O Cientista Que Estuda Cientistas - Superinteressante

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Guia do Estudante Mundo Estranho Loja Abril viajeaqui Assine Abril Veja Revistas e sites Assine Loja SAC Grupo Abril DIGITE AQUI O QUE VOCÊ PROCURA BUSCAR agosto 2010 Papo O cientista que estuda cientistas O professor de psicologia Kevin Dunbar queria entender como pesquisadores chegam a conclusões científicas. Passou um ano nos laboratórios da Universidade Stanford, nos EUA. O que ele descobriu? Que cientistas adoram formular teses - mas odeiam quando elas fracassam. E que a ciência ignora descobertas acidentais capazes de revolucionar nosso conhecimento. por Eduardo Szklarz Tweet 0 Receba a SUPER todo mês na sua porta Cientistas iniciam pesquisas com uma tese e depois fazem testes para comprová-la. Qual o problema disso? O problema é que os cientistas definem um objetivo, e esse objetivo bloqueia a consideração de outras hipóteses. Pelo menos 50% dos dados encontrados em pesquisas são inconsistentes com a tese inicial. Uma proteína que "não deveria" estar lá, por exemplo. Quando isso acontece, os cientistas refazem o experimento mudando detalhes, como a temperatura, esperando que o dado estranho desapareça. Só uma minoria investiga os resultados inesperados. Por quê? Se você está comprometido com uma teoria, a tendência é ignorar fatos inconsistentes com ela. Pode ser que você nem repare em um dado inesperado. A explicação para isso está no cérebro. Há informações demais à nossa volta, e o cérebro precisa filtrá-las. Dados "estranhos" nem serão memorizados. Essa é uma das funções de uma região cerebral chamada córtex pré-frontal dorsolateral: suprimir informações indesejadas. Mas como saber qual dado estranho merece atenção e qual não merece? O bom cientista sabe que tipo de dados seguir. Ele dirá: "Hum, isso é interessante, vamos por aqui". Outros cientistas não mudarão de rumo. Experimentos custam tempo e dinheiro, e eles não vão se arriscar em nome de algo que não conhecem. Em geral, cientistas precisam decidir entre fazer os experimentos de baixo risco, que garantem emprego e publicações, e os de alto risco, que provavelmente não vão funcionar, mas podem render descobertas relevantes. Então o processo científico é parte do problema? Sim, ele faz os cientistas se preocupar só em publicar. Assim, 90% dos cientistas apenas mudam uma variável de um velho experimento e o publicam de novo. Alteram detalhes, sem fazer descobertas que realmente contribuam para o conhecimento. Como fomentar descobertas acidentais? Com diálogo. Na ciência, o raciocínio é feito em conjunto. É nas conversas que o raciocínio espontâneo ocorre. E isso pode ajudar o cientista a mudar de ideia sobre um resultado. Por isso a diversidade do grupo de cientistas é crucial. É importante ter gente na equipe que tenha vindo de faculdades diferentes, por exemplo. Também é bom ter homens e mulheres no grupo. Que descoberta o mundo teria perdido não fosse o fracasso de uma tese? O Viagra. Ele foi inicialmente desenvolvido para problemas do coração. No fim dos testes, a condição cardíaca dos voluntários não melhorou, mas eles não quiseram devolver a droga. Por quê? Os cientistas prestaram atenção no resultado inesperado - e hoje o Viagra é usado globalmente para combater a impotência sexual. Os cientistas, que achavam que o experimento havia falhado, fizeram uma importante descoberta acidental. SUPER NO FACEBOOK Revista Superinteressante Você curtiu isso. Você e outras 1.561.651 pessoas curtiram Revista Superinteressante. publicidade anuncie Superinteressante ed. 326 dezembro/2013 Sono: nunca dormimos tão mal De cada três brasileiros, dois têm problemas de sono, e hoje dormimos 1h30 a menos do que nos anos 90. Entenda por que isso está acontecendo e saiba como dormir melhor - sem tomar remédio. - sumário da edição 326 - folheie a Superinteressante BOMBANDO HOJE NO TWITTER! Tweets de @revistasuper publicidade anuncie Câmera Digital Câmera Sam... PontoFrio.com 14 x R$ 28,50 Você está na área: Ciência BLOGS SUPERARQUIVO FOTOS TESTES MULTIMÍDIA NEWSGAMES SUPERMANUAL CANAIS LOJA ABRIL TABLET ASSINE O cientista que estuda cientistas - Superinteressante http://super.abril.com.br/ciencia/cientista-estuda-cientistas-591712.sht... 1 de 2 14/12/2013 19:03

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agosto2010

Papo

O cientista que estuda cientistasO professor de psicologia Kevin Dunbar queria entender como pesquisadores chegam a conclusõescientíficas. Passou um ano nos laboratórios da Universidade Stanford, nos EUA. O que ele descobriu? Quecientistas adoram formular teses - mas odeiam quando elas fracassam. E que a ciência ignora descobertasacidentais capazes de revolucionar nosso conhecimento.

por Eduardo Szklarz Tweet 0

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Cientistas iniciam pesquisas com uma tese e depois fazem testes para comprová-la. Qual o problemadisso?O problema é que os cientistas definem um objetivo, e esse objetivo bloqueia a consideração de outrashipóteses. Pelo menos 50% dos dados encontrados em pesquisas são inconsistentes com a tese inicial. Umaproteína que "não deveria" estar lá, por exemplo. Quando isso acontece, os cientistas refazem oexperimento mudando detalhes, como a temperatura, esperando que o dado estranho desapareça. Sóuma minoria investiga os resultados inesperados.

Por quê?Se você está comprometido com uma teoria, a tendência é ignorar fatos inconsistentes com ela. Pode serque você nem repare em um dado inesperado. A explicação para isso está no cérebro. Há informaçõesdemais à nossa volta, e o cérebro precisa filtrá-las. Dados "estranhos" nem serão memorizados. Essa éuma das funções de uma região cerebral chamada córtex pré-frontal dorsolateral: suprimir informaçõesindesejadas.

Mas como saber qual dado estranho merece atenção e qual não merece?O bom cientista sabe que tipo de dados seguir. Ele dirá: "Hum, isso é interessante, vamos por aqui".Outros cientistas não mudarão de rumo. Experimentos custam tempo e dinheiro, e eles não vão searriscar em nome de algo que não conhecem. Em geral, cientistas precisam decidir entre fazer osexperimentos de baixo risco, que garantem emprego e publicações, e os de alto risco, que provavelmentenão vão funcionar, mas podem render descobertas relevantes.

Então o processo científico é parte do problema?Sim, ele faz os cientistas se preocupar só em publicar. Assim, 90% dos cientistas apenas mudam umavariável de um velho experimento e o publicam de novo. Alteram detalhes, sem fazer descobertas querealmente contribuam para o conhecimento.

Como fomentar descobertas acidentais?Com diálogo. Na ciência, o raciocínio é feito em conjunto. É nas conversas que o raciocínio espontâneoocorre. E isso pode ajudar o cientista a mudar de ideia sobre um resultado. Por isso a diversidade dogrupo de cientistas é crucial. É importante ter gente na equipe que tenha vindo de faculdades diferentes,por exemplo. Também é bom ter homens e mulheres no grupo.

Que descoberta o mundo teria perdido não fosse o fracasso de uma tese?O Viagra. Ele foi inicialmente desenvolvido para problemas do coração. No fim dos testes, a condiçãocardíaca dos voluntários não melhorou, mas eles não quiseram devolver a droga. Por quê? Os cientistasprestaram atenção no resultado inesperado - e hoje o Viagra é usado globalmente para combater aimpotência sexual. Os cientistas, que achavam que o experimento havia falhado, fizeram uma importantedescoberta acidental.

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