O conhecimento e a lógica

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O conhecimento e a lógica Profº Arlindo Picoli Campus Itapina

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O conhecimento e a lógica

Profº Arlindo Picoli

Campus Itapina

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Intuição: etimologia

• Intuição. Do latim intuitio, do verbo

intueor, "olhar atentamente", "observar".

Intuição é portanto uma "visão", uma

percepção sem conceito.

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Intuição empírica

• É o conhecimento imediato baseado em

uma experiência que independe de

qualquer conceito.

• Pode ser:

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A intuição inventiva

• É a intuição do sábio, do artista, do

cientista, ao descobrirem soluções súbitas,

como uma hipótese fecunda ou uma

inspiração inovadora.

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Conhecimento intuitivo

• O conhecimento intuitivo é imediato,

resulta de uma visão súbita, é

inexprimível, independe de

demonstração.

• Compreensão global e instantânea.

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A intuição intelectual

• Procura captar diretamente a essência do

objeto.

• Descartes, quando chegou à consciência

do cogito -o eu pensante -, considerou

tratar-se de uma primeira verdade que não

podia ser provada, mas da qual não se

poderia duvidar: Cogito, ergo sum, que em

latim significa "penso, logo existo".

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“Por intuição entendo não a confiança flutuante que dão os

sentidos ou o juízo enganador de uma imaginação de más

construções, mas o conceito que a inteligência pura e atenta

forma com tanta facilidade e distinção que não resta

absolutamente nenhuma dúvida sobre aquilo que

compreendemos; [...] Deste modo, cada qual pode ver por

intelectual que existe, que pensa, que um triangulo é limitado

só por três linhas, um corpo esférico por uma única

superfície [...]”.

(DESCARTES In Regras para a direção do Espírito)

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Princípios:

• Princípio de identidade

– É o princípio que afirma que uma coisa só é

igual a ela mesma.

• Princípio de não contradição ou de

contradição

– É o princípio afirma que duas afirmações

contraditórias não podem ser verdadeiras ao

mesmo tempo.

• Princípio do Terceiro Excluído.

– Afirma que ou as coisas são ou não são. Não

pode existir um meio termo.

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Quadrado das oposições

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Lógica

• A palavra lógica vem do grego “logiké”,

está relacionada à palavra “logos”, que

significa razão, palavra, discurso, estudo.

• Segundo Aristóteles, a lógica tem como

objetivo o estudo do pensamento, para

que este seja correto.

• A lógica estuda e define as regras do

raciocínio correto, porém não é de sua

competência estabelecer os princípios

que as proposições devem seguir.

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O Conhecimento

discursivo ou lógico

• O conhecimento discursivo é

mediado pela palavra, pelo

encadeamento de ideias,

pelo raciocínio.

• A indução e a dedução são

encadeamentos discursivos

que nos levam a

determinada conclusão.

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Dedução ou silogismo

• Do geral para o particular

– Todo metal é dilatado pelo calor. (Premissa maior)

Ora, a prata é um metal. (Premissa menor)

Logo, a prata é dilatada pelo calor. (Conclusão)

– Todo brasileiro é sul-americano. (Premissa maior)

Ora, todo paulista é brasileiro. (Premissa menor)

Logo, todo paulista é sul-americano. (Conclusão)

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Silogismo Hipotético

• É uma possibilidade de acontecer ou ser.

• Ele inicia com a condição Se… então…

– Se segunda der sol então vou de moto.

– Segunda amanheceu com sol.

– Logo, vou de moto.

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Indução:

• Do particular para o geral

– O cobre é condutor de eletricidade,

assim como a prata, o ouro, o ferro, o zinco e

outros metais,

Logo, todo metal é condutor de eletricidade.

– A galinha tem bico é uma ave. O faisão tem

bico e é uma ave. O avestruz tem bico e é uma

ave.

Portanto todos os seres com bico são aves.

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• raciocínio dedutivo válido: – do geral para o particular;

– premissas verdadeiras garantem uma conclusão

verdadeira;

– não ampliam o conhecimento.

• raciocínio indutivo: – do particular para o geral;

– premissas verdadeiras não garantem uma conclusão

verdadeira;

– ampliam o conhecimento.

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Tipos de raciocínio

indutivo

• Apesar dos argumentos indutivos não

serem válidos, eles são muito utilizados e,

sob certas condições, eles podem fornecer

forte evidência de que estão corretos.

• Argumentos indutivos podem ser dos

seguintes tipos:

– Indução enumerativa;

– Indução analógica;

– Indução hipotética.

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Indução enumerativa

• é o tipo de raciocínio que se usa quando se chega a uma

generalização sobre um grupo de coisas, após observar

apenas alguns dos membros desse grupo, e.g.:

• 54 % de seus colegas de classe são mulheres, então, 54

% de todos os estudantes da USP são mulheres.

• O argumento será forte se a amostra for suficientemente

grande e representativa de toda a USP.

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A verdade do raciocínio

• O raciocínio dedutivo tem sua validade

determinada pela forma lógica do argumento, e

não pelo conteúdo dos enunciados

• O raciocínio indutivo nem sempre é verdadeiro, e

mesmo quando o é, pode ser questionado.

• Costuma-se dizer que uma inferência é plausível

se a afirmação é verdadeira com “boa”

probabilidade.

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Indução analógica

• Quando se argumenta que duas coisas que são

similares sob certos aspectos são também

similares sob outros aspectos, utiliza-se indução

analógica, e.g.:

– A Terra tem ar, água e vida. Marte tem ar e água, logo

deve ter vida.

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Indução analógica

• A conclusão tem apenas certa probabilidade de

estar correta; quanto maiores as similaridades,

maior a probabilidade.

• A água de Marte está congelada nos pólos e a

atmosfera é muito menos densa do que a da

Terra.

• Mas no passado Marte foi mais semelhante à

Terra hoje, então é mais provável que Marte

tenha tido vida no passado.

• Outros exemplos: teste de remédios em animais,

sistema de precedente legal americano*. *resoluções em que a mesma questão jurídica, sobre a qual há que decidir novamente, já foi resolvida

uma vez por um tribunal noutro caso.

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Indução hipotética

• Também conhecida por abdução ou inferência

pela melhor explicação.

• Nem todas as explicações para os fenômenos

observados são igualmente boas, assim, deve-se

preferir a melhor explicação:

– O motor pode falhar devido ao uso de combustível

adulterado, velas velhas ou problemas com a injeção

eletrônica. O carro é novo e ontem abasteci num posto

“meia boca”, então é provável que seja devido ao

combustível adulterado.

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Indução hipotética

• É a forma de raciocínio usada por médicos,

mecânicos, detetives e pela maioria de nós no

dia a dia.

• Deve-se preferir a hipótese que for mais

simples, trouxer melhor compreensão do

fenômeno e que mais previsões corretas for

capaz de fazer.

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Falácia ou sofisma:

• É uma afirmação errônea, erro de raciocínio ou argumento falso que por sua aparente veracidade parece sustentar uma conclusão.

– Não compre nada no Paraguai, porque lá só tem produto falsificado.

– Todo mundo é desonesto de vez em quando.

– Se emprestar um livro a você, vou ter que emprestar a todo mundo.

– Se deixar você ir ao banheiro, terei que deixar todos os alunos

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Falácias ou sofismas

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Falácias ou sofismas

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Falácias ou sofismas

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Verdade e Veracidade

• A veracidade nos coloca diante de uma questão moral.

Ex.: Suponhamos que alguém diz que há um lado da lua

que nunca é visto da Terra. Se eu perguntar: - Isto é

verdade?, a indagação pode ter dois sentidos.

• Será verdade ou meu interlocutor está mentindo. O

indivíduo veraz é aquele que não mente.

• O segundo tem sentido epistemológico: quero saber se

a afirmação de meu interlocutor é verdadeira ou falsa:

• A proposição corresponde à realidade?

• Já foi comprovada?

• A fonte da informação é digna de crédito ou não?

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Verdade e realidade

A verdade do conhecimento diz respeito a

uma proposição que pode ser verdadeira

ou falsa.

Quando afirmamos “Este colar é de ouro”,

a proposição é falsa caso se trate de uma

bijuteria.

Mas se nos referirmos a coisas (um colar,

um quadro, um dente) só podemos afirmar

que são reais, e não verdadeiras ou falsas.

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Verdade e realidade

O falso ou o verdadeiro não estão na coisa mesma, mas

no JUÍZO, NO VALOR DE VERDADE OU FALSIDADE DE

UMA PROPOSIÇÃO.

O juízo corresponde à realidade. Um juízo verdadeiro é

aquele que corresponde aos fatos.

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O dogmatismo

O dogmatismo do senso comum

Designa as certezas não questionadas do

nosso cotidiano “sempre foi assim”...

O dogmatismo filosófico

A razão pode alcançar a certeza absoluta.

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Ceticismo

• Um filósofo cético pode ser

radical ou moderado:

– é radical quando conclui que o

conhecimento é impossível.

– nas tendências moderadas, o

cético suspende provisoriamente

qualquer juízo e, mesmo sem

deixar de buscar a verdade,

professa um certo relativismo.

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Referências

• ARANHA, Maria Lúcia, MARTINS, Maria Helena Pires.

Filosofando: Introdução á Filosofia. 4° Ed. São Paulo:

Moderna, 2009.

• NETO, Camilo Rodrigues, TADI – Tratamento e Análise de

Dados/Informações. Disponível em:

<http://www.each.usp.br/camiloneto/tadi/tadi.2012.aula8.L

ogica.Deduccao.e.Induccao.pdf>. Acesso em 27 out 2015.

• Vídeo indicado: Aula 2 de Filosofia - Tema: Lógica

(Telecurso 2000)

https://www.youtube.com/watch?v=9eT64p6XJIo