O Céu é o Limite jornal a saúde nas suas mãos aude ANGOLA · desembarque, nos aeroportos, nos...

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jornal Ano 5 - Nº 54 Outubro 2014 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá O Céu é o Limite MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da Sob o lema "Uma visão de reabi- litação multidisciplinar", o Cento de Medicina Física e de Reabilitação (CMFR) realiza as I Jornadas Científicas nos próxi- mos dias 2 e 3 de Dezembro, em Luanda, com um programa científico de excelência. |3 Jornadas Científicas Reabilitação multidisciplinar precoce No mês em que comemora o seu primeiro aniversário, a Ordem dos Farmacêuticos de Angola (OFA) afirma-se junto à classe e parceiros com o sucesso da sua 1ª Semana da Farmácia e Expo Farma que reuniu mais de 650 profissionais à volta de um pro- grama científico de excelência. Na ocasião, o Bastonário, Boa- ventura Moura, lançou o nº 3 da revista da OFA que publica uma entrevista exclusiva ao Ministro da Saúde, José Van-Dúnem|8 e 10 Semana da Farmácia Angolana Muitos avanços, muitos desafios... Cuanza Norte notifica 554 novos casos de infecção por VIH-Sida nos primeiros nove meses deste ano. No Cuanza Sul, a assistên- cia sanitária em Porto Amboim está condicionada pela degrada- ção das estruturas do hospital municipal |16 e 18 PROVÍNCIAS Hipocoagulação no século XXI Sintoma ou consequência de doença, a dor não é apenas uma sensação mas sim um fenómeno complexo que envolve emoções e outros componentes que lhe estão associados, devendo ser encarada segundo um modelo biopsicossocial. Actualmente, é consensual que deve ser elimi- nada, principalmente no caso de doentes crónicos ou terminais, onde esta é absolutamente não aceite. Saiba mais|14 O essencial sobre os novos anti- coagulantes orais.|4 O que é a dor? O enfermeiro angolano Didi Ximbi, devidamente formado e equipado, está preparado para atender qualquer caso suspeito que chegue ao hospital Josina Machel Entrada do Doente Zona de Isolamento Entrada dos técnicos wc cama cama Arrecadação Sala de Serviço Sala de Paramentação Sala de Precaução de Contacto Sala de Descarte Angola sem casos de Ébola mantém prontidão hospitalar Em Angola,as unidades de saúde es- tão de prontidão para o caso de rece- berem algum caso suspeito de doen- ça do vírus Ébola. A reportagem do JS visitou um dos hospitais da capital,o Josina Machel, e percorreu o trajecto efectuado pelo doente eventualmen- te contaminado,bem como os passos que dá o profissional de saúde até che- gar ao paciente para realizar os pro- cedimentos adoptados pelo hospital. Especial Ébola A incrível história da descoberta do Ébola Perguntas frequentes sobre a doença do vírus Ébola O Ébola no mundo “Soldados da Saúde” NA LINHA DA FRENTE A epidemiologista Angelina Odete Fila e o enfermeiro Didi Ximbi Yavo são dois dos "sol- dados da saúde" que estão na linha da frente do combate clínico ao temível vírus. Equipa- dos com avental, casaco com capuz, calças, botas, sapatos, máscara e luvas, com base no seu conhecimento e experiência, vão receber os casos suspeitos e avaliá-los, impedindo o seu alastramento pela população.

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jornalAno 5 - Nº 54 Outubro2014Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá

O Céu é o Limite

MINISTÉRIO DA SAÚDE

GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA audea saúde nas suas mãos

A N G O L A

da

Sob o lema "Uma visão de reabi-litação multidisciplinar", oCento de Medicina Física e deReabilitação (CMFR) realiza as IJornadas Científicas nos próxi-mos dias 2 e 3 de Dezembro, emLuanda, com um programacientífico de excelência. |3

Jornadas Científicas

Reabilitação multidisciplinarprecoce

No mês em que comemora o seuprimeiro aniversário, a Ordemdos Farmacêuticos de Angola(OFA) afirma-se junto à classe eparceiros com o sucesso da sua1ª Semana da Farmácia e ExpoFarma que reuniu mais de 650profissionais à volta de um pro-grama científico de excelência.Na ocasião, o Bastonário, Boa-ventura Moura, lançou o nº 3 darevista da OFA que publica umaentrevista exclusiva ao Ministroda Saúde, José Van-Dúnem|8 e 10

Semana da Farmácia Angolana

Muitos avanços,muitos desafios...

Cuanza Norte notifica 554 novoscasos de infecção por VIH-Sidanos primeiros nove meses desteano. No Cuanza Sul, a assistên-cia sanitária em Porto Amboimestá condicionada pela degrada-ção das estruturas do hospitalmunicipal |16 e 18

PROVÍNCIAS

Hipocoagulaçãono século XXI

Sintoma ou consequência dedoença, a dor não é apenas umasensação mas sim um fenómenocomplexo que envolve emoçõese outros componentes que lheestão associados, devendo serencarada segundo um modelobiopsicossocial. Actualmente, éconsensual que deve ser elimi-nada, principalmente no caso dedoentes crónicos ou terminais,onde esta é absolutamente nãoaceite. Saiba mais|14

O essencial sobre os novos anti-coagulantes orais.|4

O que é a dor?O enfermeiro angolano

Didi Ximbi, devidamenteformado e equipado, estápreparado para atenderqualquer caso suspeitoque chegue ao hospital

Josina Machel

Entrada do Doente

Zona de Isolamento

Entrada dos técnicos

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Angola sem casos de Ébola

mantém prontidão hospitalar

Em Angola, as unidades de saúde es-tão de prontidão para o caso de rece-berem algum caso suspeito de doen-ça do vírus Ébola. A reportagem do JSvisitou um dos hospitais da capital, oJosina Machel, e percorreu o trajectoefectuado pelo doente eventualmen-te contaminado, bem como os passosque dá o profissional de saúde até che-gar ao paciente para realizar os pro-cedimentos adoptados pelo hospital.

Especial

Ébola

A incrível história da descoberta do Ébola

Perguntas frequentes sobre a doença do vírus Ébola

O Ébola no mundo

“Soldados da Saúde”NA LINHA DA FRENTEA epidemiologista Angelina Odete Fila e oenfermeiro Didi Ximbi Yavo são dois dos "sol-dados da saúde" que estão na linha da frentedo combate clínico ao temível vírus. Equipa-dos com avental, casaco com capuz, calças,botas, sapatos, máscara e luvas, com base noseu conhecimento e experiência, vão receberos casos suspeitos e avaliá-los, impedindo oseu alastramento pela população.

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Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus,decano da Faculdade de Medicina a UAN (coordena-dor), Dra. Adelaide Carvalho, Prof. Dra. Arlete Borges,Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Conceição Martins,Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. IsabelMassocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem,Dra. Joseth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof.Dra. Maria Manuela de Jesus Mendes, Dr. Miguel Gas-par, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Redactora Principal : Magda Cunha VianaRedacção: Francisco Cosme dos Santos; Luís Óscar;Madalena Moreira de Sá; Mara Mota.Correspondentesprovinciais: Elsa Inakulo (Huambo); Diniz Simão (Cuanza

Norte); Casimiro José (Cuanza Sul); Victor Mayala (Zaire)Publicidade: Eileen Salvação Barreto Tel.: + 244945046312 E-mail: [email protected] Revisão:Sara Veiga; Fotografia:António Paulo Manuel (Paulo dosAnjos). Editor: Marketing For You, Lda - Rua Dr. Alves daCunha, nº 3, 1º andar - Ingombota, Luanda, Angola, Tel.:+(244) 935 432 415 / 914 780 462, [email protected]. Conservatória Registo Comercial de Luandanº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Minis-tério da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº143.Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2- 2710-693 Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected]

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ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente

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e o desenvolvimento sustentável do país.

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2 actualidade Outubro 2014 JSa

As doenças transmissíveis, como a do vírus Ébola, sobre as quaisexiste um compreensível receio, levou o Jornal da Saúde a decidirpublicar um “Especial Ébola” para fornecer toda a informação dis-ponível à população, a profissionais da saúde e a voluntários que seapresentem para ajudar, no caso de haver em Angola uma infecçãopelo vírus do Ébola, o que até agora não se verificou.O Jornal da Saúde contactou todos os intervenientes no processode prevenção, despiste e tratamento de pessoas contaminadas pe-lo vírus do Ébola, e com responsáveis pelas instalações de saúde jáde prontidão para qualquer eventual caso que possa surgir. Os doentes infectados pelo vírus do Ébola estão divididos em trêsgrupos: os prováveis, os suspeitos e os confirmados. Por isso,quando a comunicação social cumpre o seu dever de informar aexistência de um caso suspeito de contaminação é necessário terem conta a elevada probabilidade de ser apenas um caso provável,pois a febre, arrepios, dores de cabeça e dores musculares são sin-tomas comuns a muitas doenças, como uma simples constipação. Os sintomas do Ébola incluem febre, dores de cabeça, nas articula-ções e musculares, fraqueza, diarreia, vómitos, dor estomacal, faltade apetite e, em alguns casos, hemorragia. Este vírus só é “transmi-

tido por contacto directo com pessoas doentes, ou através dosangue ou outros fluidos corporais, tecidos, órgãos, secreções ouexcreções de pessoas infectadas, tais como urina, fezes, vómito,saliva, suor, sémen, secreção vaginal, ou ainda através de ferimen-tos com objectos cortantes, ou perfurantes, como agulhas, bistu-ris, lâminas, tesouras e pinças contaminadas", segundo a DirecçãoNacional de Saúde Pública.Angola pôs em prática um sistema de prevenção que inclui vigilân-cia no aeroporto, onde a temperatura dos passageiros é medidano pavilhão auricular. As autoridades sanitárias colocaram tam-bém mesas de teste do Ébola, próximas dos locais de embarque edesembarque, nos aeroportos, nos postos fronteiriços terrestrese portos. Foram também tomadas medidas de rastreio nos meiosde transportes oriundos de regiões com ocorrência de casos deébola assim e montados postos avançados de atendimento em di-versas localidades.O Jornal da Saúde de Angola procurou cumprir o seu objectivo deinformar a população e os profissionais de saúde sobre as medidastomadas pelas autoridades angolanas e estará sempre atento aavanços sobre este assunto.

Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]

Angola e o Ébola

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actualidade 3Outubro 2014 JSa

Sob o lema "Uma visão dereabilitação multidiscipli-nar", o Cento de MedicinaFísica e de Reabilitação(CMFR) realiza as I Jorna-das Científicas nos próxi-mos dias 2 e 3 de Dezem-bro, em Luanda.

Entre outros temas em debate,destaca-se a "importância dareabilitação respiratória emdoentes com sequelas de lesãoraqui-medular, AVc isquémicoe hemorrágico, Fisioterapia naespasticidade, Neuroplasticida-de, Hidrocefalia, intervençãopsicopedagógica em pacientescom afecções neurológicas,importância da utilização deorteses em pacientes com Pci,importância do manuseio dotraumatizado no local do aci-dente e incidência de fracturasem politraumatizados por aci-dente de viação". Serão aindaapresentados casos clínicoscomo a "lesão vertebro me-dular" e "Fisioterapia no ampu-tado".

De acordo com a directo-ra-geral do cmFr, Armanda daconceição, "espera-se que osdebates em torno dos temasdas Jornadas traduzam a natu-reza científica que deve presi-dir a abordagem dos proble-mas e, em simultâneo, alertempara a necessidade de reabilita-

ção precoce, com a actuaçãocoesa de uma equipe multidis-ciplinar".

Exposição técnicaEm simultâneo, decorre a 1ª

edição da Exposição técnico-científica de Equipamentos, me-

dicamentos e Serviços para rea-bilitação Física, que permitirá aosmédicos e demais profissionaisconhecerem os mais recentesavanços técnicos e científicos nosector dos medicamentos, equi-pamentos, tecnologia, dispositi-vos médicos e serviços.

Horário Cursos Formadores

9:00-10:3010:30-10:40 Pausa10:40 – 12:10H

Desvios axiais do cotovelo e rigidez articular após-imobilização

Alberto rosa

9:00-10:3010:30-10:40 Pausa10:40 – 12:10H

tratamento do pé equino va-rum congénito pelo métodode Ponseti

Pedro miguel

13:00-14:3014:30-14:40 Pausa14:40 – 16:10H

reabilitação do amputado nasfases pré e pós protésica

maribel e maria Domingos

13:00-14:3014:30-14:40 Pausa14:40 – 16:10H

como detectar lesão do PBOno recém-nascido

Inscrições: Dra. isabel Alfredo 923339433 / Enf. gizela Abreu 923545310 / Vica canga 924758117Núcleo científico-Pedagógico - centro de medicina Física e reabilitação,rua da Samba nº19, luanda.Horário: das 8:30H às 15:00H, de 2ª a 6ª a partir de dia 20 de Outubro até 20 de Novembro

TAXASJornadas Científicas, dia 3 de Dezembro:Estudantes: 3.000 KZProfissionais de saúde e outros: 5.000 KZ

Cursos Pré-Jornadas, dia 2 de Dezembro:Preço de cada curso: 4.000 KZinscrições limitadas (capacidade máxima para 50 formandos)

Cursos Pré-Jornadas + Jornadas Científicas, dias 2 e 3 de Dezembro: Preço de 1 curso +Jornadas: 8.000 KZ

EduardoDunn garcia

CMFR

Jornadas Científicas alertam para a reabilitação multidisciplinar precoce

Cursos Pré-Jornadas - Dia 2 de Dezembro - CMFR

A Nigéria e o Senegal, paí-ses da África Ocidental, fo-ram elogiados pela Organi-zação Mundial de Saúde(OMS) por terem postofim ao surto do Ébola, de-pois de se registarem 21 ca-sos e 8 mortes no total dosdois países. O primeiro, e até agora únicocaso declarado no mali, umamenina de dois anos, não so-breviveu à doença. Na mesmaárea geográfica, nos três paísesmais afectados pelo Ébola, a li-béria, guiné-conacri e a Serraleoa, morreram 4.992 pessoas.

Uma nota da OmS refereque “a reacção do Senegal (comum caso declarado e nenhumamorte) é um bom exemplo da-quilo que um país deve fazerquando confrontado com umcaso importado de Ébola”.

Depois do Senegal, também aNigéria (com 20 casos e oitomortos) conseguiu pôr fim à pro-pagação do Ébola, após o cumpri-mento de 42 dias sem qualquernovo caso, período determinadopela OmS para a declaração doêxito no combate ao vírus.

“A epidemia na Nigéria foi

derrotada. É um êxito especta-cular que mostra ao mundoque o Ébola pode ser contido”,afirmou rui gama Vaz, repre-sentante da OmS para a Nigé-ria.

"Se um país como a Nigéria,cheio de problemas sérios desegurança, consegue fazer isto(...), então qualquer país nomundo com casos importadospode limitar a transmissão futu-ra a um grupo reduzido de ca-sos", afirmou a directora daOmS, margaret chan.

Países mais afectadosA presidente da libéria, El-

len Johnson Sirleaf, pediu umaresposta "do mundo inteiro" naluta contra uma doença que te-ve início na guiné-conacri mas"não conhece fronteiras".

Na libéria morreram 2.413,entre os 6.535 casos regista-dos. Na guiné-conacri, ondese registaram 997 mortes, fo-ram infectadas 1.906pessoas.Na Serra leoa morreram 1500pessoas entre os 5.235 casos.Nestes três países morreram4.910 pessoas entre 13.676 ca-sos registados.

Europa e EUANa Europa, terminou a

quarentena das 11 pessoasque estiveram em contactocom a primeira infectada deÉbola em Espanha. todas estaspessoas receberam alta dohospital de madrid, onde esti-veram sob vigilância 21 diassem manifestar sintomas deinfecção. Entre os que agoraregressam à vida normal es-tão o médico e o marido deteresa romero, a auxiliar deenfermagem contagiada, quefoi o primeiro caso de Ébolana Europa.

Em Nova iorque, nos Esta-dos Unidos, um médico quetratou pacientes com Ébolana África Ocidental foi estemês internado numa unidadede isolamento de um hospitalnova-iorquino, tornando-se oprimeiro caso registado na ci-dade. Ao todo, foram diagnos-ticados quatro casos de Ébolanos Estados Unidos: um libe-riano, que morreu este mêsnum hospital do texas e duasenfermeiras que trataram de-le e do médico de Nova ior-que.

O Ébola já é um vírus “global”

O Centro de Investigação eInformação de Medica-mentos e Toxicologia (CI-METOX) realiza o 1º Con-gresso Internacional de To-xicologia de 24 a 27 de No-vembro próximo, em Ma-lanje.

O evento tem como objectivoabordar as questões mais impor-tantes da toxicologia no desen-volvimento científico e seu im-pacto na vida económica e socialdo nosso país.

De acordo com o Vice-Presi-dente da comissão organizadorae Decano da Faculdade de medi-cina de malanje, André Pedro Ne-to, "o acontecimento constituiráuma oportunidade para trocarexperiências entre os participan-tes numa perspectiva de ciênciano domínio da saúde, ambiente ecultura, assim como para cons-truir, fortalecer a amizade entreos profissionais da região e domundo em geral e alcançar umanova concepção da toxicologiaem África.

Temáticas - toxicologia, investigação. Educa-ção e Sociedade.- Desastres tecnológicos e into-xicações massivas. Bioterrorismoe resposta NBQr (Nuclear-Bio-lógico-Químico-radiológico).- toxicologia forense e drogas deabuso.- toxicologia Avançada e Novas

tecnologias (Nanotoxicologia,transgénicos e toxicogenómica).- Animais Peçonhentos e Plantastóxicas.- Pesticidas e Segurança Alimen-tar.- toxicologia Ambiental e Avalia-ção do risco.- toxicologia clínica e toxicovigi-lância.

Perfil dos participantestoxicólogos e outros profis-

sionais e técnicos relacionadoscom o campo da toxicologiafundamentalmente: médicos declínica geral, pediatras, farma-cêuticos, internistas, neurologis-tas, gastroenterologistas, nefro-logistas, intensivistas, psiquia-tras, psicólogos, sociólogos, en-fermeiros, estomatologistas,epidemiologistas, bioquímicos,biólogos, químicos, veterinários,agrónomos, informáticos, bioes-tatísticos, criminalistas, nutricio-nistas, especialistas em alimen-tos e outros.

Cursos pré-congresso - Actualização do PlaneamentoNBQr em situações de desas-

tres massivos e de bioterroris-mo. - Animais peçonhentos. carac-terização de espécies veneno-sas. Actualização clínica e tera-pêutica dos acidentes por vene-nos de ofidios. - Avanço no diagnóstico e trata-mento das intoxicações maisfrequentes em Angola. - Estratégia para a prevençãodos acidentes provocados pelaexposição aos pesticidas.- Actualização sobre alcoolismoagudo. Um problema em Ango-la.- O desenho experimental emnanotoxicologia.

Mais informações: Universi-dade lueji A`Nkonde, Faculdadede medicina de malanje, centrode investigação e informação demedicamentos e toxicologia(cimetox). E-mail: [email protected] Facebook.com/cimetox.centro-detoxicologiatE. 251 235 531/ 2 / 3 /4 tm. 912225 301 / 912 225 304 / 943 002006 / 934 607 575www.ulan-cimetox.net

Angola realiza o seu 1º Congresso Internacional de Toxicologia

DirEctOrA-gErAl, ArmANDA DA cONcEiçãO "O objectivo geral dasJornadas é alertar para a necessidade da reabilitação multidisci-plinar precoce"

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4 Inovação Outubro 2014 JSA

Hipocoagulação no século XXI

O que há de novo com os novos anticoagulantes orais?

A instituição de ACO nocontexto de FA é um gestoterapêutico mandatório pa-ra diminuir a probabilidadede eventos embólicos, no-meadamente do acidentevascular cerebral (AVC). Sa-bemos actualmente que cer-ca de 1/5 dos AVCs isquémi-cos são atribuíveis à FA e que5% dos doentes que estãoem FA sofrem anualmenteum AVC isquémico, percen-tagem que é mais elevadanos idosos. OsAVCs associa-dos à FA estão relacionadoscom hospitalizações maisprolongadas, maior incapa-cidade residual e maiormortalidade. Uma percen-tagem importante dos AVCscriptogénicos também estáassociada a FA paroxísticaou não diagnosticada.O estudo FAMA, realiza-

do em Portugal continental,publicado em 2012, revelouuma prevalência média de2,5% de FA na populaçãoacima dos 40 anos, atingin-do valores de cerca de 7 e de10%, respectivamente entre70-79 e acima dos 80 anos.Apesar deste conheci-

mento estar razoavelmentedifundido, há uma percen-tagem significativa de doen-tes que não estão anticoagu-lados por falta de prescriçãomédica, por patologias asso-ciadas que o contraindicamou por má adesão à medica-ção.Até ao aparecimento dos

novos anticoagulantes orais(NACO) no final da décadapassada, apenas estavamdisponíveis os aVK, de quesão exemplos a varfarina e oacenocumarol.

Estes fármacos têm uminício de acção lento, comum período de latência depelo menos 2 a 3 dias e exi-gem monitorização fre-quente do seu efeito farma-cológico através da realiza-ção de uma análise labora-torial, o INR(anteriormentedesignado como tempo deprotrombina ou TP) paraacertos da dose. Têm umamargem terapêutica estrei-ta, oscilando facilmente en-tre a insuficiência terapêuti-ca (risco de fenómenos em-bólicos) e o efeito excessivo(risco de hemorragia).A dificuldade de obter ní-

veis terapêuticos estáveiscom os aVK atribui-se empartes variáveis à má adesãodos doentes por toma irre-gular do fármaco, à necessi-dade do controlo laborato-rial periódico, a diferençasgenéticas na metabolizaçãodas moléculas e a interaçõessignificativas com váriasclasses de outros medica-mentos (anti-inflamatórios,analgésicos, tuberculostáti-cos, antiepilépticos, anti-fúngicos, macrólidos, digo-xina, amiodarona, droneda-rona, diltiazem, verapamil,entre outros) e com a ingestade vegetais ricos em vitami-na K, como os brócolos, alfa-ce e couves.

Novos anticoagulantes oraisOs NACO, que actuam na

cascata da coagulação porinibição da trombina (dabi-gatran) ou do factor Xa (riva-roxaban, apixaban e edoxa-

ban), começaram por sertestados na prevenção datrombose venosa profundae da embolia pulmonar nocontexto pré-operatório deintervenções do foro ortopé-dico. Posteriormente foramensaiados no contexto de FAnão valvular em estudosrandomizados com popula-ções com dimensão supe-rior à dezena de milhar, ten-do demonstrado uma dimi-nuição do AVC e dos episó-dios embólicos em cerca de20%, com menores taxas dehemorragia cerebral, quan-do comparados com a varfa-rina. Os NACO só se compa-ram negativamente com aVarfarina em hemorragiasdigestivas, pelo que a suaprescrição deve serassocia-da à deum inibidor da bom-ba de protões. Os NACOs têm um início

de acção curto (cerca de 3horas) e mantêm o seu efeitodurante 12 a 24horas. Em-bora não estejam isentos deinterações farmacológicas,têm um efeito mais previsí-vel que os aVK e não exigemmonitorização laboratorial.O dabigatran tem uma eli-minação renal em 80% peloque não está habitualmenteindicado, nas doses habi-tuais do estudo Re-Ly, quan-do a taxa de filtração é infe-rior a 40 ml/min. O rivaroxa-ban e apixaban têm um me-tabolismo predominante-mente hepático, pelo quetêm menor risco quandoprescritos em doentes comcompromisso da função re-nal, mas recomenda-se pre-

caução no contexto dedoença hepática. O edoxa-ban tem uma eliminaçãoequilibrada, sendo metabo-lizado em 50% em cada umadas vias principais.

Cuidados a adoptarA decisão de iniciar ACO,

com aVK ou com NACO,exige uma ponderação dorisco embólico e o hemorrá-gico, com avaliação em si-multâneo das pontuaçõesobtidas por cálculo dos sco-res CHA2DS2VASC (riscoembólico) e o HAS-BLED(risco hemorrágico), asso-ciada a uma avaliação dapotencial adesão do doenteà medicação. A ACO não de-ve ser iniciada sem que an-tes seja realizado o ensinodo doente e, se possível, dosseus familiares mais próxi-mos, relativamente à vigi-lância a observar com a novaterapêutica bem como comos cuidados a adoptar face ahemorragias visíveis ou a in-

tervenções cirúrgicas, mes-mo quando de baixo risco talcomo nas extracções dentá-rias. Qualquer que seja o fár-

maco escolhido, mesmo nocaso de um NACO que dis-pensa a realização periódicade estudo laboratorial, odoente deve ser seguido pe-riodicamente, preferencial-mente em clínica de ACO,para avaliação da adesão àmedicação, observação clí-nica regular, rastreio deeventuais hemorragias, mo-nitorização periódica doINR (apenas nos aVK) e dafunção renal ou hepática(nos NACOs). Sendo a ade-são à terapêutica decisivapara se obter a desejada pro-tecção dos AVCs e dos even-tos embólicos relacionadoscom a FA, para mais emdoentes polimedicados de-ve ser equacionada a esco-lha de um fármaco bem to-lerado do ponto de vista di-gestivo e de toma única diá-ria como, por exemplo, o ri-varoxaban.Os NACOs, como anti-

coagulantes, embora maisseguros que os aVK, tam-bém têm risco hemorrágicoinerente. Em situação de he-morragia deve ser adiada oususpensa a toma seguinte eadoptadas as medidas geraisde 1ª linha recomendadasnestes casos: compressãomecânica, transfusão de eri-trócitos e/ou de plaquetas.Nos casos mais graves pode-rá ser necessário recorrer atécnicas de hemodiálise (da-bigatran), a infusão de com-plexo protrombínico ou defactores da coagulação.No contexto de uma ci-

rurgia programada, deve in-terromper-se o NACO entre24 a 72 horas antes, con-soante o risco hemorrágicoda intervenção e a função re-nal do doente.

Miguel MeNDes

Centro Hospitalar de lisboa Ocidental –

Hospital de santa Cruz

lisboa/Carnaxide, Portugal

Desde que os antagonistas da

vitamina K (aVK) foram in-

troduzidos na clínica desde há

mais de 6 décadas, a anticoa-

gulação oral (ACO) crónica

passou a integrar a medica-

ção de vários grupos de doen-

tes, como nos portadores de

próteses valvulares mecâni-

cas, de fibrilhação auricular

(FA) isolada ou associada a

valvulopatia, após enfarte do

miocárdio anterior extenso

(com ou sem trombo intraca-

vitário), miocardiopatia dila-

tada, após embolia pulmonar

ou trombose venosa profun-

da.

Em resumo...Em resumo, os novos anticoagulantes orais(NACO) são uma nova classe de fármacos anti-coagulantes orais que provou ser mais eficaz,segurae cómoda - para os doentes e para osprofissionais - relativamente aos aVK. Devemser considerados como um contributo impor-tante para tornar a anticoagulação oral (ACO)mais eficaz, com menor taxa de complicações eextensível a um número mais vasto de doentes.Sendo os NACO um grupo farmacológico hete-rogéneo, recentemente introduzido no merca-

do, em que não há ainda uma experiência clíni-ca ampla, é recomendável melhorar o seu co-nhecimento por parte dos médicos e de outrosprofissionais de Saúde. As Clínicas de Anticoa-gulação são o enquadramento ideal para a in-trodução e monitorização destaterapêutica,mesmo para os doentes medica-dos com NACO, que dispensam a monitoriza-ção do INR. A selecção do grupo farmacológico(aVK ou NACO) e do medicamento em si develevar em consideração o doente, no seu psi-quismo, condicionantes económicas, patolo-gias associadas e restante medicação em curso(interacções).

"Os Novos Anticoa-gulantes Orais (NA-CO) têm um iníciode acção curto (cer-ca de três horas) emantêm o seu efeitodurante 12 a 24 ho-ras (...) Orivaroxabantem um metabolis-mo predominante-mente hepático, peloque tem menor riscoquando prescritosem doentes comcompromisso da fun-ção renal"

"...os Novos Anticoa-gulantes Orais (...)devem ser conside-rados como umcontributo impor-tante para tornar aanticoagulação oralmais eficaz, com me-nor taxa de compli-cações e extensível aum número maisvasto de doentes"

"...os Novos Anticoa-gulantes Orais sãouma nova classe defármacos anticoagu-lantes orais que pro-vou ser mais eficaz,segura e cómoda(para os doentes epara os profissionais)relativamente aosaVK. Devem serconsiderados comoum contributo im-portante para tor-nar a anticoagulaçãooral (ACO) mais efi-caz, com menor taxade complicações eextensível a um nú-mero mais vasto dedoentes.

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5publicidadeJSA Outubro 2014

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Até ao momento, não surgiunenhum caso, mas os profis-sionais de saúde do hospitalJosina Machel, à semelhançade outros colegas em váriasunidades de saúde do país,estão formados e equipadospara lidar com casos suspei-tos de contágio pelo vírus doÉbola, que já matou 4.992pessoas e afectou 13.703, ten-do havido a confirmação deinfecção de metade dosdoentes.O Jornal da Saúde visitou o

hospital e percorreu o trajec-to efectuado pelo doenteeventualmente contamina-do, bem como os passos quedá o profissional de saúde atéchegar ao paciente para rea-lizar os procedimentos adop-

tados pelo hospital, de acor-do com as directrizes do Mi-nistério da Saúde e da OMS.A chefe de equipa, a epide-

miologista Angelina OdeteFila, afirmou que, caso surjaalgum paciente suspeito deestar contaminado pelo vírusÉbola (DVE), o paciente entrapor uma porta destinada es-pecialmente a estes doentes.O suspeito não passa pelaserviço de urgência, entran-do directamente para a salade “descarte” onde troca deroupa, sendo depois levadopara a sala de “precaução decontacto” (isolamento).No caso de se confirma-

rem as suspeitas, o pacientefica na sala de isolamento àqual têm acesso apenas osprofissionais devidamenteformados e equipados paraevitar o contágio, e onde o pa-ciente é submetido a umaavaliação para a obtenção deum diagnóstico.Os profissionais envolvi-

dos no atendimento e trata-mento destes doentes – o mé-dico, o enfermeiro e um auxi-liar – entram na área destina-da a esses pacientes por umaúnica porta que dá para a salade serviço. Seguem depoispara a sala de “paramenta-ção” onde se despem e en-

vergam o fato protector, lu-vas, máscaras e se munem dedemais equipamento neces-sário para a não contamina-ção. O próximo passo é a en-trada na sala de precaução decontacto onde têm o primei-ro contacto com o doente. Angelina Odete Fila sa-

lientou que o fato de biosse-gurança (equipamento) é uti-lizado apenas pelo médico eo enfermeiro autorizados aactuar e seguir os procedi-mentos terapêuticos adequa-dos. O hospital Josina Machel

tem vindo a dar aos profissio-nais de saúde desta unidadehospitalar formação em bios-segurança e epidemiologia,para que e possam responderàs necessidades de infecta-dos pelo vírus Ébola, sem secontaminarem.Os elementos da equipa

que entram na sala de isola-mento têm um auxiliar queos ajuda, depois do contactocom o doente, a despir oequipamento para tornarmais seguras as medidas deprecaução.Angelina Fila afirmou não

existir receio de contágio,uma vez que os profissionaisestão preparados para con-trolar qualquer eventualida-

de que possa surgir.A responsável salientou

que quando é aberta a portada sala de isolamento nãoexiste nenhuma possibilida-de de propagação do vírusporque este não se transmitepelo ar. A epidemiologistaadiantou que para havercontaminação é necessárioque haja um contacto directocom o paciente, ou atravésdo sangue ou outros fluidoscorporais, tecidos, órgãos,

secreções ou excreções depessoas infectadas, ou aindaatravés de ferimentos comobjectos cortantes, ou perfu-rantes.Na sala de isolamento –

adiantou a responsável - asmedidas de prevenção são asusuais: a lavagem constantedas mãos e a desinfecção dopessoal e da área da sala deisolamento. Outro procedi-mento obrigatório é não terqualquer contacto com um

eventual cadáver de pessoainfectada.O lixo removido do quarto

do paciente (sala de isola-mento) e o fato de biossegu-rança, depois ser retirado pe-lo técnico (na sala de descar-te), são encerrados num sacode plástico e colocados numcontentor que é posterior-mente recolhido por umaequipa especializada queprocederá à sua incineração,adiantou a especialista.

6 ÉbolA Outubro 2014 JSA

Hospital Josina Machel

A fase em que o técnico despe o fato de protecção, após o contacto com o doente, é particularmente perigosa

Angola sem casosde Ébola mantémprofissionais de prontidão

Entrada de casos suspeitosde Ébola para a zona/salas

de isolamento

Entrada para as URGÊNCIAS

FRANCISCO COSME DOS SANTOS

com MAGDA CuNhA VIANA

Os profissionais de saúde es-tão na linha da frente docombate clínico a doentes in-fectados pelo temível vírusdo Ébola. São estes médicose enfermeiros que corremriscos, embora controlados,mas de elevada periculosida-de, para despistar a infecçãoe, caso seja necessário, tratarde doentes contagiados como vírus.

O enfermeiro Didi Ximbi Yavo demonstra aos leitores do Jornal da Saúde o protocolo a seguir e cuidados a ter na fase em que despe o fato protector, luvas e máscara, para que não fique contaminadoapós ter tido contacto com um doente suspeito da doença do vírus Ébola. Após utilização, o equipamento é encerrado num saco de plástico posteriormente recolhido por uma equipa especializadaque procede à sua incineração.

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7Outubro 2014 JSA

Sem medo

ANGELINA ODETE FILA, EPIDEMIOLOGISTAO paciente suspeito de estar contaminado como vírus Ébola entra por uma porta específica pa-ra estes casos que dá acesso a uma sala de "des-carte" onde troca de roupa, sendo depois levadopara a sala contígua de "precaução de contacto"(isolamento). Não passa assim pelo serviço deurgência. Ver infografia acima.

DIDI XIMBI YAVO, ENFERMEIRO"Não tenho medo porque os profissionais desaúde estão habituados a enfrentar muitas situações e receberam formação". Tem 19 anos de experiência profissional, que incluiutrabalho de campo na RDC, em 1996, a tratar de doentes infectados pelo Ébola. Queixa-seapenas da máscara que é “pesada e... muitoquente”.

Entrada do Doente

Zona de Isolamento

Entrada dos técnicos

wc

cama

cama

Sala de DescarteLocal por onde o doente entra parao hospital para chegar à sala deprecaução de contacto (isolamento).É também nesta sala que osprofissionais de saúde, depois deterem avaliado o paciente, se dirigempara retirar todo o equipamento deprevenção.

Entrada Principal

Sala de Precaução deContacto (isolamento)Sala com duas camas, ondepermanecem os pacientes quandoestão a ser avaliados pelosprofissionais de saúde e onde ficamaté três dias no máximo depois dediagnosticados com a doença.

Sala de ParamentaçãoLocal onde os técnicos se equipamcom todos os materiais debiossegurança exigidos para seprevenirem contra a doença do vírusÉbola.

Sala de ServiçoÉ esta a primeira sala para onde ostécnicos entram. Dá acesso àarrecadação e à sala de paramentação

ArrecadaçãoLocal onde se encontra todoo equipamento debiossegurança e também ondeos profissionais se dirigem,depois de passarem pela salade serviço, para retirarem oequipamento de protecção.

os profissionais que vestem o fato

"Os profissionais envolvi-dos no atendimento e tra-tamento destes doentes –o médico, o enfermeiro eum auxiliar – entram naárea destinada a esses pa-cientes por uma única por-ta que dá para a sala de ser-viço. Seguem depois para asala de “paramentação”onde se despem e enver-gam o facto protector, lu-vas, máscaras ese munem de demaisequipamento necessáriopara a não contaminação"

"No caso de se confirma-rem as suspeitas, o pacien-te fica na sala de isolamen-to, durante o máximo detrês dias, à qual têm acessoapenas os profissionais de-vidamente formados eequipados para evitar ocontágio. Após esses pe-ríodo é transferido paraoutra unidade especial deisolamento"

"São os resultados de umexame ao sangue denomi-nado PCR (iniciais em in-glês de Reacção em Ca-deia da Polimerase) queconfirmam se o doente es-tá ou não infectado com ovírus do Ébola"

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A palavra aos farmacêuticos

Muitos avanços, muitos desafios...

A Semana da Farmácia An-golana/Expo/Farma foi umevento de extrema importân-cia porque serviu para eluci-dar os profissionais sobre onovo contexto farmacológi-co, que se observa noutrospaíses, e que Angola preten-de alcançar para fortalecer osector, defendeu a farmacêu-tica Aida Cristina Mouraementrevista, ao Jornal da SaúdeO encontro veio contribuir

também – sublinhou - para avalorização dos farmacêuti-cos, dando-lhes a possibilida-de de se munirem de ferra-

mentas que reforçarão asáreas técnicas e científicas dosector.Para esta profissional, o

evento fomentou uma maiorproximidade entre os váriosintervenientes na área farma-cêutica, ao envolver e incen-tivar a classe na luta pela mes-ma causa - a revitalização dosector farmacêutico do país.Com a ExpoFarma (feira

de exposição farmacêutica)os expositores de farmacêuti-cos, distribuidores, e labora-tórios, como a BIAL, aBAYER, e a BLUEPHARMA,

foi possível ver e antever o de-senvolvimento da inovaçãoda farmacologia angolana,considerou Cristina Moura.De entre os vários debates,

a farmacêutica destacou o te-ma que tratou da actuaçãofarmacêutica, pois permitiu-lhe “aprender o verdadeiropapel e as funções que sãoatribuídas aos farmacêuti-cos”.“É bom estar presente nos

eventos farmacêuticos degrande dimensão porque sãouma mais-valia e uma opor-tunidade para aprender sem-

pre coisas novas, que pode-rão posteriormente contri-buir para a valorização dacarreira de qualquer profis-sional”, frisou.A farmacêutica Violeta

Chimuco Issenguel consi-derou muito oportuna a Se-mana da Farmácia Angola-na/Expo/Farma, por consti-tuir uma oportunidade paraactualizar os profissionaissobre novos conceitos far-macêuticos já em vigor nou-tros países.“Os certames deste géne-

ro contribuem para o desen-

volvimento da classe farma-cêutica do país por facilita-rem também a obtenção deconhecimentos aprofunda-dos sobre novas tecnologiasfarmacêuticas”, afirmou, ementrevista ao Jornal da Saú-de.Violeta Issenguel conside-

rou que eventos deste tipo fa-zem com que os profissionaisestejam cada vez mais habili-tados a responder às exigên-cias do mercado, e que, alémdisso, constituem um incen-tivo para a humanização dosserviços prestados à popula-

ção, em hospitais e farmácias,sejam públicas ou privadas.Dos assuntos apresenta-

dos no encontro, o que mais apreocupou foi o número deprodutos farmacêuticos falsi-ficados que entram em Ango-la. Já a abordagem à qualida-de dos medicamentos foi oque destacou como tendo si-do mais do seu agrado.A farmacêutica conside-

rou que deveriam ter sido de-batidas as farmácias hospita-lares por também fazeremparte dos serviços de atendi-mento à população.

8 EVENTOS outubro 2014 JSA

Semana da Farmácia Angolana e Expo Farma 2014

A política farmacêutica im-plementada no país é aindarecente - com pouco mais dequatro anos de existência – esão muitos, e ambiciosos, osdesafios lançados. Os farma-cêuticos pretendem acom-panhar o desenvolvimentotecnológico e ser a porta deentrada do doente para oServiço Nacional de Saúde.Por isso, querem aconselharo cliente da farmácia e for-necer medicamentos emcondições de excelência. Acriação da farmácia galéni-ca, onde os medicamentossão fabricados “in situ”, e amonitorização do transpor-te de medicamentos, com adevida refrigeração e arma-zenamento, constituemtambém desafios que o sec-tor pretende vencer.Estas questões, e muitas

outras, foram abordadas naSemana da Farmácia Ango-lana/ExpoFarma, realizadapela OFA, que decorreu estemês, em Luanda, sob o lema“Acesso ao Farmacêutico éAcesso a Saúde”.O bastonário da Ordem

dos Farmacêuticos de Ango-la, Boaventura Moura, afir-mou, em entrevista ao Jornal

da Saúde, que o eventoconstituiu uma oportunida-de de promover o sector far-macêutico angolano e forta-lecer as relações entre pro-fissionais. O responsável re-feriu ainda que, de acordocom a política farmacêuticaimplementada no país em2010, surgiu um forte cresci-mento do sector, com a cola-boração de farmacêuticos,grossistas e retalhistas.Boaventura Moura sa-

lientou o esforço feito na for-mação de farmacêuticosque passaram de 27 para459, e sublinhou o crescenteconhecimento relativamen-te ao processo que vai desdea aquisição à venda de me-dicamentos.

“A garantia de qualidadeda cadeia logística de produ-tos farmacêuticos e a espe-cialização de todos os profis-sionais” é fulcral para quepossam ser atribuídas res-

ponsabilidades caso surjaqualquer problema com ummedicamento ou erro co-metido no exercício da pro-fissão, acrescentou.“Incutir nos quadros a

necessidade de aplicaçãoprática da política nacionalde saúde, reactivar a produ-ção de medicamentos nopaís, controlar, por registo,todos os produtos de índolefarmacêutica que entram noterritório angolano, e educar

as populações para ummaior cuidado quando ad-quire medicamentos”sãotambém preocupações daOFA discutidas durante oevento, de dois dias.A abertura do evento foi

presidida pelo secretário deEstado Carlos Masseca, napresença de vários partici-pantes do sector farmacêuti-co, de todas as Províncias dopaís, e de convidados nacio-nais e dos PALOP (Países Afri-

canos de Língua Portuguesa),nomeadamente, de CaboVerde, Moçambique, paraalém de Portugal e do Brasil.Durante a semana decor-

reu um “workshop”, jorna-das técnicas e científicas deciências farmacêuticas, euma exposição de produtosfarmacêuticos e equipa-mentos hospitalares, com aparticipação de 35 exposito-res de empresas nacionais eestrangeiras.

Francisco cosme,

magda cunha Viana

e rui moreira de sá

A criação da Ordem dos Far-

macêuticos de Angola (OFA),

em 2013, e a subsequente re-

gulamentação da actividade,

bem como o combate à con-

trafacção de medicamentos

são importantes avanços do

sector e contribuem forte-

mente para uma melhoria da

saúde da população angolana.

Uma forte conquista é, certa-

mente, a formação de novos

profissionais, que actualmen-

te são 459. Contudo, este nú-

mero de profissionais é insufi-

ciente para uma população

de cerca de 24,4 milhões.

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9publicidadeJSA Outubro 2014

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10 EVENTOS outubro 2014 JSA

Apolónia Ivânia

Comercial

da Cicci Angola

"Grande oportunidade de negócios"“A Expo Farma é uma grandeoportunidade de negócios quetraz para o grupo a possível con-cretização de várias parcerias co-merciais no mercado farmacêu-tico, além de promover os produ-tos que a distribuidora possui.Constitui ainda uma ocasião parauma aliança com novos clientes eoutros grupos igualmente expo-sitores.O futuro será promissor. Omaior objectivo da empresa écrescer e contribuir para o bem-estar e saúde dos angolanos, for-necendo medicamentos de altaqualidade que trarão melhoriassignificativas para os pacientesem todos hospitais e farmácias”.

Amélia Armada

Directora de Operações

da Globomédica

“Potenciar aproximação a novos clientes"“A Globomédica é uma empresaangolana que comercializa diver-sos equipamentos e medicamen-tos e que actua também na áreade esterilização nos hospitais. AExpo Farma foi de extrema im-portância por ter sido uma oca-sião para divulgar o nosso nomee potenciar uma aproximação anovos clientes. Serviu tambémpara uma troca de experiênciascom outros expositores sobre oactual momento do mercado far-macêutico angolano, bem comopara a formalização de vários in-tercâmbios com distribuidoras elaboratórios, o que facilitará pos-teriormente a escolha de políti-cas comerciais estratégicas.Sendo uma empresa pioneira nomercado, a Globomédica apostana oferta de produtos de con-fiança, de forma transparente, uti-lizando uma conduta consistentede responsabilidade ética nas re-lações com clientes e colabora-dores.Pretendemos uma afirmação nomercado que nos permita figurarentre as melhores empresas dedistribuição de medicamentos do

A opinião dos expositoresgrande ferramenta para o merca-do farmacêutico angolano porquevem a beneficiar e congregar to-dos os actores que intervêm nosmedicamentos. Também serve pa-ra promover os produtos das em-presas desta área e fornecer umleque de oportunidades, como apossibilidade de obtenção de no-vos clientes, a formalização deacordos e intercâmbios que en-volvem o universo farmacêuticodo país. A empresa dedica-se es-pecialmente a produtos para aprevenção e erradicação da malá-ria. Actualmente está representa-da em Benguela, no Lobito, masconta expandir-se para todas asprovíncias, e transferir a sede paraa capital. Da Super Frescos os an-golanos podem esperar mais in-vestimentos contra a malária. Ogrupo esta também firmado nomercado português e espanhol,onde conta com duas fábricas deengarrafamento de água mineral,tencionando futuramente teruma fábrica de refrigerantes emAngola com base em frutas.

Andrea Ferraz

Directora-geral

da He Farmacêutica

“Formalização deacordos nacionaise estrangeiros”“Para a HE Farmacêutica a parti-cipação na ExpoFarma émuito importante, pois permitedois dias intensos de interaçãocom vários dos seus clientes dis-persos por todo o país, bem co-mo conhecer novos potenciaisclientes.Durante o evento, conseguimospromover e explicar devidamenteboa parte dos produtos e marcasrepresentadas pela HE Farmacêu-tica para os profissionais de saúdepresentes que ainda não tinhamconhecimento das mesmas.Criou-se também uma oportuni-dade para se formalizar novosacordos e parcerias comerciais.A HE farmacêutica é uma empre-sa de direito angolano especializa-da em representar e distribuirmarcas internacionais de renomede produtos farmacêuticos naárea da dermocosmética, pueri-cultura, nutrição infantil entre ou-tras. Desde 2011, têm vindo a de-senvolver um trabalho diferencia-do no mercado, nomeadamentecom formação contínua a farma-cêuticos e informação médica aespecialistas de dermatologia, pe-diatria e medicina dentária. Perspectiva crescer e tornar omercado cada vez mais competi-tivo fornecendo produtos farma-

país. Para isso contribuirá certa-mente a plataforma logística quejá hoje nos permite responder àsmaiores carências de medica-mentos .Actualmente estamos apenaspresentes em Luanda, mas existeinteresse na expansão para ou-tras províncias".

Dulce Lubrano

Directora Geral

da Arifarme Medical

“Apostamos em produtos inovadores"“A Arifarme Medical é uma em-presa nova no mercado farma-cêutico. A Expo Farma é umevento que oferece grandesoportunidades de negócios parao grupo e a possibilidade de inter-câmbios entre os expositores, la-boratórios, distribuidores, e clien-tes para a promoção dos produ-tos.O nosso Grupo surgiu para auxi-liar o Estado angolano a suprir asdificuldades de abastecimento demedicamentos em todas as pro-víncias do país.A empresa tem vários parceirose está presente, entre outros lo-cais, em Luanda, Namibe, Zaire,Cabinda e Cunene. Apostamos na introdução deprodutos inovadores e segurosque possam vir a reflectir-se nasaúde dos cidadãos e a preçosacessíveis à população em geral.Futuramente, o grupo tencionaalargar a sua intervenção no mer-cado farmacêutico a áreas espe-cificas como a estomatologia eoftalmologia, sem esquecer a efi-ciência e segurança, combinadascom os melhores preços”.

Diogo Charneca

Marketing manager

da Omegapharma

“Ferramenta indispensável"“A ExpoFarma é uma ferramentaindispensável para os investidoresda área farmacêutica, pois ofereceinúmeras oportunidades de negó-cios para os expositores e ajuda anossa empresa na promoção dosprodutos farmacêuticos e na rela-ção comercial com novos clientes.Futuramente, ambicionamos tor-nar-nos fortes no mercado farma-

cêuticos de qualidade que visammelhorar a qualidade de vida dapopulação.Actualmente com representaçãoem Luanda, Benguela, Huambo ena Huíla, a empresa quer expandira sua presença para todas as pro-víncias.

Mª Rosário Boavida

Directora

da Sanofi Angola

“Incentiva profissio-nais a conheceremprodutos genéricosde qualidade ”“A Medley é uma empresa de ge-néricos de origem brasileira, pre-sente há dois anos no mercadofarmacêutico angolano.Medley é uma empresa do grupoSanofi, sendo este um dos maio-res laboratórios farmacêuticosdo mundo e o número 1emÁfrica . A Medley possui em An-gola uma linha de genéricos di-reccionados para várias áreas te-rapêuticas ,nomeadamente:cardiologia, diabetes, anti infec-ciosos, antifúngicos, antitússicos,analgésicos, entre outros.Para a empresa, a ExpoFarma éum evento muito importantecomo facilitador na troca de ex-periências entre farmacêuticos,como incentivador dos profissio-nais desta área no sentido de vi-rem a conhecerem e a actualiza-rem-se sobre o que de melhorse pode encontrar no nossomercado. O evento é uma opor-tunidade para que os participan-tes venham conhecer a realidadeda indústria farmacêutica, no-meadamente do conceito de la-boratório, distribuidor, e de ou-tras áreas do universo farmacêu-tico. Futuramente pretendemoscontinuar a crescer e trazer aomercado angolano o que é ne-cessário para melhorar a saúdedas populações, com produtosde qualidade e ao alcance de to-dos as bolsas.Somos a única empresa de gené-ricos com produtos preparadospara a ZONA IV como preconi-zam as nossas autoridades .Durante o evento fizemos váriosintercâmbios com os outros ex-positores, promovemos um le-que de produtos genéricos e demarca junto dos nossos actuais efuturos clientes, formalizámosacordos com novas empresasnacionais que contribuirão futu-ramente para o crescimento daempresa. O cliente pode esperarda Medley bons produtos genéri-cos, com a garantia de segurançae qualidade SANOFI .

cêutico angolano, com vários pro-dutos inovadores de excelentequalidade, destinados a tratar diver-sas doenças. Iremos também de-senvolver formação para farmacêu-ticos e iniciativas para a educaçãodas populações, no que se refere aoconsumo de medicamentos”.

Nuno Cardoso

Director da Bial

em Angola

"Crescimento supe-rior a 10 por cento ao ano""A Bial é uma empresa multina-cional portuguesa, com noventaanos no mercado farmacêutico,15 dos quais em Angola.A Expo Farma foi um evento mui-to importante para a Bial porqueproporcionou várias oportunida-des de negócios, bem como aproximidade com os farmacêuti-cos, médicos, clientes e outrosgrupos que apostam no mercadoangolano dos medicamentos. Aempresa formalizou vários negó-cios com alguns dos expositorespresentes e com grupos de far-mácias o que trará posteriormen-te à distribuidora novas políticascomerciais que vão ao encontroda exigência cada vez maior domercado.Durante o evento promoveu aspotencialidades do grupo, na áreada formação de quadros na áreade saúde, na área dos medica-mentos e outras.Com um crescimento actual aci-ma dos 10 por cento, o maior la-boratório português de medica-mentos tenciona crescer aindamais no sentido de contribuir pa-ra melhorar a saúde da popula-ção de Angola, que é o mercadomais importante, dos mais de 50em que já se encontra presente.Actualmente, a Bial tem umasubsdiária sedeada em Luanda,mas tem prestado serviços emvárias províncias do país, entre asquais em Benguela e Huíla, privi-legiando sempre a utilização dosrecursos humanos angolanos".

Isabel Brito

Administradora

da Ecofar

“Garantia máxima de qualidade” “A ExpoFarma é uma grandeoportunidade para a Ecofar queperspectiva alargar as suas linhasde acção e fazer crescer o grupo,assinando parcerias conjuntas detrabalho com o Ministério daSaúde, a Organização Mundial deSaúde e a Direcção Nacional dosMedicamentos e Equipamentos.Neste evento pudemos promo-ver os nossos produtos, firmaracordos de parceria com outrosexpositores e angariar novosclientes. A Ecofar é uma empresadistribuidora que existe há 62 emAngola, noutras áreas, mas que seencontra há 12 anos no ramo da

comercialização dos medicamen-tos. A população pode esperardo grupo Ecomar a garantia má-xima de qualidade dos produtose de transporte dos mesmos,dentro das normas da entidadereguladora angolana dos medica-mentos. Actualmente a Ecomarestá representada em Luanda econta com uma filial em Bengue-la. Está também presente no Lo-bito, onde tenciona apostar maispara poder fornecer produtos eserviços de saúde a toda a popu-lação, tendo sempre em mente asexigências e as necessidades domercado”.

Luís Sanches

Director comercial

da Ecofarma

“Esperamos um crescimento acima da média”“Para a Ecofarma, pertencente aogrupo Azinor, a ExpoFarma é umaimportante oportunidade paraexpor produtos médicos e hos-pitalares. O evento serve para di-vulgar, e promover, todas as po-tencialidades do grupo ao públi-co, mas particularmente aosclientes. O evento facilita a trocade experiências entre os exposi-tores farmacêuticos e constituiuma oportunidade para formali-zar vários intercâmbios e outrasiniciativas que virão futuramentea potencializar o mercado farma-cêutico em todas suas vertentes.Com representação em Luanda,a empresa pretende oferecer di-versos serviços no ramo da saú-de, para além dos habituas equi-pamentos médicos, e expandir ogrupo para todo país. Espera-seda Ecofarma um crescimento aci-ma da média para continuar a ga-rantir ao povo angolano, medica-mentos e equipamentos comelevada qualidade”.

Manuel Rodrigues

Administrador

da Super Frescos

“ Congregar todos osactores que intervêmnos medicamentos”“A Super Frescos é uma empresade direito angolano que opera re-centemente na área dos medica-mentos, em Angola, e que comer-cializa produtos anti maláricos, en-tre as quais a água mineral Allshan-ti (significa "toda saúde"), com ca-racterísticas medicinais e suple-mentares, lançada experimental-mente em Moçambique, Brasil,República Democrática do Con-go e Guiné-Bissau.Para o grupo, a ExpoFarma é uma

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12 TOXICOLOGIA outubro 2014 JSA

A tuberculose mamária é rara, dedifícil diagnóstico, sendo mais fre-quente nos países em desenvolvi-mento, nomeadamente africanos,asiáticos e da América do Sul, on-de a doença tem prevalência, eocorre em mulheres maioritaria-mente entre os 20 e os 40 anos. O médico deve estar sempre

alerta para a doença quando se de-para com pacientes com envolvi-mento mamário de evolução suba-guda, com nódulos ou processo in-flamatório com presença de fístulase que não apresentem indícios demalignidade no exame histopato-lógico, principalmente em paísessubdesenvolvidos, segundo um es-tudo publicado na Revista Brasileirade Ginecologia e Obstetrícia.

Vieira Lopes, que falava noCongresso da Clinica Girassol,não avançou o número de casosregistados, mas salientou que atuberculose da mama pode serclassificada como primária ou se-cundária, sendo que clinicamentese define em três formas: nodular,disseminada e esclerosante.Um dos sinais da doença é o apa-

recimento de um nódulo mamário,

principalmente em mulheres maisidosas, sendo difícil diagnosticá-loclinicamente através de exames ra-diológicos, pois pode ser confundi-do com o cancro da mama.Em mulheres jovens, frisou, a

doença apresenta-se geralmentecomo um abcesso da mama de 3 a 4milímetros.O diagnóstico definitivo só po-

de ser feito através da identifica-

ção do agente etiológico, o Myco-bacterium tuberculosis, por mi-croscopia óptica directa ou porcultura do material aspirado."Tendo em conta todo o diag-

nóstico diferencial, podemos di-zer que em Angola os estudos fei-tos até agora não demonstramelevada incidência desta manifes-tação clínica de tuberculose, ",adiantou.

Tuberculose mamária é uma doença rara e de difícil diagnóstico

Caminho a percorrer para tratamento de mordeduras de serpentes é longo e difícilO CIMETOX - Centro de In-vestigação e Informação deMedicamentos e Toxicologiaparticipou na semana de 24a 26 de Outubro num semi-nário internacional sobremordeduras de serpentes da

Bio Snake Farm na cidade deWatamu, no Quénia. Esta foi a primeira vez que

um país da África Austral sefez representar num encon-tro desta importância que te-ve a participação de especia-listas internacionais.A vice Decana para os as-

suntos científicos da Faculda-de de Medicina de Malanje, edelegada angolana a este en-contro, Paula Oliveira, afir-mou "sentir-se muito honra-da por poder estar com espe-cialistas da área e trocar ideiase contactos para projectos fu-turos que o CIMETOX está a

iniciar agora e que têm a vercom esta problemática quetanto aflige as populações ru-rais de Angola".Referiu ainda que há um

caminho árduo a percorrerde educação e conscienciali-zação, na medida em que aspessoas ainda usam trata-

mentos tradicionais para asmordeduras de serpentesque podem causar infecçõese originar demora na procu-rar de auxílio de um médico.Frisou que é importante queos profissionais de saúde sai-bam reconhecer os diferentessíndromes de intoxicação por

mordeduras de serpentes pa-ra o seu tratamento correcto.Recorde-se que se vai rea-

lizar em Angola o 1º Con-gresso Internacional de To-xicologia, com um vasto pro-grama científico, conformenotícia que pode ler na pági-na 3 desta edição.

Rui MoReiRa de Sá

ROYAN TAYLOR O director da Bio Snake Farm, no Quénia, a segurar algumas serpentes

Os professores David Warell, David Wiliam e Royan Taylor ex-traem veneno de uma mamba verde

PAULA OLIVEIRA A vice Decana para os assuntos científicos daFaculdade de Medicina de Malanje, Paula Oliveira, representouAngola no seminário internacional sobre mordeduras de ser-pentes que decorreu em Watamu, no Quénia, durante o qualesteve em contacto com especialistas da área e trocou "ideiassobre projectos futuros que o CIMETOX está a iniciar agorarelacionados com esta problemática que tanto aflige as popula-ções rurais de Angola"

Mordeduras de serpentes venenosas Existem muitas espécies de serpentes. A título de exemplo, nosEstados Unidos ocorrem por ano mais de 45 mil mordedurasde serpente, mas só oito mil são venenosas. A maior parte dasmortes ocorre em crianças, idosos, pessoas que não são trata-das ou que são tratadas de forma imprópria.A mordedura de uma serpente venenosa nem sempre provocasintomas de intoxicação. Cerca de 25 % de todas as serpentesda família dos crotalídeos e de 50 % das mordeduras de cobras ede serpentes-de-coral não injectam veneno. O veneno das ser-pentes é uma mistura complexa que contém proteínas que de-sencadeiam reacções prejudiciais. Pode afectar quase todos osórgãos do corpo de uma forma directa ou indirecta. O veneno da cobra-cascavel e de outras víboras lesa o tecidoque rodeia a mordedura, provoca alterações nas células san-guíneas, evita que o sangue coagule e lesa os vasos sanguíneos,causando perdas através dos mesmos. Estas alterações podemprovocar hemorragias internas e insuficiência cardíaca, respi-ratória e renal. O veneno das serpentes-de-coral afecta o siste-ma nervoso, mas provoca pouco dano no tecido que rodeia amordedura.

Sintomas e diagnósticoOs sintomas da mordedura das serpentes venenosas variammuito, dependendo do tamanho e da espécie da serpente, daquantidade e da toxicidade do veneno injectado, da localizaçãoda mordedura, da idade e do tamanho da vítima e da presençadoutros problemas de saúde na pessoa que sofre a picada. Amaioria das mordeduras são na mão ou no pé.

A temível mamba negra ( Dendroaspis polylepis) causado-ra de muitas mortes em África

Magda Cunha Viana

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14 DOR Outubro 2014 JSA

TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICAOs objectivos principais da te-rapêutica farmacológica são ocontrolo da dor e a melhoria dacapacidade funcional e daqualidade de vida.O modo habitual do tratamen-to da dor em idosos é farmaco-lógico e deverá ser balanceadoem função dos riscos e dos be-nefícios. A efectividade do tra-tamento farmacológico émaior quando combinadacom formas de tratamento nãofarmacológico.

Devido à heterogeneidade dosidosos na resposta à terapêuti-ca farmacológica a dose ópti-ma e os efeitos secundários dosmedicamentos são difíceis deprever. As doses devem serajustadas em avaliações fre-quentes, de modo a optimizaro controlo da dor e minimizaros efeitos secundários.O controlo da dor implica a uti-lização de associações medica-mentosas que são potencial-mente geradoras de efeitos co-laterais. Contudo, a polimedi-cação pode ser necessária para

minimizar os efeitos secundá-rios específicos de cada fárma-co. A combinação de pequenasdoses de diferentes grupos defármacos, com os ajustes apro-priados às alterações farmaco-cinéticas e farmacodinâmicasinduzidas pela idade, permiteobter o controlo da dor commenor risco de desencadearefeitos secundários.

Orientações específicas paraos profissionais de saúde1. Os idosos com dor crónicamoderada a intensa são candi-

datos a tratamento farmacoló-gico que segue os mesmosprincípios e tipo de analgésicosque as pessoas mais jovens,mas com os ajustes necessá-rios às suas particularidades.2. Nos idosos que se apresen-tam mais sensíveis às reacçõesadversas, a maioria dos

analgésicos são eficazes e rela-tivamente bem toleradosquando usados com precau-ção, e o efeito analgésico obti-do será o melhor indicador dadose e do ritmo de administra-ção, não esquecendo que a viade administração deverá,sempre que possível, ser a me-

nos invasiva, portanto a viaoral.3. O tratamento da dor em ido-sos deve ser orientado de acor-do com a escada analgésica daOMS, tendo em consideraçãoas particularidades dos idosospara os diferentes grupos defármacos (Figura 1).

A dor no idoso

1º Escalão

Dor Ligeira

analgésicos não opióides e/ou adjuvantes

2º Escalão

Dor Moderada

opióides fracos ou mi-nor + analgésicos nãoopióides e/ou adjuvantes

3º Escalão

Dor Intensa

opióides fortes ou ma-jor+ analgésicos nãoopióides e/ ou adjuvantes

4º Escalão

Dor não Controlada

técnicas invasivas(analgésicos por via espi-nhal, bloqueios nervosos)

FIG. 1 - Escada analGésIca modIFIcada para o tratamEnto da dor

Profissionais de saúde já não aceitam a permanência da dor

Como tratar a dor?

A dor é um sintoma ou consequência de doença, sendo actualmente consensual que deve ser eliminada, principalmente no

caso de doentes crónicos ou terminais, onde esta é absolutamente não aceite.

São diversas causas da dor que poderão chegar, em casos extremos, à doença crónica ou terminal. Mas a dor é também um

sintoma de situações patológicas que requerem cuidados de saúde. Independentemente do quadro clínico na qual se encaixa,

a dor pode e deve ser tratada.

De acordo com a Associação Interna-cional para o Estudo da Dor (Interna-tional Association for the Study of Pain),a dor é uma experiência multidimen-sional desagradável, envolvendo nãosó um componente sensorial mas tam-bém um componente emocional, eque se associa a uma lesão tecidularconcreta ou potencial, ou é descrita emfunção dessa lesão.

Isto significa que: a dor não é apenasuma sensação mas sim um fenómenocomplexo que envolve emoções e ou-tros componentes que lhe estão asso-ciados, devendo ser encarada segundoum modelo biopsicossocial; a dor é umfenómeno subjectivo, cada pessoa sen-te a dor à sua maneira (da minha dor sóeu sei); não existem ainda marcadoresbiológicos que permitam caracterizar

objectivamente a dor; não existe rela-ção directa entre a causa e a dor; a mes-ma lesão pode causar dores diferentesem indivíduos diferentes ou no mesmoindivíduo em momentos diferentes,dependendo do contexto em que o in-divíduo está inserido nesse momento;por vezes existe dor sem que seja possí-vel encontar uma lesão física que lhe dêorigem

O tratamento da dor deve ser feitofundamentalmente nos cuidados desaúde primários, ou seja, nos centrose postos de saúde. Estes profissionais de saúde estão

habilitados a diagnosticar e tratar agrande maioria das patologias dolo-rosas (a título de exemplo, todos osestudos epidemiológicos indicam

que a dor crónica mais frequente é alombalgia ou seja as vulgares dores decostas), dispondo para o efeito de umvasto leque de opções terapêuticas,que vão desde os medicamentosanalgésicos anti-inflamatórios nãoesteróides, até aos opióides fortes, ououtro tipo de tratamentos como a fi-sioterapia e outras terapêuticas com-

plementares.Tão ou mais importante que o tra-

tamento da dor é a prevenção da dorcrónica, através por exemplo do tra-tamento adequado da dor aguda ouevitando os factores de risco associa-dos às lombalgias que, como acimareferido, são a principal causa de dorcrónica.

Dor agudaA dor aguda é uma dorque, até certo ponto, temconsequências benéficaspara o organismo. É um si-nal de alarme que avisa daocorrência de um trauma-tismo, uma queimadura,um derrame articular ouuma úlcera gástrica, porexemplo.Neste contexto, é um sin-toma muito importantepara o diagnóstico de vá-rias doenças, sendo a prin-cipal causa de procura decuidados de saúde pela po-pulação em geral. A impor-tância da dor aguda estábem patente em doentesque padecem duma pato-logia rara, em que há umadeficiência congénita dasensibilidade dolorosa.Estes indivíduos, que nãosentem dor, têm uma espe-rança média de vida muitoinferior a um indivíduonormal, precisamente por-que lhes falta esse meca-nismo sinalizador que ador representa. Embora a dor aguda sejaútil em muitas circunstân-cias, ela deve ser combati-da por forma a não se per-petuar e a não se tornareventualmente numa dorcrónica. Além disso, existeum tipo de dor aguda que éprovocada pela própria in-tervenção dos profissionaisde saúde, por exemplo nosprocedimentos de diagnós-tico ou nas terapêuticas ci-rúrgicas, a chamada doraguda pós-operatória. Nes-te caso, é fundamental con-trolar a dor, não só por ra-zões éticas e para evitar osofrimento desnecessário,

como também para reduziro risco de complicaçõespós-operatórias como asinfecções respiratórias ouas tromboses venosas dosmembros inferiores, e aomesmo tempo reduzir otempo de internamentodos doentes. O mesmo seaplica à dor associada aotrabalho de parto.

Dor crónica

A dor crónica é geralmentedefinida como uma dorpersistente ou recorrentedurante pelo menos 3-6meses, que muitas vezespersiste para além da curada lesão que lhe deu ori-gem, ou que existe sem le-são aparente.A dor crónica não temqualquer vantagem para odoente, pelo contrário, pa-ra além do sofrimento quecausa, tem repercussões nasaúde física e mental do in-divíduo, levando por exem-plo a alterações do sistemaimunitário com uma conse-quente diminuição das de-fesas do organismo e au-mento da susceptibilidadeàs infecções.No campo da saúde men-tal, a dor crónica provocafrequentemente insónias,ansiedade, depressão, po-dendo mesmo levar ao sui-cídio. Há pois uma tendên-cia actualmente para enca-rar a dor crónica não comoum mero sintoma mas, mui-tas vezes, como uma doen-ça por si só, com enormesrepercussões sobre o indi-víduo e a sociedade pelosofrimento e custos sócio-económicos que lhe estãoassociados.

O que é a dor?

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Em testes efectuados a umuniverso de 32.852 pessoasconstam, entre os casos diag-nosticados, 410 mulheres,125 homens e 19 crianças,adiantou.

Mateus Gaspar referiu queas autoridades da provínciatêm projectadas acções decombate a novas infecçõesatravés da implementação deprogramas de sensibilizaçãodos cidadãos, sobretudo noque diz respeito a métodos deprevenção, riscos e conse-quências da referida pande-mia.

Depois do lançamento doPrograma de Luta contra apandemia na província, emMaio de 2006, o Cuanza Nor-te passou a contar com cen-tros de aconselhamento, tes-tagem e acompanhamentode pessoas infectadas comVIH-Sida em todos os muni-cípios.

No período em referêncianão foi notificada qualquermorte relacionada com adoença

Autoridades reforçammobilização num alertapara riscos do VIH-SidaNo âmbito destas iniciati-

vas foram distribuídos, entreJunho e Agosto, 2.400 preser-vativos nos municípios deBolongongo e Golungo-Alto.

A iniciativa contou com oapoio da empresa de supervi-são de saúde (SHS), e incluiua testagem voluntária de 800cidadãos, tendo sido detecta-dos cinco casos positivos quemereceram o devido aconse-lhamento e posterior enca-minhamento ao hospital pa-ra terapia com antirretrovi-rais.

A mesma acção realizou-se no município do Ngon-guembo através de umacampanha de testagem vo-luntária e mobilização massi-

va dos cidadãos relativamen-te aos riscos e consequênciasdo VIH-Sida. Esta acção foicomplementada pela distri-buição de cerca de 600 pre-servativos masculinos.

No âmbito da feira de saú-de, promovida pelas autori-dades sanitárias locais emparceria com a empresa SHS-Soluções de Saúde, foram fei-tos testes de VIH-SIDA a 62pessoas, todos com resulta-dos negativos.

Rita Oliveira, assistente da

empresa SHS no municípiodo Ngonguembo, e coorde-nadora desta acção, referiuque a mesma englobou a rea-lização de 51 consultas diver-sas, e testes de malária a 51munícipes, dos quais resulta-ram seis casos positivos, ten-do ainda sido administradasvacinas contra a pólio, sa-rampo, tétano, febre-amarelae BCG a várias crianças da re-gião.

A feira visou promover aassistência médica à popula-

ção na sede municipal doNgonguembo, e aumentar osconhecimentos dos muníci-pes sobre cuidados primáriosde saúde e prevenção de vá-rias doenças, adiantou a res-ponsável.

A comuna da Aldeia No-va, no município da Banga éoutra das localidades quetambém reforçou o seu pro-grama local de mobilizaçãodos cidadãos contra o VIH-Sida e efectuou testes a volun-tários, tudo no âmbito de

uma parceria entre as autori-dades sanitárias locais e aempresa de consultoria desaúde (SHS).

No quadro da referida ini-ciativa, a sede da comuna jáacolheu uma feira da saúdeque incluiu a realização deuma campanha de testescontra a Sida a voluntários,que contou com a adesão deum número considerável demunícipes, não tendo sidoregistado qualquer caso posi-tivo da doença.

Esta acção foi ainda mar-cada pela realização de umacampanha massiva de mo-bilização dos cidadãos sobrea importância da prevenção,riscos e sintomas do VIH-Si-da, acompanhada da distri-buição de mais de 100 pre-servativos masculinos.

A coordenadora técnicada empresa SHS, Nely Ra-quel, responsável pela ini-ciativa, referiu que a mesmafoi promovida com a contri-buição de funcionários desaúde pública e marcada pe-la realização de testes rápi-dos, precedidos da oferta depreservativos.

Nely Raquel afirmou que,no quadro do reforço do re-ferido programa, foram mo-bilizados no município daBanga, 30 agentes comunitá-rios de saúde, coordenadospor três supervisores e umgestor de cuidados, os quais,além da mobilização decombate ao VIH-Sida ac-tuam na divulgação de infor-mação aos munícipes relati-vamente aos cuidados pri-mários de saúde e prevençãode doenças, nas comunida-des, através da criação deaterros sanitários, constru-ção de latrinas e outras me-didas colectivas.

Desde o lançamento doPrograma de Luta contra apandemia na província, emMaio de 2006, o Cuanza Nor-te conta actualmente comcentros de aconselhamentoe testagem voluntaria(CATV) de VIH/SIDA nos 10municípios.

Diniz Simão

Correspondente no Cuanza norte

texto e fotografia

As autoridades sanitárias da

província do Cuanza Norte

anunciaram que de Janeiro a

Setembro deste ano foram

notificados 554 novos casos

de infecção por VIH-Sida, se-

gundo o responsável local do

Programa de Luta contra a

pandemia, Mateus Manuel

Gaspar.

JSA outubro 2014 16Saúde Cuanza norte

Os cidadãos de Ndalatando, capital doCuanza Norte, manifestam-se actual-mente preocupados com a dificuldade delegibilidade da caligrafia adoptada pelamaioria dos médicos na prescrição demedicamentos aos pacientes, situaçãoque tem causado sérios transtornos naaquisição dos fármacos e em alguns casosna compra de medicamentos errados. Cidadãos de Ndalatando questionadossobre esta situação manifestaram a suainquietação, visto que a caligrafia ilegíveldo médico pode conduzir à compra demedicamentos diferentes daqueles queestão prescritos e assim representar umatentado à saúde e vida do paciente.A mesma preocupação é também mani-festada por enfermeiros e farmacêuticos

que relatam problemas no atendimento,ou orientação, de doentes devido à difi-culdade de decifrar a letra do médico.O enfermeiro Afonso José Francisco refe-riu que o problema da ilegibilidade da ca-ligrafia em receitas médicasestá a causar sériostranstornos para osenfermeiros, far-macêuticos, pa-cientes e atémesmo médicosque também en-contram dificul-dades em decifrara prescrição dosseus colegas.A letra ilegível em recei-

tas, para além de causar dificuldades aosenfermeiros e farmacêuticos na identifi-cação correcta de medicamentos prescri-tos, impede também que médicos de ou-tras especialidades façam um diagnóstico

correcto do quadro clínico dopaciente.

A enfermeira MariaManuel defendeu anecessidade de osdirectores clínicosde unidades sani-tárias abordaremo problema da ca-ligrafia nas reu-

niões clínicas, sobre-tudo com os médicos

estrangeiros, defendendo

mesmo a adopção de medidas condu-centes à informatização das receitas mé-dicas.Por sua vez, as farmacêuticas Zeza JoséAlberto Coelho e Eva da Conceição Félixreferiram que várias vezes se recusaram aatender alguns clientes, devido à ilegibi-lidade da caligrafia do médico, obrigan-do-os a voltar ao clínico que escreveu aprescrição para identificar o nome dosmedicamentos.Manifestaram-se também preocupadascom o facto de alguns adultos enviaremcrianças à farmácia para comprar medi-camentos, atitude que caracterizaram deirresponsável, por apresentar sérios riscosde troca de fármacos com possíveis danospara a saúde do paciente.

Cidadãos preocupados com a ilegibilidade da caligrafia dos médicos

Cuanza Norte regista 554 novos casos de VIH-Sida em nove meses

“O

problema da

ilegibilidade da caligrafia

em receitas médicas está a

causar sérios transtornos para

os enfermeiros, farmacêuticos,

pacientes e até mesmo médicos

que também encontram

dificuldades em decifrar a

prescrição dos seus

colegas”.

Autoridades da província têm projectadas acções de combate a novas infecções através da implementação de programas de sensibilização

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O director clínico do hospitalPorto Aboim, Nelson JoãoCardoso Camilo, disse ao Jor-nal da Saúde que existe umplano para a reconstruçãodas instalações hospitalares,mas que, dada a sua dimen-são, as obras dependem dacabimentação financeira, noâmbito do Programa de In-vestimentos Públicos (PIP).“A reabilitação do nosso

hospital é bem-vinda, mas oestado em que se apresenta aestrutura, associado às impli-cações do lençol de água nosubsolo, seria desejável aconstrução de outras instala-ções”, frisou, acrescentandoque não há muito tempo foifeita mais uma acção de rea-bilitação no referido estabele-cimento hospitalar.Cardoso Camilo manifes-

tou o receio de possíveis pro-blemas, com as chuvas que seavizinham e solicitou às auto-ridades competentes uma in-tervenção pontual com vistaa evitar que o pior aconteça.“Estamos a trabalhar com

vidas humanas e não é bomque esse trabalho seja feitonuma estrutura que não ofe-rece confiança tanto para ospacientes, como para o corpoclínico e, por isso, uma inter-venção pontual afigura-se co-mo prioridade”, advertiu.Para prevenir outras situa-

ções decorrentes da degrada-ção das infraestruturas doúnico hospital de referência,Nelson Camilo disse que asautoridades do municípiodecidiram transferir os servi-ços de Banco de Urgências,Pediatria e Medicina geral pa-ra o Centro Materno-Infantilque, pela sua especifidade,não responde às exigênciasde um hospital para atenderas necessidades das popula-ções.

“Tivemos que transferir osserviços essenciais para oCentro Materno-Infantil, co-mo a única saída para mitigaros efeitos da degradação doHospital municipal, mas éuma solução provisória por-que o estabelecimento nãotem as condições necessá-rias”, frisou.O responsável referiu que

nas instalações degradadasdo hospital municipal per-manecem os serviços de orto-pedia e maternidade, pelofacto de o centro não disporde mais espaço para a sua ins-talação.

Falta de médicos de especialidadeNelson Camilo referiu que

outra preocupação que a uni-dade hospitalar enfrenta é afalta de médicos das especia-lidades de clínica geral, cui-dados intensivos, ginecologiae obstetrícia, cardiologia,pneumologia e cirurgia, pararesponderem as necessida-des dos pacientes.Outra situação apontada

prende-se com a falta de pes-soal auxiliar, como maquei-ros, vigilantes, barbeiros, co-zinheiros e catalogadores pa-ra o funcionamento cabal dohospital municipal.O director clínico referiu

que o Centro Materno-Infan-til dispõe de dois consultó-rios, três salas de internamen-to, salas de pré-partos e pós-partos, berçário, laboratóriode análises clínicas, duas ca-sas de banho, uma farmácia eoutras estruturas de apoio.Nelson Camilo defendeu, poroutro lado, o apetrechamen-to dos postos de saúde da pe-riferia como uma das saídas

possíveis para descongestio-nar o afluxo de doentes aohospital municipal.

Necessidade de um novo Hospital RegionalO responsável afirmou

que a cidade de Porto Am-boim liga o Norte ao Sul e, da-da essa localização geográfi-ca, deve beneficiar de umaunidade hospitalar de carác-ter regional, para responderàs necessidades de cada mo-mento. Disse ainda que “a ci-dade de Porto-Amboim cla-ma por um hospital de refe-rência, com carácter regional,porque se serve de uma estra-da nacional que liga o norteao sul do país e, daí, ser alvode muitas solicitações, prin-cipalmente em casos de aci-dentes de viação e outros devárias origens”.

Funcionamento do hospital de Porto AmboimO hospital municipal de

Porto Amboim presta servi-ços de banco de urgência,medicina geral, pediatria,consultas pré-natais, gene-obstetrícia, CATV, ortopedia,farmácia e laboratório de

análises clínicas. Possui umcorpo clínico composto por15 médicos, dos quais três sãoangolanos, 13 técnicos dediagnóstico e terapêutica, 43enfermeiros e 71 auxiliareshospitalares.Quanto ao abastecimento

de fármacos e equipamentos,o director clínico assegurouque o hospital de Porto-Am-boim não enfrenta dificulda-des de maior, contando como apoio do depósito provin-cial de medicamentos usan-do fornecedores contratadospara o efeito.Apesar dos vários cons-

trangimentos, Nelson Cami-lo, fez uma avaliação positivaquanto ao desempenho dosmédicos e enfermeiros e ga-rantiu que a chave para o su-cesso vai incidir na formaçãocontínua dos enfermeiros, avários níveis, para responde-rem aos desafios do presentee do futuro.O director clínico revelou

que os principais casos quedão entrada ao hospital mu-nicipal estão ligados a malá-ria, doenças diarreicas e res-piratórias agudas, traumasresultantes dos acidentes deviação, tuberculose, hiper-

tensão arterial e febre tifoide.

Administradora preocupada como sector da saúdeA administradora munici-

pal de Porto Amboim, Edn-nes Wassuca, manifestou-sepreocupada com o avançadoestado de degradação do hos-pital local que ameaça a inte-gridade física dos pacientes edos profissionais de saúde.Falando ao Jornal da Saú-

de, Ednne Wassuca conside-rou que o atendimento aospacientes no hospital se tor-nou um desafio face aoseventuais problemas futuroscaso eles não sejam resolvi-dos através da construção deuma nova infraestrutura. “Asinfraestruturas estão dema-siado degradadas, mas so-mos obrigados a utilizá-lasembora com grandes riscos”,alertou.Edne Wassuca disse que

as autoridades competentesjá têm conhecimento da si-tuação, que se arrasta há vá-rios anos, e considerou preo-cupante o facto de não cons-tar do Programa de Investi-mentos Públicos (PIP) de2015, por razões que desco-

nhece. “Estamos preocupa-dos porque, contra as nossasexpectativas, a obra do hospi-tal municipal não consta daempreitada do PIP de 2015, oque nos entristece”, lamen-tou.O défice no abastecimento

da água potável às popula-ções é outra preocupaçãoapontada pela administrado-ra de Porto-Amboim, factoque considerou estar na ori-gem de várias doenças. “Onosso município, sobretudonas áreas rurais, enfrentauma estiagem de três anos. Afalta de água causa váriasdoenças e, para contornar asituação, estamos a executaro programa operativo de mi-tigação dos efeitos da secaque consiste na construçãode tanques reservatórios deágua para abastecer as popu-lações”, disse.O melhoramento do sa-

neamento básico na cidade enas zonas periurbanas foiapontado como algo que temvindo a diminuir a propaga-ção de doenças.Referiu que a rede sanitá-

ria do município de PortoAmboim conta com um hos-pital municipal com 95 ca-mas para internamento, 3Centros médicos e 15 postosde saúde.O município de Porto Am-

boim tem uma superfície de3.311 quilómetros quadra-dos, com uma população es-timada em 118.564 habitan-tes que vive maioritariamenteda pesca, criação de gado e daagricultura.Administrativamente o

município de Porto-Amboimestá dividido em duas comu-nas, sendo a sede a de Capolo.

Jsa outubro 2014 18Saúde Cuanza sulAssistência Sanitária em Porto Amboim condicionadapela degradação das estruturas do hospital municipalCasimiro José | Porto amboim

Correspondente no sumbe

Texto e fotografia

O hospital municipal de Porto

Amboim, no município com o

mesmo nome, na província do

Cuanza Sul, necessita de uma

reabilitação urgente e profun-

da, dado o estado avançado da

degradação das estruturas, si-

tuação que preocupa os seus

responsáveis em termos de

segurança dos profissionais

que aí trabalham, e dos pa-

cientes.

Centro Materno-Infantil alberga actualmente os serviços de Banco de Urgência,

Pediatria, Medicina Geral e Internamento

nElson João cardoso camilo, director clí-

nico do hospital municipal de Porto Amboim,

considera que a reabilitação do hospital é bem-

vinda. Contudo defende que face "ao estado da

sua estrutura, associado às implicações do len-

çol de água no subsolo, seria desejável a cons-

trução de outras instalações”

EdnnEs Wassuca, Administradora do Municí-

pio de Porto Amboim, advoga a construção de

um novo hospital de referência no município

O hospital municipal de Porto Amboim, construído em 1940, reclama a reabilita-

ção profunda, dado ao seu avançado estado de degradação

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20 ReSpoNSabilidade SoCial outubro 2014 JSA

Malembe, malembe é o le-ma das campanha nacionalde prevenção rodoviária,lançada a 24 de Outubro, noCuíto, Bié, numa cerimóniapresidida pela Vice-gover-nadora provincial, Ana Ma-ria Mvuayi. A dirigente disse,em entrevista à margem doevento, "a BP Angola tem-senotabilizado na província,não só pelo apoio a estacampanha de transcenden-tal importância, mas tam-bém pelo seu patrocínio aoutros projectos de âmbitosocial, nomeadamente naárea da educação". Na suaintervenção, Ana Mvuayisublinhou a necessidadedos condutores cumpriremas regras de trânsito, em par-ticular os motoristas das car-rinhas com menos de 20 lu-gares "que fazem o transpor-te de pessoas a altas veloci-dades" e os "motociclistasque não usam o capacete".O comissário Hilário Ti-

móteo, comandante da Bri-gada Especial de Trânsito(BET), em representação docomando geral da Polícia Na-cional, lembrou que os índi-ces de sinistralidade rodoviá-ria crescem de dia para dia,"ceifando vidas e perdendo-se futuros quadros valiososque poderiam ter dado muitoà nossa economia".O comandante provincial

da Polícia Nacional no Bié,comissário Eduardo Cer-queira, apelou a todos os an-golanos para não ficarem co-mo espectadores sentados nabancada à espera que a polí-cia resolva o problema da si-nistralidade rodoviária. "Ca-da um de nós é um actor paraa prevenção de acidentes, se-

ja como condutor, seja comopeão", sublinhou.De acordo com Eduardo

Cerqueira, os factores huma-no, social, veículo e via an-dam todos interligados e con-correm para os acidentes. Eexemplificou: "A utilização deveículos com vidros lateraisdianteiros fumados, o exces-so de álcool, de velocidade, afalta de prudência, do uso decapacete, são algumas dascausas deste estado de coisas.É também essencial que oINEA tenha meios para taparos buracos nas estradas. Éainda fundamental que os so-bas reforcem a vigilância pe-rante os constantes roubosdas placas sinalizadoras quesão subtraídas da via públicae levadas para casa dos pre-varicadores - porque são fluo-rescentes, reflectem a luz e osseus lares parecem ter maisiluminação! ".

Ameaça ao desenvolvimentoO director do departa-

mento de desenvolvimentosustentável da BP Angola,Gaspar Santos, defendeuque "o lançamento do pro-grama nacional contra o ex-

cesso de velocidade e segu-rança rodoviária é de altaimportância para a nossanação em vias de cresci-mento, pois a perda de vidahumanas e os danos mate-riais causados pela sinistra-lidade na estrada consti-

tuem uma potencial amea-ça para o desenvolvimentode Angola". Para este res-ponsável "a segurança notrabalho é o primeiro valorda BP em Angola e a nívelmundial", sublinhou.Gaspar Santos disse que

a "frota de viaturas da BPAngola viaja mais de 1 mi-lhão de quilómetros por anopara apoiar as operações nopaís e nós pretendemosmanter os nossos passagei-ros, e todos os que parti-lham a via pública connos-co, seguros". Ora, este esfor-ço "exige um investimentona formação, disciplina erespeito ao regulamento dotrânsito, razão pela qual aBP apoia a polícia Nacionale a Direcção Nacional deViação e Trânsito no sentidode educar e regular os uten-tes da via pública, enquantocondutores e peões".A cerimónia de lança-

mento da campanha con-tou ainda com a actuaçãodos cantores Bessa Teixeirae Justino Handanga, umapeça teatral e um exercíciona estrada que exemplificoua diferença na distância detravagem de um veículo quecircule a 60 e a 100 quilóme-tros à hora e o perigo deatropelamento que repre-senta para os pedestres.Estiveram ainda presen-

tes , o juiz presidente emexercício do tribunal do Bié,Hélder Silva, membros dogoverno da província,membros do conselho con-sultivo do Ministério do In-terior, do comando provin-cial, autoridades tradicio-nais, efectivos da polícia, doexército, escuteiros, mem-bros da Amotrang represen-tados por moto taxistas, einúmeros populares daárea do Kukema que acom-panharam entusiasmados odecorrer do evento durantecerca de três horas.Gaspar Santos foi asses-

sorado pelo conselheiro sé-nior José Luís Fernandes.

rui moreira de sá

A Vice-governadora provincial do Bié, Ana Maria Mvuayi, sublinhou a necessidade dos condutores

cumprirem as regras de trânsito, em particular os motoristas das carrinhas abaixo de 20 lugares

"que fazem o transporte de pessoas a altas velocidades" e os "motociclistas que não usam o ca-

pacete"

O comissário Hilário Timóteo, comandante da Brigada Especial de Trânsito (BET), lembrou que

os índices de sinistralidade rodoviária crescem de dia para dia, "ceifando vidas e perdendo-se fu-

turos quadros valiosos que poderiam ter dado muito à nossa economia”. Agradeceu o apoio da

BP Angola

Membros da Amotrang representados por moto taxistas, e inúmeros populares da área do Kuke-

ma, acompanharam entusiasmados o evento

Campanha Nacional de Segurança Rodoviária lançada no Cuíto

“Malembe, malembe”... devagar se vai ao longe

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21publicidadeJSA Outubro 2014

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24 Ébola Outubro 2014 JSA

Os investigadores desco-nheciam por completo o ví-rus com o qual estavam a li-dar, e a dimensão da tragé-dia que poderia provocar.Peter Piot, então com 27anos, integrava uma equipade investigadores da cidadede Antuérpia, na Bélgica,que identificou o vírus doÉbola, em 1976, afirmou ementrevista à revista semanalalemã “Der Spiegel”. “Em 1976 descobri o Ébo-

la – agora receio uma tragé-dia inimaginável”Actualmente, com 65

anos, e director da Escola deHigiene e Medicina Tropicalde Londres, Piot recorda ascondições de segurança daaltura: "Não tínhamos ideiade que o vírus era tão perigo-so, e não havia laboratóriosde alta segurança na Bélgica.Vestíamos apenas as nossasbatas brancas de laboratórioe as luvas protectoras”. “Quando abrimos o ter-

mos, o gelo no interior do re-cipiente estava quase tododerretido e um dos frascos ti-nha-se partido. Sangue e pe-daços de vidro flutuavam naágua gelada. Retirámos ofrasco que estava intacto e co-meçámos a testar o sanguepara patogéneos, utilizandoos métodos habituais da altu-ra”, adiantou Piot.

Efectuaram testes para afebre de Lassa e tifoide masambos deram negativo. O que poderia ser então?“As nossas esperanças de-

pendiam da possibilidade deisolar o vírus da amostra desangue. Para isso – disse ocientista - injectámo-la emratos de laboratório e outrosanimais. À primeira vista, edurante vários dias, nadaaconteceu. Pensámos quetalvez o elemento patogénicotivesse sido danificado porfalta de refrigeração no ter-mos. Mas depois, um apósoutro, os animais começa-ram a morrer. E morreram to-dos. Começámos então a re-cear que a amostra contivessealgo bastante mortífero”.Por essa altura chegaram

de Kinshasa outras amostrasdo sangue da freira, que en-tretanto já tinha morrido.Quando estavam quase aexaminar o vírus sob um mi-croscópio de electrões, a Or-ganização Mundial de Saúdedeu-lhes instruções para en-viar todas as amostras paraum laboratório de alta segu-rança, em Inglaterra. “Mas o meu chefe da altu-

ra – relata Piot -, queria a todoo custo descobrir o que eraaquele vírus. Pegou num fras-co com a amostra do vírus pa-ra a examinar, mas a mão de-le tremia de tal forma que odeixou cair. O frasco estilha-çou-se em cima do pé de umdos colegas!”.Aterrorizados, desinfec-

taram imediatamente tudo.“Felizmente – Piot lembra-se bem – o colega tinha cal-çado grossos sapatos de ca-bedal. Não nos aconteceunada”. Mas, por fim, a equipa

conseguiu uma imagem dovírus, utilizando o microscó-pio de electrões. A primeirareacção ao verem a imagemfoi: "Mas que raio é isto?”

O vírus que tinham passa-do tanto tempo a pesquisarera muito grande, muitocomprido e parecia umalombriga. Não tinha qual-quer semelhança com o vírusda febre-amarela, parecia-semais com o mortífero vírus deMarburg que, tal como oÉbola, provoca febre hemor-rágica. Na década de 60 do sé-culo XX, esse vírus causou amorte de vários técnicos delaboratório, em Marburg, naAlemanha.

Piot, que nas últimas déca-das se dedicou à investigaçãodo VIH/SIDA e ao ensino, re-corda que, na altura, não sa-bia nada sobre o vírus deMarburg.“Quando hoje conto aos

meus alunos, eles achamque eu devo ter vindo daIdade da Pedra”, gracejouPiot. “Mas – adianta – a ver-dade é que tive que ir à bi-blioteca e procurar numatlas de virologia o que era ovírus de Marburg. Poucotempo depois foi o Centro deControle e Prevenção deDoenças, de Atlanta, nos Es-tados Unidos (CDC) queanunciou que se tratava deum outro vírus aparentadocom o Marburg.A equipa de investigado-

res soube entretanto queem Yambuku - localidade

de onde viera o termos coma primeira amostra de san-gue da freira belga - e emzonas limítrofes, centenasde pessoas tinham sido in-fectadas e morrido. O pequeno hospital mis-

sionário de Yambuku era di-rigido por freiras belgas. Porisso, quando o governo bel-ga decidiu enviar um espe-cialista à localidade, Piot vo-luntariou-se de imediato.Com os seus 27 anos sentia-se um pouco como o seu

“herói de infância, o Tin-tim”. E tinha a esperança deencontrar algo totalmentenovo, recorda.E assim foi.A equipa seguiu para a al-

deia com os fatos protecto-res disponíveis na altura eluvas de latex. Sabiam queestavam a lidar com umadas doenças infecciosasmais mortíferas até entãoconhecida no mundo, e nãosabiam que se transmitiaatravés de fluídos corporais.Poderia transmitir-se por pi-cada de mosquitos, porexemplo. Piot conseguiu sangue de

cerca de 10 doentes infecta-dos pelo vírus misterioso. Oseu receio era picar-se aci-dentalmente com uma dasagulhas, e ficar também in-fectado. “Em Junho, tornou-se

claro, para mim, que haviaalgo de muito diferente na-quele surto. Já não estavacircunscrito, tinha-se espa-lhado para países maiores,devido à maior mobilidadede pessoas - o que acabariapor facilitar a sua propaga-ção”, sublinhou.Mas, apesar de tudo, o

cientista belga pensava queo vírus do Ébola não repre-sentava um problema tãogrande, porque “os surtoseram sempre breves e loca-lizados”. Por essa altura, a organi-

zação dos Médicos SemFronteiras fez soar o alar-me.As freiras que trabalha-

vam no hospital em Yumbu-ko costumavam dar injec-ções de vitaminas às mulhe-res grávidas, utilizando agu-lhas não esterilizadas. Aequipa avisou----as do erroque estavam a cometer.Olhando para, trás Piot con-sidera que talvez tenham si-do demasiado cuidadososna escolha das palavras, quenão foram suficientementeconvincentes. As freiras nãocumpriram as regras e infec-taram muitas mulheres em

Yambuku. Infelizmente – sublinha

Piot – no actual surto deÉbola, na África Ocidental,os hospitais cometeram, ini-cialmente, o mesmo erro.

Ébola, o nome de umrio perto de Yambuku“Um dia reunimo-nos até

altas horas da noite para dis-cutir o assunto - tínhamosbebido um pouco. Não que-ríamos dar ao novo patoge-neo o nome ́ vírus de Yam-buku´ porque iria estigmati-zar a localidade para sem-pre. Havia um mapa pendu-rado na parede e o nosso lí-der da equipa norte-ameri-cano sugeriu-nos que pro-curássemos no mapa o riomais próximo da localidade.Cerca das três ou quatro damanhã encontrámos umnome. Rio Ébola. Mas o ma-pa era pequeno e estava in-correcto. Soubemos depoisque o rio mais próximo eraoutro. Mas ´Ébola´ é umbom nome, não é?”, interro-gou Piot, recordando aque-les importantes dias.

Da tragédia à epidemiaTrinta e oito anos depois

destes acontecimentos, Piotrefere-se ao actual surto co-mo o resultado de uma“tempestade perfeita: quan-do cada uma das circuns-tâncias é um pouco pior doque o normal e todas seunem para criar uma cala-midade. E com esta epidemia,

houve muitos factores que

foram desvantajosos desdeo início. Alguns dos paísesatingidos acabavam de sairde terríveis guerras civis,muitos dos seus médicos ti-nham fugido, e os seus siste-mas de saúde colapsaram.Em toda a Libéria, por exem-plo, havia apenas 51 médi-cos em 2010, e muitos delesmorreram vítimas do Ébo-la”.O facto de o surto de Ébo-

la ter começado nas regiõesfronteiriças (densamentepovoadas) entre a Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libé-ria, também contribuiu paraa catástrofe por essas popu-lações terem grande mobili-dade, tornando-se mais difí-cil do que o habitual encon-trar quem esteve em contac-to com pessoas infectadas.E, como os mortos são tradi-cionalmente enterrados naslocalidades onde nasceram,havia cadáveres altamentecontagiosos a viajar de umlado para o outro das fron-teiras em carrinhas de caixaaberta e em táxis. O resulta-do foi o surgimento de focosda epidemia em diferenteslocais.Em grandes cidades, es-

pecialmente em bairros delata, é impossível encontrarquem esteve em contactocom infectados, defendePiot, preocupado com a Ni-géria, onde há grandes cida-des como Lagos e Porto Har-court. Se o vírus chega a es-ses locais, o cientista consi-dera que “seja uma catástro-fe inimaginável”.

O controlo da epidemia está perdido?Piot afirma-se como eter-

no optimista e diz que, ac-tualmente, não há outra so-lução senão tentar tudo, ab-solutamente tudo.“Os Estados Unidos e ou-

tros países estão finalmentea ajudar – critica – mas a Ale-manha e a Bélgica, porexemplo têm de fazer muitomais”.E alerta: “Deve ser bem

claro para todos nós que istojá não é apenas uma epide-mia mas sim uma catástrofehumanitária. Não precisamos apenas

de voluntários médicos, mastambém de peritos em logís-tica, camiões, jipes e alimen-tos.Esta catástrofe pode de-

sestabilizar regiões inteiras.Gostaria de pensar que sere-mos capazes de controlar aepidemia. Nunca imagineique pudesse chegar a umasituação tão má”.

A incrível história da descoberta do ébolaUm dia, em Setembro de

1976, um piloto de uma com-

panhia aérea belga entregou

a uma equipa de cientistas,

uma carta de um médico de

Kinshasa, antigo Zaire, e um

termos azul-brilhante. O reci-

piente continha uma amostra

de sangue de uma freira de

Yambuku, aldeia remota no

norte do país, e que, subita-

mente, contraíra uma doença

misteriosa, escrevia o médico,

que pedia aos investigadores

para a testarem para a febre-

amarela.

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26 ÉbOla Outubro 2014 JSA

1.O que é a doença do vírus Ébola?A doença do vírus Ébola (atéhá pouco tempo conhecidacomo febre hemorrágica deÉbola) é uma doença grave,muitas vezes fatal, comuma taxa de mortalidadede até 90%. A doença afec-ta seres humanos e primatasnão- humanos (macacos,gorilas e chimpanzés).

Esta  doença  surgiu  pelaprimeira  vez  em  1976,  emdois  surtos  simultâneos,um  numa  povoação situadaperto do rio Ébola, na Repú-blica Democrática do Con-go, e outro numa área remo-ta do Sudão.

A  origem  do  vírus  é  des-conhecida,  mas,  com  basenas  evidências  disponíveis,os  morcegos  frugívoros dafamília Pteropodidae sãoconsiderados o hospedeironatural mais provável do ví-rus Ébola.

2.Como é que as pessoas ficam infectadas com o vírus?No  surto  actual  na  ÁfricaOcidental,  a  grande  maio-ria  dos  casos  ocorreu  co-mo  resultado  de  transmis-são homem-a-homem. Ge-ralmente, o início da cadeiade transmissão está associa-do a um primeiro contactode um indivíduo com umanimal infectado pelo vírusÉbola.

A infecção ocorre porcontacto directo, através depele não íntegra ou mem-branas mucosas, com  osangue,  ou  outros  fluidoscorporais  ou  secreções  (fe-zes,  urina,  saliva,  sémen),de  pessoas infectadas. A in-fecção também pode ocor-rer se a pele não íntegra oumembranas mucosas  deuma  pessoa  saudável  en-trarem  em  contacto  comambientes  ou  objectos  con-taminados com fluidos in-fecciosos de um doente,como roupa suja, roupa decama ou agulhas usadas.

Mais  de  100  profissio-nais  de  saúde  foram  expos-tos  ao  vírus  Ébola  enquan-to  prestavam  cuidados apessoas infectadas. Estefacto ocorre quando estesprofissionais não utilizamequipamento de protecçãoindividual (EPI) adequadoou não aplicam correcta-mente todas as medidas  deprevenção  e  controlo  de  in-fecção  ao  cuidar  dos  doen-

tes.  Os  prestadores  de  cui-dados de saúde, a todos osníveis do sistema de saúde(hospitais, clínicas e postosde saúde), devem ser infor-mados sobre a natureza dadoença, e o modo como elaé transmitida, e seguir estri-tamente todas as precau-ções de controlo de infecçãorecomendadas.

A Organização Mundialda Saúde (OMS) não reco-menda que as famílias ou ascomunidades cuidem nassuas casas dos indivíduosque se apresentem comsintomas da doença dovírus Ébola.  Em  vezdisso,  devem  procu-rar  tratamento  numhospital  ou  centro  es-pecializado  de  trata-mento com equipas demédicos e enfermeirosqualificados e equipadospara tratar as vítimas do ví-rus Ébola. Se, no entanto, aúnica opção for cuidar deseu ente querido em casa, aOMS recomenda vivamentea notificação da autoridadede saúde pública local e aprocura de treino  adequa-do,  equipamento  (luvas  eoutro  EPI)  para  o  trata-mento,  instruções  sobre  aremoção e disposição ade-quada daquele equipamen-to e informação sobre comoevitar novas infecções e aconsequente transmissão

da doença para si mesmo,outros membros da famíliaou da comunidade.

Adicionalmente,  a  trans-missão  tem  ocorrido  na  co-munidade  durante  os  fune-rais  e  rituais  associados. Ascerimónias fúnebres nasquais os enlutados têm con-tacto directo com o corpo dapessoa falecida têm desem-penhado um papel signifi-

cativo na transmissão do ví-rus Ébola. As pessoas  faleci-das  devem  ser  manusea-das  com  vestuário  de  pro-tecção  e  luvas,  devendo  sersepultadas de imediato. AOMS aconselha fortementeque o falecido seja manu-seado e sepultado por pro-fissionais treinados, correc-tamente equipados.

As pessoas permaneceminfecciosas enquanto o víruspermanecer no seu sangue esecreções. Por esta razão, os

indivíduos infectados rece-bem acompanhamento cui-dadoso por parte dos profis-sionais  médicos,  sendosubmetidos,  antes  de  vol-tar  para  casa,  a  exames  la-boratoriais  para garantirque o vírus já não se en-contra em circulação.Quando os profissionais de-terminam que é seguro o in-divíduo voltar para casa, estejá não é infeccioso, não po-dendo portanto  infectarqualquer  outra  pessoa  na

sua  comunidade.  No  en-tanto,  os  homens  querecuperaram da doençado vírus Ébola podemainda transmitir o víruspara os seus parceiros

sexuais através do sé-men, até sete semanas

após a recuperação. Por es-ta razão, é importante queestes  homens  se  abste-nham  de  manter  relaçõessexuais  durante  pelo  me-nos  sete  semanas após a re-cuperação ou, no caso de is-to não ser possível, usemsempre preservativo duran-te as relações sexuais nas se-te semanas após a recupera-ção.

3.Quem está mais em risco?Durante um surto, os indiví-duos que apresentam maiorrisco de infecção são: osprofissionais de saúde; os fa-

miliares ou outros em con-tacto estreito com pessoasinfectadas; e as pessoas que,ao participarem em cerimó-nias fúnebres, tiveram con-tacto directo com os corposdos que faleceram.

Mais dados serão neces-sários para compreender sealguns grupos de indiví-duos, por exemplo, imuno-comprometidos  ou  comoutras  doenças  subjacen-tes,  são  mais  susceptíveis  àinfecção  pelo vírus.

A exposição ao vírus podeser controlada através daimplementação de medidasde protecção em clínicas ehospitais, locais públicos dereunião ou em casa.

4.Quais os sinais e sinto-mas típicos da infecção?São  sinais  e  sintomas  típi-cos  o  aparecimento  súbitode  febre,  a  fraqueza  extre-ma,  dores  musculares, dorde cabeça e dor de garganta.Seguem‐se vómitos, diar-reia, exantema cutâneo, fa-lência renal e hepática e,nalguns casos, hemorragiasinternas e externas.

Os  resultados  laborato-riais  incluem  contagensbaixas  de  glóbulos  brancose  plaquetas  e  enzimas he-páticas elevadas.

O  período  de  incuba-ção,  ou  intervalo  de  tempoentre  a  infecção  e  o  apare-

cimento  de  sintomas, é de2 a 21 dias. O doente tor-na- se contagioso quandocomeça a apresentar sinto-mas. Não é contagioso du-rante o período de incuba-ção.

As infecções pelo vírusÉbola só podem ser confir-madas através de testes la-boratoriais.

5.Quando se deve procu-rar ajuda médica?Se  alguém  esteve  numa  zo-na  geográfica  onde  existedoença  do  vírus  Ébola  ouem  contacto  com uma pes-soa que tem ou é suspeitade ter a doença e começa ater sintomas, deverá procu-rar ajuda médica imediata-mente.

Quaisquer casos de pes-soas suspeitas de terem con-traído a doença deverão,sem demora, ser declaradosà unidade de saúde maispróxima. Uma pronta assis-tência médica é essencialpara aumentar a probabili-dade de sobrevivência. Éigualmente importante con-trolar a disseminação dadoença, sendo necessárioiniciar de imediato os proce-dimentos de controlo da in-fecção.

6.Qual é o tratamento?Os  indivíduos  gravementedoentes  necessitam  de  cui-dados  de  suporte  intensi-vos.  Estão  frequentementedesidratados e necessitamde fluidos intravenosos oude reidratação oral com so-luções de electrólitos. Ac-tualmente, não existe trata-mento específico para curara doença.

Com cuidados médicosadequados, alguns doentesrecuperam.

No  sentido  de  controlara  disseminação  adicionaldo  vírus,  as  pessoas  suspei-tas  de  ter  a  doença, bemcomo os doentes confirma-dos, deverão ser isoladas deoutros doentes e tratadaspor profissionais de saúdeusando precauções estritasde controlo da infecção.

7.O que posso fazer? Posso evitar a infecção?Existe uma vacina?De momento, não existe ne-nhum medicamento ou va-cina licenciados para adoença do vírus Ébola, masexistem vários produtos emdesenvolvimento.

Perguntas frequentes sobre a doença do virus Ébola

"Osprestadores de

cuidados de saúdedevem ser informados

sobre a natureza da doença

e seguir estritamentetodas as precauções

de controlo de infecçãorecomendadas"

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27JSA Outubro 2014

8.Formas de evitar a in-fecção e a transmissãoEnquanto os casos primá-rios de doença do vírus Ébo-la se devem ao manusea-mento de animais infecta-dos  ou  seus  cadáveres,  oscasos  secundários  ocorrempor  contacto  directo  comos  fluidos corporais dedoentes, através de práticasnão seguras de manejo decasos ou dos cadáveres du-rante os funerais. Duranteeste surto, a maior parte doscasos de doença ocorreupor  transmissão  entre  hu-manos.  Há  várias  medidasque  podem  ser  tomadaspara  ajudar  a  prevenir a in-fecção e limitar ou impedir atransmissão.

— Compreender  a  natu-reza  da  doença,  como  étransmitida  e  como  se  po-de  evitar  que continue a sertransmitida (para mais in-formação, ver por favor as“Perguntas frequentes sobrea doença do vírus Ébola” an-teriores).

—Ouvir e seguir as reco-mendações feitas pelo Mi-nistério da Saúde do seupaís.

—Se suspeitar que al-guém seu conhecido ou dasua comunidade contraiu adoença do vírus Ébola, de-verá imediatamente enco-rajá-lo e ajudá-lo a procu-rar tratamento médico ade-quado numa unidade decuidados de saúde.

—Se  escolher  cuidar  deuma  pessoa  doente  na  suaprópria  casa,  notifique  ostécnicos  de saúde públicada sua intenção em fazê- ‐lopara que estes possam for-necer-lhe formação e EPIapropriados (luvas, batasimpermeáveis, botas ou sa-patos fechados com protec-ções impermeáveis descar-táveis, máscara e protecto-res oculares contra salpi-cos), assim como instruçõessobre como cuidar adequa-damente do doente, prote-gendo- ‐se a si próprio e à suafamília, e como descartaradequadamente o EPI de-pois de usado. NOTA: AOMS não recomenda cuidarem casa de doentes do vírusÉbola e aconselha vivamen-te os doentes e os seus fami-liares a procurarem cuida-dos profissionais num cen-tro de tratamento.

—Quando  visitar  doen-tes  no  hospital  ou  estiver  aprestar  cuidados  domiciliá-rios,  é recomendado que la-ve as mãos com água e sa-bão sempre que tocar nodoente, entrar em contactocom os seus fluidos corpo-rais ou tocar em objectosou superfícies nas suasimediações.

—Todos  os  cadáveres

de  indivíduos  que  morre-ram  da  doença  do  vírusÉbola  devem  ser manusea-dos apenas utilizando EPI,sendo de imediato sepulta-dos por profissionais desaúde pública treinados pa-ra a realização de práticasfúnebres seguras.

Para além disto, todos osindivíduos devem minimi-zar os contactos com ani-mais com elevado risco  deinfecção  (i.e.,  morcegos  fru-gívoros,  primatas  não- ‐humanos)  nas  áreasafectadas  da  floresta tropi-cal. Se suspeitar que um ani-mal está infectado, não lhetoque nem se aproxime. Osprodutos derivados de ani-mais (sangue e carne) de-vem ser muito bem cozinha-dos antes do seu consumo.

9. E os profissionais de saúde? Como se devem protegerquando estiverem a tratar os doentes?Os profissionais de saúde emtratamento de doentes comsuspeita ou confirmação dedoença do vírus Ébola têmum maior risco de infecçãoque outros grupos. Duranteum surto, há um conjuntode  medidas  que  podem,não  só  reduzir  ou mesmoparar  a dispersão  do  vírus,mas  também ajudar a prote-ger os profissionais de saúdee outras pessoas em contextoprofissional (unidades desaúde). Estas medidas sãogenericamente conhecidaspor “precauções padrão eoutras precauções adicio-nais” e são recomendaçõesbaseadas na evidência reco-nhecidas como úteis  paraevitar  a  disseminação  de  in-fecções.  As  perguntas  e  res-postas  que  se  seguem  des-crevem estas precauções empormenor.

10. Os doentes com sus-peita ou confirmação deinfecção com o vírus Ébo-la devem ser isolados dosrestantes doentes? Recomenda-se  o  isolamen-to  de  doentes  com  suspei-ta  ou  confirmação  de  in-fecção  por  vírus  Ébolaem quartos individuaisde isolamento. Quandonão houver disponibili-dade de quartos de iso-lamento,  é  importantegarantir  que  haja  áreasdestinadas  a  casos  suspei-tos  e  casos  confirmados, se-paradas entre si e dos outrosdoentes. O acesso a estasáreas deve ser restrito, equi-pamento necessário deveestar estritamente dedicadoa estas áreas, e pessoal mé-dico e não médico deve serescalado exclusivamente aquartos de isolamento e a

áreas destinadas a estesdoentes.

São permitidas visitas nasáreas onde os doentes comsuspeita ou confirmação dedoença do vírus Ébola estãointernados?

Recomenda-se que nãohaja visitas nas áreas ondeos doentes com suspeita ouconfirmação de doença dovírus Ébola estão interna-

dos. Se isto não for possível,deve ser dado acesso apenasaos visitantes necessários aobem- estar e cuidado dedoentes, tais como aos paisde crianças internadas.

11. É necessária a utiliza-ção de equipamento deprotecção individual naprestação de cuidados àspessoas infectadas?—Para  além  das  precau-ções  padrão  na  prestaçãode  cuidados  de  saúde  aqualquer indivíduo, os pro-fissionais de saúde deverãoempregar, de forma estrita,as medidas de controlo dainfecção recomendadas, deforma a evitarem a exposi-ção a sangue e fluidos infec-ciosos, ou a ambientes ou

objectos contaminados,como, por exemplo,

roupas de cama sujasou agulhas usadas.

—Todos  os  visitan-tes  e  profissionais  desaúde  deverão  utili-

zar,  escrupulosamen-te,  um conjunto de equi-

pamento designado deequipamento de protecçãoindividual (EPI). O EPI deve-rá incluir, pelo menos, luvas,uma bata impermeável, bo-tas ou sapatos fechados comprotecções impermeáveisdescartáveis, uma máscarae protecção ocular contrasalpicos, sob a forma de ócu-los ou escudos faciais.

12.A higiene das mãos éconsiderada importan-te? A higiene das mãos é essen-cial e deverá ser realizada: — antes  da  colocação  deluvas  e  do  restante  EPI,  àentrada  dos  quartos/zonasde isolamento;— antes da realização dequaisquer procedimentosde limpeza ou de assepsianum doente;— após  qualquer  exposi-ção  potencial,  ou  efectiva,a  sangue  ou  fluidos  corpo-rais  de indivíduos infecta-dos;— após se ter tocado (aindaque potencialmente) em su-perfícies contaminadas,utensílios ou equipamentosna proximidade de indiví-duos infectados; e— após a remoção do EPI,aquando da saída da área deisolamento.

É importante fazer notarque negligenciar a higienedas mãos após a remoção doEPI contribui para reduzir,ou mesmo, suprimir, a pro-tecção oferecida por esteequipamento.

Na higiene das mãos de-verá utilizar-se uma solução

de desinfecção à base de ál-cool ou sabão e água  cor-rente,  utilizando  a  técnicacorrecta,  recomendada  pe-la  OMS.  Sempre  que  asmãos  estejam visivelmentesujas, é muito importanteproceder à sua higiene usan-do sabão e água corrente.As  soluções  de  desinfecçãoà  base  de  álcool  deverãoencontrar-se  disponíveisem  todos os locais de pres-tação de cuidados de saúde(quer à entrada, quer nosquartos/zonas de isolamen-to  de  doentes);  água  cor-rente,  sabão  e  toalhas  des-cartáveis  devem  tambémencontrar-se sempre dispo-níveis.

13.Que outras precau-ções são necessárias noslocais de prestação decuidados de saúde? Entre as precauções padrão,destaca-se a realização, emsegurança, de injecções oucolheita de sangue, incluin-do a gestão segura de objec-tos cortantes e perfurantes, alimpeza regular e rigorosados  ambientes,  a  desconta-minação  das  superfícies  eequipamentos  e  a  gestãode  roupas de cama sujas ede resíduos.

Adicionalmente,  é  im-portante  garantir  o  proces-samento  laboratorial  segu-ro  de  amostras  biológicasde doentes com infecçãoconfirmada, ou suspeitos dedoença por vírus Ébola, e omanejo, em segurança, doscadáveres ou restos huma-nos para autópsia ou prepa-ração para enterro. Quais-quer profissionais de saúde,ou outros profissionais, en-carregados da realizaçãodestas tarefas relativamentea indivíduos suspeitos ouconfirmados com doençado vírus Ébola deverão utili-zar EPI adequado e seguir osprocedimentos recomenda-dos pela OMS.

14. O que dizer dos rumores sobre certosalimentos poderem evitar, ou mesmo tratar,a infecção?A OMS recomenda, comveemência, a procura juntodas autoridades de saúdepública locais de aconse-lhamento de saúde credívelsobre a doença do vírusÉbola.

Como  não  existe,  atéao  presente,  qualquer  me-dicamento  específico  con-tra  o  vírus  Ébola,  o  melhortratamento disponível con-siste no tratamento de su-porte intensivo a nível hos-pitalar, providenciado  porprofissionais  de  saúde  de-vidamente  treinados,  utili-zando  procedimentos  ade-

"Sesuspeitar quealguém da sua

comunidade contraiu adoença do vírus Ébola,deverá imediatamenteencorajá-lo e ajudá-lo a

procurartratamentomédico adequadonuma

unidade decuidadosde saúde"

O técnico Didi Ximbi Yavo desinfecta as

mãos e as luvas numa das salas da zona

de isolamento preparadas para receber

doentes suspeitos de terem contraído

o vírus do ébola, no hospital Josina

Machel, em Luanda

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28 ÉbOla Outubro 2014 JSA

quados de controlo da in-fecção. A infecção podeser controlada através daadesão às medidas de pro-tecção recomendadas.

15. De que forma a OMS protege a saúde duranteos surtos?A  OMS  providencia  acon-selhamento  técnico  aospaíses  e  comunidades  deforma  a  preparar  uma res-posta adequada face a umsurto da doença do vírusÉbola. As acções da OMS in-cluem: — vigilância  da  doença  epartilha  de  informaçãoproveniente  de  diferentesregiões,  no sentido da de-tecção rápida de novos sur-tos; — assistência técnica parainvestigar e conter ameaçasà saúde quando estas ocor-rem, tais como ajuda noterreno na identificaçãodos indivíduos doentes ena caracterização dos pa-drões de dispersão dadoença;— aconselhamento sobreas opções de prevenção ede tratamento disponíveis; — destacamento  deperitos  e  distribuição  demateriais  de  apoio  (taiscomo  EPI  para  os presta-dores de cuidados de saú-de) quando estes são requi-sitados pelo país afectado;— emissão de comunica-dos para aumentar o nívelde consciencialização so-

bre a natureza da doença eas medidas de protecção dasaúde a utilizar para o con-trolo da transmissão do ví-rus; e— activação  de  redes  re-gionais  ou  globais  de  peri-tos,  tendo  em  vista  a  pres-tação  de assistência, se so-licitada, e a mitigação depotenciais impactos nasaúde a nível internacionale na disrupção das viagense das trocas comerciais.

16. Durante um surto,o número de casoscomunicados pelosresponsáveis dosector da saúde po-de aumentar e di-minuir? Porquê?Durante  um  surto  deÉbola,  a  autoridade  desaúde  do  país  afectadocomunica  o  número  decasos de doença e de óbi-tos. Estes números podemvariar diariamente. O nú-mero de casos inclui  tantoos  casos  suspeitos  dedoença,  como  os  que  jáforam  confirmados  labora-torialmente e, por vezes,são comunicados separa-damente. Assim, os núme-ros podem mudar entre ca-sos suspeitos e confirma-dos.

Analisar,  ao  longo  dotempo,  as  tendências  deevolução  do  número  decasos,  complementandocom informação adicional,é geralmente mais útil pa-ra a avaliação da situação

em termos de saúde públi-ca e a determinação da res-posta mais adequada.

17. É seguro viajar du-rante um surto? O que aconselha a OMS?Durante  um  surto,  a  OMSrevê  regularmente  a  situa-ção  de  saúde  pública  epode,  caso  seja  necessá-rio, recomendar a imple-

mentação de restrições aviagens e ao comércio, in-formando as  autoridadesnacionais  sobre  estas  re-comendações,  de  modo  aque  estas  possam  ser  im-plementadas. A OMS en-contra-se actualmente arever as recomendaçõessobre viagens e espera po-der emitir novos conselhosmuito brevemente.

Se bem que os viajantesdevam estar sempre vigi-lantes em relação ao seu es-tado de saúde e também aodaqueles que os rodeiam, oseu risco de infecção é mui-

to baixo, uma vez que atransmissão  pessoa-a-pessoa  resulta  do  contac-to  directo  com  fluidos  cor-porais  ou  secreções  de umindivíduo infectado.

18.É seguro viajar com pessoas com a doença do vírus Ébola?Tal como sucede com qual-quer outra doença, é sem-pre possível que uma pes-soa que tenha sido expostaao vírus Ébola decida via-

jar. Se o indivíduo aindanão tiver desenvolvidosintomas (ver PerguntaFrequente nº 4), nãopode transmitir a doen-ça do vírus Ébola aos

que o rodeiam. Se o indi-víduo apresentar sinto-

mas, deve procurar ajudamédica imediata logo quesurjam os primeiros sinaisde indisposição. Isto poderequerer a notificação datripulação do avião ou donavio no qual viaje ou a pro-cura de ajuda médica ime-diatamente após a chegadaao destino. Os viajantes quemostrem sintomas iniciaisde doença do vírus Éboladevem ser isolados paraprevenção  de  futurastransmissões.  Embora  orisco  para  os  companhei-ros  de  viagem,  numa  si-tuação deste tipo, sejamuito baixo, a identifica-ção e localização de con-tactos são recomendadasnestas circunstâncias.

19.É seguro viajar para a África Ocidental, em negócios ou para visitar família e amigos? O  risco  de  um  turista  ouhomem/mulher  de  negó-cios  contrair  a  infecçãocom  o  vírus  Ébola  duranteuma visita a áreas afectadase desenvolver a doençaapós o regresso é extrema-mente baixo,  mesmo  quea  viagem  inclua  a  visita  aáreas  onde  os  primeiroscasos  foram  comunicados.A transmissão requer ocontacto directo com san-gue, secreções, órgãos ououtros fluidos corporais depessoas infectadas, vivas oumortas, ou de animais, sen-do que não é  provável  queo  viajante  típico  se  expo-nha  a  estes  riscos.  Em  to-do  o  caso,  os  turistas  e  via-jantes são aconselhados aevitar todo este tipo de con-tactos.

Se  visitar  a  família  ouamigos  em  zonas  afecta-das,  o  risco  é  igualmentebaixo,  a  menos  que  mante-nha contacto físico directocom uma pessoa doente ouque tenha morrido da doen-ça. Neste caso, é importantenotificar as autoridades desaúde pública e participarno rastreio de contactos.  Aidentificação  e  localizaçãode  contactos  são  utilizadaspara  confirmar  que  a  pes-soa em causa não esteve ex-posta à doença do vírus Ébo-la e para evitar a propagação

da mesma através de moni-torização.

20.Conselhos gerais da OMS para viagens — Os viajantes devem evitarqualquer contacto com pes-soas infectadas.— Os profissionais de saúdeem viagem para áreas afecta-das devem seguir estrita-mente as recomendações decontrolo da infecção emiti-das pela OMS.—Qualquer  pessoa  que  te-nha  permanecido  em  áreasonde  foram  comunicadoscasos recentemente, deve es-tar ciente dos sintomas de in-fecção e procurar auxílio mé-dico ao primeiro sinal dedoença.—Os  clínicos  que  prestamcuidados  de  saúde  a  viajan-tes  que,  regressando  deáreas afectadas, apresentemsintomas compatíveis, sãoaconselhados a considerar apossibilidade de doença dovírus Ébola.—Se pretender obter conse-lhos adicionais sobre via-gens, leia, por favor, a “Ava-liação de risco de viagens etransportes: Recomenda-ções para as autoridades desaúde pública e para o sectordos transportes”, emhttp://who.int/ith/upda-tes/20140421/en/. Tradução de: Aida Esteves, AnaAbecasis, Celso Cunha, João Pie-dade e Ricardo Parreira do Insti-tuto de Higiene e Medicina Tro-pical ‐ Universidade Nova deLisboa

EUA

4 casos (1 Morto)

Espanha

1 caso

Ébola no MundoSituação a 29 de Outubro de 2014. Não considera os casos na Alemanha, Reino Unido, França e Noruega. Fonte: OMS

Senegal

1 caso

Guiné-Conacri

1906 casos997 mortes

Serra Leoa

5235 casos1500 mortes

Libéria

6535 casos2413 mortes

Nigéria

20 casos8 mortes

Total de casos

13 703 casos4 920 mortes

Mali

1 casos (1 Morto)

"Duranteum surto de Ébola,

a autoridade de saúdedo país afectado comunica

o número de casos dedoença e de óbitos. Estesnúmeros podem variar

diariamente".

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29publicidadeJSA Outubro 2014

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A Visão Futura acabou de lançar no mercado um novo suple-mento alimentar para a pele. De acordo com um comunicado daempresa, o Crystal Tomato Alisa "dá brilho e mantém o tom dapele". Funciona também "como um protector solar natural con-tra os raios UVA e UVB, anti‐oxidante, contém proprieda-des anti‐inflamatórias contra feridas e os danos UV, ini-be a síntese de melanina, para prevenir a formaçãode manchas de pigmentação, reduz a melanina pre-sente nas células para um efeito anti‐envelhecimen-to e anti‐foto do envelhecimento, incluindo as mar-cas escuras deixadas pela acne, as sardas, a pele escura

nas axilas e manchas da pele devido à idade, evita danos ao DNA,promove o balanço do tom da pele, a tez radiante, protege e au-menta a eficácia de outros ingredientes activos e as suas funções".

Segundo o distribuidor, basta tomar um comprimido por dia.Para mais informações:

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Email: [email protected]

Novo suplemento alimentar para a peledesafiador de envelhecimento

30 Saúde mental outubro 2014 JSA

Jornadas de saúde mental a decorrer até 8 de Novembro para pôr fim a estigma

A história, o diagnóstico e ostratamentos da doençamental têm passado por di-versas teorias, desde os filó-sofos da antiga Grécia, à psi-canálise de Sigmund Freud,chegando agora às neuro-ciências.

O cérebro tem aindamuito para ser explorado e explicado.Talvez por isso, por haver

ainda um certo desconheci-mento da comunidade cien-tífica e, por maioria de razão,da população em geral, oportador de uma doençamental seja por vezes colo-cado à margem pela comu-nidade.

O ministro da Saúde, JoséVan-Dúnem afirmou, naabertura de uma conferên-cia sobre saúde mental, porocasião do Dia Mundial daSaúde Mental, sob o lema“Vivendo com a Esquizofre-nia, um Desafio para a So-ciedade”, que a saúde men-tal consta das prioridades doministério que tutela.

“A saúde mental é tãoimportante quanto a saúdefísica, pois ambas concor-rem para o bem-estar dosindivíduos, famílias e da so-ciedade”, sublinhou.

Na mensagem do diretor

Regional da OMS para Áfri-ca, Luís Gomes Sambo, lê-seque “a esquizofrenia se de-senvolve frequentemente naadolescência ou na idadeadulta precoce, havendo en-tre a população africana cer-ca de um por cento de pes-soas com esta doença.

Programa de saúde mentalPor sua vez, a coordena-

dora do Programa Nacionalda Saúde Mental, MassoxiVigário, referiu em entrevis-ta ao Jornal da Saúde que “opaís está a cumprir todas asdirectrizes da OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) e

que “esta medida fará comque os profissionais e a so-ciedade encarem com maisatenção e responsabilidadea doença mental quando li-darem com os pacientes”.

Para prevenir e evitar queesta doença atinja propor-ções alarmantes a responsá-vel disse que o Sistema de

Saúde Mental foi imple-mentado a nível nacional,tendo sido criadas redes desaúde mental nas provínciasde Malange, Benguela,Huambo, Huíla, Luanda eCabinda.

O programa de saúdemental tem como objectivoatender os pacientes nos

centros de saúde e nos hos-pitais mais próximos. “Coma criação das redes de servi-ço de saúde mental foi pos-sível efectuar uma reformacom reflexos na humaniza-ção dos serviços e na redu-ção de pacientes internadosno Hospital Psiquiátrico deLuanda”, sublinhou.

Em Angola já foram rein-tegrados no seio familiarmais de 200 doentes que es-tavam internados”, afirmouMassoxi Vigário.

As redes de serviços desaúde mental permitem queos doentes sejam tratadossem terem de se deslocar aLuanda, e pôr fim à noçãoantiga de que devem estarinternados em hospitais psi-quiátricos.

Fragilidade dos sistemas de saúdeJá a representante de An-

gola no Comité RegionalAfricano da OMS (AFRO),Raquel Mahoque, disse aoJornal da Saúde que a fragi-lidade dos sistemas de saú-de de vários países africanos,bem como a falta de medi-camentos, são a principalcausa do tratamento defi-ciente destas doenças.

A responsável sublinhouainda que a OrganizaçãoMundial da Saúde está a in-centivar os governos dospaíses africanos a daremmaior importância a essaárea e a reorganizar os seusprogramas de forma a in-clui-la.

Segundo a médica, oscentros de saúde mental de-vem ser atribuídos às comu-nidades, dando formação einformação aos técnicos co-munitários para que pos-sam tratar e integrar os pa-cientes num primeiro esfor-ço para reduzir os 80% dapopulação africana comproblemas de saúde mentalque não tem acesso a medi-camentos.

Francsico cosme

com magda cunha Viana

As pessoas com problemas

de saúde mental têm que vi-

ver não só com a doença e as

consequências psíquicas, físi-

cas e laborais que ela acarre-

ta, como ainda com o precon-

ceito e o estigma causados

por deficiente informação de

profissionais da saúde, de fa-

miliares, amigos e da comuni-

dade em geral.

Profissionais de saúde e estudantes encheram o auditório para assistir à conferência sobre saúde mental, por ocasião do

Dia Mundial da Saúde Mental que decorreu sob o lema “Vivendo com a Esquizofrenia, um Desafio para a Sociedade”

MASSOXI VIGÁRIO Com a criação das redes de serviço de saúde

mental foi possível efectuar uma reforma com reflexos na hu-

manização dos serviços e na redução de pacientes internados

no Hospital Psiquiátrico de Luanda

RAQUEL MAHOQUE A OMS está a incentivar os governos dos

países africanos a darem maior importância à área da saúde

mental e a inclui-la nos seus programas

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31intoxicação alimentarJSA Outubro 2014

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32 publicidade Outubro 2014 JSA