retribuir seu engajamento", finalizou o comunicado.

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No momento em que a pandemia do coronavírus começa a se alastrar pelo Brasil, os dois principais clubes cearenses, Ceará e Fortaleza, viram saltar a venda de um produto licenciado específico com suas marcas. Os dois

clubes lançaram, há um ano, o ácool em gel com o símbolo de cada uma das equi-pes. Agora, com a busca em massa pelo produto, as vendas aceleraram.

De acordo com o marketing do Fortaleza, na primeira quinzena de março o clube vendeu o mesmo número de unidades do dois meses anteriores. O Ceará também experimentou um aumento substancial na venda dos produtos nas versões 60 e 500 mL. Além do aumento da procura pelo consumidor, os dois times se benefi-ciaram de brincadeiras feitas em redes sociais com fotos de lojas contendo os dois produtos e o "placar" de quantas unidades de cada time havia sido vendidas.

"Uma particularidade dos dois clubes é que eles enxergam no varejo um grande potencial de vendas e não ficam presos somente às lojas oficiais, aumentando as-sim a capilaridade na distribuição e atingindo pontos de venda ainda pouco explo-rados pelo mercado do futebol, como supermercados, farmácias e grandes vare-jistas", diz Bruno Debortoli, da License Solutions, empresa que foi responsável por negociar com a Log Saúde o licenciamento do álcool em gel da dupla cearense.

Os dois times têm recorrido às redes sociais para ativar a conscientização dos torcedores a respeito do coronavírus. O Ceará lançou a campanha "Vamos Cuidar dos Vovôs", brincando com a imagem do mascote do clube, o "Vozão". Já o Forta-leza também usou o Juba, o leão mascote do time, para o torcedor postar imagens divertidas no período em que estiver em isolamento dentro de suas casas.

Dupla cearense vê subir venda de álcool

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POR REDAÇÃO