O Conhecimento de Si Mesmo

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O conhecimento de si mesmo – Amor Pergunta 625 de O Livro dos Espíritos: Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo? Resposta: Jesus. Como a Lei da Evolução se constitui no princípio dominante da Criação Divina, este é um tema que comporta infindáveis considerações filosóficas, inevitavelmente limitadas à capacidade intelectual do homem terreno. “Porém, tudo isso foi oculto aos sábios e revelado aos humildes” (Mateus 11:25). Se evoluir é um princípio, que faz com que toda a criação evolua naturalmente, como conciliar essa ideia com o fato de que, após certo ponto da escala evolutiva, surge a responsabilidade da criatura pela própria evolução? Daí decorrem os conceitos de justiça, mérito e esforço próprio. O importante, no atual estágio de desenvolvimento humano, é descobrir que somos responsáveis por nosso próprio progresso. Para o Espírito tornar-se algo diferente, melhor, mais perfeito, há demanda energia interna e esforço constante. Só saber isso não é suficiente. Sentir esse princípio já é algo mais, mas não basta. É necessário viver essa verdade, com todas as implicações. Quase sempre o ser humano passa pela vida sem se dar conta de que o mundo não pode transformá-lo automaticamente em um ser melhor, assim como faz com as demais espécies vivas que sofrem mutações ao longo das eras. É por isso que, para o ser humano, o ponto do progresso em que adquire a capacidade de reconhecer-se como um ser próprio, individual, marca o início da fase de “evolução responsável”. Em outras palavras, capaz de responder pelo próprio desenvolvimento. Nos estágios anteriores à civilização, o desafio era o desenvolvimento das capacidades físicas, em correspondência ao princípio de sobrevivência. Com a formação da sociedade, ampliaram-se as possibilidades de relacionamentos entre humanos, surgindo dois outros campos de progresso: o intelecto e o sentimento. Ainda somos muito limitados nessas duas áreas. Nosso intelecto é capaz de compreender as forças atômicas e o movimento das galáxias, porém, é incapaz de compreender o pensamento, a alma, os sonhos, a força vital e a morte. Nossa capacidade de sentir é limitada às sensações internas biológicas e ainda somos dominados por sentimentos primários como o medo, a ira, a euforia, o rancor, que surgem e desaparecem sem que possamos controlá-los, explicá-los, entendê- los ou sequer observá-los. O próximo estágio da evolução humana será o domínio de si mesmo. Não se pode aperfeiçoar o que não se conhece, portanto, o autoconhecimento é a porta para a próxima fase. O Mestre da Vida nos conclamou: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial” (Mateus 5:48). Para obedecê-lo, avancemos com as oportunidades de cada dia, e viveremos em nós mesmos a Lei Divina da Evolução. Do diretor geral da Aliança Espírita Evangélica A LEI DE AMOR "O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XI, item 8" MAIS E MAIS

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O conhecimento de si mesmo – Amor

Pergunta 625 de O Livro dos Espíritos:Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?Resposta: Jesus.

Como a Lei da Evolução se constitui no princípio dominante da Criação Divina, este é um tema que comporta infindáveis considerações filosóficas, inevitavelmente limitadas à capacidade intelectual do homem terreno. “Porém, tudo isso foi oculto aos sábios e revelado aos humildes” (Mateus 11:25).Se evoluir é um princípio, que faz com que toda a criação evolua naturalmente, como conciliar essa ideia com o fato de que, após certo ponto da escala evolutiva, surge a responsabilidade da criatura pela própria evolução?Daí decorrem os conceitos de justiça, mérito e esforço próprio.O importante, no atual estágio de desenvolvimento humano, é descobrir que somos responsáveis por nosso próprio progresso. Para o Espírito tornar-se algo diferente, melhor, mais perfeito, há demanda energia interna e esforço constante.Só saber isso não é suficiente. Sentir esse princípio já é algo mais, mas não basta. É necessário viver essa verdade, com todas as implicações.Quase sempre o ser humano passa pela vida sem se dar conta de que o mundo não pode transformá-lo automaticamente em um ser melhor, assim como faz com as demais espécies vivas que sofrem mutações ao longo das eras.É por isso que, para o ser humano, o ponto do progresso em que adquire a capacidade de reconhecer-se como um ser próprio, individual, marca o início da fase de “evolução responsável”. Em outras palavras, capaz de responder pelo próprio desenvolvimento.Nos estágios anteriores à civilização, o desafio era o desenvolvimento das capacidades físicas, em correspondência ao princípio de sobrevivência.Com a formação da sociedade, ampliaram-se as possibilidades de relacionamentos entre humanos, surgindo dois outros campos de progresso: o intelecto e o sentimento.Ainda somos muito limitados nessas duas áreas. Nosso intelecto é capaz de compreender as forças atômicas e o movimento das galáxias, porém, é incapaz de compreender o pensamento, a alma, os sonhos, a força vital e a morte. Nossa capacidade de sentir é limitada às sensações internas biológicas e ainda somos dominados por sentimentos primários como o medo, a ira, a euforia, o rancor, que surgem e desaparecem sem que possamos controlá-los, explicá-los, entendê-los ou sequer observá-los.O próximo estágio da evolução humana será o domínio de si mesmo.Não se pode aperfeiçoar o que não se conhece, portanto, o autoconhecimento é a porta para a próxima fase. O Mestre da Vida nos conclamou:“Sede perfeitos, como vosso Pai celestial” (Mateus 5:48). Para obedecê-lo, avancemos com as oportunidades de cada dia, e viveremos em nós mesmos a Lei Divina da Evolução. Do diretor geral da Aliança Espírita Evangélica

A LEI DE AMOR

"O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XI, item 8"

MAIS E MAIS"O espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa." Capítulo XI - Item 8.Quanto mais você aprofunda a mente nas pesquisas espirituais da meditação superior, mais se aclaram os horizontes da existência, decifrando os enigmas da vida. Nascentes profundas - cursos d'água poderosos.Quanto mais você trabalha atrelado à satisfação de servir, mais se desdobram as possibilidades de execução. Estátua brilhante - pedra muito burilada.Quanto mais você compreende o infortúnio, mais se dilata a capacidade de amar. Colheita farta - solo abençoado.Quanto mais você negligencia o dever, mais dificuldades encontra para viver. Região palustre - zona de águas paradas.Quanto mais você amaldiçoa, mais desesperos perturbam sua marcha. Vendaval em curso - searas destruídas.

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Quanto mais você se revolta no trabalho, mais trabalho reponta no caminho. Obstáculo à frente - eco que se repete."Mais receberá aquele que mais der" - afirmou Jesus. Toda realização nobre coroa o ser de bênçãos. Todo abuso assinala-se com vigorosos sulcos.Mais amor, e o mundo todo se renovará.Com Jesus Cristo, você aprendeu a entender as necessidades e desventuras, sendo imprescindível esforçar-se mais e mais, cada dia, para extirpar em silêncio a crueldade e o mal de si mesmo, socorrendo as vítimas da ignorância, onde se encontram, com a força da bondade espontânea em justa cooperação.

Marco Prisco

Que Deus nos abençoe para que através do estudo das Leis Divinas possamos nos libertar para alçarmos vôo para a plenitude pois, como nos falou Jesus: "Conhece a verdade e a verdade vos libertará".Em todo o Universo, vige o Amor do Criador e não existe lugar onde haja carência desse sentimento que a todos e a tudo envolve.Dentre as Leis Divinas, expressão do amor de Deus, há a Lei de Progresso a qual estamos submetidos e que nos dá condição de desenvolvermos e sedimentarmos essa substância criadora e mantenedora do Universo, o Amor.Joanna de Ângelis, no livro Autodescobrimento, define para nós esse sentimento:"O Amor é o poder criador mais vigoroso de que se tem notícias no mundo". Seu vigor é responsável pelas obras grandiosas da humanidade. Na raiz das realizações dignificadoras, ele se encontra presente delineando os projetos e impulsionando os idealistas a sua execução. Alenta o indivíduo, impulsiona-o para frente e faz-se refúgio para a vitória sobre as dificuldades. No amadurecimento psicológico do ser, ei-lo (o amor) direcionando todos os ideais e sustentando em todos os embates aquele que permite desabrochar qual lótus esplendente sobre as águas turvas e paradas do charco do qual pousa em triunfo". Como nos fala a lição, no início o homem só tem instintos e uma longa caminhada para atingir o ponto mais delicado do sentimento.O instinto objetiva concorrer para os desígnios da providência. Pela necessidade de viver, o homem se conserva buscando, instintivamente, o melhor para si, prelúdio do amor próprio.Da exageração do instinto de conservação nasce o egoísmo, antítese do amor próprio, pois egoísmo é o sentimento que retém o amor próprio que doa.Na caminhada evolutiva, saímos dos instintos para a sensação e emoção e, ainda aqui, é a mentora Joanna de Ângelis que nos esclarece, dizendo:"A criatura humana é um feixe de sensações, resultado natural dos períodos primários da evolução, em trânsito para a realidade das emoções. O homem sensação é exigente e possuidor e, ao despertar a emoção, torna-se natural a valorização do próximo e da vida. A sensação é herança do instinto dominador a emoção é tesouro a conquistar pelos caminhos da ascensão".Instruindo-se e purificando-se, o homem atinge o sentimento, e o mais sublime é o amor e o amor resume toda a doutrina do nosso mestre Jesus pois, sendo o amor humanizado com a sua vibração faz com que aquele que o encontre se modifique, ou seja, aquele que encontra Jesus nunca mais é o mesmo.Nos conta Divaldo Franco, na fita "O Cristo Histórico" um momento em que a Madre Teresa de Calcutá encontrou o Senhor Jesus.Diante da cruz ela se deteve a vê-lo de uma forma especial. Aos seus pés, estavam escritas duas palavras: "Tenho sede"Aí ela se perguntou: "O que é que já lhe dei para aliviar a sua sede?" E a madre resolveu dar-lhe de beber. Saiu da casa monasterial que lhe resguardava. Passando por um depósito de lixo um dia, escutou um gemido no meio de vários corpos inertes. Aproximou da criatura, a envolveu, a aconchegou no seu regaço e aquele ser, no leito da morte, narrou-lhe sua mágoa e a irmã a conclamou ao perdão.Ela lhe perguntou:"Qual é a sua religião?"A madre lhe respondeu: "É o amor"."Qual o seu Deus?""Meu Deus é você, porque se, em verdade, eu não a amar como amarei a Deus. O meu Deus é uma ilusão que eu tenho muito longe de mim."E por fim, ela lhe perguntou: "Por que ages assim?""Porque agora eu conheço Jesus"A mensagem do Mestre é, repetimos, toda Amor e que o encontra modifica-se por deixar se envolver na chama viva desse sol que aquece os corações e vivifica-os fazendo-os vigorosos.

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Assim, poderemos compreender melhor as passagens do nosso pastor quando, principalmente, na montanha, cantou o sermão, fazendo com que aquelas almas sofridas, amarguradas, doídas, desalentadas, deixassem as emoções explodirem em festa de paz e esperança por abrirem a alma a doce e vitalizante energia do amor.Como nos fala Joanna de Ângelis, na condição de peregrino do amor, o Senhor Jesus demonstrou como é possível curar as feridas do mundo e a dos seres humanos com a exteriorização do amor em forma de compaixão, de bondade, de carinho e de entendimento.A Doutrina Espírita nos esclarece, através da Lei da Reencarnação, que podemos e devemos cultivar, desde já, este sentimento pois, somente assim é que conseguiremos obter a cota de bem-aventuranças que já podemos desfrutar dentro do grau evolutivo que nos encontramos.Somente amando-nos e perdoando-nos conseguiremos amar e perdoar o próximo pois, somente damos aquilo que possuímos. Assim, constatamos a necessidade de desenvolvermos o amor próprio, ou seja, desenvolver as potências para doarmos. Ainda nos fala a lição que o espiritismo vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino: a reencarnação, que conduz o homem a conquista do seu ser. Reencarnação um aspecto da Lei de Amor pois, através dela podemos retificar nossas falhas, conquistar aquilo que ainda não conquistamos e aprender tudo aquilo que necessitamos. A reencarnação, assim, nos conduzirá a conquista do nosso eu profundo, como nos fala a parábola dos talentos, multiplicando os dons divinos.Dando valor real as coisas do mundo, entendendo o valor das coisas espirituais, desfazendo-nos da ilusão que é anestésico da alma, dilatando a nossa visão, percebendo, assim, que o próximo é nosso irmão, filho, tanto quanto nós mesmos, do Pai de Amor. Assim, atingiremos o objetivo.Não estando isento o homem dessa essência divina, o amor, tem, o homem, de se determinar haurir coragem e vontade firme para exteriorizar, através de seus pensamentos, atos e palavras esse sentimento pois, o amor é como ímã o qual não lhe é possível resistir, atraindo, desse modo, todos aqueles que se deixarem levar por esse fogo sagrado.Só assim, seremos felizes pois, como nos fala a questão 614 do Livro dos Espíritos, o homem só é infeliz quando se afasta da Lei Natural, Lei de Deus. Que possamos, como Madre Teresa, olhar para o próximo e buscar Deus, para que o nosso Deus não seja uma ilusão.Só poderemos concebê-lo como Pai que faz com que o sol se levante para os justos e injustos, que recebe o filho pródigo como filho, e não um dos seus empregados dando sempre a chance de reabilitação e renovação.Elevemos nosso olhar ao céu para agradecer e direcionemos o nosso olhar para frente seguindo as pegadas do nosso Mestre, modelo e guia pois, só dessa forma vivenciando a verdade alcançaremos a vida, vida em plenitude, essência do Amor de Deus.Paz!

VISÃO E OBJETIVO DA POLÍTICA

José Maria da Silva Paranhos Júnior – Barão do Rio Branco (espírito)

Cada vez mais destaca-se, no contubérnio das relações humanas, uma palavra – Política!A política internacional, a política nacional de cada povo, a política das religiões, a política social, a política partidária, a política econômica, a política do Cristianismo, a política de preços...E a política, estudada empiricamente por Aristóteles, passou a ter um caráter realístico para definir uma ordem de valores sociais e administrativos sobre o Estado tornando-se, com a sucessão dos tempos, um instrumento de constante variação conforme as épocas: Idade Média, Renascença, Revolução francesa, alterando os seus métodos filosóficos de conceituação.A busca do poder pelo homem, faz que se utilize de mecanismos políticos, quase sempre arbitrários, para atingir as metas que persegue.Raramente são movimentados os recursos saudáveis e nobres para levá-lo à ascensão, a serviço do Estado.Como conseqüência, a política para a conquista de valores não éticos, tornou-se repelente, passando a representar objetivos degradantes, esconsos, subalternos.O homem está fadado à conquista de si mesmo, através da qual e exclusivamente o poder perseguido avidamente em todos os estágios do comportamento social perde o seu significado de dominação de qualquer forma.O logro do poder temporal é precedido de aflições inomináveis e transcorre entre inquietações difíceis de catalogação. Para transferi-lo de mãos, torna-se fator dissolvente da paz íntima, ao tempo em que seqüelas corrosivas permanecem no âmago de quem o utilizava.

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Na luta pelo poder todos os meios são lícitos, mas apenas para quem da política somente conhece os meandros escuros da politicagem.A política representa em cada lugar a alma do povo que a acolhe.A vida social, os relacionamentos dos grupos, as movimentações de valores aquisitivos não podem prescindir de uma política bem elaborada para o intercâmbio entre as Nações. O êxito porém, de tal empreendimento, funda-se no valor ético de cada indivíduo.Aí está o fulcro da questão essencial: o homem na ação política e não a atividade política no homem.A política do poder é inevitável, estrutura maquinismos de preservação e engendra fórmulas de sustentação dos seus interesses.O político é um homem que aprende a movimentar-se conforme o seu e o interesse do grupo ou do partido, não podendo olvidar-se da massa e do Estado que lhe confiam o dever de salvaguardar-lhes os interesses, de preservar-lhes os ideais e de melhorar-lhes as condições de vida.Somente quando o político esteja consciente da sua qualidade humana, iluminado por objetivos essenciais que o levem à renúncia, à superação dos interesses pessoais apaixonados, é que se desincumbirá dos vícios partidários em favor dos objetivos a que se entrega.Falta claridade no discernimento da consciência política, que caracteriza a condição de inferioridade da Terra e o primarismo daqueles que a habitam. O progresso porém é inestancável. Geometricamente ele produz resultados crescentes e trabalhado nas conquistas dos valores que se multiplicam por si mesmos, fomenta a superação do pequeno cosmo dos interesses pessoais no afã enobrecido de construir a felicidade para todos.Esse desafio se inicia na construção moral do homem saudável.O homem ideal, não é o de Hegel, nem o de Marx, mas o de Cristo, portador do amor afável, ressuscitado no de Allan Kardec, conhecedor da sua imortalidade, das finalidades existenciais.Este, ao invés de falar sobre o Evangelho da política, trabalhará pela política do Evangelho, dando-lhe estrutura nobre e consolidando os magnos ideais da Humanidade, que podem ser sintetizados na consciência do dever, na responsabilidade do ser e na produção do amar, como elementos essenciais para um mundo melhor.Não está longe esse dia, que surgirá da grande noite, como a planta esquecida na semente arrebenta o solo e agiganta-se, assim também a política do pensamento do Cristo pairará soberana sobre as Nações, ensinando o respeito, a fraternidade, a liberdade, a justiça equânime e a igualdade de todos os homens perante a Lei, na desincumbência dos seus deveres, fruindo os direitos de ser feliz, que a todos será concedido.

Página recebida pelo médium Divaldo P. Franco, em 17/11/1999, Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA.