O CELEIRO RURAL

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Nossas riquezas ANO 1- Nº 04 SANTO AUGUSTO/RS - SETEMBRO 2012 Água, solo, fauna e flora seriam profundamente prejudicados com mais veneno circulando na estrutura ambiental se tivesse curso a tramitação da PL 78/2012, na Assembleia Legislativa. Pelo seu conteúdo, pretendia-se a liberação do uso de agrotóxicos já proibidos sob a justificativa de corrigir dispositivos da Lei nº 7.747, em vigor desde 22 de dezembro de 1982. A proposta que permitiria o consumo de agrotóxicos hoje vedados pela legislação gaúcha foi retirada de pauta no início da semana. Repercurssão negativa dos ambientalistas e da opinião pública em geral, alertando dos efeitos danosos sobre nossas riquezas naturais e a contaminação de alimentos, foi a determinante. Páginas 2 e 6 O município de Inhacorá contabiliza grande prejuízos causados pelo granizo. Uma das propriedades atingidas pertence ao Grupo Vitalino Ancelmo Cadore, onde o fenômeno destruiu plantações de trigo, miho e aveia. Página 4 Rio Turvo, das nossas riquezas naturais, entre Santo Augusto e Coronel Bicaco Granizo arrasa plantações pagina01rural.pmd 27/09/2012, 16:54 1

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NOTICIAS RURAIS

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Nossas riquezas

ANO 1- Nº 04SANTO AUGUSTO/RS - SETEMBRO 2012

Água, solo, fauna e flora

seriam profundamenteprejudicados com mais veneno

circulando na estrutura

ambiental se tivesse curso a

tramitação da

PL 78/2012, na Assembleia

Legislativa. Pelo seu conteúdo,pretendia-se a liberação do

uso de agrotóxicos já proibidos

sob a justificativa de corrigir

dispositivos da Lei nº 7.747,

em vigor desde 22 de

dezembro de 1982.A proposta que permitiria o

consumo de agrotóxicos hoje

vedados pela legislação gaúcha

foi retirada de pauta no início

da semana. Repercurssão

negativa dos ambientalistas eda opinião pública em geral,

alertando dos efeitos danosos

sobre nossas riquezas naturais

e a contaminação de

alimentos, foi a determinante.

Páginas 2 e 6

O município de Inhacorá contabiliza grande

prejuízos causados pelo granizo. Uma das

propriedades atingidas pertence ao Grupo Vitalino

Ancelmo Cadore, onde o fenômeno destruiu

plantações de trigo, miho e aveia.

Página 4

Rio Turvo, das nossas riquezas naturais, entre Santo Augusto e Coronel Bicaco

Granizo arrasa plantações

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RURAL2 Sexta-feira, 28 de setembro de 2012

DIRETOR:Pedro Valmor MarodinEDITOR:Renato MarodinDIAGRAMAÇÃO:Cleusa StradaREDAÇÃO:Lúcio Steiner

EXPEDIENTE

Pensando gestão rural -e os desafios e as vant agens dos trópicos

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

A água nossa decada dia

Setembro celebra o início da primavera. Porderiva, os demaiss componentes vitais, como aágua.

Cá, pela Região Celeiro, não há disponibilidadede estudo quanto a qualidade da água que apopulação consome. A grosso modo, porém,conhecendo a realidade de campo, permite-seadmitir que há motivo para preocupação, apropósito.

Sobram razões para acautelar-se. Acontecepouca coisa, quase nenhuma ação real no sentidode preservar o vital ingrediente da estruturaambiental que concorre para o sustento da vida.Raras, as exceções.

Tudo começa pelo depauperamento do solo,pela erosão contínua destruindo as nascentes.Segue com a falta de responsabilidade no empregode agrotóxicos e no descarte de resíduos urbanosque contaminam tudo, destruindo a vida onde estase encontre, poluindo os lençois freáticos. Tantoque dificilmente fonte há que ainda verte livre desubstâncias nocivas, por mais cristalina quepareça.

Muitos agrotóxicos que se joga por aí, semqualquer preocupação, apresentam efeito residual.Levam décadas para a sua ação macabra pelomenos se dilua. Quando tanto acontecer.

Entre os dias 11 e 18 de setembro de 2012aconteceu na Universidade de Giessen, Alemanha,o curso de verão: desafios e as vantagens dostrópicos. Os 25 participantes de três continentes,Africa, Asia e América latina, foram convidados peloServiço Alemão de Intercâmbio Acadêmico paraparticipar do curso e posteriormente atender oTropentag, dia dos (Sub) Trópicos, na Universidadede Göttingen, Alemanha, entre os dias 18 e 21 desetembro. Os temas discutidos incluiram:Agricultura e segurança alimentar; Gestão da água;Energia renovável para o desenvolvimento esegurança; Conservação da biodiversidade; Gestãogeral de recursos.

Os principais desafios discutidos relacionadosaos temas foram: (1) necessidade de intervençõestecnológicas e formulação de programas dedesenvolvimento que visem produtividades maiselevadas das principais culturas agrícolas, já que aatividade econômica predominante da região dostrópicos é agricultura e o desenvolvimento atualdesta atividade não está sendo suficiente paragarantir o abastecimento de alimentos na região;(2) necessidade de desenvolver mecanismos paraaumentar a quantidade e qualidade da água naregião dos trópicos; utilização de água residual;tratamento de água; mecanismos de cobrança deágua; (3) conscientização da importância dautilização da energia renovável e a necessidade decooperação regional para aumentar a capacidadede investimento no setor, mitigando desta forma,os altos custos dos investimentos iniciais; (4)manutenção das práticas tradicionais sustentáveisdas comunidades locais que atendam também asdemandas econômicas; (5) formulação de políticaspúblicas participativas; troca de experiências entrepaíses que possuem boas práticas de gestão dosrecursos naturais; cumprimentos de leis; gestão douso e disponibilidade da terra; (6) necessidade depesquisa sobre os principais impusionadores etambém barreiras para a integração regional comoestratégia para a competitividade global; cuidado

Carolina Bilibio ,é doutora em Engenharia Agrícola pelaUniversidadede Lavras/UniKassel.

[email protected]

com aplicações de pronunciamentos globais a nívelregional e local, para evitar abordagens de umasolução única.

Os temas foram discutidos por meio deapresentações realizadas pelos pesquisadores-participantes, entre as quais destacou-se aintervenção do Ministro da Agricultura da Índia, oqual descreveu que a Índia tem sua economiabaseada na agricultura, que consome 56% da forçade trabalho e contribui com mais de 16% do ProdutoInterno Bruto. As principais culturas cultivadas são:trigo, arroz, milheto, oleagionas/leguminosas,frutas e vegetais. Os desafios da agricultura na Índiasão: baixa mecanização; domínio de pequenaspropriedades, mais de 80% dos agricultores temmenos de 1 (um) hectare; baixa produtividade degrãos; elevada exploração de águas subterrâneas;baixo valor agregado dos produtos; baixa fertilidadedos solos; incerteza nos preços agrícolas.Consequentemente, as medidas dos programasgovernamentais para desenvolver o setor incluemdemonstrações de técnicas de conservação do soloe da água, demonstrações de técnicas que visem oaumento de produtividade, disponibilidade decrédito para aumento da mecanização, promoçãoda micro irrigação.

Outra intervenção com contribuiçõesimportantes foi realizada pelo Diretor Geral doInstituto da Conservação da Biodiversidade daEtiópia, o qual destacou o papel daagrobiodiversidade (ou biodiversidade agrícola)para a segurança alimentar e adaptação às alteraçõesclimáticas, enfatizando que a agrobiodiversidadepromove a manutenção da fertilidade do solo,controle de doenças e pragas, manutenção do ciclohidrológico, controle da erosão, sequestro docarbono.

Por fim, destaca-se que o curso teve comoobjetivo final, a formação de networks para odesenvolvimento de futuros projetos de pesquisaentre os países /instituições participantes.

Países dos participantes do curso na Universiade de Giessen Participantes do curso na Universidade de Giessen

Segunda etapa dacampanha de

vacinação contraaftosa começou

O único estado que não imuniza no país éSanta Catarina, que constitui uma zona livre da

doença sem uso da vacinação

O segundo ciclo da vacinação de bovinos e bubalinoscontra a febre aftosa já está em curso no País, inclusive naregião da Calha do Rio Amazonas e no Arquipélago deMarajó, no Pará, a vacinação já foi concluída. O processoencerrou no dia 15 de setembro em ambas as regiões.Esses estados têm agora 30 dias, a partir do término dacampanha, para enviar seus relatórios ao Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

As próximas regiões a vacinarem serão Roraima, cominício em 1º de outubro, Rondônia e Amapá, no dia 15. Emvirtude das condições ambientais e de manejo do rebanhono Amapá, a imunização no estado é realizada anualmentedesde 2009, com duração de 45 dias. A imunização norestante do Brasil está prevista para iniciar no dia 1º denovembro. A exceção é o Estado de Santa Catarina, queconstitui uma zona livre da doença sem uso da vacinação.A região do Pantanal de Mato Grosso do Sul será a últimaa finalizar o processo, em 15 de dezembro. A previsão doMinistério é de vacinar cerca de 150,5 milhões de bovinose bubalinos ao longo dessa fase.

O agravamento da seca na região do Semiaridonordestino é motivo de preocupação dos técnicos doMapa. Conjuntamente com os representantes dos estados,os técnicos do ministério pretendem implementar açõesestratégicas para evitar o comprometimento da coberturavacinal na região.

Na maioria das unidades federativas, os rebanhosbovinos e bubalinos de todas as idades devem ser vacinados.Já na Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul (exceto zona defronteira e Pantanal) Minas Gerais, Rio Grande do Sul,Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal apenas os animaiscom idade abaixo de 24 meses serão imunizados.

O Mapa orienta os produtores rurais para que respeitemos cuidados para a correta imunização dos bovídeos. As

recomendações são: vacinar dentro do períodoestabelecido; adquirir vacinas em revendas autorizadas;conservar em temperatura correta (de 2 a 8°C) até omomento da aplicação; injetar na região da tábua dopescoço com agulhas e seringas em bom estado e limpas;e manejar os animais com o mínimo de estresse e noshorários mais frescos do dia. Após o término da vacinação,a declaração deve ser apresentada nos escritórios doserviço veterinário oficial no prazo estabelecido em cadaestado.

Desde o início da vacinação este ano, o Governo Federaldistribuiu para todas as unidades federativas, com exceçãode Santa Catarina, cartazes e folderes orientando sobrea importância da vacinação. As informações também sãodivulgadas pelo portal do ministério, por redes sociais epela imprensa.

Assessoria de Comunicação

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RURAL 3Sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Rede Leite é apresentada no15º Fórum do Leite

Análise do solo é fundamental para atividade leiteira

Uma nova proposta para gerardesenvolvimento. Assim o Programaem Rede Pesquisa-Desenvolvimentoem Sistemas de Produção comAtividade Leiteira na Região Noroestedo Rio Grande do Sul (Rede Leite) foiapresentado na terça-feira (11/9), noXV Fórum do Leite da Universidade deCruz Alta (Unicruz).

A palestra sobre o programa foiministrada pelo engenheiro agrônomoda Emater/RS-Ascar, José Cláudio Motta,pesquisador da Embrapa Pecuária Sul,Gustavo Martins da Silva, e peloprodutor de leite Edevaldo Siqueira, daUnidade de Observação (UO) de BoaVista do Incra. A professora da Unicruz,Rosane Felix, mediou a palestra.

Em sua explanação, Motta abordoua crise na agricultura e o surgimento daRede Leite. A metodologia da Rede foidetalhada por Martins, que deu ênfaseaos avanços verificados nas UOs a partirda interação extensionista-pesquisador-agricultor. “Partimos dosproblemas enfrentados pelosagricultores familiares para

Palestra sobre o programa ocorreu na Unicruz

encontrarmos e propormos soluções.A propriedade familiar é a base dotrabalho da Rede Leite. Hoje temos 68Unidades de Observação, assimchamadas as pequenas propriedadesrurais que fazem parte do programa”,disse o pesquisador da Embrapa.

Finalizando a apresentação, oprodutor Edevaldo relatou aexperiência vivida desde o ingresso dasua família na Rede Leite, há três anos.“Nossa propriedade mudou depois quepassamos a fazer parte deste programa.Muitas coisas melhoraram, e com aproposta de trabalho, há muito aindapor se fazer. Estamos apostando noleite e, por enquanto, está dandocerto”, comemorou Siqueira.

O XV Fórum do Leite reuniuestudantes dos cursos de medicinaveterinária e agronomia, além deprodutores de leite da região Noroeste.

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Ijuí

Jornalista Cleuza Noal BruttiEstagiária Jaqueline Peripolli

Recomendação é conhecer o solo para manejar melhor as pastagensTodo produtor quer obter

resultados satisfatórios, para tanto,não pode esquecer que a atividadeleiteira está intimamente relacionadacom a fertilidade do solo utilizadopara as pastagens. Para ospesquisadores da Rede Leite,conhecer o tipo de solo onde seráimplantada a comida para o gado éprimordial.

O ideal, segundo o engenheiroagrônomo da Emater/RS-Ascar, DejairBurtet, seria se o produtor fizesse umaanálise de solo e que o resultado fosseinterpretado com o objetivo deauxiliar nas correções necessárias ao

bom desenvolvimento da plantaforrageira. “Nós continuamosanalisando a história de produção edesenvolvimento das pastagens, masa análise de solo é a ferramentacientífica que temos a disposiçãohoje”, explicou.

Com a análise, o produtor ficaconhecendo o nível de nutrientesdisponível no solo e,consequentemente, para as plantas,além do potencial hidrogeniônico (pH)do solo. “Um solo ácido, por exemplo,pode dificultar a liberação denutrientes para as plantas”, disseBurtet.

Unijuí realiza análises de solos há quase 25 anosNa região Noroeste, o Laboratório de

Análise de Solos da Universidade Regionaldo Noroeste do Estado do Rio Grande doSul (Unijuí) é um dos 27 laboratórioscredenciados à Rede Oficial de Laboratóriosde Análise de Solo e de Tecido Vegetal dosEstados do Rio Grande do Sul e de SantaCatarina (Rolas) – órgão que coordena oPrograma de Controle de Qualidade dasAnálises de Solo desses dois Estados.

A prestação de serviços de análises desolo é realizada pela instituição há quase25 anos, segundo a coordenadora eresponsável técnica pelo Laboratório deSolos da Unijuí, professora Leonir TerezinhaUhde. O laboratório realiza as análisesbásica e completa de solos, atuando naprestação de serviços a agricultores,cooperativas, prefeituras, associações,entre outras instituições da região.

Conforme Leonir, a análise básica revelao percentual de argila, PH do solo, métodoph-SMP (que é o método de análise ecorreção de acidez do solo, usado paradeterminação de calagem dos solos no RioGrande do Sul e em Santa Catarina), fósforoe potássio, teor de matéria orgânica e,também, a presença da acidez potencialdo solo e a disponibilidade dos cátions

Cada espécie de vegetal necessitade uma quantidade mínima denutrientes para que possa respondercom todo seu potencial genético emprodução de massa verde. “Água ecarbono são extraídos pelos vegetaisdo ar e da água do solo em quantidadeque alcançam em torno de 90% damassa dos vegetais. Eles vêm de graça,da natureza, mas o solo precisa estarem condições para que a água infiltree chegue às raízes”, alertou oengenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar.

Alternativas para recuperar o solo,como a adição de matéria orgânica -

palhas, sobras dos pastos e estercos -, são bem vindas. “Com o tempo, issopode melhorar as condições defertilidade do solo, desde que aquantidade retirada pelos vegetais eanimais não seja maior do que aadicionada pelas sobras”, finalizouBurtet. Contudo, é importante queseja feito um acompanhamento dascondições do solo através de análiseslaboratoriais, observando também osresíduos de estercos, pois, em grandequantidade, podem ser um problemaambiental, acrescentou o pesquisadorda Embrapa Pecuária Sul, GustavoMartins da Silva.

trocados, como cálcio e magnésio. “Aindapode-se fazer a análise de micronutrientes,mas, em um primeiro momento, a análisebásica é suficiente para verificarmos se hánecessidade de calagem (aplicação decalcário) e de adubação para as espéciesque o agricultor utiliza”, esclareceu Leonir.

A amostra representativa de umagleba é aquela que melhor reflete ascondições de ferti l idade da áreaamostrada. Para se obter uma amostrarepresentativa de uma área é necessárioretirar várias subamostras em diversospontos e misturá-las, considerando o tipode solo, a topografia, a vegetação e ohistórico de util ização. Arepresentatividade da amostra é,portanto, essencial para a indicaçãocorreta das recomendações defertilizantes e de corretivos da acidez dosolo. “Os solos podem ser diferenciadospela cor, textura, profundidade do perfil,

Representatividade daamostra é decisiva para

correta recomendação deadubação do solo

topografia, entre outros. Se todos essesfatores forem homogêneos numa área,existindo, no entanto, uma parte jáutilizada ou adubada (ou corrigida comcalcário), então esta última deve seramostrada em separado”, esclareceu.

Sobre a possibilidade de ocorreremerros nas análises, a professora da Unijuíassegurou que nos laboratórios isso émais difícil, pois há pessoas especializadastrabalhando e, também, um controleexterno. “Os laboratórios participam deum programa externo de controle deanálises, através do qual cada laboratóriocredenciado ao Rolas analisa, todo mês,quatro amostras e compara o resultadocom o dos demais laboratórios”, explicouLeonir.

O tempo médio de obtenção doresultado de uma amostra é de 25 dias.O custo da análise básica é R$ 28 e daanálise completa, R$ 36.

Após o resultado da análise, oEscritório Júnior de Aconselhamento ePlanejamento Rural da Unijuí, que é umprojeto de extensão universitária, realizaa interpretação e recomendação aosagricultores.

Leonir avaliou que há uma demanda

bastante grande de análises de solos para afruticultura, olericultura e áreas de lavourapara produção de grãos. Além dosmunicípios da região Noroeste, o laboratórioatende outras regiões do Estado.

O Laboratório de Solos da Unijuítambém realiza análise de resíduosorgânicos e em breve deve entrar emfuncionamento o Laboratório de Físicado Solo.Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Ijuí

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RURAL4 Sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Granizo destroi lavouras de trigo, aveia e milhoPrejuízos, como em Inhacorá, chegam a 100%

Trazido pelos açorianos, o trigo

ocupa posição de destaque no contexto

da produção primária, das nossas

riquezas agrícolas de inverno. Sua

presença, hoje, é imprescindível na

gastronomia, sobretudo nas padarias

e confeitarias, assim como no reduto

doméstico como ingrediente das mais

variadas receitas desde os primórdios.

Cereal nobre, dourado quando em

maturação, também costuma

proporcionar belas paisagens ao

ondular cascateante em longas

distâncias pelas coxilhas ao sabor do

vento. Poesia à parte, a sua produção,

porém, exige alto investimento, tratos

culturais muitos vezes dispendiosos e

condições climáticos peculiares.

Requer frio, sem geada no período de

floração, nem ventos soprando fortes

ou granizo.

Pois, granizo e vento arrasador

impingiram enormes prejuízos a

triticultores em recente episódio

climático, em 18 de setembro.

Enquanto em localidades lavouras

restaram acamadas, em outras o granizo

destruiu. Foi o caso de Inhacorá, onde

pedras descomunais acabaram com

trigais e plantações de milho e aveia.

Uma propriedade atingida em

grande proporção foi a do Grupo

Vitalino Cadore e Outros, localizada no

Rincão dos Pires, no munícipio de

Inhacorá. Segundo Gelso Antônio

Cadore, engenheiro agrônomo, dos 840

hectares cultivados com trigo, o granizo

destruiu completamente 300 hectares.

Da mesma área, 450 hectares tiveram

perda de 85% enquanto que 90

hectares permaneceram intactos. Do

trigal, 525 hectares estavam sob seguro.

A propriedade ainda sofreu 100% a

perda de 70 hectares de aveia não

segurados. O fenômeno também

destruiu 120 hectares plantados com

milho, também não segurados. O milho

será plantado novamente, assegurou

Gelso Antônio Cadore.

Neste ano, co lhe i ta pode

ultrapassar os 180 mi lhões de

toneladas, 8% maior em relação ao

ano passado.No ano em que o

Brasil tem tudo para dar um salto

histórico com na produção agrícola

- impuls ionado pe la so ja - o

governo federal se compromete

cr iar o P lano Nac iona l de

Armazenagem (PNA). A proposta é

O plano para a armazenagem

considerada fundamental para que

o país amplie a sua capacidade de

armazenamento, mas ainda está

em fase in ic ia l de

desenvolvimento, devendo surtir

efeito prático no próximo ano.Um

Grupo de Trabalho (GT) formado

por representantes do setor

público e privado e coordenado

pelo Ministério da Agricultura,

60% é a capacidade de armazenamento de grãos do Brasil, que não tem acompanhado o ritmo de crescimento da produção do paísPecuária e Abastecimento (Mapa)

tem a incumbência de tirar a ideia

do pape l a té dezembro. As

principais metas e estratégias já

foram desenhadas . Entre os

objetivos do governo nesta etapa

estão a e laboração de um

diagnóstico com a situação atual

de armazenagem do país e projetar

demandas futuras para a área. A

part i r da í , o grupo pretende

desenhar propostas de diretrizes

para po l í t i cas púb l i cas de

armazenagem, de incent ivo ao

financiamento da construção de

novas unidades de recebimento de

grãos e sugeir a localização para a

instalação dessas plantas.

Fonte: Gazeta do Povo

Cadore mostra os estragos na lavoura de trigo

Milho, os 120 hectares deplanta destruída terão novasemeadura,garante o agrônomo

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RURAL 5Sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Eng. Agr. Vinicius [email protected]

É tempode...

Conselho de Agropecuária avaliaprejuízos causados pelo temporal

Cerca de 200 agricultores beneficiados em Santo Augusto

R$ 10 mil para agricultoresprejudicados pela seca

Na manhã de terça-feira, 25/09,em reunião no STR, o ConselhoMunicipal de Agropecuária de SantoAugusto chegou a uma estimativade R$ 210 mil como perda na pecuáriade leite. Devido a avarias embenfeitorias, dif iculdades nalocomoção (estradas intransitáveis)e a falta de energia elétr icaresultante da queda de grande parte

Agricultores familiaresprejudicados em decorrência daestiagem 2011/2012 já estãorecebendo o financiamento da LinhaEspecial de R$ 10 mil. No município deSanto Augusto, o crédito foi repassadona última terça-feira, 25/09, no STR,quando presentes representantes daSuperintendência Estadual do Bancodo Brasil, instituição financeira quegerirá os recursos.

Os recursos financeirosprioritariamente devem serdirecionados a obras dearmazenamento de água e irrigação,recuperação de solo, formação erecuperação de pastagens, aquisiçãode equipamentos voltados àbovinocultura de leite ou outrosinvestimentos desde que o projetotécnico ressalte o incremento naprodução ou a sua melhoria. Os projetostécnicos podem ser elaborados naEMATER ou por técnicos credenciadospelos agentes financeiros. Já oscontratos desta linha de financiamentopoderão ser elaborados via programaCFC (Canal Facilitador de Crédito),sendo que as agências já estãoauotrizadas a atualizar o programainstalado nos sindicatos. Nosmunicípios em que os sindicatos nãodispõem do sistema instalado, oscontratos serão feitos nas agências doBanco do Brasil.

Representantes da entidade sindical e do BB na entrega do crédito

da rede de sustentação, o produtonão teve como ser recolhido ouadequadamente armazenado.

Na cultura do trigo, a perda indica15% na avaliação da EMATER eCOTRIJUI, enquanto que no milho aquebra deve representar poucacoisa. Já nos hortigranjeiros, devidoa destruição de estufas, o prejuízosinaliza-se expressivo.

De sua parte, o STR fará umlevantamento específico sobre asmoradias e galpões destruídos emtodo o território municipal para serenviado aos setores competentes epleitear recursos. A propósito, o STRainda sugeriu a busca de um seguroque contemple toda a propriedade,não somente a lavoura.

Lideranças avalariaram em R$ 210 mil o prejuízo na pecuária de leite

Trigo 1. As lavouras plantadas mais notarde, ainda necessitam de um cuidadoespecial no que se refere a pragas edoenças, pois estão em fase deenchimento de grãos e o ataque de pragas(lagartas, pulgões e fede-fede) e doenças(ferrugens e manchas folhares) nessa fasecausam grandes danos a cultura. Paratanto, monitorar as lavouras e senecessário fazer aplicação de fungicida einseticida para que a planta consigafinalizar o ciclo sem perdas.

Trigo 2. Para as lavouras plantadasmais no cedo, estas se encontram nafase de final de enchimento de grãos ealgumas já na fase de maturação. Paraessas lavouras cuidar ataque de pragas,principalmente lagarta do trigo, quepodem causar danos até a colheita.

Trigo 3. Quanto as lavouras atingidaspelo granizo ou pela geada do ultimo dia26 de setembro, procurar um assistentetécnico para avaliar qual a situação deperda e da viabilidade ou não de novosinvestimentos.

Milho 1. Devido as intempériesocorridas nos últimos dias, granizo evento dia 18 de setembro e geada dia 26de setembro, é muito importante fazeruma análise detalhada das lavouras paratomar alguma decisão. Para tanto,consulte a assistência técnica paraavaliar a viabilidade dessas lavourasantes de tomar qualquer decisão.

Milho 2. Para as lavouras queapresentarem condições decontinuarem se desenvolvendo mesmocom a ocorrência dessas intempéries,devemos tomar alguma ação no sentidode proporcionar que esse estresseocasionado pelo granizo ou geada sejaamenizado o mais rápido possível, paraisso recomenda-se: antecipar adubaçãonitrogenada; aumentar adubaçãonitrogenada; aplicar fertilizantesfolhares a base de micronutrientesassociados a aminoácidos com o objetivode fazer com que essas plantes retomemseu metabolismo o quanto antes.Lembrando que para isso é muitoimportante a consulta de um assistentetécnico.

Milho 3. Para as lavouras com perdatotal, antes de replantar, fazerdessecação total da lavoura para mataralgumas plantas de milho que possamvir a rebrotar. Caso a opção seja plantarsoja e já tenha sido aplicado Atrazina nomilho, respeitar o período mínimo de 60dias antes de plantar a soja.

Soja 1. Mais um plantio de soja seaproxima e alguns fatores devem serconsiderados para que a lavoura sejabem implantada e possa expressar todoo seu potencial. Dentre os principaisdestacamos: dessecação antecipada,escolha da variedade, densidade desemeadura, espaçamento entre linhas,época de plantio, tratamento desementes e regulagem da plantadeiraentre outros.

Nunca esqueça, prevenir émelhor que remediar.

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RURAL 6Sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Nossas riquezas, das naturais,contemplando a água, inclusivetemática da Semana Farroupilha2012, encontram no Rio Turvo umdos referenciais mais expressivos noque tange à Região Celeiro. Brotandonos outrora campos paleáceos dePalmeira das Missões, na EsquinaScherer, Fazenda Santa Izabel, duasnascentes, o curso hídrico percorre247 quilômetros quando, então,comparece como tributário do RioUruguai entre os municípios deEsperança do Sul do lado esquerdo eDerrubadas do outro, na localidadeconhecida como Barra do Turvo.

De curioso, o Rio Turvo divide e,ao mesmo tempo, une a RegiãoCeleiro. Pela margem direitalocalizam-se Barra do Guarita,Derrubadas, Vista Gaúcha, TenentePortela, Miraguaí, Braga, Redentorae Coronel Bicaco. Pela esquerda, osdemais municípios, dos 21 que

Água é um elemento vital. A própriavida começou nela há milhões de anos.Milhões de anos depois os primeirosseres animados começaram a ocuparos continentes, mas a princípiopermaneceram ao redor do mar, do rioou do lago, eis que dependentes domeio de origem.

Dependentes, aliás, até hoje. Opróprio homem basicamente éconstituído de água. Dela depende paraviver.

A água é um tônico natural,fundamental para que o organismofuncione bem. Seu uso interno ativa acirculação, purifica a pele, melhora as

Fundamentos até místicossecreções glandulares, facilita ofuncionamento dos órgãos de excreção,como os rins e os intestinos.

Nas antigas civilizações, a águarepresentava fundamentos atémísticos, atribuindo-se ao banho, alémde um ato físico, um ato profundamenteespiritual. O banho constituía um ritualde purificação, meio pelo qual oritualista julgava ficar livre das suasimpurezas, físicas e espiriturais,passando-as à água.

Ainda hoje os ocultistas conservamprimitiva tradição. Ao se banharemvisualizam suas impurezas psíquicassendo carregadas pela água.

compõem a AMUCELEIRO, a saber,Inhacorá, Chiapetta, São Valério doSul, Santo Augusto, São Martinho,Campo Novo, Tiradentes do Sul, SedeNova, Humaitá, Crissiumal, BomProgresso, Três Passos e Esperançado Sul.

Ao longo do seu percurso mitiga asede da fauna e da flora. Alimentasistemas de irrigação. Influencia noclima. No município de Campo Novo,

em represa, a força de sua vazãogera energia numa pequena centralhidrelétrica.

O rio, porém, precisa de atenção.Durante a última estiagemenfraqueceu em demasia. Porsituação tal, desperta reflexõesperturbadoras. Como gerenciar suaágua se esta encontra-se cada vezmais escassa em tempos de estio?

(Texto e fotos: Lúcio Steiner)

O presidente da CooperativaHabitacional da Agricultura Familiar(Coohaf), Juarez da Rosa Cândido, informaque estão liberadas e sem restrições asreformas para moradias no ProgramaNacional de Habitação Rural – (PNHR). Acooperativa pede que neste momento osSindicatos dos Trabalhadores Ruraispriorizem esse tipo de demanda,formando grupos entre quatro e 20unidades habitacionais. A documentaçãodos beneficiários, das glebas,formulários e projeto social são osmesmos utilizados para casa nova. Odirigente lembra que tudo isso pode seracessado no site da Fetag, porém alertaque em função dos formulários estaremem constante mudança, sempre que forpreencher verificar se a versão estáatualizada. Para iniciar um grupo dereforma, explica Cândido, é precisoverificar o enquadramento de renda, atitularidade e visitar a propriedade paratirar fotos da residência (dentro e fora)quantas forem necessárias para verificaro estado da moradia, as coordenadasgeográficas, estimar o valor daedificação, medir a residência paraelaboração do croqui e debater com afamília as suas necessidades. O STR deseu município tem todas as informaçõespara ajudar na elaboração da propostado agricultor.

BB e Fetag estabelecemregras para liberar

Crédito EspecialO Departamento de Política Agrícola

da Fetag esteve reunido no dia 17 desetembro com a SuperintendênciaEstadual do Banco do Brasil paraestabelecer critérios no financiamentoda Linha Especial de R$ 10 mil aosagricultores familiares que tiveramperdas em decorrência da estiagem nasafra 2011/2012. Ficou decidido que osprojetos técnicos podem ser elaboradosjunto à Emater local ou por técnicoscredenciados pelos agentes financeiros.Além disso, os contratos poderão serelaborados através do Programa Canal

Liberadasreformas

parahabitação

rural

Facilitador de Crédito (CFC), sendo que asagências já estão autorizadas a atualizaro programa instalado junto aos Sindicatosdos Trabalhadores Rurais. Nosmunicípios em que os STR’s não possuíremo sistema instalado, os contratos serãofeitos diretamente nas agências do Bancodo Brasil, que já estão aptas a operaremcom esta linha de crédito. Conforme AirtonHochscheid, assessor de Política Agrícolada Fetag, estão vedados osfinanciamentos para reforma, compra demáquinas e implementos usados, bemcomo a aquisição isolada de animais,como, por exemplo, junta de bois e bovinosde corte para engorda. Ele disse que serãofinanciados, prioritariamente, obras dearmazenamento de água e irrigação;recuperação de solo; formação erecuperação de pastagens; equipamentosvoltados para a bovinocultura de leite(incluindo ordenhadeiras, matrizes eoutros equipamentos, desde quecomprovados pelo projeto técnico);outros investimentos, cujo projeto técnicoevidencie o incremento ou melhoria dosistema de produção. Quem possuirrestrição cadastral deve providenciar aregularização antes de iniciar aelaboração do projeto técnico.

Fetag discute irrigação naagricultura familiar

A Comissão de Política Agrícola daFetag esteve reunida na última sexta, dia14, na sede da Federação, em Porto Alegre,para discutir a política estadual dearmazenamento de água e irrigação, bemcomo os entraves que dificultam o acessodos agricultores familiares aosprogramas. A ampliação de recursos parao Programa Irrigando a AgriculturaFamiliar, coordenado pela Secretaria doDesenvolvimento Rural, foi tema presenteno debate, além das dificuldadesrelacionadas a obtenção das licençasambientais. Conforme o presidente daFetag, Elton Weber, o assunto está nocentro das discussões da Federação. Eleadiantou que termos de cooperação entrea Fetag e entidades como Emater eEmbrapa deverão ser firmados paraampliar a transferência de tecnologia deirrigação na agricultura familiar.Participaram da reunião diversaslideranças da Fetag e José Enoir Daniel,da Emater, e Sérgio Renan Alves, chefe dePesquisa e Desenvolvimento da Unidadeda Embrapa Clima Temperado.

Das nossas riquezas, um rio que une e divide

Rio Turvo (d) chega ao Rio Uruguai, ao fundo território argentino

Rio Turvo entre os municípios de Santo Augusto e Coronel Bicaco

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RURAL 7Sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Royalties dasojaA Voz do Campo

Em Marau,na casa do ex-ministro Turra

Em Santo Ângelo

Em Cruz Alta, na CCGL

Dr. NÉRI PERIN – Advogado DIREITO AGRÁRIO

Passo Fundo-RS

Desde os primórdiosda humanidade osagricultores vêmproduzindo sementespróprias para o plantio emseus campos de cultivo, emuma permanente seleçãoe aprimoramento dasvariedades de espéciesvegetais, além de produzira matéria prima quealimenta nações inteiras.

Com odesenvolvimento dastecnologias e da ciência moderna vimos a chegada devárias empresas ao ramo da agricultura em busca departicipação nos lucros gerados pelo campo. A partir deentão essa atividade milenar passou a sofrer intervençõese restrições, até mesmo estatais, para atender unicamenteaos interesses merceológicos dessas empresas.

A mais descarada intervenção que já se presenciouaté então no Brasil foi perpetrada pela multinacionalMonsanto que, com a ajuda de compradores de grãos, -coparceiros remunerados -, impôs aos produtores desoja o pagamento de 2% sobre o total da comercializaçãoda sua produção a título de royalties, como se fosse ofaraó dos campos de cultivo cobrando até mesmo àmargem da lei e do Estado.

Mas não apenas isso, como na prática não há comosegregar cultivares transgênicas das convencionais, emrazão da contaminação efetivada pela proximidade entrelavouras, armazéns que guardam ambas as variedades,caminhões, navios e trens que transportam soja semseparação, além disso, em razão necessidade de utilizarmaquinários sem que tenha havido qualquer contato comsoja transgênica, a soja convencional também acabousendo taxada e os valores são entregues à multinacionalindiscriminadamente e sem que o produtor possa sedefender.

Não bastasse isso, os arrendamentos, as vendas deimóveis e os custeios efetivados em grãos passaram asofrer dupla taxação, porque ao receber pagamentos emsoja, parte do valor do negócio quando é convertido sojapara dinheiro fica nas mãos da Monsanto, como se fosseuma verdadeira sócia, leiloeira ou até mesmo proprietária/ posseira de nossas terras.

Por estas razões, os Sindicatos Rurais de PassoFundo, Santiago, Sertão, Giruá e Arvorezinha, juntamentecom a FETAG (representando 349 Sindicatos dosTrabalhadores Rurais), compreendendo que tal situaçãoexigia uma tomada de posição de classe, propuseramAção Coletiva em representação de todos os Agricultoresbrasileiros, com o objetivo de acabar com a apropriaçãoindevida e obter a devolução de todos os valores cobradosa esse título pela multinacional.

No dia 04 de abril deste ano, em decisão histórica, osSindicatos obtiveram sentença favorável, reconhecendoo direito de pequenos, médios e grandes produtoresbrasileiros de efetuar suas próprias sementes semnecessidade de pagar nada, bem como sobreveiodeterminação de devolução de todos os valoresapreendidos indevidamente pela multinacional.

No dia 12 de junho, o STJ aperfeiçoou o entendimentoe confirmou a validade dessa decisão para que alcancea todos os Agricultores brasileiros. Diante disso, éimportante destacar que não é aconselhável osAgricultores proporem ações individuais, uma vez que osSindicatos já estão atuando em nome de todos, comoconfirmado pelo STJ. Portanto, com a ação dos Sindicatos,o produtor tem a vantagem de não se arriscar sozinho etambém de não precisar gastar nada.

Assim fica a mensagem de que os Agricultores nãoautorizaram a multinacional Monsanto a se apropriar departe de suas safras, e não há respaldo legal ou judicialque seja conivente com isso. Por isso, acreditamos queo Tribunal do Estado do Rio Grande do Sul confirmará adecisão de primeiro grau prolatada pelo Juiz GiovanniConti, que condenou a Monsanto por suas práticas ilegaisem nosso País.

É o que esperam os Sindicatos e a sociedadebrasileira.

Néri PerinAdvogado

No sábado, 22 estivemos emMarau na residência de FranciscoTurra, ex Ministro da Agricultura e

Francisco Turra uma liderança extraordinária

atual Presidente Executivo da UBABEF ( União Brasileira daAvicultura) onde realizamos uma entrevista com uma dasmaiores lideranças do agronegócio brasileiro.

Turra falou de sua trajetória desde que foi prefeito deMarau, depois Deputado estadual e federal, Presidente daConab e Ministro da Agricultura, todos com uma prestaçãode serviços relevantes para o desenvolvimento doagronegócio. Homem de visão e muito trabalho e dedicação,uma liderança extraordinária. Outro detalhe interessanteabordado por Turra é a valorização da família e o seutrabalho pelo social como presidente da Fundação MiltonCampos que atua no combate as drogas.

Turra também destacou a importância da renovaçãopolítica e de lideranças para que as coisas possam sedesenvolver.

Participaram do programa na casa do Ex MinistroTurra, o Produtor rural e integrante da diretoria da Voz doCampo Valdecir Sovernigo, o advogado de Passo Fundo DrNéri Perin, empresário de Panambi Epitácio Barzzoto eMárcio Turra ( filho de Turra) médico em Marau e suplentede senador ( Senadora Ana Amélia Lemos).

O manejo correto de uma propriedade de produção deleite, foi o assunto em debate na Voz do Campo realizadosábado dia 15 na CCGL em Cruz Alta.

Foi assim A Voz do Campo no sábado, dia 08 na sede daAprosoja RS em Santo Ângelo, onde o assunto principal foia campanha lançada na Expointer, Royalties na moega,não!

Participaram do Programa, os produtores rurais, JulioFreitas Lima e Sandro Cardinal de Santiago, CarlinhosMalheiros de Capão do Cipó/Tupanciretã, João Albino,Laurindo Nickitits, Ricardo Copetti, Avelino Bertoldi (VicePresidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo), PedroNardes (Presidente da Aprosoja RS), Juarez Londero(Presidente do Sindicato Rural de Giruá) , Décio Texeiraprodutor rural de Cruz Alta e Claudio Dalazzen Diretor daAtiva Consultoria de Santo Ângelo.

Durante o programa, houve manifestações fortes, porémesclarecedoras sobre a situação dos produtores de soja,especialmente na questão da cobrança de Royalties porparte da empresa Monsanto. Segundo o produtor eadvogado João Albino a cobrança é ilegal e há fundamentojurídico no caso e que os produtores rurais precisam lutarpelos seus direitos.

Já o produtor Julio Freitas Lima chamou atenção detodos os dirigentes de entidades do agronegócio, cerealistase cooperativas para que estejam ao lado do produtor rurale lamentou que esta causa na justiça apenas algunssindicatos e a Fetag (Federação dos trabalhadores naAgricultura) estão pleiteando. Freitas Lima pediu aos

produtores de soja que cobrem uma posição dos Presidentesde Sindicatos Rurais.

“ Perguntem ao Presidente do seu Sindicato, qual a tuaposição em relação a cobrança de Royalties na Soja?afirmou o Produtor Freitas Lima.

Um Show agrícola. Foi assim o Programa A Voz doCampo realizado na Casa da John Deere na Expointer emEsteio no último sábado.

Presença da Senadora Ana Amélia Lemos, JornalistaJoão Batista Olivi do Canal Rural, Deputados Luiz CarlosHeinze, Jerônimo Goergen e Ernani Polo, Celso BernardiPresidente do PP gaúcho, Antonio Sartori Economista Diretorda Brasoja, Pedro Nardes Presidente da Aprosoja RS, JuarezPetry Presidente do Sindicato Rural de Tapes e os produtoresValdecir Sovernigo e Omar Wenning integrantes da diretoriada Associação A Voz do Campo.

Por telefone também participaram da programação osdeputados Luiz Carlos Heinze e Ernani Polo e ErasmoBattistella Diretor Presidente da BSBIOS indústria debiodiesel de Passo Fundo.

Um programa esclarecedor

Participaram do programa, Luis Otávio Supervisortécnico na área do leite na CCGL ,Michel Kramer assessor técnico de campo e osrepresentantes da Fockink Atílio Lang e Cleiton Hack queabordaram a importância de ser profissional naadministração de uma propriedade de produção de leite.

O produtor de leite precisa ver o seu negócio e gerenciarcomo uma empresa, com animais de alto teor genético,uma alimentação balanceada, e um rigoroso sistema dehigiene e limpeza.

Quanto a questão do baixo preço pago ao produtorgaúcho, por motivo da importação de leite, Luis Otávioafirmou que é preciso fazer com que o produtor de leitedaqui se torne mais competitivo, para combater esteproblema. Muitos produtores de leite participaram doprograma via telefone e internet fazendo questionamentos.

A Voz do Campo é transmitido por sete (7) emissoras derádios chegando em mais de 250 municípios do estado emais de 3 milhões de gaúchos já podem ouvir a programaçãooficial do produtor rural.

A Voz do Campo reúne lideranças na EXPOINTER O assunto principal do programa foi a importância da

comunicação para o campo e também foram destaque aquestão da cobrança ilegal de royalties na soja, renovaçãonas lideranças de entidades e a importância de se fazerpressão política em defesa do setor agropecuário.

O Programa A Voz do Campo, foi transmitido pelas sete(7) emissoras de rádio parceiras e também pelo site Notíciasagrícolas, um dos mais acessados do agronegócio,(propriedade do Jornalista João Batista Olivi).

A Apresentação do Programa foi de Marcelo Brum eFernanda Sovernigo jornalista e filha do produtor ruralValdecir Sovernigo.

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8Sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Camera e Kip Cullers do Brasil fecham parceriaO acordo foi finalizado com o lançamento da Campanha de Vendas dos produtos Kip Cullers

A Camera está sempre empenhadana busca por soluções completas paraseus clientes. Por isso traz comexclusividade para o Rio Grande doSul a tecnologia Kip Cullers. KipCullers é um americano apaixonadopor produtividade. Após 20 anos depesquisas e testes, Kip Cullers chegaao Brasil com uma fórmularevolucionária para a produção deinsumos específicos para a agriculturabrasileira, com o objetivo de baterrecordes de produção. Com tecnologiae conceitos inovadores, pautados natroca de experiências, foramdesenvolvidos produtosespecialmente feitos para o nossocampo. Desenvolvida para explorar opotencial máximo de cada cultura, alinha Kip Cullers aumenta odesenvolvimento estrutural da plantae gera maior produtividade.

“Entendemos que a parceriaCamera e Kip Cullers do Brasilrepresenta um divisor de águas noconceito de produtividade agrícola noRS. Depois de mais de 120 dias deavaliações técnicas das aplicaçõesdesta tecnologia nos Estados de Goiás,Mato Grosso, Bahia e nos EstadosUnidos, ficamos convencidos queestávamos diante de algorevolucionário para os padrõesbrasileiros”, relata o diretor deComercialização e Marketing deVarejo, Antonio Eduardo Cócaro daCosta. Ainda conforme o diretor,“tivemos a oportunidade de verificaras áreas demonstrativas nos EUA etambém o profundo respeitoprofissional que o Kip Cullers tem porparte de grandes players mundiais doagronegócio como Monsanto, Basf,Pioneer e Jonh Deere”.

Durante todo o dia 19 de setembroos especialistas em vendas da Cameraforam recebidos no Sest/Senat para olançamento da Campanha de Vendasda linha de produtos Kip Cullers, comotambém tiveram um treinamentosobre o uso e função de cada produto.Kip Cullers veio diretamente dos EUApara participar do evento e falar sobresuas pesquisas, experiências,desenvolvimento como produtor esua preocupação com a produtividade

das lavouras. “O produtor brasileiro émais arrojado e mais interessado em

Especialistas de vendas da regional celeiro com o recordista de produtividade de sojaKip Cullers

Gerente regional Vilson Pico c om o americano Kip Cullers

novas tecnologias. Aqui tenhocondições de difundir meus

conhecimentos e trocarexperiências”, conclui Cullers.

Na oportunidade, o engenheiroagrônomo, pós-graduado em GestãoAmbiental e cursando MBA emFisiologia de Plantas e Manejo paraAltas Produtividades, Miguel Nedel,explicou as razões de porque acreditano programa de produtividade KipCullers e apresentou números deprodutividades e testes realizadoscom os produtos. “São 48 fatores queinfluenciam na produtividade da soja.Alguns não podemos mexer, comoclima, luminosidade, fotoperíodo,altitude. Outros podemos mexer,como nutrição, sanidade, população,controle de pragas, entre outros. Paramim o fator mais importante é anutrição de plantas”, destaca Nedel.De acordo com o engenheiro, nãopodemos tolerar paradas por “stressclimático” ou “stress nutricional”, paraisso é imprescindível um bom sistemaradicular e uma planta bem nutrida,aspectos importantes fornecidos peloprograma de produtividade KipCullers. “Num ano com qualquerestiagem, normal para nosso Estado,a planta para de absorver nutrientesvia raiz. Então os nutrientes devemser fornecidos via folha. Aí que agrande maioria dos produtorescomete um grande erro, cortam osgastos nas aplicações, quando a plantamais necessita de nutrição”, finalizaNedel.

Kip Cullers é recordista mundialem produtividade de soja e milho. Onorte-americano da cidade de Purdy,no Estado de Missouri, conseguiu onúmero de 173 sacas de soja porhectare e 382 sacas de milho porhectare. “Não se trata desimplesmente produtos, mas sim umprograma de produção que ao longodo desenvolvimento da cultura agede forma impressionante fazendo quea planta desenvolva-se e adquiraníveis de produtividade acima dospadrões atuais”, ressalta o diretorAntonio Eduardo Cócaro da Costa.

A completa linha dos produtos KipCullers pode ser encontrada comexclusividade em qualquer CasaCamera.

Valorizada ao preço da soja, cuja sacade 60 kg chegou a ser comercializada emsetembro ao preço de R$ 80,00 -, a canolaseguirá recebendo incentivos do governo,na geração de pesquisa e busca de maisárea para o cultivo. “Nosso apoio não vaicessar, os produtores podem ficar tranquilosquanto a isso”, assegurou o coordenadorgeral de Agroenergia do Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), João Abreu Neto. O anúncio, feitona terça-feira (18/9), em Colorado, naabertura nacional da safra, agradou osprodutores. “A canola veio para somar eremunerar”, disse o produtor RicardoTomazoni, cuja lavoura de quatro hectaresfoi sede do evento.

Assim como Tomazoni, a maioria dosprodutores de canola de Coloradofechou contrato com a empresa de biodieselBSBios, com sede em Passo Fundo. A empresaestá pagando R$ 53,00 pelas 14 sacasproduzidas em um hectare – ano passado osprodutores recebiam R$ 46,00. As sacasrestantes são comercializadas ao preço dodia da soja, mais um real. A produtividadeesperada nas lavouras gaúchas nesta safraé de 25 a 30 sacas por hectare. “O custo deprodução é baixo, em torno de 12 sacas porhectare”, disse Tomazoni, antecipando iráampliar para 20 hectares a área cultivadacom canola.

Governo mantém incentivo à canola na abertura nacional da safraSegundo o coordenador geral de

Agroenergia do Mapa, desde 2004, quandofoi criado o Programa Nacional de Produçãoe Uso de Biodiesel, o governo temestimulado no país o registro e a pesquisade novos defensivos e oleaginosas – acanola no Sul, o girassol no Centro Oeste, apalma no Norte, a mamona no Nordeste. Oóleo extraído dessas plantas é matéria-prima para o biodiesel. Atualmente,lamentou Neto, há apenas um registro dedefensivo agrícola para canola no Mapa.

O representante do Ministério doDesenvolvimento Agrário (MDA), AndréGrosse Machado, destacou outro propósito,além do energético, do Programa Nacionalde Produção e Uso de Biodiesel. “Vemosum potencial muito grande para geração derenda aos agricultores familiares”, disseMachado. “A canola dá dinheiro e servepara rotação de cultura”, disse o gerentetécnico da Emater/RS-Ascar, DulphePinheiro Machado. No começo do ano,lembrou Dulphe, a Emater/RS-Ascar e aBSBios renovaram um termo de cooperaçãotécnica com a finalidade de fomentar acultura da canola no Rio Grande do Sul. “Acanola vem ao encontro do nosso trabalho”,completou o gerente da Emater/RS-Ascarda região administrativa de Ijuí, GeraldoKasper. A Região de Ijuí é a segunda maiorprodutora da oleaginosa no Estado, atrás

da Região de Passo Fundo.“A canola não vem para competir com o

trigo, pois dois terços das terras do Sul dopaís ficam ociosas no inverno”, disse o chefegeral da Embrapa Trigo, Sérgio Dotto. AEmbrapa, segundo Dotto, estará envolvendoonze de seus pesquisadores em umprograma de pesquisa sobre canola, comapoio do Mapa, MDA, BSBios e AssociaçãoBrasileira dos Produtores de Canola(AbrasCanola). “O Rio Grande do Sul nãopode desperdiçar o inverno, porque nesseperíodo temos água, máquinas e terraociosas, condições perfeitas à canola”, disse

o presidente daAbrasCanola ed i r e t o rpresidente daBSBios, ErasmoC a r l o sBatisttella.

O RioGrande do Sul,segundo a

Batisttella defende liderança gaúcha nocultivo da canola

Emater/RS-Ascar, é o maior produtor nacionalde canola, seguido pelo Paraná. A áreacultivada pelos gaúchos no Estado é deaproximadamente 33 mil hectares.

Também participaram da aberturanacional da safra da canola, em Colorado,o coordenador da Câmara Setorial do Trigo,da secretaria de Agricultura, Pecuária eAgronegócio (Seapa), Áureo Mesquita deAlmeida, vice-presidente da Cotrijal, JairoKohlrausch, presidente da Aprosoja, PedroNardes, representante da Fetag, NestorBonfante, vice-presidente do Sicredi Rotadas Terras, Fabrício Zatt, superintendenteregional Alto Uruguai do Banrisul, ÂngeloLuz, representante do Banco do Brasil,Antônio Áustria, presidente do SindicatoRural de Colorado, César Guareschi, epresidente do Sindicato dos TrabalhadoresRurais de Colorado, Edair Nicolau.

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Jornalista Cleuza Noal Brutti

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