O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · entre o canal Desimpedidos e o time Magnus Futsal. A boa sacada...

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O O N a prática, a teoria é outra. Apesar de os clubes afirmarem que não es- tavam preocupados prioritariamente com os valores para a escolha das agências para a venda de direitos internacionais e para a transmissão em casas de apostas do Campeonato Brasileiro, foi promovido um leilão entre os concorrentes no último dia de apresentação das propostas, na sexta-feira (17), que gerou quase US$ 2 milhões a mais de receita na venda para o mercado de apostas. O consórcio formado pela Zeus Sports Marketing e a Stats Perform subiu, no último dia, de US$ 15,6 milhões para US$ 17,2 milhões o mínimo garantido em sua oferta para os clubes. A proposta foi US$ 200 mil superior que a feita pela brasilei- ra TV N Sports, e US$ 300 mil mais baixa que a da agência de marketing esportivo O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1479 - SEGUNDA-FEIRA, 20 / ABRIL / 2020 de dólares é o quanto o fundo de investimento CVC aportaria para ter 14% do Six Nations de rúgbi; o acordo está suspenso 375 mi Leilão inflou preço de direitos no último dia

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Page 1: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · entre o canal Desimpedidos e o time Magnus Futsal. A boa sacada com produção caprichada representa um marco significativo no esporte brasi-leiro:

O O

Na prática, a teoria é outra. Apesar de os clubes afirmarem que não es-tavam preocupados prioritariamente com os valores para a escolha das agências para a venda de direitos internacionais e para a transmissão

em casas de apostas do Campeonato Brasileiro, foi promovido um leilão entre os concorrentes no último dia de apresentação das propostas, na sexta-feira (17), que gerou quase US$ 2 milhões a mais de receita na venda para o mercado de apostas.

O consórcio formado pela Zeus Sports Marketing e a Stats Perform subiu, no último dia, de US$ 15,6 milhões para US$ 17,2 milhões o mínimo garantido em sua oferta para os clubes. A proposta foi US$ 200 mil superior que a feita pela brasilei-ra TV N Sports, e US$ 300 mil mais baixa que a da agência de marketing esportivo

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1479 - SEGUNDA-FEIRA, 20 / ABRIL / 2020

de dólares é o quanto o fundo de investimento CVC aportaria para ter 14% do Six Nations de rúgbi; o acordo está suspenso375mi

Leilão inflou preço de direitos no último dia

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francesa Lagardère, que acabou sendo preterida pelos clubes na escolha final.Como não era uma concorrência a envelopes fechados, como geralmente acon-

tece exatamente para evitar esse tipo de prática, os clubes inflaram a proposta final, e acabaram optando pela que não teve o maior valor garantido.

Além do consórcio Zeus e Perform, a Global Sports Rights Management levou a concorrência para os direitos de transmissão para o exterior, como já havia sido antecipado na última sexta-feira pela Máquina do Esporte. Nesse caso, os US$ 10 milhões de mínimo garantido que a empresa apresentou foram o melhor valor ofertado aos clubes. A agência, porém, tem um passado recente polêmico. Com o nome de Argentina Sports Rights Management, a agência tinha uma licitação amplamente favorável a ela nos direitos de transmissão internacional da Superliga Argentina. Denunciada pela Mediapro e ESPN, acabou sendo tirada do processo no começo deste ano. Com o novo nome, entrou então na concorrência brasileira.

Nos próximos dias, os clubes vão se reunir com as vencedoras para tratar dos de-talhes do negócio. As agências vão detalhar todo o plano de ação e quais as fontes estimadas de receita variável. Só se essa proposta for validada é que o contrato será assinado. Tanto que, oficialmente, as entidades esportivas brasileiras dizem que apenas a primeira fase do processo de escolha foi concluída, evitando falar que já existe uma escolha definitiva para a venda de direitos até 2023.

Com os dois contratos, os clubes devem antecipar o recebimento de US$ 27,2 milhões. Desse montante, 75% vai ser dividido igualmente entre os clubes da Série A, 20% irá para os times da Série B e outros 5% para as equipes da Série C.

I M A G E M D A S E M A N A

RAKUTEN ESPALHA

ROBÔS POR ESTÁDIO

O retorno da liga chinesa de beisebol

contou com um reforço curioso da gigante japonesa

Rakuten, que apoia a liga. A marca levou robôs-manequins de suas lojas ao estádio

em Taiwan, que retomou jogos com

limite de 200 pessoas, além dos robôs, claro

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O P I N I Ã O

Magnus mostra salto em conteúdo

Estreou no domingo (19) a websérie "Vai pra cima, Fred", uma parceria entre o canal Desimpedidos e o time Magnus Futsal. A boa sacada com produção caprichada representa um marco significativo no esporte brasi-

leiro: é um salto considerável na produção de conteúdo realizada por um time.Na série, Fred, integrante do canal de humor, é apresentado como reforço da

equipe de Sorocaba. Ele faz a pré-temporada com os atletas, e os vídeos mostram as dificuldades e os percalços que é realizar o sonho de ser um jogador de futebol profis-sional. Tudo, claro, com o humor característico dos Desimpedidos.

Há alguns anos que o canal nada sozinho na produção de conteúdo esportivo na internet. Fundado em 2013, a iniciativa se tornou uma esponja de marcas ao conse-guir lidar com o conteúdo esportivo de maneira espontânea e conversar diretamente

com o público mais jovem.Agora, é uma equipe que se apropria

dessa capacidade e consegue assim um sal-to muito maior do que a média no meio on-line. Não é por acaso que a websérie conseguiu até patrocínio; a Netshoes apre-senta o programa. A presença de marcas específicas para o meio on-line é um de-sejo antigo dos principais clubes do Brasil, mas sem um sucesso de destaque, mesmo com milhões de seguidores. E, ao observar a limitação usual do conteúdo, é fácil per-

ceber o porquê do alcance restrito e da menor falta de interesse. O Magnus conseguiu driblar esse cenário e, com Fred e companhia, fez algo muito mais atrativo.

Não deixa de ser curioso que esse salto tenha sido realizado por uma equipe de futsal, e não por um gigante do futebol que, em teoria, tem mais estrutura e verba para produzir bom conteúdo. Somada a uma gestão profissionalizada, a necessidade bateu mais forte no time de Sorocaba, que precisava alcançar um público mais jovem.

Em duas horas, o vídeo já havia alcançado 225 mil visualizações no Youtube. Em comparação, o último vídeo publicado pelo Flamengo, duas horas antes, teve 11 mil visitas. O sucesso mostra a força do bom conteúdo. E, mais importante, mostra o que é um bom conteúdo na internet. A linguagem engessada, jornalística, com mensagem pouco atrativa, comum em entidades esportivas, não é forte o suficiente para atrair multidões. Qualquer "youtuber" mais popular deixa isso claro.

Não adianta ter milhões de seguidores nas redes e não ir a nenhum lugar com eles. Está na hora de todo o esporte dar esse salto quando for produzir conteúdo.

Parceria com Desimpedidos mostra

que entidades esportivas têm condições

de produzir melhor na internet

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

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NBB cria grupo de trabalho para planejar retorno

As ações de marketing do time de futsal Magnus é o tema da Live desta segunda-feira da Máquina do Esporte. Duda Lopes receberá Felli-pe Drommond, presidente da equi-pe de futsal sediada em Sorocaba.

A partir das 16h, nos canais da Máquina do Esporte no YouTube e no Facebook, Duda Lopes recebe Drommond para o bate-papo.

Ele falará sobre o lançamento da websérie com o apresentador Fred, do canal Desimpedidos, sobre os treinos de sábado que têm sido exi-bidos no canal da Magnus e, ainda, sobre os desafios de aproximar o futsal de um público mais jovem.

A conversa é aberta para a inte-ração com o público durante a live.

C A S E M A G N U S E D E S I M P E D I D O S É T E M A D E L I V E D E S TA S E G U N D A

A agência 99Run criou um desafio virtual para fanáticos pela corrida de rua que tem como objetivo arrecadar

verba para doar máscaras e luvas ao Hospital São Paulo, órgão público

que fica na região da Vila Mariana.O atleta se inscreve para correr

3, 5 ou 10km. Os kits de inscrição variam entre R$ 59.90 e R$ 179.90 e incluem brindes, medalha de partici-

pação no desafio e até camisa. Toda inscrição gera doação de pares de luvas e máscaras para o hospital.

AGÊNCIA LANÇA CORRIDA V IRTUAL E DOA

MATERIA IS A HOSPITAL

POR REDAÇÃO

Depois de o Bauru ter desistido de retomar as atividades, e o Pinheiros colocar em risco o retorno ao decidir não renovar o vínculo com seus atletas a partir do mês de junho, a Liga Nacional de Basquete (LNB) anunciou a criação de um grupo de trabalho para analisar cenários e planejar a volta segura do Novo Basquete Brasil às quadras, sem definir uma data.

Nos próximos dias, o grupo formado por representantes de médicos, preparadores físicos, fisioterapeutas, treinado-res e atletas fará reuniões para discutir cenários e apresentar aos clubes algumas soluções para o retorno das atividades.

Até o final de abril, será apresentado um relatório aos clu-bes buscando trazer o máximo de informações para a toma-da de decisão das equipes, tanto em relação aos protocolos de treinamento quanto aos das partidas. A equipe multidisci-plinar também será responsável por apresentar possíveis for-matos de disputa da fase final da competição, considerando um mínimo e um máximo de times participantes e a duração desse período, provavelmente já sem Bauru e Pinheiros.

"Mais uma vez, fizemos uma reunião extremamente cola-borativa com a participação ativa de todos os times. Todos estão dispostos a manter o campeonato e cumprir com os compromissos estabelecidos com os parceiros dos clubes e da competição", afirmou o presidente interino da LNB, Nilo Guimarães, ao comunicar a formação da "força-tarefa".

Uma medida já foi tomada. Sem o Bauru, os clubes decidi-ram que vão mudar o formato dos playoffs da liga.

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O Flamengo anunciou uma iniciativa inédita de licenciamento no mercado brasileiro. O clube criou um passo a passo para permitir que torcedores e microempreendedores produzam a máscara oficial do Flamengo e co-

loquem o produto à venda, gerando receita para ajudá-los em meio à pandemia.Na manhã de domingo, o clube divulgou as regras para a iniciativa de criar o

primeiro produto oficial não-oficial do Flamengo. A permissão para confeccionar e comercializar as máscaras é dada a pessoas físicas e microempreendedores com faturamento de até R$ 180 mil ao ano, por um prazo de apenas quatro meses.

Para tentar coibir a exploração comercial em larga escala, a ideia é fazer com que os produtos feito pelas empresas e pessoas que se enquadrem nesse grupo sejam os únicos a serem divulgados pelo Flamengo em suas redes sociais. O clube, po-rém, não especifica se ou como será feito o combate à venda pirata. Assim como fez no lançamento do álcool em gel, o clube não receberá pela venda. A ideia, nesse caso, é ajudar na renda de pequenos empresários e vendedores autônomos.

"O combate à Covid-19 demanda cuidado com a saúde, responsabilidade e, acima de tudo, solidariedade. O Flamengo, consciente do seu papel na sociedade, também faz parte desta luta. Esperamos que as máscaras com a nossa marca aju-dem a muita gente”, diz Gustavo Oliveira, vice-presidente de marketing do clube.

Essa é a segunda iniciativa que envolve o Flamengo e máscaras de proteção. Na sexta-feira (17), a construtora MRV anunciou a distribuição do artefato com a marca do clube patrocinado. No caso da empresa, porém, o licenciamento envolve ainda Atlético-MG, Fortaleza e São Paulo, que também são apoiados por ela.

Flamengo libera criação de máscara a fã

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POR REDAÇÃO