O conhecimento como crença verdadeira e justificada
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A DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO
Distinção entre conhecimento e opinião
Ter conhecimento implica ter uma crença, mas não uma crença qualquer;
Platão – Teeteto
O QUE É O CONHECIMENTO (conhecimento Proposicional)?
Platão – Teeteto
EM QUE CONDIÇÕES UM SUJEITO TEM CONHECIMENTO
PROPOSICIONAL?
EM QUE CONDIÇÕES S (SUJEITO) SABE QUE p (PROPOSIÇÃO)?
Um Sujeito (S) sabe que p caso as seguintes três condições se verifiquem:
ESQUEMA
1. CONDIÇÃO DE CRENÇA (DOXA):
O SUJEITO ACREDITA NA PROPOSIÇÃO EM
QUESTÃO
(S acredita que p)
2. CONDIÇÃO DE VERDADE (ALETHEIA):
A PROPOSIÇÃO EM QUE SE ACREDITA
TEM DE SER VERDADEIRA
(p é verdadeira)
3. CONDIÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO
(LOGOS):
S TEM BOAS RAZÕES (JUSTIFICAÇÃO) PARA
ACREDITAR NA PROPOSIÇÃO EM
QUESTÃO
(S tem uma justificação para acreditar que p)
SÍNTESE:
Se um Sujeito tem conhecimento proposicional, então ACREDITA (CRENÇA) na proposição em questão.
1. CONDIÇÃO: CRENÇA _ S ACREDITA QUE p
EXEMPLO: Se António sabe que Marte é um planeta, então acredita que Marte é um planeta.
(O CONHECIMENTO É CRENÇA),
(NÃO BASTA TER UMA CRENÇA PARA HAVER CONHECIMENTO).
SÍNTESE:
Se um Sujeito tem conhecimento proposicional, então tem uma CRENÇA VERDADEIRA .
2. CONDIÇÃO: VERDADE _ É VERDADE QUE p
EXEMPLO: Marte é um planeta. Verdadeiro
(O CONHECIMENTO É VERDADEIRO),
(NÃO BASTA TER CRENÇAS VERDADEIRAS PARA HAVER CONHECIMENTO).
SÍNTESE:
Se um Sujeito tem conhecimento proposicional, então tem uma JUSTIFICAÇÃO ADEQUADA (BOAS RAZÕES) para acreditar na proposição em questão.
3. CONDIÇÃO: JUSTIFICAÇÂO _ S EM UMA JUSTIFICAÇÃO PARA ACREDITAR
QUE p é verdadeirA
EXEMPLO: António tem uma justificação para afirmar que Marte é um planeta.
para o conhecimento para o conhecimento.
CONCLUSÃO: Para que exista
conhecimento
têm de estar
reunidas três
condições:
crença, verdade
e justificação.
1. Conhecimento a posteriori:
é aquele que depende da experiência sensorial (mundo exterior) ou introspectiva
(nosso mundo interior).
EX: Estão três copos de cerveja na mesa (experiência sensorial);
Hoje estou feliz (experiência introspectiva).
2. Conhecimento a priori:
É constituído por crenças que só podemos justificar pelo pensamento (verdades lógicas
e matemáticas).
EX: 5 – 2 = 3;
Os solteiros não são casados.
TIPOS DE JUSTIFICAÇÕES
OS CONTRA-EXEMPLOS DE GETTIER E RUSSELL
UM CONTRA-EXEMPLO DE RUSSELL
UM CONTRA-EXEMPLO DE RUSSELL
“O relógio da igreja da sua terra é bastante fiável e costuma confiar nele para saber as horas. Esta manhã, quando vinha para a escola, olhou para o relógio e viu que ele marcava exactamente 8h e 20m. Contudo, sem que o soubesse, o relógio tinha ficado avariado no dia anterior exactamente quando marcava 8h e 20.”
Luís Rodrigues, Filosofia 11º ANO, Plátano Editora.
“CONTAR AS HORAS”
UM CONTRA-EXEMPLO DE RUSSELL FACTO: “MARIA” DESCOBRE QUE NA NOITE ANTERIOR, SEM QUE ELA SOUBESSE,
O RELÓGIO PAROU.
•1. MARIA TINHA A CRENÇA DE QUE ERAM 8 HORAS E 20 MINUTOS.
1. CRENÇA
•2. SÃO OITO HORAS E 20 MINUTOS.
2. CRENÇA VERDADEIRA
•3. A CONCLUSÃO DE MARIA FOI INFERIDA COM BASE NUMA FONTE FIÁVEL (O
RELÓGIO). ATÉ AÍ, AS HORAS DO RELÓGIO EM QUESTÃO
SEMPRE ESTIVERAM CORRECTAS.
3. CRENÇA JUSTIFICADA
1. A MARIA TEM UMA CRENÇA VERDADEIRA
JUSTIFICADA. NO ENTANTO, ELA DE
FACTO NÃO SABIA AS HORAS (“NÃO SABE QUE
p”);
2. TER UMA
CRENÇA VERDADEIRA
JUSTIFICADA NÃO BASTA PARA TER CONHECIMENTO.
Conclusão:
PLATÃO VS GETTIER
•(Concepção Quadripartida do Conhecimento)
•CVJ
• (Concepção Tripartida do Conhecimento)
•GETTIER •PLATÃO
•Teeteto
CRENÇA
JUSTIFICAÇÃO
CRENÇA
JUSTIFICAÇÂO
CONHECIMENTO CONHECIMENTO
Apresentou dois contra-exemplos que parecem colocar em causa a definição de conhecimento como crença verdadeira justificada;
As condições 1, 2 e 3 não são CONJUNTAMENTE SUFICIENTES
para haver conhecimento.
Defende que nem toda a crença verdadeira justificada constitui conhecimento;
GETTIER CONTRA-ARGUMENTOS
GETTIER
Não coloca em causa a
necessidade, para S saber
que p, de S ter uma crença
verdadeira justificada em
p;
OBJECTIVO DE GETTIER: MOSTRAR QUE A IMPLICAÇÃO
É FALSA GETTIER: S pode ter a crença justificada que p e, em simultâneo, não saber que p.
UM CONTRA-EXEMPLO DE GETTIER: “CONTAR MOEDAS”
“Smith trabalha num escritório. Ele sabe que
alguém será promovido em breve. O patrão, que
é uma pessoa em quem se pode confiar, diz a
Smith que Jones será promovido. Smith acabou
de contar as moedas no bolso de Jones,
encontrando aí 10 moedas. Smith tem então
boas informações para acreditar na seguinte
proposição:
.
a) Jones será promovido e Jones tem 10 moedas no
bolso.
Smith deduz, então, deste enunciado o seguinte:
b) O homem que será promovido tem 10 moedas no
bolso.
Suponha-se agora que Jones não receberá a promoção,
embora Smith não o saiba. Em vez disso, será o próprio
Smith a ser promovido. E suponha-se que Smith
também tem dez moedas dentro do bolso.”
Elliott Sober, O que é o conhecimento? http://criticanarede.com/fil_conhecimento.html
UM CONTRA-EXEMPLO DE GETTIER FACTO: Smith DESCOBRE QUE SERÁ ELE QUE TERÁ O CONTRATO RENOVADO
E NÃO JONES.
• 1. SMITH ACREDITA (CRENÇA) DE QUE A
PESSOA QUE IRIA SER PROMOVIDO TINHA
10 MOEDAS NO BOLSO.
1. CRENÇA
• 2. SMITH TEM 10 MOEDAS NO BOLSO .
2. CRENÇA VERDADEIRA
• 3. A CONCLUSÃO DE SMITH FOI INFERIDA
COM BASE NUMA FONTE FIÁVEL.
3. CRENÇA JUSTIFICADA
UM CONTRA-EXEMPLO DE GETTIER
“CONTAR MOEDAS”
RACIOCÍNIO DE SMITH
.
Smith deduz validamente uma proposição verdadeira a partir de uma proposição que está muito bem apoiada por informações, embora esta seja falsa, apesar de o sujeito não o saber.
1. SMITH TEM UMA CRENÇA VERDADEIRA
JUSTIFICADA. NO ENTANTO, ELE NÃO SABIA QUE O SEU
CONTRATO IRIA SER RENOVADO (“ S NÃO
SABE QUE p”);
Conclusões:
CONCLUSÃO: A teoria CVJ diz que todos os casos de crença verdadeira justificada são casos de conhecimento. Gettier pensa que este exemplo mostra
que um indivíduo pode ter uma crença verdadeira justificada mas não ter conhecimento. O que significa que as três condições indicadas pela
teoria CVJ são necessárias para haver conhecimento, mas não são suficientes, ou seja, é necessária uma condição extra. Gettier conclui que Smith tem uma crença verdadeira justificada na proposição “O
homem que será promovido tem 10 moedas no bolso”, mas que Smith não sabe que a referida proposição é verdadeira. Smith estava certo sobre as condições de quem conseguiria ficar com o emprego, mas
por pura coincidência, já que também tinha dez moedas no bolso, e a isso não podemos atribuir o título de conhecimento. Assim, Gettier
mostra que a proposição em que Smith acredita é verdade por acaso, mas poderia também ser falso. Smith acredita justificadamente na
proposição e, dado que a deduziu de d. Apesar de d ser falsa, Smith tem excelentes razões para pensar que é verdadeira. Smith deduz
validamente uma proposição verdadeira a partir de uma proposição que está muito bem apoiada por informações, embora esta seja falsa,
apesar de o sujeito não o saber.
EXERCÍCIO:
Questão extraída do Exame de Filosofia do 11º Ano do Ano Lectivo 2005-2006 – 1º Fase
CONSULTAS:
Pedro Galvão e António Lopes, Preparação para o
exame nacional 2012,
11º. PorTo EDITORA
SITE: CRítica
QUESTÕES?
Realizado por: Isabel Moura Duarte