O Circo_Roseana Murray
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O CIRCO CHECOU
De onde vem esse cheiro novoesse cheiro de aventura?E esse brilho, esse barulhoembrulhando a manhã?Vem de onde, vem de ondeessa vontade de dançar?Até as nuvens, ansiosas,fazem fïla no céupara ver o que que há:Foi o circo que chegouespalhando na cidadeum ar de felicidade.
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OS OPERARIOS
Atrás dos sonhosatrás das luzesatrás da lonaos operários fabricam o circo:
batendo pregos{ïncando estacascosturando e remendando,como a aranha fabrica a teia,como a noite fabrica o dia.
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,lI)ROI fìI DO OLJ I'E Iì. M I-I'IL)
I: proibido pular o nìuropular iì ccrciìl'urar. a lonlt{uritr cl ccrc
Mas tanrbónr ú' .proibidocriança não ver o circosri porcluc não tenr dinheiro.I)or issr-r..diz, o poeta:
pular a cercaiurar a lonafurar o cerco
para roubar unÌ pouco de sonho.
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O MESTRE DE CERIMONIAS
Minhas senhoras e ÍÌìeus senhores.
este e o nrestre de cerinlônias.Senr ceriniônia nenhunta,vai cantinhando à vontadeentre sonhos e traPezios'O circo é a sua casa
e a sua cidade.Não sossega unì ittstantc:conì unì novelo de luz-
vai costurancJo o esPc'tlicultr
conro se fosst- alÍaiatc
A BAILARINA
F\* na ponra dos pes
O MÃGICO
Na noite do circo, o mágico
desperta estrelas, descostura
os fios do inrPossível'acende com cuidado unla surpresa
a cada passo...
E logo um lenço vira lança,
um leque vira laço,,
o circo todo vira nragia'vira dança.
O ELEFANTE
De que tamanho seráum sonho de elefante?Deve ocupar três noites inteirase mais a metade de um diaDe que tamanho seráum suspiro de elefante?Deve ser ainda maiordo que o maior dos gigantes...E um soluço de elefantede que tamanho será?
I,
Deve ser tão grande quanto as árvoresde sua floresta distante...
O COMEDOR DE FOGO
O comedor de fogotem uma fome estranha:é uma fome de fogo.Não é fome de sonhos
nem é fome de comida:é uma fome de fogo.Não é fome de ceu
nem é fome de algodão,é uma fome esquisita:uma fome de fogo.Não é uma fome de floresnem é uma fome qualquer:é uma fome aflita,uma fome de fogo.
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O ANÃO
O anão equilibra uma risadana palma de cada mão.O seu trabalho ó atrapalharo palhaço.O unão tropeça a cada pa$so,e o circo estremecefeito bolha de sabão.
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-.ro espaço.^./
. -í que separa--o céu
,,í a cauda de um cometar'J um laço.Vaievemotrapezistadesamrmando as estrelas:até a lua se assusta,esconde o rosto no reg&ço.Volta ao chão o trapezistarefazendo o mundo com seus passos.
O EQUILIBRISTA
Está tão aïto o equilibristaque minha akna troPeçaÕm suas pernas, dança louçafeito roupa no varal.
Está tão perto do cóu o equilibriquc seus dedos arranham o sole de medo eu não ouso respirar.Ouço seus passos de sedacomo se andar no ar fosse fácil
-*\%+-
ü MALASARISTA
Ërnbaralha ïuds s nrnlsembaralha os dedos,embaralha a vista.As garrafas pulam*0rn0 sç ftrusem pnix**,cÕ{ns s* f*ssem pfusnr*s,como se fossem cacosde *ïruva brinçands ns mar.0s pratos pulamcomo se fassem nave$,
como se fossem neve.
csïmü us fnsnem navio*dançando no ar.Os copos pulam*Õms ss fosg$rlr pingos,
acomo se lossem Pontos,como*sejossem sinos.-\assanhando õ céu-ï*rn quantas mãos .r ,ììl;rh:rttsllt'l
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O ACROBATA
O acrobata desenha com o corpouma pirueta no céu:
Pula e virasalta e roladança e girasolto no aÍcomo se fosse um balão.
OLEÃOEODO
Ao estalar do chicote,o leão dá um Pinote,se encolhe no Picadeiro'Mas não é medo o que sente,
nem é susto:
é saudade, é tristeza...
Seu coração ficou Perdidopara sempre na floresta'O domador se orgulha,estala a língua, o chicote,
se sente assim como se fosse
um rei todo Poderoso.as o que ele não adivinha
e o leão de verdadenge, adormecido:
, quem caminhaa do leão.
o PALHAÇO
Que rosto será que se esçondeatrás do rosto do palhaço?Será que não se cade fazer t
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CANSAçO
A bailarina guarda os bailadosdebaixo do travesseiro.A lua atravessa a noite,o circo todo é silêncio.O mago guarda as magiasnuma gavçta empoeirada.0 circo todo adormecenenquanto as estrelas tecemo sono de cada um.
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