O Computador Como Recurso PedagóGico Na PráTica

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Walquíria Fonsêca da Silva Dutra 1 O Computador Como Recurso Pedagógico na Prática do Letramento de Alunos Portadores de Necessidades Especiais

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Walquíria Fonsêca da Silva Dutra 1

O Computador Como

Recurso Pedagógico na

Prática do Letramento

de Alunos Portadores

de Necessidades

Especiais

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Introdução

O mundo globalizado é o resultado das revoluções tecnológicas que disseminaram amplamente a informação, a qual vem sendo responsável por um estreitamento entre as nações em nível econômico, político, social e cultural, tornado-o cada vez mais interdependente.

Uma das principais características é a explosão informacional propiciada pelas TICs (Tecnologia, Informática e Comunicação) lideradas pela internet, trazendo mudanças vertiginosas no campo da informação e conhecimento.

Dessa forma, este trabalho se originou da experiência prática de regência de classe na Rede Municipal de Ensino de Uberlândia, na qual constatei que profissionais que atuam na Educação Especial não possuem qualificação em tecnologia; outrora, professores que atuam na área de Tecnologia, não possuem qualificação em Educação Especial.

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Justificativa

A questão da inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais no ensino regular insere-se cada vez mais em evidência, no entanto, há muito a ser esclarecido e discutido a respeito das diferentes conotações legais e práticas. Exemplos podem ser facilmente fundamentados no dia-a-dia, quando se percebe a perplexidade, confusão e insegurança por parte de professores e outros profissionais. O trabalho docente para alunos portadores de necessidades especiais é um desafio e tanto devido à diversidade de comprometimentos, sendo necessário assim, uma qualificação na área de educação especial, alfabetização, letramento e tecnologia.

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Nesse sentido, indago: quais os fatores que interferem para que educadores continuem a utilizar práticas tradicionais de ensino-aprendizagem e qual a real contribuição da Tecnologia para auxiliar na formação global dessas crianças e principalmente no que se refere à aquisição da leitura e escrita?

Preocupada com os problemas relativos à educação ligadas às dificuldades encontradas pelos educadores em letrar crianças, principalmente portadoras de necessidades especiais; bem como em como utilizar o computador como ferramenta pedagógica nesse processo. Passei a estudar: Alfabetização e Letramento; Educação Especial e Tecnologia Aplicada a Educação; do qual originou esse tema:

“O Computador Como Recurso Pedagógico na Prática do Letramento de Alunos

Portadores de Necessidades Especiais”

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O presente trabalho tem

como finalidade:

• Abordar a movimentação rápida do mundo tecnológico da informação em nosso contexto social, bem como a necessidade de incluí-lo em nossa prática educacional;

• Enfocar um breve estudo sobre Alfabetização e Letramento, visando disseminar o conceito equivocado que os educadores tem sobre o assunto;

• Ressaltar a importância de formar e qualificar o educador do uso do computador na prática docente para formar crianças portadoras de necessidades especiais em cidadão conscientes, críticos, reflexivos, atuantes e principalmente letrados

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Informação e conhecimento

A informação não é sinônima de conhecimento, é apenas um dado.

O ato de ensinar nessa visão é compreendido em transmitir informação. E o ato de aprender se baseia na memorização e reprodução fiel da informação; sem crítica, criatividade e expressão.

A informação só passa a ter valor se agregado a algum conteúdo experimentado e vivido.

O conhecimento é algo pessoal e intransmissível.

O conhecimento resulta de um processo de aprendizagem dinâmico e experimental, fruto de uma construção pessoal.

O processo de ensino-aprendizagem nessa visão é o ato de construir mutuamente o conhecimento, criando ambientes de aprendizagem de modo a interagir com uma variedade de situações e problemas

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Em virtude da mudanças enfrentadas em nosso contexto social, já não basta apenas aprender a ler e escrever, mas também fazer uso da mesma no contexto social e responder às exigências que a sociedade exige. Diante disso, surgiu o termo ‘Letramento’ ao lado da ‘Alfabetização’. Contudo, o conceito que os educadores têm sobre os temas é totalmente equivocado, pois um não se desvincula do outro.

A alfabetização corresponde a um modelo linear e positivo do qual a criança aprende a codificar e decodificar símbolos gráficos.

O letramento focaliza os aspectos sócio-históricos de um sistema escrito por uma sociedade.

Isso evidencia a necessidade de trabalhar com o desenvolvimento de competências e habilidades por meio de ações de vários níveis de reflexão, conceitos , estratégias e ferramentas pedagógicas. Sob esse enfoque o computador pode ser um aliado extremamente importante porque demanda novas formas de interpretar e representar conhecimento.

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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A importância da tecnologia no processo escolar

A inclusão digital é a democratização de acesso às tecnologias de informação, é viável para a disseminação de conhecimentos, aumentando o rol de possibilidades, principalmente de pessoas que, por algum motivo, possuam dificuldades na aquisição da leitura e escrita.

Uma proposta de alfabetização alicerçada nesta visão de tecnologia pode ser decisiva na promoção do desenvolvimento do ser humano, pela expansão de sua inteligência, já que suporta sua aprendizagem, entendida como processo de aquisição de competências tanto as de caráter puramente mental como aquelas que envolvem a ação e a prática. As tecnologias hoje disponíveis entendem a educação como o processo

de desenvolvimento pleno do ser humano, o que exige, entre outras premissas, que o aluno aprenda a pensar e agir de forma inteligente. Essa forma de ver a educação certamente não é nova, mas assume uma importância especial nos dias atuais.

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Dessa forma, os computadores possibilitam representar e testar idéias ou hipóteses, que levam à criação de um mundo abstrato e simbólico, ao

mesmo tempo em que introduzem diferentes formas de atuação e de interação entre as pessoas. Essas novas relações, além de envolver a

racionalidade técnico-operatória e lógico-forma, ampliam a compreensão sobre aspectos sócio-afetivos tornando evidentes fatores

pedagógicos, psicológicos, sociológicos e epistemológicos.

Diante disso, esse modelo de escola deve substituir o modelo voltado quase que exclusivamente para a transmissão de informação,

oferecendo amplas possibilidades para que o educando se torne auto-suficiente na transformação de dados e informações em conhecimentos, que serão mobilizados pelas várias competências a serem desenvolvidas.

Para isso ele recebe, hoje, apoio das chamadas tecnologias da inteligência (LÉVY, 1993) em ambientes que, com a presença da tecnologia, podem se tornar especialmente ricos em experiências

significativas de aprendizagem.

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DESSA FORMA:

Com o uso do computador nas

práticas pedagógicas de leitura e escrita,

os alunos poderão ter os

seguintes benefícios:

Realizar tarefas de maneira mais

independente, superando ou minimizando

barreiras com o mundo; tornando-as mais seguros.

Inserir no mundo da leitura e escrita, potencializando a

criação, produção e construção do conhecimento. Criando assim, algo palpável e

significativo nas dimensões afetivas, valorativas e

cognitivas.

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Diante desse contexto de transformação e de novas exigências em relação ao aprender, as mudanças urgentes não dizem respeito à adoção de métodos diversificados, mas sim à atitude diante do conhecimento e da aprendizagem, bem como uma nova concepção de homem, de mundo e de sociedade. Isso implica que o professor terá papéis diferentes a desempenhar, o que torna necessário novos modos de formação que possam prepará-lo para o uso pedagógico do computador. A partir dessa perspectiva a formação do professor reflexivo é uma questão fundamental em um processo de formação em que muitos dos desafios enfrentados atualmente têm a ver com a fragmentação do conhecimento, característica do processo educacional, fruto do paradigma dominante. Fazendo-se então necessário que a educação superior obtenha modalidades de ensino voltados para a formação, capacitação, aperfeiçoamento e atualização tanto dos futuros educadores como para os já atuantes.

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