O Céu é o Limite jornal a saúde nas suas mãos aude · cura rápido,seguro e eficaz de lesões...

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jornal Ano 5 - Nº 49 Abril 2014 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro O Céu é o Limite MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da Rumo à universalização da cobertura sanitária em toda a África SAÚDE NAS PROVÍNCIAS DOSSIER PROFISSIONAL Antidiabéticos orais: sulfonilureias Pequenas picadelas, grandes ameaças VicePresidente da República, Manuel Vicente, na 1ª Reunião dos Ministros Africanos da Saúde Mortalidade infantil baixa 60 % em três anos Saúde maternoinfantil melhora no Ebo Solução inovadora reforça o combate à malária através da rede de farmácias Habitantes do Kindege com assistência médica mais próxima Quais os insectos que o põem doente? Como prevenir? |14 Actualmente, em Angola, muitas crian- ças estão expostas a ambientes em que se falam duas línguas. O bilinguis- mo é bom ou atrasa o desenvolvimento da linguagem? |30 OVice-Presidente da República, ManuelVicente, disse estar na sala “a capacidade técnica e a vontade de mudança que nos guia, de mãos dadas, rumo à universalização da cobertura sanitária em toda a África". O governante falava na sessão de abertura da 1ª Reunião dos Ministros Africanos da Saúde que Luanda acolheu, entre 14 e 17 de Abril. Estes responsáveis comprometeram-se também a implementar os seis compromissos adoptados, entre os quais a criação do Centro Africano para o Controle e Preven- ção das Doenças e a Agência Africana dos Medicamentos. | 4 e 6 Saúde huambo Saúde Cuanza Sul Saúde Cuanza norte Saúde zaire Pais com diferentes nacionalidades e bilinguismo “Mãe, where is my sapato?”

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jornalAno 5 - Nº 49 Abril2014Mensal Gratuito

Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

O Céu é o Limite

MINISTÉRIO DA SAÚDE

GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA audea saúde nas suas mãos

A N G O L A

da

Rumo à universalização da coberturasanitária em toda a África

SAÚDE NAS PROVÍNCIAS

DOSSIER PROFISSIONAL

Antidiabéticosorais: sulfonilureias

Pequenas picadelas,grandes ameaças

Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, na 1ª Reunião dos Ministros Africanos da Saúde

Mortalidade infantil baixa 60 % em três anos

Saúde materno-infantil melhora no Ebo

Solução inovadora reforça o combate à malária atravésda rede de farmácias

Habitantes do Kindege com assistência médicamais próxima

Quais os insectos que o põemdoente? Como prevenir? |14

Actualmente,em Angola,muitas crian-ças estão expostas aambientes emque se falamduas línguas.O bilinguis-mo é bomou atrasa o desenvolvimentoda linguagem? |30

O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, disse estar na sala “a capacidade técnica e a vontade de mudança que nos guia, demãos dadas, rumo à universalização da cobertura sanitária em toda a África". O governante falava na sessão de abertura da 1ªReunião dos Ministros Africanos da Saúde que Luanda acolheu, entre 14 e 17 de Abril. Estes responsáveis comprometeram-setambém a implementar os seis compromissos adoptados, entre os quais a criação do Centro Africano para o Controle e Preven-ção das Doenças e a Agência Africana dos Medicamentos. | 4 e 6

Saúde huamboSaúde Cuanza SulSaúde Cuanza norte Saúde zaire

Pais comdiferentes nacionalidadese bilinguismo“Mãe, where is my sapato?”

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Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano daFaculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Car-valho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Con-ceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isa-bel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Jo-seth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuelade Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta: Maria Odete Manso Pinheiro [email protected];

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2 AcTUALIdAdE Abril 2014 JSa

Amizade e ConfiançaA Fundação Lwini lançou oPrograma de Intervenção So-cial “Educar é a Nossa Mis-são” – ao qual o Jornal da Saú-de se associou – conformenoticiado na última edição. Oprograma promove campa-nhas de sensibilização para amudança de comportamentoe de boas práticas no seio dasfamílias e da sociedade. As pa-lestras têm um tema mensalpara debate. Convidamos osleitores do JS a desmultiplica-rem este esforço junto àssuas unidades de saúde, em-presas e instituições, promo-vendo um encontro de divul-gação e debate sobre cada te-ma.O tema central de Maio é a Amizade e a Confiança

A amizade significa partilharideias, sentimentos e experiên-cias. É uma relação afectiva entreduas ou mais pessoas. Num sen-tido amplo, é um relacionamen-to humano que envolve o co-nhecimento mútuo. Afeição, leal-dade e altruísmo.

A amizade é uma das mais co-muns relações inter-pessoaisque a maioria dos seres huma-nos tem na vida. A amizade temsido considerada pela religião ecultura, como uma experiênciahumana de vital importância. Sa-lomão escreveu a sabedoria daamizade nos seus provérbios di-zendo: “Em todo o tempo ama oamigo e na angústia se faz o ir-mão”.

Confiança significa estar segu-ro em obter o que se espera. Aconfiança está depositada noque sabemos, no que queremose para o que queremos. Mas épreciso saber esperar, porquetudo tem o seu tempo. Quer is-to dizer que a confiança tem aver com a paciência. É o acto deconfiar na análise se um facto éou não verdadeiro, devido a ex-periência anterior, entregandoesta análise à fonte de estatísti-cas e opiniões de onde provéma informação e simplesmenteconfrontando sempre com ou-tras informações, o chamadocruzamento de informações.Refere-se a dar crédito, consi-derar que uma expectativa so-bre algo ou alguém será concre-tizada no futuro.

O QUE PROMETEMOS

AO LEITORA saúde é um estado de completo bem-estar físico,mental e social, e não simplesmente a ausência dedoença ou enfermidade. Trata-se de um direito hu-mano fundamental. A conquista de um elevado ní-vel de saúde é a mais importante meta social.A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimen-to pessoal e social, através da melhoria da informa-ção, educação e reforço das competências que ha-bilitem para uma vida saudável. Deste modo, o lei-tor fica mais habilitado a controlar a sua saúde, o am-biente, e fazer opções conducentes à sua saúde. Prometemos contribuir para: – Melhorar e prolongar a vida do leitor, através daeducação, informação e prevenção da saúde; – Contribuir para se atingirem os objectivos e metasda política nacional de saúde e os Objectivos do Mi-lénio, através da obtenção de ganhos em saúde nasdiferentes fases do ciclo de vida, reduzindo o pesoda doença;– Constituir um referencial de formação e um repo-sitório de informação essencial para os profissionaisde saúde.Queremos estreitar a relação consigo, incentivandoa sua participação em várias secções do Jornal daSaúde. Envie-nos os seus textos, comentários e su-gestões.

E-mail [email protected] 932 302 822 / 914 780 462www.jornaldasaude.org

A Declaração de Luanda é o documento final emque os ministros africanos da saúde, reunidos es-te mês na capital do nosso país, se comprome-tem a implementar, com eficácia, os seis compro-missos adoptados no encontro, designadamente:

— A cobertura universal de saúde — A criação da Agência Africana dos Medica-mentos — A prevenção do risco comum associado àsdoenças não transmissíveis em África — Acabar com as mortes maternas e infantis emÁfrica — A criação do Centro Africano para o Contro-lo e Prevenção das Doenças — A implementação de um mecanismo de Res-ponsabilização para avaliar a implementação doscompromissos acima descritos

Tratou-se de um evento histórico, não só por sera primeira vez que a reunião dos ministros africa-nos da saúde é conjuntamente organizada pelaComissão da União Africana e pela OrganizaçãoMundial da Saúde, como por ter sido a cidade deLuanda o palco escolhido para acolher este im-portante certame. E, não menos importante,porque a seriedade com que os temas foramponderados e tratados e o calor das discussões,que acompanhámos durante os quatro dias detrabalho, espelharam bem o reflexo do interessedos governos e dos participantes da reunião emmelhorar a situação da saúde no continente, co-mo aliás bem observou, na sua intervenção final,o ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem,o anfitrião que conduziu exemplarmente os tra-balhos.

Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]

A Declaração de Luanda

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Osteoporose aumenta em África porque as mulheresdedicam mais atenção ao seu peso, com impacto ne-gativo na densidade dos ossos.De acordo com a Fundação Nacional para a Osteoporose daÁfrica do Sul (NOFSA), a osteoporose está a aumentar no con-tinente, especialmente entre as mulheres africanas, devido à ur-banização e a uma falta de conhecimentosgeneralizada, entre outros factores. Asmulheres mais preocupadas com a sua li-nha dedicam cada vez maior atenção aoseu peso, com um impacto negativo nadensidade dos ossos e aumentando o ris-co de contrair doenças ósseas. A Funda-ção Inovação para África (AIF) nomeouNicolaas Duneas e Nuno Peres, da Áfricado Sul, entre 700 candidaturas de 42 paí-ses, como os vencedores do Prémio Ino-vação para África de 2014 pela MatrizÓssea Osteogénica Altis (Altis OBM TM),o primeiro dispositivo médico BMP de origem porcina injec-tável do mundo - um produto inovador para o tratamento delesões e vazios ósseos através da utilização de um implante bio-lógico regenerador.

Antes da invenção da Altis OBM, os doentes com traumasósseos graves ou degradação óssea teriam de suportar a re-moção de tecido óssea das suas próprias ancas, ou de dadoresfalecidos, na esperança de serem submetidos a uma cirurgia deenxerto com êxito, sendo ambas as intervenções métodosmuito invasivos. A injeção da OBM promove um processo decura rápido, seguro e eficaz de lesões ósseas problemáticas,conduzindo ao restauro completo e natural do osso, incluin-do a medula óssea. A OBM é o único substituto de enxerto ós-seo com proteínas ósseas de desenvolvimento extraídas na-turalmente, com uma elevada eficiência e encontradas em ma-míferos, fazendo com que o seu custo de produção seja bas-tante económico. entre 700 candidaturas de 42 países

O IPA de 2014 também reconheceu dois vencedores adi-cionais pela sua contribuição para a inovação de África. Na ca-tegoria de potencial de negócio, Logou Minsob (Togo) recebeu25 mil dólares pelo seu Foufou Mix, um processador de ali-mentos concebido para substituir o almofariz e pilão utilizadospara a preparação do Foufou, uma iguaria popular na África

Ocidental. Na categoria de impacto so-cial, Melesse Temesgen (Etiópia) recebeu25 mil dólares pelo desenvolvimento doAybar Broad Based Furrow Maker(BBM), um dispositivo agrícola de baixocusto utilizado para escoar facilmente oexcesso de água de campos alagados.

“O Prémio Inovação para África des-te ano mostra como os africanos conse-guem encontrar soluções para os desa-fios africanos”, afirmou o fundador daFundação Inovação para África e do IPA,Jean-Claude Bastos de Morais. “Encora-

jamos os parceiros dos setores público e privado a trabalharde uma forma coerente para apoiar a inovação africana”, dis-se.Photo: http://www.photos.apo-opa.com/index.php?level=picture&id=1038

AcTUALIdAdE 3Abril 2014 JSa

Prémio Inovação para África

Vencedor cria primeiro substituto de enxerto ósseo injectável

O Bié conta agora com mais 35parteiras especializadas, apósterem concluído com sucessoo curso com a duração de 18meses na Escola de FormaçãoTécnica de Saúde desta pro-víncia.

A entrega dos diplomas te-ve lugar a 24 de Março, numacerimónia presidida pelo Vice-governador para a área de Po-lítica Social do Bié, CarlosUlombe Esperança da Silva, epelo Director Provincial deSaúde, João Campos de Nasci-

mento Cacungula.O curso – que teve início

em Julho de 2012 – representaum reforço significativo dos re-cursos humanos da provínciaque contava apenas com trêsenfermeiras parteiras espe-cializadas para um total de 76salas de parto. A população es-timada de grávidas é de 112mil, em 2014 .

A acção de formação foirealizada no âmbito do convé-nio "Fortalecimento dos servi-ços de saúde pública em áreas

de intervenção da CooperaçãoEspanhola, Angola e Moçambi-que”, financiado pela AgênciaEspanhola de Cooperação In-ternacional para o Desenvolvi-mento (AECID) e implementa-do por Medicusmundi.

Na ocasião, a EFTS anun-ciou a realização em breve deum novo programa de forma-ção de enfermeiras especializa-das “para cumprir de formaprogressiva as necessidades detodas as salas de parto da pro-víncia”.

Bié com mais 35 parteiras especializadas

As parteiras especializadas que terminaram o curso de formação vão atender as cerca de 112 milgrávidas que se prevêem para 2014

Kandengue é o nome da novaunidade para crianças na estru-tura do hospital luandense

O Ministro da Saúde, José Van-Dúnen,inaugurou a 1 de Abril a Pediatria daClínica MultiPerfil, em Luanda, na pre-sença de Simão Helena, Secretário doPresidente da República para os As-suntos Sociais, e do Chefe do Estado-Maior-General Adjunto das Forças Ar-madas, Egídio de Sousa Santos.

José Van-Dúnen disse que, com es-te serviço de urgência pediátrica, a ca-pital do país vai diminuir a taxa demortalidade infantil.

O presidente do conselho de ad-ministração da Clínica MultiPerfil, Ma-nuel Filipe Dias dos Santos, fez a apre-sentação da nova unidade hospitalar,que conta com 14 médicos pediatras,37 técnicos de enfermagem, 11 dosquais licenciados, duas catalogadorase 4 maqueiros.

Com uma área construída de 800metros quadrados, a unidade de Pe-diatria tem duas salas de acolhimentoe classificação de riscos, três pequenassalas de colheita de material biológi-co, um laboratório de análises clínicas,sala de estabilização, sala de curativos,sala de medicação, enfermaria, unida-de de cuidados intensivos e uma salade observação.

O objectivo da nova unidade é do-tar a Clínica de melhores serviços epráticas de assistência, aumentando aqualidade do serviço prestado, a hu-manização e segurança dos pacientes.

O Secretário do Presidente da Re-pública para os Assuntos Sociais, Si-mão Helena, considerou a inaugura-ção da Pediatria como um dos gran-des ganhos da paz e da reconciliaçãonacional, contribuindo para o bem-es-tar da população que, doravante, vaibeneficiar de serviços modernos e dequalidade.

Clínica Multiperfil inaugura Pediatria

A Fundação Inovação para África (AIF) nomeouNicolaas Duneas e Nuno Peres, da África do Sul,como os vencedores do Prémio Inovação paraÁfrica de 2014

OsteOpOrOse

Osso saudável Osso com osteoporose

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Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, na 1ª Reunião dos Ministros Africanos da Saúde

Na intervenção que fez, emrepresentação do Presiden-te da República, Manuel Vi-cente considerou 16 de Abrilum dia histórico para o con-tinente africano, “e em espe-cial para a história de Ango-la, visto que, pela primeiravez a reunião dos ministrosafricanos da saúde é conjun-tamente organizada pelaComissão da União Africanae pela Organização Mundialda Saúde, tendo o palco es-colhido para acolher esteimportante certame sido anossa cidade de Luanda”.“Falar de saúde em África

é falar, explicitamente, sobrea situação actual dos povosafricanos e, implicitamente,do futuro que desejamos pa-ra as nossas gerações vin-douras, para as nossas infra-estruturas de saúde e para onosso continente no seu to-do”, disse o Vice-Presidente.Referindo-se aos efeitos

nefastos da guerra, ManuelVicente acrescentou que“Angola, como membro daUnião Africana e da Orga-nização Mundial da Saúde,hoje um país efectivamenteem paz, reconhece que aguerra civil criou atrasosconsideráveis no seu de-senvolvimento e ocasionoua destruição massiva dehospitais, aproximada-mente um milhão de mor-tos, milhares de mutiladose órfãos, milhões de deslo-cados e refugiados e umacicatriz na história da nossasaúde pública”.“Com base nesta amarga

experiência, nada benéfica,apelamos à intervenção detodos os participantes nesteencontro para que, juntos,envidemos esforços para so-lucionar, de modo perma-nente, os confrontos arma-dos no nosso continente,

inegável que é o facto de osdanos humanos e económi-cos causados por conflitosde tal natureza serem irre-mediáveis”, pediu, fazendofé que “a preocupação coma prevalência de endemias ede outras urgências de saú-de pública que o nosso con-tinente vive deverá passar ater os seus dias contadoscom a conclusão desta reu-nião, sendo que, daqui sai-remos com estratégias maisbem delineadas para a alte-ração do actual quadro”.

Vontade de mudançaElogiando a plateia, Ma-

nuel Vicente disse estar nasala “a capacidade técnica ea vontade de mudança quenos guia apresados, de mãosdadas, as primeiras linhas,rumo à universalização dacobertura sanitária em todaa África. Com o conheci-mento que temos das nossasreais necessidades de recur-sos humanos, de infra-es-truturas de formação e deserviços médicos, consegui-remos comensurar e definiras diferentes etapas de im-

plementação ou revitaliza-ção de programas de melho-ria dos cuidados de saúdeem África, com equipas desaúde locais e apoiadas porpaíses parceiros conscientesdo seu papel de partilha deconhecimento.”“Como base sustentado-

ra do sucesso destes progra-mas temos os cuidados pri-mários de saúde das zonasperiurbanas e rurais, consi-derando que a ausência des-ses serviços obriga as popu-lações a migrarem massiva-mente para os centros urba-nos, o que origina e/ou agra-va o subpovoamento das re-giões rurais e o acréscimodas assimetrias regionais”,identificou Manuel Vicente,antes de se referir à expe-riência angolana: “Em An-gola, o Quadro Nacional deDesenvolvimento Sanitáriodefiniu a descentralizaçãodo financiamento dos servi-ços de saúde bem como amunicipalização da gestãodesses serviços com o objec-tivo primário de se estar ca-da vez mais próximo da rea-lidade do utente.”

Resultados da políticaO êxito da política fica

comprovado com númerosavançados pelo Vice-Presi-dente da República: “Em2014, no âmbito da munici-palização dos serviços desaúde relativamente à lutacontra o VIH/sida, campoem que Angola tem melho-rado continuamente a suataxa de seroprevalência, ac-tualmente cifrada em cercade 2 por cento, será finaliza-do o Plano Nacional de Eli-minação da Transmissão deMãe para Filho, bem comoserão integrados os Serviçosde Prevenção de Transmis-são Vertical e de tratamentocom anti-retrovirais no Pro-grama de Atenção Maternae Cuidados Primários deSaúde.”“O Executivo angolano,

na sua auto-avaliação, esti-ma o processo de descentra-lização e municipalizaçãocomo positivo no seu côm-puto geral mas reconhece anecessidade de melhorar osseus meios de monitoriza-ção”, admitiu Manuel Vi-cente.

“Julgamos ser esta reuniãoa plataforma acertada parapartilha de experiências quepoderão apoiar Angola e de-mais países africanos a me-lhorar continuamente os res-pectivos cuidados primáriose assistência sanitária. Este éo momento certo pois, comojá alguns oradores referiram,o crescimento económicoafricano compele-nos a umcrescimento social sustenta-do. Repito: este é o momentocerto para, unidos, exigirmosmais de nós mesmos no querespeita ao nascimento. Po-rém, por razões de vária or-dem, este momento único navida do ser humano passou aser também um momento desobressalto, de dor e de lutona região da África subsaaria-na que continua com indica-dores pouco satisfatórios desaúde materno-infantil”, re-conheceu Manuel Vicente.

Evolução dos indicadoresSegundo dados forneci-

dos pelo próprio Vice-Presi-dente da República, no anotransacto, Angola apresen-

tou uma razão de mortalida-de materna de 450 por 100mil nascidos vivos compara-da com 1400 por 100 mil em2001, enquanto que, no to-cante à mortalidade em me-nores de 1 ano de idade,apresentou uma razão de116 por mil nascidos vivoscomparada com 150 por milalcançada em 2001.Adicionalmente, no que

concerne à saúde infantil,Angola continua livre da pó-lio há mais de 28 meses, ten-do consolidado a imunida-de das suas crianças meno-res de 5 anos com campa-nhas nacionais periódicas eas de rotina contra a polio-mielite.“A melhoria dos indica-

dores da mortalidade ma-terno-infantil na nossa re-gião é, assim, uma realida-de”, concluiu Manuel Vi-cente, acrescentando que,“de qualquer modo, a nossasatisfação será manifestadade modo efusivo apenasquando os óbitos evitáveisforem extintos em África. Es-cusado será dizer que a re-dução do actual cenárioconstitui a principal agendados governos dos países afri-canos como, aliás, a adesãoa esta reunião técnica podecomprovar.”Manuel Vicente recordou

a comemoração a 7 de Abrildo Dia Mundial da Saúde sobo lema “Doenças causadaspor vectores – Pequenas pi-cadelas, Grandes ameaças”.“Um tema de grande impor-tância, uma vez que, em An-gola, como em outros paísesafricanos, a malária continuaa ser a maior causa de doen-ça e de morte, o que nos levaa realçar a necessidade daelaboração e implementaçãode programas intersectoriais,com medidas concretas, quepromovam a prevenção dedoenças como o paludismo,a tripanossomíase africanaou doença do sono, a ceguei-ra dos rios ou oncocercose, abilharziose, a leishmaniose,a febre amarela e a dengue”,lembrou o Vice-Presidenteda República.Antes de declarar aberta a

reunião ministerial, ManuelVicente elogiou a organiza-ção e deixou o repto de se as-sistir “a sessões de trabalhoprodutivas e com resultadosobjectivos, que promovammais saúde e, consequente-mente, desenvolvimentohumano e económico euma maior equidade”.

"Conseguiremos implementar programas de melhoria dos cuidados de saúde em África"O Vice-Presidente da Repú-blica, Manuel Vicente, disseestar na sala “a capacidadetécnica e a vontade de mu-dança que nos guia, de mãosdadas, rumo à universaliza-ção da cobertura sanitáriaem toda a África". O gover-nante falava na sessão deabertura da 1ª Reunião dosMinistros Africanos da Saúdeque Luanda acolheu, entre 14e 17 de Abril. Manifestoutambém o desejo do Gover-no em acolher no país o futu-ro Centro Africano de Con-trolo e Prevenção de Doen-ças, uma das principais deli-berações do encontro.

O Vice-Presidente da República de Angola, Manuel Vicente, acompanhado pelo Ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, odirector regional da OMS para África, Luís Gomes Sambo, e demais ministros africanos da saúde participantes na reunião

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5publicidadeJSA Abril 2014

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6 ActuAlidAde Abril 2014 JSA

O angolano director da Orga-nização Mundial de Saúdepara África, Luís Gomes Sam-bo, começou por agradecerao governo da República deAngola e à equipa de trabalhointerministerial que apoiou oprocesso de preparação da 1.ªReunião dos Ministros Africa-nos da Saúde que decorreude 14 a 17 de Abril, em Luan-da.

“Posso dizer, sem reservas,que esta primeira reunião foium sucesso”, afirmou GomesSambo, justificando com o“ambiente de trabalho bas-tante agradável, facilitado pe-las condições de trabalho epela presença de quase todosos ministros da saúde dospaíses da região africana,acompanhados de peritos dealto gabarito, que debateramassuntos extremamente im-portantes para a vida das po-pulações em África”.

Detalhando a reunião,Gomes Sambo disse que se“debateu especialmentequestões relacionadas com oreforço da infra-estrutura desaúde dos países para que se-ja possível a cobertura sanitá-ria universal. Debatemostambém a problemática dasaúde materno-infantil por-que constatámos progressosem relação à redução damortalidade materna e infan-til mas esses progressos sãoinsuficientes e encontrámosnovas abordagens, mesmointersectoriais, para assegu-rar a marcha, de modo a evi-tarmos mortes maternas e in-fantis que podem ser preve-nidas.”

Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças Quanto ao novo Centro

Africano de Controlo e Pre-venção de Doenças, GomesSambo informou tratar-se de“uma instituição africanacom o mandato de desenvol-

ver capacidades, sobretudopara criar as bases factuais,técnicas e científicas que pos-sam melhor informar as deci-sões dos governos africanosem matéria de saúde públi-ca”.

Na reunião foi decidida acriação da Agência Africanade Medicamentos, “uma ins-tituição que deverá melhorara capacidade dos países emmatéria de regulamentaçãofarmacêutica, para melhorapoiar as iniciativas africanase de alguns países africanos,no sentido de aumentar a ca-pacidade de produção localde medicamentos essenciais,com uma atenção muito es-pecial para a aspecto da qua-lidade desses medicamen-tos”, revelou o director regio-nal africano da OMS.

Na reunião também seanalisou “como garantir umamaior responsabilização in-dividual e colectiva dos paí-ses, para que as decisões to-madas pelos ministros dasaúde africanos em instân-cias internacionais sejamefectivamente aplicadas, fa-zendo a diferença em termosde melhoria das condições desaúde das populações”,acrescentou Gomes Sambo.

A OMS e a Comissão daUnião Africana ficaram comresponsabilidades acresci-das, para trabalharem emconjunto e em sinergia, paradarem um apoio mais efecti-vo, sob o ponto de vista políti-co, técnico e científico aospaíses. “Os ministros decidi-ram que esta plataforma éideal porque garante a abor-dagem das questões africa-nas sob a égide da União Afri-cana e através desta platafor-ma é possível uma melhor re-lação entre a cimeira dos che-fes de Estado e de governosafricanos e a reunião dos mi-nistros da saúde. Há questõesque ultrapassam o poder e, àsvezes, a competência dos mi-

nistros da saúde e devem serlevadas à consideração doschefes de Estado”, explicou odirigente da OMS.

Moção de solidariedadeFoi decidido aprovar uma

moção de solidariedade paracom as populações africanasda África Ocidental, sobretu-do na Guiné-Conacri e na Li-béria, países afectados com aepidemia de ébola. Há registode muitos casos, com uma ta-xa de letalidade muito eleva-da e com uma componenteimportante na letalidade deprofissionais da saúde. Ficouo alerta para que todos os paí-ses da região reforcem os seussistemas de vigilância epide-miológica, as suas capacida-de de laboratório de saúdepública, a informação ao pú-blico e o treino do pessoal desaúde, para que se consigaconter e debelar a epidemiade ébola e prevenir outro tipode epidemias nos países afri-canos.

Na 1.ª Reunião dos Minis-tros Africanos da Saúde, orga-nizada conjuntamente pelaOMS e pela Comissão daUnião Africana, foi tambémaprovada a Declaração deLuanda, que faz uma síntesedos trabalhos e reconhece acontribuição do Governo daRepública de Angola para arealização.

Gomes Sambo conside-rou que a reunião “alcançouos seus objectivos” e agrade-ceu “a todos os que participa-ram, incluindo o pessoal detradução, pessoal do secreta-riado, o pessoal do Hotel EpicSana, o pessoal dos vários mi-nistérios do Governo de An-gola, que demonstraram umalto nível de responsabilida-de, profissionalismo e genti-leza”.

A próxima reunião dosMinistros da Saúde de Áfricavai realizar-se na Tunísia, emprincípio em 2016.

Gomes Sambo considera reunião “um sucesso”

director da OMS apresentou o comunicado final

“O calor das discussões quetivemos nestes dias quepassámos aqui, em Luanda,é bem o reflexo do interessedos nossos governos e dosmembros desta reunião emmudar esta situação e assimcriar uma condição de saú-de bastante melhor para aspopulações dos nossos res-pectivos países”, conside-rou o ministro da Saúde deAngola, José Van-Dúnem,na sessão de encerramento.

O governante referiu-secom satisfação aos quatrodias da 1.ª Reunião dos Mi-nistros Africanos da Saúde,“os dois primeiros em queas equipas técnicas traba-lharam arduamente parapreparar e facilitar a nossareunião e os dois últimos,de profunda e intensa dis-cussão, sempre pensandona melhoria da saúde dosafricanos, que vêm sendoconfrontados com desafioscrescentes”.

“Apesar de a saúde dosafricanos estar a melhorar,os desafios que se põemnão permitem que haja in-tervenções separadas e arealização desta reunião é oexemplo de que temos deprocurar sinergias, temosde racionalizar as nossas in-

tervenções, temos de ter ga-nhos de eficiência, por for-ma a que escassez de recur-sos (financeiros e huma-nos) que tem o continentepossa ser combatida, usan-do-os o mais racionalmentepossível, no interesse daspopulações do nosso conti-nente”, defendeu o minis-tro da Saúde angolano.

Condições necessáriasAcesso universal aos cui-

dados de saúde, medica-mentos de qualidade a pre-ços comportáveis em todosos lugares e países, existên-cia de um laboratório regio-nal continental de qualida-de, que possa apoiar de for-ma efectiva os países na res-posta a epidemias, e fomen-tar a fixação de recursos hu-manos em áreas remotas,são as condições necessá-rias para atingir o objectivodesejado, segundo JoséVan-Dúnem, explicitandoque esse objectivo é “criaras condições óptimas desaúde para as populaçõesdos nossos países, centran-do no ciclo de pobreza a fal-ta de saúde e o subdesen-volvimento, que é um cicloque todos nós pretendemosromper”.

O ministro da Saúdeaproveitou a sua interven-ção na sessão de encerra-mento para deixar “umapalavra de muito carinho emuito apreço para as equi-pas técnicas, para as equi-pas de apoio que garanti-ram as condições logísticas,e para a Comissão Multidis-ciplinar criada pelo Execu-tivo angolano para apoiar aconferência. Podemos dizerque estamos muito satisfei-tos com os resultados al-cançados pelo grau de satis-fação que as pessoas vêmmanifestando. Queria dei-xar também uma palavra deapreço ao Secretariado, quetrabalhou duramente paraa preparação dos docu-mentos.”

“Aos colegas, queria de-sejar uma boa viagem de re-gresso e que lá, nos seuspaíses, continuem com omesmo empenho e com amesma dedicação e que, napróxima reunião, possamoschegar à conclusão de queesta iniciativa da UniãoAfricana e da OMS trouxeganhos extraordinários pa-ra os nossos povos, na lutapela melhoria da saúde dosafricanos”, concluiu JoséVan-Dúnem.

Ministro da Saúde satisfeito com o trabalhoárduo na reunião comhomólogos africanosJosé Van-dúnem admite discussões calorosas na busca de saúde

melhor para as populações

A versão integral das deliberações podem ser

consultadas em www.jornaldasaude.org

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Os directores do HospitalGeral do Huambo, dos Hos-pitais Municipais e os chefesde repartições municipaisda província do Huambofrequentaram a primeiraformação em gestão de saú-de realizada pela DirecçãoProvincial do sector. Duran-te dez dias, os responsáveisabordaram temas relacio-nados com a direcção e ad-ministração hospitalar, comobjetivo de aprimorar os co-nhecimentos relacionadoscom a melhoria da organiza-ção das unidades sanitáriase consequentemente darresposta cabal aos utentesdesses serviços.Espera-se que, com este

primeiro curso, os formados

estejam à altura de tambémparticipar como protagonis-tas de outras sessões de for-mação para beneficiar osdemais responsáveis ao ní-vel das instituições hospita-lares, referiu o vice-governa-dor provincial para a áreapolítica e social, GuilhermeTuluka, à margem do en-contro.Para o governante, admi-

nistrar uma unidade sanitá-ria exige conhecimentos es-pecíficos. “A complexidadeda gestão ou direcção hospi-talar obriga a ter noções sobo ponto de vista administra-tivo (planificação e controlodo equipamento patrimo-nial ou administração dosmedicamentos), humanitá-rio (que priorize a satisfaçãodos utentes ou pacientes) e agestão social (tendo em con-ta o enquadramento dasunidades sanitárias dentrodas comunidades)”. Ao encerrar o curso Tulu-

ka solicitou que todos os co-

nhecimentos resgatados eaprendidos no primeiro se-minário de gestão em saúdeconstituam a responsabili-dade para fazer mais e me-lhor e contribuir para que apopulação se sinta satisfeitacom o serviço.

Iniciativa louvávelAlguns recém formados

sublinharam a importânciado certame. Para o respon-sável da saúde do municípioda Tchicala-Tcholohanga,Carlos Baltazar, o seminárioé o começo de uma nova or-ganização para o seu muni-cípio na vertente sanitária eque os conhecimentos ad-quiridos serão passados pa-ra todos os responsáveis depostos e centros de saúde.“É uma iniciativa bastan-

te louvável pois, muito doque fazemos, fazemo-lo semos parâmetros da gestão emsaúde. Porém, doravante,faremos de tudo para levar abom-porto o sector em to-

das as unidades sanitárias.Além de capacitarmos tam-bém os dirigentes dos postose centros, procuraremossempre ir de acordo com oscinco papéis fundamentaispara uma boa gestão tal co-mo acabamos de aprender:a planificação, a organiza-ção, a regulação, a avaliaçãoe o controlo das actividadesde saúde. Sem nos esque-cermos da gestão do tem-po”. Por seu turno o Chefe da

Repartição Municipal daSaúde do Tchinjenje, LuísCunha Cachequele, consi-derou que com a formaçãopoderá adequar o aprendi-do à realidade no seu muni-cípio. “Este curso vai permi-tir moldar os conhecimen-tos que já trazemos. E é im-portante que as sessões deformação continuem demodos a melhorarmos cadavez mais e que consigamosresponder positivamente asexigências e necessidades

dos pacientes e não só.Já a Directora-Geral do

Hospital Municipal de Kam-biote, Djamila Sozinha, afir-mou que o momento foioportuno com abordagensde “como liderar uma insti-tuição” e “como procedercom os funcionários”, o quepoderá contribuir para umamudança positiva na insti-tuição. “Lidamos com admi-nistração e aprendemos oque fazer nos momentos de-cisivos” concluiu.

JSA abril 2014 7Saúde Huambo

Elsa Inakulo

Correspondente no Huambo

Conhecimentos adquiridos

serão passados para todos os

responsáveis de postos e

centros de saúde.

Projecto-piloto

Curso de gestão capacita responsáveisda saúde

Foi lançado no mês de Abril na pro-víncia do Huambo o primeiro pro-jecto de introdução de testes rápidosde diagnóstico da malária em far-mácias privadas, protagonizado pe-la Direcção Provincial da Saúde e aorganização não-governamentalamericana Population Services In-ternational (PSI).Trata-se de um projecto-piloto

ao nível do país para o qual foramselecionadas 50 farmácias de todosos municípios da província, sendo 2farmacêuticos formados para cadafarmácia.A província do Huambo é desta-

cada ao nível do país no combate aopaludismo pois apresenta, segundoum relatório da saúde, o índice deincidência de malária mais baixo.Os dados apontam até 2002 quase600 mil novos casos de malária to-dos os anos, mas em 2013 o registofoi de 40 mil casos. Até 2002 regista-va-se não menos de 5 000 mortesanualmente por malária e em 2013morreram 19. Ainda em 2013 la-menta-se apenas uma morte mater-na vítima da doença.O director provincial da saúde,

Frederico Carlos Juliana, atribui as

causas destes resultados à paz esta-belecida no país o que possibilitou acontratação de técnicos para todasas localidades, a circulação de pes-soas e bens e o abastecimento demedicamentos e testes rápidos deforma regular em todas unidadessanitárias da província.Segundo o responsável, a mu-

dança de comportamento da popu-lação foi decisiva neste passo tão im-portante. “Ganhamos a consciênciade que nos primeiros sinais e sinto-mas devemos acorrer às unidadessanitárias para o devido diagnósticoe tratamento”, além dos profissio-nais que ganharam a consciência deque nem tudo o que causa febre épaludismo como faziam crer, acres-centou. Para Juliana só o sector público é

insuficiente para continuar a baixaros casos de malária no Huambomotivo pelo qual foi implementadoo novo projecto.

Técnicos prontosPor sua vez os técnicos mostra-

ram-se prontos para a nova tarefa.Segundo Victor Mateus além de ele-var os seus conhecimentos, a activi-

dade vai permitir lidar directamentecom o diagnóstico e prescrição doCoartem o que aumenta a respon-sabilidade tratando-se de vidas hu-manas. “Ao resultar em positivo o teste,

ofereceremos o Coartem gratuita-mente devendo ser cobrado apenas150 kwanzas pelo teste. É difícil tra-balhar com vidas humanas porquequalquer erro pode ser fatal” arre-matou.

Outra técnica diz estar mais pre-parada não só para opinar comotambém para medicar com certeza.“Agora vamos tratar a malária comcerteza, antes o principal indicadorera apenas a febre, mas aprende-mos que outras patologias tambémapresentam este quadro clínico. En-tão temos de testar e medicar comcerteza. Quanto aos procedimentos,inicialmente devemos perceber apreocupação do paciente, identifi-car os sinais e sintomas, testamos deseguida, após 15 minutos, resultan-do positivo devemos oferecer oCoartem com as explicações devi-das sobre a dosagem. E, em caso denegativo, encaminhamos à unidadede saúde mais próxima para melhordiagnóstico e tratamento. Valeramapenas os 4 dias de formação”. Apesar da prontidão manifesta-

da, os técnicos farmacêuticos foramadvertidos pelo director provincialsobre a disciplina para a nova activi-dade “exortamos a todos esses téc-nicos de farmácia para que não seconsiderem enfermeiros pois estãoformados exclusivamente para atestagem da malária, devendo pri-mar pela disciplina limitando-se na

sua importante função de explicarcomo são os medicamentes, efeitossecundários e sua dosagem”.

Gestão integradaJá a responsável pelo programa

da Agência dos Estados Unidos daAmérica para o Desenvolvimento(USAID) em Angola realçou que aimportância do Huambo é particu-lar no combate à malária pelo esfor-ço governamental em reduzir pro-gressivamente os casos da enfermi-dade e a USAID quer participar nadiminuição de casos em 80% até2015. “Segundo os indicadores doinquérito da malária, em 2011 houveuma redução de 40% em criançasmenores de 5 anos. No entanto, a fimde alcançar a nossa meta de reduçãode 80% até 2015 precisamos de con-siderar outras intervenções como agestão integrada de casos ao nível dacomunidade e do sector privado”. Pela primeira vez no país há o

serviço de diagnóstico e tratamentoda malária através de uma rede defarmácias privadas. Assim, noHuambo, a enfermidade é diagnos-ticada e tratada fora das unidadessanitárias.

Farmácias privadas do Huambo preparadas para diagnosticar e tratar a malária

O director provincial de Saúde, Fre-

derico Juliana, inovou de novo. Desta

vez, com uma solução que reforça o

combate à malária através da rede

de farmácias

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Quem o diz é o chefe de Re-partição municipal da saúdedo Ebo, Carlos Pedro, querealçou os ganhos alcança-dos desde o início da imple-mentação do programa aonível do município do Ebo,com destaque para a constru-ção de unidades sanitárias nomeio rural, a aquisição deequipamentos, bem como orecrutamento de mais técni-cos para a cobertura da mu-nicipalidade.

O responsável da saúde noEbo manifestou optimismoquanto ao alcance das metaspreconizadas sobre a melho-ria da assistência médico-medicamentosa, sobretudono meio rural, fruto das ver-bas cabimentadas ao progra-ma dos cuidados primáriosde saúde que permitem amelhoria da assistência sani-tária ao nível do município.

Quanto aos recursos hu-manos, Carlos Pedro reco-nheceu o défice que o sectoratravessa no município porcausa de muitos técnicos te-rem passado à reforma e ou-tros por falecimento.

Quanto à realidade actualdo sector da saúde no muni-cípio do Ebo, Carlos Pedrodisse não haver comparaçãopossível entre o passado e arealidade actual, quer em ter-mos de infra-estruturas sani-tárias, como da quantidadede técnicos e seu nível deprestação nas comunidades.E lançou o desafio de esten-der a rede sanitária nas loca-lidades mais recônditas domunicípio para satisfazer asnecessidades das popula-ções, conforme defende naentrevista que concedeu aoJornal da Saúde.

— Senhor Chefe de Reparti-ção da Saúde, Carlos Pedro,que leitura faz sobre a reali-dade da situação sanitáriano Município do Ebo?— Em primeiro lugar, quero

agradecer a oportunidade defalar sobre a situação sanitá-ria do Município do Ebo, umdos que foi mais afectado du-rante o conflito armado quequase destruiu tudo.

Mas hoje tudo se inverteu,graças à municipalização dosserviços de saúde.

É verdade que ainda te-mos grandes desafios pelafrente para podermos atingiros objectivos que consistemna aproximação dos serviçosde assistência e humanizaçãodos serviços da saúde nas co-munidades.

Quanto às infra-estruturase corpo clínico, devo dizerque o município do Ebo pos-sui uma rede sanitária com-posta por 18 unidades sanitá-rias, sendo um Hospital mu-nicipal de referência, trêscentros médicos e 14 postosde saúde. Prestam serviçosno sector ao nível do municí-pio do Ebo dois médicos, trêstécnicos de diagnóstico e te-rapêutica e 42 enfermeiros devários escalões.

No capítulo dos recursoshumanos temos um grandedéfice, sobretudo de enfer-meiros. Muitos passaram àreforma e outros faleceram.Necessitamos da sua substi-tuição porque a realidade ac-tual exige mais técnicos desaúde para respondermos àdemanda.— Quais os resultados doPrograma de Municipaliza-ção dos serviços de saúde nomunicípio do Ebo?— Os indicadores de que dis-pomos permitem-nos afir-mar, com realismo, que oPrograma dos Cuidados Pri-mários de saúde no nossomunicípio permitiu reduzir0,50% a taxa bruta de mortali-dade, porque existe uma co-

bertura sanitária ao nível dascomunidades. Quanto à taxade natalidade, registamosum aumento de 5%, graças àadesão das mulheres às con-sultas pré-natal e respectivoacompanhamento médico,antes, durante e pós-parto. Éuma conquista porque o tabuanterior - o das mulheres te-rem parto em casa - já faz par-te do passado.

Aliado a isso, temos de as-sinalar a participação massi-

va dos cidadãos aos progra-mas de sensibilização sobreos cuidados primários desaúde, adesão às campanhasde vacinação, da preocupa-ção sobre o tratamento daágua para consumo e do usode mosquiteiros impregna-dos.

Em termos de construçãodas infra-estruturas, sublinhoque hoje temos um posto desaúde em condições a funcio-nar nos locais de maior con-

centração populacional. Emalguns casos, estes postos desaúde são os primeiros desdeo alcance da independênciado País. E, quanto aos recur-sos humanos, o programados cuidados de saúde per-mitiram aumentar o númerode técnicos que prestam ser-viços no hospital municipal,centros médicos e postos desaúde.

Em suma, temos vindo aregistar avanços significativossob o ponto de vista quantita-tivo e qualitativo.— Como está o abasteci-mento em medicamentos eequipamentos?— Estamos bem porque oprograma dos cuidados dasaúde prevê verbas para aaquisição de medicamentos,através de fornecedores pre-viamente seleccionados porconcurso público.

Não temos razões de quei-xa porque as necessidadestêm sido supridas com abas-tecimento regular de fárma-cos e de equipamentos.— Pode-se dizer que em ter-mos de saúde está tudo bemno município do Ebo?— Não posso dizer que estátudo bem, porque a vida é umdesafio constante em quemuitos factores condicionamo que se quer fazer bem.

Temos barreiras que im-portunam as nossas tarefasde salvar vidas.

Refiro-me às vias de aces-so, secundárias e terciárias,que dificultam o nosso traba-lho. É frequente confrontar-mo-nos com casos de eva-cuações de localidades lon-gínquas para o hospital mu-nicipal, onde temos de sacri-ficar a ambulância pelo mauestado das estradas.

Mas nem tudo está asso-

ciado ao mau estado das vias.Por vezes notamos que os pa-cientes chegam às unidadessanitárias em estado críticopor negligência das famílias.

Outro aspecto que nospreocupa é o facto de o nossoquadro do pessoal, sobretu-do dos enfermeiros, dispor deapenas três técnicos médios eo restante técnicos básicosque necessitam de actualiza-ção permanente.

Em termos técnicos, preci-samos de mais meios detransporte, dos equipamen-tos para os serviços de cirur-gia, ortopedia, oftamologia,urologia, entre outros, cujosserviços já justificam peladensidade populacional domunicípio do Ebo.— Quais são as patologiasmais frequentes no Ebo?— A malária, doenças diarréi-cas agudas, infecções respira-tórias agudas, parasitoses in-testinais e as infecções detransmissão sexual, incluin-do o VIH/Sida.— Quais os Programas queestão a ser executados paraa melhoria da assistência noEbo?— Estamos a executar os pro-gramas que, de uma formageral, são da orientação daDirecção provincial da Saú-de, nomeadamente os de dis-tribuição de mosquiteiros, deAlbendazol, medição de ten-são arterial, testes de VIH/Si-da e campanhas de vacina-ção. Além destes, estamostambém a executar outrosprogramas, como de tuber-culose e lepra, de vigilânciaepidemiológica, de educaçãopara a saúde e água e sanea-mento ambiental. A colabo-ração das comunidades é es-sencial para que surtam efei-tos.

chEFE dE rEpArtição municipAl dA sAúdE do Ebo, cArlospEdro "A municipalização dos serviços de saúde é um dos fac-

tores que permitiram a redução dos índices de mortalidade

materno-infantil e a expansão da rede sanitária em toda a ex-

tensão do município do Ebo"

Vista frontal do Hospital Municipal do Ebo

O administrador municipal do Ebo, Rui Felicia-no Miguel, garantiu ao Jornal da Saúde que em2014 vão ser executadas acções que proporcio-nam a melhoria de assistência médico-medi-camentosa nas comunidades.Rui Feliciano Miguel salientou a necessidade dese criarem condições habitacionais para aco-modar os médicos, o que pode facilitar a suacontratação para prestarem serviços no Ebo."Temos um número reduzido de médicos nonosso município e estamos a trabalhar no sen-tido de contratarmos mais médicos, sobretudode especialidade. Para o efeito, temos de criar ascondições de habitabilidade para trabalharem

condignamente", frisou.No capítulo das infra-estruturas, o administra-dor do Ebo garantiu que no presente ano vão serconstruídas novas unidades sanitárias, comprioridade no meio rural e concluídas as obrasde ampliação do hospital municipal do Ebo quevai passar de 50 a 80 camas.O município do Ebo tem uma superfície de2.520 quilómetros quadrados, conta com umapopulação estimada em 182.707 habitantes dis-tribuídos por 141 aldeias. Administrativamente,o município divide-se em três comunas, no-meadamente, a sede, Condé e Kassanje e a áreaadministrativa da Chôa.

Administração municipal do Ebo

com plano de melhorias da saúde

JsA Abril 2014 8Saúde CUAnzA SUl

CASIMIRO JOSÉ | SUMBE

Correspondente no Cuanza Sul

Texto e fotografia

A municipalização dos servi-

ços de saúde é um dos facto-

res que permitiu a redução

dos índices de mortalidade

materno-infantil e expandir

a rede sanitária em toda a

extensão do município do

Ebo.

Municipalização dos serviços de saúde reduz índice de mortalidade materno-infantil no Ebo

AdministrAdor municipAl do Ebo,rui FEliciAno miguElNeste ano vão ser construídas novas unidades sanitárias, com

prioridade no meio rural, e concluídas as obras de ampliação do

hospital municipal do Ebo que vai passar de 50 a 80 camas

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9publicidadeJSA Abril 2014

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JSA abril 2014 10Saúde Zaire

A infra-estrutura sanitáriaaberta por ocasião das cele-brações dos 12 anos de pazem Angola, assinalados a 4de Fevereiro, constitui ummotivo de satisfação para oshabitantes locais que, antes,percorriam 110 quilómetrosaté à sede municipal do Nze-to para receberem cuidadosbásicos de saúde.

Segundo o director pro-vincial da saúde no Zaire,João Miguel Paulo “Joveth”,o empreendimento, cons-truído à luz do programa decombate à fome e à pobreza,oferece aos utentes váriosserviços, entre os quais, pe-diatria, medicina geral, labo-ratório e área de atendimen-to à saúde reprodutiva. Con-ta com um corpo clínicoconstituído por oito enfer-meiros e um médico.

Durante a cerimónia deinauguração do centro desaúde, o governador provin-cial do Zaire, procedeu à en-trega de kits de medicamen-tos essenciais e uma ambu-lância para a evacuação dedoentes com complicaçõesque requerem de cuidadosmédicos especializados.

Aproximar os serviçosde saúde das populaçõesJoanes André referiu, na

ocasião, ser propósito doExecutivo angolano conti-nuar a criar condições paraa melhoria da qualidade devida das populações.

“O nosso Executivo estáengajado na construção dehospitais e centros de saúdepara garantir a saúde aos ci-dadãos”, disse Joanes An-dré, para quem o centro desaúde do Kindege possui

condições que permitemdar resposta à demanda.

“Estamos a trabalhar pa-ra ir melhorando as condi-ções básicas das popula-ções, conforme a orientaçãodo nosso presidente, por is-so inauguramos aqui na co-muna do Kindege este cen-tro de saúde que vai fazercom que deixem de percor-rer longas distâncias”, refe-riu.

O governador do Zaire fez

saber aos habitantes do Kin-dege que o sector da saúde éprioritário para o seu gover-no que inseriu no Plano dedesenvolvimento da provín-cia projectos da construçãode centros de saúde e hospi-tais nos seis municípios,Mbanza Congo, Soyo, Nze-to, Tomboco, Cuimba e Nó-qui.

A ideia, segundo ele, visao cumprimento das orienta-ções do líder do Executivoangolano que têm a ver com

a necessidade de aproximaros serviços de saúde juntodas populações para, destemodo, permitir a redução doimpacto das doenças fre-quentes como a malária e fe-bre tifóide.

No quadro destas políti-cas do Executivo existem naprovíncia do Zaire cerca deoito clínicas móveis que as-seguram a assistência médi-ca e medicamentosa aos ci-dadãos nas distintas locali-dades do interior da região.

Habitantes do Kindege com assistência médica mais próximaVíctor Mayala

correspondente no Zaire

Os habitantes da comuna do

Kindege, município do Nzeto,

província do Zaire, deixaram

de percorrer longas distâncias

à procura de melhores condi-

ções de assistência médica e

medicamentosa com a inau-

guração de um centro de saú-

de com 45 camas, pelo gover-

nador provincial, Joanes An-

dré.

Durante acerimónia deinauguração docentro de saúde,o governadorprovincial doZaire, procedeu àentrega de kits demedicamentosessenciais e umaambulância para aevacuação dedoentes comcomplicações querequerem decuidados médicosespecializados.

O governador provincial, Joanes André, inaugura o Centro de Saúde do Kindege com 45 camas

Os habitantes locais tinham de percorrer 110 quilómetros até à sede municipal

do Nzeto para receberem cuidados básicos de saúde

Setecentos mosquiteiros impregnados com insecticidaforam distribuídos à população da comuna de Calam-bata, município de Mbanza Congo, pelo departamentoprovincial da saúde pública e controlo de endemias, noâmbito do 25 de Abril, dia internacional de combate àmalária.Na ocasião, a administradora municipal de MbanzaCongo, Isabel Nlandu Morena, que presidiu ao acto,aconselhou a população local para o uso correcto econstante de mosquiteiros tratados para o combate àenfermidade.Informou que durante o primeiro trimestre do correnteano foram registados no município de Mbanza Congocerca de 7.782 casos de malária, contra 7.553 ocorrên-cias no período anterior, tendo causado 13 óbitos.De acordo com a administradora, o ligeiro aumento decasos de malária deve-se à expansão da rede sanitáriaem diversas localidades do município sede permitindo,deste modo, um diagnóstico de mais casos desta doen-ça.Considerou a malária como a principal causa de mortee internamento de pacientes nos hospitais e centros desaúde.Além da distribuição de mosquiteiros, o acto foi marca-do pela realização de uma feira da saúde que propor-cionou aos habitantes locais serviços integrados desaúde pública nas áreas de puericultura, pediatria, va-cinação, HIV/SIDA e consultas pré-natal.A comuna de Calambata situa-se 30 quilómetros a esteda cidade de Mbanza Congo.

Distribuídos 700

mosquiteiros

impregnados

em Calambata

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11publicidadeJSA Abril 2014

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De acordo com este responsável, esta significativa diminuição éfruto dos investimentos do governo da província no sector, con-substanciados na construção e reconstrução de infra-estruturasde atendimento materno infantil. "As autoridades locais estãoapostadas na criação de condições visando a redução da taxa demortalidade infantil em crianças menores de cinco anos", garan-tiu.

Acrescentou que, entre os indicadores que co-nheceram evolução nesta área, nos últimostrês anos, consta ainda a diminuição dataxa de mortalidade em crianças me-nores de cinco anos, que baixou sig-nificativamente neste período.

O responsável esclareceu queconcorreram para esta redução oaumento de unidades sanitáriascom serviços materno infantil, oincremento da cobertura de vaci-nação de rotina e de campanhabem como a melhoria do sistema deinformação sanitária, através da capa-citação de agentes comunitários.

“As crianças já não morrem tanto antesde completarem cinco anos de vida, temos me-nos mortalidade materna, porém, ainda há muito porfazer e, para tal, são necessárias acções mais intensivas no sentidode continuarmos a crescer e acelerar os esforços para o alcancedo compromisso da cobertura universal dos serviços de saúde”,sustentou.

Unidades sanitáriasManuel Varela esclareceu que, até 2010, a província dispunha

de 87 unidades sanitárias das quais apenas 30 ofereciam serviçosde consulta pré natal e pós parto, 8 com serviços de planeamentofamiliar, 26 com serviços de partos, 23 com postos fixos de vaci-nação e 19 tinham serviços de puericultura.

Em 2013, segundo disse, a província dispõe de 130 unidadessanitárias todas com serviços de puericultura, 32 dos quais ofe-recem consultas pré-natal e pós parto, 12 com serviço de planea-mento familiar, 28 com salas de partos, 52 com unidades de va-cinação geral, além de duas maternidades e um hospital maternoinfantil. A província conta com uma população estimada em438.659 habitantes distribuídos em 10 municípios.

Humanização dos serviçosPara si, o Executivo da província está comprometido com a

manutenção dos serviços de saúde, porquanto a melhoria dascondições de vida dos cidadãos depende, essencialmente, doacesso a este sector, incluindo as acções de promoção, preven-ção, tratamento de doenças e reabilitação de infra-estruturas.

Manuel Varela citou também os esforços que têm sido desen-volvidos no domínio da humanização dos serviços de saúde,

através da promoção e desenvolvimento de uma nova culturaque fortaleça o respeito e a valorização da cidadania.

Para tal, disse ser necessário um trabalho conjunto entreas várias instituições do sector público, de modo a procu-rar soluções para as questões estruturantes com vistaao desenvolvimento dos recursos humanos do país,com base na formação contínua, promoção das car-

reiras profissionais, motivação, mecanismosde fixação e retenção de quadros, bem

como a remuneração.Precisou que, com o resulta-do deste esforço, sobretudo oaumento dos recursos hu-manos e infra-estruturas,muitos dos indicadoresna província do CuanzaNorte têm sido anima-dores, nomeadamentea redução da mortalida-de materna e infantil, di-

minuição da mortalidadepor doenças endémicas, em

particular a malária, tuberculosee Vih/Sida.

Diniz Simão | Correspondente no Cuanza norte | Texto e fotografia

O director provincial de Saúde do Cuanza Norte, Manuel Duarte Varela, informou que a taxa de mortalidade

infantil na província baixou de 50 para 20 óbitos por mil nascidos vivos, de 2010 para 2013, respectivamente.

Entre 2010 e 2013

Énecessário um

trabalho conjunto entre asvárias instituições do sectorpúblico, de modo a procurar

soluções para as questõesestruturantes com vista ao

desenvolvimento dos recursoshumanos do país, com base na

formação contínua, promoção dascarreiras profissionais, motivação,

mecanismos de fixação eretenção de quadros, bem

como a remuneração"

Mortalidade infantil baixou de 50 para 20 óbitos por mil nascidos vivos

Cerca de 17.402 grávidas beneficiaram, em2013, no Cuanza Norte, de tratamento médicopreventivo intermitente da malária, no âmbitodos esforços das autoridades sanitárias da pro-víncia visando a redução da mortalidade ma-terna na região.De acordo com o director provincial de Saúdedo Cuanza Norte, Manuel Duarte Varela, queavançou a informação, comparativamente ao

ano anterior, constatou-se um incremento de1.242 gestantes que beneficiaram de assistên-cia.Esclareceu que, no período em referência, fo-ram tratadas com Fansidar (medicamento an-ti-malárico), 9.880 grávidas com a primeiradose do referido fármaco, 7.330 com a segun-da dose, enquanto que a terceira beneficiou192 mulheres.

No quadro destes esforços, prosseguiu, foramainda distribuídos 5.103 mosquiteiros impreg-nados com insecticidas a mulheres grávidas,contra os 1.636 no período anterior, bem co-mo vacinadas contra o tétano 20.769 gestan-tes.Realizaram-se 37.743 consultas pré-natal nor-mais, entre as quais 9.549 pela primeira vez eas restantes de retorno. Foram igualmente

efectuados neste período 5.736 partos institu-cionais que se saldaram em 243 nados mortose 29 mortes maternas associadas às diversascomplicações, disse.Entre as complicações e causas de mortes ma-ternas destacam-se as hemorragias, eclâmp-sia, rotura uterina, infecção puerperal, aborto,malária, hepatite e gravidezes utópica, acla-rou.

Tratamento preventivo da malária na gravidez abrange mais de 17 mil mulheres

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14 DIA MUNDIAL DA SAÚDE abril 2014 JSA

Em entrevista ao Jornal da Saúde,à margem do acto central, emLuanda, o Ministro da Saúde, JoséVan-Dúnem, adiantou que o DiaMundial da Saúde é de grande im-portância para o mundo, particu-larmente para Angola e outrospaíses do continente africano, so-bretudo a região austral. "Visa aconsciencialização da populaçãoe vai ao encontro das preocupa-ções do executivo no que se refe-rem as doenças transmitidas porvectores como o paludismo, tripa-nossomíase humana africana oudoença do sono, cegueira dos rios(oncocercose), bilharzíase, ele-fantíase, leishmaniose, febre-amarela, dengue e chikungunya".Sublinhou também que só

contando com uma sociedade ca-da vez mais envolvida e actuantena luta antivectorial haverá umadiminuição significativa dasdoenças transmitidas por vecto-

res. "O processo não é meramenteinstitucional, é aberto e necessitada inclusão da população paraque saíamos vitoriosos".Disse ainda que requer um es-

forço mútuo, quer na formação,quer na informação e na capaci-dade de transmissão dos conheci-mentos adquiridos. "Cada pessoadeve participar como um elemen-to activo para que se lute contraeste grande desafio que é a dimi-nuição das doenças transmitidaspor vectores".

Saneamento básicoO responsável salientou que a

intensificação da luta antivecto-rial primará nas mudanças decomportamentos para que se evi-tem as práticas que contradizemos anseios do sector e fragilizam asaúde das populações, como porexemplo a defecação ao ar livre ea exposição do lixo em locais não

apropriados. "A melhoria do sa-neamento básico em todas suasvertentes, especificamente aconstrução de balneários públi-cos, distribuição dos depósitos delixo em todas as áreas que care-cem,a melhoria do abastecimentoda água potável, a recolha e o tra-

tamento do lixo, são medidas quefarão com que os vectores tenhamum ambiente desfavorável para asua multiplicação".

A paz e os avanços mais significativos na saúdeOs ganhos na saúde trazidos

pela paz são incomensuráveis. "Opaís teve 70% de toda sua rede sa-nitária degradada devido ao con-flito. Actualmente, conta commais de 40% da rede reabilitada.Procedeu-se ao enquadramentode vários profissionais com o au-xílio de quadros cubanos e de ou-tras nacionalidades em quase to-dos os municípios. Conseguiu-sematerializar o Plano Nacional deSaúde de cada município o queconduziu a uma melhoria satisfa-tória nos serviços primários desaúde", garantiu.O ministro lembrou ainda que

diminuiram significativamente asrazões de evacuações de pacien-tes para o exterior, face ao pro-gresso registado nos grandes hos-pitais, aumentou-se o número deinstituições que oferecem servi-ços de hemodiálise, cirurgias car-díacas, como no hospital JosinaMachel, cirurgia plástica para otratamento das queimaduras eoutras doenças como lábio lepo-rino no Hospital do Prenda, na or-topedia cirurgias para substitui-ção da cabeça do fémur, cirurgiasda hérnia discal. "Todo este cres-cimento a nível da saúde só foipossível com a paz".José Van-Dúnem deixou ainda

uma palavra de apreço a "todos osque trabalham em condições me-nos favoráveis e que tem desem-penhado suas funções com muitoentusiasmo e uma atitude cons-trutiva, fraterna, de solidariedadee profunda humanização".

"Queremos uma sociedade mais envolvida e actuante na luta antivectorial"José Van-Dúnem

Quais são os vectores(insectos) e quedoenças causam

Mosquitos, moscas, carraças e caracóis de água frescasão alguns dos vectores que espalhamdoenças como paludismo, tripanossomíase humana africana ou doença do sono, cegueira dosrios (oncocercose), bilharzíase, elefantíase, leishmaniose, febre-amarela, dengue e chikungunya

Doenças causadas por vectores

Na região africana, o impac-to das doenças transmitidaspor vectores na saúde e naeconomia é bastante eleva-do e as comunidades pobrese rurais são as mais afecta-das, conforme sublinhou odirector regional da OMSpara África, Luís GomesSambo. "Só em 2012, houveum número estimado de

564 mil e 36,5 mil mortescausadas por paludismo epela doença do sono, res-pectivamente. Mais de 45milhões de pessoas estãoem risco de contrair elefan-tíase e a oncocercose conti-nua a ser predominante em20 países, onde existem 15,7milhões de pessoas infecta-das e 500 mil deficientes vi-suais em resultado desta in-fecção".

Os factores que contri-buem para a carga dasdoenças transmitidas porvectores incluem as altera-ções ambientais e climáti-cas. As condições precáriasde habitação aumentam orisco das doenças transmiti-das por vectores. Para alémdisso, a resistência dos vec-tores aos insecticidas cons-tituem uma séria ameaça aoseu controlo.

Gomes Sambo adiantou,contudo, que "é encorajadornotar que se estão a fazerprogressos louváveis na Re-gião Africana para combateras doenças transmitidas porvectores. Por exemplo, esti-ma-se que, entre 2001 e2012, tenham sido evitados337 milhões de casos de pa-ludismo. Do mesmo modo,a oncocercose já não é umproblema de saúde públicanos países da África Ociden-tal"

Pequenas picadelas, grandes ameaçasFrancisco cosme dos santos

O Dia Mundial da Saúde foi

celebrado este ano sob o te-

ma: “Doenças causadas por

vectores: pequenas picadelas,

grandes ameaças”. Esta co-

memoração pretende pro-

mover a sensibilização para a

ameaça que representa um

grupo de doenças transmiti-

das por insectos ou outros

vectores. Mosquitos, moscas,

carraças e caracóis de água

fresca são alguns dos vecto-

res que espalham doenças

como paludismo, tripanosso-

míase humana africana ou

doença do sono, cegueira dos

rios (oncocercose), bilharzía-

se, elefantíase, leishmaniose,

febre-amarela, dengue e chi-

kungunya.

Como prevenir É possível protegermo-nos e às nossas famíliastomando medidas simplesde prevenção, mantendoo nosso ambiente limpoe menos favorável àreprodução esobrevivência dosvectores. Para além disso,o uso de outras medidasde protecção pessoal,como os mosquiteirostratados com insecticida,evitam as picadas dosinsectos que transmitemdoenças.

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16 CóLera abril 2014 JSA

Campanhas em Luanda

Victória Cambuanda recor-dou que a campanha de ac-ção preventiva de combate acólera nas escolas foi criada

por orientação do presiden-te da Comissão Administra-tiva da Cidade de Luanda,José Tavares, numa reunião

de emergência epidemioló-gica, quando, no primeirotrimestre de 2013, se regis-tou um surto de cólera, comcinco casos, no Cazenga.Disse ainda que foram os

resultados positivos e moti-vadores alcançados noevento anterior que fizeramcom que se intensificasse aprevenção, envolvendo ou-tros segmentos, como o dacriança. "É, por natureza, oser mais vulnerável ao con-tágio do vírus colérico peloque se considerou maisacertado trabalhar com aeducação que é o sector quealberga um número bastan-

te significativo de petizes pa-ra a realização da campa-nha".A campanha consiste na

sensibilização das criançassobre as medidas preventi-vas para evitar a cólera, taiscomo a lavagem das mãos, adesinfestação da água, prin-cipalmente no consumo dealimentos não adquiridos,ou os comprados na via pú-blica. "Estes hábitos nãosaudáveis constituem umgrande risco para a saúde.Tem-se observado, com fre-quência, um grande núme-ro de negociantes que nãofazem as suas vendas em lo-

cais condignos e apropria-dos e expõem uma boa par-te dos produtos em condi-ções de conservação inacei-táveis e em temperaturasambientas não aconselhá-veis, ou por cima de resí-duos sólidos e em áreas compoeira, o que pode contri-buir para a existência do ví-rus e o alastramento do sur-to da cólera", esclareceu.O certame serviu de

"alerta para os pais, no sen-tido de incutirem nos pe-queninos as medidas deprevenção, seja em casa, se-ja em todos os locais ondeestejam", concluiu.

Francisco cosme dos santos

"Desde o lançamento da campanha de acção preventiva de

combate à cólera nas escolas, no primeiro trimestre de 2013,

que se registou apenas a notificação de um caso, no distrito da

Samba, prontamente controlado pelos técnicos". A garantia

foi dada ao Jornal da Saúde pela directora da repartição de Saú-

de da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, a médica

Victória Cambuanda, por ocasião do relançamento da nova fa-

se da campanha, a 1 de Abril, no bairro da Camuxiba. Sob o le-

ma "Com educação e saúde diga não à cólera nas escolas" o

evento reuniu mais de 500 crianças, professores, responsáveis

e técnicos de saúde.

VICTÓRIA CAMBUANDA "A campanha consiste na sensibilização das crianças sobre as medidas preventivas para evitar a cólera, tais

como a lavagem das mãos e a desinfestação da água, entre outras""Com educação e saúde diga não à cólera nas escolas" foi o le-

ma da campanha, cujo lançamento reuniu mais de 500 crianças,

professores, responsáveis e técnicos de saúde, no bairro da Ca-

muxiba, distrito da Samba, em Luanda

Como evitar a cólera

>Evitar o contacto directocom águas de enchentes ealagamentos>Evitar a ingestão de águanão tratada, o consumo defrutas e verduras como ashortaliças sem seremconvenientemente bemlavadas>Lavar as mãos depois deutilizar o quarto de banho>Defecação ao relento>Não comprar alimentosna rua>Reaquecer a comidaantes de ser consumida>Cozer bem os alimentos>Em geral, tomar medidasque melhorem ascondições de higiene

Intensificação das medidas de prevenção acaba com a cólera

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Noventa e cinco por cento dos dia-béticos são do tipo 2, e oitenta porcento destes são obesos. A hipergli-cemia da diabetes tipo 2 no obeso écausada preponderantemente pelodefeito integrado no receptor insu-línico do tecido periférico. Dá-se onome de “resistência periférica dainsulina”. Está já consagrado que orisco de complicações micro e, demodo menos evidente, macro vas-culares se encontra relacionadocom a glicemia, conforme avaliadocom base nas determinações daHbA1c e, assim, esta situação conti-nua a ser um dos principais focos daterapêutica. A realização de estudosclínicos aleatorizados e prospecti-vos documentaram as reduções dastaxas de complicações micro vascu-lares nos doentes com diabetes tipo2 tratados para alvos glicémicosmais reduzidos (1, 2). Recentemen-te (2012) foi publicada a Declaraçãode Posição (Position Statement) pa-ra o tratamento da diabetes tipo 2,elaborada e discutida por peritos daADA (American Diabetes Associa-tion) e da EASD (European Associa-tion for the Study of Diabetes). (3)À luz das recomendações da

ADA/EASD, qualquer terapêuticafarmacológica deve ser precedidada modificação do estilo de vida: ali-mentação saudável, controlo de pe-so e actividade física. A correcção doestilo de vida deve ser promovida aolongo de toda a evolução da doençaassim como a educação da pessoacom diabetes.

Antidiabéticos oraisOs antidiabéticos orais podem

ser separados em: medicamentosque incrementam a secreção pan-creática de insulina (sulfonilureias eglinidas); reduzem a velocidade deabsorção de glícidos (inibidores dasalfaglicosidases); diminuem a pro-dução hepática de glicose (biguani-das); e/ou aumentam a utilizaçãoperiférica de glicose (glitazonas).No entanto, com finalidade prá-

tica, os antidiabéticos orais podemser classificados em duas categoriasprincipais: os que aumentam a se-creção de insulina (hipoglicemian-tes) e os que não aumentam (anti-hiperglicemiantes).Na diabetes tipo 2 (atendendo ao

perfil diversificado dos doentes) não

é possível estabelecer recomenda-ções com base em normas técnico-administrativo e algoritmos rígidos(1,3). Está preconizado que, na es-magadora maioria dos casos, a met-formina deve ser administrada abinitio. Este é, aliás, um consenso ge-neralizado em todas as directrizes.Nas situações de intolerância oucontra-indicação à metformina, de-vem equacionar-se outras alterna-tivas terapêuticas (3).Em segunda linha, e em associa-

ção com a metformina, temos assulfonilureias, as glitazonas, os ini-bidores DP-4, os agonistas do recep-tor GLP-1 e a insulina basal (4). Dis-pomos de várias possibilidades te-rapêuticas, sendo que a preferênciafarmacológica obedece a critériosde eficácia, segurança, risco de hipo-glicemias (5), efeitos colaterais dotratamento, ganho de peso e custos.Estes parâmetros influenciam a es-colha do segundo agente, após a ad-ministração da metformina, a qualdeve obedecer a algumas caracterís-ticas farmacológicas e ao tipo dedoente. Se não se atingirem os ob-

jectivos poder-se-á fazer uma asso-ciação tripla, entre estes fármacos eaté doses múltiplas diárias de insu-lina.

Sulfonilureias (SU)no tratamento do DM 2Teoricamente, algumas SU po-

deriam ter melhor perfil CV que ou-tras, quer pela selectividade para re-ceptores pancreáticos (gliclazida,glipizida), quer pela não interferên-cia no pré-condicionamento mio-cárdio (glimepirida) (6, 7). Recente-mente, alguns estudos de corte re-trospetivos parecem sugerir que agliclazida (e eventualmente a glime-pirida) possa ter um perfil de riscoCV mais favorável comparativa-mente às outras SU. Um estudo ucraniano sugere

uma mortalidade total mais baixapara a gliclazida e Glimepirida vs.Glibenclamida (HR 0.33, IC 95%0.26 – 0.41) e (HR 0.605, IC 95% 0.413– 0.886), respetivamente e reduçãoda mortalidade CV com a gliclazidavs glibenclamida (HR 0.29, IC 95%0.21 – 0.38). (8)

Um estudo norte-americano em11.141 doentes apontou no sentidode aumento na mortalidade totalcom a glipizida (HR 1.39, IC 95% 0.99– 1.06) e com a glibenclamida (HR1.36, IC 95% 0.96 – 1.91) relativa-mente à glimepirida em doentescom doença isquémica coronária.(6)Uma publicação canadiana de

2011 afirma que a estratégia commelhor relação de custo-efetividadeé, indubitavelmente, a utilização deSU sobre todas as outras opções (I.DPP-4, inibidor da α-glucosidase,TZD, insulina, meglitinidas, insuli-nas). (9) Uma orientação do NICEde 2012 aponta como segunda linhapreferencial as SU (excluindo a gli-benclamida) e, em determinadascircunstâncias, as TZD ou os inibi-dores DPP-4. (10)Na terapêutica oral da diabetes

mellitus tipo 2, a opção de segundalinha melhor fundamentada em da-dos de eficácia, segurança e custo é,presentemente, uma SU. Destas, agliclazida é a escolha preferencialem adição à terapêutica com met-formina; em alternativa, poderá serequacionada a glimepirida. (11) Autilização de outros antidiabéticosorais só deve ser equacionada me-diante documentação do risco dehipoglicémia clinicamente relevan-te.

Quando os níveis de glicosenão podem ser adequadamente controladospor meio de dieta alimentar,exercícios físicos e redução de pesoGlimepirida é indicada para o

tratamento oral da DM Tipo 2 oudiabetes do adulto, quando os níveisde glicose não podem ser adequa-damente controlados por meio dedieta alimentar, exercícios físicos eredução de peso. Glimepirida pode

ser associada a outros antidiabéticosorais que não estimulam a secreçãode insulina, como a metformina.Glimepirida pode ser associada ametformina quando os níveis glicê-micos (níveis de açúcar no sangue)não podem ser adequadamentecontrolados por meio de dieta ali-mentar, exercícios físicos e uso deglimepirida ou metformina em mo-no terapia (uso de apenas um medi-camento). Glimepirida também po-de ser utilizada em associação cominsulina.A dose inicial usual é de 1 mg de

glimepirida diariamente. Se neces-sário, esta dose diária poderá ser au-mentada. Recomenda-se que talaumento se faça de acordo com ocontrole do nível de glicose no san-gue e de forma gradual, em interva-los de 1 a 2 semanas, de acordo comas seguintes etapas: 1 mg, 2 mg, 3mg, 4 mg e 6 mg. A dose inicial usualpara pacientes com diabetes bemcontrolada é de 1 a 4 mg de glimepi-rida ao dia. Doses diárias superioresa 6 mg (até 8 mg) somente são efica-zes para uma minoria de pacientes;portanto doses superiores não de-vem ser utilizadas.

ConclusõesNa prática, um paciente pode

comparecer a primeira consulta, noinício da evolução do DM2, quandopredomina a insulinorresistenciaou, então, com muitos anos de evo-lução da enfermidade, em que aprincipal característica é a insulino-penia. A melhor terapia dependerámuito da capacidade secretória doseu pâncreas.

REFERÊNCIAS1.Duarte R, Silva Nunes J, Medina JL; pelo Grupode Trabalho para as Recomendações Nacionaisdo Tratamento da Hiperglicemia na Diabetes Ti-po 2. As Recentes Guidelines para o Tratamentoda DiabetesTipo 2 - Base para as RecomendaçõesNacionais da SPD. Revista Portuguesa de Diabe-tes. 2012;7:129-48.2.Stratton IM, Adler AI, Neil HA, et al. Associationof glycaemia with macrovascular and microvas-cular complications of type 2 diabetes (UKPDS35): prospective observational study. BMJ.2000;321:405-12.3. Inzucchi SE, Bergenstal RM, Buse JB. Manage-ment of hyperglycaemia in type 2 diabetes: a pa-tient-centered approach. Position statement ofthe American Diabetes Association (ADA) and theEuropean Association for theStudy of Diabetes (EASD). Diabetes Care.2012;35:1364-79. Diabetologia. 2012;55:1577-96.4. Kabadi UM, Kabadi M. Comparative efficacy ofglimepiride and/or metformin with insulin in type2 diabetes. Diabet Res Clin Practice 2006; 72: 265-705.Andreas Holstein A, Plaschke A, Eick-HartwigE. Lower incidence of severe hypoglycaemia inpatients with type 2 diabetes treated with glimepi-ride versus glibenclamide. Diabetes Metab ResRev 2001; 17: 467–736.Pantalone KM. The Risk of Overall Mortality inPatients With Type 2 Diabetes Receiving Glipizide,Glyburide, or Glimepiride Monotherapy. A retros-pective analysis. Diabetes Care 2010; 33:1224–9 7.Cleveland JC. Oral sulfonylurea hypoglycemicagents prevent ischemic preconditioning in hu-man myocardium. Circulation 1997; 96:29–2 8.Khalangot M. Glibenclamide-related excess intotal and cardiovascular mortality risks: data fromlarge Ukrainian observational cohort study. Dia-betes Res Clin Pract 2009; 86:247-539. Klarenbach S, Cameron C, Singh S, Ur E. Cost-effectiveness of second-line antihyperglycemictherapy in patients with type 2 diabetes mellitusinadequately controlled on metformin. CMAJ2011. DOI:10.1503/cmaj.110178, 2011.10.NICE Pathways. Blood-glucose-lowering the-rapy for type 2 diabetes. 2012.11.Weitgasser R, Lechleitner M, Luger A, KlinglerA. Effects of glimepiride on HbA1c and bodyweight in Type 2 diabetes: results of a 1.5-year fol-low-up study. Diabetes Research and ClinicalPractice 2003; 61: 13-9

18 diabetes abril 2014 JSA

Antidiabéticos orais: SulfonilureiasMayque GuzMan Cayado

especialista em endocrinologia, Professor Instrutor,

endocrinologista Clínica Multiperfil, Luanda

A Diabetes Mellitus é uma síndro-

me, e não apenas uma doença, pois

constitui um somatório de várias pa-

tologias tendo em comum a hiper-

glicemia. A sua primeira descrição foi

encontrada no Papiro de Ebers, do

antigo Egipto, que a caracterizava

como “doença do excesso de urina

doce associada a emagrecimento e

morte”. Actualmente é conceituada

como uma síndrome metabólica

crónica, caracterizada pela hipergli-

cemia.

Redução daHiperglicemia

Antidiabéticos orais: Mecanismo de acção

MetforminaMetformina

Metformina

Dapaglifosina

Acarbose

Glinidas

Tiazolidinediona

Tiazolidinediona

absorção decarboidratos

reabsorção de glicose

secreçãode insulina

Sulfoniluréias

IncretinasInibidores da DPP4

GLP1

resistênciaperiféricaà insulina

produçãode glicose

Medicamentos Mecanismo Redução da Redução Contra Efeitos

(posologia em mg) de acção glicemia de da HbA1c indicação colaterais

jejum (mg/dl) (%)

Sulfoniluréias

Clorpropamida 125 a 500

Glibenclamida 2,5 a 20

Glipizida 2,5 a 20

Gliclazida 40 a 320

Glicazida MR 30 a 120

Glimepirida 1 a 8

Uma a duas tomadas/dia

Aumento

da

secreção

de insulina

60-70 1,5-2 gravidez,

insuficiên-

cia renal

ou

hepática

Hipoglicemia e

ganho ponderal

(clorpropamida

favorece o au-

mento da pres-

são arterial e não

protege contra

retinopatia)

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20 HIPERQUINÉSIA Abril 2014 JSA

Segundo a APA (2002), aPerturbação de Hiperactivi-dade e Défice de Atenção,vulga PHDA, é um dos pro-blemas de desenvolvimen-to da infância e da adoles-cência, que é usado para re-ferir indivíduos que apre-sentam comportamentoshiperactivos, que têm difi-culdade em prestar atençãoàs tarefas e que têm tendên-cia para ser impulsivos. Éum padrão persistente defalta de atenção e/ou im-pulsividade-hiperactivida-de, com uma intensidadeque é mais frequente e gra-ve que o observado habi-tualmente nos sujeitos comum nível semelhante de de-senvolvimento.

Esta patologia é tambémconsiderada como um dis-túrbio neurobiológico quese caracteriza por um ina-dequado desenvolvimentodas capacidades de atençãoe, em alguns casos por im-pulsividade e/ou hiperacti-vidade.

Durante muito tempojulgou-se a hiperactividadecomo a característica prin-cipal da PHDA. hoje em diasabe-se que não é bem as-sim, existindo segundo oDSM-IV (2002) e Antunes(2009), três tipos de PHDA:1)Tipo Predominantemen-te Desatento - predominân-cia de sintomas de desaten-ção;2)Tipo Predominantemen-te Hiperactivo - Impulsivo:onde existe um maior nú-mero de sintomas de hipe-ractividade – impulsividade;

3)Tipo Combinado - exis-tindo uma combinação en-tre sintomas de hiperactivi-dade – impulsividade e de-satenção.

Características da PHDADéfice de AtençãoAs crianças têm muita

dificuldade em se mante-rem atentas por longos pe-ríodos de tempo, apresen-tando mais dificuldades dememorização e de seguirinstruções.

De acordo com o DSM–IV da APA (2002), os sinto-mas que são indicadores defalta de atenção, se ocorre-rem com frequência e fo-rem verificados pelo menosseis deles, são os que se

apresentam no quadroabaixo.Quadro 1 – Critérios dediagnóstico para a falta deatenção.a)Não presta atenção sufi-ciente aos pormenores oucomete erros por descuidonas tarefas escolares, no tra-balho ou noutras activida-des lúdicas;b)Parece não ouvir quandose lhe dirigem directamen-te;c)Não segue as instruções enão termina os trabalhosescolares;d)Tem dificuldade em or-ganizar-se,e) Evita ou está relutanteem envolver-se em tarefasque requeiram um esforçomental prolongado (ex.: tra-

balhos escolares);f) Perde objectos necessá-rios a tarefas ou actividades(ex.: brinquedos, livros, lá-pis, exercícios escolares...);g) Distrai-se com estímulosirrelevantes;h)Esquece-se das activida-des quotidianas;i) Tem dificuldade emmanter a atenção nas tare-fas ou actividades lúdicas.

HiperactividadeAs crianças com PHDA

apresentam uma activida-de superior à média, querao nível motor quer ao nívelvocal. Ao nível motor é co-mum mexerem excessiva-mente as mãos e as pernas,apresentarem uma dificul-dade em estarem quietas

ou simplesmente descan-sarem e sobretudo exibiremestes movimentos em mo-mentos inadequados.

Segundo o DSM-IV daAPA (2002), uma criança hi-peractiva deverá apresentarpersistentemente os se-guintes sintomas:

Quadro 2 – Critérios dediagnóstico para a hipe-ractividade.a) Movimentar excessiva-mente as mãos e os pés emover-se quando está sen-tado;b) Levantar-se na sala ouem outras situações em quese espera que esteja senta-do;c) Correr ou saltar excessi-vamente em situações emque é inadequado fazê-lo;d) Ter dificuldade para sededicar tranquilamente aum jogo;e)Agir como se estivesse li-gado a um motor;f)Falar em excesso.

Nota-se que, embora aagitação varie muito deuma criança para outra,elas são mais activas que asoutras crianças em todas assuas actividades e, na maior

parte dos casos, mesmo du-rante o sono. Mas o querealmente as distingue é aincapacidade de controlar oseu grau de actividade emesmo quando têm cons-ciência disso continuam in-capazes de reprimir essanecessidade de movimentopermanente

ImpulsividadeA impulsividade pode

ser definida como um fra-casso na inibição de com-portamento tendo manifes-tações a nível emocional ecognitivo.

De acordo com a APA(2002), este factor manifes-ta-se por impaciência, res-ponder antes de ouvir a per-

gunta, dificuldade emesperar, interromperos outros, dificulda-de em seguir ins-truções, fazer co-mentários ino-portunos, partirobjectos semquerer ou mexernas coisas dosoutros.Uma criança im-

pulsiva, perante oDSM-IV da APA (2002),

deverá apresentar persis-tentemente os sintomasabaixo apresentados:

Quadro 3 – Critérios dediagnóstico para a impul-sividade.a) Ter dificuldade em espe-rar pela sua vez;b) Precipitar as respostasantes que as perguntas te-nham acabado;c) Interromper ou interferirnas actividades dos outros.

A criança, para ser refe-renciada, terá que manifes-tar estes sintomas antes dossete anos de idade. Devemmanifestar-se em pelo me-nos duas situações (casa,escola), interferir no funcio-namento social, académicoou ocupacional e não de-vem resultar de uma outradesordem de foro psiquiá-trico.

Referência bibliográfica:American Psychiatric Asso-ciation (2002). Manual deDiagnóstico e Estatística deDistúrbios psiquiátricos(DSM-IV) (4ª ed.). PortoAlegre: Artes Médicas.

O que é isto da perturbação de hiperactividade e défice de atenção?AnA RitA Alves

Docente de educação especial

e Formadora

É diversificada a terminolo-gia pela qual é conhecida estaproblemática. Termos comohiperactividade, hiperquiné-sia, disfunção cerebral míni-ma, síndrome hiperquinéti-co, problemas de comporta-mento, dificuldades de apren-dizagem, problemas de aten-ção com hiperactividade, en-tre outros, são usados.

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21publicidadeJSA Abril 2014

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22 FARMÁCIA Abril 2014 JSA

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24 RESPONSABILIDADE SOCIAL Abril 2014 JSA

De acordo com o governadorprovincial de Benguela, Isaacdos Anjos, que presidiu àinauguração, a nova escola é"o produto da acção socialdesta empresa, a BP, que ope-ra no sector dos petróleos" evai "contribuir para elevar oBocoio de vila a cidade noprazo de dois anos", benefi-ciando as comunidades. "AoBocoio já começou a chegarum bocado do petróleo deAngola", rematou."Nunca tivemos um em-

preendimento tão grande. Es-ta é a escola mãe do 2º ciclo deensino", revelou-nos o admi-nistrador municipal em exer-cício, Herculano Neto, em en-trevista à margem da cerimó-nia. "A BP não vacilou quan-do, na sua visita inicial, viu aestrutura que tínhamos comapenas três salas de adobe edispersas. Hoje, dispomos deum edifício escolar com umadimensão e qualidade quenão difere das que vemos emLuanda, o que para nós é umagrande satisfação e permite-nos almejar a elevação a cida-de". Segundo o administradorNeto, a escola terá três perío-dos de aulas que irão acolhercerca de 2.500 alunos. "É umganho", garantiu. "Não vie-ram apenas gerar rendimen-tos, mas olharam para a com-ponente social", concluiu, re-ferindo-se à petrolífera.

Conteúdo nacionalO responsável da RISE - a

organização não governa-mental implementadora -,Adriano Huambo, recordou aparceria de longa data com aBP e as escolas já erigidas emconjunto, quer na província

de Benguela - na comunidadede Lumela, município do Ba-lombo, Caimbambo e Chim-bassi, no município do Cubal-, quer em outras províncias.Salientou que a obra inaugu-rada foi "totalmente construí-da por jovens angolanos for-mados pelo INEFOP, aquan-do do seu programa de for-mação móvel".Por sua vez, o Vice-presi-

dente para área de Comuni-cação e Relações Externas daBP Angola, Paulo Pizarro,lembrou que a educação e odesenvolvimento empresa-rial são os pilares da estratégiada responsabilidade socialcorporativa da companhiaem Angola. "Nos últimos seteanos, a BP apoiou vários pro-jectos sociais em Benguela,entre os quais o microcrédito

Grande Plutónio que benefi-ciou dezenas de associaçõesagrícolas e cooperativas emquatro municípios da provín-cia". Ao mesmo tempo "inves-timos seriamente no conteú-do nacional. Esta escola, porexemplo, foi erigida por traba-lhadores locais, tal como umaboa parte da infraestruturasubmarina que utilizamosnos blocos de exploração pe-

trolífera que operamos foiconstruída, ou montada, emunidades da Sonamet e daAngoflex no Lobito". Con-cluiu sublinhado que a cons-trução da escola -- financiadapelo bloco 18 constituído pelaBP, Sonangol e SSI --, só foipossível "graças ao empenhodo Governo da província e doMinistério da Educação".A delegação da BP foi

constituída pelo director doDesenvolvimento Sustentá-vel, Gaspar Santos, o directorde Marketing e Media, Amíl-car Costa, o director de Rela-ções Governamentais, Adal-berto Fernandes, os conse-lheiros Luduvina da Costa, Jo-sé Fernandes e os técnicosTonta Mucage e LucianoJoão. A Sonangol foi represen-tada por José Luciano.

O município do Bocoio, na

província de Benguela, conta,

desde 24 de Abril, com uma

moderna escola do 2º ciclo,

com 12 salas de aula e recinto

desportivo. Financiada pela

Sonangol, BP Angola e asso-

ciadas do bloco 18, o em-

preendimento tem um im-

pacto estruturante na região:

oferece a 2.500 jovens a possi-

bilidade de continuarem aqui

os seus estudos e é consentâ-

nea com a nova centralidade

projectada para esta localida-

de. Para o governador Isaac

dos Anjos, "a obra vai contri-

buir para elevar o Bocoio de

vila a cidade".

Bocoio ganha escola do 2º ciclo

Impacto estruturante na comunidade

O governador provincial de Benguela, Isaac dos An-

jos, e o Vice-presidente para área de Comunicação

e Relações Externas da BP Angola, Paulo Pizarro,

descerram a placa comemorativa da inauguração,

perante largas centenas de membros da comunida-

de, entre autoridades, alunos e professores

A escola terá três períodos de aulas e acolherá cerca de 2.500 alunos

A obra foi totalmente construída por jovens angolanos formados pelo INEFOP,

aquando do seu programa de formação móvel

Dois pontos O governador de Benguela, Isaac dos Anjos, estreou o recinto des-

portivo da escola do 2º ciclo do Bocoio

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26 RESPONSABILIDADE SOCIAL Abril 2014 JSA

“Bwé Saúde - que na gíria lo-cal quer dizer muita saúde -materializa o desejo de me-lhorar a saúde e a qualidadede vida nas comunidades.Fomentar a prática de ações

preventivas como lavar asmãos, ferver a água antes doconsumo, deixar o entornodas casas limpo, utilizarmosquiteiros e deitar lixoem lugares apropriados, sãohábitos simples que contri-buem para a prevenção dedoenças”, explica VanessaSilva, responsável pelo pro-grama de ResponsabilidadeSocial.Desenvolvido desde

2012, além de promover adifusão de conhecimentosreferentes a hábitos e práti-cas de prevenção de doen-ças e promoção da saúde fa-miliar, o projecto estabeleceparcerias com as repartiçõesde saúde da região para faci-litar campanhas de imuni-zação e a implantação demelhorias sanitárias nas co-munidades.Neste sentido, o progra-

ma capacitou 29 agentes desaúde comunitária que ac-

tuam nas comunidades deCambingo, Terra Nova,Massangano e Kalenga.Uma forma de fortalecer ovoluntariado, o compromis-so com o coletivo e o apoioao próximo. Actualmente,cerca de 254 famílias cadas-tradas recebem orientaçãopara a prevenção de doen-ças como o HIV-Sida, Malá-ria, Tuberculose, diarréia,saúde da mulher, entre ou-tras.Em acréscimo, com o

apoio da equipa de SaúdeOcupacional do AH Cam-bambe, é realizada a fumi-gação (aplicação de fumacê)na Vila de Cambambe, co-mo parte das ações de con-trole da Malária, e são pro-movidas campanhas educa-tivas de controle de enfermi-dades e a entrega de preser-vativos, mosquiteiros, repe-lentes e cloro para purifica-ção da água.

Sensibilizar as comunidades

do vale do Médio Kwanza so-

bre práticas que beneficiam o

bem-estar e a qualidade de vi-

da é o principal objectivo do

Bwé Saúde, programa focado

na promoção da saúde fami-

liar, desenvolvido pela Ode-

brecht Infraestrutura no con-

trato de modernização e am-

pliação do Aproveitamento

Hidroeléctrico de Cambam-

be, no Kwanza Norte.

Actualmente, cerca de 254 famílias cadastradas do vale do médio Kwanza recebem orientação para a prevenção de doenças como o HIV-Sida, Malária, Tuberculose, diarréia, saúde da mulher, entre outras

O programa, desenvolvido pela Odebrecht Infraestruturas, capacitou 29 agentes de saúde

comunitária que actuam nas comunidades de Cambingo, Terra Nova, Massangano e Kalenga

Bwé Saúde: melhorando a vida nas comunidades

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27publicidadeJSA Abril 2014

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28 DIREITO DO CONSUMIDOR Abril 2014 JSA

Tida como o centro de toda adinâmica social, a relação deconsumo está implicada emtodos processos cujo destinoé o homem como ser social eactor central de todas as di-nâmicas atinentes ao desen-volvimento e à prosperidade.Como toda e qualquer práti-ca social virada para o bemcomum, o comércio, mesmodesde tempos ancestrais,sempre foi desenvolvido sobo signo de normas e regrastácitas que lhe garantissemuma prática sustentável eum desenvolvimento moral-mente dignificante, para quea concorrência e a competi-tividade, que lhe são trans-versais, conhecessem umaestruturação dignificantepara o destinatário inicial efinal, o consumidor, em su-

ma, o ser humano.É nesse condão que, na

relação de consumo, encon-tram-se leis e pressupostosnormativos decisivamenteincontornáveis, sem os quaisa actividade económica seriaum terreno fértil a condutasdesonestas e lesivas à pró-pria condição fundamentaldo homem, a vida. Os actosde venda e compra de bens eserviços requerem o respeitoescrupuloso das leis relati-vas à preservação da vidahumana nas suas diversasvertentes. E o cumprimentodessas leis deve ser o pressu-posto central de quem pro-duz e/ ou vende produtosatinentes à subsistência hu-mana. Em Angola, a lei03/15, lei de Defesa do Con-sumidor é um exemplo des-

tes instrumentos jurídicosque devem ser respeitados.

Terreno tentadorPorque a venda de bens e

serviços é um terreno tenta-dor para os amigos do lucrofácil, os consumidores preci-sam de estar imunes a essaspráticas lesivas aos seus di-reitos. Para o efeito, o Estadoe a sociedade criam, perma-nentemente, meios e servi-ços vocacionados ao orde-namento e à normatizaçãodos serviços de prestaçãoeconómico-comercial e ati-nentes às diversas necessi-dades materiais do homem,visando um ambiente co-mercial determinado pelosmarcos da ordem e da pre-servação da integridade hu-mana.

Tanto que, face à crescen-te necessidade de desenco-rajar todas práticas relacio-nadas com a fraude comer-cial, através de instituiçõescomerciais, de fiscalizaçãodas actividades comerciais eeconómicas, instituições dedefesa dos consumidores,associações de consumido-res e comerciantes, vai cres-cendo um amplo movimen-to de desencorajamento e depunição da fraude comer-cial, revestida de formas di-versas, como por exemplo, aburla e a contrafacção. Mes-mo assim, a apetência dossujeitos das supracitadaspráticas é tamanha cujosseus métodos e truques seaprimoram permanente-mente. As suas manhas sãotais que encontram semprevítimas entre os mais hones-tos consumidores.

Direitos de cidadaniaPor isso é que o Estado an-

golano tem-se organizadopermanentemente, fazendosocorrer-se de leis e de meca-nismos tangíveis para instau-rar um ambiente económi-co-comercial cada vez maismoralizado e humanizado,

em que todos os actores eoperadores da sociedade hu-mana desenvolvam uma di-nâmica conjunta na luta con-tra a violação do direito doconsumidor. Essa acção en-quadra-se também no lequedos direitos de cidadania aque assistem os cidadãos an-golanos, numa altura em quea reconstrução nacional e areestruturação económicanacional conhecem uma di-mensão cada vez maior. Ur-ge, para tal desiderato, que seconsolide um pacote jurídicoque impulsione uma acçãode contenção e de punição àilegalidade e outros crimescomerciais, aliado a uma ac-ção de sensibilização e edu-cação no seio da sociedade,visando a divulgação das leise dos conteúdos referentesaos direitos do consumidorem Angola. Com efeito, sendo uma

problemática de capital im-portância para a vida dos an-golanos, o direito do consu-midor aparece numa alturaem que, no quadro dos direi-tos básicos do homem, ga-nha um espaço muito sensí-vel no âmbito da segurança eda ordem pública, assim co-

mo o respectivo combate ga-nha a dimensão de soberanianacional, pois que, implicita-mente, está atinente à defesada integridade diversa dos ci-dadãos, numa sociedade emque a lei e a ordem são o pri-mado de toda e qualquerprática que tenha o cidadãocomo sujeito e objecto deci-sivos.

Educação e informaçãoPara alcançar os desidera-

tos fundamentais à criação deum ambiente permanente-mente fortalecido na sendada defesa dos direitos do con-sumidor, paralelamente àvertente penal, a vertente daeducação, da sensibilização einformação da sociedade,constitui um passo decisivono combate à violação do di-reito do consumidor, aos cri-mes económicos e de fraudeeconómica. As instituições dedefesa do consumidor, os sin-dicatos e os organismos, asassociações camarárias e em-presariais, têm um papel pre-ponderante a desempenharpara esse fim, dando vida auma sociedade comercial eeconómica livre da violaçãodo direitos dos consumidor.

A importância do direito do consumidor

INADEC apela ao cumprimento

da lei de defesa do consumidor

DIRECTOR GERAL ADJUNTO DO INADEC, BENDINHA DE FREITAS, NO DIA MUN-DIAL DO CONSUMIDOR "O INADEC apela aos vendedores de bens e serviços a cum-prirem com os prazos de garantia plasmado na lei de defesa do consumidor. Os produtose serviços devem trazer rótulos com informações claras e completas em língua portugue-sa, nomeadamente suas características, qualidade, quantidade, composição, preço, ga-rantia, prazo de validade, nome do fabricante e endereço, riscos que possam ser apresen-tados à saúde e à segurança do consumidor que pode, ainda, exigir manuais de instruçãotambém em português”.O Director-geral adjunto do INADEC lembrou que a publicidade é o meio de divulga-

ção e incentivo do consumo de bens e serviços que eventualmente o consumidor podeadquirir mediante essa informação prestada pelo fornecedor. “A correcta informaçãosobre o produto ou serviço objectiva uma maior confiança a todos os consumidores, pro-duzindo o binómio segurança e qualidade”.

INADEC

O Direito do consumidor é

um tema de importância re-

levante no quadro das rela-

ções de consumo, adquire um

pendor especial no desenvol-

vimento do comércio como

segmento e prática decisiva à

sustentabilidade da economia

num ambiente em que a so-

ciedade é, simultaneamente,

o ponto de partida e de chega-

da de todos os processos ine-

rentes ao desenvolvimento

humano.

A propósito do dia internacional do consumidor

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29publicidadeJSA Abril 2014

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30 tEraPia da fala abril 2014 JSA

Nos dias atuais, é muitocomum as crianças serem ex-postas a ambientes bilingues,isto é, meios em que se falamduas línguas. Com a expan-são da diversidade cultural éhabitual pessoas de diferen-tes nacionalidades passarema viver juntas, ou então, cadavez mais, os pais procuraremescolas bilingues para que osseus filhos possam aprender,desde cedo, uma outra lín-gua. O chavão “quanto maiscedo, melhor”, aplica-se tam-bém à aprendizagem de umasegunda língua.

Apesar de intuitivamentese saber que expor um bebé,ou uma criança pequena, auma outra língua poderá tra-zer muitos benefícios, aindaexistem muitas dúvidas sobreeste tema e poucos estudosainda foram realizados.

Os pais com diferentes na-cionalidades muitas vezesquestionam:

Qual língua que deve serusada com a criança? Acriança terá a habilidade deaprender duas línguas aomesmo tempo? Se forem fa-ladas duas ou mais línguas,no ambiente familiar, não se-rá confuso para a criança? Ouserá melhor usar a mesmalíngua falada na escola? O bi-linguismo não irá atrasar odesenvolvimento da fala e dalinguagem da criança? Ora,para muitos casos, o ambien-te bilingue não é uma esco-lha, mas sim uma necessida-de!

Uma criança pode apren-der uma segunda língua deformas diferentes: simulta-neamente à aquisição de sualíngua materna ou nativa (atéos 3 anos de idade), ou poraquisição sucessiva (quandoocorre após os 3 anos, porexemplo, com o ingresso emuma escola bilíngue).

Alguns estudos discuteme apresentam as vantagensdo bilinguismo, tais como:contribuição para o desen-volvimento cognitivo; desen-

volvimento das habilidadesmetacognitivas; maior flexi-bilidade cognitiva; maior ha-bilidade para aprender novaspalavras; maior habilidadepara discriminar informa-ções relevantes das irrelevan-tes; aumento da capacidadede processamento da lingua-gem, principalmente quantoao processamento fonológi-co e sintáctico.

Desenvolvimento da fala e da linguagem Um bebé comunica basi-

camente por meio do choro,que, de indiferenciado, vaigradativamente tornando-sediferenciado. Aos 2/3 mesesaparecem as vocalizações,seguidas do balbucio e do iní-cio da produção de segmen-tos silábicos, até culminar,nas primeiras palavras, porvolta dos 12/13meses. Essafase pré-linguística é impor-tante para o desenvolvimen-to da oralidade. Nesta fase acriança é mais receptora e es-tá atenta aos estímulos querecebe do meio onde vive.

Ouvir músicas é uma for-ma importante de estimularo desenvolvimento da lin-guagem. A música activamais regiões do cérebro doque a linguagem. Isso signifi-ca que as crianças têm maiorfacilidade de aprender novaspalavras através da música.Este argumento explica o fac-to de se usar de forma siste-mática a música em escolasque ensinam línguas estran-geiras para crianças.

Existe uma idade idealpara expor as crianças a uma segunda língua? Se o ambiente familiar é

bilingue, a criança pode, des-de o nascimento, ser expostaa duas ou mais línguas. Jáexiste um estudo apontandoque, ainda na gestação, os be-bés já podem ser sensíveislinguisticamente ao bilin-guismo. Quando não for,uma opção aos pais são as es-colas bilingues – bilinguismosucessivo, após os 3 anos deidade. Quanto mais cedo é aexposição, maior o domínioque a criança poderá ter dalíngua. Inclusive, estudoscomparando a actividade ce-rebral de crianças monolin-gues e bilingues mostramque nas bilingues as regiõesda área da linguagem no cé-rebro se sobrepõem, ao con-trário de falar duas línguasquando adultos, onde áreascerebrais diferentes são acti-vadas. O cérebro infantil sin-toniza-se com os sons das lín-

guas durante este períodosensível no desenvolvimento.Ou seja, os bebés são mais ca-pazes de distinguir os sonsdas diferentes línguas.

O bilinguismo pode causar um atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem? Uma criança com desen-

volvimento normal da lin-guagem começa a falar porvolta de 1 ano. Aos 2 anos jápode iniciar pequenas frases.Não existem, até o momento,evidências científicas de queo bilinguismo pode ocasio-nar atraso no desenvolvi-mento da linguagem. Muitascrianças são bilingues e o de-senvolvimento da fala apare-ce no período em que é espe-rado mesmo, sem atrasos.

O processo de aquisição edesenvolvimento da fala e dalinguagem de uma criançaocorre por fases e etapas.Existem as variações, aquiloque as pessoas, comumente,comentam ao dizer que cadacriança tem o seu ritmo pró-prio. E isso acontece mesmo.Mas essas variações, geral-mente, são de dois a quatromeses. Não mais do que isso.

O importante é os pais sa-berem que, apesar de existiras variações individuais,existem marcos, os perío-dos onde certos desempe-nhos são esperados. Quandoisso não ocorre é importanteobservar mais atentamente.E, na dúvida, sempre procu-rar uma ajuda profissional.

Sobre a hipótese que umacriança que fala uma segun-da língua poder demorarmais, é preciso considerar oque é esse “demorar mais”.Pensar em dois ou até trêsmeses mais tarde, pode serjustificado pela variação indi-vidual da criança, mas muitomais que isso pode ser queesteja a existir uma confusão.Muitas crianças têm uma di-ficuldade específica do de-senvolvimento da linguageme, muitas vezes, isso é atribuí-do ao bilinguismo. Nestes ca-sos, devemos estar atentos eprocurar ajuda de um profis-sional pois a causa não será obilinguismo e essa criança,mesmo sendo monolingue,teria sempre dificuldades.

Existe uma condição clíni-ca, a Perturbação Específicada Linguagem (SpecificLan-guageImpairment), que se

caracteriza por uma dificul-dade específica para adquirire desenvolver a linguagem.Geralmente, são criançasnormais que ouvem bem,que são inteligentes, que po-dem ter uma compreensãoadequada. No entanto, a falanão se desenvolve conformeo esperado, é uma dificulda-de na linguagem expressiva.A criança que possui umapredisposição para apresen-tar um transtorno para o de-senvolvimento da linguagemirá manifestar as dificuldadeslinguísticas, independente dequais e quantas línguas sãoutilizadas. Os pais devem es-tar atentos a isso, senão o queé de facto uma dificuldadepode ser atribuído erronea-mente ao bilinguismo.

Se for detectado algum ti-po de atraso ou “dificuldade”,deve ter algum tipo de caute-

la em relação à aprendiza-gem de uma segunda língua?

Conforme já referido, ascrianças podem apresentaruma dificuldade no desen-volvimento da fala, indepen-dente da língua utilizada.

O cuidado que os pais de-vem ter é o de, ao observaremalguma dificuldade, procura-rem uma orientação profis-sional – um terapeuta da falapode fazer uma avaliação edar as orientações necessá-rias.

Quando uma criançaapresentar um “erro”, nãocorrija excessivamente, poisisso pode inibir o desenvolvi-mento natural da língua.Uma das estratégias maisefectivas é retomar/repetir oque a criança disse, fornecen-do o modelo correto.

Também é importantelembrar que crianças que“misturam” as línguas duran-te uma conversa, por exem-plo, “Mãe, where´s my sapa-to?” não é sinal de confusão,ou de problema. É comumem ambientes bilingues.

Deve uma nova línguaser ensinada na escola?Desde muito cedo pode

ser ensinada uma nova lín-gua na escola primária, oumesmo no jardim de infân-cia. Este ensino que, habitual-mente, se resume a uma ouduas horas semanais, não po-

de ser nunca equiparado aum bilinguismo. Talcomo já foi referidoanteriormente, es-te ensino deve serfeito oralmente,através de activi-dades lúdicas ecantigas. Nuncadeve ser ensinada

uma nova língua deforma escrita, quan-

do a criança ainda nãoadquiriu a leitura e escrita

da sua língua materna. O ensino da leitura e escri-

ta de palavras em inglês acrianças que frequentam o 1ºano de escolaridade é umaprática muito comum. Noentanto, pode causar grandesconfusões e atrasos, mesmona aquisição da leitura e es-crita da língua materna.

Na aquisição da leitura en-sinamos à criança que umgrafema (letra), muitas vezescorresponde a dois ou maisfonemas (sons) diferentes.Quando existe o ensino daleitura de uma língua estran-geira, surge uma nova infor-mação: esse mesmo grafemaagora corresponde a outro fo-nema ainda diferente dosdois anteriormente ensina-dos….. As confusões são ine-vitáveis quando a leitura e es-crita da língua materna aindanão se encontra automatiza-da.

“Mãe, where is my sapato?” Pais com diferentes nacionalidades e bilinguismo

Vanda Sardinha

Terapeuta da Fala

[email protected]

Actualmente, em Angola,

muitas crianças estão expos-

tas a ambientes em que se fa-

lam duas línguas. O bilinguis-

mo é bom ou atrasa o desen-

volvimento da linguagem?

"Estudos

que comparam a

actividade cerebral de

crianças monolingues e

bilingues mostram que nas

bilingues as regiões da área da

linguagem no cérebro se

sobrepõem, ao contrário de

falar duas línguas quando

adultos, onde áreas

cerebrais diferentes

são activadas"

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