O Brasil Antes Do Brasil

8/4/2019 O Brasil Antes Do Brasil

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O Brasil antes do Brasil

Introdução à América Portuguesa

Patrícia Leardine



Desembarque de Cabral em Porto Seguro.Oscar Pereira da Silva. Óleo sobre tela. 1922



Indígenas

“Os europeus que começaram a se instalar na América a partirdo século XV não encontraram um continente vazio. Faziamilhares de anos que estava inteiramente ocupado por umapopulação que se apresentava distribuída por inúmerassociedades, organizadas das mais diferentes maneiras, fossempequenos grupos de caçadores e coletores, aldeias agrícolas

autônomas ou politicamente articuladas ou, instaladas eadaptadas aos ambientes mais variados, como florestas eplanícies e montanhas. Suas línguas eram numerosas.Orientavam sua existência conforme as mais diferentesmaneiras de conceber o homem e o universo. Todo esseextenso mosaico cultural não tivera sempre a mesma feição.Era resultado de um longo desenvolvimento histórico, que seiniciara com a entrada dos primeiros povoadores da América”.

MELATTI, Julio Cezar. Índios do Brasil . São Paulo: Edusp, 2007.



Indígenas

Até o século XVI havia, aproximadamente, 1200 línguas(reduzidas a 80% com a chegada dos europeus por contade massacres e epidemias).

Troncos linguísticos: Jê,Tupi, Aruak e Karib.

- Pesquise mais informações sobre os indígenas antes daocupação portuguesa. Organize os dados através de umpequeno artigo.

Fundação do Museu do Homem Americanohttp://www.fumdham.org.brPovos Indígenas no Brasilhttp://pib.socioambiental.org/pt

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Mercantilismo

Empreendimentos coloniais Economia muito variável de período a período

Formado a partir da prática mercantil

Ganhos através de estocagem de metais preciosos

Técnicas de navegação Busca por ouro e especiarias

Ocupação da costa Africana e feitorias

Ocupação das ilhas do Atlântico e experiências de plantioe trabalho escravo (Ilhas Canárias, Madeira, Açores, CaboVerde)



O imaginário sobre o Novo Mundo

Viagens fantásticas pelo universo imaginário (narrativas)de várias culturas fundindo-se na América.

Oceano Índico como exotismo, “o lugar dos seus sonhose do fluir dos seus instintos” (Jacques Le Goff)

Fascinação pela diferença: canibalismo, nudismo, liberdadesexual, poligamia...

Polaridade da concepção religiosa entre Bem e Mal:

- Identificação com regiões infernais (frei Vicente);

- Chegada ao Brasil como milagre de Deus (frade Jaboatão)

Navegar = Expansão de Fé + Justificativa



Católicos no Novo Mundo

Dever português de propagar a fé 1549 – primeiros jesuítas “A fé não se apresentava isolada da empresa ultramarina:

propagava-se a fé, mas colonizava-se também”(SOUZA, Laura de Melo. O diabo e aTerra de Santa Cruz. SP:Cia. das Letras)

“Era pois generalizada, sobretudo entre eclesiásticos, aideia de que o descobrimento do Brasil fora ação divina;de que, dentre os povos, Deus escolhera os portugueses;de que estes, uma vez senhores da nova colônia, tinham

por dever nela produzir riquezas materiais – explorandoa natureza – e espirituais – resgatando almas para opatrimônio divino”(SOUZA, Laura de Melo. O diabo e aTerra de Santa Cruz. SP:Cia. das Letras)



Primeira Missa.Vitor Meirelles. Óleo sobre tela. 1860



Carta de Caminha Narrativa de viagens Estabelece diferenças (inventário de diferenças) Conhecer para o colonizador (costumes, crenças, idioma, alimentação,

organização social) serve para inseri-los no contexto europeu e extraçãode riquezas

Não havia o conceito cultura como conhecemos hoje (antropologia)

As teorias da superioridade racial também não estavam orientadas Imaginário dos conquistadores (cristandade, mercantilismo) Brasil representado como novo Éden: eternidade e riquezas PeroVaz de Caminha, escrivão da frota da armada de Cabral Carta de Caminha só é publicada em 1817

Descrição de indígenas, das terras, das belezas encontradas Também descreve pessoas, animais, plantas, relevo, clima, vegetação, solo,

produtos da terra Exaltação/valorização é a visão do colonizador sobre as vantagens e as

possíveis riquezas



Carta de Caminha “E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-

feira das oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de Abril, estando da dita ilhaobra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos algunssinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas. [...]”

“Sobre isto acordaram que não era necessário tomar por força homens,porque era geral costume dos que assim levavam por força para alguma

parte dizerem que há ali de tudo quanto lhes perguntarem; e que melhor emuito melhor informação da terra dariam dois homens destes degredadosque aqui deixassem, do que eles dariam se os levassem, por ser gente queninguém entende. [...]”

“Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhes dessem,

folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colardo Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo [...]”



Carta de Caminha

“Isto tomávamos nós por assim o desejarmos. Mas se elequeria dizer que levaria e mais o colar, isso não o queríamosnós entender, porque não lho havíamos de dar. E depoistornou as contas a quem lhas dera [...]”

“Ali por então não houve mais fala nem entendimento comeles, por a berberia deles ser tamanha que se não entendianem ouvia ninguém [...]”

“Posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outroscapitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do achamento destaVossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, nãodeixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza,assim como eu melhor puder, ainda que − para o bem contar efalar − o saiba pior que todos fazer! [...]”



Carta de Caminha “A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e

bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazemmais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que demostrar a cara.Acerca disso são de grande inocência [...]”

“Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala eeles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença

alguma, segundo as aparências [...]”

“Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa demetal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons aresfrescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque nestetempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas;

infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nelatudo; por causa das águas que tem! [...]”



Tentativas de exploração

Rei Dom Manuel “Vera Cruz” e “Santa Cruz”

Brasil em 1503 (associação à árvore)

Exploração das terras por Fernando de Noronha

Coroa portuguesa retoma exploração das terras 1500-1535: extração do pau-brasil

Extração feita por indígenas

Presença espanhola, holandesa e francesa Expedição da costa (Martim Afonso de Sousa)

Ocupação de São Vicente em 1532



Capitanias hereditárias e Governo Geral

Quinze capitanias Tributos à Coroa para exploração

Autoridade para fundar vilas, doar sesmarias

Doação de sesmarias = formação de latifúndios

São Vicente e Pernambuco Dom João III

Tomé de Souza (1549)

Escravidão indígena através das “guerras justas” Resistência indígena: guerra, fuga, recusa

1570 – tráfico de escravos do continente africano



Guerras do Brasil

Portugueses x Espanhóis Tratado de Tordesilhas Propriedade de Portugal concedida pelo Papa “O Sol brilha para mim como para os Mouros. Gostaria

de ver a cláusula do testamento de Adão que me excluida partilha do mundo” (Francisco I) Ataques: expedições europeias Invasões: tentativas de conquista/estabelecimento

Rio de Janeiro: França Antártica (1555-1567) Maranhão: França Equinocial (1612-1615) "Brasil Holandês" – PE, PB e RN (1630-1654)

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