O conto popular

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Era uma vez… Madalena Fernandes ESPAN 2013/14 Madalena Fernandes ESPAN –Queluz - 2013/14

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Era uma vez…

Madalena FernandesESPAN 2013/14

Madalena FernandesESPAN –Queluz - 2013/14

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Desde pequeninos ouvimos histórias contadas por alguém, seja por familiares, amigos ou,

até, pelo próprio professor. Quem não conhece a história do

Capuchinho Vermelho, A Bela Adormecida, Os Três Porquinhos,

entre tantas outras, não é verdade?

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Acabaram de ouvir

um conto.

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O conto é uma narrativa curta e fictícia. O termo “narrar” significa contar um ou vários acontecimentos, que podem ser reais ou irreais.

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Vamos ver, agora, as

suas característi

cas.

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ESTRUTURA

• Introdução: apresentação do protagonista, do espaço e do tempo.

Muitas vezes iniciada por “Era uma vez…”;• Desenvolvimento: Aparecimento de uma série de peripécias,

que atingem um ponto culminante;• Desfecho: O equilíbrio é estabelecido “…e viveram

felizes para sempre.”

*O conto é uma narrativa fechada. Ficamos a saber o fim das personagens.

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Vamos exemplificar com o conto A Aia de Eça de Queirós.

1ª parte, a introdução:

“Era uma vez um rei, moço e valente, senhor de um reino abundante em cidades e searas, que partira a batalhar por terras distantes, deixando solitária e triste a sua rainha e um filhinho, que ainda vivia no seu berço, dentro das suas faixas…”

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“A lua cheia que o vira marchar, levado no seu sonho de conquista e de fama, começava a minguar, quando um dos seus cavaleiros apareceu, com as armas rotas, negro do sangue seco e do pó dos caminhos, trazendo a amarga nova de uma batalha perdida e da morte do rei, trespassado por sete lanças entre a flor da sua nobreza, à beira de um grande rio.

A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda desoladamente o esposo, que era formoso e alegre. Mas, sobretudo, chorou ansiosamente o pai, que assim deixava o filhinho desamparado, no meio de tantos inimigos da sua frágil vida e do reino que seria seu, sem um braço que o defendesse, forte pela força e forte pelo amor…”

2ª parte, o desenvolvimento:

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Aqui, percebemos o clímax, ou, seja o momento de maior expectativa.

“… Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela adormecer, já despida, no seu catre, entre os seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou ansiosamente. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesados e rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente sobre lajes, como um fardo. Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas ... Num relance tudo compreendeu - o palácio surpreendido, o bastardo cruel vindo roubar, matar o seu príncipe! Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga e tirando o seu filho do berço servil, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real, que cobriu com um brocado. Bruscamente um homem enorme, de face flamejante, com um manto negro sobre a cota de malha, surgiu à porta da câmara, entre outros, que erguiam lanternas. Olhou – correu ao berço de marfim onde os brocados luziam, arrancou a criança, como se arranca uma bolsa de ouro, e, abafando os seus gritos no manto, abalou furiosamente…”

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“Agarrara o punhal, e com ele apertado fortemente na mão, apontando para o céu, onde subiam os primeiros raios do Sol, encarou a rainha, a multidão, e gritou:

— Salvei o meu príncipe, e agora... vou dar de mamar ao meu filho. E cravou o punhal no coração.”

3ª parte, o desfecho:

Nota: Como podes constatar, nem sempre acaba bem.

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Ação

Narrativa breve e única:Geralmente, sem intrigas

secundárias;Com caráter moralizador e

lúdico.

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PERSONAGENS• Número reduzido;• Normalmente, não têm

nome;• São personagens-tipo*;• Os heróis e os vilões, que

representam o Bem e o Mal, ou seja, as qualidades e os defeitos do ser humano;

• Vitória do Bem sobre o Mal.

Princesas sempre bonitas e boas;

Bruxas más;Príncipes fortes e

corajosos;Madrastas

malvadas.

*As personagens-tipo representam um determinado grupo social: o rei; o cavaleiro; a velha; o sapateiro; o avarento;…

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TEMPO

• Curto, indefinido e indeterminado:

“Era uma vez…” “Há muitos, muitos

anos…” “No tempo em que os

animais falavam…”

Remete para um tempo longínquo, mas sem dizer “quando”.

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ESPAÇO

• Reduzido, indefinido e indeterminado:

A ação desenrola-se num palácio/castelo; numa floresta; num deserto; numa aldeia; numa terra;…

O local não é bem especificado. Não é referido exatamente “onde”.

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Simbologia

• O nº 3:• A rosa:• O beijo:• A juventude da

heroína:• Desafios propostos

ao herói:• O nº 7:• A pomba branca:

• Perfeição• O amor• O renascimento• Pureza e inocência• Amadurecimento• As 7 maravilhas• A paz

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Mas qual é a sua

origem?

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Origem

Antigamente, as pessoas, nos seus serões, contavam histórias irreais ou verídicas, pois não tinham outra diversão. Geralmente essas histórias eram contadas à lareira.Mas já no séc. XVII, em França, Charles Perrault reunira alguns contos tradicionais, passando-os à escrita. No séc. XIX, os Irmãos Grimm, na Alemanha, ou Teófilo Braga e Almeida Garrett, em Portugal, fizeram o mesmo, publicando muitas histórias que até aí não tinham sido escritas.

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“A sua origem perdeu-se no tempo. Ninguém é dono e senhor dos contos populares. Por isso, cada povo e cada geração contam-nos à sua maneira, às vezes corrigindo e acrescentando um ou outro pormenor no enredo. Daí o provérbio: “Quem conta um conto acrescenta um ponto”.”Podem existir várias versões de um mesmo relato.”

(in Alexandre Parafita “Histórias de arte e manhas”, Texto Editores, Lisboa, 2005, p. 30)

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Hans Christian Andersen (Dinamarca) – sec.XIX

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Contos portugueses

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FUNÇÃO

O conto foi criado e enriquecido pela imaginação popular e procura deleitar, entreter ou educar o ouvinte.

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