O CAVALINHO BRANCO - contosehistorias.com cavalinho branco... · E, assim, Ivan viu‐se, de uma...
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Vocês conhecem a história Em que a Princesa e o Rapazinho Conseguem ser bem felizes À custa de um cavalinho?
O CAVALINHO BRANCO
Há muitos e muitos anos, numa aldeia daRússia, existiu um agricultor que vivia felizcom a sua mulher e os seus filhos…
Danilo e Gravilo, os mais velhos, eram muitotrabalhadores e ajudavam bastante o pai no serviço da quinta…
No entanto, Ivan, o filho mais novo, gostava muitode estudar. Nas horas vagas, o seu divertimentopredilecto era brincar com os pequenos animais da quinta…
Certa manhã, quando o agricultor foi passar uma vista pela quinta, juntamente com Danilo…
Ontem, quando fui dormir, deixei este monte de feno inteirinho e, agora, estou a ver que
algum animal deve ter entrado aqui esta noite. De onde terá vindo?
Não sei, pai.Mas será fácil saber. Porque é que
o pai não deixa o Ivan aqui, durante a noite, a tomar conta do campo?
Estás a ver isto, meu filho?
E Gravilo, o segundo filho, foi consultado…
Sim, pai. A ideia de Danilo é excelente. Deixe o Ivan aqui, durante a noite, para ver o que acontece na quinta. Nós trabalhamos bastante durante o dia e ficamos muito
cansados.
Nesse dia, à noite… E assim, durante a noite inteira…
175 … 176 … 177 …Não te esqueças, Ivan.
Presta atenção ao monte de feno e vê se descobres quem vem aqui durante
a noite.
Podem ficar descansados.Eu tomarei conta do feno.
Estou a ouvir um ruído… De onde virá?
Ele ficou acordado. Mas, ao aproxi‐mar‐se a meia noite…
Oh! Que lindo!Vou ver se o consigo apanhar.
Vamos… Vamos…Eu não te vou fazer mal,
amigo!
Pronto! Agarrei‐te! Vais ser meu para toda
a vida!
Ivan, se me protegeres e alimentares por três dias e três noites, sem que ninguém me veja,
dar‐te‐ei um presente que te será muito útil.
Ora, isso será um prazer para mim, lindo cavalinho!
E assim fez Ivan: colocou o animal num lugar afastado e bem longe de qualquer perigo. No dia seguinte, levou‐lhe água e alimento. Ao fim do terceiro dia…
Oh!
Este é o presente que te prometi, Ivan…
Ah! Dois lindos cavalinhos!
E mais este aqui…Parece até um cavalinho de
brincar!…
E os tempos foram passando…
Ah! Como estão crescidos e fortes!
Acho que já é tempo de os encaminhar para o Czar,
conforme pediu a vossa mãe.
Tu, no entanto, ficarás comigo, meu pequeno amiguinho!
Os teus irmãos estiveram aqui e …
Já sei! Imagino o que aconteceu. Será que já és suficientemente forte para
me levares no seu encalço?
Claro que sim!Monta em mim e iremos num
instante.
Danilo! Gavrilo! Dêem‐me novamente esses cavalos!
Eles são meus!
Mas, Ivan! Nós vamos levá‐los
à feira… Tu não achas que o Czar nos dará um bom dinheiro por
eles?
Bem, era isso exactamente o que eu pretendia fazer. Portanto, vamos
juntos.
Pouco depois…
Oh! Que esplêndidos animais! O Czar vai ficar encantado ao vê‐los…
Que belos animais!Vou comprá‐los para meu
uso pessoal!
Já na feira, quando o chefe da estrebaria real foi procurar cavalos novos para comprar…
E quando o Czar chegou…
Pelo que vejo, tem muita prática em lidar com os cavalos. Contrato‐o, pois, desde já, para que seja o chefe da cavalariça
real. Aceita?
Oh!Que teimosos!…Eu não consigo levá‐los…
Mas, quando, depois de comprados os cavalos, os criados tentaram levá‐los para o palácio…
E, assim, Ivan viu‐se, de uma hora para outra, com um excelente emprego, e com a vantagem de poder conser‐var consigo o seu querido cavalinho, a quem deu o nome de Cavalinho Branco. Sabe, Alteza?
O novo chefe da estrebaria disse‐me que é capaz de capturar o PORCO DE OURO.
Acredita nisso?
No entanto, o antigo chefe da estrebaria, com inveja de Ivan, resolveu atrapalhar‐lhe a vida…
É verdade o que me está a dizer? Pois traga‐o imediatamente
à minha presença!
Quando Ivan chegou e o Czar o interrogou sobre assunto…
Mas, senhor!…Eu jamais disse coisa
alguma a esse respeito!…
Não pense que sou tolo!Vá buscar o porco e esteja, aqui,
dentro de três dias, senão…
E Ivan foi desconsolado, para a estrebaria…
O que te aconteceu, meu amigo?
Ah! Meu querido Cavalinho Branco! Estou em sérias dificuldades!
O Czar deseja que eu vá buscar o porco de ouro! E isso é impossível!
Não vejo dificuldade nenhuma nisso, amigo. Arranja‐me algumas espigas de milho bem
douradas e coloca‐as num balde de prata. Feito isto,
monta em mim.
E, assim, nem bem o sol se escondera no horizonte, o cavalinho já andara meio mundo…
Pouco depois…
É aqui, neste vale, onde o porco de ouro costuma vir
procurar alimento.
O cavalinho branco pediu a Ivan para espalhar algumas espigas de milho sob o tronco de uma árvore. Nem chegara a esperar muito tempo, e…
E, enquanto o porco de ouro comia asespigas, apetitosamente…
É agora!
Desse modo, não foi difícil a Ivan trazer o porco de ouro consigo…
O Czar vai ficar muito contente, não achas?
Oh! Olha!
Silêncio, Ivan!
E, assim … No dia seguinte, o antigo chefe de estrebaria não sossegou, enquanto não conseguiu falar com o Czar…
Sabe, Alteza, o jovem Ivan, o seu chefe de estrebaria,
disse que é capaz de trazer de volta a linda Czarina, que está presa no deserto.
Oh! Que bom! Ele disse isso? Pois vá chamá‐lo outra vez à minha
presença!
Oh! Nem posso acreditar no que estou a
ver!
Não é possível!
Quem inventou semelhante coisa, Alteza? Eu jamais poderia ter dito isso, pois nem conheço a Czarina.
Nunca a vi em toda a minha vida…
Deixe‐se de tolices, Ivan!. Também nunca tinha visto o
porco e ele está aqui, no Palácio. Traga‐me a Czarina!…
E, mais uma vez, Ivan foi desconsolado para a estrebaria…
Qual é o teu problema, agora, amigo?
E, assim, minutos mais tarde…
Oh! Querido amigo! O que me pediram, agora, é difícil de realizar.
Ele quer que eu vá buscar a Czarina, que está presa no meio do deserto. E eu nem sei onde é que ele fica!…
Enxuga as tuaslágrimas, amigo.
Traz‐me, para aqui, uma tenda de seda pura e uma travessa de ouro cheia das
mais finas iguarias.
Vamos, cavalinho!Vamos depressa para o deserto,
apanhar a linda Czarina!
E, depois de viajar três dias e três noites…Este é o lugar!
Arma, aqui, a tenda de seda. Céus! Pelo que vejo, estamos do outro lado do mundo!
Quando a linda Czarina chegar, fazes exactamente o que
eu te disser.
Acho que ela já está a chegar.
Escondamo‐nos aqui atrás da tenda…
Algum tempo depois… Quando o barco tocou a areia da praia, dele saiu a mais formosa donzela que se poderia imaginar …
Eis o barco da linda Czarina!.
Oh! Uma festa!
Como é linda e graciosa!
Venha depressa, Cavalinho Branco…
Oh! Quem é o senhor?
E, quando eles chegaram…
Oh! Até que enfim Vocês chegaram!
E chegou, também, a minha linda noiva!
É o meu noivo?Mas não é tão jovem nem tão
belo como o Ivan!
Eu, porém, sou o Czar e o meu coração diz que eu serei
eternamente jovem.
Pois não acredito no que está a dizer!
Não me quero casar consigo!
Pois eu dou‐lhe um dia para se decidir.
Do contrário, mando‐a para o deserto novamente!
Eu não quero o Czar para noivo, Ivan. Não gosto dele…
Vamos consultar o Cavalinho Branco, minha querida.
Ele nos dirá o que devemos fazer!
Bem, vão fazer exactamente tudo o que eu disser…
E a Czarina passou a executar os planos imaginados pelo Cavalinho Branco. Tanto que, no dia seguinte, foi falar com o Czar…
Disse que o seu coração vai conservá‐lo eternamente
jovem, não é? Pois, então, proponho‐lhe
uma prova…
Que deseja a linda menina que eu faça?
Sim, está bem! E daí?
Terá que ficar dois segundos dentro de um caldeirão, onde colocarei um
pó mágico e leite.
Bem, se for verdade o que está a dizer, sairá de lá
como se tivesse vinte anos.
Faço questão absoluta de eu mesmo colocar o pó mágico, no caldeirão.
Mais tarde, no pátio do palácio…
Rapaz, traga‐me aqui um caldeirão cheio de leite.
Ora, que disparate!
Agora, entre, no caldeirão, Alteza.
Acho isso tudo muito ridículo, mas…
… como não custa nada e é para provar que a amo,
linda Czarina …
Será que o leite está muito frio?
Não sei, Alteza…
E o Czar mergulhou com roupa e tudo… Todos ficaram à espera para ver o que ia acontecer…
E dois segundos depois …
Ele está a sair!
Oh! A cara dele é a mesma!
Mas, assim, ensopadinho no leite, parece até mais velho!
Desculpe‐me, Alteza mas está tão velho como quando entrou.
Acha mesmo, Czarina? Dê‐me um espelho
Oh! Tem razão… Eu não fiquei mais jovem, nem poderia.
Isso é impossível! Deu‐me uma excelente lição,
linda Cazarina.
Sim, compreendeu a lição que eu lhe quis dar, Alteza. O senhor é muito
inteligente e possui um coração bondoso.
Oh! Muito obrigado, linda Czarina!
Case‐se com Ivan e sejam muito felizes.
Veja!
E, assim, termina a história de Ivan e da linda Czarina. Para terminar, nem é preciso dizer que se casaram e foram muito felizes…
E reinaram por muitos anos mas não se esqueceram de mandar buscar o pai e os irmãos de Ivan, que participaram na sua felicidade…
Oh! Que belo é este lugar! O nosso querido cavalinho trouxe‐nos para cá! …
FIMRevista Varinha Mágica, nº579. Editora La Selva, S. Paulo, 1967