O Celeiro Rural

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Suinocultores denunciam inoperância governamental ANO 1- Nº 02 SANTO AUGUSTO/RS - JULHO 2012 O pífio apoio oficial à suinocultura nacional está levando criadores e, por extensão, toda a cadeia pertinente, à falência, denunciam as lideranças do setor. A crise determina manifestações, incluindo o bloqueio de rodovias, como ocorreu no dia 20 de julho, no entroncamento da ERS-210 com a BR-468, entre os municipios de São Martinho e Campo Novo, na Região Celeiro. Página 04 Almoço dos manifestantes incluiu carne suína assada no local pag 01rural.pmd 26/07/2012, 16:55 1

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Suinocultores denunciaminoperância governamental

ANO 1- Nº 02SANTO AUGUSTO/RS - JULHO 2012

O pífio apoio oficial àsuinocultura nacional estálevando criadores e, porextensão, toda a cadeia

pert inente, à fa lência,denunciam as liderançasdo setor. A cr ise jádetermina manifestações,

incluindo o bloqueio derodovias, como ocorreu nodia 20 de julho, noentroncamento da ERS-210

com a BR-468, entre osmunicipios de São Martinhoe Campo Novo, na RegiãoCeleiro. Página 04

Almoço dos manifestantes incluiu carne suína assada no local

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RURAL2 Sexta-feira, 27 de julho de 2012

“Planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mascom o futuro de decisões presentes” (Peter Drucker)

Carolina Bilibio,é doutora em Engenharia Agrícola pelaUniversidadede Lavras/UniKassel.

[email protected]

DIRETOR:Pedro Valmor MarodinEDITOR:Renato MarodinDIAGRAMAÇÃO:Adriane DornelesREDAÇÃO:Lúcio Steiner/Alaides Garcia dosSantos

EXPEDIENTE

Pensando gestão rural - Com sustent abilidade

O termo desenvolvimento sustentável contempla umconjunto de conceitos relacionados ao uso dos recursosque visam atender as necessidades humanas. AOrganização das Nações Unidas definiu em 1987 quedesenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que“satisfaz as necessidades do presente sem comprometera capacidade das gerações futuras satisfazerem as suaspróprias necessidades”. Ou seja, sustentabilidade estádiretamente relacionada ao desenvolvimento econômicoque utiliza os recursos naturais de forma inteligente paraque eles se mantenham no futuro. Já a gestão rural, podeser definida como “a ciência e a arte que busca autilização racional dos fatores de produção (internos eexternos), do ponto de vista técnico, econômico e social,respeitando os valores culturais do produtor rural, suafamília, e ainda, suas organizações e o meio ambiente”.

A administração ou gestão rural deve responder: o queproduzir, como, quanto, com quais recursos e paraquem. Porém, é papel da administração rural sustentável:(1) contribuir para que o produtor rural forneça matériasprimas e ou produtos com a qualidade necessária, comcustos compatíveis, economicamente viável (o produtorprecisa ter renda), socialmente justo e ecologicamentecorreto; (2) viabilizar, “porteira a dentro”, a utilização dosrecursos - físicos, humanos, financeiros e mercadológicos,de maneira racional, por meio do planejamento,organização, direção e controle; (3) possibilitar, “porteiraa fora”, a participação e a atuação do produtor rural deforma conjunta: em cooperativas para a defesa dosinteresses comerciais; em sindicatos para a defesa dosinteresses políticos; em associação para a defesa deinteresses específicos. Para complementar, aadministração rural sustentável deve possibilitar que oprodutor, dentro ou fora da porteira, crie e agregue valor(quantificável ou não) aos seus produtos, por meio daprestação de seus serviços, já que é a natureza queproduz, é a planta que produz o grão, é a vaca que produzo leite... E de que forma este serviço está sendo realizado?Cabe ressaltar que os desafios da gestão rural podem

estar relacionados (1) a ter organizações capazes derenovação contínua, automática e espontânea; (2) atornar a inovação função de todos, todos os dias; e (3) acriar uma organização altamente envolvente onde todosdão o melhor de si. Por fim, destaca-se ainda que asestratégias de desenvolvimento rural podem contemplar(1) o desenvolvimento da multifuncionalidade, ou seja, asatividades agrícolas passam a ser articuladas a outrostemas e preocupações, como a segurança alimentar, aqualidade dos alimentos, a proteção do meio ambiente,a valorização dos diferentes tipos de territórios e ageração de oportunidades de emprego, de renda e lazer;(2) a redução de insumos externos; (3) a pluriatividade, ouseja, a diversificação das atividades rentáveis, semprelembrando que quanto mais diversificada é uma unidadede produção, mais complexa é a sua gestão; (4) a novasformas de cooperação local e (5) a melhorias natransformação insumo-produto. Estas reflexões fazemparte das discussões realizadas durante o CongressoNacional da Sociedade Brasileira de Economia,Administração e Sociologia Rural (Sober), que aconteceentre os dias 22 e 25 de julho 2012, na cidade de Vitória,Espírito Santo.

A Fetag, através do Departamento de PolíticaAgrícola, vai apresentar e detalhar às regionaissindicais o Plano Safra 2012/2013 com todas asorientações e práticas de operacionalização docrédito rural visando a implantação de culturas de verão e também as operações de investimentoagropecuário. Para facilitar e agilizar as atividades,serão realizados eventos interregionais paraoportunizar a participação de todos os sindicatosnos eventos, em especial os funcionários eresponsáveis pelo crédito rural na entidade. Ocronograma ficou assim estabelecido: Dia 31/07 -Regionais Passo Fundo, Vacaria, Alto Uruguai eSerra em Passo Fundo; 1°/08 – Regionais Três Passose Médio e Alto Uruguai em Palmitinho; Dia 2/08 –Regionais Missões I, II e Santa Rosa em SantoÂngelo; Dia 7/08 – Regionais Ijuí e Alto Jacuí emCruz Alta; Dia 8/08 – Regionais Santa Maria e QuartaColônia em Santa Maria; Dia 9/08 – Regionais Valedo Rio Pardo e Baixo Jacuí e Centro Serra e Vale doRio Pardo em Santa Cruz do Sul; Dia 14/08 –Regionais Vale do Taquari e Serra do Alto Taquariem Encantado; e Dia 17/08 – Regionais Camaquã,Vale do Caí, Litoral e Vale do Rio Sinos Serra nasede da Fetag. O vice-presidente da Fetag, CarlosJoel da Silva, salienta a importância das regionaisapresentarem os dados regionalizados sobre apesquisa feita sobre crédito rural, conformemodelo encaminhado pela Federação.

Expointer: STRs já podem cadastrarsócios para acesso gratuito

A Comissão Executiva da Expointer 2012 já definiuas datas para o ingresso gratuito de agricultoresorganizados em excursões através dos Sindicatosdos Trabalhadores Rurais: será nos dias 29, 30 e 31 deagosto. A Expointer ocorrerá durante os dias 25 deagosto a 2 de setembro, no Parque de ExposiçõesAssis Brasil, em Esteio. O cadastro pode ser feito nos e-mails [email protected] [email protected]

Na correspondência deve constar a data da visita,origem da excursão e relação nominal dosagricultores com número do documento deidentificação, nome, nº da carteira de identidade etelefone do responsável pela excursão. A data-limiteé 10 de agosto.

Plano Safra vai serdetalhado em

todas as regionaissindicais

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

Resistência no campoModernamente medieval, o Brasil prossegue

desdobrando teorias econômicas como se, noprincípio do segundo milênio, nada de vitalhouvesse a ser equacionado em benefício de suagente. De discurso em discurso, o governo procuraenrodilhar, como se todos fossem incautos,ingênuos.

Ao percorrer o panorama do agronegócio,constata-se que há um substancial crescimento nonúmero de vendedores de ilusões. Ministros eprogramas invariavelmente têm caído emdescrédito. Outros, a persistir o atual cenário, terãoo mesmo destino. Pelo menos enquanto não se dercondições ao homem do campo para que possaproduzir com segurança, sob a proteção de umapolítica agrícola criteriosa, efetiva, sem asintermináveis promessas de prioridade para aagropecuária.

A despeito da desordenada política econômica,o campo tenta resistir, como o fazem hoje ossuinocultores. Resistir aos políticos, cada vez menosconfiáveis, incapazes de olharem para a nação, paraa roça, para a imensidão brasileira, pois sepultam asesperanças de quem ainda consegue sobreviver aoprocesso de marginalização. Resistir aos fenômenosclimáticos fora de tempo e de lugar. Resistir,sobretudo, à progressiva ausência de rumo naproteção e estímulo à produção de alimentos.

Quando a vergonha e a responsabilidade foremrestauradas, quando os que governam este paísentenderem as vozes que ecoam do setor primário,a roça responderá e, seguramente, contribuirá emdobro, com produção e produtividade, tudo aquiloque receber como apoio e incentivo fundamentadonuma política agrícola a longo prazo e coerente comas necessidades dos que extraem da terra o sustentoda nação. Enquanto isso não acontecer, osprodutores se arranjam como podem, resistindo.

A agricultura brasileira está submetida a umaprofunda contradição, por um lado tem a imprescindívelnecessidade de se modernizar para tornar-se maiseficiente e competitiva, porque do contrário, não reunirácondições de enfrentar a subsidiada e protegidaagricultura dos países desenvolvidos. Por outro lado, onosso governo, que além de não subsidiar e não adotarmedidas de proteção em favor dos produtores rurais,está buscando restringir cada vez mais os recursos comos quais tradicionalmente se fez agricultura, visto quenão se está levando em consideração a realidade regionalde um país com dimensões continentais, como é o Brasil.Para entender um pouco sobre isso, basta ver as discussõesem torno do novo código florestal brasileiro.

Mas a modernização é um caminho sem volta, aagricultura terá que tornar-se mais eficiente. Isto significaque com uma menor quantidade de cada fator deprodução (terra, trabalho, capital), os agricultores, sejampequenos, médios ou grandes, terão que obter umamaior quantidade de produto com menos recursos ecustos mais baixos. Os agricultores deverão tambémtornar-se mais eficientes na administração da empresaagrícola, com a finalidade de otimizar o uso dos insumosagrícolas e de todos os recursos inerentes à produção,caso contrário, os que não preencherem estes requisitosestarão sujeitos a deixarem a atividade.

Este caminho exige a geração de tecnologias(biotecnologia, transgenia, agricultura de precisão, etc.)compatíveis com a realidade da agricultura brasileira eprincipalmente requer a capacitação e organização dosagricultores a fim de se profissionalizarem etransformarem-se em empresários rurais eficientes.

Para enfrentar este inevitável desafio de “produzirmais e melhor com menos recursos”, faz-se necessário aformação de uma nova geração de profissionais dasciências agrárias (agrônomos, veterinários, engenheirosagrícolas, zootecnistas e engenheiros florestais) comnovos conhecimentos, aptidões, destrezas eprincipalmente com novas atitudes. Desta forma, estesprofissionais do futuro deverão ter a convicção de assumireste desafio, simplesmente devido ao fato de sua formaçãotécnica e científica, ficando assim, intrínseco à sua áreade conhecimento.

A formação dosprofissionais da

agricultura

Leonardo LossoEngenheiro agrônomo

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RURAL 3Sexta-feira, 27 de julho de 2012

Ceriluz levará internet ao meio ruralAtravés de parceria com a South Tech, a internet será distribuída em toda área de abrangência da Cooperativa

A SouthTech firmou a parceriacom a Ceriluz que levará internet aomeio rural. A SouthTech levará osinal por meio dos postes de luz dacooperativa. Ao todo, será umamalha de 160 km que a internetrural irá cobrir. As primeiras redes

“Dia do Colono e do Motorista”Quarta-feira, 25 de julho,

comemorou-se o Dia do Colono e doMotorista. Em algumas cidades daregião como São Valério do Sul,Chiapetta, São Martinho, entreoutras, o calendário contempla adata como feriado municipal.

São duas classes pelas quaisdeve-se o maior respeito eadmiração. Desde os colonoseuropeus, principalmente alemãese italianos que iniciaram odesbravamento do nosso Estadobuscando um mundo novo para suasfamílias.

Passado o tempo os termosmudaram de “colonos paraagricultores” e hoje temos a“Agricultura Familiar” de grandeimportância para nossas vidasproduzindo alimentos.

começarão de Panambi, e passarãopor Condor e Ajuricaba, até chegarao distrito de Chorão. Do Chorãoseguirá para Catuípe, Santo Ângeloaté chegar a Ijuí.

A Ceriluz ainda tem planos delevar o cabo de fibra ótica de Ijuí até

Bozano, Coronel Barros, AugustoPestana, Jóia e Santo Augusto. Osmunicípios de Chiapeta, Inhacorá eSão Valério também poderão sebeneficiar com a rede futuramente.

A internet com cabo de fibra óticaserá distribuída até as vilas numprimeiro momento, e a prioridadeserá a internet nas escolas. Apóschegar nas vilas, o sinal do cabo defibra ótica será distribuído naspropriedades através de internet viarádio. Outro serviço que o produtorrural poderá se beneficiar é ascâmeras de vigilância. Com oserviço, o produtor rural poderávigiar a propriedade por meio deimagens que são transmitidas pelainternet.

De acordo com o presidente daCeriluz, Iloir de Pauli, o objetivo étrazer desenvolvimento ao meiorural e fazer com que jovem se fixenas localidades rurais. “Internet émais um benefício que a Ceriluz

pode levar como uma ferramenta dedesenvolvimento”, disse opresidente. O diretor e proprietárioda SouthTech, Carlos EduardoVianna, destacou que o momento éde definir o que será atendido e poronde passará o sinal. Ele disse quehá a possibilidade de levar tambémao meio rural o serviço de TriplePlay (internet, telefonia e televisão).Sobre o custo, ele disse quedependerá do serviço que forcontratado e de que forma ele seráoferecido às propriedades.

O professor Adelar Baggio, umdos integrantes do Comitê de Internetde Ijuí, que lidera o movimento paratrazer uma internet de qualidade aomunicípio, disse que o serviço deinternet é uma necessidade no meiorural. Ele destacou que o serviço trarádesenvolvimento e ajudará na melhorgestão das propriedades,principalmente devido às câmerasde vigilância.

Por outro lado, das carretas puxadaspor bois, dos lombos de mulas, cavalos,abriram-se as estradas e com estasoutras gerações de pessoas vieram,os motoristas que transportampessoas e milhares de toneladas decargas das mais variadas, enfim,transportam o progresso.

São, os motoristas, responsáveispela circulação de 80% do PIB (Produto

Posto São Pedro, margens da RS-155,dezenas de caminhoneirosestacionaram seus possantes e lápermaneceram discutindo osproblemas da classe, como a nova

Paralelo a estas atividades, com avinda da soja que junto com milho etrigo criaram a agricultura em grandeescala, surgiu o setor do agronegócio,que gera bilhões de reais em divisasadvindas da exportação de grãos,óleos, farinha de soja, etc, etc, quetornam o Rio Grande do Sul e o Brasilem “Celeiro do Mundo”.

interno Bruto) do País. Dia e noite, emestradas asfaltadas ou não, comtempo bom ou ruim, faça sol ou chuva,lá estão eles: os “motoristas”. Unsjovens, outros mais calejadosenfrentam as mesmas dificuldades,passam até meses fora de casa,rodando país a fora e mesmo para oexterior.

Por estas e outras razões, que estesdois segmentos de nossa sociedademerecem nossos abraços,reconhecimento e respeito, não só nodia a eles dedicado, mas todos os dias.

No dia a eles dedicado, na últimaquarta-feira, 600 mil motoristasprofissionais, dos quais 85 mil aqui doRio Grande do Sul, paralisaram,estacionaram seus caminhões emprotesto pela falta de condições detrabalho. Em Santo Augusto, junto ao

legislação que prevê paradaobrigatória, para descanso de 30minutos, a cada 4 horas de viagem;preço do frete, e as más condições dasrodovias.

No Posto São Pedro, caminhoneiros paralizados em Santo Augusto

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RURAL4 Sexta-feira, 27 de julho de 2012

Suinocultores protestam com bloqueiode estradas na Região Celeiro

Uma manifestação desuinocultores bloqueou o trânsito noentroncamento da rodovia ERS-210com a BR-468, entre os municípios deSão Martinho e Campo Novo na manhãde sexta-feira da semana passada, 20de julho. O ato começou às 10h30min,nas proximidades do trevo, ondecerca de 800 produtores de suínos seaglomeraram para ouvir as inúmerasmanifestações de suinocultores,representantes de entidades do setor,de representantes das diversasAssociações de Municípios e dedeputados estaduais e federais,seguindo-se a interrupção do trânsito(BR-468) por 30 minutos, o queprovocou congestionamento deaproximadamente 1 km, segundoestimativa da Polícia RodoviáriaFederal que fazia o controle do tráfegono local, o mesmo ocorrendo nasprimeiras horas da tarde quando foifeito um segundo bloqueio, tambémde 30 minutos.

O protesto foi organizado pelaAssociação de Criadores de Suínos doRio Grande do Sul (ACSURS), e pelasassociações de municípios da GrandeSanta Rosa (AMGSR), Missões (AMM),Região Celeiro (Amuceleiro), Zona daProdução (Amzop) e do Planalto

Marcha a Brasília

PropostasO presidente da Associação dos

Criadores de Suínos do Rio Grande doSul, Valdecir Folador, conta que ogoverno vai prorrogar as dívidas decusteio vencidas ou com vencimentoaté janeiro de 2013. Já as parcelas deinvestimento serão adiadas por um anoapós o vencimento da últimamensalidade.

O ministério também anunciouretenção de matrizes por produtores

Pacote de medidas do Governominimiza dificuldades, mas não é

suficientePara a Associação Brasileira dos

Criadores de Suínos (ABCS), não háoutra forma de ajudar o produtor desuínos independente que não seja asubvenção por parte do GovernoFederal da diferença entre o preço davenda do quilo do suíno vivo e o custode produção determinado pela Conabe/ou Embrapa das diversas regiõesprodutoras, pelo menos até o limitede R$ 0,60 por quilo. “Dessa forma, oprodutor que hoje conta com R$ 80,00ou R$ 100,00 de prejuízo reduziria oseu prejuízo para R$ 20,00 ou R$ 40,00,na esperança de melhoria no mercadode pecos dos insumos e da venda deseu produto”, explica o presidenteda ABCS, Marcelo Lopes.

Após o Ministro da Agricultura,Mendes Ribeiro, informar à imprensanacional sobre as medidas já adotadaspelo Mapa para amenizar a crise queafeta a cadeia de suínos na manhã de

Médio (Amuplam), envolvendo maisde 60 municípios e aproximadamente800 produtores de suínos, fazendoparte do movimento Preço Justo paraProduzir. O objetivo é chamar aatenção para as dificuldades vividaspelos produtores, como os baixospreços pagos pelo suíno e a alta dosinsumos, justifica o presidente daAssociação dos Municípios da GrandeSanta Rosa, Jorge Gilberto Klöckner.

De acordo com o presidente daACSURS, Valdecir Folador, ossuinocultores não estão satisfeitoscom as novas medidas de subsídioadotadas pelo Ministério daAgricultura. Entre as reivindicações,está o preço pago pelo quilo do animal.Um dos agravantes da situação é oaumento no preço do milho e do farelode soja, em função da quebra de safra,encarecendo ainda mais o custo daprodução e, segundo o presidente,não é descartado a hipótese de novosprotestos, inclusive na Capital.

Vários parlamentares estaduais efederais estiveram presentesprestando apoio ao movimento eparticipando do protesto, porém, porparte dos governos do Estado e daUnião não houve representante.

19 de julho, o secretário executivo doMapa, José Carlos Vaz, repassou aosrepresentantes do setor uma carta depróprio punho, confirmando ocomprometimento do Ministério daAgricultura em apoio junto aoMinistério da Fazenda a proposta dasubvenção. “O Ministério daAgricultura encaminhará aoMinistério da Fazenda a proposta desubvenção do R$ 0,60 por quilo desuíno, por seis meses, aos produtoresde suínos”, diz a carta. “Esse subsídiodireto ao produtor é a única forma depermitir que o suinocultor brasileiroenfrente os elevados custos deprodução no momento”, reforçou opresidente e alertou: “Se não houveruma intervenção governamental,corremos o risco de um sérioproblema social causado pelasinúmeras granjas que abruptamentefecharão suas portas”.

independentes, o Plano Agrícola ePecuário 2012/2013 aumentou o valorlimite, com prazo de pagamentomantido em até dois anos e juros de5,5% ao ano. Ainda foi disponibilizadauma linha especial de crédito paracompradores de suínos vivos a R$ 2 oquilo. O setor terá uma linha de créditopara financiamentos fora do sistemabancário, contraídos em cooperativas,cerealistas, fornecedores de insumos etradings (empresas de comércioexterior).

Mas os representantes desuinocultores demonstraraminsatisfação diante das medidasanunciadas pelo governo federal.Conforme Folador, os produtoresqueriam garantias de auxílio do governopara levar, por exemplo, milho de umestado para outro sem custo para osuinocultor, financiar o escoamento doproduto, construir estoques públicosdos produtos. “Foi aberto um canal denegociação com o governo”, disse.

A luta dos suinocultores por umamelhor remuneração e pelarenegociação das dívidas reuniu maisde mil produtores de todo o País emBrasília no dia 12 deste mês parareivindicar melhorias para o setor.

Intitulada, “Preço justo paraproduzir”, uma marcha percorreu aesplanada, do Congresso até oMinistério da Agricultura, onde foiservido um almoço coletivo, que nãopoderia ser outro prato senão, porcoassado. No entanto, a propostaapresentada pelo Governodecepcionou a categoria.

Em Brasília, as atividades iniciarampela manhã com uma audiência pública,na Câmara dos Deputados, onde osprodutores debateram as medidasnecessárias para ajudar a categoria.Depois do almoço, eles seguiram empasseata até o prédio do Ministério daAgricultura, onde tiveram uma

audiência com o ministro MendesRibeiro Filho.

Antes do encontro, o ministro daAgricultura, já havia anunciado umalinha de crédito especial no valor de R$200 milhões para a aquisição de leitõesao preço de R$ 3,6 o quilo. Ofinanciamento pode ser acessado porprodutores, agroindústrias,cooperativas e varejistas, com juros de5,5% ao ano.

Valdecir Folador

Texto: Alaides Garcia dos SantosFotos: Lucio Steiner

Bloqueio das rodovias durou cerca de 30 minutos

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Preços da soja disparam, eBrasil tem que produzir

RURAL

SAFRA DE VERÃO

5Sexta-feira, 27 de julho de 2012

Eng. Agr. Vinicius [email protected]

É tempode...

Trigo 1. As lavouras encontram seentre os estágios de perfilhamento eelongação. Este período é muitoimportante para o sucesso da lavoura,pois é nessa fase que se formam asespigas, que serão as responsáveis peladefinição do potencial produtivo dalavoura. Portanto, nessa fase, temosque evitar qualquer tipo de estresse asplantas, sejam eles por: deficiência denutrientes (principalmente nitrogênio),ataque de pragas (principalmentepulgões), presença de plantas invasorase incidência de doenças.

Trigo 2. Para as doenças fungicas(oidio, manchas, ferrugem,) o melhor éfazer a aplicação preventiva, ou seja,no máximo quando do aparecimentodos primeiros sintomas das doenças.Para isso, a consultoria de um assistentetécnico se torna indispensável paradefinir qual o fungicida se enquadramelhor para cada situação.

Milho 1. Nos próximos diascomeçara o plantio de milho em nossaregião e algumas ações devem sertomadas com antecedência para evitarproblemas futuros. Dessecação:recomenda-se fazer com antecedênciamínima de 30 dias ao plantio. Para adessecação de azevém resistente aglifosato acrescentar algumgraminicida junto à dessecação. Paraalguns graminicidas tem que serespeitar um intervalo mínimo de 10dias entre a dessecação e o plantio. Senecessário, faça uma segundadessecação. Controle de pragas. O usode inseticida fisiológico junto com adessecação é muito eficaz no controlede lagartas (lagarta do trigo, lagartarosca, lagarta do cartucho) queatacarão o milho logo após aemergência.

Milho 2. Antes de definir pelo tipode material que será plantado, seprecoce ou tardio, se simples ou triplo,se resistente a pragas ou não,... definirprimeiro qual o nível tecnológico queserá usado (fertilidade do solo,quantidade e tipo de adubo, época deplantio, espaçamento entre linhas, ...),pois de nada adianta plantar ummaterial de alta tecnologia para uminvestimento de baixa tecnologia.

Soja 1. É tempo de comprarsementes, pois devido a seca da últimasafra, há pouca oferta de sementes nomercado, principalmente paras asvariedades mais plantadas na região.

Soja 2. O uso do herbicidametsulfurom-metílico ( ally, zartan,accurate...) nas culturas de inverno(aveia, trigo e áreas de pousio) é umadas melhores e mais eficaz forma dediminuir a pressão de buva na soja, paratanto, não esquecer de respeitar o prazode 60 dias entre a aplicação do herbicidae o plantio da soja.

Nunca esqueça, prevenir é melhorque remediar.

Os preços da soja aumentaram emtodo o mundo. A seca quebrou a safranos Estados Unidos (EUA), que são omaior produtor mundial. Especialistascalculam que o Brasil poderá produzir80 milhões de toneladas. Mato Grossoé o maior produtor de soja e carnebovina do País. Em 2011/2012, o estadoparticipou com 9% do volume mundial.Por isso, o Mato Grosso pretendeampliar a sua participação de 33% nototal nacional da commodity.

A alta cotação levará à expansão daárea plantada naquele estado, comprojeção de produzir 23 milhões detoneladas na safra 2012/13, aumentode 7,7% em relação à 2011/12, em umaárea de 7,4 milhões de hectares. É umbom incremento, sem dúvida. Oestado tem à disposição um banco deterras, hectares degradados e de baixaprodutividade na pecuária, de maisde 7 milhões de hectares para seremconvertidos à agricultura. Caso o Brasilse torne “o dono da soja”, como estáprevisto, o Mato Grosso continuaráliderando. Mas para tanto, o País teráque produzir 10 milhões de toneladasa mais sobre o melhor desempenho,que ocorreu na safra 2010/2011, com75,3 milhões de toneladas.

Com a quebra nos EUA, que poderárepercutir por cerca de dois anos, opreço futuro motiva o aumento deárea no Mato Grosso. Segundo ostécnicos em Cuiabá, as negociaçõesestão travadas e se mantêmsuperiores aos R$ 50,00 por saca paraentrega em março de 2013, um valor25% superior à safra 2011/2012. Equase 58% desta nova safra estavamcomercializados de maneiraantecipada até o final de junho, ante28% no mesmo período de 2011. A

velocidade é reflexo da valorizaçãointernacional da commodity. Em umaprojeção para 10 anos, a safra 2021/2022 poderá ser marcada pelaprodução de 32,8 milhões detoneladas em uma área de 9,8 milhõesde hectares. Porém, para atingir 80milhões de toneladas, além do climae da tecnologia, o Brasil deverásuperar seu atual recorde de áreaplantada, 25 milhões de hectares.

Os EUA têm perspectiva de colher83 milhões de toneladas de soja, 4,2milhões abaixo do potencial inicial. Aí,o Brasil se tornará o novo “dono dasoja”. Mas enquanto toneladas de sojapercorrem mais de 2 mil quilômetrosde Sorriso (MT) até o porto de Santos(SP) para embarcar rumo à China, naArgentina a distância entre a regiãoprodutora do grão até o porto não passade 500 quilômetros. A região da grandeRosário concentra cerca de 80% da

produção de soja na Argentina, cujovolume da safra 2010/2011 atingiu 50milhões de toneladas. Além disso, numraio de 65 quilômetros existem 13indústrias de esmagamento de soja, oque torna a região a maior esmagadorado mundo, com capacidade para 130mil toneladas/dia. A soja roda emmédia 300 quilômetros em rodoviasaté chegar no complexo portuário deRosário, de onde pode seguirdiretamente para a China e para aEuropa, constatou in loco a jornalistaMarianna Peres, de Cuiabá.

De quatro portos há poucos anos,agora são 12, com ações público-privadas. A logística da porteira parafora permite que o custo do frete deuma tonelada até o porto fique emtorno de US$ 20, ante uma média deUS$ 120 de Sorriso (MT) até o porto deSantos (SP), uma diferença de 500%.Dá o que pensar.

Soja na região Noroeste do Rio Grande do SulO modelo de produção de grãos no

Noroeste gaúcho, centradoespecialmente na soja, não permitemais a sobrevivência econômica dosprodutores rurais que trabalham até 50hectares de terra. Estes produtores sãoobrigados a uma reconversão doprocesso produtivo sob pena de seremexcluídos do mesmo.

Em não havendo uma política dereconversão promovida pelo Estado,partir para outras atividades não seriapossível sem os recursos gerados pelaoleaginosa. Ou seja, a política dediversificação optada pela regiãosomente se viabiliza graças aos recursoslevantados com a produção ecomercialização da soja. As mudançasna economia mundial da sojacorrespondem a uma nova fase históricaque inviabiliza uma produção regionalnascida graças aos subsídios do Estado.Assim, o atual cenário da economiamundial da soja coloca em xeque osistema de produção no Noroeste doRio Grande do Sul, provocando umaestagnação do modelo produtivo/comercial anterior. A maioria dosagentes econômicos nacionais eregionais, envolvidos com a economia

da soja, não estando preparada paraesta mudança, acabou sofrendoalterações consideráveis em seu perfil,fato que atingiu as bases do crescimentoeconômico do Noroeste gaúcho.

Pesquisas apontam que aspropriedades rurais com menos de 50hectares se encontram em situaçãobastante difícil e não conseguem maisse manter unicamente com a renda dasoja. No entanto, se é verdade que boaparte das propriedades acabaramabandonando a produção de trigo, pelomenos em escala comercial, igualmenteé verdade que estas propriedadesjamais abandonaram a soja. Assim,surgiu um modelo alternativo quefavoreceu efetivamente adiversificação das atividades napropriedade rural, porém, sempremantendo a soja como um doselementos econômicos centrais,decisivo no conjunto da renda destaspropriedades menores.

Apesar de continuar sendo o motoreconômico regional, a soja não permitea sobrevivência das pequenas e médiaspropriedades rurais quando vistaisoladamente. Os altos custos deprodução e a incapacidade destes

produtores em assimilarem novastécnicas de comercialização, os obrigama modificarem seu sistema de produção.Portanto, a diversificação se impôs.Porém, na falta de subsídios oficiaisconsistentes, ela busca na renda da sojao financiamento para se concretizar.

Outra questão é de que as mudançasna economia mundial da soja, por maisimportantes que tenham sido, nãochegaram a colocar diretamente emxeque a produção regional. A perda decompetitividade de grande parte dospequenos e médios produtores de soja,na região Noroeste do Rio Grande doSul, se deu muito mais pela retirada dosaltos subsídios oficiais e pela perda deespaço sofrida pelo trigo, culturacomplementar na geração de renda ecobertura de custos, junto àspropriedades rurais da região.

A verdade é que a manutenção daatividade rural não pode mais dependerunicamente da soja, fato que o leva abuscar eficiência e profissionalizaçãoigualmente nas demais atividades quegeram renda para o conjunto do seusistema produtivo; a pequena e médiapropriedade não podem mais dependerexclusivamente da soja para sobreviver.

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RURAL 6Sexta-feira, 27 de julho de 2012

Missão do Governo do Estado visitaindústrias e propriedades na Nova Zelândia

Conseleite divulga preço pago ao produtor gaúcho

Organizada pela Secretaria de Estado da Agricultura,Pecuária e Agronegócio (Seapa), a missão gaúcha formadapor representantes do Governo do Estado, do Sindicato daIndústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado doRio Grande do Sul (Sindilat), Farsul e Senar, completou,nesta terça-feira (17), o segundo dia de visita à NovaZelândia. Entre segunda-feira (16) e terça-feira, osintegrantes do grupo visitaram propriedades dedicadas àprodução de carne e leite, indústrias e mantiveram contatoscom produtores e entidades representativas.

Coordenada pelo titular da Seapa, Luiz FernandoMainardi, a missão, que também visitará a Austrália, foiconhecer experiências em rastreabilidade bovina, práticaque começa a ser adotada de forma obrigatória no Paísneste mês, e modelos de produção da bovinocultura deleite. As observações subsidiarão a formatação deprogramas em fase de elaboração pelo Governo do Estado,em sintonia com as Câmaras Setoriais da Carne e do Leite.

Uma das empresas visitada foi a Fonterra, maiorprodutora de lácteos do mundo, que processa anualmente21 bilhões de litros de leite com 40% do mercado global delaticínios. A empresa, criada em 1927, possui 10.500sócios proprietários e a cada década vem se destacandopelo forte investimento tecnológico, sendo a primeiraempresa no mundo a mecanizar integralmente a produçãode queijo com tecnologia na concentração de proteína doleite. Fortes investimentos aliados a uma parceria com aMassey University, uma das principais universidades dopaís, surgida em 1928, tem possibilitado à Nova Zelândiaocupar um lugar de destaque mundial na produção leiteirae de carne bovina.

O mesmo grupo conheceu, no município de PalmerstonNorth, uma propriedade de 500 hectares destinada àprodução de leite, onde conferiu as pastagens como umdos grandes diferencias do país. Formadasfundamentalmente por trevo e azevém, as pastagenschegam a durar até dez anos sem necessidade de replantio,o que permite um diferencial nutricional com menorincidência de mão de obra. A produção média do país estáem torno de 30 litros de leite vaca/dia.

O programa local de rastreabilidade, que a partir destemês passa a funcionar em caráter obrigatório, écoordenado pelo Instituto Nacional de Rastreabilidade(NAIT), e prevê rastrear integralmente o rebanho bovino

formado por aproximadamente 4,4 milhões de bovinos decorte e 6,2 milhões de bovinos de leite.

OpiniãoAs observações sobre o funcionamento da produção de

leite no campo, na indústria e as condições para buscar omercado, com o desenvolvimento de novos produtos,aliado ao papel da universidade, dão a certeza de que oEstado está no caminho correto ao construir um programaque compreenda o todo da cadeia produtiva do leite.

Esta é a opinião do titular da Seapa, Luiz FernandoMainardi, segundo quem a produção gaúcha só teráimportância comercial se forem desenvolvidas açõesestratégicas para isso.”Só vamos conseguir entender oselos da cadeia se vermos isso como um sistema integradoquer começa no produtor, na fazenda, chegando até oconsumidor final e, por isso. precisamos criar um Programade Estado, e não somente de governo¨, acrescentou osecretário.

Para o presidente do Sindilat, Wilson.Zanata, o queimpressionou foi o profissionalismo dos produtores e o fatoda pesquisa das universidades chegar mais facilmente aocampo. Além do produto leite ter supremacia sobre osoutros produtos como a carne. “Aqui os pastos são perenese renovados a cada 10 anos porque foram feitosinvestimentos em pesquisas que desenvolveramvariedades adequadas para este cultivo”, disse Zanata.

Texto e foto: Renê OliveiraEdição: Redação Secom (51)3210-4305

O diretor da Farsul e presidente do Conseleite,Jorge Rodrigues, coordenou reunião do Conselho,nessa terça-feira (17/07) na sede da Farsul. As indústriase os produtores homologaram o preço de referênciado leite padrão para o produto entregue em junho ea projeção para julho. De acordo com Jorge Rodrigues,houve uma pequena recuperação sobre a previsão domês passado. O aumento foi de 0,13%. Para este mês

O Departamento de Estudos Agrários (DEAg)da UNIJUÍ, o Instituto Federal Farroupilha -Campus Santo Augusto e a Universidade de Kasselda Alemanha, por meio do Departamento deEngenharia Agrícola e Engenharia Agrícola dosTrópicos e Subtrópicos e o Departamento deMelhoramento Genético Animal, com apoiofinanceiro da Fundação de Amparo à Pesquisa doEstado do Rio Grande do Sul (FAPERGS),promovem o Curso Internacional (Brasil/Alemanha) sobre o “Manejo nutricional orgânicode vacas leiteiras nos trópicos e subtrópicos”.

Ministrarão o curso, os pesquisadores, Dr. UweRichter (UniKassel) e Dra. Tamina Pinent(UniKassel). O curso ocorrerá em duas edições,de 20 horas cada, sendo a primeira em Ijuí, entreos dias 25 e 27 de julho de 2012, na UNIJUI, e asegunda no IF Farroupilha - Campus Santo

Curso internacional sobre manejo alimentarorgânico de vacas leiteiras

Augusto, entre os dias 31 de julho e 02 de agostode 2012.

O evento objetiva capacitar técnicos,produtores e estudantes sobre o manejoalimentar de vacas leiteiras para altosrendimentos na região dos trópicos e subtrópicos,com ênfase na região Noroeste do Estado do RioGrande do Sul. Serão abordados os fundamentosdas necessidades alimentares de vacas leiteiras;as características e necessidades alimentares dasdiferentes raças de vacas leiteiras nas suasdiferentes categorias e suas fases de produção;manejo alimentar das vacas leiteiras e tecnologiasde alimentação nos mais diversos sistemas deprodução e condições climáticas; distúrbiosmetabólicos e as formas de prevenção a partir dascorretas práticas de manejo alimentar; análisetécnica de propriedades rurais.

a tendência é de estabilidade nos preços.O preço do leite padrão pago no mês de junho

ficou em R$ 0,6614. Para o mês de julho o valorprojetado é de R$ 0,6535.

Nove empresas participaram da formação do preçode referência deste mês. São elas: Brasil Foods,Cosuel/Dália, Cosulati, LBR, Languiru/Coolan, Mumu/Vonpar, Piá, CCGL e Santa Clara.

O Estado do Rio Grande do Sul vive mais ummomento importante na cadeia do agronegócio: de umlado, algumas cadeias produtivas cujos problemassazonais esperamos sejam rapidamente superados; ede outro, a cadeia produtiva do leite com a oportunidadede escrever a sua história e aproveitar para avançar noseu desenvolvimento e consolidação.

Por que faço essa observação? Pelo fato de oEstado, no nosso setor, estar oportunizando adiscussão para a criação de marcos estruturantes doleite. O fato concreto é que RS começa a elaborar umplano para atender às pequenas e médias propriedadesde produção de leite e propiciar a instalação deresfriadores de leite e ordenhadeiras.

O que temos de novo é que esse plano começa aser escrito a partir de discussão dentro da Secretariada Agricultura, com os integrantes da Câmara Setorialdo Leite, com subsídios do Cispoa (órgão que fiscalizaa produção animal e vegetal no Estado), o SIF (Sistemade Inspeção Federal), as empresas que captam leite,associadas ao Sindilat (Sindicato das Indústrias deLaticínios e Derivados do RS) e empresas fabricantesdos equipamentos de resfriadores e ordenhadeirasautomatizadas.

A diferença desse projeto é justamente ouvir aspartes diretamente envolvidas no processo e quetambém são responsáveis pelo incentivo e aumento daprodução de leite. Assim se poderá criar um programacom supervisão e verificar a real demanda dessesequipamentos, esteios da produção, na atividadeleiteira. É bom que se diga que estamos discutindo aprodução da porteira para dentro da propriedade e daporteira para fora. Que o investimento seja pagopequena parte com desembolso e a maior parcela daamortização através da economia da energia elétrica,aumento da produção e também aumento da qualidadeda matéria-prima.

Essa equação está sendo discutida. É partindo deuma metodologia (fórmula de cálculo) que dê garantiaao produtor de leite que se conseguirá pagar oinvestimento ao agente financeiro (bancos) e fabricantesdos equipamentos da viabilidade econômica e financeira.Operar com as menores taxas de juro no financiamentoe garantir ao produtor que conseguirá pagar ofinanciamento sem maiores dificuldades, já que o valordo leite para a viabilidade do pagamento é o padrãoutilizado pelo Conseleite (www.conseleite.com.br.

Com o acesso aos resfriadores e às ordenhadeiras,provavelmente começaremos a identificar outroproblema que ainda ocorre em algumas regiões doEstado: a qualidade da energia elétrica, fatorimportantíssimo na produção do leite, antes de chegaràs indústrias, que deverá ser resolvido. Por isso, aimportância de envolver os atores da Câmara Setorialdo Leite (composta de entidades do governo, produtorese indústrias), pois ali será referendado esse projeto eacompanhada a sua trajetória, com apresentação dosresultados.

Esse projeto está inserido dentro das normativas51 e 62, as principais, em âmbito federal, quenormatizam a produção de leite desde a propriedaderural até o consumidor. A produção sujeita a InspeçãoEstadual e Municipal também parte desse regulamento,dando garantia e transparência ao leite, produto tãonobre, como seus derivados.

Entendo que está sendo dado um passo importantepara a consolidação do RS como um dos estados daFederação mais importantes na produção eindustrialização do leite. Claro que essa proposta, nopapel, é muito bonita, mas na operacionalização e nasua aplicação, com certeza, trará grandes desafios,que certamente serão superados pela cadeia produtiva.

Verificando os principais países produtores eexportadores de leite (estou retornado de uma visita aNova Zelândia e Austrália), vemos que não existe outrafórmula para o crescimento e qualificação da produçãode leite que não seja com a participação da iniciativaprivada (produtores e indústrias) e apoio do governo(federal, estadual e municipal), através de uma políticafiscal e ordenamento jurídico e legal para que possamosalcançar esses objetivos.

Estamos pedindo o apoio e chancela do Estado nosentido de cumprir com o nosso propósito, que é aprodução, que não poderemos alcançar, sem aparticipação do Estado. Que cada um faça a sua parte,para o bem geral da nação.

Marcos estruturantesdo leite gaúcho

Carlos SouzaComEfeito Comunicação

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RURAL 7Sexta-feira, 27 de julho de 2012

Renda no campoSanto Augusto na Voz doCampo, amanhã

Neste sábado 28/07, A VOZ DO CAMPO ESTARÁ EMSANTO AUGUSTO, debatendo o tema: manejoalimentar orgânico de vacas leiteiras, das 08 às 10 damanhã no IFF (Instituto Federal Farroupilha – CampusSanto Augusto).

No primeiro sábadodo mês do julho A Voz doCampo destacou otrabalho da GiovelliIndústria de ÓleosVegetais de Guarani dasMissões, especialmentea parceria com amultinacional ElmaChips que compra óleode girassol da Giovelli.Aliás, é uma empresatotalmente familiar. Umg r a n d eempreendimento quetraz desenvolvimentopara o campo e a cidade.Produtores e liderançasda região estiveramconosco. Família Giovelli de Guarani das Missões recebeu amigos no Programa A Voz do Campo

Em Guarani das Missões

Estarão debatendo sobre o tema proposto ospesquisadores, Dr. Uwe Richter e Dra. Tamina Pinentda Universidade de Kassel da Alemanha juntamentecom profissionais convidados e produtores da regiãoque queiram acompanhar o programa em tempo real

Já no dia 14/07, A Vozdo Campo fez umprograma especial naEmpresa Agrinova(Grupo Van Ass) emPanambi que tratou deum assuntoe x t r e m a m e n t eimportante: sucessãofamiliar. O que será daspropriedades rurais nofuturo?

Participaram doprograma, Sandro Eliasdiretor da Safras & Cifrasde Pelotas, empresa deconsultoria que atua noBrasil inteiro desde 1990,Adriane Costa Beber daAgropecuária Brasitáliade Panambi, FernandaSovernigo , SiegfriedKwast, presidente doGrupo Fockink, Flávio

Adriane Costa Beber (a esq), Sandro Elias (Safras & Cifras de Pelotas) e FernandaSovernigo.

Em PanambiArmazenagem de

grãos foi o assunto doPrograma no dia 21/07na ACI (AssociaçãoComercial e Industrial)em Panambi. Presençade produtores rurais eempresários. Tivemosa participação deouvintes de diversasregiões do Estadointeragindo conosco.

Produtores rurais e empresários.

É A voz do Campo chegando em mais de 250 municípios e mais de 3 milhões de gaúchos.Retransmitido por 6 emissoras de rádio: Verdes Pampas fm de Santiago; Sorriso fm dePanambi; Ciranda fm de Santo Augusto/Chiapetta; Rádio Santo Angelo AM; Rádio GuaramanoAM de Guarani das Missões; Rádio Tapense AM de Tapes. O Show Agrícola Tá No Ar!

Dalarosa, diretor daEngegran, Alexandrevan Ass, ValdecirSovernigo, produtor,deputado Luiz CarlosHeinze, além de

Em Panambiprodutores rurais eparceiros da Voz doCampo.

Mais uma vez o quedeu para sentir foi agrande audiência da Voz

do Campo, confirmandoo crescimento no projetode mídia que tem comoobjetivo principaldefender os interessesdos produtores e unirtoda a família rural.

Dr. NÉRI PERIN – Advogado DIREITO AGRÁRIO

Passo Fundo-RS

Com o intuito de informar arespeito da garantia de rendana atividade rurícola no Brasil,comparada com as políticaspúblicas estruturadas naEuropa e Estado Unidos,ousamos propor uma brevereflexão e provocar osurgimento de novas econcretas propostas para arealidade brasileira.

A agropecuária secaracteriza por estruturallentidão na recuperação docapital de giro. Seconsiderarmos a atividade jáem pleno desenvolvimento,veremos que a produçãoagrícola, nas circunstânciasmais favoráveis, demanda não menos que nove meses para oretorno do capital investido, enquanto que a indústria recuperaesse capital três ou quatro vezes neste ciclo.

Enquanto o industrial pode avaliar e prever a quantidade debens que fabricará, o rurícola, em razão da estrita dependênciados fatores climáticos, não pode eficientemente prever o volumedos bens que produzirá e preço que alcançarão.

Assim, tem destaque o papel do Estado na oferta de recursosnecessários e fundamentais ao pleno desenvolvimento e àmanutenção do equilíbrio entre demanda e oferta no setor dealimentos, bem como na efetivação de políticas de preços queassegurem renda na atividade. O procedimento estatal deveránecessariamente se pautar pelo protecionismo e subsídios,contemplando desde a adoção de preços mínimos, oferta decrédito bastante, suficiente e oportuno, até a instalação debarreiras alfandegárias.

No Brasil, apesar da existência de vasta Legislação queprevê e garante a realização da renda para quem atua naatividade rurícola, na prática, não há implementação de medidasque atendam ao comando legal, resultando na quebra, nodesmonte do Setor Primário, com a transferência do patrimôniodos produtores para o Sistema Financeiro.

Por seu turno, a Comunidade Europeia bem como os EstadosUnidos da América dão exemplo do como deve ser – seusAgricultores têm garantia de usufruir renda em toda atividade queempregam.

O Setor Primário brasileiro, na contramão da história, nãoconta com uma Política efetiva de subsídios que garanta obtençãode renda na atividade.

Como sabemos, são necessários pesados investimentosque demandam quase um ano para obtenção do retorno, semqualquer garantia de resultado superavitário. Não raras vezessão contabilizados prejuízos que vão sendo “estocados” atéinviabilizar a própria atividade, e não foram poucos os produtoresque ficaram à margem do processo produtivo.

Por conseguinte, nossos esforços devem ser endereçadosno sentido de divulgar esse estado de fato, mostrando que aEuropa e os Estados Unidos não têm problemas de êxodo rural,contando com efetiva distribuição de riquezas, não por patéticaesmola governamental, mas pela correta implementação desubsídios ao Setor Primário, garantindo o bem-estar da populaçãocom oferta adequada de alimentos.

Esperando que essas linhas tenham, mesmo queminimamente, contribuído para a compreensão do complexoproblema em que nos vemos autores, finalizamos aguardandonova oportunidade para dialogarmos sobre as soluções oucaminhos para a agropecuária brasileira que, necessariamentepassa pela adequação de conduta das multinacionais que seapropriam de parte do nosso trabalho.

Santa Rosa

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8Sexta-feira, 27 de julho de 2012

Indústria ervateira do RS organiza-se parasuprir demanda estadual

Com expectativa de crescimentodo consumo de erva-mate no RioGrande do Sul de 10% nos próximostrês anos, a cadeia produtiva tenta seorganizar para suprir, pelo menos, ademanda estadual. Neste sentido, oSindicato da Indústria do Mate noestado do Rio Grande do Sul(Sindimate) planeja envolver os cincopolos ervateiros em pesquisa paralevantar a área, a produção, asvariedades e os investimentos nosetor, com término previsto para o

próximo mês de agosto.Os dados serão tabulados por um

grupo técnico formado por Emater,Univates e Sindimate sob o objetivode embasar políticas que ampliem oinvestimento em incremento deprodutividade e expansão de áreaplantada, principais desafios dosetor, que hoje ocupa cerca de 30 milhectares. Os gaúchos consomem emtorno de 60% da produção nacional,de 93 mil toneladas. A safra estadualgira ao redor de 49 mil toneladas. O

restante é trazido, principalmente,do Paraná, o maior produtorbrasileiro.

Para auxiliar no aumento daprodução, o Sindimate pleiteia aoPalácio Piratini um fundo estadualpara erva-mate, semelhante aoFundovits. Conforme o presidente dosindicato, Alfeu Strapasson, o estatutojá foi constituído e deve ser repassadoaté agosto para a aprovação dogovernador Tarso Genro. “Esperamosque até o final do ano o governadoraprove”, projeta o líder sindical.

Já o vice-presidente do poloervateiro dos Vales, FernandoHeissler afirma a necessidade depesquisar junto aos produtores. “AEmater diz que temos 5 mil hectaresplantados com erva-mate na nossaregião, mas acho que não condiz coma realidade. Devemos ter, no máximo,3 mil hectares. Temos que acertar paraque o setor tenha políticasadequadas”, comenta.

Conforme levantamento doSindimate, a produtividade média noEstado é de seis toneladas/hectare.Por sua vez, a Emater é mais otimistae divulga média de 8,5 toneladas/hectare. Temos localidades em que aprodutividade chega a 15 toneladas/ha. Em alguns polos, temos produtoresdesistindo de plantar em função dorendimento baixo, como no Planaltoe nas Missões. No polo Nordeste,temos situação contrária, relataEvandro Melo, engenheiro agrônomoda Emater. Ele acrescenta que, há 10

Outroraabundante,

hoje carênciaNos limites regionais, outrora de

ocorrência abundante, nos rincões deSão Jacob, Campo Novo, Guarita eInhacorá, a mata ervateira motivou aocupação deste vasto território. Aprincípio, recebendo arranchamentostransitórios pelos mensus (índioservateiros). Quando se consolidou acolonização, à medida em queavançavam as fazendas de gado que nãosomente ocupando os campospaleáceos e a intensificação daagricultura, os ervais foram perdendoespaços.

Décadas mais tarde, quando instalou-se a mecanização na produção primária,a destruição da mata ervateira assumiugrandes proporções, rareando a ofertapara a indústria. Tanto que, hoje, acarência da folha já determinou preçoalto para o consumidor.

anos, o Rio Grande do Sul tinha 38 milhectares plantados. A cultura perdeuespaço para a soja, mas a esperança derecuperar área pelo menossemelhante à da década passadapersiste. “Importar erva do Paraná estáficando cada vez mais caro”, completa.(Fonte: Correio do Povo, 15/07/12).

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