O cachorro e o camaleão

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O Cachorro e o Camaleão

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O Cachorro e o Camaleão

Rusgat Niccus

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“Quanta gente, quanta alegria

A minha felicidade é um crediário

Nas casas Bahia”

Mamonas Assassinas

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Dedicatória

“dedicado primeiramente e de forma integral

Este livro ao meu lindo e querido filho, todas

Esta linha e entrelinhas, escrita com muito amor,

Emoção, criatividade e muita loucura, também

Aos meus amigos, colegas e manos velhos de todas

As horas de conversas e em especialmente também

Ao meu bom e queridíssimo pai, que me contou

Esta estória fabulosa, melodramática e muito maluca,

Que “ao final virou este lindíssimo e belo livro.”

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Introdução

O Cachorro e o Camaleão é uma historia que se passa e um cenário muito curto de tempo e espaço, ela tem como enredo um cão fanfarrão e espertalhão e um réptil tímido, mal-humorado e sem amigos, que se encanta e engraça-se pelo estilo de vida totalmente desconhecido de um animal que se difere de sua espécie não só pelos aspectos físicos e biológicos, mas pela ostentação aparente da vida social que o futuro amigo cachorro tinha e ostentava.....

As praças tanto do bacurizeiro como a das sete palmeiras assim como o pé de árvore onde o camaleão residia era as únicas, referencias globais de mundo que ele conhecia, sendo que a primeira apenas conhecia de ouvir falar, já o cachorro no modo de ver do camaleão era o mundo a ser descoberto, intrinsecamente vislumbrada na condição social que este possivelmente possuía......

No fim da estória o Camaleão descobre que ele foi apenas um meio usado pelo cachorro para alcança um fim, uma meta; desta forma o camaleão percebe da maneira mais cruel de como o mundo ao seu redor funciona, e sabe que a partir do que viveu terá que melhorar a suas percepções perante a vida e escolher adequadamente quem dever usufruir de sua campainha, ele então momentaneamente volta a se enclausura dentro de seu mundo fechado. Apreende também que nem tudo que aparenta ser é na verdade algo real, e nem tudo que se deseja é bom para desfrutar.....

Roosevelt F. Abrantes

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O Cachorro e o Camaleão

Todos os dias camaleão do alto do pé da goiabeira observava que cachorro sempre saia logo que anoitecia, ele passava ruivando alto para os outros companheiros, agitando todos que passeavam, mesmo aqueles que possuíam coleiras.

Este era o sinal que todos os vira-latas que residiam próximo a praça das sete palmeiras esperavam, o dia se rastejou preguiçosamente, e todos estavam famintos por diversão, logo uma multidão de cachorros ensandecidos e latindo freneticamente perturbavam enlouquecidamente todo o quarteirão.

Para os cachorros todas as noites, eram dia de festa e sempre para o mesmo lugar e com horário marcado, o local guardado sobre certo sigilo, mantia todos os cães de certa forma unidos naquela região.

Camaleão não era muito popular, e também não tinha muitos amigos, na verdade ele era o único camaleão dos quase trezentos metros quadrados da praça, ele também tinha hábitos noturnos como os cachorros, mas só para fazer uma refeição fácil e nada mais, além disso.

Camaleão sentia uma ponta de inveja de cachorro que transparecia ser muito vivido e muito festeiro, repetia isto mudando de cor para

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impressionar cachorro, que agora latia em direção a casa da cadelinha onde sua árvore residia.

Ele sim sabia curtir a vida, repetia ávido e saracoteando, pela manha sempre via o retorno de cachorro das festas, ele chegava bem cedo, por volta das seis da manha, e a sua feição era a mesma, sempre cansado, tombando, cambaleando e rastejando-se até a casa de seu dono, que bem cedinho abria a porta para o farrista entra.

Ás vezes as festas eram tão loucas, que certo dia foi flagrado jogado sobre a calçada, todo vomitado e imundo, quando acordou, levantou-se meio que retorcido, ruivando baixo e com o semblante triste, estava quebrado pelos embalos da noite de festa. Mas sempre com o sorriso maroto no rosto, feliz pelo feito.

Camaleão sempre o espiava, mas os dois nunca trocaram sequer três ou quatro monossílabos de cortesia.

Os primeiros dias do mês de setembro se mostravam mais quentes, naquela semana cachorro passou ruivando mais alto do que os dias anteriores e camaleão percebendo o que ele gesticulava, deduziu que aquela noite aconteceria uma festa de arromba, muito diferentes das outras, isso acontecia uma vez a cada mês, era um segredo compartilhado somente entre os cães, as cadelas ficavam de fora desta reunião entre os machos.

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Mas camaleão curioso perdeu o resto da conversa, e no desce e sobe de sua árvore, mais parecia um cachorro no cio, louco pra saber o que os movimentava tanto nestes dias, um deles percebeu o movimento atípico do verdinho, e apontando com o focinho delatou o camaleão maluco, o farreiro cachorrão sorria disfarçadamente, mais logo todos os cães sorriram.

Camaleão sabia que os cães são por natureza bons de festa, ele, no entanto miradinho queria ser igual aos peludos malfadados, cachorro muito atento a toda aquela energia percebeu a agonia do pequeno réptil, e num tom áspero, malandro e malicioso perguntou.... – você esta com verme garoto! Riram disfarcadamente todos os cachorros... – eu sei o que você quer, sei o que deseja, já o vi que me observava camaleão, mas você não acha que as festa de cachorro são um tanto agitadas para um perna curta como você......

- Bom camarada! Advirto que as nossas festas não são para camaleões, vocês são um pouco destemperados, mudam de cor com muita facilidade e sempre correm de medo quando algo os ameaça ou preocupa.

- Vocês camaleões não agüentariam nem um dia conosco, aquilo é festa pra animal grande de verdade feito cachorro, acho que você, não suportaria o embalo.... E todos caíram na gargalhada..........

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Mas cameleão apesar de estar bem envolvido com a idéia de vira um maluco fanfarrão como eles; não deu o devido entendimento que queria ter com eles.

Seu interior gritava para ser um cachorro, mas o seu corpo minúsculo não projetava o seu desejo, camaleão queria muito participar da molecagem, das forras, das noitadas de diversão, mas diante das risadinhas chulas dos cães não admitiu o seu real desejo,

Queria o camaleão o mesmo que os cachorros, mais ainda assim retrucou..... – cachorro você me julgou mal! eu não tenho tempo para outras preocupações! Há não ser a de me manter vivo...... Não sou como você! Enquanto camarada você se esbalda vadiando e perambulando pela noite, eu tenho que procura alimentos e me garantir para o dia seguinte.

E camaleão ainda atuando em sua resposta concluiu... – Eu não tenho tempo para vadiagem, essas coisas ficam a cargos só dos cachorros, que são vadios, sujos e preguiçosos.......

Cachorro decepcionado com a reação abrupta de camaleão deu a sua treplica.... – tudo bem camaleão! Vejo que sua espécie tem natureza pra ser chata mesmo, a vida é feita pra curtir, mas se você pensar assim, então continue racionalizando com a sua barriguinha, que agente vai curtir umas cadelinhas lindíssimos da rua catorzes, hoje a noite promete pessoal,

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vamos logo... há se eu encontra algum camaleão fêmea por lá eu digo a ela que tem um trouxa molenga que mora na praça sete palmeiras, e que ele nunca desce de sua árvore a não ser para comer..... E os risos ecoaram pela praça feito o vento.......

E caminhando em direção a praça do bacurizeiro, Cachorro e sua trupe saíam rosnando tolices para o camaleão...

Nos dias seguintes a aquele episodio, cachorro primeiro passava na casa de camaleão, ruivava por duas vezes, jogava terra no peitoril de sua árvore e depois urinava vagarosamente, demarcando seu novo território, feito isto gesticulava algumas sandices, palavras de afronta ao colega que rastejava.... – Ei camaleão! Desce daí, vamos a festa... Ei camaleão vamos pra festa..... E camaleão sempre respondia rispidamente... – Não posso ir cachorro, não estou interessado......

E cachorro retornando para o seu caminho reunia os amigos latindo, rosnando enlouquecidamente..... Isto deixava camaleão doidinho de inveja, louco pra esta com eles..... Mas continuava firme em sua atitude..... Não daria trela para cachorro......

Mas incansavelmente cachorro continuava.... – vamos galera que hoje é dia de barulho..... E muitos cachorros o cercavam como a um chefe, todos inebriados de

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testosterona canina, envolvidos em um estado de cio ogival.

O frenesi era tamanho que muitos rodopiavam atrás de seu próprio rabo, na tentativa de mordê-lo....... Outros mordiam os colegas incentivando-os a briga, mais adiante alguns corriam de um lado a outro perseguindo e sentindo o cheiro fugaz de uma cadela pronta pra acasalar.... Outros ainda lambiam-se nas partes intimas tanto as suas como a de seus colegas, numa confraternização maluca que só eles compreendiam.....

Camaleão tentava entender aquele ritual maluco, mas contagiante, que só os cachorros possuíam, mas encantava a cabeça broxa do camaleão.......

Sempre que acabava o barulho ensurdecedor dos vira-latas, camaleão saia até a sua porta caminhava alguns metros e retornava muito triste, sabia que queria esta com os cachorros, mas como ele um réptil, poderia participar de tamanha agitação, se algo saísse errado, seria motivo de gozação para todos na praça, definitivamente não poderia se arriscar, talvez cachorro não quisesse lhe levá-lo a festa como amigo, mas usá-los como chacota.....

Com o passar dos dias o tédio tomou conta do coração de camaleão, e a sua vontade de cair na gandaia era cada vez maior.... Cachorro o importunava todas as noites, e sempre com o mesmo discurso, relatando todos

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os postos fortes da festa, principalmente os que envolviam garotas, danças, bebedeira e comilanças........

Certo dia cachorro não foi até a casa de camaleão, parecia ter desistido de arrasta o novato para as festa..... Camaleão sentiu de cara a falta do seu impetuoso amigo, desceu da árvore e correu até o meio fio do outro lado da rua.

A rua jazia silenciosa, não havia um só cão sarnento vadiando, e já naquele momento o relógio do bar a sua frente marcavam apenas sete e dez da noite, observava-se a quadra de futsal vazia, a circulação de alguns carros, andarilhos e algumas crianças acompanhadas de seus pais, mesmos os bares pareciam atípicos, apáticos e sonolentos naquela sexta feira, fator contraditório para um dia desses......

Uma andorinha solitária palpitou algumas palavras, exatamente o que eu queria ouvir, todas estavam para a festa da macaxeira, isso ficava a alguns quilômetros dali, até aquela andorinha sarnenta, havia planeja esta lá com as outras companheiras e eu ficaria ali, pregado naquela árvore, esgueirada na minha zona de conforto, presa com medo da vida, se fosse pra viver com receios e medos até o fim de minha existência, preferiria morrer naquele dia mesmo.....

Camaleão resolvera que este tipo de vida acabaria hoje mesmo..... Resolveu viver de

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verdade a partir daquela prosa com a andorinha, que apesar de pequena, assumia riscos e nunca se impedia de vivencia o que a vida lhe propunha......

Camaleão foi em direção a sua casa, assistiria um pouco de televisão e mais tarde dormiria, hoje seria como os outros dias, mais pela manha quando chegasse enfim o anoitecer, aceitaria de primeira o convite de cachorro e iria viver a noitada mas longa e louca de sua vida, - isso sim seria viver de verdade pensou camaleão......

Do alto da goiabeira camaleão tinha uma vista privilegiada da televisão, mas o que viu pela janela não foi bem a novela das oito horas, observou que a jovem cadelinha que morava ao lado de sua árvore, teria uma noite mais interessante do que a sua, o cachorro de coleira azulada da rua de cima, aproveitou que os donos dela não estavam em casa, em virtude da festa da macaxeira e resolveu fazer uma visita aquela bela canina, sorte a dele porque ela era muito bonita, a noite, no entanto para camaleão seria mais uma vez longa e cheias de ruivos intermitentes......

No dia seguinte mais uma vez camaleão avistava cachorro completamente destruído em ocasião da festa, cachorro como sempre estava sorridente e caminhando devagar, aparentava ter carregado um milhão de quilos de chumbo brabo nas costa durante a noite inteira, os

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demais caminhavam com igual aparência, mais cachorro sempre foi o que mais se mostrava de todo o bando o mais cansado.

Camaleão tinha a impressão que cachorro era o mais fanfarrão entre todos eles, o único que percebíamos com mais nitidez a judiação que as festas lhe produziam.

Cachorro quando viu camaleão nos pés da árvore, sentiu que algo estava diferente no olhar daquele réptil impetuoso.... Ele então arriscou em dizer..... – E ai camaleão vai sair hoje com gente....... Camaleão ainda vulnerável pela pergunta contraia as patas para trás num certo sinal de negatividade, mais ainda querendo responder que sim, que iria se esbalda, respondeu..... – Talvez eu vá cachorro, mas não tenho certeza.......

Cachorro latindo bem alto retrucou latindo.... – Tenho certeza que você vai gostar camaleão, ninguém perde as nossas festas por nada, a noite agente se ver.... Rosnou Cachorro bracejando alegria......

Já caia a noite quando cachorro parou enfrente a casa de camaleão, latindo feito um louco, até parecia que alguém iria roubar a casa de camaleão, de tanto alarde que aquele bicho doido deu........

Camaleão pediu por silencio, ainda meu envergonhado e de maneira discreta..... – já estou descendo seu cachorro maluco... Cachorro

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um pouco apressando dizia ao amigo..... – vamos logo camaleão! Todos já estão a nossa espera no meio da praça, e hoje é um dia especial, é o dia em que um camaleão se juntou a farra dos cachorros, isso vai ser demais, vamos logo...........

Camaleão pedia um pouco de calma a cachorro afinal suas patas eram bem curtinhas, caminhava devagar e rastejava-se com dificuldade, sua natureza não o permitia correr muito..... Cachorro vendo a dificuldade do amigo pensou...... – vamos suba em minhas costas camaleão, eu carrego você até a festa.

Camaleão aturdido perguntou novamente ao cachorro o que ele havia falado..... – Mais do que você esta falando cachorro..... E cachorro respondeu sorrindo..... – e isso mesmo que você ouviu camaleão, eu vou levar você comigo em minhas costas, assim todos chegaremos a festas juntos......

Sorrindo camaleão agradeceu ao amigo, e tratou de pular logo nas costa de cachorro, e caminharam em direção a festas.....

O cortejo fazia um trajeto feliz, todos cantarolavam, brincavam e contavam piadas sacanas, uma parada e outra para abastecer o cérebro e a barriga com bebidas e restos de comida que ia sendo encontrada pelo o meio do caminho, a cambada só aumentava a grossa corrente de vadios, ao passo que seguiam o trajeto até a festa, dez minutos depois, uma

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nuvem de cães, gatos, andorinhas, dois porcos, doze ratos e um camaleão inundavam a faixa direita da Avenida Sarney Filho em direção ao açougue de seu Manuel......

Camaleão quando viu aquela enorme árvore deduziu que aquela seria a famosa praça onde residia o bacurizeiro, de tanto ouvir muitas estórias, causos e acontecidos naquele local, não tinha duvidas, era ela o bacurizeiro das noites de farra de cachorro e sua turma......

Mas camaleão não entendia uma coisa, por que a festa tinha como local de diversão o açougue de seu Manuel, todos estavam se divertido e brincando as portas daquele estabelecimento, bom camaleão não entendia de muitas coisas, afinal aquele seria o seu primeiro dia naquele cenário ainda muito novo para ele, e os cachorros também não eram assim muito inteligentes, de fato, uma coisa estava certa, quando estiver com os loucos, seja um deles.....

A noite caminhava para a madrugada, e tudo era muito novo, mágico e divertido para camaleão, os cachorros se pegavam com as cadelas, os gatos lambiam as gatinhas, os porcos brincavam com as tripas de algum animal, retirada da lata de lixo do açougueiro Manuel; quando não estavam esparramados em meio a lama e no lixo, divertidos as porquinhas de aparecia róseas e engraçadas, os roedores e as andorinhas enchiam a tampa, bebendo de um melado todo especial, eles jogavam uma

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brincadeira um tanto indecente, chamada de baralho estripe, resultado que ao final do jogo, todos acabavam completamente nus, uns sem penas e outros sem seus pelos......

Camaleão, no entanto não pegou ninguém, bom isto fica entre aspas, por que todo mundo viu que a velha seca deu uns belos beijos e alguns beliscados naquele camaleão safado, a ratazana até que dava um caldo, lembrou cachorro caçoando dele, mas camaleão na tinha do que reclama, ele se divertiu bastante, e já tinha planos para a próxima noite......

O que estava bom poderia fica melhor sorriu cachorro, quando as cinco horas da manha chegou o caminhão frigorífico que abastecia de carne bovina o açougue de seu Manuel..... Cachorro sorrindo falou para camaleão subir em suas costas, para ver melhor o que estava preste a acontecer, disse cachorro ao amigo.... – Você nunca verá algo igual durante a sua vida toda, isto é a nossa razão de viver..... Completou cachorro agora ensandecido pelo cheiro de sangue e carne fresca..... – Esta vendo camaleão...........

Camaleão ainda intrudido e agarrando forte nos pelos de cachorro pra não cair no chão, tamanha era o entusiasmos do amigo, ele se saracoteava todo, estava em frenesi, o rabo de cachorro parecia levantar vôo de tanto balança..... De repente um homem gordo e cheio de sarna esbravejou...... – Não acredito! Vocês

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de novo aqui! Vão embora de minha calçada seus miseráveis! Saiam daqui! Saiam agora..... Esbravejava o homem alucinado com uma vara em uma das mãos.....

No ímpeto de loucura doente, todos os cães avançaram sobre o açougueiro, tentando arranca-lhes do balcão uma dúzia de file com osso exposta para venda, enquanto um distraia o homem, um outro cão tentava a proeza ou a sorte de pegar um pedaço de carne, um filete de osso e carne, a selvageria era tanta, que a briga entre os cães e o açougueiro ecoavam alta durante aquele amanhecer conturbado, uma mistura frenética de latidos, palavrões e barulhos de coisas quebrando ou caindo pelo chão.......

Como cachorro era o pivô daquela bagunça, ele mesmo distraia o dono do estabelecimento, colocando medo também nos funcionários que desembarcavam toda a carne, enquanto isso, os cães menos, os ratos e os porcos carregavam tudo que pudesse ser levado, enquanto seu Manoel arregaçava de bancadas as costas de cachorro a base de inúmeras pauladas..... Desta vez seu Manoel estranho a macheza de cachorro, ele não costumava ser assim tão arrisco e tão empenhado em um propósito, quanto mais ele sacolejava porradas nas costa de cachorro, mais avançava em seu Manoel......

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E o açougueiro querendo dar um basta naquele lampejo, caprichava nos golpes deferidos nas costas de cachorro.... Já suado e esgotado pela façanha da surra que dera em cachorro, seu Manuel gesticulava aborrecido..... - Depois de hoje você não prestara para nada seu cachorro infernal......

E o seu Manoel dava de pau em cachorro e camaleão nas costas, é pau cachorro e camaleão nas costas, e o açougueiro engrossando forças em seus golpes triplicava vertiginosamente sucessivas pauladas em cachorro, e camaleão em suas costas.......

Camaleão mudava de cor conforme a evolução dos golpes, de sua cor natural verde, ele oscilava para o azul, o lilás, o amarelo, o cinza, o vermelho, o preto, ao branco enfim, ele pintou um arco-íres inteiro, por ultimo ficou roxo de tanto apanhar.......

Mas camaleão não desgarrou do couro do amigo cachorro, quando por fim acabou o jubilo, seu Manuel estava vermelho de tanto bater em cachorro, o em camaleão o mais certo seria dizer.........

Seu Manuel observando que cachorro desistirá de seu intento, o expulso verbalmente de seu estabelecimento, o que o cão o fez depois de ter avistado todos os seus amigo com o premio em suas bocas.....

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Cachorro virou-se para Manuel e carregando um pedaço de carne entre a boca e os dentes esbravejava rosnados ao açougueiro falastrão, retomando o caminho agora inverso até a praça....

Cachorro e os outros cantarolavam um gruindo frouxo de alegria, desta vez a recompensar foi mais do que merecida, mais rentável do que as outras vezes, e todos concordavam com cachorro.....

Quando chegaram enfim a praça sete palmeiras todos concluíram...... – Galera quem nos deu esta sorte hoje foi o senhor camaleão aqui! Ele é o nosso pé de coelho..... confirmou o rato todo contente....– Agora todas as noites ele ira com gente para as festas!.... Amarou o cachorro com o forte pedido dos amigos..... – Você caro amigo não faltará a nenhuma delas a partir de hoje..... Confirmou os outros cachorros saboreando um bom pedaço de carne entre as suas bocas e os dentes......

Camaleão, no entanto concordava com o feito dos amigos, principalmente com o feito de cachorro, mas em hipótese alguma demonstrou alguma alegria, seu semblante sério, movia um sentimento absurdo e decepcionado com o desfecho com que rumou o fim daquela noite.

Camaleão ainda agarrado as costa de cachorro, gruía e contorcia-se de dor.... Camaleão ainda meio tonto percebendo que estava próximo de sua casa, e como deseja o seu

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desligamento imediato das costa de seu amigo, promoveu arriscadamente um pulo trivial até o tronco de sua árvore, um ato que acabou resultando em um tombo horrível, causando-lhe ainda muito mais dores.....

Todos ficaram atônitos, quando viram aquela cena trouxa, que desencadeou um desmanchado de risos frenéticos, rasgados e chulos, depois do ocorrido muitos ali declaravam ao pé de ouvido de camaleão muitas piadinhas e comentários infelizes..... Mas cachorro entusiasmado e muito sapeca rosnou feliz e disse ao amigo.... – Amigo esta festa foi irada, muito louca, isto será um marco único em sua vida, você nunca a esquecerá.....

E camaleão meio que se arrastando para subir até o alto de sua casa, e demonstrando uns dedos de infelicidade, gesticulou palavras duras em direção a cachorro..... – É AMIGO CACHORRO! MEU AMIGÃO! EU NUNCA VOU ME ESQUECER DESTA FESTA MESMO, E VOU ME LEMBRA DESTE DIA PRO RESTO DE MINHA VIDA...... Concluiu ainda sarcasticamente..... – NUNCA IREI ME ESQUECER DO DIA EM QUE EU APANHEI FEITO UM CACHORRO, DAS MÃOS DE SEU MANUEL DO AÇOUGUE! ENQUANDO TODOS VOCÊS ROUBAVAM E SE DIVERTIAM COM O FEITO, EU ESTAVA AGARRADO SOBRE AS COSTAS DE CACHORRO, E FUI EU QUEM LEVOU

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TODAS AAQUELAS PAULADAS E GOLPES DAQUELE VELHO......

Camaleão ainda todo ardido das pauladas que recebera, subiu silenciosamente até a sua casa e por lá ficaria até o fim do mês, pensando naquela orquestrada e infame aventura.....

Cachorro nunca mais passou pela casa de camaleão e nunca mais o convidou para festa alguma, ele muito esperto já passava os seus dias e noites rodando a casa de Zé galinha, recrutando-o para mais um golpe no açougue de seu Manoel.................

fim

Nota do Autor

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Este livro revela todas as ansiedades de liberação

De pensamento, da dramaticidade que é expor as suas raízes

Principalmente quando a expomos a pessoas que nunca vimos,

Declarar sentimentos como; amor, desejo, ternura, ódio, Inveja e Solidão, nos deixam entregues aos medos de outrem;

Estar limitado aos prejulgamentos,

As criticas, ofensas e possíveis insultos que como escritor

hei de sofre,

Coloca-nos; todos nós, poetas, escritores, teatrólogos e Cronistas,

A partir das datas de publicações de nossos livros,

Torna-nos de certa forma

Um patrimônio cultural e imaterial da humanidade

Isso me remete a uma sandice, somos uma espécie de “pai dos

Loucos” ao meu ver;

Pertencendo agora em total comunhão aos leitores,

Expor-se é mesmo um tanto complicado,

Atender todas as expectativas de quem nos ler

É como estar preparado para trincha

Uma verdadeira guerra

Onde as armas é o que menos importa,

Mas não nos incomodamos de travá-la.

O vinho tem sido um belo companheiro,

Sugiro aos leitores

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Que o tome como hospede inato

E o regozije em tamanha amplitude e gozo

Na intenção de tomá-lo; lendo este livro

Ou interpretando-o nos palcos do humor da vida

E claro estando na companhia

De muitos amigos,

Bem como de uma bela e doce mulher.

Rusgat Niccus

Agradecimentos

Page 24: O cachorro e o camaleão

A todos os amigos e colegas que leram este

Livro antes de sua impressão, que elogiaram e criticaram

Suas entrelinhas e que deram muitas sugestões e as vezes

Até compactuaram comigo

Em recitações e interpretações

Amadoras em locais curiosos que não

Saíram das mentes de quem leu

E sorriram com essas loucuras descritas

No entusiasmo do meu humor,

Muitas vezes ao ar livre

E na embriaguez da companhia de

Um bom e velho vinho; por isto meus parceiros

De guerra; meus amigos e irmãos camaradas de

De todas e quais queres fuleragens deste

Nosso dia-a-dia, este livro é dedicados a todos vocês,

Um beijo na bunda de cada um

E até segunda seus butitinhos de corpos e narizes.

Rusgat Niccus

Sobre o Autor

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Sua alma no universo imaginativo perambula

Seu gosto pelo vinho revitalizar sua emoção

Nascido em São Luis do maranhão no dia

26 de fevereiro de 1981, sua vida literária foi marcada

Sempre pela paixão teatral, musical, cinematográfica, artes

Plásticas e historia geral da humanidade, talvez isto explique a sua

Fascinação pelos Livros.

Desde muito novo teve amor pela escrita,

Completamente apaixonado, propôs-se inicialmente

A escrever peças teatrais, pensamentos soltos e crônicas diversas;

Por ultimo Dedicou-se as Poesias

Que é a sua maior e grande paixão.

Este escrito resume, o seu fator criacionista e

Cara de pau de expor o que pensa,

Que ele leva tão a serio e enche de amor,

Sua dedicação e tão esplendida que ele esquece-se

Que o livro fala de um humor critico e social

E não só ficcional e de divertimento

Assim é o caso de “ O cachorro e o Camaleão ”

Esta é a sua quinta obra prima expressa

Este livro remete seu gosto pelo improvável e absurdo,

Seu intelecto revela em sua escrita,

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Um lado também romântico, Inteligente, conflituoso, lascivo,

Cômico, tenebroso, encantador e tempestuoso.

A sátira e as criticas colocadas de propósito

Tem um caráter mais de gozação,

Do que aceitação dos fatos existentes.

No entanto os papeis em branco ai tingidos a cinzas

Ficar ao cargo do leitor Colori-los.

Não admirem amigos leitores, se

Acaso encontrarem alguns pedaços de

Vossas vidas expostas nestas entrelinhas

Escondidos talvez nas orelhas deste livro,

Consumam meus pensamentos

Como a quem bebe vinho. E já embriagado,

Tenaz e envolvido em sono

Desejo-lhes uma leitura feliz

Então caros leitores por favor,

Primeiro embriaguem-se Muito,

Mas muito mesmo, Antes de lê-lo

Em seu êxtase.

Roosevelt F Abrantes