O Céu é o Limite jornal a saúde nas suas mãos aude ANGOLA · desde a gestão de recursos...

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Mais de 50% dos indivíduos nunca tinha realizado uma medi- ção da pressão arterial. As conclusões pedem a implemen- tação de políticas de saúde que promovam a prevenção primária, diagnóstico preciso e acesso a opçõesde tratamento eficazes para a HTA. |12 e 14 Hospital municipal da Cela, no Cuanza Sul, abre brevemente ao público, reabilitado e com múl- tiplas valências. O Zaire vai contar a partir deste ano com uma Escola Superior de Enfermagem que está a ser construída no espaço adjacente ao futuro hospital provincial na localidade de Nkunga-a-Paza, periferia da cidade de Mbanza Congo. No Cuanza Norte, acção formativa capa- cita os administradores municipais e titulares de cargo de chefia sobre a metodologia para a ela- boração dos planos municipais de desenvolvimento sanitário para o período 2013/2017. |6, 8 e 10 jornal Ano 5 - Nº 48 Março 2014 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro O Céu é o Limite MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da O cérebro das mulheres e dos homens é diferente Estudo científico analisou 949 crianças, adolescentes e jovens adultos. Redes cerebrais das mulheres facilitam a memória e as capacidades cognitivas sociais, enquanto nos homens ajudam no desempenho motor e na visualização espacial. |20 Estudo no Bengo Um quarto da população é hipertensa e quase metade préhipertensa SAÚDE EM CONSTRUÇÃO NAS PROVÍNCIAS Os primeiros 14 médicos angola- nos receberam o diploma de especialização em gestão da saúde, após um programa intenso que abrangeu matérias desde a gestão de recursos humanos ao planeamento, controle de gestão, logística, marketing, gestão estratégica, financeira, inovação e quali- dade. |7 Saúde com gestão Desde o nascimento de um filho, um dos momentos mais esperados dos pais é o surgimento da primei- ra palavra – e que ela seja, de pre- ferência,“mamã” ou “papá”. Mas, sem saber, frequentemente os pro- genitores, com atitudes menos cor- rectas, atrapalham o bom desen- volvimento da fala e da linguagem dos seus filhos. Neste artigo pre- tende-se identificar esses erros para que sejam evitados. |18 No desenvolvimento da fala e da linguagem dos filhos Os erros mais comuns dos pais 4 º Aniversário Parabéns ao Jornal da Saúde! Foi no dia 11 de Março de 2010, no Centro de Saúde da Ilha do Cabo, em Luanda, que o Jornal da Saúde foi lançado, na presença das mais altas individualidades do Ministério da Saúde, da Ordem dos Médi- cos de Angola, e demais convidados, entre profissionais da saúde, representantes de empresas e colegas da imprensa. O projecto, inovador em África, constituía um tremendo desafio. Hoje, ao comemorarmos quatro anos de vida, e com um reconhecimento e uma audiência crescente, sentimos que temos cumprido a nossa missão, mas também que ainda temos muito que caminhar no sentido de levar a informação e o conhecimento sobre saúde a todos os angolanos. Um obrigado e parabéns a todos!

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Mais de 50% dos indivíduos

nunca tinha realizado uma medi-

ção da pressão arterial.

As conclusões pedem a implemen-

tação de políticas de saúde que

promovam a prevenção primária,

diagnóstico preciso e acesso a

opçõesde tratamento eficazes para

a HTA. |12 e 14

Hospital municipal da Cela, no Cuanza Sul, abre brevemente ao público, reabilitado e com múl-tiplas valências. O Zaire vai contar a partir deste ano com uma Escola Superior de Enfermagemque está a ser construída no espaço adjacente ao futuro hospital provincial na localidade deNkunga-a-Paza, periferia da cidade de Mbanza Congo. No Cuanza Norte, acção formativa capa-cita os administradores municipais e titulares de cargo de chefia sobre a metodologia para a ela-boração dos planos municipais de desenvolvimento sanitário para o período 2013/2017. |6, 8 e 10

jornalAno 5 - Nº 48 Março2014Mensal Gratuito

Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

O Céu é o Limite

MINISTÉRIO DA SAÚDE

GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA audea saúde nas suas mãos

A N G O L A

da

O cérebro das mulheres e dos homens é diferente

Estudo científico analisou 949 crianças, adolescentes

e jovens adultos. Redes cerebrais das mulheres facilitam

a memória e as capacidades cognitivas sociais, enquanto

nos homens ajudam no desempenho motor e na

visualização espacial. |20

Estudo no Bengo

Um quarto dapopulação é hipertensa equase metadepré-hipertensa

SAÚDE EM CONSTRUÇÃO NAS PROVÍNCIAS

Os primeiros 14 médicos angola-

nos receberam o diploma de

especialização em gestão da

saúde, após um programa

intenso que abrangeu matérias

desde a gestão de recursos

humanos ao planeamento,

controle de gestão, logística,

marketing, gestão estratégica,

financeira, inovação e quali-

dade. |7

Saúde com gestão

Desde o nascimento de um filho,

um dos momentos mais esperados

dos pais é o surgimento da primei-

ra palavra – e que ela seja, de pre-

ferência,“mamã” ou “papá”. Mas,

sem saber, frequentemente os pro-

genitores, com atitudes menos cor-

rectas, atrapalham o bom desen-

volvimento da fala e da linguagem

dos seus filhos. Neste artigo pre-

tende-se identificar esses erros

para que sejam evitados. |18

No desenvolvimento da fala e da linguagemdos filhos

Os erros mais comuns dos pais

Aniversário

Parabéns ao Jornal da Saúde! Foi no dia 11 de Março de 2010, no Centro de Saúde da Ilha do Cabo, emLuanda, que o Jornal da Saúde foi lançado, na presença das mais altas individualidades do Ministério da Saúde, da Ordem dos Médi-cos de Angola, e demais convidados, entre profissionais da saúde, representantes de empresas e colegas da imprensa. O projecto,inovador em África, constituía um tremendo desafio. Hoje, ao comemorarmos quatro anos de vida, e com um reconhecimento euma audiência crescente, sentimos que temos cumprido a nossa missão, mas também que ainda temos muito que caminhar nosentido de levar a informação e o conhecimento sobre saúde a todos os angolanos. Um obrigado e parabéns a todos!

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Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano daFaculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Car-valho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Con-ceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isa-bel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Jo-seth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuelade Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta: Maria Odete Manso Pinheiro [email protected];

Redacção: Francisco Cosme dos Santos; Luís Óscar; Madalena Mo-reira de Sá; Mara Mota.Correspondentes provinciais: Elsa Inakulo(Huambo); Diniz Simão (Cuanza Norte); Casimiro José (Cuanza Sul);Victor Mayala (Zaire) Publicidade:Maria Odete Pinheiro Tel.:935 432 415 [email protected] Revisão: Sa-ra Veiga; Fotografia: António Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor:Marketing For You, Lda - Rua Dr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar - In-gombota, Luanda, Angola, Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462,[email protected]. Conservatória Registo Comercial deLuanda nº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Ministério

da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº 143.Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670 Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís Morais Salvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem:Fernando Almeida; Impressão e acabamento:Damer Gráficas, SATransportes: Francisco Carlos de Andrade (Loy) Distribuição e assinaturas: AfricanaTiragem: 20 000 exemplares. Audiência estimada: 100 mil leitores.

FICHA TÉCNICA

Parceria:

O Jornal da Saúde chega gratuitamente às suas mãos graças

ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente

responsáveis que contribuem para o bem-estar dos angolanos

e o desenvolvimento sustentável do país.

QUADRO DE HONRAEmpresas Socialmente Responsáveis

www.jornaldasaude.org

2 actualidade Março 2014 JSa

Paz e tolerânciaA Fundação Lwini lançou o Pro-grama de Intervenção Social“Educar é a Nossa Missão” – aoqual o Jornal da Saúde se asso-ciou – conforme noticiado nasúltimas edições. O programapromove campanhas de sensibi-lização para a mudança de com-portamento e de boas práticasno seio das famílias e da socie-dade. As palestras têm um temamensal para debate. Convida-mos os leitores do JS a desmul-tiplicarem este esforço junto àssuas unidades de saúde, empre-sas e instituições, promovendoum encontro de divulgação edebate sobre cada tema.O tema central de Abril é a

paz e a tolerância

Paz é geralmente definida co-mo um estado de calma ou

tranquilidade, uma ausência deperturbações e agitação, violên-cia ou guerra, como por exem-plo paz entre as nações e den-tro delas. É um dos grandes ob-jectivos das Nações Unidas.No plano pessoal, paz significaum estado de espírito isento deira, raiva, desconfiança e, de ummodo geral, todos os sentimen-tos negativos.Tolerância significa aceitar ummal menor por um bem maior.Define o grau de aceitação dian-te daquilo que é contrário auma regra moral, cultural, civilou física. Devemos entenderque nem tudo é perfeito. Partedo processo de uma vida exito-sa e feliz é buscar sempre o me-lhor; mas nesse processo porvezes surgem falhas, erros e

omissões, pelo que devemosaprender a valorizar a gravidadede uma falta para sancioná-la ounão.Do ponto de vista da socieda-de, a tolerância é a capacidadede uma pessoa ou grupo socialaceitar outrem que tem umaatitude diferente das que são anorma no seu próprio gruposocial e comunitário.A tolerância é necessária paranão vivermos de maneira rígidae em excesso. É através da tole-rância que podemos chegar aomesmo ponto, através do con-senso. Quando não há tolerân-cia, o dialogo é mais difícil.

Temas colaterais para o mês deAbril: Compreensão, Flexibili-dade Calma

Um dos maiores desafios que o sector da Saú-de enfrenta é a gritante falta de quadros supe-riores, médios e básicos para responder às ne-cessidades em todo o território nacional.

A construção de infra-estruturas hospita-lares tem sido uma realidade em todo o país. Os médicos, enfermeiros e técnicos têm sabi-do corresponder às expectativas. Empe-nham-se com afinco e, nalgumas regiões, emcondições difíceis para tornar funcional osector da Saúde e evitar óbitos em milharesde famílias.

Contudo, o número de médicos em Ango-la é insuficiente para as necessidades, com orácio de um médico para cada cinco mil habi-tantes, conforme revelou este mês, em Luan-da, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, noSeminário Nacional da Política de RecursosHumanos da Saúde no âmbito da realizaçãodo Conselho Consultivo do seu Ministério.Segundo o governante, existem apenas 3.541médicos, nacionais e estrangeiros, para oscerca de 18 milhões de angolanos. José Van-Dúnem acrescentou que, em Angola, traba-lham 34.300 enfermeiros e 6.414 técnicos dediagnóstico e terapêutica, e salientou que,embora aqueles números não cheguem paraas necessidades, triplicaram desde 2002,quando a guerra civil terminou no país.

Ainda assim, em muitos municípios exis-tem apenas dois médicos ao dispor da popu-lação, situação preocupante. Para reverter oquadro, José Van-Dúnem recomendou a pro-moção e investimento em especializaçõesmédicas.

As prioridades, apontou o ministro, vãopara as áreas de ginecologia e obstetrícia, pe-diatria, cirurgia, medicina interna, médicos defamília, cardiologia, ortotraumatologia, pato-logias, clínicos e anestesistas e técnicos nasáreas de radiologia e cardiopneumologia.

Também neste sentido vai a apreciação dobastonário da Ordem dos Médicos de Ango-la, Carlos Pinto de Sousa, que preconiza ummédico para cada três mil habitantes para queos cidadãos possam receber uma melhor as-sistência. Para este responsável, esta meta sóvai ser alcançada se houver uma aposta sériana formação interna de mais médicos e commelhor qualidade.

A contrastar, temos um orçamento do Es-tado para 2014 em que a saúde sofre uma re-dução superior a 53 mil milhões de kwanzas,ou seja uma queda de 14,5% de 2013 para2014. O seu peso na despesa total diminui em1,3 pontos percentuais de 5,6% em 2013 paraapenas 4,3% em 2014. A única rubrica da saú-de que escapa aos cortes em 2014 são os ser-viços de centros médicos e de maternidade,cujos recursos aumentam 27,7% para 60,5mil milhões de kwanzas.

Esperemos que as recomendações e subsí-dios saídos do Conselho Consultivo do Mi-nistério da Saúde sirvam para acelerar as re-formas que o sector conhece e que visam as-segurar que todas as famílias angolanas te-nham a garantia de assistência médica e medi-camentosa de Cabinda ao Cunene.

Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]

Os recursos humanos na saúde

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AcTUALIdAdE 3Março 2014 Jsa

MArA MotA

“Mulher que se ama, se cuida” foio lema da Feira da Saúde da Mu-lher, realizada pela Repartição daSaúde do Município de Luanda. Oevento decorreu nos dias 7 e 9de Março, na Praça da Família, pa-ra saudar o dia internacional damulher e incentivar as senhorasda província a cuidarem da suasaúde, recorrendo aos serviçosprestados pelas unidades sanitá-rias, principalmente a consultapré-natal e de planeamento fami-liar.

“Temos notado um grandeabsentismo das mamãs nas con-sultas pré-natal. Lamentavelmen-te, muitas delas não cumprem ocalendário e, por vezes, realizamdurante os nove meses apenasuma ou duas consultas, o que setraduz num grande risco”, afir-mou ao Jornal da Saúde, à mar-gem da inauguração da feira, a di-rectora da Repartição da Saúdeda Comissão Administrativa daCidade de Luanda, a médica Vitó-ria Cambuanda. A consequência“é o aumento do índice de mor-talidade materno infantil. Sãoconsultas extremamente impor-tantes para as gestantes porqueajudam o acompanhamento dagravidez e a preparação do par-

to. Só fazendo a consulta é que agestante pode fazer o tratamen-to intermitente para prevenir opaludismo, doença que causa25% de mortes neonatal”, enfati-zou.

Exposição mostrou

sala de parto

Durante o evento esteve pa-tente uma exposição da sala departo e do planeamento familiar,para que as pessoas que nunca ti-veram contacto com estes servi-ços pudessem ver como são e fi-car com uma ideia do que aí de-corre. Com o apoio do CentroNacional de Oncologia foi feito orastreio do cancro da mama e docolo de útero. Procedeu-se à rea-lização de uma campanha deaconselhamento à testagem vo-luntária da SIDA, medição da ten-são arterial, teste de glicemia –para quem quisesse saber se édiabético –, teste do grupo san-guíneo, desparasitação, consultasde clínica geral, de nutrição, assimcomo a vacinação de pessoas eanimais. A medicação também es-teve garantida.

Apesar de se dirigir funda-mentalmente à mulher, o eventorecebeu também visitas de ho-mens, além de crianças, que be-neficiaram dos ensinamentos.

Feira da Saúde

“Mulher que se ama, se cuida”

Na mesa que presidiu ao acto de inauguração, da esquerda para a direita: Simão Lenda, Victória Cambuanda, Rosa Bessa, Fran-

cisca Fortes, Raimundo Pires, Clementina da Silva e António Malungo

Palestras de educação para a saúde tiveram grande adesão

de jovens mulheres

Valeu a realização desta Feira que levou os cuidados de saúde

mais próximos das famílias, com serviços gratuitos. O resultado

foi a grande adesão da população, principalmente no segundo dia

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4 actualidade Março 2014 JSA

UMA EQUIPA AO SERVIÇO DA SAÚDE

Raio XMonitores e Ventiladores Mecânicos

Equipamentos para o Bloco OperatórioEquipamento Post Mortem

Equipamentos para Investigação ForenseMateriais e Reagentes de Laboratório

Redes de Gases Medicinais, Industriais e VácuoAcessórios e Consumíveis para os Hospitais

Oxigenoterapia ao DomicílioGeradores de Oxigénio e Azoto Gasosos

Material para Desinfecção HospitalarConsumíveis e Descartáveis

Loja: Rua 1º Congresso do MPLA, nº 9 – 2º andar AP.O. Box: 2986-5204 Luanda, Angola

Tel.: 222 391 466 / 222 397 278 Fax: 222 295 656Armazém e Oficinas: Projecto Morara Viana II – Casa QF 5, Lote nº 19

Luanda, AngolaTel. / Fax: 222 295 656 E-mail: [email protected]

“A mensagem do Kaluanda-Piô(na prevenção do paludismo, pó-lio e dengue)” é o título do livroque será lançado no princípio domês de Abril e que pretende con-tribuir para uma maior e melhoreducação sanitária das nossascrianças, sobretudo das que vi-vem no meio rural, porque “pre-venir uma doença é sempre maisfácil do que tratá-la!”, como afir-mou em entrevista ao Jornal daSaúde o autor da obra, o jornalistaKim Freitas (Tio Kim). Na verdade, já fazia falta na

nossa sociedade uma obra quesensibilizasse as crianças para osperigos que estas doenças repre-sentam. O objectivo é que elas ga-nhem consciência de que podemprevenir essas doenças cumprin-do regras básicas e simples onde ahigiene corporal e do meio ondevivem são factores primordiais.Segundo Kim Freitas, durante

a sua experiência de trabalho emprogramas radiofónicos infantis,ao longo de mais de 20 anos, cons-tatou que existe um grande desco-nhecimento, quer da parte dascrianças, quer da parte dos pais,sobre a forma correcta de se pre-

venirem doenças muito comuns,como o paludismo. “O facto é ain-da agravado porque nas escolas,onde as crianças passam a maiorparte do tempo, alguns professo-res não ensinam as noções bási-cas da educação sanitária (nemque seja só para a motivação daaula, não existe esta orientação

para as nossas crianças)”, argu-mentou.O livro é também um “alerta”

para que professores e educado-res de infância possam, no seudia-a-dia, informar as crianças danecessidade de se prevenirem dedoenças graves evitáveis, como éo caso não só do paludismo, po-

liomielite ou dengue, mas tam-bém da cólera, tuberculose, téta-no, febre tifóide, entre outras.

Iniciativa louvávelPara o director nacional do

programa da malária, FilomenoFortes, que prefaciou o livro, “tra-ta-se de uma iniciativa louvável e

que encoraja oprograma infantilda Rádio Luanda, oKaluanda-Piô, aafirmar-se comoum parceiro forte doMinistério da Saúdena difícil jornada de

reduzir a morbilidade e a mortali-dade das doenças transmissíveis,em Angola”.O livro é recomendado às

crianças, encarregados de educa-ção, professores, técnicos de saú-de, entre outros.O autor e a sua equipa de traba-

lho prometem levar a obra aomaior número possível de locaisdo País (distritos, municípios, al-deias), quer no âmbito da promo-ção do livro, como da realizaçãode palestras sobre a educação sa-nitária ou espectáculos musicaiscom vários concursos ligados amatéria de saúde.Editado pelo Projecto Nden-

guelândia, a obra apresenta-nosuma linguagem acessível, comilustrações de Armando Eduardo,32 páginas, impresso pela DamerGráficas, num total de 2000 exem-plares.

Mensagem sobre prevenção de doençasvai ser lançada em livro infantil

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5publicidadeJSA Março 2014

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Agora que o país vive um contexto de estabili-dade política, económica e social, o Executivoapressa-se em criar as condições indispensá-veis para que a população possa beneficiar deassistência medica e medicamentosa de qua-lidade.Para o alcance deste desiderato, o Executi-

vo angolano decidiu colocar em marcha o Pla-no Nacional de Desenvolvimento Sanitário2012-2025 (PNDS). Trata-se de um documen-to orientador para a implementação de estra-tégia de desenvolvimento a longo prazo noque concerne à política nacional de saúde. Foi com este propósito que gestores de di-

ferentes sectores públicos e das administra-ções municipais do Cazengo, Ambaca, Go-lungo Alto, Cambambe e Lucala, província doCuanza Norte, foram capacitados de 9 a 14 deMarço, em matérias sobre a elaboração dosPlanos Municipais de Desenvolvimento Sani-tário.

Acção formativaA acção formativa, promovida pela Direc-

ção Provincial de Saúde do Cuanza Norte, vi-sou capacitar os administradores municipais

e titulares de cargo de chefia sobre a metodo-logia para a elaboração dos planos municipaisde desenvolvimento sanitário para o período2013/2017, cujas estratégias serão transforma-das em acções e intervenções concretas mul-tissectoriais a ser executadas e monitorizadasa nível municipal, provincial e nacional, notempo definido.E a importância da elaboração dos planos

municipais para o desenvolvimento sa-nitário mereceu vivos aplausosde administradores munici-pais e gestores do sistemade saúde participantesao certame.De acordo com os

mesmos, o encontrorevestiu-se de grandeimportância, na me-dida em que traçou aslinhas mestras para amelhoria da prestaçãodos serviços de saúde àspopulações, principalmentecontra as doenças cujo combateconstitui prioridade do Executivo.As opiniões dos administradores O administrador municipal do Golungo Al-

to, Cirilo Matas Mateus, destacou a importân-cia da elaboração do Plano Municipal de De-senvolvimento sanitário (PMDS) na melhoriada qualidade de assistência médica e medica-mentosa às comunidades. De acordo com este responsável, o Plano

vai facilitar a programação, execução e segui-mento na materialização das grandes orien-tações estratégicas preconizadas pelo Gover-no para o sector da saúde.

Frisou que o referido Plano é um instru-mento importante que visa diagnosticar todasas questões que dizem respeito ao sistema sa-nitário dos municípios de modo a propiciaruma resposta cabal às necessidades da cir-cunscrição no domínio da saúde.Por seu turno, o director geral do Hospital

Municipal de Cambambe, Justino Tchikenje,considerou que os Planos Municipais de De-

senvolvimento Sanitário vão contribuirpara a elaboração de uma estraté-

gia que visa melhorar a presta-ção de cuidados de saúdecom qualidade nas ver-tentes de promoção,prevenção, tratamento,reabilitação. Reforça,ainda, a articulação en-tre a intenção primáriados cuidados hospitala-res.Já o administrador mu-

nicipal de Ambaca, JoséFrancisco Barros Ranque Frank,

afirmou que o grande objectivo doPMDS é operacionalizar a prestação de cuida-dos a nível comunitário, sublinhando que ca-da um deve dar o seu máximo para correspon-der às expectativas da população.Para José Frank, o PMDS deve mobilizar to-

da a sociedade de modo a contribuir para aidentificação das principais necessidades queo sector sanitário apresenta a nível dos muni-cípios. Nesta formação os participantes adquiri-

ram conhecimentos sobre a análise de uma si-tuação, a identificação dos problemas, selec-ção de prioridades, fixação de objectivos e a

selecção de estratégias e análise de viabilida-des.Os participantes debruçaram-se ainda so-

bre o orçamento e monitorização de avaliaçãopropostas para o sistema de monitoria.Participaram no encontro responsáveis do

sector da saúde daquelas circunscrições, ad-ministradores municipais e técnicos das re-partições de educação dos referidos municí-pios.O Plano Municipal de Desenvolvimento

Sanitário integra o Plano Nacional de Desen-volvimento Sanitário 2012-2025 (PNDS) e éum documento orientador para a implemen-tação da estratégia de desenvolvimento a lon-go prazo (2012-2025) e da política nacional desaúde. A nível dos municípios será implementado

por um período de cinco anos (2013-2017) eas estratégias apontadas são transformadasem acções e intervenções concretas multis-sectoriais a ser executadas e monitorizadas anível municipal, provincial e nacional, dentrodo prazo definido.Neste encontro participaram responsáveis

de todos os sectores da saúde pública da mu-nicipalidade, administradores municipais,comunais e seus adjuntos, assim como técni-cos da Direcção municipal de educação.A província do Cuanza Norte possui uma

extensão territorial de 20.252 quilómetrosquadrados e uma população estimada em438.659 habitantes. É limitada a norte pelaprovíncia do Uíge, a leste por Malange, a sulpor Luanda e a Oeste pelo Bengo. Os seus mu-nicípios são: Cazengo, Cambambe, Bolon-gongo, Banga, Quiculungo, Lucala, Samba-Cajú, Ambaca, Golungo Alto e Ngonguembo.

Gestores públicos destacam importância do Plano Municipal de Desenvolvimento Sanitário na melhoria da assistência médica

Diniz SiMão

Correspondente no Cuanza norte

texto e fotografia

Durante o período do conflito armado que de-

vastou o país, a assistência que se fazia às popu-

lações, sobretudo as das áreas de difícil acesso,

segundo especialistas do sector da saúde, era

precária, pois as condições não permitiam que

fosse levada para aquelas localidades uma assis-

tência médica e medicamentosa de qualidade.

ADMiniStrADor MunicipAl Do golungo Alto, cirilo MAtAS MAteuS “O Plano Municipal vai

facilitar a programação, execução e seguimento na materialização das grandes orientações es-

tratégicas preconizadas pelo Governo para o sector da saúde”

Director gerAl Do HoSpitAl MunicipAl De cAMbAMbe, JuStino tcHikenJe Os planos Munici-

pais de Desenvolvimento Sanitário vão contribuir para a elaboração de uma estratégia que visa

melhorar a prestação de cuidados de saúde com qualidade nas vertentes de promoção, preven-

ção, tratamento, reabilitação e reforçam, ainda, a articulação entre os cuidados primários e os

hospitalares”

O

Plano Municipal

de Desenvolvimento

Sanitário integra o Plano

Nacional de Desenvolvimento

Sanitário 2012-2025 (PNDS).

Constitui um documento

orientador para a implementação

da estratégia de

desenvolvimento a longo

prazo e da política

nacional de saúde.

JSA Março 2014 6Saúde Cuanza norte

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7JSA Março 2014 fORmAçãO

Curso de especialização em gestão da saúde termina com sucessoPrimeiros gestores da saúde já estão a introduzir melhorias nas suas unidades

QUADRODE HONRA

Estes são os primeiros 14

gestores angolanos de

unidades de saúde que

concluíram com sucesso

o Programa de

Especialização em Gestão

da Saúde.

- Amaral Justino Domingos- Luzaiadio José- Álvaro Zita Viegas- Arão Lourenço da Silva- Eliseu Chimbanjela- Fernando Ferreira Vicente- Filomena Maria Cândida Franco Burity da Silva Neto- José Huote Quibulucuto- Manuel Rosélio da Siva Escórcio - Mariana da Conceição Fátima Fernandes- Miguel Gaspar António Sebastião- Tomás Dembe Chianga- Fuankenda Munkama- Ana Maria Samuel Chamoleha

O curso contou com

mais 11 participantes que

irão frequentar na edição

de 2014/15 os módulos

que lhes faltam para

concluírem o Programa e

receberem o diploma. As

turmas ainda têm

algumas vagas para novos

alunos. Programa em:

www.jornaldasaude.org

Informações: Márcia

Costa - Tel.: 923 276 837

/ 949 265 229

Sete dias em Portugal, visi-tando, comparando e anali-sando os modelos de gestãode diversas unidades de saú-de, desde o hospital do Bar-reiro, ao de Coimbra, pas-sando pelo da Cruz Verme-lha, pelo Agrupamento dosCentros de Saúde de Sintra,e pela Faculdade de Medici-na de Lisboa, foi a “cereja emcima do bolo” com que osprimeiros 14 gestores ango-lanos de unidades de saúdeforam brindados, na sema-na em que receberam osseus diplomas.

Participantes muito satisfeitosO director do Centro Or-

topédico do Negage, AmaralDomingos, garantiu ao Jor-nal da Saúde que vai apro-veitar bastante o inputapreendido para melhorar aqualidade do seu trabalho,corrigir os erros e aplicar asinovações. “Vou começarpela área dos recursos hu-manos. Sinto-me feliz porfazer parte deste primeirogrupo e espero que esta es-pecialização não pare poraqui: outros profissionaisangolanos precisam de fazereste programa de forma-ção”. Para o Director do Hospi-

tal Militar da Caála, Fernan-do Vicente, “é preciso queexistam profissionais forma-dos e capacitados para que,estando no presente, pos-sam prever o futuro. No quetem a ver com a qualidade,começamos a pensar queestamos em condições. A re-presentatividade a nível dasprovíncias é notória. As nos-

sas comunidades podemcontar agora com quadrosmais capacitados e sensibi-lizados para o cumprimentodo Plano Nacional de De-senvolvimento Sanitário e,numa perspectiva mais lata,para o próprio desenvolvi-mento de Angola. As maté-rias dadas aqui no curso sãomuito abrangentes, e, quan-do se fala em inovação, toca-se em vários aspectos”. De acordo com o director

do Hospital Municipal doNegage, Luzaiadio José, “asmatérias são valiosas, estoubastante satisfeito porqueagora tenho bagagem técni-co-científica em gestão. Mu-nidos dessas ferramentas,estaremos em condições depodermos fazer chegar asinovações na área da saúdeà província do Uíge”.

Segundo o director doHospital Geral do CuanzaNorte, Miguel Gaspar Se-bastião, “esta formação sur-ge no âmbito do plano glo-bal da formação de quadros,representou uma chance desuperação e constituíu umprivilégio para nós, do inte-rior do país. Espero que oscursos tenham continuida-de para que todos os médi-cos e directores hospitalarespossam comungar da mes-ma ideia. Este curso foi umamais valia porque fomos do-tados de conhecimentosque nunca tivemos e pensá-vamos que só com uma des-locação para fora do país éque poderíamos fazê-lo”.Por sua vez, o director do

Hospital Materno Infantil doKuanza Norte, Arão da Silva,garantiu ao Jornal da Saúde

já ter “solucionado algunsproblemas graças aos co-nhecimentos que adquirinos módulos desta forma-ção e que se traduzem na va-lorização dos profissionaisque dela participam. Tam-bém sei que, dentro de al-guns anos, a muitos directo-res de hospitais ser-lhes-ápedido, no currículo, forma-ção em gestão de saúde,competências fundamen-tais para dirigir a sua unida-de, sabendo o que está a fa-zer e sem atropelos”.

Expectativas excedidasDe acordo com o direc-

tor do Indeg, Paulo Bento,“as expectativas foram ex-cedidas. Encontrámos pes-soas muito interessadas euma turma nem demasiadohomogénea, nem demasia-

do heterogénea, pelo que obalanço é muito positivo”.Na qualidade de profes-

sor do último módulo sobreGestão da Inovação e daQualidade de Serviços naSaúde, Paulo Bento adian-tou que “contrariamente aoque muita gente pensa,existem poucos artigos so-bre gestão de inovação naárea da saúde e muito me-nos em português. Este fac-to foi uma surpresa para osparticipantes, assim comoo facto de as inovações quetêm sido introduzidas nestaárea também serem em nú-mero muito inferior quan-do comparadas a outro tipode serviços”.Segundo o professor, as

inovações registadas emoutros sectores da socieda-de, outras indústrias, émuito superior. “Existemduas razões para que assimseja: uma é que com a saú-de não se brinca. Podemosfazer experiências em mui-tas áreas, mas na saúde,quando há maus resulta-dos, cria-se um problemapara os médicos, doentes,para a farmacêutica e paraos governos; a outra razão,claramente, é a própriaclasse. O primeiro programa de

especialização avançadaem gestão da saúde, foi de-senvolvido em Luanda peloINDEG / ISCTE, em parce-ria com o Jornal da Saúdede Angola e empresa ango-lana Marketing For You.No total participaram

mais de 25 alunos de seteprovíncias do país, nomea-damente, Uíge, CuanzaNorte, Luanda, Huambo,Malange, Bié e Cuanza Sul.

Mara Mota

Participantes do 6º módulo sobre Gestão Estratégica e Governance na Saúde, ministrado pelos

professores Pedro Falcão e Márcio Baptista. Vários destes alunos vão frequentar os restantes mó-

dulos que lhes faltam, durante 2014/15, para obterem o diploma de Especialização em Gestão da

Saúde.

FotograFia de Família Recém diplomados, professores e directores do curso de Especialização

em Gestão da Saúde, durante o módulo complementar sobre Análise Internacional Comparada

dos Processos de Gestão na Saúde, realizado no Indeg/Iscte, em Lisboa, no mês de Março. Os ou-

tros sete módulos foram realizados em Luanda

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As obras de reabilitação e am-pliação da unidade hospitalardecorreram entre 2009 e Abrildo ano passado e estiveram acargo do Grupo Israelita Mi-trelli, sendo financiadas peloprograma de investimentospúblicos (PIP) do Executivoangolano.Para a abertura da unida-

de hospitalar ao público de-correm trabalhos de inventa-riação dos equipamentos poruma equipa de especialistasportugueses chefiada porLuís Matias. Este responsávelafiançou ao Jornal da Saúdeque os equipamentos instala-dos são de boa qualidade eque vão garantir uma presta-ção de serviços mais digna e àaltura das necessidades. Deseguida, aguarda-se a inter-venção de técnicos que esti-veram envolvidos nas obrasde reabilitação e ampliaçãopara a testagem dos equipa-mentos, um processo que, deacordo com as autoridadesadministrativas do municí-pio, ocorrerá num curto espa-ço de tempo.

Dependências do Hospital da CelaNo Hospital da Cela estão

instalados equipamentosmodernos de última geraçãoem todas as áreas: banco deurgências, consultórios demedicina geral, serviços depediatria, cirurgia, radiologia,laboratório de análises clíni-cas, ortopedia, maternidade,três blocos operatórios, sec-ção de canalização de oxigé-nio para as áreas cirúrgicas –é de destacar que esta é a úni-ca unidade hospitalar a dis-

por destes equipamentos aonível da província do Cuan-za-Sul. O Hospital dispõetambém de uma cozinha, re-feitório e lavandaria, arma-zéns, entre outras áreas doscuidados técnicos.Na área de cirurgias, des-

taca-se a montagem do equi-pamento de laparoscopiaque permite executar uma ci-rurgia sem invadir partes docorpo desnecessariamente:trata-se de uma das valênciasmais modernas em matériade intervenções cirúrgicas.O Hospital Municipal da

Cela tem capacidade para176 camas, com base em pa-drões internacionais que re-comendam a acomodaçãode quatro pacientes por cadasala de internamento.

Quadro do pessoal técnicoO director administrativo

do Hospital Municipal da Ce-la, Domingos Policarpo Fon-seca, afirmou que o planoanalítico de classificação dopessoal, remetido à secretariado governo da província eadequado à nova estrutura

do Hospital, define um au-mento de mais 250 enfermei-ros em relação aos 109 exis-tentes, para compatibilizar adimensão da estrutura, dosequipamentos e dos diversosserviços que vão ser presta-dos na unidade hospitalar.Ainda neste quadro, o núme-ro de médicos necessários éde 30 a 50, de acordo as ne-cessidades que forem surgin-do. Porém, a realidade actualé de oito médicos que pres-tam serviços ao nível do mu-nicípio.

Capacitação dos técnicosDomingos Fonseca Poli-

carpo adiantou ao Jornal daSaúde que a entrada em fun-cionamento em breve doHospital da Cela vai requerera actualização do pessoal so-bre o manuseio dos equipa-mentos ali instalados. "Vaidecorrer o processo de capa-citação dos enfermeiros e ou-tros técnicos sobre o manu-seio dos novos equipamentosinstalados para que possamprestar serviços com elevadacompetência", frisou.

O director administrativodo hospital municipal da Ce-la, Domingos Fonseca, reco-nheceu que com a entradaem funcionamento do em-preendimento, vão ser dadasresposta às várias solicitaçõesdos pacientes, que até aquieram evacuados para as pro-víncias do Huambo e Luan-da."As obras estão concluídas

e estamos de parabéns, por-que as populações vão deixarde percorrer longas distân-cias para os hospitais de refe-rência ao nível do Cuanza-Sulou das províncias limítrofes,como o Huambo e Bié, umavez que o hospital da Cela vai

dispor de serviços especiali-zados e modernos", garantiuo director administrativo.

Administradora Municipal augura dias melhoresA administradora munici-

pal da Cela, Amélia AgriaRusso, manifestou o seu opti-mismo quanto à abertura doHospital da Cela, já reabilita-do e ampliado, e garantiu quea abertura ao público da uni-dade hospitalar vai respon-der às necessidades das po-pulações, não só da circuns-crição municipal, como tam-bém dos municípios limítro-fes, como Quibala, Casson-gue e Ebo. Quanto aos traba-lhos em curso para a aberturado hospital ao público, a Ad-ministradora do Municípiogarantiu o empenho total eapoio para que os processosde inventariação e de testa-gem decorram o mais brevepossível."Estamos a apoiar a equi-

pa de especialistas portugue-ses que está a trabalhar paraque sejam ultrapassados osactuais constrangimentos.Pensamos que decorridos os

processos de inventariação ede testagem estejamos emcondições para a abertura dohospital ao público de formasustentada", disse.Amélia Agria Russo disse,

por outro lado, que o Hospi-tal Municipal da Cela aindanão é uma unidade orça-mentada, estando em cursoa sua formalização pelas es-truturas centrais para quepossa ter autonomia admi-nistrativa, financeira e patri-monial para uma gestãomais eficiente, que respondaaos desafios da conjunturaactual.

Funcionamento actual do Hospital da CelaCom a entrada das obras

de reabilitação e ampliaçãodo Hospital Municipal da Ce-la, a assistência médica e me-dicamentosa às populaçõespassou a ser feita em instala-ções provisórias na parte ad-jacente do hospital, já comobras concluídas.Apesar das suas limita-

ções, em termos de comodi-dade, o hospital provisóriopresta serviços de banco deurgência, de medicina geral epediatria, ao passo que osserviços que requerem aten-ção especial, como a mater-nidade e análises clínicas,passaram a ser levados a ca-bo pelo centro materno-in-fantil, localizado no centro dacidade do Waco Cungu. Po-rém, a afluência das mulhe-res em consultas pré-natalcriou congestionamento noúnico centro materno-infan-til, pelo que a administradorado município considera quea situação vai ser ultrapassa-da com a abertura do hospi-tal municipal da Cela, vistoque dispõe de uma vasta áreapara a maternidade.Actualmente, o corpo clí-

nico que presta serviços nasinstalações adaptadas écomposto por oito médicos,sendo dois nacionais e seisexpatriados e 109 enfermei-ros de vários escalões. Oatendimento médio diário éde 30 casos, entre paludismo,doenças diarreicas agudas einfecções respiratórias agu-das, febre tifóide e traumatis-mos resultantes dos constan-tes acidentes de viação.No cômputo geral, a rede

sanitária do município daCela compreende um hospi-tal municipal de referência,quatro centros de saúde e 27postos de saúde. Prestamserviços ao sector oito médi-cos e 218 enfermeiros de vá-rios escalões.

Reabilitado e com múltiplas valências para assistência médico-medicamentosa

A administradora municipal da Cela, Amélia Agria Russo “A

abertura do hospital vai responder às necessidades das popula-

ções, não só da Cela, como também dos municípios limítrofes,

como Quibala, Cassongue e Ebo”

O director administrativo do Hospital da Cela, Domingos Poli-

carpo da Fonseca “Vai decorrer o processo de capacitação dos

enfermeiros e outros técnicos sobre o manuseio dos novos equi-

pamentos instalados para que possam prestar serviços com ele-

vada competência"

Diversos equipamentos já estão instalados (bloco operatório e

laparoscopia) para prestarem serviços aos pacientes

De acordo com a administradora municipal daCela, Amélia Agria Russo, o Programa dos Cui-dados Primários de Saúde tem propiciado a me-lhoria do sistema municipal da saúde, sobretu-do nas componentes de aquisição de medica-mentos e equipamentos, bem como a sustenta-ção das acções de combate às infecções, luta an-ti-larval, construção de latrinas, bem como aconstrução e apetrechamento de unidades sa-nitárias nas zonas rurais. Acrescentou que aconstrução e instalação de sistemas de abaste-

cimento de água potável nas unidades sanitá-rias são outros projectos sustentados pelo pro-grama dos cuidados primários de saúde.Quanto aos desafios para o ano de 2014, AméliaRusso adiantou que vão ser construídas 14 resi-dências, sendo uma para os administradores doHospital e 13 para acomodar os médicos. O alar-gamento da rede sanitária no município da Ce-la, com a construção de mais centros e postos desaúde, são outros desafios para o sector da saú-de ao nível do município da Cela.

Municipalização

Cuidados primários de saúde na Cela

JSA Março 2014 8Saúde CuAnzA Sul

CASIMIRO JOSÉ

Waco Cungu

Correspondente no Cuanza Sul

Texto e fotografia

O Hospital Municipal da Ce-

la, localizado em Kissanga-

Kungo, na província do

Cuanza Sul, com múltiplas

valências para assistência

médico-medicamentosa,

fruto das obras de reabilita-

ção e ampliação de que be-

neficiou, abre brevemente

ao público, para a satisfação

das autoridades administra-

tivas e da população em ge-

ral.

Hospital municipal da Cela abre brevemente ao público

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9publicidadeJSA Março 2014

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JSA Março 2014 10Saúde Zaire

O lançamento da primeirapedra para a construção doreferido estabelecimento deensino coube ao ministro daSaúde, José Van-Dúnem, noquadro da sua visita à pro-víncia, onde aferiu igual-mente o funcionamento dosector que dirige.A escola está a ser projecta-da numa área de mil metrosquadrados e comporta trêsedifícios, dos quais um parao corpo docente ao passoque os restantes dois con-templam seis laboratórios,salas de aula, além de com-partimentos administrati-vos. As obras cujo orçamen-to não foi revelado devemdurar 18 meses úteis.

O ministro da Saúde con-siderou o empreendimentode grande valia para o sectore augurou que ele possatransformar-se, no futuro,numa verdadeira Escola Su-perior de Ciências da Saúde,a julgar pela sua dimensão ea diversidade das especiali-dades a serem ministradas.

José Van-Dúnem que en-cabeçou uma vasta delega-ção do seu Ministério cons-tituída, entre outros técni-cos, pelo inspector-geral daSaúde, director-geral dacentral de compras do CE-COMA, do Instituto Nacio-nal de Luta Contra a SIDA eda Saúde Pública, disse ternotado um enorme esforçopor parte do governo pro-vincial na construção de in-fra-estruturas sanitárias, su-blinhando mais adiante quea grande preocupação con-tinua a residir na insuficiên-cia de recursos humanos pa-ra o seu pleno funciona-mento.

“Nesta visita à provínciado Zaire constatamos umesforço extraordinário naconstrução de infra-estrutu-

ras sanitárias”, referiu o go-vernante para quem a regiãotinha, num passado nãomuito distante, muitas ca-rências, como é o caso de vá-rios doentes que dormiamna mesma cama com pato-logias diferentes.

Este facto, prosseguiu,pressionou o governo daprovíncia, em articulaçãocom as estruturas centrais,para a construção de novasinfra-estruturas, de modo aque diminuísse ou acabassea pressão que existia a níveldas unidades sanitárias lo-cais.

“O presidente da Repú-blica orientou no sentido deaproximarmos as unidadesde saúde com qualidade às

populações, para melhoraros indicadores de saúde eaumentar o sentimento desatisfação das pessoas emrelação os serviços presta-dos”, disse.

Conservação de fármacosNo domínio dos fárma-

cos e da sua conservação, oministro referiu não notardebilidades na região. Pediuapenas às autoridades sani-tárias locais, maior esforçona organização e racionali-dade nas compras dos me-dicamentos no sentido de sealcançar mais e melhores re-sultados.

“Tem que haver um es-forço de organização e de ra-

cionalidade a nível das com-pras, para que possamos uti-lizar os recursos de uma ma-neira mais eficiente. Por issotrouxe o inspector-geral daSaúde, o director-geral dacentral de compras do CE-COMA que marcaram en-contros com os colegas aquino Zaire para realizar acçõesformativas dentro daquiloque está regulamentado”,advertiu.

O ministro da Saúde lem-brou a existência no Zaire deuma equipa cubana deno-minada “TRI” composta porum médico, um licenciadoem enfermagem e um esta-tístico que trabalham napromoção de acções de for-mação e supervisão a nível

de todos os municípios daprovíncia.

Segundo ele, a referidaequipa reveste-se de grandeimportância para o sector noquadro dos esforços em cur-so para que as dificuldadesna formação dos recursoshumanos sejam ultrapassa-das.

O titular da pasta da Saú-de que durante a sua estadiade dois dias no Zaire visitouos municípios do Tombocoe Nzeto acompanhado dogovernador provincial, Joa-nes André, admitiu existirum défice de recursos hu-manos na província, emparticular e no país em geral.

“Neste momento há umesforço do Governo provin-cial e do Ministério paraatrair profissionais para vi-rem para aqui. Os profissio-nais vão para onde forembem acomodados e comcondições de trabalho maisatractivas”, asseverou.

Para ele, a formação, ha-bitação e remuneração, afi-guram-se como factores de-terminantes na fixação dequadros na província. Subli-nhou que de momento osector da Saúde socorre-seda cooperação externa, oque considerou ser insus-tentável. Defendeu por estefacto a necessidade da cria-ção de condições que pos-sam servir de motivação pa-ra os jovens médicos traba-lharem em todos os municí-pios.

Partos institucionaisO responsável revelou,

na ocasião, que os partos as-sistidos na província tripli-caram entre 2004 e 2013.Eram à volta de quatro mil epassaram a 12 mil institucio-nais, facto que qualificou deum crescimento exponen-cial, constituindo, por isso,um motivo de satisfação pa-ra a região.

“Este esforço deve servirde catalisador para outro ti-po de esforço, mormenteformar e continuar a cons-truir unidades sanitáriaspróximo das pessoas, mas,fundamentalmente, ganhara confiança dos utentes emrelação aos serviços presta-dos”.

Escola superior de enfermagem emconstrução no ZaireVíctor Mayala

correspondente no Zaire

A província do Zaire vai con-

tar a partir deste ano com

uma Escola Superior de Enfer-

magem que está a ser cons-

truída no espaço adjacente ao

futuro hospital provincial na

localidade de Nkunga-a-Paza,

periferia da cidade de Mbanza

Congo.

“Nesta visita àprovíncia doZaireconstatamos umesforçoextraordináriona construçãode infra-estruturassanitárias”

O momento em que a comitiva do ministro da Saúde, acompanhada pelo governador provincial Joanes André, visitava as obras do

hospital geral da província do Zaire

O ministro da Saúde, José Van-Dúnem, procede ao lançamento

da primeira pedra para a construcao da escola superior de En-

fermagem

O governador da província do Zaire, Joanes André, apresenta os

pormenores do plano de construção do hospital geral ao minis-

tro da Saúde

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11publicidadeJSA Março 2014

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12 HIPERTENSÃO março 2014 JSA

Num período de transiçãoepidemiológica são neces-sárias estratégias de preven-ção, diagnóstico e acesso atratamento adequado, so-bretudo em países onde seteme que um crescimentoeconómico massivo tenhaimpacto nos fatores de riscocardiovasculares associadosao estilo de vida.5

O estudo promovido peloCISA (Centro de Investiga-ção em Saúde em Angola),para o qual se contou com oapoio da FESA (FundaçãoEduardo dos Santos), foi pu-blicado em 2013 (Pires J etal.: Hypertension in Nort-hern Angola: prevalence, as-sociated factors, awareness,treatment and control. BMCPublic Health. 2013; 13:90) efornece dados sobre a pre-valência de HTA em Angola.Este estudo teve como obje-tivo a determinação da pre-valência da HTA e as suasimplicações numa popula-ção adulta da província do

Bengo, com idade com-preendida entre os 18 e os 64anos.

MétodosFoi realizado um estudo

comunitário entre Outubroe Dezembro de 2011, sele-cionando-se uma amostraaleatória através da base dedados do Sistema de Vigi-lância Demográfica (SVD)do Projeto CISA, no municí-pio do Dande. O SVD moni-toriza mais de 60000 pes-soas, facultando informaçãodemográfica e facilitando aimplementação de estudosepidemiológicos.6,7

A amostra incluiu 35 dos69 bairros que fazem partedo SVD, com 1464 indiví-duos. Os participantes res-ponderam a um questioná-rio relativo a fatores sociode-mográficos e relacionadoscom o estilo de vida (no-meadamente, consumo detabaco e álcool).

As medições antropomé-

tricas (peso, altura, períme-tro abdominal e de cintura)foram efetuadas para avaliarvariáveis como o Índice deMassa Corporal (IMC) ouobesidade abdominal. Fi-nalmente, a medição dapressão arterial foi efetuadaapós um período de repou-so, sendo definida a HTAquando os indivíduos regis-tavam valores de pressão ar-terial sistólica acima de 140mmHg e/ou pressão arterialdiastólica acima de 90mmHg.

Todos os indivíduosidentificados como hiper-tensos foram referenciadospara uma consulta de espe-cialidade no Hospital Geraldo Bengo (HGB), para con-firmação do diagnóstico pe-lo médico cardiologista. Fa-ce ao baixo número de parti-cipantes que recorreu à con-sulta, efetuou-se um inqué-rito no sentido de perceberas razões que os levaram anão comparecer.

ResultadosDos 1464 participantes, a

maioria (59.1%) foram mu-lheres. A amostra era emgrande parte de proveniên-cia urbana (87.9%), com ida-de média de 33.7 anos. Maisde um quinto dos indivíduosnunca tinham frequentadoa escola e apenas 17.9% ti-nha ensino secundário ousuperior.

No que respeita aos hábi-tos de consumo de bebidasalcoólicas, cerca de metadedos participantes reporta-ram consumir com frequên-cia, sendo esta percentagemsuperior nos homens (58.8%versus 38.2%). Por sua vez,as proporções de excesso depeso e obesidade foram su-periores nas mulheres(34.4% versus 17.5%). Em re-lação ao tabagismo, apenas11.1% dos indivíduos fuma-vam.

Cerca de 23% dos partici-pantes deste estudo apre-sentaram valores compatí-

veis com HTA, aos quaisacrescem 44.8% com valoresde pré-HTA (pressão arterialsistólica superior a 120mmHg e/ou pressão arterialdiastólica acima de 80mmHg).

Dos indivíduos hiperten-sos, apenas cerca de umquinto estava ciente da suapatologia, 3% estava sob-medicação anti-hipertenso-ra e somente 1% tinha valo-res de pressão arterial con-trolados.

Encontraram-se as se-guintes associações estatica-mente significativas com aHTA:— Idade: indivíduos commais de 41 anos apresenta-ram uma maior prevalênciaface aos mais jovens (42.9%versus 14.8%);— Sexo:a proporção foi su-perior no sexo masculino(26.4% versus 19.8%);— Nível de educação: os va-lores foram superiores nosparticipantes que nunca fre-

Um quarto da população é hipertensa e quase metade pré-hipertensaMais de 50% dos indivíduos nunca tinha realizado uma medição da pressão arterial

ESTUDO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA PROVÍNCIA DO BENGO

Centro de InvestIgação

em saúde de angola (CIsa)

As doenças cardiovascularessão responsáveis por cerca de17 milhões de mortes anual-mente em todo o mundo.1AHipertensão Arterial (HTA) éo principal fator de risco demortalidade, sendo-lhe atri-buídas a nível mundial mais de7 milhões de mortes por ano.2

Estima-se que vivam cerca de75 milhões de indivíduos hi-pertensos na África Subsaria-na, com previsão de cresci-mento para mais de 125 mi-lhões em 2025.3 Embora exis-tam vários estudos efetuadosem países africanos, em Ango-la não existe ainda um totalconhecimento da magnitudedeste problema de saúde pú-blica.1,4

De sublinhar a elevada prevalência dos factores de risco cardiovasculares que futuramente terão que ser alvo de estratégias de controlo com enfoque na educação e promoção para a saúde

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quentaram a escola emcomparação com os quepossuiam o nível médio/su-perior (35.3% versus 17.9%);— IMC: os indivíduos obe-sos apresentaram valoresmais elevados do que os quetinham valores de IMC nor-mais (38.1% versus 20.1%). — Consumo de álcool e ta-baco:os participantes quetinham hábitos etanólicosapresentaram maior preva-lência (26.9% versus 19.4%),sendo o mesmo aplicávelaos fumadores (35.6% ver-sus 21.4%).

Apenas 27.6% dos partici-pantes identificados comosendo hipertensos recorre-ram à consulta hospitalar.Os custos associados fica-ram a cargo do Projeto CISAe a eventual medicaçãoprescrita foi disponibilizadapelo HGB. As principais ra-zões apresentadas para nãocomparecimento foram afalta de tempo (41.8%), dedinheiro (40%) ou de trans-porte (34.5%). Dos que re-correram, a maioria (81.7%)teve a confirmação do diag-nóstico.

Após o período inicial dereferenciação, a consulta fi-cou à responsabilidade doHGB, tendo sido os indiví-duos incluídos nas listas dedoentes seguidos em con-sulta externa pelo cardiolo-gista.

ConclusãoEste inquérito foi o pri-

meiro estudo de prevalênciacomunitária de HTA e fato-res de risco efetuado em An-gola, trazendo novos dadosno que respeita este proble-ma de saúde pública.

Estima-se que cerca deum quarto da população emestudo seja hipertensa equase metade dos partici-pantes pré-hipertensos. Foipossível encontrar uma altaprevalência de fatores de ris-co cardiovasculares (como aobesidade, o tabagismo econsumo de álcool) que te-rão impacto na prevalênciada HTA e complicações as-sociadas, e que ainda não fo-ram detetadas devido aocurto período de exposição.Mais de 50% dos indivíduosnunca tinha realizado umamedição da pressão arterial.

Embora a prevalência deHTA registada vá ao encon-tro de outros estudos reali-zados em países da ÁfricaSubsariana, os valores deconsciencialização, trata-mento e controlo são extre-mamente baixos, pelo que,no futuro, se tornará neces-sário tomar medidas de saú-de pública que assegurem oseguimento e tratamentodas doenças crónicas nãotransmissíveis.8 De subli-

nhar a elevada prevalênciados factores de risco cardio-vasculares que futuramenteterão que ser alvo de estraté-gias de controlo com enfo-que na educação e promo-ção para a saúde.

O impacto do recente erápido crescimento econó-mico em Angola nos fatoresde risco cardiovascularesprecisa ser considerado.9 Osdados fornecidos pedem aimplementação de políticasde saúde que promovam aprevenção primária, diag-nóstico preciso e acesso aopções de tratamento efica-zes para a HTA. À semelhan-ça de outros países desta re-gião, Angola enfrentará odesafio de alocação de re-cursos em saúde enquanto atransição epidemiológicadecorre e é sentido pelas po-pulações um duplo fardo dedoenças (infecciosas agudasversus crónicas não trans-missíveis).10,11

PerspetivasPara além dos dados rela-

tivos à prevalência de HTA,importa também estimar asua incidência em popula-ções angolanas, e identificaros indivíduos que têm maiorprobabilidade de desenvol-ver HTA a médio e longoprazo. Estimativas corretasda taxa de incidência deHTA e a identificação dosseus determinantes são es-senciais para fundamentar oplaneamento racional de es-tratégias de prevenção.

Como tal, após o estudode prevalência aqui descrito,o CISA, em parceria com oISPUP (Instituto de SaúdePública da Universidade doPorto) iniciou no ano de2013 um estudo de incidên-cia de HTA. O “Estudo de Fa-tores de Risco Cardiovascu-lares numa População Adul-ta do Bengo” pretende nãosó estimar a taxa de incidên-cia de HTA nesta população,com base na amostra ante-riormente estudada, mastambém determinar a pre-valência numa nova amos-tra em associação com aanálise de outros fatores derisco, como colesterol total etriglicerídeos no sangue, gli-cemia, presença de proteí-nas na urina e realização deum eletrocardiograma.

Neste momento já foramavaliados cerca de 900 parti-cipantes, estimando-se queo trabalho de campo se pro-longue até ao final do pri-meiro trimestre de 2014.

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Nov 25]. Available from:http:// www.afdb.org/ fi-leadmin/uploads/afdb/Docu-ments/Project-and-Opera-tions/ ORSB%20Ango-la%20CSP%202011%20-%202015%20En%20Rev%20Version%2BMemox.pdf.10- Damasceno A, AzevedoA, Silva-Matos C, Prista A,Diogo D, Lunet N. Hyper-tension prevalence, aware-ness, treatment, and con-trol in Mozambique: ur-ban/rural gap during epi-demiological transition.Hypertension. 2009; 54: 77-83.11- Mathenge W, Foster A,Kuper H. Urbanization,ethnicity and cardiovascu-lar risk in a population intransition in Nakuru, Ke-nya: a population-basedsurvey. BMC Public Health.2010; 10: 569.

14 HIPERTENSÃO março 2014 JSA

“Osdados fornecidos

pedem aimplementação de

políticas de saúde quepromovam a prevenção

primária, diagnósticopreciso e acesso a opções

de tratamento eficazespara a HTA”

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Há dez anos que actuamos nos sectores desaúde, higiene e beleza em Angola.

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16 SAÚDE ORAL Março 2014 JSA

Mais de 90% das localizaçõesafectadas por hipersensibili-dade dentária encontram-seno terço cervical (estruturadentária junto ao rebordogengival) das faces vestibula-res (faces externas) e lin-guais/palatinas (faces inter-nas) dos dentes permanen-tes, sendo o terço cervical daface vestibular o local de elei-ção para o seu aparecimento.Os caninos são os dentesmais afectados, seguidos, porordem decrescente, dos pri-meiros pré-molares, incisi-vos, segundos pré-molares eprimeiros molares.

FisiopatologiaEmbora existam várias

teorias que procuram expli-car este mecanismo da hiper-sensibilidade dentária, ac-tualmente a mais conhecidae aceite é a teoria hidrodinâ-mica da sensibilidade (Gysi,1900 e Brannström et al,1950-1960). Esta teoria justi-fica a sensibilidade como re-sultado da movimentação rá-pida do fluido contido no in-terior dos túbulos dentiná-rios, em qualquer direcção,consequência da aplicaçãode um estímulo sobre a den-tina. Este movimento cria al-terações de pressão que, porsua vez, activam fibras nervo-sas A-δ localizadas em tornodos prolongamentos odonto-blásticos no interior dos tú-bulos ou na transição pulpo-dentinária.

Desgaste dentárioO termo desgaste dentário

foi introduzido com o objec-tivo de englobar a perda nãocariogénica, ou seja, não pro-vocada pela cárie dentáriados tecidos duros dentáriospor atrição, abrasão e erosão.Toda a população apresentaalgum grau de desgaste den-tário durante a vida, masnum grupo de indivíduos es-te desgaste atinge níveis pato-lógicos comprometendo aestética e função de uma ouvárias peças dentárias.Para melhor compreen-

são deste tema os três termosreferidos anteriormente (atri-ção, abrasão e erosão) serãoexplicados separadamente.

AtriçãoA atrição dentária consiste

no desgaste mecânico das es-truturas dentárias causadopelo contacto entre dentesantagonistas (opostos) du-rante a oclusão ou mastiga-ção. A aparência clínica dasprimeiras manifestações po-derá ser um pequeno desgas-te localizado na “ponta” ouno “bordo” da cúspide dentá-ria ou, então, um ligeiro acha-tamento da bordo incisal dosdentes.Embora natural, dada a

sua relação com a funçãomastigatória, o desgaste den-tário resultante da atrição po-de alcançar níveis patológi-cos quando associado a hábi-tos parafuncionais como obruxismo.

AbrasãoAbrasão é o desgaste den-

tário induzido pelo contactodentário com qualquer mate-rial ou objecto, excluindo oscontactos interdentários. Oestudo da abrasão dentáriatem sido centrado sobretudonos efeitos da escovagemcom pasta dentífrica.As lesões de etiologia abra-

siva por escovagem aparen-tam ter uma relação com a lo-calização das superfícies. Por

exemplo, em pacientes des-tros, as superfícies dentáriasdas hemi-arcadas esquerdasapresentarão maior desgaste,com predilecção para a re-gião cervical das faces vesti-bulares dos caninos e pré-molares. A sua posição na ar-cada dentária leva a que, du-rante a escovagem, a intensi-dade das forças aplicadas so-bre estes dentes seja superior.No entanto, a utilização nor-mal da escova, isoladamente,não tem efeitos mensuráveissobre o esmalte.

ErosãoA erosão é, dos quatro fac-

tores apresentados, o quemaior potencial de desgastedentário apresenta. A erosãodefine o desgaste dentário re-sultante da acção química(ácidos), de origem não bac-teriana. Esta pode ser classifi-cada como intrínseca ou ex-trínseca, consoante a origemdos ácidos. Esta pode resultarda ingestão de alimentos oubebidas ácidos, tais como ci-trinos, pickles, sumos de fru-tas, bebidas carbonatadas, vi-nho e outras bebidas alcoóli-cas, chás frutados ou cidra.O desgaste induzido leva à

possível exposição da denti-na em qualquer localizaçãoda coroa clínica dos dentes,particularmente a zona cervi-cal, onde a espessura do es-malte é mais fina. Assim, face aos dados for-

necidos por análises e estu-dos estatísticos, conclui-seque existe uma forte evidên-cia do papel determinante daerosão ácida na prevalênciado desgaste dentário e porconseguinte numa maiorsusceptibilidade à hipersen-sibilidade dentária.Um quarto factor pode ac-

tuar como predisponente oucodestrutivo: a abfração. Teo-ricamente, a abfração sugereque forças oclusais que nãorespeitam o vector de maiorresistência dentária (forçasdiagonais) levam à flexão dascúspides, levando à acumu-lação de tensão na região cer-vical dos dentes e por conse-guinte, aumentam a suscep-tibilidade dos tecidos durosdessa zona à abrasão e/ouerosão.

Como distinguir os diferentes tiposde desgastes dentários?Os três tipos de desgastes

dentários apresentados de-monstram que a principalárea atingida é a superfícievestibular por cervical. Masentão como é possível deter-minar a sua origem e definir otipo de lesão? Só o médicodentista/estomatologista opoderá fazer através de umaanamnese completa.

Evidências científicas Dois grupos distintos de

investigadores, através da

realização de estudos in situ,concluíram que se a superfí-cie dentária – esmalte oudentina – permanecer emcontacto com a saliva sem sersujeita a fenómenos abrasi-vos, durante um longo perío-do de tempo, a remineraliza-ção pode reverter este pro-cesso, devendo a escovagemser realizada, pelo menos,uma hora depois da ingestãode alimentos e/ou bebidasácidas. Estas evidências en-fatizam a necessidade de evi-tar a escovagem imediata-mente após a ingestão de ali-mentos e/ou bebidas, deven-do ser realizada várias horasapós a refeição ou antes dasrefeições.

Recessão gengivalA recessão gengival é o

factor etiológico mais fre-quente da exposição denti-nária associada à hipersensi-bilidade dentária. A subse-quente exposição da superfí-cie radicular permite uma ex-posição mais rápida e exten-sa dos túbulos dentinários,na medida em que, como re-ferido, a camada de cementoque recobre esta superfície éfina e facilmente removida.Esta última ilação é aplicávela indivíduos com elevadosíndices de higiene oral e, par-ticularmente, à escovagem,há muito associada à reces-são gengival, sobretudo nassuperfícies vestibulares.

Hipersensibilidade dentária

Inês Lago de CarvaLho

Marques

estomatologista

[email protected]

Tratamento Vs. prevençãoComo em qualquer condição ou doença, asestratégias de tratamento que visam, simul-taneamente, os factores etiológicos e o alí-vio dos sintomas (terapêutica) têm mais su-cesso do que a acção terapêutica isolada. Aevidência sugere que muitos profissionaisnão consideram os aspectos preventivos dahipersensibilidade dentária. Sempre quepossível, os factores predisponentes da hi-persensibilidade dentária devem seridentificados e modificados ou elimina-dos, nomeadamente a erosão (extrínsecaou intrínseca) e a escovagem traumática.De outra forma, o tratamento da condiçãoserá apenas eficaz a curto prazo.Como referido, a abrasão resultante da

escovagem com pasta dentífrica consistenum dos factores que, sinergicamente ac-tua no desgaste dentário e na abertura dostúbulos. Como tal, a instrução e a introdu-ção de técnicas de escovagem adequadaspoderão prevenir o desgaste adicional dostecidos duros e, possivelmente, a recessãogengival, ambos etiologicamente associa-dos ao aparecimento de hipersensibilidadedentária. Assim, a aplicação de força exces-siva e a utilização de escovas duras e pastadentífricas de elevada abrasividade devemser evitadas. Resultados positivos têm si-

do obtidos com a recomendação de umaescovagem com escova macia de fila-mentos arredondados e pasta não abra-siva com flúor. Relativamente ao período de escova-

gem, a evidência é unânime ao salientar anecessidade de evitar a escovagem imedia-tamente após a ingestão de alimentos oubebidas ácidasA constatação do potencial da erosão

dentária provocada, sobretudo, pela dietaremete para a importância que o aconse-lhamento dietético poderá ter na preven-ção da hipersensibilidade dentária. Esteaconselhamento só poderá ser realizadomediante o registo detalhado do historialdietético do paciente de forma a identificarpotenciais agentes etiológicos. Uma vezidentificados os produtos de potencial ero-sivo, qualquer actuação deverá ter comoobjectivo a redução tanto da quantidadequanto da frequência dos mesmos. Outrassugestões passam pela ingestão posteriorde uma bebida neutra ou alcalina, tal comoágua ou leite, por utilizar palhinhas, arrefe-cer as bebidas de forma a reduzir o seu po-tencial erosivo e evitar a ingestão de ali-mentos ou bebidas ácidas durante a noiteou antes de adormecer.

Fig. 1 – Túbulos dentinário no interior

da dentina

Fig. 2 – Atrição dentária visível nas superfícies

incisais dos incisivos superiores e inferiores

Fig. 3 – Abrasão visível na região cervical do

canino e pré-molares

Fig. 4 – Lesões em cunha associadas ao fenóme-

no de abrasão visíveis em todas peças dentárias

maxilares.

Clinicamente, a hipersensibi-

lidade dentária, hipersensibi-

lidade dentinária, ou sensibili-

dade dentinária, caracteriza-

se por uma dor aguda de cur-

ta duração, em resposta a um

estímulo sobre a dentina ex-

posta – normalmente térmi-

co, evaporativo, táctil, osmóti-

co ou químico – que não pode

ser relacionada com qualquer

outro defeito ou patologia

dentária

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18 terapia da fala Março 2014 JSA

Não repita a palavra errada Um dos equívocos

mais comuns dos pais érepetir a palavra erradaque o filho disse antes decorrigi-lo. Se a criança disser“pimo” em vez de “primo”,os pais não devem dar res-postas como “não é pimo, éprimo”. A melhor opção ésomente repetir a palavracorreta de forma exagerada,silabando-a, repetindo-acom um tom ligeiramentemais elevado e pode mesmoconstruir uma afirmaçãocom a palavra em causa –“Ah! É o primo! O primo estáa jogar à bola! O primo jogamuito bem!”. Por outro lado,quando os pais corrigem re-petindo a palavra errada, acriança pode se sentir enver-gonhada ou inibir-se de falarpor se sentir constantemen-te corrigida.

Evite a fala “abebezada” Trocar ou omitir sons,

abusar de diminutivos ouutilizar uma entoação de-masiadamente infantil,também pode atrapalhar odesenvolvimento da fala eda linguagem da criança.

Os pais funcionam comoum modelo de fala para osfilhos, quando eles utilizampalavras diferentes daquelasque estão habituados a ou-vir, será mais difícil a apren-dizagem solida da mesma.Os diminutivos aumentamo comprimento da palavra oque dificulta a sua aquisiçãoe até nos arriscamos a que acriança apenas memorize osufixo e o utilize como vocá-bulo. Já há alguns anos tra-balhei com uma criança cu-

jo vocabulário estava prati-camente restringido às pala-vras “inho” e “inha”, pois tu-do o que a mãe lhe dizia ter-minava com esses sufixos eeram esses que ele memori-zava.

Não use palavras substitutas Falar sempre correcta-

mente com a criança é a me-lhor escolha que os pais po-dem fazer, embora às vezespareça difícil. Os pais têmmuitas vezes o hábito de tro-car o nome de um objectopor outro que lhes parecemais fácil – como chamar“tété” à chupeta ou “chicha”à carne. Também tenho ob-servado muito o hábito dechamar os animais pelo somque produzam –“é o miau” –para se referirem ao “gato”.Este procedimento irá fazercom que a criança tenha queaprender dois vocábulos pa-ra um mesmo objecto, o quepode prejudicar e atrasar odesenvolvimento da lingua-gem da criança.

Não antecipe nem interrompa a criança Quando a criança está

com dificuldades para com-pletar uma frase, não aapresse. Se os pais se habi-tuarem a antecipar o discur-so, a criança vai esperarsempre que alguém fale porela.

Quando a criança está a

passar pela “gaguez fisioló-gica”, muito comum entreos 3 e 4 anos de idade e quese caracteriza pelo aumentorepentino de vocabulárioem que a elaboração motoranão acompanha a elabora-ção mental da criança, oadulto nunca deve anteciparo que a criança quer dizer outerminar uma palavra oufrase. Nesta fase, os pais de-vem deixar a criança falar,sem terminar ou “adivi-nhar” aquilo que a criançaquer dizer. Não lhe devempedir para que fique calma,pois na maior parte dos ca-sos, quem não está calmosão os pais com a ansiedadede ver o seu filho a gaguejar.Por outro lado, devem ospais proporcionar ambien-tes calmos e falar de formapausada com a criança dan-do-lhe o feedback correto. Aprópria expressão facial dospais ao ouvir a criança é de

tal forma tensa (deixam derespirar enquanto ouvem ofilho) que lhes transmite quealgo está errado.

Não aceite a linguagem gestual Muitas crianças usam

gestos para conseguir o quequerem. A linguagem ges-tual pode ser uma ponte,mas deve ser superada. Se ospais entregam ao filho umobjecto simplesmentequando ela o aponta, acriança vai se habituar e nãoaprende a pedir o que quer.Este comportamento dospais é muitas vezes o res-ponsável pela substituiçãoda linguagem oral pela ges-tual. Os pais devem dar àcriança o objecto apontadoao mesmo tempo que ver-balizam aquilo que a criançadeveria estar a dizer – “pai,dá-me o carro!”

Muitas crianças também

associam o choro ou grito aomovimento de apontar paraassim serem mais rapida-mente atendidas.

Não permita o uso da chupeta ou biberonapós os dois anos de idade Tal como foi referido no

artigo publicado na ediçãode Novembro de 2013, achupeta tem várias desvan-tagens, entre elas o atrasona fala e na linguagem. Asucção da chupeta deixa osmúsculos das bochechas,lábios e língua flácidos, semforça. Isso trará prejuízos namastigação e deglutição. Acriança não conseguirámastigar os alimentos maisconsistentes, levando asmães a dar alimentação tri-turada, levando ao aumentoda flacidez de toda a muscu-latura oro facial. O desen-volvimento da fala tambémserá afetado já que a criançanão terá força na muscula-tura para executar algunssons. Habitualmente temdificuldades na produçãode todos os sons que impli-quem um bom tónus doápice da língua. Apresen-tam dificuldades em produ-zir o /l/, /r/, /t/, /d/, /s/,/z/…...

O uso da chupeta tam-bém impede os bebés depalrar, um passo importan-te na aprendizagem da fala,desincentivando os bebésmais velhos da conversa deque necessitam para desen-volver as competências delinguagem.

Não torne a palavra errada uma diversão para a família Muitas vezes uma palavra

dita de forma incorrecta soatão divertida e engraçadaque se torna um entreteni-mento familiar. Por exemplo,a criança dizer “kistóio” emvez de “escritório”, “ninota”em vez de “azeitona” tem al-guma graça e os adultos aca-bam por usar essa mesmapalavra quando falam entreeles ou com a criança. Repe-tir demais a brincadeira podetrazer problemas, pois pro-longar por muito tempo umaforma de fala incorrecta dá,aos pais, um prolongamentodo tempo de infantilidade dofilho. Quanto mais tempo is-so prevalecer, mais compli-cado será corrigir. Costumoaconselhar os pais a usaremessas palavras apenas quan-do a criança não estiver pre-sente e as anotarem, paramais tarde as mostrarem aosfilhos, pois eles gostam de sa-ber como falavam quandoeram “bebés”!

Fale à altura da criançasempre que possível Os pais devem ficar à mes-

ma altura da criança quandocomunicam com ela. Baixar-se para conversar e olhar nosolhos da criança é muito im-portante, para que ela tenhao modelo visual da articula-ção. Assim a criança vai po-der observar os movimentosda boca do adulto, o que be-neficia muito a correta imita-ção e consolidação da postu-ra articulatória correta.

Os erros mais comuns dos paisNo desenvolvimento da fala e da linguagem dos filhos

Se necessário, procure ajuda

Cada criança tem um tempo de desenvolvimento próprioe o mesmo se passa para o desenvolvimento da fala e da lin-guagem. No entanto, existem marcos nesse desenvolvi-mento para os quais os pais devem estar atentos. Aos dois anos de idade, a criança já deve articular cerca de200 palavras e construir frases, mesmo que curtas e incor-rectas ao nível gramatical – “ quer comida”. Até os quatroanos e meio, a criança já deve conseguir usar a linguagemmuito bem, explicando situações e articulando adequada-mente todos os sons. Se a criança ainda tiver dificuldadesdepois deste período, é indicado procurar um profissionalda área – um Terapeuta da Fala.Deve sempre que possível fazer um despiste de problemasauditivos assim que achar que o desenvolvimento da lin-guagem e/ou da fala não segue os padrões adequados, poisesta é muitas vezes a causa de dificuldades nas áreas refe-ridas.

Vanda Sardinha

Terapeuta da Fala

[email protected]

Desde o nascimento de um fi-

lho, um dos momentos mais

esperados dos pais é o surgi-

mento da primeira palavra - e

que ela seja, de preferência,

“mamã” ou “papá”. Mas, sem

saber, frequentemente os

pais, com atitudes menos cor-

retas, atrapalham o bom de-

senvolvimento da fala e da lin-

guagem dos seus filhos. Neste

artigo pretendo identificar es-

ses erros para que sejam

evitados.

Os

pais devem ficar

à mesma altura da

criança quando

comunicam com ela. Baixar-

se para conversar e olhar nos

olhos da criança é muito

importante, para que ela

tenha o modelo visual

da articulação.

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19publicidadeJSA Março 2014

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20 neurOlOgia Março 2014 JSA

O cérebro das mulheres edos homens é diferente, fa-zendo com que certas activi-dades sejam mais fáceis pa-ra eles, como o desempenhomotor e a visualização espa-cial, e outras mais fáceis pa-ra elas, como a memória e ascapacidades cognitivas so-ciais. A questão subjacente aesta diferença são as redesneuronais, o chamado co-nectoma humano, que de-senvolveu de uma forma di-ferente nas mulheres e noshomens ao longo do cresci-mento, mostra um estudopublicado este mês na revis-ta Proceedings of the Natio-nal Academy of Sciences(PNAS).

“As diferenças sexuaistêm um interesse continua-do a nível científico e socialdevido à sua proeminênciano comportamento de hu-manos e de outras es-pécies”, lê-seno iníciodo ar-tigo

da PNASassinado por umaequipa de cientistas lidera-dos por Ragini Verma, daUniversidade da Pensilvâ-nia, nos Estados Unidos. “Asdiferenças de comporta-mento poderão ser origina-das devido a papéis comple-mentares na reprodução ena estrutura social.”

Experiências passadasmostram que as mulherestêm tipicamente mais me-mória verbal e cognição so-cial, enquanto os homensmostram uma maior capa-cidade motora, habilidadesem actividades que necessi-tem de visualização tridi-mensional e uma maior pro-pensão para a violência.

Já foram feitas análisessobre diferenças existentesentre os dois sexos na pro-porção de partes do cérebro.Mas a equipa de Ragini Ver-ma preferiu olhar detalha-damente para as redes deneurónios, o já famoso co-nectoma humano. Este co-nectoma permite, pela pri-meira vez, determinar as au-to-estradas nervosas exis-tentes entre as regiões do cé-rebro.

Os investigadores anali-saram o conectoma de 949pessoas entre os oito e os 22anos, de várias origens geo-gráficas, divididas em 521jovens do sexo feminino e428 jovens do sexo masculi-no. Uma das técnicas queutilizaram é a ressonância

magnética com tensorde difusão, que

realça os cami-nhos das fi-bras nervo-

sas entre as regiões do cére-bro, graças ao movimentode água nas células.

Os resultados mostramque as mulheres têm mais li-gações entre os dois hemis-férios (esquerdo e direito)do cérebro, enquanto os ho-mens têm mais ligaçõesdentro de cada um dos he-misférios. Mas no cerebelo,uma região individualizadaque fica na base posterior docérebro, são os homens queapresentam mais ligaçõesentre os dois hemisférios. Aregião do cerebelo está asso-ciada ao pensamento mo-tor.

“Se olharmos para estu-dos funcionais, a parte es-querda do cérebro está maisassociada ao pensa-mento lógico, eparte direita aopensamen-to intuiti-vo. Por

isso, se há actividade queenvolva fazer ambas as coi-sas, parece que as mulheresestão sintonizadas para fa-zer melhor isso”, explica Ra-gini Verma, citada pelo jor-nal britânico The Guardian.“As mulheres são melhoresno pensamento intuitivo.São melhores a lembrarem-se de coisas. Quando falacom as mulheres, elas estãomais envolvidas emocional-mente – vão ouvir mais.”

Em relação aos homens,o que está em alta é a desen-voltura motora. “Fiquei sur-preendida [que os resulta-dos] tenham correspondidomuito aos estereótipos quejulgamos ter nas nossas ca-

beças", diz a investigadora,acrescentando que se for aum restaurante com chefede cozinha, a maioria delessão homens.

A equipa também quiscompreender como se davaa evolução destes conecto-mas ao longo do crescimen-to de raparigas e rapazes emhomens e mulheres. Por is-so, observou separadamen-te o cérebro de três gruposetários: até aos 13 anos, dos14 aos 17 e dos 18 aos 22anos. A equipa descobriuque as diferenças entre ra-parigas e rapazes eram pe-quenas até aos 13 anos, masdepois aumentavam.

Ruben Gur, outro dos au-tores do artigo, e investiga-dor da Universidade da Pen-silvânia, defende, citadonum comunicado, que osresultados também serãoimportantes para estudar asdoenças neurológicas: “Osdetalhes dos mapas cere-brais dos conectomas não sóirão ajudar a compreendermelhor as diferenças de co-mo os homens e as mulhe-res pensam, mas tambémirão trazer uma maior com-preensão nas raízes das

doenças neurológicas,que muitas vezes

estão associa-das ao gé-

nero.

Ligações cerebrais são diferentes entre

mulheres e homens

Estudo analisou 949 crian-

ças, adolescentes e jovens

adultos. Redes cerebrais das

mulheres facilitam a memó-

ria e as capacidades cogniti-

vas sociais, enquanto nos ho-

mens ajudam no desempe-

nho motor e na visualização

espacial.

Os

resultados

mostram que as

mulheres têm mais

ligações entre os dois

hemisférios (esquerdo e

direito) do cérebro, enquanto

os homens têm mais ligações

dentro de cada um dos

hemisférios.

O cérebrO das mulheres e dOs hOmens é diferente, fazendO cOm que certas activida-des sejam mais fáceis para eles, cOmO O desempenhO mOtOr e a visualizaçãO espacial,e Outras mais fáceis para elas, cOmO a memória e as capacidades cOgnitivas sOciais.

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21publicidadeJSA Março 2014

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22 CIRURGIA março 2014 JSA

A fissura labiopalatina é a malfor-mação craniofacial mais comu-mente encontrada na espécie hu-mana. Causa, principalmente, per-da de continuidade nos tecidos la-biais, alveolares e palatinos da ma-xila, necessitando de procedimen-tos cirúrgicos para reabilitação es-tética e funcional.

Com qual frequênciaocorre?As fissuras apresentam uma

prevalência de 1 caso para cada700 nascimentos. Trata-se, portan-to, de um problema de saúde pú-

blica que, partindo-se do pressu-posto de uma prevalência globalestimada em cerca de 10.000 nas-cimentos por hora, torna-se possí-vel ter em mente que a cada 4 mi-nutos aproximadamente, em al-gum lugar do mundo, nasce umbebé com fissura (1).

Quando se desenvolve afissura?Este defeito congénito desen-

volve-se no período compreendi-do entre a 4ª e a 12ª semana degestação, ou seja, entre o final do1º e 3º mês gestacional devido a fa-lha(s) no fechamento de estruturas

faciais e/ou cranianas durante odesenvolvimento embrionário efetal (1).

O que causa a fissura labiopalatina?Com relação à etiologia das fis-

sura labiopalatinas, os estudos

apontam uma forte relação comum padrão de herança poligénicomultifatorial, resultante da intera-ção entre fatores ambientais e ge-néticos (1,2). Dentre os fatores etiológicos

ambientais envolvidos com a fissu-ra, incluem-se a ingestão de bebi-

Conheça mais sobre a fissura labiopalatinamARCOS RObERTO TOVANI pAlONE

Cirurgião-dentista, Especialista em

Odontopediatria, Mestrando em

Ciências da Reabilitação, Hospital de

Reabilitação de Anomalias Cranio-

faciais da Universidade de São Paulo,

Bauru, Brasil

FIG. 1A – Face de criança com fissura

pré-forame incisivo unilateral

FIG. 1b – Vista intra-bucal da fissura pré-forame in-

cisivo unilateral

FIG. 2A – Face de criança com fissura transforame

incisivo unilateral

FIG. 2b – Vista intra-bucal da fissura transforame

incisivo unilateral, evidenciando o envolvimento do

palato

FIG. 3A – Face de criança com fissura pós-forame

incisivo (fissura de palato apenas)

FIG. 3b – Vista intra-bucal da fissura pós-forame in-

cisivo, com comprometimento do palato duro e

mole

Fonte das figuras: Palone et al., 2013a.

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24 CIRURGIA março 2014 JSA

das alcoólicas, tabagismo, defi-ciência de vitaminas e uso de dro-gas anticonvulsivantes (fenitoína)principalmente. Acredita-se aindaque a cortiscosterona liberada du-rante o stresse, os medicamentosbenzodiazepínicos, o vírus in-fluenza da gripe, o vírus do saram-po, a febre relacionada a estes ví-rus, radiação ionizante e agentesquímicos presentes em pesticidascontribuam para elevar o risco defissura (2).Com relação aos fatores etioló-

gicos genéticos, os genes envolvi-dos na etiologia das fissuras labio-palatinas decodificam fatores detranscrição (proteínas que se ligamao DNA para que ocorra ligaçãoentre a enzima RNA-polimerase eo DNA, formando assim RNAmensageiro e por fim promove asíntese de proteínas), crescimento(correspondem a substâncias pro-teicas na maior parte das vezes,que juntamente com hormônios eneurotransmissores, desempe-nham papel fundamental na co-municação intercelular) e molécu-las de adesão celular (propiciam aligação entre células ou entre célu-las e a matriz extracelular) (2).

Como se manifestam as fissuras?Este tipo de anomalia apresen-

ta-se de diferentes formas, com

gravidade e extensões variadas pa-ra cada caso. Manifesta-se partin-do de formas simples, com a pre-sença de cicatriz no lábio, ou aúvula dividida ao meio apenas, atéformas mais graves como ocorrena maior parte dos casos, nosquais se observa uma abertura naregião do lábio, rebordo alveolare/ou palato. Neste caso, a fissura édenominada de completa em ra-zão do envolvimento do rebordoalveolar (Figuras 1 A e 1B). Alémdestas, existem outras formas defissuras mais severas e raras envol-vendo outras áreas como nasal,ocular e craniana. Convém ressal-tar que as fissuras podem ocorrerafetando apenas um dos ladosbem como os dois, direito e es-querdo simultaneamente, sendodenominada respectivamente deunilateral e bilateral.Um sistema importante e efeti-

vo empregado para a classificaçãodas fissuras é o de Spina modifica-do por Silva Filho et al. (1992), oqual utiliza como referência ana-tómica o forame incisivo, resquí-cio do limite embrionário entrepalato primário e palato secundá-rio, aliado a dois princípios funda-mentais: a morfologia e a origemembriológica da fissura. As fissu-ras encontram-se, portanto, clas-sificadas em três grupos princi-pais: fissuras pré-forame incisivo

(lábio ou lábio + arco dentário) (Fi-guras 1A e 1B), fissuras transfora-me incisivo (lábio + arco dentário+ palato) (Figuras 2A e 2B) e fissu-ras pós-forame incisivo (palatoapenas) (Figuras 3A e 3B). O quar-to grupo corresponde ao das fissu-ras raras da face (1).

Quais as principais complicações?Os pacientes com fissura labio-

palatina ainda não operados, porsua vez, apresentam prejuízo naformação da pressão intra-oral ne-gativa durante a sucção, com con-sequente ingestão insuficiente deleite e, muitas vezes, inviabilizaçãodo aleitamento materno. Assimsendo, pode haver comprometi-mento da evolução clínico-nutri-cional, predispondo a criança a in-fecções. O palato fendido tambémleva à comunicação entre as cavi-dades oral e nasal, prejudicandoainda mais a alimentação do indi-víduo, com perdas de alimentospelo nariz ou aspiração dos mes-mos, que causam também infec-ção respiratória e otites de repeti-ção (1,3).É também bastante comum

neste grupo de indivíduos a ocor-rência de anomalias dentárias denúmero, tamanho, forma, estrutu-ra e posição principalmente nasáreas adjacentes à região da fissu-

ra. O achado mais comum consis-te na agenesia dentária do incisivolateral do lado fissurado, sendoainda comumente encontradasoutras alterações como dentes su-pranumerários, microdentes,dentes natal e intranasal, irrupçãodentária ectópica, atrasos na ir-rupção e formação dentária. Estasalterações dentárias juntamentecom as alterações morfológicas eestruturais dos tecidos labiais, al-veolares e palatinos contribuemsobremaneira para dificultar a hi-gienização bucal sobretudo dosdentes localizados na região da fis-sura, refletindo em índices de cá-ries mais elevados e condições pe-riodontais agravadas quandocomparados a indivíduos sem fis-suras (4).Outro comprometimento im-

portante diz respeito ao processode produção da fala, fortementeinfluenciado pela função velofa-ríngea, com destaque para um nú-mero considerável de indivíduoscom fissuras completas de lábioou palato ou apenas de palatoapresentando hipernasalidade. Omecanismo velofaríngeo é res-ponsável pela promoção da resso-nância entre as cavidades bucal enasal além do controle da pressãoaérea no interior destas cavidadesdurante o processo de produçãoda fala. Quando há alterações do

mecanismo velofaríngeo, ocorre achamada disfunção velofaríngea,a qual diferencia-se em dois tipos:insuficiência ou incompetênciavelofaríngea. A insuficiência velo-faríngea ocorre em resposta a umdefeito anatômico ou funcional,ou seja, na falta de tecido no palatopara promover o fechamento ve-lofaríngeo de maneira adequada.Por sua vez, a incompetência velo-faríngea surge quando ocorre mo-vimento velofaríngeo reduzidoinerente a falhas na mobilidadedas estruturas da velofaringe re-sultante de causas fisiológicas (5).

ConclusãoO tratamento das fissuras re-

quer equipes altamente especiali-zadas, uma vez que envolve trata-mentos complexos, de alto custo etempo de duração variável, ini-ciando-se ainda quando bebécom a realização das primeiras ci-rurgias plásticas reparadoras po-dendo estender-se até a idadeadulta. Desse modo, medidas pre-ventivas com ênfase no controledos fatores ambientais e planeja-mento da gestação devem serpriorizadas e disseminadas para opúblico em geral pelos profissio-nais da área da saúde e veículos dedivulgação visando uma futura re-dução na prevalência desta ano-malia no mundo.

Como prevenir a ocorrência da fissura labiopalatina?

Apesar de grandes descobertas com a rea-lização de inúmeras pesquisas científicaspor todo o mundo e de grandes avanços so-bre os conhecimentos acerca da genéticarelacionada ao desenvolvimento da fissuralabiopalatina, ainda não é possível o ho-mem intervir sobre os genes envolvidos na

formação desta anomalia. Desse modo, aprincipal medida preventiva para o risco defissuras consiste no planeamento da gravi-dez, sendo sugerido, portanto, o acompa-nhamento médico pré-natal com suple-mentação vitamínica sobretudo de ácidofólico (vitamina B9) (2).

Referências1.Palone MRT, Silva TR, Vieira NA, Dalben GS. Microbiota dotrato gastrintestinal de crianças com fissura envolvendo o palato.Microbiologia in foco. 2013a; 5(21):11-18.2.Garib DG, Silva Filho OG, Janson G, Pinto JHN. Etiologia dasmás oclusões: perspectiva clínica (parte III)-fissuras labiopalati-nas; Etiology of malocclusions: clinical perspective (part III)-cleftlip and palate. Revista clínica de ortodontia Dental Press. 2010;9(4):30-36.3. Palone MRT, Silva TR, Vieira NA, Dalben GS. Sequência de Ro-bin e suas repercussões sobre a microbiota bucal: revisão de lite-

ratura. Pediatria Moderna. 2013b; 49(11):445-450.4.Moralejo CDS, Palone MRT, Silva TR, Pernambuco RA, Dal-ben GS. Avaliação das condições de higiene bucal e hábitos empacientes com fissura de lábio e palato-estudo retrospectivo.Udesc em Ação. 2013; 7(1). 5. Aferri, HC. Avaliação das etapas de confecção da prótese depalato em crianças com fissura palatina [dissertação]. Bauru:Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru;2011 [acesso 2014-01-15]. Disponível em:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-21032012-153358/.

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26 Março 2014 JSA

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27publicidadeJSA Março 2014

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28 RESPONSABILIDADE SOCIAL Março 2014 JSA

Financiada pela BP Angola eimplementada pela organi-zação não governamental,RISE, a obra “vem ao encon-

tro da política do Executivode combate à pobreza e ex-clusão social”, garantiu, porsua vez, o director municipalde educação do Cacuaco,Augusto Cabunde.

A educação é uma genuína expressão de amor socialA Irmã Emiliana Bundo,

Superiora da Congregaçãodas Servas Franciscanas Re-paradoras de Jesus – entida-de que administra a escolar –, assegurou que o estabeleci-mento de ensino vai formarcidadãos livres, com capaci-dade para defender os seusdireitos e cumprir as suas ob-rigações “onde se vão outor-gar aqueles valores huma-nos, morais, espirituais so-ciais e culturais dos nossosancestrais, entre os quais, orespeito pela dignidade e in-

tegridade do outro, respon-sabilidade, liberdade, matu-ridade, diálogo construtivo etolerância pela diferença”. Aeducação “é uma genuínaexpressão de amor social”defendeu esta responsávelque agradeceu ainda, emo-cionada, o apoio da BP, e de-mais benfeitores, citandoFloriano Bumba, represen-tante do administrador daFunda, Manuel Escórcio, aadministradora do Cacuaco,Rosa Janota, pela sua capaci-dade de iniciativa a senhoraConne, o responsável da Ri-se, Adriano Huambo, a res-ponsável das Gembas, se-nhora Patrícia e ainda aomais velho Guimarães que“ao ver diminuir as forças pa-ra tratar a sua lavra decidiuoferecê-la para a construçãoda escola”.

Também a representante

dos alunos, a jovem Fernan-da, de 12 anos, a frequentar a5ª classe, agradeceu aos pre-sentes, pediu pontualidadeaos professores, disse que aescola “é a segunda casa on-de aprendem a ler e a escre-ver”, e foi categórica ao ga-rantir que “não escrevere-mos nas paredes, nem risca-remos as carteiras e regare-mos sempre as plantas”.

Parcerias para o desenvolvimento sustentávelPara o director de Comu-

nicação e Relações Externasda BP Angola, António Vue-ba, a obra foi possível graçasao esforço conjunto com aRISE, a empresa prestadorade serviços Subsea 7 e, natu-ralmente, com as entidadesoficiais, nomeadamente oMinistério da Educação,

através da Direcção Provin-cial e as administrações mu-nicipais. “A BP acredita quesó com este tipo de parceriasse obtêm resultados susten-táveis nas comunidades”.António Vueba sublinhouque a empresa “tem a educa-ção como uma das priorida-des na sua política de desen-volvimento sustentável e res-ponsabilidade social corpo-rativa” e “crê que só comuma educação sólida eabrangente o País poderámanter a rota de desenvolvi-mento económico e socialque vem demonstrando nosúltimos anos, posicionandoAngola como uma das na-ções mais prósperas do pla-neta”. Finalmente elogiou aRISE que nos últimos 18 me-ses conseguiu erguer maisde 40 salas de aula, no qua-dro da sua parceria com a BP

Angola e seus parceiros dosblocos 18 e 31, de norte a suldo país, corporizando “apaixão pela educação dopresidente regional da BP,Martyn Morris”, finalizou.

A escola foi abençoadapelo Mestre de Noviços daCongregação do Verbo Divi-no, o padre Verbitas, XavierLino Castillo, em representa-ção de Dom Antonio Fran-cisco Jaca, bispo da diocesedo Caxito. Na oração queprecedeu ao corte do bolocomemorativo, fez votos pa-ra que os “ alunos aprendamcom os seus professores osensinamentos do Divino”.

Na cerimónia participa-ram ainda o director do De-senvolvimento Sustentávelda BP, Gaspar Santos, a con-selheira deste departamen-to, Luduvina da Costa e o téc-nico Ekuiki Peliganga.

Rui MoReiRa de Sá

A abertura de seis novas salasde aula, devidamente apetre-chadas, na Escola 4024, NossaSenhora de África, na Funda,vai permitir integrar no siste-ma formal de ensino mais 300crianças do município do Ca-cuaco. “É uma obra de exce-lência que vem complemen-tar o esforço do Ministério daEducação e viabilizar a entra-da de muitos alunos no siste-ma de ensino”, afirmou a re-presentante do Ministro daEducação, Zita de Sousa, nacerimónia de inauguração, nodia 3 de Fevereiro, naquela lo-calidade.

Abertura de seis novas salas de aula na Funda

Mais 300 crianças acedem ao sistema formal de ensino

A comunidadeque serve

Segundo o coordenador

do bairro 30, Rufino

Roques Cassoma, “a

comunidade onde a

escola está inserida tem

cerca de 14.489

habitantes, na sua maioria

camponeses pobres, com

parcos recursos”, como é

o seu caso. A escola

recebe, contudo, crianças

desfavorecidas

provenientes de muitos

outros bairros

circundantes, como por

exemplo, da Caop Nova,

Caop Velha, Paquete e

Sepa do Bengo, “que têm

de palmilhar, por vezes,

diariamente, até 15

quilómetros em estradas

de terra batida,

enlameadas com as

chuvas, para chegarem à

escola”, assegurou a

directora do

estabelecimento, irmã

Teresa.

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mercial da empresa, Caetano Baptista,o sistema compacto é ideal para utiliza-

ção doméstica, hotéis, escolas, edifí-cios comerciais, conjuntos residen-ciais, hospitais e aplicações munici-pais.Segundo Caetano Baptista “o gera-

dor de água é uma máquina que fun-ciona através da temperatura. Istosignifica que depende do nível de hu-midade do ar e da temperatura paraproduzir a água. O nível de humidadeideal deve ser de pelo menos 55% parase conseguir o melhor desempenho.Mas mesmo em locais com baixo ní-vel humidade, a máquina produziráágua, embora não tão rapidamente. Atemperatura ideal é 30º ou superior. Travessa Almeida Garret, 5º - 13, Vi-la Alice, Luanda - Caetano BaptistaTel.: 945 625 066 E-mail: [email protected]

A partir da humidade do arMáquina que produz água pura já disponível

Uma máquina capaz de produzir até30 litros / dia de água pura para beberjá está disponível no mercado angola-no, pela mão da empresa especializa-da Energia e Luz. O Instituto Nacionalde Saúde Pública, do Ministério daSaúde, analisou uma amostra da águae não tem dúvidas: “É própria para oconsumo humano”.

em Angola

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30 RESPONSABILIDADE SOCIAL Março 2014 JSA

A alegria que acompanha a esperança

Nesta reportagem, apresen-tamos um exemplo, com fo-co na responsabilidade so-cial, capaz de ajudar a com-preender o alcance do tra-balho realizado no país, combase nos preceitos da sus-tentabilidade.

Na região de Benguela eLobito, a Odebrecht já exe-cutou várias obras. Agora,constrói a infraestrutura deapoio para a futura refinariade Lobito, da Sonaref, subsi-diária da Sonangol. Ali per-to, na comunidade de Ha-nha do Norte, com 4.100 ha-bitantes, a 30 km do Lobito,Henrique Pequenino, 25anos, casado e pai de duasmeninas, tem voz ativa noPrograma DesenvolvimentoComunitário, lançado emAgosto de 2013 pela Ode-brecht, com o intuito de for-mar jovens para que se tor-nem empreendedores.

Cultivo de frutas e legumes a salvoO Rio Cubal abastece a

comuna por meio de um ca-nal de irrigação construídona década de 1960, ainda du-rante a época colonial. Paratentar ampliar as opções deacesso à água, Poti Mala-quias, coordenador das ati-vidades sociais da Ode-brecht, motivou jovens – porintermédio da formação emempreendedorismo basea-da na economia solidária – aperceberem as dificuldadesda realidade local e suas pos-síveis soluções. Os partici-pantes do programa propu-seram-se realizar a limpezadesse canal que abastece to-da a comunidade, a estaçãode tratamento de águas e aslavras de subsistência. Hen-rique e os jovens, juntamen-te com a comunidade mobi-lizada, desobstruíram o ca-nal, e a água voltou a percor-rê-lo. A comunidade da Ha-nha ficou entusiasmada coma proatividade dos jovens:está salvo o cultivo de bana-na, batata-doce, feijão, mi-lho, mandioca e tomate,com aumento significativoda área produtiva.

Formação socioprofissionalParalelamente, prosse-

gue o curso de associativis-

mo e de alfabetização deadultos, com 310 alunos,dos quais 80% são iletrados.

Joaquim Jolomba, 51anos, líder local, prevê:“Com a formação sociopro-fissional, os jovens poderãotrabalhar em obras e na fu-tura refinaria”. Luiza Palan-ca, 24 anos, quatro filhos,tem aulas de alfabetização eagora vai sempre à praçapara receber peixes em tro-ca das batatas que produz.“Meus filhos comem me-lhor”, diz. Essa acção fazparte do mercado de trocaque foi estabelecido na co-munidade, o que permite oacesso a outros cultivos.Atualmente, a comunidademobiliza-se para a constru-ção da casa de moagem,mais uma importante con-quista para a geração de ri-queza.

Além das acções de for-mação, um programa desaúde tem papel de desta-que na comunidade, con-forme destacamos em cai-xa nesta página.

Altivos e silenciosos, Do-mingos Kaluvala, Chipun-da Unambo e KangombeMbongo são sobas. Apro-vam a acção social desen-volvida na Hanha do Nor-te. “Os agricultores agoraproduzem mais”, diz Kalu-vala.

“Até então, os casos suspeitos eram tratados como malária. Agora eliminaram-se os falsos positi-

vos com a análise laboratorial”

A Odebrecht desenvolve ho-

je 32 programas sociais para

as comunidades próximas

das suas obras em Angola.

São iniciativas voltadas, so-

bretudo, à geração de traba-

lho, rendimento e ao apoio à

saúde e à educação.

A Odebrecht e as acções de saúde na comunidade

Desenvolvimento Comunitário na Hanha do Norte

Plasmódio Faixa etária 2013 Jan/14 Fev/14

Total de exames 356 408 214

Positivo Adulto* 15 54 18

Crianças** 121 180 80

Negativo 220 174 116

Campo coberto*** 72 72 19

* Pessoas acima de 14 anos

** Pessoas abaixo de 14 anos

*** Caso mais grave entre os positivos

Tabela 1

Acompanhamento dos casos de malária analisados laboratorialmente na clínica do estaleiro da Odebrecht na Hanha do Norte, província de Benguela

O desenvolvimento não se faz sozinho,

com um único indivíduo. Assim, a

contribuição activa aos governos e

outros representantes da sociedade na

formulação de políticas públicas

participativas e outras iniciativas que

visem promover o desenvolvimento

sustentável da região torna-se de suma

importância. Frequentemente, as

iniciativas já estão arquitectadas pelas

esferas governamentais. Todavia,

apresentam uma baixa taxa de execução

nas bases comunitárias. Com o objectivo

de contribuir para a inversão deste

quadro, a Odebrecht lançou o programa

“Acções de Saúde na Comunidade,

Alfabetização de Adultos e Cidadania”.

Na Hanha do Norte

Um exemplo deste programa podemos

encontrar no município do Lobito. A

respectiva repartição de saúde possui os

seus eixos de estratégia de actuação.

Assim, o papel do programa é apenas o

de potencializar os esforços

desenvolvidos pela esfera governamental

e incrementar com novas tecnologias e

soluções.

Nesta conformidade, o programa

capacitou quatro enfermeiros do posto

de saúde da Hanha do Norte (localidade

situada a 30 quilómetros a norte da

cidade do Lobito) para a coleta, raspagem

e tratamento adequado dos pacientes

com sintomas de malária. Diariamente,

são encaminhadas para a clínica do

estaleiro da Odebrecht as lâminas com

amostras sanguíneas, situação que,

anteriormente à implementação do

programa de saúde, não acontecia no

posto de saúde. Até então, os casos

suspeitos eram tratados como malária.

Agora eliminaram-se os falsos positivos

com a análise laboratorial. A acção não é

simplesmente uma análise laboratorial e

sim um diagnóstico preciso e detalhado

dos casos de malária da comunidade,

permitindo assim um tratamento eficaz.

Diariamente, o posto de saúde atende,

em média, cerca de 45 pessoas, das quais

aproximadamente 25 com sintomas de

malária e plasmódio (Tabela 1).

Como parte das acções de controle da

malária, para além das análises clínicas e

laboratoriais, a comunidade articulou

junto ao governo municipal duas

máquinas para a pulverização que é

executada seis vezes por semana e a

entrega de mosquiteiros. As acções de

Poliomielite e VHI/Sida são coordenadas

com a Direcção Provincial de Saúde. No

ano de 2013, o Projecto Sonaref apoiou a

vacinação de 1082 crianças entre 0-5

anos de idade.

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