O conhecimento como crença verdadeira e justificada

30
A DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO

description

CVJ

Transcript of O conhecimento como crença verdadeira e justificada

Page 1: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

A DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO

Page 2: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

Distinção entre conhecimento e opinião

Ter conhecimento implica ter uma crença, mas não uma crença qualquer;

Page 3: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

Platão – Teeteto

O QUE É O CONHECIMENTO (conhecimento Proposicional)?

Page 4: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

Platão – Teeteto

EM QUE CONDIÇÕES UM SUJEITO TEM CONHECIMENTO

PROPOSICIONAL?

EM QUE CONDIÇÕES S (SUJEITO) SABE QUE p (PROPOSIÇÃO)?

Page 5: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

Um Sujeito (S) sabe que p caso as seguintes três condições se verifiquem:

Page 6: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

ESQUEMA

1. CONDIÇÃO DE CRENÇA (DOXA):

O SUJEITO ACREDITA NA PROPOSIÇÃO EM

QUESTÃO

(S acredita que p)

2. CONDIÇÃO DE VERDADE (ALETHEIA):

A PROPOSIÇÃO EM QUE SE ACREDITA

TEM DE SER VERDADEIRA

(p é verdadeira)

3. CONDIÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO

(LOGOS):

S TEM BOAS RAZÕES (JUSTIFICAÇÃO) PARA

ACREDITAR NA PROPOSIÇÃO EM

QUESTÃO

(S tem uma justificação para acreditar que p)

Page 7: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

SÍNTESE:

Se um Sujeito tem conhecimento proposicional, então ACREDITA (CRENÇA) na proposição em questão.

1. CONDIÇÃO: CRENÇA _ S ACREDITA QUE p

EXEMPLO: Se António sabe que Marte é um planeta, então acredita que Marte é um planeta.

(O CONHECIMENTO É CRENÇA),

(NÃO BASTA TER UMA CRENÇA PARA HAVER CONHECIMENTO).

Page 8: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

SÍNTESE:

Se um Sujeito tem conhecimento proposicional, então tem uma CRENÇA VERDADEIRA .

2. CONDIÇÃO: VERDADE _ É VERDADE QUE p

EXEMPLO: Marte é um planeta. Verdadeiro

(O CONHECIMENTO É VERDADEIRO),

(NÃO BASTA TER CRENÇAS VERDADEIRAS PARA HAVER CONHECIMENTO).

Page 9: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

SÍNTESE:

Se um Sujeito tem conhecimento proposicional, então tem uma JUSTIFICAÇÃO ADEQUADA (BOAS RAZÕES) para acreditar na proposição em questão.

3. CONDIÇÃO: JUSTIFICAÇÂO _ S EM UMA JUSTIFICAÇÃO PARA ACREDITAR

QUE p é verdadeirA

EXEMPLO: António tem uma justificação para afirmar que Marte é um planeta.

para o conhecimento para o conhecimento.

Page 10: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

CONCLUSÃO: Para que exista

conhecimento

têm de estar

reunidas três

condições:

crença, verdade

e justificação.

Page 11: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

1. Conhecimento a posteriori:

é aquele que depende da experiência sensorial (mundo exterior) ou introspectiva

(nosso mundo interior).

EX: Estão três copos de cerveja na mesa (experiência sensorial);

Hoje estou feliz (experiência introspectiva).

2. Conhecimento a priori:

É constituído por crenças que só podemos justificar pelo pensamento (verdades lógicas

e matemáticas).

EX: 5 – 2 = 3;

Os solteiros não são casados.

TIPOS DE JUSTIFICAÇÕES

Page 12: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

OS CONTRA-EXEMPLOS DE GETTIER E RUSSELL

Page 13: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

UM CONTRA-EXEMPLO DE RUSSELL

Page 14: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

UM CONTRA-EXEMPLO DE RUSSELL

“O relógio da igreja da sua terra é bastante fiável e costuma confiar nele para saber as horas. Esta manhã, quando vinha para a escola, olhou para o relógio e viu que ele marcava exactamente 8h e 20m. Contudo, sem que o soubesse, o relógio tinha ficado avariado no dia anterior exactamente quando marcava 8h e 20.”

Luís Rodrigues, Filosofia 11º ANO, Plátano Editora.

“CONTAR AS HORAS”

Page 15: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

UM CONTRA-EXEMPLO DE RUSSELL FACTO: “MARIA” DESCOBRE QUE NA NOITE ANTERIOR, SEM QUE ELA SOUBESSE,

O RELÓGIO PAROU.

•1. MARIA TINHA A CRENÇA DE QUE ERAM 8 HORAS E 20 MINUTOS.

1. CRENÇA

•2. SÃO OITO HORAS E 20 MINUTOS.

2. CRENÇA VERDADEIRA

•3. A CONCLUSÃO DE MARIA FOI INFERIDA COM BASE NUMA FONTE FIÁVEL (O

RELÓGIO). ATÉ AÍ, AS HORAS DO RELÓGIO EM QUESTÃO

SEMPRE ESTIVERAM CORRECTAS.

3. CRENÇA JUSTIFICADA

Page 16: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

1. A MARIA TEM UMA CRENÇA VERDADEIRA

JUSTIFICADA. NO ENTANTO, ELA DE

FACTO NÃO SABIA AS HORAS (“NÃO SABE QUE

p”);

2. TER UMA

CRENÇA VERDADEIRA

JUSTIFICADA NÃO BASTA PARA TER CONHECIMENTO.

Conclusão:

Page 17: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

PLATÃO VS GETTIER

•(Concepção Quadripartida do Conhecimento)

•CVJ

• (Concepção Tripartida do Conhecimento)

•GETTIER •PLATÃO

•Teeteto

CRENÇA

JUSTIFICAÇÃO

CRENÇA

JUSTIFICAÇÂO

CONHECIMENTO CONHECIMENTO

Page 18: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

Apresentou dois contra-exemplos que parecem colocar em causa a definição de conhecimento como crença verdadeira justificada;

As condições 1, 2 e 3 não são CONJUNTAMENTE SUFICIENTES

para haver conhecimento.

Defende que nem toda a crença verdadeira justificada constitui conhecimento;

GETTIER CONTRA-ARGUMENTOS

Page 19: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

GETTIER

Não coloca em causa a

necessidade, para S saber

que p, de S ter uma crença

verdadeira justificada em

p;

Page 20: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

OBJECTIVO DE GETTIER: MOSTRAR QUE A IMPLICAÇÃO

É FALSA GETTIER: S pode ter a crença justificada que p e, em simultâneo, não saber que p.

Page 21: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

UM CONTRA-EXEMPLO DE GETTIER: “CONTAR MOEDAS”

“Smith trabalha num escritório. Ele sabe que

alguém será promovido em breve. O patrão, que

é uma pessoa em quem se pode confiar, diz a

Smith que Jones será promovido. Smith acabou

de contar as moedas no bolso de Jones,

encontrando aí 10 moedas. Smith tem então

boas informações para acreditar na seguinte

proposição:

.

Page 22: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

a) Jones será promovido e Jones tem 10 moedas no

bolso.

Smith deduz, então, deste enunciado o seguinte:

b) O homem que será promovido tem 10 moedas no

bolso.

Page 23: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

Suponha-se agora que Jones não receberá a promoção,

embora Smith não o saiba. Em vez disso, será o próprio

Smith a ser promovido. E suponha-se que Smith

também tem dez moedas dentro do bolso.”

Elliott Sober, O que é o conhecimento? http://criticanarede.com/fil_conhecimento.html

Page 24: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

UM CONTRA-EXEMPLO DE GETTIER FACTO: Smith DESCOBRE QUE SERÁ ELE QUE TERÁ O CONTRATO RENOVADO

E NÃO JONES.

• 1. SMITH ACREDITA (CRENÇA) DE QUE A

PESSOA QUE IRIA SER PROMOVIDO TINHA

10 MOEDAS NO BOLSO.

1. CRENÇA

• 2. SMITH TEM 10 MOEDAS NO BOLSO .

2. CRENÇA VERDADEIRA

• 3. A CONCLUSÃO DE SMITH FOI INFERIDA

COM BASE NUMA FONTE FIÁVEL.

3. CRENÇA JUSTIFICADA

Page 25: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

UM CONTRA-EXEMPLO DE GETTIER

“CONTAR MOEDAS”

RACIOCÍNIO DE SMITH

.

Smith deduz validamente uma proposição verdadeira a partir de uma proposição que está muito bem apoiada por informações, embora esta seja falsa, apesar de o sujeito não o saber.

Page 26: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

1. SMITH TEM UMA CRENÇA VERDADEIRA

JUSTIFICADA. NO ENTANTO, ELE NÃO SABIA QUE O SEU

CONTRATO IRIA SER RENOVADO (“ S NÃO

SABE QUE p”);

Conclusões:

Page 27: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

CONCLUSÃO: A teoria CVJ diz que todos os casos de crença verdadeira justificada são casos de conhecimento. Gettier pensa que este exemplo mostra

que um indivíduo pode ter uma crença verdadeira justificada mas não ter conhecimento. O que significa que as três condições indicadas pela

teoria CVJ são necessárias para haver conhecimento, mas não são suficientes, ou seja, é necessária uma condição extra. Gettier conclui que Smith tem uma crença verdadeira justificada na proposição “O

homem que será promovido tem 10 moedas no bolso”, mas que Smith não sabe que a referida proposição é verdadeira. Smith estava certo sobre as condições de quem conseguiria ficar com o emprego, mas

por pura coincidência, já que também tinha dez moedas no bolso, e a isso não podemos atribuir o título de conhecimento. Assim, Gettier

mostra que a proposição em que Smith acredita é verdade por acaso, mas poderia também ser falso. Smith acredita justificadamente na

proposição e, dado que a deduziu de d. Apesar de d ser falsa, Smith tem excelentes razões para pensar que é verdadeira. Smith deduz

validamente uma proposição verdadeira a partir de uma proposição que está muito bem apoiada por informações, embora esta seja falsa,

apesar de o sujeito não o saber.

Page 28: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

EXERCÍCIO:

Questão extraída do Exame de Filosofia do 11º Ano do Ano Lectivo 2005-2006 – 1º Fase

Page 29: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

CONSULTAS:

Pedro Galvão e António Lopes, Preparação para o

exame nacional 2012,

11º. PorTo EDITORA

SITE: CRítica

Page 30: O conhecimento como crença verdadeira e justificada

QUESTÕES?

Realizado por: Isabel Moura Duarte