O Conselho Nacional de Justiça · 5771/09, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, que cria...

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Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Comunicação – FAC O Conselho Nacional de Justiça Análise da Comunicação Organizacional Trabalho de Introdução ao Marketing Professor: Delcia Vidal Alunos: Lorena Palmeira 10/0111238 Otacílio Marques 10/0117902 Vanessa Negrini 10/0126197 Brasília-DF, 25 de janeiro de 2011

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Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Comunicação – FAC

O Conselho Nacional de Justiça

Análise da Comunicação Organizacional

Trabalho de Introdução ao Marketing

Professor: Delcia Vidal

Alunos: Lorena Palmeira 10/0111238

Otacílio Marques 10/0117902

Vanessa Negrini 10/0126197

Brasília-DF, 25 de janeiro de 2011

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO pág.2

2. DADOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS

2.1. Perfil pág.2

2.2. Público pág.5

2.3. Organograma pág.6

3. ÁREA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING

3.1. Características da Assecom-CNJ pág.7

3.2. Composição da Assecom-CNJ pág.7

4. COMUNICAÇÃO E MARKETING PARA O PÚBLICO EXTERNO

4.1. Site pág.9

4.2. Rádio CNJ pág.9

4.3. You Tube pág.11

4.4. Twiter pág.12

4.5. Campanhas Institucionais pág.13

5. COMUNICAÇÃO E MARKETING PARA O PÚBLICO INTERNO

5.1. Intranet pág.14

5.2. Jornal Mural pág.14

5.3. Boletim do Magistrado pág.14

6. ANÁLISE DO GRUPO pág.14

7. SUGESTÕES DE MELHORIAS pág.18

APÊNDICE – Questionário sobre a atuação da Assecom-CNJ pág.20

BIBLIOGRAFIA pág.21

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste em uma análise do funcionamento, elaboração e

acompanhamento de produtos e serviços realizados pela Assessoria de

Comunicação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base em visita à

sede do referido conselho na data de 6/1/2011 e respostas ao questionário de

pesquisa (vide modelo do questionário no apêndice). Trata-se de trabalho final da

disciplina Introdução ao Marketing, do curso de Comunicação Organizacional da

Universidade de Brasília – UnB.

Com este projeto damos referência a um importante órgão do Poder Judiciário

Brasileiro, o Conselho Nacional de Justiça, e mais precisamente a sua Assessoria

de Comunicação, que possui papel fundamental no relacionamento entre o próprio

Conselho e os Magistrados, advogados e demais Tribunais que fazem parte de rede

judiciária brasileira.

O objeto deste trabalho foi escolhido devido a alta relevância que o CNJ mantém

junto a sociedade brasileira e por possuir todas as características exigidas para

composição do trabalho.

2. DADOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS

2.1. PERFIL DO CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criado por meio da Emenda

Constitucional 45/2004 e instalado em 14 de junho de 2005, com o objetivo

primordial de se tornar o órgão de controle administrativo e financeiro do Poder

Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Trata-se de um

órgão do Poder Judiciário com sede em Brasília/DF e atuação em todo o território

nacional, que visa, mediante ações de planejamento, à coordenação, ao controle

administrativo e ao aperfeiçoamento no serviço público da prestação da Justiça.

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O CNJ é composto por 15 membros com mandato de dois anos, admitida uma

recondução, e é presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Entre seus

membros, há ministros e desembargadores dos Tribunais Superiores, magistrados

da Justiça Estadual, Federal e do Trabalho, além de membros do Ministério Público,

advogados e cidadãos comuns, de notório saber jurídico, segundo proporção e

regras de indicações estipuladas na Constituição Federal, art. 103-B.

Desde a sua implementação, o CNJ vem se destacando pela atuação coordenada

em temas de grande interesse da sociedade, a exemplo do combate ao nepotismo,

respeito ao teto salarial de vencimentos, implantação do processo judicial eletrônico,

investigação e punição de magistrados e servidores em desvio funcional, dentro

outras.

O CNJ também tem se firmado como órgão de coordenação e planejamento

estratégico, em busca de um Judiciário célere e eficiente. Para tanto, coordenou a

elaboração de um Plano Estratégico Nacional, com objetivos comuns, aprovado de

forma consensual pelos presidentes dos 91 tribunais brasileiros, comprometidos em

planejar as suas ações para os próximos cinco anos. A partir de um plano de gestão

nacional, o Judiciário passa a adotar a cultura de resultados, em que cada objetivo

estratégico está vinculado a indicadores e metas de curso, médio e longo prazos,

permanentemente monitorados em busca de melhores resultados. Cabe ao CNJ o

desafio de coordenar e monitorar a implementação dessas diversas ações e metas

em nível nacional.

O CNJ conta com cinco Comissões Permanentes, composta por três

membros/conselheiros em cada: Comissão de Eficiência Operacional e Gestão de

Pessoas; Comissão de Acesso à Justiça e Cidadania; Comissão de Gestão

Estratégica, Estatística e Orçamento; Comissão de Relacionamento Institucional e

Comunicação; e Comissão de Tecnologia da Informação e Infraestrutura. A

Corregedoria Nacional de Justiça cuida das investigações, inquéritos e sindicâncias,

além de realizar inspeções em tribunais, oportunidade em que verifica in loco o

funcionamento do Judiciário local.

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O compromisso do CNJ com resultados e com a modernização do Poder Judiciário

se materializa em várias iniciativas e projetos, como o Mutirão Carcerário,

Programa Integrar, Programa Começar de Novo, Programa Advocacia Voluntária,

Tabelas Processuais Unificadas, Numeração Única, Sistema Nacional de Bens

Apreendidos, Sistema de Restrição Judicial a Veículos, Justiça em Números, Justiça

Aberta, Programa Conciliar é Legal, Banco de Boas Práticas do Judiciário, Projeto

Protocolo Integrado, Casas de Justiça e Cidadania, Cadastro Nacional de Adoção,

Projeto Efetividade da Lei Maria da Penha, Planejamento Estratégico em TI, entre

outros.

Atualmente o CNJ possui 88 servidores efetivos e quase o mesmo número de

servidores requisitados. O quadro é considerado insuficiente ante o rol de

atribuições do CNJ. Por isso, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei

5771/09, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, que cria cargos e funções no

quadro de pessoal do CNJ. São 100 cargos de analista judiciário, 110 de técnico

judiciário, 21 cargos em comissão de nível CJ-3 e 6 de nível CJ-2, 63 funções

comissionadas de nível FC-6 e 13 de nível FC-4. A criação das referidas vagas está

prevista no Orçamento 2011, do Governo Federal.

2.1.1. Missão

Contribuir para que a prestação jurisdicional seja realizada com moralidade,

eficiência e efetividade, em benefício da Sociedade.

Descrição: Contribuir para a efetividade da prestação jurisdicional para obter o

reconhecimento da Sociedade.

2.1.2. Visão

Ser um instrumento efetivo de desenvolvimento do Poder Judiciário.

Descrição: Coordenar a gestão do Poder Judiciário, atuando em parceria com suas

unidades para que alcancem seus objetivos estratégicos, visando a melhoria da

prestação jurisdicional.

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2.1.3. Valores

Agilidade

Ética

Imparcialidade

Probidade

Transparência

2.1.4. Diretrizes

Em linhas gerais, o trabalho do Conselho Nacional de Justiça compreende:

Planejamento estratégico e proposição de políticas judiciárias;

Modernização tecnológica do Judiciário;

Ampliação do acesso à justiça, pacificação e responsabilidade social;

Garantia de efetivo respeito às liberdades públicas e execuções penais.

2.2. PÚBLICO

De maneira ampla, a sociedade brasileira como um todo é o público fundamental do

CNJ. Aliás, a criação do Conselho partiu do clamor da própria sociedade, que

desejava um órgão de controle do Poder Judiciário, tido pelo senso comum como

moroso e ineficiente.

Restringindo-se ao seu campo de atuação direta, o público do CNJ seria os 113

órgãos no Poder Judiciário, entre Conselhos, Tribunais Superiores, Federais e

Estaduais.

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2.3. ORGANOGRAMA DO CNJ

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3. ÁREA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING

3.1. CARACTERÍSTICAS DA ASSECOM-CNJ

A Assessoria de Comunicação Social do CNJ (Assecom-CNJ) é o órgão central

do Sistema de Comunicação do Poder Judiciário, que é composto ainda pelas

Secretarias de Comunicação dos Tribunais Superiores, como órgãos de subsistema,

e pelas Coordenadorias ou Unidades Administrativas de Comunicação Social dos

Tribunais de Justiça dos Estados e dos Tribunais Federais, como órgãos

operacionais.

Aprimorar a comunicação com o público externo é um dos Objetivos Estratégicos do

Judiciário. A Assecom-CNJ persegue esse objetivo “com linguagem clara e

acessível, disponibilizando, com transparência, informações sobre o papel, as ações

e as iniciativas do Poder Judiciário, o andamento processual, os atos judiciais e

administrativos, os dados orçamentários e de desempenho operacional.”

A Assecom-CNJ é responsável por alimentar e organizar o canal de informação

entre o CNJ e o seu público. Tem como principal objetivo estabelecer a imagem do

Conselho e disseminá-la, por meio da divulgação de seus programas e ações. Além

disso, busca atingir um público das mais diversas realidades, seja ele interno, do

próprio Judiciário, seja representativo da sociedade. Seu campo de atuação é

enorme, visto que, apenas no âmbito interno, são 113 órgãos no Poder Judiciário,

entre Conselhos, Tribunais Superiores, Federais e Estaduais.

A Assecom-CNJ está localizada provisoriamente, visto que o CNJ ainda não conta

com sede própria, no Anexo I do Supremo Tribunal Federal, no 2° andar, em

Brasília-DF. A Assessoria foi criada junto com o órgão, para desenvolver atividades

no ramo jornalístico e de propaganda. Tem como objetivo aprimorar a comunicação

com o público externo disponibilizando informações sobre o papel, as ações e as

iniciativas do CNJ, andamento processual, atos judiciais e administrativos, dados

orçamentários. Utiliza a Ouvidoria como forma de aproximação com a sociedade. O

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público-alvo da Assecom-CNJ é basicamente o externo: Tribunais, Magistrados e

população em geral. Porém há uma grande preocupação com o público interno, os

servidores, para quem foram desenvolvidos canais específicos de comunicação.

A Assecom-CNJ, que investiu com comunicação e divulgação institucional, no último

quadrimestre de 2010, mais de R$ 2 milhões de reais, possui as seguintes linhas de

atuação:

• Papéis e ações do judiciário;

• Dados processuais e administrativos;

• Transparência/Clareza;

• Ouvidoria.

Conforme dados fornecidos pela Assecom-CNJ, o planejamento de marketing e

comunicação segue as diretrizes contidas nas Resoluções 70 e 85 do CNJ, que

dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estratégica e sobre a Comunicação Social

no âmbito do Poder Judiciário, respectivamente.

A Assecom-CNJ não possui laboratórios próprios para a impressão, edição de

imagens ou de áudio. A produção e edição de imagens é feita pela Fundação

Renato Azeredo, mediante supervisão e aprovação do CNJ. Já a parte de áudio é

feita nos estúdios da Rádio Justiça. As campanhas institucionais são produzidas por

agências de publicidade externas, como a DM9.

3.2. COMPOSIÇÃO DA ASSECOM-CNJ

A ASSECOM é composta por 23 funcionários, sendo 21 prestadores de serviços

terceirizados, um cargo de confiança, ocupado pelo atual assessor-chefe, Marcone

Gonçalves, e apenas um funcionário de carreira do CNJ. A grande maioria de

servidores possui formação em Jornalismo, porém existem profissionais graduados

em Relações Públicas, Radialismo, Publicidade e Marketing.

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4. COMUNICAÇÃO E MARKETING PARA O PÚBLICO EXTERNO

A ASSECOM-CNJ possui vários canais de comunicação com o público externo: Site;

Rádio CNJ; You Tube; Twitter. Além disso, a Comunicação Institucional é

responsável por desenvolver campanhas para divulgação de programas, projetos e

ações específicas do Conselho.

4.1. SITE

O site (figura 1) é o principal veículo de comunicação do CNJ com o público externo.

Nele, o usuário acessa a Agência CNJ, que disponibiliza notícias, imagens, artigos,

agenda. Todo material é elaborado pela própria ASSECOM-CNJ. Também é pelo

site que o público acompanha ao vivo as sessões de julgamento na TV Plenário e

pode ouvir a Rádio CNJ. Existem links para as páginas do CNJ no Youtube e no

Twiter. O usuário ainda tem opção de se cadastrar para receber as notícias pelo

sistema push ou via RRS. O site possuiu selo da Acessibilidade Brasil, o que

possibilita o acesso por pessoas portadoras de diversos tipos de deficiência.

4.2. RÁDIO CNJ

O Conselho Nacional de Justiça veicula diariamente na Rádio Justiça o programa

CNJ no Ar, que inicialmente se chamava Gestão Legal. Com duração de 20

minutos, o programa oferece informações sobre as decisões e programas do CNJ,

com notícias e entrevistas. Também se dedica a ressaltar ações nos tribunais

voltadas à modernização do Judiciário. No ar desde 9 de junho de 2008, o programa

é transmitido de segunda a sexta-feira, a partir das 10 horas da manhã. A Rádio

Justiça, que é do Supremo Tribunal Federal, pode ser sintonizada pelo 104,7 FM em

Brasília ou pelo endereço eletrônico www.radiojustica.jus.br. As últimas edições do

CNJ no Ar também são disponibilizadas na página do CNJ, para as emissoras de

rádio que desejarem retransmitir o programa.

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(Figura 1) Site do CNJ: página é bastante simples de ser navegar, mas apresenta alguns problemas

de layout e organização de conteúdo, como as campanhas publicitárias, que não são encontradas no

campo “Agência CNJ”, e sim diluídas dentro de cada programa e ação.

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4.3. YOUTUBE

O CNJ disponibiliza diariamente matérias veiculadas na TV Justiça e na mídia em

geral, com temas de interesse do Conselho, em seu canal no Youtube (figura 2).

São vídeos para quem não pode ver o programa ou para fonte de pesquisas

posteriores. O canal http://www.youtube.com.br/cnj existe desde 2006, tem 1.103

internautas inscritos e já exibiu o conteúdo de seus 1.600 vídeos mais de 147 mil

vezes. A partir desse ano, o CNJ também passou a disponibilizar o podcast do CNJ

no Ar (programa de rádio) no Youtube.

(Figura 2) CNJ NO YOUTUBE: os vídeos são separados em listas de reprodução por assunto, o que

facilita a localização, mas a inclusão do vídeo clipping é demorada, o que pode gerar pouco interesse

no usuário, pois a notícia estará antiga.

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4.4. TWITTER

Para tornar o acesso às principais notícias do site do CNJ mais prático, no dia 20 de

abril de 2010 foi criada uma página do Conselho no Twitter (figura 3), o CNJ_Oficial.

Toda vez em que o microblog é atualizado, os seguidores recebem o link da notícia

automaticamente.

(Figura 3) CNJ NO TWITER: a Assessoria de Comunicação está atenta ao surgimento de mídias

alternativas, consciente de que precisa se atualizar constantemente para atender as demandas de

novos públicos.

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4.5. CAMPANHAS

A Comunicação Institucional trabalha diretamente na elaboração das campanhas

institucionais para divulgar os programas e ações do CNJ (figura 4), como por

exemplo, Metas do Judiciário, Lei Maria da Penha, Movimento pela Conciliação,

Começar de Novo, Cadastro Nacional de Adoção, entre outros.

(Figura 4) COMEÇAR DE NOVO: exemplo das campanhas publicitárias produzidas pelo CNJ, com a

contratação de agências de publicidade externa. Os gestores de comunicação organizacional

precisam ficar atentos para não aprovarem peças como essa, com elementos claros de preconceito

racial, o que pode prejudicar a imagem da instituição.

5. COMUNICAÇÃO E MARKETING PARA O PÚBLICO INTERNO

A Comunicação Interna tem por objetivo motivar e comprometer magistrados e

servidores com a execução do Plano Estratégico do CNJ. Visa difundir uma cultura

de resultados, para tanto, preocupa-se com a qualidade de vida e com um clima

organizacional favorável. Embora a Comunicação Interna esteja atrelada à área de

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Gestão de Pessoas, é a Assecom-CNJ, por meio de sua Comunicação Institucional,

quem produz conteúdo para o público interno. Os principais canais de comunicação

interna são: Intranet; Jornal Mural e Boletim do Magistrado.

5.1. INTRANET

Desenvolvida em conjunto com a área de Recursos Humanos do CNJ, é um canal

de contato direto com o público interno. Na intranet, além de acessar o conteúdo da

internet, comum ao público externo, os servidores contam com conteúdo exclusivo.

Todo conteúdo é elaborado pela Assecom-CNJ.

5.2. JORNAL MURAL

Jornal disponibilizado nos murais, dispostos em todas as sessões e corredores, com

informações inerentes ao dia-a-dia dos servidores e com programação dos diversos

canais de comunicação para a semana seguinte. Todas as matérias são elaboradas

pela própria Assecom-CNJ, mas a diagramação, edição e impressão são efetuadas

por meio de serviço terceirizado.

5.3. BOLETIM DO MAGISTRADO

O boletim com notícias sobre o CNJ é enviado, por e-mail, para juízes,

desembargadores e ministros do Judiciário brasileiro.

6. ANÁLISE DO GRUPO

Historicamente, o Poder Judiciário construiu uma face um tanto sisuda (pelo excesso

de formalismo e linguagem inacessível à maioria da população), isolada (apesar da

Justiça ser una, cada Tribunal vivia em seu mundo próprio e particular sem se

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comunicar uns com os outros) e, de certa forma, distante da sociedade (por não

saber como estabelecer um canal de comunicação). No cumprimento de sua função

constitucional, o CNJ vem implantando uma série de ações com a tentativa de

mudar a face do Poder Judiciário Brasileiro. Entre as mudanças almejadas, uma

delas é a maneira de se relacionar com a sociedade. No processo de modernização

do Poder Judiciário, percebeu-se que a comunicação se revelou uma ferramenta

fundamental, e a área passou a ser priorizada.

A Resolução 85 do CNJ, resguarda um papel de destaque à Assecom-CNJ, como

órgão central do Sistema de Comunicação do Poder Judiciário, mas daí o que está

escrito se traduzir em realidade vai um longo caminho. Primeiro a Assecom-CNJ

precisa se estruturar para poder dar conta da missão que lhe fora confiada. Existem

assessorias de comunicação de tribunais bem mais desenvolvidas e estruturadas,

como, por exemplo, a do Supremo Tribunal de Justiça, cuja estrutura é inclusive

utilizada pela própria Assecom-CNJ.

A terceirização de quase todo o serviço resolve o problema da falta de quadro

pessoal próprio, mas a ausência de funcionários de carreira pode significar pouco

engajamento e comprometimento com os valores e missão do CNJ. A ausência de

uma equipe própria de marketing – as campanhas são realizadas por agências de

publicidade externas – pode representar um custo alto, nem sempre compatível com

a qualidade apresentada. Em geral, as campanhas institucionais do CNJ são boas,

mas ainda assim existem falhas. Como, por exemplo, a campanha Começar de

Novo (figura 4, acima), que criou enorme polêmica pelos ingredientes de preconceito

racial. O gestor de comunicação organizacional deve estar atento para vetar tais

materiais, que prejudicam a imagem da instituição. Além disso, o CNJ que prima

pela economia de recursos públicos, ainda aproveita muito pouco do que é

produzido pelas assessorias dos tribunais. Veja como exemplo, a campanha de

2009 feita pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Um ano depois, a agência de

publicidade contratada pelo CNJ fez uma fez que é replica do que o TJDFT tinha

feito (figura 5). Não precisava ter pagado para uma agência fazer isso. Bastava ter

acordado com o TJDFT para utilização das peças nas campanhas co CNJ.

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(Figura 5) CAMPANHA DA CONCILIAÇÃO: o CNJ pagou para uma agência de publicidade fazer

uma campanha que era praticamente réplica das peças utilizadas pelo TJDFT no ano anterior. Não

precisava ter gasto recursos públicos com isso, bastava pedir para utilizar as peças produzidas pelo

TJDFT.

Ademais, muitas vezes o material que produz fica aquém de outras assessorias.

Basta comparar as campanhas para a Lei Maria da Penha desenvolvidas pelo

TJDFT e CNJ (figura 6). Neste caso, pelo menos, o CNJ reconheceu a superioridade

da primeira e resolveu adotá-la a partir de então.

(Figura 6) LEI MARIA DA PENHA: o próprio CNJ reconheceu a superioridade da campanha do

TJDFT e resolveu adotar sua campanha.

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A partir da elaboração da matriz SWOT abaixo, com a pontuação das forças e

fraquezas, ameaças e oportunidades, foi possível visualizar e analisar a atuação da

Assecom-CNJ, propondo sugestões de melhorias.

(S) FAVORÁVEL

(FORÇAS)

(W) DESFÁVORAVEL

(FRAQUEZAS)

Boa qualificação dos

profissionais envolvidos.

Equipe trabalha num ambiente

de união e respeito mútuo.

Infraestrutura física atual não atende

às necessidades e à demanda de

trabalhos. Como o CNJ ainda não

possui sede própria, falta de espaço

físico para os próprios funcionários

trabalharem.

Possui grande variedade de

canais de comunicação.

Falta de funcionários de carreira.

Excesso de terceirizados. Pode afetar

o nível de comprometimento com a

missão do CNJ.

Exemplo de bom atendimento

ao público (confirmado pelo pronto atendimento ao

grupo para realização do presente trabalho).

Faltam laboratórios próprios de rádio,

vídeo. Atualmente utiliza a estrutura

do Supremo Tribunal de Justiça.

FA

TO

RE

S IN

TE

RN

OS

(OR

GA

NIZ

ÃO

)

A Assecom-CNJ está bem

amparada “legalmente” com a

Resolução 85 do CNJ, onde

ficam claras suas atribuições.

Campanhas institucionais são feitas

por agências externas de publicidade.

Não há equipe própria de marketing.

(O) OPORTUNIDADES (T) AMEAÇAS

FA

TO

RE

S

EX

TE

RN

OS

(AM

BIE

NT

E)

Amplo reconhecimento da

mídia e da sociedade em geral

pelo trabalho que o CNJ

realiza.

Contingenciamento do Orçamento.

Obcecada por metas a presidente

Dilma Rousseff vai redefinir

prioridades e cortar gastos, algo em

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torno de R$ 35 bilhões do Orçamento,

o que pode atingir o CNJ e, por

conseqüência o trabalho da Assecom.

Sociedade passou a exigir

mais transparência das ações

governamentais, o que propicia

a valorização e o

fortalecimento das assessorias

de comunicação.

Desenvolvimento tecnológico

acelerado exige preocupação

constante com a modernização e

adesão a novas mídias.

Boa abertura das lideranças do

Judiciário e Legislativo quanto

à proposição de novas leis que

beneficiarão a Comunicação

Social em geral.

Boicote dos Tribunais, muitos deles

com assessorias de comunicação

mais antigas e bem mais estruturadas,

acostumadas a trabalhar com

autonomia, sem interferência do CNJ.

7. SUGESTÕES DE MELHORIAS

Após análise do funcionamento, feita a partir de observações do grupo durante visita

à sede, e a partir da análise dos produtos e serviços desenvolvidos pela Assecom-

CNJ, segue sugestões para melhorar o desempenho da Assessoria, no cumprimento

de suas atribuições:

a. Ampliação da área física da Assecom-CNJ, o que de fato só será resolvido com a

instalação da sede própria do CNJ;

b. realização de concurso público para contratação de funcionários de carreira, com

formação nas diversas habilitações da Comunicação Social;

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c. implantação de laboratórios de áudio, vídeo e jornalismo, para evitar a

terceirização e aumentar o controle de qualidade das peças produzidas;

d. criação de uma área de marketing no âmbito da Assecom-CNJ, para não

depender da contratação de agências de publicidade externas;

e. criação de uma área de logística integrada com a Assecom-CNJ, para controle

da distribuição e veiculação das peças produzidas;

f. melhorar o fluxo de colaboração com as assessorias de comunicação dos

tribunais, promovendo parcerias para aproveitar os melhores trabalhos, evitando

retrabalho e dispêndio de dinheiro público;

g. pontualmente, o layout do site poderia ser melhorado. Existe um vão enorme em

branco e uma longa coluna à direita que exige que o usuário vá descende

interminavelmente pela barra de rolagem da tela (vide figura 1). As campanhas

não estão disponíveis na área de comunicação e sim diluídas dentro de cada

programa ou ação, o que dificulta sua localização no site. Logo, poderiam ser

reorganizadas em área própria, destinada à comunicação.

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APÊNDICE 1 Questionário sobre a atuação da Assecom-CNJ

1. Qual a política da comunicação interna e externa do Conselho?

2. Quais canais são utilizados para a comunicação com o público interno? O

CNJ possui canal de mensagens diretas a funcionários ou apenas via e-mail e

intranet?

3. Houve parceria das áreas de Comunicação e Tecnologia para a construção

do ambiente Intranet do Conselho? Como foi o processo?

4. Quanto à produção das peças, o CNJ possui laboratórios e equipamentos

para realização dos trabalhos ou esse serviço é terceirizado?

5. Como são preparados os materiais a serem veiculados via rádio? A ASCOM

possui acervo para consultas posteriores? Como acessá-los?

6. Os vídeos institucionais produzidos são apenas veiculados pela Intranet e TV

Justiça? Como é efetuada sua produção?

7. Existe um acervo das peças audiovisuais produzidas?

8. A assessoria de comunicação possui um site próprio? Ele possui conteúdos

exclusivos para funcionários ou qualquer pessoa tem acesso às informações?

9. As notícias que tramitam pela intranet são veiculadas somente pela ASCOM,

ou algum outro setor também possui esse acesso? Como é o relacionamento

entre os setores?

10. Quais os desafios para evolução da área de Comunicação no CNJ hoje? A

burocracia é um empecilho?

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BIBLIOGRAFIA

Site do Conselho Nacional de Justiça

http://www.cnj.jus.br/

Acesso em 5/1/2011

Resolução CNJ nº 70, de 18 de março de 2009 e anexos

http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_70.pdf

http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_70_i.pdf

http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_70_ii.pdf

http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_70_mapacnj.pdf

http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_70_planocnj.pdf

http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/emenda_rescnj70.pdf

Acesso em 6/1/2011

Relatório Simplificado de Gestão Orçamentária referente ao segundo

quadrimestre de 2010

https://www.cnj.gov.br/images/Relatorio_Simplificado_Gestao_Orcamentaria/2_q_20

10_rsgo.pdf

Acesso em 6/1/2011

Resolução CNJ nº 85, de 8 de setembro de 2009

http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8629:resoluca

o-no-85-de-08-de-setembro-de-2009&catid=57:resolucoes&Itemid=1085

Acesso em 6/1/2011