O Céu é o Limite jornal a saúde nas suas mãos aude...

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jornal Ano 4 - Nº 44 Novembro 2013 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro O Céu é o Limite MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA Pediatria na Meditex Dia Mundial da Luta Contra o VIH/Sida Juntese à marcha! Conheça os serviços de pedia- tria da clínica Meditex. Aten- ção, humanismo e profissiona- lismo garantem maior qualidade de vida às crianças e um eleva- do nível de satisfação por parte dos seus familiares. |14 Conheça as vantagens, des- vantagens e tome a sua deci- são. |24 e 26 Mau hálito Quais as causas e como tratar. |20 Veneno doce Os números são alarmantes: 347 milhões de pessoas a nível mun- dial têm diabetes, mais de 3,4 milhões morreram, em 2004, em consequência de glicemia elevada, das quais 80% em países de baixa e média renda, segmento onde Angola se situa. Se não quer entrar nessa estatística leia e cum- pra as recomendações que publi- camos nesta edição, a propósito do dia mundial da diabetes que se comemora a 14 de Novembro. |3,16 e 18 Prevenção contra a cólera A população deve unir-se aos esforços do governo para evitar esta doença, tomando medidas básicas de higiene e tratando a água para o consumo. |22 Sábado, 30 de Novembro, con- centração entre as 7 e as 9 horas na Cidadela. Marcha até ao 1º de Maio. Organização do CEC - Comité Empresarial Contra o VIH e SIDA em Angola, entidades da sociedade civil (ANASO), e Instituto Nacional da Luta Contra a Sida. Apoio do Jornal da Saúde de Angola. |30 aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da Enfermeiros dão as mãos pela humanização dos seus serviços Maria Teresa Vicente Bastonária da Ordem dos Enfermeiros de Angola “Humanizar para melhor cuidar” é o lema do II Congresso da Ordem dos Enfermeiros de Angola que prevê reunir mais de 2.500 profissionais, de 26 a 30 de Novembro, em Luanda. Um programa científico de excelência, confor- me relata, em entrevista ao Jornal da Saúde, a Bastonária, MariaTeresaVi- cente, para quem “o profissional de enfermagem assume um papel cada vez mais decisivo e proactivo no que se refere à identificação das necessidades do cuidado da população, bem como na promoção e protecção da saúde dos in- divíduos nas suas diferentes dimensões”. |6 Chupetas sim não ou

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jornalAno 4 - Nº 44 Novembro2013Mensal Gratuito

Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

O Céu é o Limite

MINISTÉRIO DA SAÚDE

GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Pediatria na Meditex

Dia Mundial da Luta

Contra o VIH/Sida

Junte-se à marcha!

Conheça os serviços de pedia-

tria da clínica Meditex. Aten-

ção, humanismo e profissiona-

lismo garantem maior qualidade

de vida às crianças e um eleva-

do nível de satisfação por parte

dos seus familiares. |14

Conheça as vantagens, des-

vantagens e tome a sua deci-

são. |24 e 26

Mau hálitoQuais as causas e como tratar. |20

Veneno doceOs números são alarmantes: 347

milhões de pessoas a nível mun-

dial têm diabetes, mais de 3,4

milhões morreram, em 2004, em

consequência de glicemia elevada,

das quais 80% em países de baixa

e média renda, segmento onde

Angola se situa. Se não quer

entrar nessa estatística leia e cum-

pra as recomendações que publi-

camos nesta edição, a propósito do

dia mundial da diabetes que se

comemora a 14 de Novembro.

|3,16 e 18

Prevenção contra a cóleraA população deve unir-se aos

esforços do governo para evitar

esta doença, tomando medidas

básicas de higiene e tratando a

água para o consumo. |22

Sábado, 30 de Novembro, con-

centração entre as 7 e as 9

horas na Cidadela. Marcha até

ao 1º de Maio. Organização do

CEC - Comité Empresarial

Contra o VIH e SIDA em

Angola, entidades da sociedade

civil (ANASO), e Instituto

Nacional da Luta Contra a Sida.

Apoio do Jornal da Saúde de

Angola. |30

audea saúde nas suas mãos

A N G O L A

da

Enfermeiros dão as mãospela humanização dos seus serviços

Maria Teresa Vicente Bastonária da Ordem dos Enfermeiros de Angola

“Humanizar para melhor cuidar” é o lema do II Congresso da Ordem dos

Enfermeiros de Angola que prevê reunir mais de 2.500 profissionais, de 26 a

30 de Novembro, em Luanda. Um programa científico de excelência, confor-

me relata, em entrevista ao Jornal da Saúde, a Bastonária, Maria Teresa Vi-

cente, para quem “o profissional de enfermagem assume um papel cada vez

mais decisivo e proactivo no que se refere à identificação das necessidades do

cuidado da população, bem como na promoção e protecção da saúde dos in-

divíduos nas suas diferentes dimensões”. |6

Chupetas

sim nãoou

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Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano daFaculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Car-valho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Con-ceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isa-bel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Jo-seth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuelade Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta: Maria Odete Manso Pinheiro [email protected];

Redacção: Andreia Pereira; Esmeralda Miza; Luís Óscar; MadalenaMoreira de Sá; Mara Mota; Maria Ribeiro; Patrícia Van-Dúnem.Co-rrespondente provincial: Elsa Inakulo (Huambo) Publicidade:Maria Odete Pinheiro Tel.: 935 432 415 [email protected] Revisão:Marta Olias; Fotografia:António Paulo Ma-nuel (Paulo dos Anjos). Editor:Marketing For You, Lda - Rua Dr. Alves daCunha, nº 3, 1º andar - Ingombota, Luanda, Angola, Tel.: +(244) 935432 415 / 914 780 462, [email protected]. Conservató-ria Registo Comercial de Luanda nº 872-10/100505, NIF5417089028, Registo no Ministério da Comunicação Social nº

141/A/2011, Folha nº 143.Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670 Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís Morais Salvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem:Fernando Almeida; Impressão e acabamento:Damer Gráficas, SATransportes: Francisco Carlos de Andrade (Loy) Distribuição e assinaturas: AfricanaTiragem: 20 000 exemplares. Audiência estimada: 100 mil leitores.

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ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente

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e o desenvolvimento sustentável do país.

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Planeamento e Controlo de Gestão na Saúde - 25 a 29 de Novembro de 2013

www.jornaldasaude.org

2 AcTUALIdAdE Novembro 2013 JSa

O QUE PROMETEMOS

AO LEITORA saúde é um estado de completo bem-estar físico,mental e social, e não simplesmente a ausência dedoença ou enfermidade. Trata-se de um direito hu-mano fundamental. A conquista de um elevado ní-vel de saúde é a mais importante meta social.A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimen-to pessoal e social, através da melhoria da informa-ção, educação e reforço das competências que ha-bilitem para uma vida saudável. Deste modo, o lei-tor fica mais habilitado a controlar a sua saúde, o am-biente, e fazer opções conducentes à sua saúde. Prometemos contribuir para: – Melhorar e prolongar a vida do leitor, através daeducação, informação e prevenção da saúde; – Contribuir para se atingirem os objectivos e metasda política nacional de saúde e os Objectivos do Mi-lénio, através da obtenção de ganhos em saúde nasdiferentes fases do ciclo de vida, reduzindo o pesoda doença;– Constituir um referencial de formação e um repo-sitório de informação essencial para os profissionaisde saúde.Queremos estreitar a relação consigo, incentivandoa sua participação em várias secções do Jornal daSaúde. Envie-nos os seus textos, comentários e su-gestões.

E-mail [email protected] 932 302 822 / 914 780 462www.jornaldasaude.org www.ordemmedicosangola.org

Enfermagem é a arte de cuidar e a ciência cuja

essência e especificidade é a assistência/cuidado

ao ser humano, individualmente, na família, ou em

comunidade, de modo integral e holístico. O en-

fermeiro desenvolve de forma autónoma, ou em

equipa, actividades de promoção, protecção, pre-

venção, reabilitação e recuperação da saúde, pos-

suindo conhecimento científico para tal.

Em Angola, os enfermeiros têm desempenhado

ao longo de décadas um papel ímpar a cuidar da

saúde das pessoas, geralmente em condições

muito adversas. E, cada vez mais, o enfermeiro as-

sume um papel decisivo e proactivo na identifica-

ção das necessidades do cuidado da população,

bem como na promoção e protecção da saúde

dos indivíduos em suas diferentes dimensões.

Vem este tema a propósito do II Congresso In-

ternacional que a Ordem dos Enfermeiros de

Angola, sob a coordenação da Bastonária Maria

Teresa Vicente, realiza no final deste mês, com

um vasto programa científico de excelência e o

objectivo de reflectir, avaliar e debater um con-

junto alargado de temáticas ligadas ao exercício

da profissão.

O lema não poderia ser mais adequado aos tem-

pos que correm e aos desafios que enfrentamos

no actual estádio do processo de reconstrução

nacional: Humanizar para melhor cuidar.

O Jornal da Saúde está convosco!

Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]

Humanizar paramelhor cuidar

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AcTUALIdAdE 3Novembro 2013 JSa

Em alusão ao mês da luta contra o cancro da ma-ma, e no âmbito da sua responsabilidade social cor-porativa na área da saúde, a Chevron promoveu, a31 de Outubro, em Cabinda, uma campanha desensibilização sobre a doença e as suas conse-quências. A iniciativa contou com a colaboração daFundação Mulher Contra o Cancro da Mama e doCentro nacional de Oncologia.

O evento, organizado pelo departamento dePolíticas, relações Públicas e Governamentais daChevron, decorreu no salão multi-uso do Tafe, con-tando com a presença do governo provincial deCabinda, e de órgãos de comunicação social locais.

Sensibilizar o público

O cancro da mama é uma preocupação para asaúde pública em Angola, liderando a lista de can-cros diagnosticados no país. O objectivo da Che-vron, com esta iniciativa, é de alertar e sensibilizaro público sobre a doença.

durante a campanha, uma equipa de profissio-nais da Secretaria Provincial de Saúde de Cabindaefectuou consultas de triagem sobre a doença, en-sinou os participantes a realizarem o auto-exame

da mama, e distribuiu informação sobre a doença.A campanha esteve também aberta ao público emgeral. O evento contou com um testemunho acer-ca do cancro da mama, da autoria da presidente daFundação Mulher contra o Cancro da Mama, Van-da Freire.

“A Chevron continua a apoiar os esforços doGoverno e do Ministério da Saúde na luta contrao cancro da mama. Os países com baixo e médiorendimento demonstram algumas dificuldadesem lidar com o cancro da mama e do útero, con-siderados os mais perigosos para mulheres acimados 30 anos de idade. Estes países necessitam deimplementar estratégias para resolver os proble-mas de saúde pública de forma eficiente e efecti-va. As campanhas de sensibilização para o cancroda mama da Chevron visam alertar a população,em especial as mulheres, para a necessidade deadoptar comportamentos positivos e proactivosno diagnóstico e tratamento do cancro da ma-ma.”, disse Vanda Andrade, directora Geral de Po-líticas, relações Públicas e Governamentais, re-cursos Humanos e Serviços Médicos da Che-vron.

Chevron promove campanha de luta contra o cancro da mama A companhia pretende alertar a população sobre a doença e as suas consequências

Parabéns farmacêuticos angolanos!

A Ordem dos Farmacêuticosde Angola (OFA) já é uma rea-lidade, o que representa umagrande honra para todos osseus profissionais e uma mais-valia para o nosso país.

A sua proclamação aconte-ceu no final do mês de Outu-bro. Entre as suas atribuiçõesdestaca-se a colaboração nadefinição e execução da políti-ca de saúde em cooperaçãocom o Estado, a defesa da dig-nidade da profissão farmacêu-tica, a atribuição do título pro-fissional e a regulamentaçãodo exercício da respectivaprofissão.

A cerimónia homologadapelo secretário de Estado paraa Saúde, Carlos Alberto Mas-seca, em representação do Mi-nistro da Saúde, José Van-dú-nem, serviu igualmente para atomada de posse de Boaventu-ra Moura como primeiro bas-tonário e presidente do conse-lho nacional da OFA, de Joãolelessa como presidente damesa da Assembleia Geral, e dePombal Mayembe, como presi-dente do Conselho Fiscal, paraum mandato de quatro anos.

Estiveram ainda presentespara testemunhar o acto, o

bastonário da Ordem dos Far-macêuticos de Portugal, Mau-rício Barbosa, Joaquim luísPascoal em nome do Governoda Província de luanda, basto-nários das Ordens profissio-nais existentes em Angola, re-presentantes de associaçõesda saúde, directores centrais eprovinciais do Ministério, en-tre outras altas individualida-des governamentais.

O secretário de Estado daSaúde, Carlos Alberto Masse-ca, considera que a referidaOrdem tem a responsabilida-de de velar pela formação con-tínua e permanente dos pro-fissionais deste ramo, comotambém cumprir com o códi-go de ética e deontologia queaprovaram na assembleiaconstituinte do estatuto daOFA.

MARA MOTA

www.ordemfarmaceuticosangola.org

Diabéticos precisam de apoio

uma gala de beneficência foirealizada a 14 deste mês (diamundial da diabetes), em luan-da, pela Associação dos diabéti-cos de Angola (ASdA) com oobjectivo de angariar fundos pa-ra apoiar todos os portadoresda doença associados. Segundoa presidente da Associação, Fi-lomena Quiosa, a criação decondições sociais de qualidade,melhoria da assistência médicae medicamentosa dos pacientescom diabetes, a elevação do ní-vel de confiança no seio da famí-lia e na sociedade são as princi-pais prioridades da instituiçãoque existe há nove anos.

Em gesto de solidariedade, oMinistro da Saúde, José Van-dú-nem, fez-se presente e afirmouao JS que a ASdA é uma asso-ciação com quem o ministériotem boas relações e que ele, emparticular, tem um grande apre-ço, pois trata-se de um parceiroimportante das instituições pú-blicas no sentido de se encon-trarem os melhores caminhospara servir uma população deutentes que vai crescendo emtodo país e que necessita de in-terlocutores que permitam fa-zer chegar aos poderes públicos

aquilo que se pode fazer para,mais rapidamente, se responderàs expectativas deste grupo al-vo.

Questionado sobre o núme-ro de doentes no país, o minis-tro José Van-duném disse nãohaver no momento númerosexactos mas tem-se a noçãoque os mesmos são crescentes“infelizmente” resultado dosnovos estilos de vida e dietasmenos saudáveis.

“Mundialmente a diabetesconcorre para as primeiras cau-sas de morte e, no nosso con-

texto, rivaliza com a hiperten-são arterial no quadro dasdoenças crónicas. A preocupa-ção é que esta é uma doençaque dura a vida toda e, se não adetectarmos precocemente,acaba por ter implicações gra-ves na qualidade de vida daspessoas. Afecta os rins, levandoas pessoas a fazer a hemodiáli-se, e outros órgãos, de modoque “é de todo desejável que sefaça o controlo, a prevenção e odiagnóstico precoce” exortou.

conselhos aos leitores

A pedido do Jornal da Saúde,o ministro deixou alguns conse-lhos baseados no seu próprioestilo de vida. “Todas as pessoasdevem fazer actividade física re-gularmente. Faço caminhadas,alternadas com ginástica, todosos dias!”

A bebida alcoólica deve serconsumida moderadamente, as-sim como as gorduras e carnesvermelhas.

Aos profissionais de saúde, oconselho deixado é “não perdera oportunidade cada vez queum doente for fazer uma con-sulta aproveitar para controlara glicemia”.

Luanda, 5 e 6 de dezembro 2013

PrESIdEnTE dA ASdA, FIlOME-nA QuIOSA “A criação de

condições sociais de qualida-

de, melhoria da assistência

médica e medicamentosa dos

pacientes com diabetes são as

principais prioridades da ins-

tituição”

MInISTrO dA SAúdE, JOSé VAn-dúnEM “Esta doença dura a vida toda e, se não a detectarmos

precocemente, acaba por ter implicações graves na qualidade de vida das pessoas”

SuzAnA ABrEu Directora de Relações Públicas

da Chevron em Cabinda.

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4 aCtualidade Novembro 2013 JSA

O inventor angolano InácioAugusto Simão conquistouuma medalha de ouro naFeira de Ideias, Inovações eNovos Produtos (IENA),em Nuremberga, Alema-nha, no início deste mês,com um software que tra-duz a linguagem gestualusada por surdos-mudospara línguas nacionais, e vi-

ce-versa, o que permite aestes deficientes passarema comunicar com terceiros,facilitando significativa-mente a sua integração so-cial e profissional.Também Mabiala Da-

masco trouxe uma medalhade bronze e o grande pré-mio atribuído pela Associa-ção Europeia de Inventorespela criação de um disposi-tivo que, com recurso a umproduto natural da flora an-golana, estanca a progres-

são da cárie dentária.Na senda das distinções,

o inventor Inácio AugustoSimão foi ainda agraciadocom medalha de prata porter apresentado um supor-te de velas que faz a recicla-gem da cera, produzindouma nova vela, e igualmen-te medalha de prata para oinventor Ricardo Figueire-do, com a máquina auto-mática de limpar janelasem arranha-céus, com o re-aproveitamento da água

utilizada para fins sanitá-rios ou rega.Os outros agraciados

com prata foram os inven-tores Mpanda Makambua,com a concepção de mate-rial didáctico, a partir demateriais de uso vulgar, pa-ra o ensino da óptica geo-métrica, e Hélder Silva peloconjunto de 10 obras apre-sentadas.Medalhas de bronze fo-

ram ainda atribuídas a MaviNguengo, com a geleira in-

teligente (avisa por SMSquando um produto ultra-passou o prazo de validade)e Adilson Octávio da Costa,com um sistema de paga-mentos por impressão digi-tal.Os inventores entram

agora numa fase de apro-fundamento técnico-cientí-fico das suas invenções, re-gisto das patentes e procurade parceiros na indústriapara o seu desenvolvimen-to, conforme revelaram à re-

portagem do Jornal da Saú-de que acompanhou a dele-gação a Nuremberga.O director nacional de

Tecnologia e Inovação, Ga-briel Luís Miguel, foi distin-guido com uma medalha deouro e um diploma de méri-to pelo empenho que o Mi-nistério da Ciência e Tecno-logia (Minct) tem dado aosinventores nacionais, com acolaboração da Associaçãodos Inventores Angolanos eo apoio da BP Angola.

Inventores angolanos ganham medalhas em certame internacionalRui MoReiRa de Sá,

em Nuremberga

Com criações na área da saúde

“Os

inventores

procuram parceiros

para o

desenvolvimento e

lançamento no

mercado das suas

invenções”

1A delegação angolana de inventores,

chefiada pelo director nacional de tec-

nologia e inovação, do MINCT, Gabriel

Miguel, com o apoio da BP Angola, es-

teve em grande destaque na Feira de

Ideias e Inovações, em Nuremberga, ao

arrecadar dez prémios, entre medalhas

e diplomas de mérito

2 e 4 O inventor angolano Inácio Au-

gusto Simão conquistou uma medalha

de ouro com um software que traduz a

linguagem gestual usada por surdos-

mudos para línguas nacionais, e vice-

versa, o que permite a estes deficientes

comunicarem com terceiros, facilitan-

do a sua integração social e profissio-

nal. 3 Mabiala Damasco premiado pela

criação de um dispositivo que estanca

a progressão da cárie dentária 5 A ale-

gria estampada no rosto dos invento-

res que exibem as suas medalhas: Mavi

Nguengo, Ricardo Figueiredo, Inácio Si-

mão, Adilson Costa e Mabiala Damasco

1

2

3

5

4

O antiepilético da BIAL, o primeiro medica-mento de patente e investigação portuguesa,acaba de ser aprovado pelo regulador domercado farmacêutico norte-americanoFood and Drug Administration (FDA) paracomercialização nos Estados Unidos. Esta aprovação vem possibilitar que, pela

primeira vez na história, um medicamentoinovador português seja vendido nas farmá-cias norte-americanas, o que representa ummarco para BIAL.“Depois da Europa, é com enorme satis-

fação que vemos agora reconhecido o nossotrabalho de quinze anos de investigação pe-las autoridades reguladoras norte-america-nas, cujos padrões de exigência, tais como os

da EMA (Agência Europeia do Medicamen-to), são extraordinariamente elevados”, afir-ma António Portela, CEO do grupo BIAL. Deacordo com o representante da Bial em An-gola, Nuno Cardoso, “este medicamento po-de ser introduzido no mercado angolano emqualquer altura, mas até agora ainda nãohouve solicitações”. Será, todavia, “um pro-duto caro pois não há comparticipações”,afirmou.O desenvolvimento deste medicamento

para a epilepsia, que no continente europeu écomercializado desde 2009 sob a marca ZEBI-NIX® e nos EUA terá o nome comercial AP-TIOM®, envolveu 15 anos de investigação e uminvestimento superior a 300 milhões de euros.

O antiepilético da BIAL tem como princí-pio ativo o acetato de eslicarbazepina e é ummedicamento de toma única diária aprova-do pelas autoridades regulamentares de 39países para o tratamento adjuvante de adul-tos com crises epiléticas parciais, com ousem generalização secundária. A aprovação agora obtida tem como base

os dados dos ensaios clínicos de fase III, queenvolveram mais de 1400 doentes em 35 paí-ses, incluindo os Estados Unidos da América. A epilepsia é uma das doenças neurológi-

cas mais comuns, afetando, de acordo coma Organização Mundial de Saúde, aproxima-damente 50 milhões de pessoas em todo omundo.

Antiepilético da BIAL aprovado nos EUA Medicamento português já é comercializado em 18 países europeus

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JSA Novembro 2013 9Saúde Huambo

— Na generalidade, comocaracteriza o estado de saú-de mental dos habitantes doHuambo?— A doença mental caracte-riza-se por um desequilíbriopsíquico do indivíduo dei-xando-o fora da realidade doambiente em que vive. NoHuambo há uma grandemorbilidade pois existemainda muitas doenças psicó-ticas como a esquizofrenia,com maior incidência, e ospsicotraumas, devido a con-flitos familiares e problemassociais. Seguem-se as pertur-bações mentais devido aouso excessivo do álcool. De-paramo-nos ainda com

transtornos de personalida-de, neurose, depressão e ou-tros problemas mentais re-sultantes de enfermidadesinfecciosas, nomeadamentea malária cerebral, VIH eneurosífilis, que são doençasmuito frequentes na provín-cia. A idade mais frequentede doentes é entre os 15 e os25 anos. Porém, temos mui-tos em idade adulta queapresentam transtornos psí-quicos como consequênciada guerra. — Fale-nos da capacidadede atendimento da área depsiquiatria.— O serviço de psiquiatria dohospital tem uma capacida-de de 70 camas. Neste mo-

mento, contam-se 26 pacien-tes internados entre os quais12 do sexo feminino. Temosoutras dezenas de doentesque recebem tratamentoambulatório, como é o casodas sessões de psicoterapia.Proximamente estabelecere-mos seguimento na comuni-

dade para aqueles que rece-berem alta, que incluirá adeslocação dos profissionaisàs comunidades até ao fimdo tratamento.— Que trabalho está a serfeito para combater asdoenças mentais?— O Hospital, em conjunto

com a Direcção Provincial daSaúde, está a desenvolver umsistema que prima por medi-das de promoção, preven-ção, atenção médica e de rea-bilitação. Quanto à promo-ção, pretende-se fazer comque a população eleve a qua-lidade de vida, desenvolven-do hábitos recreativos, cultu-rais, desportivos, e que plani-fiquem momentos de espai-recimento. Relativamente àprevenção, já estamos a des-tacar equipas médicas nascomunidades para identifi-

carem os factores de riscoque alteram a saúde mental erealizarem um diagnósticoprecoce e tratamento opor-tuno. Assim, estrutura-se umserviço de psiquiatria maisdinâmico que engloba a rea-bilitação médica e a reinser-ção social. — E as condições para estesistema estão criadas?— Sim, estamos a trabalharem todos os serviços. Porexemplo, já criámos uma sa-la de desintoxicação de ál-cool para ajudar os depen-dentes alcoólicos a extinguiro vício, que também é causade doenças mentais, e assimajudá-los a recuperar a digni-dade como seres humanos.— Quais são as principaisdificuldades neste serviço?— A dificuldade fundamen-tal é o défice de recursos hu-manos. Para a ultrapassar es-tamos a capacitar os técnicosjá existentes para melhorar aqualidade de atendimento.Temos também a gradual in-serção dos estudantes uni-versitários finalistas da Facul-dade de Medicina e do cursode enfermagem do InstitutoSuperior Politécnico da Uni-versidade José Eduardo dosSantos no Huambo. Durantecerca de seis semanas, cadaum é submetido a um perío-do de estágio connosco paraque possam ser integrados eo quadro reforçado.

A especialista de primeirograu em oftalmologia e cirur-giã oftalmologista, IsabelDiaz Dominguez, explica aoJornal da Saúde que a catara-ta é a principal razão que le-va os pacientes a procura-rem o serviço de oftalmolo-gia do Hospital Geral doHuambo. Desde meados deJunho último, quando co-meçaram a ser feitas inter-venções cirúrgicas, já terãosido realizadas mais de cemcirurgias de remoção de ca-taratas, o que equivale a umamédia de 43 por mês. Conce-de que o número de cirur-gias poderia ser maior, mas acapacidade cirúrgica do hos-pital não o permite, já queexistem outras intervençõesa serem realizadas no únicobloco operatório existente.

As condições de cirurgiano hospital têm vindo a me-lhorar desde Dezembro de2011, altura em que eram fei-tas apenas cirurgias simplesou de urgência por falta deequipamentos. Na realida-de, era necessária a moder-nização do equipamentocom vista a melhorar a mé-dia de atendimento. “Com oapoio da Direcção Provincialda Saúde, foi possível um au-mento do número de apare-lhos e consequentemente decirurgias oftalmológicas”,garante. A unidade gostariaagora “de ver aumentado opessoal médico e de enfer-magem que se iria juntar aosoptometristas e ao cardiolo-gista que nos ajuda a avaliaro estado físico do paciente”,diz Isabel Dominguez.

Doença degenerativaA especialista esclarece

que a catarata é uma doen-ça degenerativa que afectao cristalino caracterizadafundamentalmente poruma diminuição lenta eprogressiva da acuidade vi-sual do doente. Tem ten-

dência a aparecer a partirdos 40 anos de idade, aindaque 75% dos pacientesatendidos tenha mais de 75anos. Pode ser congénita eadquirida por enfermida-des oculares, tóxicos, pormedicamentos e, na região,é muito frequente ser cau-

sada por traumas, dada aquantidade de acidentes detrabalho e de viação. Masmesmo que constitua a pri-meira causa de cegueira nomundo e sendo de difícilprevenção, Isabel Domin-guez garante que a catarataé curável.

Pacientes de outras provínciasPara além do Huambo, o

hospital atende pacientesprovenientes de outrasprovíncias tais comoKwanza-Sul, Menongue eBié. Nestes casos, as cirur-gias são realizadas sobretu-do em doentes a partir dos20 anos de idade e nos ca-sos de urgência em meno-res. Não obstante, a cirurgiãdo Hospital Geral doHuambo reitera: “Para nósnão importa a proveniên-cia, é sempre um orgulhotrabalhar e devolver a visãoaos doentes. Eles ficam feli-zes e nós também, estamosabertos para todos os pa-cientes que acorram à nos-sa unidade de saúde.”

Elsa INakulo |

Correspondente no Huambo

O Hospital Geral do Huam-

bo, em conjunto com a Di-

recção Provincial da Saúde,

desenvolve um sistema que

prima por medidas de pro-

moção, prevenção, atenção

médica e de reabilitação pa-

ra combate às doenças men-

tais. O novo sistema garante

mais dinamismo, conforme

o Jornal da Saúde constatou

em entrevista ao médico En-

rique Cossío Gonzales, espe-

cialista em psiquiatria e or-

ganização e administração

da saúde na área de psiquia-

tria, do Hospital Geral do

Huambo.

Huambo promove a saúde mental

Cataratas constituem 75% das cirurgias oftalmológicasrealizadas no Hospital Geral do Huambo

“Relativamente àprevenção, jáestamos adestacar equipasmédicas nascomunidadesparaidentificarem osfactores de riscoque alteram asaúde mental erealizarem umdiagnósticoprecoce etratamentooportuno”

“No HospitalGeral doHuamborealizam-se cercade 43 cirurgiasde remoção decataratas pormês”

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6 CONGRESSOS Novembro 2013 JSA

A enfermagem como profissão sur-giu do desenvolvimento e evoluçãodas práticas de saúde no decorrerdos períodos históricos. As práticasde saúde instintivas foram as primei-ras formas de prestação de assistên-cia. Num primeiro estágio da civili-zação, estas acções garantiam ao ho-mem a manutenção da sua sobrevi-vência, estando, na sua origem, asso-ciadas ao trabalho feminino, carac-terizado pela prática do cuidar nosgrupos nómadas primitivos, tendocomo pano de fundo as concepçõesevolucionistas e teológicas.Mas, como o domínio dos meios

de cura passaram a significar poder,o homem, aliando este conhecimen-to ao misticismo, fortaleceu tal podere apoderou-se dele.Partindo do princípio de que o

cuidar do corpo humano exige, ne-cessariamente, um olhar para a di-mensão total do ser, inclusive de suaessência existencial, conseguimos vi-sualizar a importância e necessidadedo profissional de Enfermagem den-tro do contexto da saúde.A Enfermagem é uma profissão

que tem mostrado compromissocom a colectividade e a saúde do serhumano, participando com dignida-de, competência, humildade e res-ponsabilidade dos processos a ela re-lacionados.Assim sendo, a Ordem dos Enfer-

meiros de Angola (ORDENFA) reali-zará o seu IIº Congresso Internacio-nal sob o lema “Humanizar para me-lhor cuidar”. O evento terá início com cursos

pré-congresso que serão realizadosnos dias 26 e 27 de Novembro, naUniversidade Jean Piaget e decorrerácom o Congresso e a Expo Enferma-gem nos dias 28 a 30 de Novembro,no Centro de Conferências do Fu-tungo de Belas.Em entrevista ao Jornal da Saúde,

a Bastonária da Ordem, Maria Tere-sa Vicente, assegurou que este con-gresso será certamente uma oportu-nidade para reflexão, avaliação e de-bate sobre temáticas ligadas ao exer-cício da profissão, quer pelo valor so-cial que encerra a actividade laboralda profissão, quer pelo aprofunda-mento de orientações estratégicasconducentes a melhoria do estadode saúde e qualidade de vida da nos-sa população. A Expo Enfermagem vai realizar-

se pela primeira vez como forma dedivulgar a mais recente tecnologia deenfermagem junto aos profissionais. Está assim lançado o repto à toda

comunidade de enfermagem e saú-de para participação massiva nesteevento que terá participações daÁfrica do Sul, Brasil, Cabo-Verde,Chile, Cuba, Espanha, Estados Uni-dos da América, Guiné-Bissau, Mo-çambique, Japão, Portugal, São To-mé e Timor Leste. A organização es-tima um total de 2.500 participantes.

A importância do enfermeiro no SNSQuestionada sobre a importância

do enfermeiro no âmbito do SistemaNacional de Saúde, Maria Teresa Vi-cente reafirmou que o profissional deenfermagem assume um papel cadavez mais decisivo e proactivo no quese refere à identificação das necessi-dades do cuidado da população, bemcomo na promoção e protecção dasaúde dos indivíduos em suas dife-rentes dimensões. “A sua importância deve-se ao fac-

to de ser reconhecido, por compreen-der o ser humano como um lado, pelaintegralidade da assistência à saúde,pela capacidade de acolher e identifi-car-se com as necessidades e expec-tativas dos indivíduos, pela capacida-de de interagir directamente com osutentes e a comunidade, bem comopela capacidade de promover o diálo-go entre os utentes a equipa de saúdee família” respondeu-nos visivelmen-te emocionada. O crescimento acelerado da eco-

nomia e o processo de reconstruçãonacional têm resultado na edificaçãode diversas unidades hospitalares esanitárias. Em consequência destefacto, a Bastonária alerta para a neces-sidade de disponibilidade de profis-sionais de saúde em quantidade equalidade, necessários para o funcio-namento dessas instituições.

O caminho da formaçãoem enfermagem“É nesse contexto que as institui-

ções de formação têm dado o seucontributo no âmbito da formaçãotécnica e científica, formando profis-sionais com atitude responsável, eti-camente comprometidos com o sa-ber ser, saber fazer e saber estar. De-ve-se direccionar a formação de pro-fissionais de enfermagem no sentidode serem capazes de atender às ne-cessidades de toda uma sociedade.Para isso, torna-se indispensáveluma tomada de consciência e umcomprometimento efectivo da cate-goria na busca de soluções para osproblemas, levando-se em conside-ração questões mais amplas, comoa saúde preventiva. O compromissoa ser assumido pelas instituições deformação, pelos órgãos represen-tantes e pelos profissionais da área,deve ser o de esclarecimento dasconsciências, na busca de maior au-tonomia e do exercício profissionalcomprometido com a colectividade.Nesse sentido, a opção pelo colecti-vo deverá pesar mais do que a preo-cupação em garantir uma boa cola-boração no mercado de trabalho,pois o conhecimento das doenças edas formas de tratamento individualnão deverá prevalecer em relaçãoaos métodos epidemiológicos deabordagem dos problemas colecti-

vos de saúde, da mesma forma quea sofisticada tecnologia da medicinahospitalar não deverá anular as ne-cessidades de medidas de carácterpreventivo”, afirmou a Bastonária,quando questionada sobre qual ocaminho da formação em enferma-gem no nosso país.

Dificuldades a vencerJá no que toca às principais difi-

culdades e desafios que se colocamao enfermeiro, a nossa entrevistadadisse que existem algumas dificul-dades relacionadas com as condi-ções de trabalho, promoção na car-reira (mecanismo de acesso), pou-cas ofertas de cursos de pós-gradua-ção (especialização), desvaloriza-ção das intervenções autónomas deenfermagem, sobrecarga de traba-lho por escassez de profissionais deenfermagem, entre outros.

O futuro da enfermagemRelativamente ao futuro da en-

fermagem neste século XXI, fez-nossaber que as estruturas organizacio-nais tradicionais, caracterizadas porformas autoritárias nas quais osprofissionais eram dirigidos ou ins-tituídos sobre o que, como e quandofazer, estão a dar passagem a formasdemocratizadas por um estilo parti-cipativo e cooperativo. Os profissio-nais de enfermagem estão a exigirvoz nas decisões e nos processos de-cisórios que os afectam. Para tal éfundamental ″conhecer-se a simesmo, o que significa separarquem você é e quem você quer ser,do que o mundo pensa que você é equer que você seja”. Os principaisdesafios que se colocam à profissãode enfermagem assentam em qua-tro temas descritos em categoriascentrais. Primeiro, quanto à valori-zação da profissão. Considero quese deveria investir na valorizaçãoprofissional, aumentando o seu re-conhecimento social e afirmando-acomo uma profissão autónomacom um conjunto próprio de sabe-res. Em segundo lugar, quanto àpromoção na carreira de enferma-gem. Esta deve ser de acordo com osanos de trabalho, ajustes salariais,progressões de acordo com as ac-tualizações académicas e investi-mento na actualização de conheci-mentos. Em terceiro lugar, a conti-nuação da formação e investigaçãopara valorização das competênciasindividuais de cada profissional deenfermagem a continuarem o seupercurso formativo por toda a vidaactualizando os seus conhecimen-tos. Por fim, encontrar mecanismosque permitam o desenvolvimentoda profissão de forma sólida basea-da no conhecimento científico.Acredito que o desafio esteja na in-vestigação de modo a tornar a enfer-magem mais científica, sem esque-cer a componente relacional ine-rente ao cuidar”.

Enfermeiros de Angola de mãos dadas pela humanização dos seus serviçosMARA MOTA

PRINCIPAISTEMAS A

ABORDAR

— Gestão de Qualidadeem Saúde como um pro-cesso para humanização noatendimento;— Política Nacional de Hu-manização na visão dos di-ferentes países (Experiên-cias de cada país);— Humanização como umprincípio da assistência emenfermagem;— Humanização na assis-tência ao parto;— Humanização no con-texto de saúde: experiênciade Angola. — A humanização do pon-to de vista multidisciplinarna perspectiva da enferma-gem, médica, psicológica,religiosa e social; — Acolhimento aos uten-tes na atenção primária dasaúde;— O papel das instituiçõesde ensino em saúde na pro-moção do atendimento hu-manizado; — Qualidade e segurançado paciente na assistênciadomiciliária.

O profissional de enfermagem assume umpapel cada vez mais decisivo e proactivo noque se refere à identificação das necessidadesdo cuidado da população”.Maria Teresa Vicente

Bastonária da Ordem dos Enfermeiros de Angola

O IIº Congresso Interna-

cional da Ordem dos En-

fermeiros de Angola, sob

o lema “Humanizar para

melhor cuidar”, preten-

de reunir especialistas na

área de enfermagem nos

diferentes níveis, estudio-

sos e profissionais na

área da saúde visando al-

cançar os seguintes ob-

jectivos:

1º- Contribuir para a recolhade conhecimentos e habili-dades sobre humanização daassistência de enfermagem eseus reflexos na realidadesocial de um país à luz de umestudo comparativo;

2º- Reforçar o intercâmbiotécnico, científico e culturalentre os profissionais de en-fermagem, na humanizaçãodo cuidado;

3º- Incentivar a implementa-ção do programa nacional dehumanização a nível do país;

4º- Contribuir para a recolhade propostas para o empo-deramento e marketing emenfermagem em Angola;

5º- Organizar um debate deideias sobre a importância daenfermagem, reflectindo asua incidência em três ver-tentes:— Humanização na assistên-cia de enfermagem;— Relações interpessoais/enfermeiro/ utente/ enfer-meiro outros profissionaisdo sector da saúde,— Ética e deontologia

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7publicidadeJSA Novembro 2013

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8 congressos Novembro 2013 JSA

Congresso de ciências da saúde proporciona múltiplas experiências

Essas acções integram cursos de curta e médiaduração, evenƒtos científicos de nível interna-cional, nomeadamente congressos, simpó-sios e outras realizações formativas cujos re-sultados se têm revelado frutíferos para os pro-fissionais envolvidos e, também, para os pa-cientes que passam a dispor de um atendi-mento ainda mais aprimorado. Em termos de realizações orientadas neste

sentido, a clínica Multiperfil desde a sua cria-ção, a 8 de Novembro de 2002, promoveu e le-vou a cabo até ao momentos oito relevanteseventos científicos, regra geral com um núme-ro elevado de participantes, entre quadros na-cionais e estrangeiros, e com oradores de re-

conhecida capacidade intelectual, científica etécnica, ao nível das suas respectivas áreas deintervenção.O tema escolhido para este segundo con-

gresso realizado pela clínica Multiperfil “Naqualificação e reforço de competência dosprofissionais da saúde” não podia ser mais ac-tual pois enquadra-se na orientação do pro-grama de desenvolvimento do nosso executi-vo 2012-2017 que passa pela promoção de ac-ções de formação, superação técnica e actua-lização dos quadros, através da realização deseminários académicos e outras actividadestécnico-profissionais, assegurando a forma-ção contínua e permanente dos quadros desaúde, realçando os aspectos técnicos, éticos,deontológicos e patrióticos para a promoçãoe protecção da saúde.

Dimensão internacionalEsta edição do segundo Congresso de

Ciências da Saúde, que decorreu no Centro deConvenções de Talatona de 4 a 8 de Novem-bro, traduziu-se num programa científico rico,diversificado e interdisciplinar à altura do te-ma e com a presença de palestrantes que, semdúvida, contribuíram para o sucesso científicodeste momento de formação e enriquecimen-

to científico, mas também de reflexão, de en-contro e de festa. Ao longo dos cinco dias detrabalho que durou o evento, foi possível es-cutar muitos palestrantes nacionais e estran-geiros transmitindo os seus conhecimentos epartilhando a sua experiência. Foram realiza-dos 51 cursos pré-congresso, 2 simpósios ( osegundo de Anemia Falciforme e o segundode Enfermagem), 12 mesas redondas, 97 pa-lestras, 64 temas livres, 91 posters electrónicos. Tratou-se de um evento científico onde es-

tiveram presentes cerca de 100 palestrantesangolanos, 51 brasileiros, 25 cubanos, 20 por-tugueses, e dois norte americanos, todos comnível notável de experiência na área da saúdee mais de dois mil e quinhentos profissionaisinscritos.A presença de numeroso contingente de

cientistas de países de África, América latina,da Europa e dos Estados Unidos, testemu-nham o carácter internacional deste congres-so e revelam o crescente respeito que a clínicaMultiperfil adquiriu no meio universitário ecientífico.

Expo Multiperfil com 60 empresasAlém disto, também se realizou a Expo Mul-

tiperfil, em colaboração com a Marketing For

You / Jornal da Saúde, que contou com 60 em-presas do ramo da saúde expondo os seus pro-dutos e serviços na qualidade de patrocinado-res, patrocinadores-expositores e expositores.Na cerimónia de abertura, doze médicos

receberam os seus diplomas de formaçãoefectuada no Brasil em especialidades comocardiologia, ortopedia e traumatologia, neu-rologia, anestesia, radiologia, pediatria e in-fectologia.

Marca na agenda científicaAo discursar, a Ministra da Ciência e Tec-

nologia, Maria Cândida Teixeira, reconheceuque este congresso é uma marca na agendacientífica nacional por ser uma grande opor-tunidade para a disseminação de conheci-mento técnico-científico mais avançado paraos profissionais de saúde, o que contribui parao desenvolvimento do sector no país. Segundoa ministra, falar da anemia falciforme, hiper-tensão arterial, cardiologia, epidemiologia, in-fectologia, das emergências médicas, geneco-logia e obstetrícia, entre outras doenças, éabordar aquilo que mais preocupa a socieda-de angolana e o seu governo que, de formaconstante e regular, busca as melhores solu-ções para o bem estar das populações.

MARA MOTA

A clínica Multiperfil, no quadro da sua vocação

institucional voltada para a formação gradua-

da e pós-graduada contínua, aperfeiçoamen-

to profissional e investigação, tem vindo a rea-

lizar com regularidade acções neste domínio

com vista a dotar os quadros nacionais de co-

nhecimentos técnico-científicos actualizados

que lhes permitam desempenhar com maior

competência o exercício quotidiano das suas

funções.

“Durante o Congresso foi, repetidamente, enfatizada anecessidade imperativa de se individualizarem os tratamentospara minimizar o risco de efeitos cardiovasculares adversos,particularmente nos doentes com diabetes de longa evolução,com comorbilidades e nos quais as terapêuticas múltiplasinstituídas se revelam difíceis em optimizar os níveis da glicemia”

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10 congressos Novembro 2013 JSA

“Não se deve buscar apenas a competên-cia técnica, é importante e fundamental comcerteza que sim, porém, ao lado desta, deveexistir o aspecto da humanização, do cum-primento do dever para com a nação. Senti-mo-nos regozijados pois estes aspectos aquinão foram esquecidos”, exultou Maria Cân-dida Teixeira na presença do Governador deLuanda, Bento Bento, do Secretário de Esta-do para a Saúde, Carlos Alberto Masseca, dobastonário da Ordem dos Médicos de Ango-la, Pinto Sousa, e do presidente do conselhode administração da Clínica Multiperfil e an-fitrião do congresso, Dias dos Santos. Estive-ram ainda presentes membros do governo,reitores, directores de instituições médicas,entre outros convidados.

Biblioteca virtual de saúdeQuestionado sobre as expectativas relati-

vamente à sua participação no 2º Congresso,Mário Fresta, professor titular da Universi-dade Agostinho Neto, disse que este revelou-se substancialmente maior, mais diversifi-cado e ambicioso que o primeiro, represen-tando um espaço de referência na saúde na-cional e mesmo além-fronteiras. “Para alémde termos aceite o convite da Multiperfil pa-ra participarmos em diferentes momentos(incluindo um curso pré-congresso precisa-

mente sobre a utilização da Biblioteca Vir-tual de Saúde), decidimos inscrever-nostambém como formandos noutras activida-des de considerável pertinência e utilidadeque são oferecidas por formadores muitoqualificados”, enfatizou Mario Fresta.Já para o Professor Associado de Fisiolo-

gia e Reitor da Universidade Katyavala Bwila,Albano Ferreira, o grau de antecipação, o al-to nível e rigor impostos na preparação destecongresso, evidenciaram e garantiram, logoà partida, a qualidade alcançada pela orga-nização e por todos os participantes.O Jornal da Saúde procurou também ou-

vir os convidados estrangeiros e, entre osmuitos satisfeitos, foi Marcos Boulos, pro-fessor titular do Departamento de MoléstiasInfecciosas e Parasitárias da Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo noBrasil, que confirmou estar muito bem im-pressionado com o apelo que o 2º Congres-so de Ciências da Saúde registou. “Este fer-vilhar em busca de conhecimentos que aju-dam o desenvolvimento profissional é fun-damental para o estímulo de melhoria dequalidade nos diferentes serviços. A progra-mação científica, bastante bem elaboradapara as necessidades do país, transforma es-te evento num exemplo de sucesso”, disse oprofessor Boulos.

congresso traz especialista em medicina robótica a AngolaO tratamento do cancro da próstata é umadas novidades que este congresso trouxepara os pacientes do país. Esta inovação foiapresentada pelo especialista em urologia,dos Estados Unidos, Vipul Patel, director daGlobal Robotics Institute e do Programa deOncologia Urológica do Florida Hospital,Estados Unidos da América, que proferiuuma palestra subordinada ao tema “Im-portância do rastreio do cancro de próstatana saúde do homem”, tendo falado igual-mente sobre cirurgia robótica, procedi-mento que, neste âmbito, consiste na re-moção do cancro da próstata.Outros temas abordados de relevante

destaque foram Politrauma, as GrandesEndemias, Diabetes, Hipertensão Arterial,Transporte Renal, Saúde do Homem, daMulher e da Criança. No segundo simpósiode Enfermagem (uma ante-visão do queserá o segundo Congresso de Ordem dosEnfermeiros) foi referenciado em aborda-gem a Formação em enfermagem no país,

a Humanização como um Acto de Cidada-nia e Dignidade no Cuidar, Sistematizaçãodos Cuidados de Enfermagem em Angola,a Prática baseada na Evidência em Enfer-magem. Porquê? Para quê?, Existirão Ou-tros Indicadores Clínicos do Diagonósticode Enfermagem na Pessoa Idosa?, entreoutros temas.Quanto ao segundo simpósio de Ane-

mia Falciforme, os principais temas abor-dados foram a História e Fisiopatologia daDoença Falciforme, Diagnóstico Neonatalda Drepanocitose e Aconselhamento Ge-nético a Casais de Risco no Hospital Geralde Benguela, Diagnóstico e Tratamentodas Complicações Osteoarticulares Agu-das e Crónicas na Anemia Falciforme, So-brecarga de Ferro, Principais Situações Clí-nicas Associadas à Doença Falciforme, Hi-pertensão Pulmonar e Síndrome TorácicoAgudo, Transplante de Progenitores: He-matopoieticos na Anemia Falciforme, en-tre outros não menos interessantes.

1A sessão de abertura contou com a presença do presidente do conselho de administração da Clí-

nica Multiperfil e anfitrião do Congresso, Dias dos Santos, do Governador de Luanda, Bento Bento,

do Secretário de Estado da Saúde, Carlos Alberto Masseca, da Ministra da Ciência e Tecnologia, Ma-

ria Cândida Teixeira e do bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, Pinto de Sousa

2A professora Rosário Sambo entrega o certificado de formação efectuado no Brasil à médica Vis-

solela Anita 3 O auditório acolheu mais de mil profissionais de saúde 4 O Secretário de Estado da

Saúde, Carlos Aberto Masseca, no uso da palavra durante a sessão inaugural 5 Ministra da Ciência e

Tecnologia, Maria Cândida Teixeira: “Este congresso é uma marca na agenda científica nacional por

ser uma grande oportunidade para a disseminação de conhecimento técnico-científico mais avan-

çado para os profissionais de saúde, o que contribui para o desenvolvimento do sector”

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A expo Multiperfil, que novidades?

Decorreu em simultâneo ao Congresso econstituiu um salão especializado e profis-sional no sector dos medicamentos, equipa-mentos e dispositivos médicos. A Expo Mul-tiperfil, co-organizada pela Marketing ForYou / Jornal da Saúde, reuniu cerca de 60empresas, entre fornecedores e distribuido-res que apresentaram os seus produtos juntodos profissionais de saúde muito interessa-dos em conhecer novas soluções. Passamostambém aqui, alguns destaques, para aque-les leitores que não tiveram a oportunidadede lá estar.

Codisa Medical fideliza clientesEntre os seus objectivos de participação, destacou-se a fidelização de clientes, a promoção da marca, ea apresentação de soluções líderes de mercado emtecnologia, com o seu pacote IT Solutions. Quantoà optimização de espaços de trabalho, a Codisaapresentou o seu programa AT WORK. SegundoNafize Madatali, responsável pela empresa na Expo,outros produtos expostos foram consumíveis hos-pitalares, medicamentos, equipamentos e mobiliá-rio hospitalar.

Angosaúde mostra equipamentos de cirurgiaA Angosaúde, expositor e patrocinador prata, ex-pôs equipamento de cirurgia, bomba de infusão easpirador cirúrgico. Representou a Bio Rad, Ma-quet, Cavo, Gima, Arcomed e Fukuda. A Angosaúdefoi criada em 2006 com o objectivo de disponibili-zar produtos e serviços na área da saúde. Integraduas diferentes empresas: Angosaúde SA localiza-da em Lisboa e a Angosaúde Lda, em Luanda. Pre-sente no evento, o seu responsável, Carlos Paren-te.

Grupo Concentra presente em forçaO grupo Concentra quer reafirmar a parceria pri-vilegiada para a saúde em Angola. Segundo Raul Ca-bral “estamos em peso com a Concentra Repre-sentações, que tem produtos desde as vacinas amedicamentos e consumíveis, a Concentra Diag-nósticos com o que temos de melhor para labora-tórios de análises clínicas e a Iber Concentra com agama de equipamentos hospitalares”.

Tecnimed cresceA Tecnimed, estabelecida em Dezembro de 1993, éuma empresa de referência no mercado dos equi-

pamentos hospitalares, com 86 colaboradores, dosquais 10 engenheiros e 16 técnicos, um armazémde 1.500 metros quadrados e show room na suasede. Presente na Expo Multiperfil mostrou equi-pamentos das suas representadas Drager e Sie-mens. De acordo com Rui Coelho, a empresa, emfranca expansão, prepara agora a abertura de dele-gações nas províncias.

Bayer activaO objectivo da participação da Bayer no eventoda Multiperfil é o de promover os produtos e ser-viços para que seja, cada vez mais, vista como umamarca de referência no mercado angolano.Emparticular, divulgar os produtos de saúde do ho-mem, designadamente o contraceptivo Qlaira, e aCiproxina – um antibiótico pertencente à famíliadas fluoroquinolonas, cuja substância ativa é a ci-profloxacina que atua matando as bactérias quecausam infeções.De acordo com Eugénia Cabanga, a Bayer querexpandir a área social, nomeadamente promo-vendo acções de educação e rastreio da diabetese palestras na área do planeamento familiar.

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Medtrónica mostra alta tecnologiaSegundo Mateus Venâncio, “a Medtrónica quermanter a liderança na comercialização e assistênciatécnica de equipamentos médico-hospitalares”.No stand tinham exposto ecógrafos, cadeiras den-tais, Raios X, entre outros aparelhos de nova gera-ção, da Samsung Medison, com as marcas AcuvixA30, A10, EK07 e SAX8, Fedesa, com a Acanto, eEcoray com as marcas ECO CX9 e PX300HF.

Dala Tecnologia oferece soluções de TICsSegundo o responsável da empresa, Felipe BaptistaRetke, a Dala Tecnologia é uma empresa com acti-vidade no sector das tecnologias de informação ecomunicação (TIC). Entre outros produtos e servi-ços, destacam-se: a gestão de TIC, “disaster recove-ry”, soluções de armazenamento de dados, contro-lo de acesso e segurança, integração entre platafor-ma, construção de data centers, virtualização deambientes, monitorização 24 x 7, projectos de tele-comunicações, sistemas de gestão clínica e hospita-lar, outsourcing e insourcing, entre outros.Os seus objectivos na Expo passam por estabele-cer parcerias com mais empresas para a continui-dade da gestão eficiente dos negócios dos seusclientes.

Farma.log com participação 5 estrelasA Farma.log participou na Expo Multipefil com umstand com excelente imagem e decoração, lidera-do por Sónia Pacheco. Distribuidora de medica-mentos e outros produtos na área da saúde, repre-senta a NBC Medical, Sanofi Aventis, AstraZeneca,Bial, Bayer, Bluepharma, Tecnifar, Smith Medical, Me-dinfar e Medtronic.

Labiomed expõe implantes para ortopediaImplantes para ortopedia, prótese total da anca edo joelho Lafitt, instrumentos cirúrgicos, consumí-veis para estomatologia e implantes dentários fo-ram alguns dos produtos expostos pela Labiomed,expositora e patrocinadora prata do evento.

Organizações RCA & DLA angaria novos clientesAs Organizações RCA & DLA são um distribuidorespecializado de cerca de seis mil medicamentos eprodutos de saúde, mais de três mil artigos de hi-giene, perfumaria e cosméticos, conforme revelouao Jornal da Saúde, a directora de recursos huma-nos da empresa, Maria Emília Fernandes.O principal objectivo da participação consistiu naapresentação da RCA & DLA “como uma referên-cia no fornecimento de produtos, na logística e tec-nologia utilizada, com elevados padrões de qualida-de, garantindo sempre resultados positivos para osseus gestores e parceiros”. As expectativas são deangariar novos clientes. Maria Emília felicitou esta iniciativa da Multiperfil.

“As instituições hospitalares e as clínicas precisamde investir numa ampla variedade de produtos eequipamentos de qualidade, não esquecendo aqualificação dos seus profissionais”.

Galeno distribui saúdeDe acordo com o director da Galeno, Rui Vaz, aempresa está no certame essencialmente parapromover mais a marca e colaborar com os servi-ços médicos em Angola, “dando o nosso contribu-to, mais uma vez, aos profissionais da saúde”. “O nosso slogan é distribuímos saúde. Procede-mos assim à distribuição de medicamentos éticos egenéricos e produtos de saúde na sua generalida-de, desde puericultura à alimentação infantil, entremuitos outros”, disse ao Jornal da Saúde.“Trouxemos ao evento produtos de um dos nos-sos parceiros, a Infarma, um laboratório de produ-ção de genéricos de Cabo Verde, por serem dequalidade e terem um preço acessível.

Hospitec mostra a sua dimensãoA Hospitec é uma empresa que fornece equipa-mentos e reagentes para análises clínicas. Habitual-mente presente nos certames profissionais que setêm realizado em Luanda nos últimos três anos,onde aproveita para identificar novos clientes e re-ceber os seus clientes habituais, marcou mais umavez uma presença de prestígio, pela mão de ManuelBaião. Representa a Roche Diagnósticos, SysmexEurope, Becton Dickinson, Biomerieux, Allerg, Ca-restream (Kodak) e Medica Corporation, esta últi-ma norte-americana.

Unisaúde gere saúde corporativa e seguros “O objectivo com a participação na Expo Multiper-fil é mostrar que o nosso papel é cuidar das pes-soas para que a sua empresa cuide do seu negó-cio”, afirmou à reportagem do Jornal da Saúde acoordenadora de clientes da Unisaúde, GracielaPaula. É parceira da Global Seguros e faz a gestãodos seus seguros de saude.“É uma oportunidade ímpar para promover os ser-viços da empresa” que se consubstanciam na “as-sistência em saúde corporativa, gestão de segurosde saúde e programas de turismo de saúde”. Ofe-rece ainda cobertura médica de qualidade para osseus beneficiários e rede diferenciada.

Internet é com a ITAA coordenadora de marketing, Sónia Sirgado, disseao Jornal da Saúde que a ITA - Internet Technolo-gies Angola participa pela primeira vez na Expo, emresultado de uma parceria com a Multiperfil. Expu-seram as suas soluções em Internet wireless ( viasatélite e redes privadas virtuais) que permitemmanter escritórios continuamente ligados à Inter-net, além dos serviços avançados como o registo e

hospedagem de domínios, servidores virtuais,hardware e soluções completas de correio elec-trónico.

Aenergia com o melhor da GERepresentando o que de melhor tem a marca GEHealthcare, como equipamentos de ressonânciamagnética, TAC, sistemas integrados de mamogra-fia, equipamentos de cuidados materno-infantil, aAenergia esteve presente com o stand nº 30. Dio-go Bettencourt, responsável da empresa, referiuainda que a empresa presta serviços na área de re-condicionamento de equipamento técnico ultra-passado, análise e proposta para melhoria de per-fis, e softwares especializados de tratamento deimagem.

Testes rápidos são com a Cicci AngolaA Cicci Angola levou para a Expo os seus testes rá-pidos, o novo padrão dos produtos de diagnósticoin vitro, filtros de água e mosquiteiros. SegundoApolónia Ivânia, assistente administrativa presenteno stand, a grande novidade apresentada nestecertame são “os testes rápidos de malária com oresultado em 15 minutos”. Representam a SD -Standard Diagnostics Inc.

Oliveira e Lima constrói clínicas e hospitais O CEO da construtora Oliveira e Lima – Constru-ção Civil e Hospitalar, Iata Lima, revelou ao Jornalda Saúde que os objectivos da empresa são “am-pliar a nossa gama de participação na área hospita-lar”. Entre outros actuais clientes “temos já hoje

nosso nosso portfolio algumas unidades de saúdede renome como a Multiperfil, centro de cardiolo-gia do Josina Machel, clínica Afrodente, entre ou-tras”.A empresa “quer ser uma referência neste serviçoespecializado de construção hospitalar que prestacom um elevado padrão de qualidade e respeitan-do todas as regras internacionais de saúde, comopor exemplo protecções radiológicas adequadas,criação de zonas que evitam o acúmulo de bacté-rias, entre outras funcionalidades que um hospitalespecificamente necessita, concluiu.

Mosel lança mobiliário para farmáciasPresente no evento esteve também o representan-te e distribuidor da Nutribem e cosméticos da li-nha da Intherapotek, à base de produtos naturais,produtos de higiene para bebé, puericultura e des-cartáveis. A assistente de marketing da Mosel, Ca-rolina Tomas, falou-nos do lançamento da linha Tec-nyfarma – mobiliário por medida para farmácias, in-cluindo reclames luminosos.

12 congressos Novembro 2013 JSA

nova fábrica industrial apresenta-se na expo

gaze made in AngolaA Medvida é uma empresa industrial angolana, constituída esteano, que vai fabricar tecido gaze em compressas. De acordo comJaime Vale, a fábrica vai produzir compressa de gaze estéril 100% algodão, compressa de gaze não estéril 100% algodão, compressade “não tecido” não estéril, compressa de gaze para bloco operatório com fio de contraste ao RX 100% algodão, ligadura elástica algodão/poliamida, ligadura ortopédica, ligadura gaze100% algodão e ligadura elástica tipo crepe 100% algodão.Localizada na Zona Económica Especial (ZEE) de Luanda, aproveitou a Expo Multiperfil para apresentar publicamente o projecto.

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14 SAÚDE INFANTIL Novembro 2013 JSA

Sede: Rua N´Kwamme N´Krumah n.º 11, 1º d, Luanda, Angola. Tlm.:+244 924 602 581

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para atender as condições es-pecíficas de cada localidade.

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se submeterão a sessões de oxigeno-

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A pediatria estuda a saúdedas crianças. Mas o seu al-cance é maior que a erradi-cação da doença, já que en-globa tanto as criançasdoentes, como as sãs, tendoassim um papel ao mesmotempo curativo e preventi-vo. É portanto essencial queexistam agentes de saúdepediátrica capacitados e de-dicados à sua difusão, comoé o exemplo da Clínica Me-ditex (Rua da Missão, nú-mero 52, Bairro Ingombota,Luanda). Tem como objec-tivo prestar serviços de qua-lidade na ordem científica,técnica e profissional, ga-rantindo assim uma maiorqualidade de vida para ospacientes e um elevado ní-vel de satisfação por partedos familiares.

As doenças mais co-muns são as infecções pro-duzidas por vírus ou bacté-rias, que se caracterizampela sua rápida transmissãopor via oral. Mais frequen-temente ocorrem padeci-

mentos respiratórios e en-fermidades diarreicas, asquais são seguidas atenta-mente para que possam sercuradas e evitando que evo-luam para problemas maisgraves.

A clínica oferece consul-tas de Puericultura (cuida-do do ser humano em de-senvolvimento) para pa-cientes em idade pediátrica– desde o nascimento atéaos 14 anos – para segui-mento sistemático, permi-tindo valorar o estado desaúde e o progresso do de-senvolvimento nutricionale psicomotor das criançasatendidas. São também da-das orientações sobre cui-dados de saúde, alimenta-ção e requerimentos de va-cinas segundo o ProgramaNacional de Vacinação.

A Meditex conta aindacom um serviço de cirurgiapediátrica para o diagnósti-co, cuidado pré-operatório,operação e manejo pós-operatório dos problemas

apresentados pelas crian-ças em fase lactante, emidade escolar, adolescentese jovens adultos. São aten-didos em valoração conjun-ta com outras especialida-des e apoiados pelos servi-ços de ambulância, labora-tório clínico e de microbio-logia, imagiologia, elec-

troencefalografia, ozonote-rapia, serviços estomatoló-gicos e maxilofaciais, assimcomo farmacêuticos 24 ho-ras por dia.

Também permanente éo sistema de urgência espe-cializada, e para os pacien-tes que assim o necessitemrealizam-se internamentosna sala de Pediatria, locali-zada no 4º andar da clínica,onde existem camas desti-nadas aos cuidados intensi-vos e neonatais devidamen-te equipadas com a tecno-logia requerida para seufuncionamento. Para alémdos doze enfermeiros, estãoao dispor três médicos es-pecialistas em saúde infan-til, nomeadamente em Pe-diatria, Pediatria Intensivis-ta, e Neonatologia.

Atenção, humanismo e profissionalismo médicono Serviço de Pediatria da Clínica Meditex

“Os meninos são a esperança do mundo”

A médica especialista em saúde infantil, Ivón Aimé Sánchez, faz

um seguimento sistemático das crianças, analisando o seu esta-

do de saúde e o progresso do seu desenvolvimento nutricional e

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“A clínica oferece

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A Clínica Meditexfica na Rua daMissão, nº 52, BairroIngombota, Luanda.

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Estamos prontos para Servir!

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16 DIABETES Novembro 2013 JSA

Os inibidores da DPP 4 e o risco cardiovascularNo quadro das novas op-

ções terapêuticas para a dia-betes de tipo 2 que incluem arelativamente nova classe defármacos – os inibidores dadipeptidil peptidase 4 (DPP4)conhecidas como Gliptinas –foram, também, divulgadosos resultados de dois estudosde segurança cardiovascularcom a alogliptina (EXAMI-NE) e com a saxagliptina (SA-VOR-TIMI53). Estes estudosjá tinham sido apresentadosem Agosto de 2013 na Euro-pean Society of Cardiology epublicados online no NewEngland Journal of Medicine.No Congresso da EASD emBarcelona houve a oportuni-dade de se proceder a umadiscussão mais profunda dosresultados com o envolvi-mento de várias especialida-des. Assim, na perspectivados endocrinologistas os doisnovos estudos nada acres-centaram para preencher alacuna de conhecimentosmais gritante da actualidade,na gestão da diabetes tipo 2que é a de se saber qual é amelhor forma de determinar,para um dado doente, a pró-xima droga a acrescentar de-pois da prescrição em primei-ra linha da metformina. En-quanto os resultados foramtranquilizadores quanto à se-gurança cardiovascular, o au-mento da incidência de inter-namentos por insuficiênciacardíaca verificado com a sa-xagliptina no estudo SAVORfoi considerado preocupantee exige uma investigaçãomais aprofundada. Assim, eenquanto se aguardam estu-dos pos-hoc sobre a insufi-ciência cardíaca do estudoEXAMINE, os peritos reco-mendam que esta classe defármacos, provavelmente,não deve ser prescrita a doen-tes com diabetes de tipo 2com insuficiência cardíacaassociada. Embora admitin-do que possam ter havido be-nefícios cardiovasculares que

não foram captados pelos 2estudos devido à duração in-termédia (1,5 e 2 anos) dosmesmos, os peritos realça-ram que a redução do riscocardíaco e de eventos cardio-vasculares nos diabéticospassa, hoje, inequivocamen-te, por intervenções de altaefectividade como a reduçãoda pressão arterial, a prescri-ção de estatinas e a cessaçãotabágica. Reduzir a HbA1cnestes doentes assegura umaredução das complicaçõesmicrovasculares, mas nãodas complicações macrovas-culares. A saxagliptina, comefeito, esteve associada à re-dução da microalbuminúriano SAVOR, um end-pointainda não analisado no EXA-MINE. Nos dois estudos refe-renciados, os inibidores daDPP 4 não mostraram au-mento do risco de pancreatitenem de cancro do pâncreas,duas antigas preocupaçõesrelacionadas com estas dro-gas. Ambos os fármacos re-duziram a progressão para ouso da insulina, registaramum efeito neutral no ganhode peso e uma reduzida inci-dência de hipoglicémias(com excepção da saxaglipti-na associada às SUs). O efeito hipoglicemiante

relativamente fraco dos inibi-dores da DPP4 foi, também,amplamente discutido. Rela-tivamente a este ponto, o en-docrinologista e co-investi-gador do SAVOR, Itamar Raz,fez notar que os efeitos anti-

hiperglicemiantes das glipti-nas podem ser mais fortesem certos grupos de doentes,tais como aqueles em que ocontrolo da HbA1c se afigura

mais difícil. Afirmou aindaque no SAVOR a redução daHbA1c esteve dependentedos valores da linha de base,em que os doentes com valo-res mais elevados, p.e. acimade 8,5% foram os que regista-ram uma baixa mais acen-

tuada, sem ocorrência de hi-poglicémias. Recordou aindaque, se olharmos para os re-sultados do estudo AC-CORD, o que este estudomostrou como principal

problema foi umamaior mortalidadenos doentes comHbA1c altas e com hi-poglicémias, mas nosquais não foi possívelreduzir a HbA1c emmais de 0.5%. O estu-do SAVOR vem mos-trar que dispomos,actualmente, deuma classe de drogasque, se acrescenta-das à insulina, po-dem reduzir aHbA1c em 0,7 a 0.8%sem aumento da in-cidência de hipogli-cémias. Por esta ra-zão, os inibidores daDPP4 (GLIPTNAS) sãouma adição útil ao ar-

mamentário terapêutico dosnão endocrinologistas quetratam diabéticos. Quandoum diabético de tipo 2 temuma HbA1c superior a 8.0%os médicos podem baixá-la,sem o risco das hipoglicé-mias e sem o risco de ganhosde peso.De acordo com o Dr Si-

mon Heller invetigador doEXAMINE, estas são drogasúteis, incrementalmente im-portantes e têm um lugar nasopções de tratamentos dadiabetes de tipo 2, actual-mente disponíveis.

Novas tecnologiasNa áreas das novas tecno-

logias foram também apre-sentadas novidades interes-santes. Uma delas foi a insuli-na inalatória Afrezza que estáainda em fase experimentalmas que pode ser submetidapara revisão regulatória nosEUA a curto prazo. Trata-sede uma insulina inalatória deacção ultra-rápida que visa ocontrolo dos picos glicémicospós-prandiais e que deve serusada em associação com ainsulina basal e que tem avantagem de evitar as injec-ções.Outras das novidades

apresentadas refere-se à áreada auto-monitorização dadiabetes tendo a ABBOTT re-velado o seu sistema designa-do como Flash Glucose Mo-nitoring — que é um sistemanão invasivo para monitori-zação da glicémia que utilizaum pequeno sensor para serusado no braço até 14 diasque, através de um mini-lei-tor, faz as leituras das glicé-mias, permitindo obter o per-fil ambulatório da glicémia,com uma visualização dospadrões e tendências diáriasda glicémia. Apesar de o siste-ma se encontrar ainda em fa-se de ensaios pensa-se quepoderá ser disponibilizadoaos utilizadores no final de2014. Também digno de registo

foi o anúncio pela Sanofi doseu MyStar Extra Meter quefornece o valor estimado da

HbA1c e mostra em simultâ-neo as tendências das glicé-mias de jejum. Espera-se queesteja disponível na Europapara o final do corrente ano. Outra área em franco de-

senvolvimento é a dos soft-wares para iPhones e iPadsque disponibilizam uma am-pla gama de aplicações commenus de navegação perso-nalizáveis permitindo a esco-lha de tipos específicos de ali-mentos ou de dietas pré-defi-nidas, a contagem de hidra-tos de carbono e a selecção decategorias de desporto para aprática regular de exercício fí-sico.Em conclusão as actuali-

zações a que tive o privilégiode assistir, acrescentam umvalor inestimável ao capitalde conhecimentos na área dadiabetologia e contribuem,seguramente, para tomar asdecisões clínicas que a evi-dência sugere serem as me-lhores para os nossos doen-tes. Por isso, não poderia dei-xar de partilhar este eventocom os colegas que não tive-ram a oportunidade de estarpresentes.

*Conclusão do artigo pu-blicado no número anterior

Actualizações científicas * 49º Congresso Europeu de Diabetes 2013

Outra área em franco desenvolvimento é a dos softwares para iPhones e iPads que disponibilizam uma ampla gama de aplicações

com menus de navegação personalizáveis permitindo a escolha de tipos específicos de alimentos ou de dietas pré-definidas, a conta-

gem de hidratos de carbono e a selecção de categorias de desporto para a prática regular de exercício físico.

“o estudoSaVor vemmostrar quedispomos,actualmente, deuma classe dedrogas que, seacrescentadas àinsulina, podemreduzir a Hba1cem 0,7 a 0.8%sem aumento daincidência dehipoglicémias. Poresta razão, osinibidores daDPP4(GLIPTNaS) sãouma adição útilao armamentárioterapêutico dosnãoendocrinologistasque tratamdiabéticos”

João Guerra |

Medical advisor

(Chevron Clinic – Luanda)

assistente Graduado de Medicina Interna

Mestre em Gestão da Doença

[email protected]

Também digno de registo foi

o anúncio pela Sanofi do seu

MyStar Extra Meter que for-

nece o valor estimado da

HbA1c e mostra em simultâ-

neo as tendências das glicé-

mias de jejum. Espera-se que

esteja disponível na Europa

para o final do corrente ano.

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18 dIAbEtES Novembro 2013 JSA

A diabetes mellitus é umdistúrbio metabólico deetiologias múltiplas que secaracteriza pelo aumentocrónico do açúcar no san-gue associado a distúrbiosno metabolismo dos hidra-tos de carbono, gorduras eproteínas, resultando de de-feitos na secreção da insuli-na, acção da insulina ouambas.

Estatística da Diabetes Mellitus— 347 milhões de pessoas anível mundial têm diabetes;— Em 2004, estima-se quecerca de 3,4 milhões de pes-soas morreram em conse-quência de uma glicemiaelevada; — Mais de 80% das mortespor diabetes ocorrem empaíses de rendimentos bai-xos ou médios;— A OMS projecta que adiabetes será a 7ª maiorcausa de morte em 2030;— Uma dieta saudável,uma actividade física regu-lar, a manutenção de umpeso corporal normal e evi-tar-se o consumo de tabacopodem prevenir ou atrasaro aparecimento da diabetesdo tipo II.

Tipos de Diabetes MellitusA diabetes do tipo I de-

senvolve-se geralmente nainfância e na adolescência eos doentes requerem injec-ções de insulina durante to-da a vida para sobrevive-rem. A diabetes do tipo II,que é mais frequente (90%dos casos), desenvolve-segeralmente na idade adultae está relacionada com aobesidade, falta de exercíciofísico e uma dieta poucosaudável.

Outros tipos de Diabetes MellitusA diabetes gestacional

desenvolve-se durante agravidez e devido a outrascausas mais raras (síndro-mes genéticas, processosadquiridos tais como pan-creatite, doenças como a fi-brose quística, exposição acertos fármacos, vírus e cau-sas desconhecidas). Foramdefinidos estados intermé-dios de hiperglicemia (alte-ração da glucose em jejumou alteração da tolerância àglucose). Estes estados são

significativos na medida emque podem progredir paradiabetes, mas com umaperda de peso e alteraçõesde estilo de vida, esta pro-gressão pode ser prevenidaou atrasada.

Causa da diabetes mellitusA diabetes mellitus do ti-

po I é geralmente (mas nemsempre) causada por des-truição autoimune das cé-lulas beta do pâncreas, coma presença de certos anti-corpos no sangue. É umadoença complexa causadapor mutações em mais deum gene, assim como porfactores ambientais.

A diabetes mellitus do ti-po II está associada à obesi-dade, redução da actividadefísica e regimes alimentarespouco saudáveis (e envolveresistência à insulina emquase todos os casos), ocor-re mais frequentemente emindivíduos com hiperten-são, dislipidemia (perfil decolesterol anormal), obesi-dade central, e é uma com-ponente da "síndrome me-tabólica". Geralmente existeuma tendência familiar,mas trata-se de uma doen-ça complexa causada pormutações em mais de umgene, assim como por facto-res ambientais.

Sintomas— A tríade clássica da dia-betes mellitus é o aumentoda frequência urinária (po-liúria), sede (polidipsia), fo-me (polifagia), e perda depeso inexplicável;— Dormência nas extremi-dades, dores nos pés (dises-tesias), fadiga e visão desfo-cada;— Infecções recorrentes ougraves;— Perda de consciência ounáuseas/vómitos (cetoaci-dose) intensos ou coma. Acetoacidose é mais frequen-te na diabetes mellitus do ti-po I do que na diabetes mel-litus do tipo II;— Os doentes podem nãoapresentar quaisquer sinto-mas ou apenas sintomasmínimos durante anos an-tes de serem diagnostica-dos.

Diagnóstico— Juntamente com a tríadede sintomas clássicos, ob-

serva-se uma concentraçãode glucose no plasma ≥ 7mmol/l (ou 126 mg/dl) ou≥11,1 mmol/l (ou 200mg/dl) 2 horas após umabebida com 75 g de glucose.— Nos doentes sem os sin-tomas clássicos, o diagnós-tico também pode ser feitocom a obtenção de duasanálises ao sangue, comvalores anormais, em diasseparados.— A análise HbA1C dá-nos informação sobre ocontrolo metabóliconos 2-3 mesesanteriores efornece orien-tações em rela-ção às decisõesde tratamento.

Complicações da diabetesAs complica-

ções microvas-culares (devidoa lesões nosvasos san-guíneospequenos)incluem le-são dos olhos(retinopatia) queorigina cegueira,dos rins (nefropatia)que origina insufi-ciência renal e dosnervos (neuropatia)que origina impotên-cia e distúrbios de pédiabético (os quais in-cluem infecções gravesque levam à amputa-ção). As complicaçõesmacrovasculares (devidoa lesões nos vasos sanguí-neos maiores) incluemdoenças cardiovascula-res, tais como, ataquescardíacos, tromboses e in-suficiência no escoamen-to de sangue para as per-nas. Existe evidência prove-niente de ensaios aleatori-zados, controlados, degrandes dimensões, de queum bom controlo metabó-lico na diabetes do tipo I e IIpode atrasar o aparecimen-to e a evolução destas com-plicações.

Tratamento— O tratamento da diabetesmellitus não consiste ape-nas no alívio dos sintomas ena normalização dos níveisde açúcar no sangue, mastambém no diagnósticoprecoce e prevenção de vá-

rias complicações atravésde exames oculares regula-res, análises à urina, cuida-dos com os pés, e referen-ciação a especialistas, con-forme seja necessário.— Educação do doente em

termos deauto-mo-

nitorização dos sinais/sin-tomas de hipoglicemia (taiscomo fome, palpitações,tremores, sudação, sono-lência e tonturas) e da hi-perglicemia.— Educação do doente emtermos de dieta, exercício fí-sico e cuidados com os pés.— Os doentes com diabe-tes do tipo I requerem in-jecções de insulina para oresto da vida em combi-nações diferentes: de ac-ção curta/de acção pro-longada/de acção inter-média ou bomba de

insulina.—Os doentes com diabetesmellitus do tipo II são trata-dos com dieta/exercício fí-sico ou por adição de umaou mais categorias de medi-cação oral, com uma com-binação de medicação oral

e insulina,ou cominsulinasó.

Artigosubmeti-

do pela Shalina

O veneno docePara consciencializar o público, o 14 de Novembro é celebrado, em todo o mundo, como o Dia Mundial da Diabetes. E 2013

marca o quinto e último ano da campanha 2009 - 2013 sobre “Educação e Prevenção da Diabetes (“Diabetes Education & Pre-

vention”), cujo slogan é “Diabetes: proteja o nosso futuro”.

“AOMS EStIMA

quE A dIAbEtESSErá A 7ª MAIOr

CAuSA dE MOrtE EM 2030”

Como prevenirPara prevenir a diabetesmellitus do tipo II e as suascomplicações, tenha ematenção o seguinte:— Seja fisicamente activo –pelo menos 30 minutos deactividade regular, deintensidade moderada, namaior parte dos dias dasemana. É necessário havermais actividade quando sepretende perder peso; — Atingir e manter um pesocorporal saudável; — Fazer refeições pequenas,frequentes e saudáveis comcerca de 3 a 5 porções defruta e vegetais por dia ereduzir a ingestão de açúcar ede gorduras saturadas; — Evitar o uso de tabaco jáque este aumenta o risco dedoenças cardiovasculares.

Uma dieta saudável, uma actividade física regular, a manutenção de

um peso corporal normal e evitar o consumo de tabaco podem

prevenir ou atrasar o aparecimento da diabetes do tipo II

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19maláriaJSA Novembro 2013

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20 SAÚDE ORAL novembro 2013 JSA

Halitose significa mau hálito.Na maior parte dos casos, ahalitose tem origem na cavi-dade oral como resultado daputrefacção microbiana oumetabolismo bacteriano deaminoácidos em debris teci-dos locais. Os gases frequen-temente associados à halitosesão compostos voláteis de en-xofre (CVE) que, como pode-remos ver mais adiante, a de-tecção deste composto na ca-vidade oral do paciente éuma das formas de diagnós-tico da doença.Está provado que a halito-

se afecta todos os indivíduospelo menos uma vez na vida.Por se tratar de uma doençabem mais complexa do quese possa pensar, o diagnósti-co deverá ser feito tendo emconta os seguintes parâme-tros: tipos de halitose, tipos depacientes, mecanismos deformação dos compostos vo-láteis.

Tipos de halitoseExistem dois tipos gerais

de halitose: a halitose real e ahalitose imaginária. Sim, ou-viu bem, halitose imaginária.A halitose real caracteriza-sepela presença de odorivecto-res – o odor é produzido porpequenas partículas disper-sas no ar capazes de im-primir a sensação ol-factiva nas célulasreceptoras da

cavidade nasal. A estas partí-culas chamamos de odori-vectores – ofensivos ao olfac-to humano, no fluxo expirató-rio. Com base nas informa-ções transmitidas pelo pa-ciente e as reveladas pelo exa-me clínico é possível determi-nar a frequência e grau depropagação da halitose. As-sim, a frequência da halitosepode ser crónica quando estápresente de forma contínuaou transitória quandopresente de forma in-termitente. Quanto ao grau

de propagação estepode ser: 1. Halitose de inti-midade – quandoesta é perceptívelapenas quando o por-tador estiver próximo;2. Halitose “do interlocu-tor”– quando esta é perceptí-vel à distância de conversa-ção;3. Halitose social – quando ahalitose é perceptível no am-biente em que o portadorexala o fluxo expiratório.A halitose imaginária ou

psedo-halitose, por outro la-do, caracteriza-se pela ausên-cia de odorivectores ofensi-vos ao olfacto humano, nofluxo expiratório. No fundo, éum distúrbio que modifica apercepção gustativa e/ou ol-factiva do paciente, fazendocom que este acredite ser por-tador de halitose. Há indiví-duos que sentem dificuldadeem diferenciar a gustação deolfacto (Bromley, 2000).

Tipos de pacientesTipo I – Cons-

cienteÉ aquele que

já foi alertado poralguém de seuconvívio social epor issoprocu-

ra tratamento. Característicascomportamentais frequen-tes: discreto incómodo ouevidente abalo emocionalcom relato de insegurançanos relacionamentos inter-pessoais (Halitose real).

Tipo II – InconscienteÉ aquele que procura o

profissional com outra queixae é alertado sobre sua halitose

durante a consulta. Caracte-rísticas comportamentais fre-quentes: constrangimento,reacção defensiva e/ou difi-culdade em aceitar o diag-nóstico (Halitose real).

Tipo III – CondicionadoÉ aquele que procura o

profissional com queixa es-pecífica de halitose porqueacredita ser portador da mes-ma. Entretanto, nas avalia-ções clínicas seriadas não sedetecta alterações qualitati-vas no hálito. Característicascomportamentais fre-

quentes: peregrinação embusca de tratamento, pessi-mismo, tristeza e tendênciaao isolamento social e a esta-dos depressivos (Halitoseimaginária ou pseudo-halito-se).

Os mecanismos de formação dos odorivectores1.Halitose causada pela

ingestão de produtos aro-máticos

A alteração do hálito écausada pela ingestão dealimentos ou medica-mentos capazes de pro-duzirem odorivetoresorais e/ou sistémicos.Estas substâncias aro-

máticas apresentam duasvias de absorção, através do

contacto com a mucosa oral,gerando odorivectores oraise através do contacto com amucosa intestinal, gerandoodorivectores sistémicos. Após absorção no intesti-

no serão metabolizadas no fí-gado, gradualmente liberta-das na corrente sanguínea eexcretadas pela via pulmonar(respiração).

2.Halitose causada pelapresença de focos orais detecido necrosado (morto)Tonzetich (1964) descreve

a alteração do hálito causadapela presença de áreas de te-cido necrosado asséptico oucontaminado por microrga-nismos patogénicos. (Fig. 1)Estes compostos podem

ser formados na boca ou nou-tra parte qualquer do or-

ganismo (percebermecanismo expli-cado no ponto1) e serãochamadosde com-postos or-gânicosvoláteis(COV).

3- Halitose causada pelapresença de matéria orgâni-ca estagnadaOutra possibilidade para o

aparecimento de halitose épela presença de matéria or-gânica estagnada na cavida-de oral.

4- Halitose causada pelalentidão do metabolismo oufalência de um órgãoDiversos nutrientes dissol-

vidos no conteúdo intestinal,incluindo hidratos de carbo-no, ácidos gordos, aminoáci-dos entre outros, são absorvi-dos para o líquido extracelu-lar, o qual é transportado pelosangue circundante por todoo corpo. Nem todas as subs-tâncias absorvidas do tratogastrointestinal podem serusadas pelas células na formaoriginal. O fígado altera acomposição química de mui-tas delas, transformando-asem formas mais utilizáveis.

Quando ocorre a lentidãoou falência, por exemplo dofígado, as substâncias ingeri-das não são adequadamentemetabolizadas. Estes subpro-dutos são transportados pelacorrente sanguínea e liberta-dos durante as trocas gasosasocorridas no pulmão. Assim,quando estes compostos vo-láteis apresentarem odor car-regado, serão detectados noar expirado.

5- Halitose causada pelaalteração do fluxo salivarSabe-se que os constituin-

tes salivares exercem funçõesvariadas e um dos factoresque mais influência na com-posição salivar é a taxa de flu-xo (quantidade). Observa-seque, tanto na parótida como

na sub-mandibular, a di-minuição da taxa

de fluxo leva a uma reduçãode quase todos os elementosconstituintes da saliva.Assim a diminuição do ião

de bicarbonato, diminui a ca-pacidade tampão da saliva(capacidade de estabilizaçãodo pH dentro de valores neu-tros) factor preponderantepara o aparecimento da cáriedentária. A redução da quan-tidade de lisozimas e aglutini-nas, reduz a capacidade bac-tericida e bacteriostático dasaliva e por fim, a mucina pa-ra além de favorecer a fixaçãode matéria orgânica na cavi-dade oral e orofaringe, au-menta a viscosidade salivarfavorecendo a putrefacçãodos próprios componentessalivares.

Exames auxiliares de diagnóstico e tratamento Uma vez diagnosticado a

partir dos vários métodos ouexames auxiliares de diag-nóstico como a anam-nese, a ectoscopia, aoroscopia, a halito-metria, a avaliaçãodos padrões saliva-res, a avaliação doshábitos alimenta-res, os exames porimagem, os exameslaboratoriais e os testes

microbiológicos, o passoseguinte é oferecer um trata-mento/solução ao paciente. O sucesso do tratamento

da halitose reside na diminui-ção dos compostos voláteisde enxofre e outras substân-cias desagradáveis. Assim, amaior parte dos tratamentosconsiste em intervençõesmecânicas e químicas noambiente oral. As interven-ções mecânicas são tipica-mente a intensificação da es-covagem dentária, o uso dofio/fita ou escovilhão e a ras-pagem da superfície lingual eas químicas faz-se com o usode líquidos de bochecho an-timicrobianos ricos em clore-xidina.Se, por outro lado, os exa-

mes auxiliares nos ditam que,por exemplo, a razão da hali-tose surge por falência de umórgão a actuação deverá sermultidisciplinar.

Bibliografia -http://www.cdtatm.com.br/html/halitose.html- http://www.saliva.com.br/saliva/pdf/Sobrape.pdf- http://doc.omd.pt/docs/folhetos/folheto-omd-mau-halito.pdf- Brunetti, M. C.; Fernandes M. I.;Moraes, R. G. B.; - Fundamentos dePeriodontologia Teoria e Prática – Ar-tes Médicas, 2007

Mau hálito: quais as causas e como tratar

Os “mal cheirosos” culpados

chamam-se orivectores –

pequenas partículas disper-

sas no ar capazes de impri-

mir a sensação olfactiva nas

células receptoras da cavida-

de nasal. Quando se sente à

distância é mais grave – a ha-

litose social.

Inês Lago dE CarvaLho

MarquEs

Estomatologista

Halitose

Fig. 1 Tecido necrosado as-

séptico ao nível do palato

(1ºQ)

Fig. 2 Língua com matéria

orgânica estagnada (saburra)

“Está provado que a halitoseafecta todos os indivíduos pelomenos uma vez na vida”

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21publicidadeJSA Novembro 2013

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22 PREVENÇÃO Novembro 2013 JSA

A cólera é uma doença intes-tinal grave, muito contagio-sa, que ataca o ser humano.O doente tem diarreia abun-dante e pode perder com asfezes mais de dez litros deágua por dia. Cinquenta porcento dos doentes não trata-dos podem morrer. Segundoas autoridades, existem zo-nas de maior risco, como oCunene, Kuando-Kubangoe uma parte do Namibe, porserem áreas com escassezde água potável e, conse-quentemente, condições hi-giénico-sanitárias precárias.Nesta senda, o ministro

da Saúde, José Van-Dúnem,em visita recentemente àprovíncia do Cunene reco-mendou medidas urgentespara o combate da cóleracom vista a evitar o surgi-mento de novos casos. Medidas essas que não

servem apenas para a popu-lação daquela região, maspara todas as restantes pro-víncias. Basicamente, trata-se de melhorar a distribuiçãode água potável, educar a po-pulação sobre os cuidados ater e melhorar o funciona-mento dos centros de trata-mento comunitários dadoença. Há também a ne-cessidade da populaçãoacorrer sempre às unidades

hospitalares mais próximaslogo ao primeiro sinal dedoença. Por outro lado, asse-gurou existir uma grandequantidade de vacina Rota-vírus que protege as criançascontra as diarreias.Segundo dados da direc-

ção provincial da Saúde no

Cunene, no período de 26 deAgosto a 30 de Outubro, assi-nalaram-se 26 óbitos por có-lera, dos 807 casos regista-dos.

Em LuandaA exemplo das acções que

acontecem um pouco por

todo país, em Luanda, umaequipa de cerca de setentaprofissionais da saúde, entremédicos, psicólogos e mobi-lizadores, estão a trabalharregularmente nos últimosmeses, em programas desensibilização aos muníci-pes em matérias relaciona-

das com a prevenção da có-lera, segundo a direcção darepartição de saúde da Co-missão Administrativa da ci-dade. Além das campanhasde sensibilização, os técnicosestão a distribuir Hipocloritode Cálcio para desinfectar aágua de consumo.

Saúde preparada para combater eventual surto de cóleraMara Mota

Quase toda a região do país já

sentiu as primeiras chuvas

desta época. Por isso, as pes-

soas têm sido alertadas a te-

rem maior cuidado para evi-

tar doenças como o paludis-

mo e diarreias sendo neces-

sário o reforço das medidas

de higiene.

ÉPOCA CHUVOSA

Mas assim fica mais difícil aos serviços de saúde aguentarem e resolverem. Esta imagem foi colhida, dias atrás, pela nossa reporta-

gem, na Boavista, em Luanda, capital.Uma realidade - de tão absurda e perigosa, diríamos quase surreal! -, cheia de riscos para a saú-

de e para a vida. A combater por todos os meios - autoridades, pais e professores. FOTO JORGE VIEIRA

Pólio Director Regional da OMS para África apela para um maior reforço dos Programas Nacionais de Vacinação O Director Regional da OMSpara África, Luís Gomes Sam-bo, apelou este mês aos go-vernos, parceiros internacio-nais e populações a aumen-tarem a cobertura vacinal derotina para 90 por cento nomínimo, melhorarem a qua-lidade das campanhas de va-cinação, reforçarem a vigilân-cia epidemiológica e aplica-rem o Regulamento SanitárioInternacional.«Esta é a via para acelerar a

redução das doenças evitá-veis pela vacinação e inter-

romper definitivamente atransmissão do vírus selva-gem da poliomielite», enfati-zou o Director Regional daOMS para África. Luís Gomes Sambo fez es-

te apelo na capital angolanaquando discursava na aber-tura da oitava Reunião doGrupo Consultivo Técnicosobre a Erradicação da Polio-mielite que avaliou os pro-gressos, dificuldades e defi-niu novas acções para garan-tir a contribuição da RegiãoAfricana no processo mun-

dial de erradicação da polio-mielite. No discurso de abertura

da Sessão, o Ministro angola-no da Saúde, José Van-Dú-nem, reafirmou o compro-misso do governo em apro-fundar os progressos obtidosna interrupção da transmis-são do vírus dessa doença ereforçar a colaboração entreos estados africanos.José Van-Dúnem recor-

dou, com satisfação, que An-gola regista zero casos de pó-lio há dois anos consecutivos,

comparativamente aos 33 ca-sos notificados em 2010.«Este sucesso deve-se ao

facto de termos implementa-do planos de emergência pa-ra assegurar a interrupção dacirculação do vírus, assim co-mo ao aumento das taxas decobertura acima de 80% e anovas metodologias de mo-nitorização e avaliação daqualidade da vacinação, comum maior envolvimento deautoridades governamen-tais», realçou o Ministro daSaúde de Angola.

Cerca de três milhões de mu-lheres em idade fértil (dos 14aos 49 anos) estão a ser vaci-nadas contra o tétano numacampanha nacional iniciadaem Outubro, nos 66 municí-pios de maior risco para estadoença. Esta é a terceira campa-

nha de imunização que asautoridades sanitárias ango-lanas organizam contra o té-tano para proteger as mulhe-res em idade fértil e os re-cém-nascidos, com o apoioda OMS, UNICEF e outrosparceiros da iniciativa inter-nacional de vacinação, tendoas duas anteriores coberto os166 municípios do país, em2010 e 2011. Sob o lema «Vamos Parti-

cipar e Vamos Mobilizar», olançamento da campanhaaconteceu no município deCacuaco em Luanda e teve aparticipação da DirectoraNacional de Saúde Pública,Adelaide de Carvalho, da Di-rectora Provincial da Saúdede Luanda, Rosa Bessa Cam-pos, do representante daOMS, Hernando Agudelo, dorepresentante do UNICEF,Francisco Songane, assimcomo de autoridades provin-ciais, municipais e comu-nais, profissionais da saúde,músicos e grupos teatrais. Para atingir as mulheres

em idade fértil, a campanhade vacinação será realizadaem duas fases, sendo a pri-meira nas áreas urbanas,mediante postos fixos nasunidades sanitárias, e empostos avançados em esco-las, mercados, igrejas, entreoutros; e a segunda fase emáreas rurais, mediante equi-pas móveis que visitarão asaldeias e comunas para pro-teger as mulheres contra o té-tano.

Saiba mais…Como se apanha a cóleraA cólera só entra pela boca. Pelo contato de uma pessoa doente compessoas sadias quando não há higiene pes-soal.Pelas mãos sujas.Pela água contaminada por vírus das fezese vómitos do doente.Pelos esgotos contaminados.Pelas moscas e baratas sobre os alimentos.Quais os seus sinais e sintomasDiarreia, náuseas e vómitos, cólicas abdo-minais, perda de peso, dores no corpo,câimbras. Como evitarA cólera pode ser evitada através de três ac-ções básicas:1 - Tratar da água;

2 - Destino adequado das fezes;3 - Higiene das mãos e dos alimentos.Devemos tratar a água para matar os mi-cróbios e evitar as doenças. Mesmo pare-cendo limpa, a água possui micróbios quecausam vários tipos de doença, como a ver-minose e, principalmente, a diarréia.Tratar a água significa torná-la saudável pa-ra consumo humano. Como tratar a água?A água deve ser filtrada, fervida, ou clorada.Filtrar: O filtro retira as impurezas contidasna água. A cada oito dias, as velas do filtrodevem ser lavadas com açúcar.Ferver:Ferva a água cerca de 10 minutos. Amaioria dos micróbios existente na águanão sobrevive a temperaturas elevadas.Clorar:Pingar duas gotas de hipoclorito de

sódio (ou água sanitária) em cada litro deágua.Atenção aos reservatórios de água Lave os vasilhames, tanques e cisternas pordentro e por fora com água limpa e sabão,usando uma escova ou esponja.Esfregue bem com uma vassoura limpa asparedes dos tanques ou cisternas.Depois de encher, trate a água nova e limpacom hipoclorito de sódio.Atenção às hortaliças e frutasA alface, o coentro, a salsa, o repolho, a ce-noura e a beterraba, quando comidos crus,podem conter germes causadores de doen-ça. Por isso, é necessário lavar bem as ver-duras, retirando qualquer sujidade e colo-cá-los de molho na água limpa com vina-gre.

Mulheres angolanas emidade fértil protegidas contra o tétano

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24 terapia da fala novembro JSA

Há quem as adore, há quemas deteste……

As mães usam este tipo deobjectos calmantes há sécu-los para acalmar e sossegarbebés. E, por vezes, tambémcrianças mais velhas. En-quanto algumas mães sen-tem que não conseguiriamsobreviver até ao final do diasem dar ao bebé uma chupe-ta, outras progenitoras e al-guns profissionais de saúdereprovam fortemente a suautilização. O debate em tornodo uso da chupeta dura há jáuma série de anos e perma-nece um tema em que os paiscontinuam a receber conse-lhos contraditórios.

A sucção é um reflexo dobebé desde o útero materno epode ser observado atravésde ecografias, que mostramalguns bebés a chupar o de-do. Esse reflexo é vital para ocrescimento e desenvolvi-mento psíquico do bebé.

A criança, especialmente

no seu primeiro ano de vida,tem uma necessidade fisioló-gica de sucção. Além da ama-mentação, que garante a suasobrevivência, a sucção tam-bém promove a liberação deendorfina, uma hormonaque produz um efeito de mo-dulação da dor, do humor eda ansiedade, provocandouma sensação de prazer ebem-estar ao bebé.

A amamentação é sufi-ciente para satisfazer o desejobásico de sucção do bebé,desde que ele esteja a mamarexclusivamente no peito e amãe o ofereça sempre que obebé quiser. É importante en-fatizar que a sucção do bebéao mamar no seio materno écompletamente diferente dosugar o bico de um biberãoou chupeta. Mamar no peitoé muito importante para odesenvolvimento da mandí-bula e restantes ossos da face,dos músculos da mastigação,da oclusão dentária e da res-piração de forma adequada.

Vantagens do uso da chupeta

— Alguns estudos evidencia-ram possível efeito protectorcontra morte súbita, desdeque seja introduzida após aterceira semana de vida oucom a amamentação já esta-

belecida e utilizada apenasdurante o sono (recomenda-ção oficial da Academia Ame-ricana de Pediatria - AAP).— A principal vantagem douso da chupeta é acalmar obebé e ajudá-lo a dormir. Oacto de sugar a chupeta ajudaa aliviar a dor, porque relaxa obebé, e por isso muitos paisrecorrem a ela quando acriança sofre de cólicas ounão está a conseguir acalmar-se. Ao sugar, os batimentoscardíacos do bebé ficam maisregulares. — A chupeta pode, em certos

casos, ajudar bebés prematu-ros que estejam com dificul-dade de pegar na tetina do bi-berão ou no bico do seio, parapoder abandonar a alimenta-ção por sonda. Ela funcionacomo um treino para a suc-ção.

Desvantagens do uso da chupeta

— Maior probabilidade de in-fecções nos ouvidos – estácomprovada a relação entre autilização prolongada dachupeta e infecções no ouvi-do médio (otites) . Pensa-seque a sucção numa chupetaaumenta a probabilidade detransferência da infecção daboca para a trompa de Eustá-quio (a passagem de ar que li-ga o ouvido médio à parte detrás da garganta). — Pode conduzir também aprejuízos respiratórios im-

portantes, levando a uma ex-piração prolongada, reduzin-do a saturação de oxigénio e afrequência respiratória. A res-piração acaba ficando maisfrequente pela boca (respira-ção oral), o que piora a eleva-ção do palato (céu da boca),

diminuindo o espaço aéreodos seios da face e provocan-do desvio do septo nasal. Arespiração oral leva à dimi-nuição da produção da saliva,que pode aumentar o risco decáries. Como a respiração na-sal tem a função de aquecer,humidificar e purificar o arinalado e isto não ocorre deforma adequada na respira-ção oral, temos maiores hipó-teses de irritações da oro fa-ringe, laringe e pulmões, quepassam a receber um ar frio,seco e não filtrado adequada-mente.— Associação a infecçõesgástricas e outras – o uso dachupeta foi associado a ummaior risco de sintomas co-mo vómitos, febre, diarreia ecólicas. — O uso de chupetas tam-bém está associado a maiorprobabilidade de candidíaseoral (sapinho) e verminoses,já que é quase impossívelmanter uma chupeta com hi-giene adequada.— O uso da chupeta a longoprazo pode dar origem a pro-blemas dentários. Usar a chu-peta ou chuchar no polegar,pode dar origem a problemasdurante o crescimento e de-senvolvimento dos dentes,em especial se a criança ain-da os usar como calmantes

quando começar a nascer adentição definitiva. Para cor-rigir estes problemas, a crian-ça poderá necessitar de usarum aparelho dentário tem-porário ou fixo durante umou dois anos quando for maisvelha. — A sucção da chupeta deixaos músculos das bochechas,lábios e língua flácidos, semforça. Isso trará prejuízos namastigação e deglutição. Acriança não conseguirá mas-tigar os alimentos mais con-sistentes, levando as mães adar alimentação triturada, le-vando ao aumento da flaci-dez de toda a musculaturaoro facial. O desenvolvimen-to da fala também será afeta-do já que a criança não teráforça na musculatura paraexecutar alguns sons. Habi-tualmente tem dificuldadesna produção de todos os sonsque impliquem um bom tó-nus do ápice da língua. Apre-sentam dificuldades em pro-duzir o /l/, /r/, /t/, /d/, /s/,/z/…...— Problemas na linguagem –o uso da chupeta impede osbebés de palrar, um passoimportante na aprendizagemda fala, desincentivando osbebés mais velhos da conver-sa de que necessitam para de-senvolver as competências

“Recomenda-se que a idade de três anos seja a época limitepara a eliminação do uso dechupeta. Entretanto,reconhecemos que o ideal seriaremover gradualmente essehábito até os dois anos, sendoesta a idade do fim da fase oral”

ChupetasConheça as vantagens e desvantagens

sim ou não?

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26 terapia da fala Novembro 2013 JSA

de linguagem. — O uso diário da chupeta in-terfere na amamentação –existem fortes indícios de queos bebés que usam chupetadeixam de mamar mais cedodo que aqueles que não usamchupeta diariamente. Um es-tudo concluiu igualmenteque as mães dos bebés queusam chupeta conseguemamamentar em exclusivo du-rante menos tempo ou refe-rem falta de leite quando obebé tinha pelo menos ummês de vida.

O uso de chupetas e a suarelação causal com o facto dealgumas mulheres desistiremda amamentação é umaquestão controversa. Algunsargumentam que as mãesusam chupetas porque estãoa deparar-se com problemasna amamentação ou porque,na realidade, não queremamamentar. Outra linha teó-rica defende que os bebéstêm dificuldade em transitarda sucção na chupeta ou teti-na artificial para a sucção nomamilo – designado por ve-zes por “confusão de mami-los”. Outros acreditam que asucção numa chupeta em vezdo mamilo leva a uma falta deestimulação da produção deprolactina pelo peito, condu-zindo por sua vez a uma me-

nor produção de leite. As mu-lheres que desistem da ama-mentação nos primeiros seismeses referem frequente-mente que a causa é a “faltade leite”.

Independentemente domotivo, o uso diário da chu-peta está associado à inter-rupção da amamentação an-tes de o bebé atingir os trêsmeses de idade. A Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS)recomenda que todos os be-bés sejam amamentados emexclusivo durante os primei-ros seis meses devido aosenormes benefícios do leitematerno. Por conseguinte,tanto a OMS como o Fundodas Nações Unidas para a In-fância desaconselham forte-mente o uso da chupeta.

Até que idade é aceitável que a criança use chupeta?Recomenda-se que a ida-

de de três anos seja a época li-mite para a eliminação douso de chupeta. Entretanto,reconhecemos que o ideal se-ria remover gradualmente es-se hábito até os dois anos,sendo esta a idade do fim dafase oral. Quanto mais cedo achupeta for banida, maioresas probabilidades de auto-correcção de possíveis desar-

monias nas arcadas dentáriasdevido ao uso do acessório.Espera-se que a partir dosdois anos e meio e os trêsanos, a criança, que já estaráenvolvida em actividades di-versas, pelo que começa adesligar-se do hábito de chu-par chupeta, porque tem ou-tros interesses.

Como usar a chupetaO choro constante do be-

bé pode desestabilizar a fa-mília inteira, e o que o bebémais precisa para se desen-volver com saúde é de um

ambiente tranquilo. Em no-me dessa paz pode ser quevalha a pena tentar a chupe-ta. Para isso, siga as seguintesdicas:— Use chupetas ortodônti-cas e adequadas para a idadedo bebé (procure informa-ções na embalagem).— Mantenha as chupetassempre limpas - esterilize-ascom frequência, idealmentetodos os dias, pelo menosnos primeiros três meses dobebé. Se for guardá-las den-tro de caixinhas especiais, es-terilize a caixinha também.— Troque a chupeta se notarque ela está desgastada, fura-da ou pegajosa.— Nunca mergulhe a chupe-ta em alimentos doces comoaçúcar, para fazer o bebé pa-rar de chorar. Esse costumepode provocar cáries.— Limite o uso da chupeta aoestritamente necessário, co-mo durante crises de cólicasou na hora de dormir. — Espere o bebé precise dachupeta, em vez de colocá-lana boca dele automatica-mente.— Tente tirar o hábito dechupar chupeta o quanto an-tes— Não deixe que o uso dachupeta se torne um vício pa-ra o bebé, especialmente du-

rante o dia. Deve ser o adultoa controlar o uso da chupetae não o bebé. Não a deixe àdisposição e evite prende-laà roupa do bebé.

Como largar a chupeta— Vá diminuindo aos pou-cos os períodos em que per-mite o uso da chupeta.— Restrinja a chupeta a mo-mentos críticos do dia, comoa hora de dormir ou quandoseu filho está doente. Seja fir-me.— Se for premiar a criançapor não usar a chupeta, prefi-

ra brincadeiras, passeios, pri-vilégios, autocolantes ou qua-dros de estrelas – nunca dêdoces em troca da chupeta.— Reforce a ideia de quecrianças mais velhas nãousam chupeta - elas adoramsentir-se mais crescidas.— Incentive a criança a dartodas as chupetas para al-guém - nem que seja o PaiNatal ou o Coelhinho da Pás-coa. Depois que isso aconte-

ça, faça de tudo para não vol-tar atrás. Se não houver ne-nhuma data apropriada pró-xima, pode inventar a "fadada chupeta", que deixa umpresentinho em troca.— Converse com outros paispara saber que estratégiaseles usaram. Há quem faça,por exemplo, um furo nachupeta, prejudicando a suc-ção, e diga ao filho que a chu-peta está estragada.— Identifique os sinais deque seu filho está pronto paralargar a chupeta e aproveite omomento. Durante uma gri-pe, é comum que a criançarejeite a chupeta, pois precisarespirar pela boca por causado nariz entupido. Se issoacontecer, tire as chupetas davista dele e espere. Quando oseu filho pedir a chupeta, nãodê imediatamente. Pode serque ele largue o hábito natu-ralmente.— Invista na rotina da horade dormir: anuncie uma mu-dança (um bichinho novo, amudança do berço para a ca-ma, um novo hábito, de ouvirmúsica ou contar histórias deum livro, por exemplo), e ex-plique que na nova rotina -de criança grande - não háespaço para a chupeta. O en-tusiasmo com a novidadepode ajudar.

“Limite o usopara quandoele forabsolutamentenecessário”

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27publicidadeJSA Novembro 2013

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28 RESPONSABILIDADE SOCIAL novembro 2013 JSA

Segundo o vice-presidente do con-selho de administração destaONG, Domingos Jorge, a acção deformação decorreu durante umasemana e dos quarenta e quatroformados havia desde jovens de 15anos de idade a adultos de 50 anos,com maior predominância sexofeminino.

A BP, financiadora deste projec-to, no âmbito das suas práticas deresponsabilidade social, disponi-bilizou para o efeito 14,7 milhõesde kwanzas. De acordo com ElziraRodrigues, responsável da AIDC,“o projecto tem como objectivomudar a consciência da popula-ção, alertando-a para os perigosque o lixo causa e assim contribuirpara acabar com muitas doenças”.Acresce que “poderá servir deexemplo para outras áreas da cida-de”.

População satisfeitaNa Boavista já aconteceram

dois casos de cólera em anos con-secutivos. A população que afluiuao local mostrou-se bastante satis-feita pois sente que, finalmente, oquadro crítico de doenças causa-das pelo lixo, como a cólera e a ma-lária, poderá ser revertido com ascampanhas de limpeza programa-das doravante todas as sextas-fei-ras e sábados com a participaçãode todos.

Segundo Elzira Rodrigues “apopulação reagiu muito bem à for-mação dos activistas e começámosa receber pedidos de moradoresque querem juntar-se a esta causae participarem nas campanhas delimpeza”.

Germano Tchitumba, forma-dor em representação da Adminis-tração da Comuna do Patrice Lu-mumba, também ouvido pelo Jor-nal da Saúde, afirmou “o que nósqueremos mais é que a própria co-munidade participe, porque os ac-tivistas só darem a conhecer e sen-sibilizar não vai bastar se não hou-ver a moldura humana da popula-ção a participar das actividades.Consideramos assim este projectoda AIDC um bom princípio e, co-mo representantes da administra-ção apoiamos”.

A activista Antónia Medina quevive no bairro da Boavista, desde1971, disse que é a primeira vez

que acontece algo do género aqui,e pensa contribuir com o seu me-lhor. Dona Antónia, logo que sou-be do projecto, mobilizou toda asua família e os seus oito filhostambém participaram da forma-ção. “Vêm aí as chuvas e penso jápôr em prática o que aprendi naformação. Agradeço a ajuda quenos vem dar esta organização” sa-lientou.

Para o activista Délcio Mulem-ba, recém-diplomado, a sua acçãoa partir de agora “vai ser em prol dacampanha, porque tudo o quemais quer é ver o meu bairro lim-po”.

Délcio aproveitou a oportuni-dade para deixar a seguinte men-sagem: “A todos os jovens, sejameles da Boavista ou de outros bair-ros de Luanda, peço que ajudemneste tipo de campanhas, porquenão é o governo que produz esse li-xo, quem está a fazer o lixo é a po-pulação, então que seja esta a aca-bar com o lixo. É este o meu conse-lho”.

Por parte da BP esteve presenteo Director do DesenvolvimentoSustentável, Gaspar Santos. Na suaintervenção pediu empenho totaldos activistas na sensibilização detodos os moradores para a redu-ção considerável das lixeiras na-quele local.

Um representante do Ministé-rio do Ambiente, a responsável dosserviços comunitários de Luandae da comissão de moradores, diri-gentes da Elisal, dos Caminhos deFerro de Luanda, da Textang (lugaronde decorreu a acção de forma-ção) e os representantes da Sonilse da Panalpina, comparecerampara testemunhar o acto patroci-nado pela BP Angola.

Mais saúde para o bairro da Boavista com o apoio da BPmara moTa

A Organização Não-Governa-mental "Acção Integrada para oDesenvolvimento Comunitário(AIDC)", em parceria com a Ad-ministração Comunal do PatriceLumumba, procedeu à entrega dediplomas a 44 activistas em educa-ção higiénica e sanitária formadosno bairro da Boavista em Luanda.

LANÇAMENTO DO PROJECTO DE EDUCAÇÃO HIGIÉNICO-SANITÁRIA

De uma forma sintética, o lixo corres-ponde a todos os resíduos gerados pe-las actividades humanas, considera-dos sem utilidade e que entraram emdesuso. O lixo é um fenómeno puramente hu-mano, uma vez que na natureza nãoexiste, pois tudo no ambiente agregaelementos de renovação e reconstru-ção do mesmo. O lixo pode ser encon-trado no estado sólido, líquido e gaso-so. O lixo pode ser classificado como orgâ-nico (restos de alimentos, folhas, se-mentes, papéis, madeira entre outros),inorgânico – e este pode ser reciclávelou não (plástico, metais, vidros etc.) –,lixo tóxico (pilhas, baterias, tinta etc) elixo altamente tóxico (nuclear e hospi-talar). Todas as cidades enfrentam diversostipos de problemas, entre os quais, aquestão do lixo, principalmente o sóli-do. Diariamente as cidades emitemuma enorme quantidade de lixo egrande parte desses detritos não sãoprocessados, ou seja, o excedente vaisendo armazenado em proporçõesalarmantes. O problema cresce grada-tivamente, devido o elevado númerode pessoas e o grande estímulo ao con-sumo. Antes da Primeira Revolução Indus-trial, o lixo produzido nas cidades eracomposto basicamente por elementosorgânicos. Além disso, o número dehabitantes era menor, assim como oscentros urbanos. Os moradores enter-ravam os resíduos no próprio quintal. Após o período da Primeira RevoluçãoIndustrial, houve um grande cresci-mento da produção industrial, au-mento significativo da população, pro-cesso que teve um enorme incrementoapós a Segunda Guerra Mundial, a par-tir da qual se verifica um aumento ex-ponencial da quantidade de lixo e umadiversificação na sua composição. Perigos que acarretaO lixo é mais evidente nos países emdesenvolvimento, onde muitas vezesnão existe um sistema de colecta de li-xo e saneamento eficaz. Entre outros

Perigos que acarreta:—Disseminação de insectos e ratosque são hospedeiros de doenças, co-mo a malária, peste bubónica, dengue,leptospirose e, indirectamente, a cóle-ra, entre outras. —Decomposição de matéria orgânicaque gera um odor desagradável e pro-duz um líquido ácido de cor escura,absorvido pelo solo e que atinge o len-çol freático, tornando-o poluído. —Contaminação do solo com produ-tos tóxicos e das pessoas que estão emcontacto. —Deslizamento de encostas. —Assoreamento de mananciais e en-chentes. —Armazenamento de materiais quenão são biodegradáveis.

O que é o lixo?

Activistas do bairro da Boavista, em Luanda, receberam os diplomas em educação higiénica e sanitária. O patrocínio foi da BP Angola

délcio mulemba, activistarecém diplomado: “A mi-nha acção, a partir de ago-ra, vai ser em prol da cam-panha, porque tudo o quemais quero ver é o meubairro limpo”

elzira rodriGues, da AIDC: “Oprojecto tem como objectivo mu-dar a consciência da população,alertando-a para os perigos que olixo causa e assim contribuir paraacabar com muitas doenças”

anTónia medina, activista recém diplomada: “Vivo no bairro da Boavistadesde 1971. É a primeira vez que acontece algo do género aqui. Vou contri-buir com o meu melhor”

Germano TchiTumba, formador,em representação da Administra-ção da Comuna do Patrice Lumum-ba: “O que nós queremos mais éque a própria comunidade partici-pe”

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Para os trabalhadores daOdebrecht em Luanda e daobra da hidroeléctrica doLaúca, província do KwanzaNorte, a iniciativa de realizaruma caminhada, com o fimde promover a integração epráticas de saúde e bem-es-tar, foi realizada no dia 27.Uma jornada agradável paratodos, tanto para os colabo-radores em Luanda, quantoem Laúca.Na baía de Luanda, os

trabalhadores da Odebrechte seus familiares formaramum grupo de aproximada-mente 350 pessoas e percor-reram cinco quilómetros.No trajecto, os participantestiveram à disposição pontosde hidratação, com água ebebidas isotónicas, e foramacompanhados por profis-sionais de educação físicaque guiaram a atividadedesde o aquecimento.Para as crianças, foi mon-

tado um espaço com brin-quedos, bonecos e monito-res de recreação infantil.Para completar a promo-

ção de hábitos saudáveis, aárea de saúde da OdebrechtInfra-estrutura Angola refor-çou a campanha de preven-ção e tratamento da hiper-tensão organizada para ostrabalhadores no país, tendomontado uma tenda comprofissionais da saúde parao monitoramento da tensãoarterial. Por outro lado, e emadesão à campanha Outu-bro Rosa, realizada pelo Ins-

tituto Nacional do Cancro –que visa alertar a sociedadequanto aos cuidados a ter noque se refere ao cancro damama –, a médica da Ode-brecht, Paloma Gregório,aproveitou para esclarecersobre os cuidados básicos aserem observados de modoa prevenir ou a possibilitarum diagnóstico precoce(processo de palpar, obser-vação da presença de líqui-dos no bico do seio, etc), pa-ra além de entregar um laçode cetim rosa aos partici-pantes da caminhada, comoforma de fixar e caracterizara aderência à campanha.

…e nas obras de LaúcaNo canteiro de obras da

futura hidroelétrica de Laú-ca, província do Kwanza-Norte, o evento foi realizadopela primeira vez com traba-lhadores do projeto, contan-do com a adesão de, aproxi-madamente, 300 participan-tes que fizeram alongamen-tos e uma caminhada dequatro quilómetros, fomen-tando a prática do desportoe a promoção da saúde.

Benefícios para a saúdeDe acordo com os cen-

tros de controle de doençados Estados Unidos (USCenters for Disease Con-trol), os benefícios da ativi-dade física para a saúde sãoextremamente importantes,não só no controle de doen-ças crónicas, mas também

na redução do risco de mor-te prematura em decorrên-cia das principais causas demorte no mundo, como asdoenças cardíacas e algunstipos de cancro.Estima-se que o sedenta-

rismo seja causador de 1,9

milhões de mortes a nívelmundial. É também a causade 10 a 16% do cancro damama, cólon e recto, bemcomo da diabetes mellitus,e, ainda, de cerca de 22% dadoença cardíaca isquémica.Pessoas fisicamente ativas

durante cerca de sete horaspor semana têm um risco40% menor de morte prema-tura do que aquelas que sãofisicamente ativas por menosde 30 minutos por semana.Além de todas estas van-

tagens na promoção da saú-de, a atividade física tam-bém tem impacto na redu-ção dos sintomas de depres-são e ansiedade. Ajuda acontrolar o peso e a desen-volver e manter os ossos,músculos e articulaçõessaudáveis, contribuindo as-sim para que os idosos fi-quem mais fortes e tenhammais mobilidade. Sem dúvi-da que proporciona o bem-estar físico e psicológico emqualquer idade.

29JSA Novembro 2013 responsabilidade soCial

A área de saúde do ProjectoVias Expressas, da Ode-brecht Infraestrutura emAngola, promoveu, no mêsde Outubro, um ciclo de pa-lestras com as mulheres so-bre o cancro da mama. As palestras ministradas pe-los médicos Rogerio Bar-celos e Marise Chavesrealçaram a importân-cia dos cuidados a terpara prevenção. Durante as pales-tras as mulheresaprenderam a reali-zar o auto examepara avaliar possíveis

alterações. “A realização do auto-exame deveser feita ao menos uma vez pormês. A melhor altura para fazer éaproximadamente uma semanadepois do período menstrual”,refere a médica responsável pelaárea de saúde, Paloma Baiardi Gre-gório. O cancro da mama é a segundamaior causa fatal de cancroem mulheres.Em Angola, o cancro damama tem afectado asmulheres entre os 35 e39 anos de idade.Luanda é a região que

mais casos regista.

Odebrecht promove hábitos saudáveis junto aos seus trabalhadores

Caminhadas

“Estima-se que o sedentarismoseja causador de 1,9 milhõesde mortes a nível mundial. É também acausa de 10 a 16% do cancroda mama, cólone recto, bemcomo dadiabetes mellitus,e, ainda, de cerca de 22% da doençacardíacaisquémica”

“Em Angola, o cancro da mama tem afectado as mulheresentre os 35 e 39 anos deidade. Luanda é a região que mais casosregista”

Campanha de prevenção do cancro da mama

Em Luanda, o ciclo de actividades para disseminar práticas

saudáveis foi completado pela palestra A Importância da

Caminhada no Dia a Dia, ministrada pela fisioterapêuta

Cristina Lopes.

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30 DIA MUNDIAL LUTA CONTRA A SIDA Novembro 2013 JSA

Na África Austral, região ondeAngola se encontra situada, oVIH tem tido, e continua a ter,graves efeitos nos homens emulheres em idade entre os15 e 24 anos, altura em que osmesmos se preparam paraentrar para o mercado do tra-balho. Assim sendo, em qual-quer país, o local de trabalhoconstitui um sítio ideal parafacilitar o acesso a todos ostrabalhadores para a preven-ção, tratamento, cuidados eapoios ao VIH.A produtividade e o rendi-

mento poderão estar seria-mente comprometidos devi-do à ausência de trabalhado-res, como resultado de doen-ças sexuais e reprodutivas,incluindo o VIH, as Infecções

de Transmissão Sexual e ou-tras infecções oportunísticascomo a Tuberculose e can-cros reprodutivos como o dapróstata, da mama ou do co-lo do útero.

A responsabilidade das empresasUma vez que estas doen-

ças podem ser prevenidas egeridas através do forneci-mento de informação e servi-ços, um desafio se coloca atodas empresas, sejam elasprivadas ou estatais, nacio-nais ou internacionais: é ur-gente e imperioso que as em-presas contribuam para queos seus trabalhadores te-nham acesso ao aconselha-mento e testagem voluntária.

E, mais importante ainda, es-tendam essas acções à elabo-ração e implementação deprogramas de promoção dasaúde no local de trabalho,com a participação do Minis-tério da Administração Pú-blica Emprego e SegurançaSocial (MAPTSS), do ComitéEmpresarial Contra o VIH e aSIDA, INLS – Instituto Nacio-nal de Luta contra o VIH\SI-DA e dos Sindicatos.Estes programas cujo ob-

jectivo principal visam provi-denciar informação, educa-ção e serviços relacionadoscom saúde sexual e reprodu-tiva deverão entre outras ac-tividades permitir no local detrabalho, a realização regularde sessões de informação,

realizar eventos de aconse-lhamento, testagem voluntá-ria e rastreio periodicamenteem colaboração com os pro-vedores de serviços, fornecerinformação sobre onde ostrabalhadores podem teracesso à tais serviços e nãomenos importante, fornecerpreservativos.Através destes programas,

as empresas nos seus locaisde trabalho podem comple-mentar os esforços nacio-nais, e a materializar os im-portantes compromissos re-gionais e globais destinadosa melhorar a saúde sexual ereprodutiva.Por isso mesmo, no âmbi-

to do Plano Estratégico Na-cional de Respostas às Infec-

ções de Transmissão Sexual,VIH e SIDA para o período de2011 – 2014 em relação àcomponente da prevençãoda vulnerabilidade e trans-missão sexual espera-se queseja aumentada a proporçãoda população que conhece oseu estado serológico e, porvia disso, se em caso de se-rem portadores possam bus-car os serviços adequados àssuas necessidades (Aconse-lhamento e Testagem Volun-tária). A meta até final de De-zembro de 2013 era conse-guir dois milhões de testes.As estatísticas ainda estãolonge de atingir esta ciframais, pensando além do ho-rizonte, quem sabe, em 2015,cheguemos aos cinco mi-lhões.Alimentar sonhos é possí-

vel, realizá-los é a nossa me-ta, individual e colectiva. Fa-ça o seu teste e ajude a suaempresa a implementar umprograma mais abrangente,multidisciplinar e multisec-torial traduzido na provisãode serviços de prevenção, fa-cilitação de serviços de trata-mento de doenças e questõessexuais e reprodutivas in-cluindo o VIH, a violência ba-seada no género e todos oscancros reprodutivos.O aconselhamento e a tes-

tagem voluntária vão paraalém dos requisitos legais.Devem basear-se em acçõesvoluntárias de ambas as par-tes: trabalhador e empresa.Faça a sua parte. Das empre-sas esperamos que ofereçama todos sem discriminaçãoambientes de trabalho segu-ros e saudáveis. Até lá, acon-selhamento e testagem vo-luntária no local de trabalhojá é a palavra de ordem domomento.

No sábado, 30 de Novem-bro, o Comité EmpresarialContra o VIH e SIDA em An-gola, entidades da sociedadecivil (ANASO), e o InstitutoNacional da Luta Contra a Si-da, com o apoio do Jornal daSaúde, promovem uma mar-cha de sensibilização alusivaao Dia Mundial da Luta Con-tra a Sida que se celebra a 1 deDezembro. A concentração éàs 7 horas, na Cidadela. Amarcha sai às 9h00 e segueaté a Praça da Família (no 1º.De Maio).No dia seguinte, 1 de De-

zembro, decorre, no estádio

dos Coqueiros, um evento deconfraternização das empre-sas associadas do CEC, lide-rado pela Esso. Entre outrasactividades, destaca-se umjogo de futebol feminino, gi-nástica rítmica para gestantese a dança da família. Um, ouos dois, embaixadores daOnusida (C4Pedro e Titica)estão convidados e devemanimar o evento, além de ou-tros artistas.As empresas interessadas

em ingressar no CEC - Comi-té Empresarial Contra o VIHe a SIDA podem contactar aredacção do Jornal da Saúde.

Testagem voluntária no local de trabalho, o novo desafio

Dia Mundial da Luta Contra o VIH / Sida

Junte-se à marcha!

Pedro SaNta MarIa |

Jornalista e assistente Social

Membro do Grupo técnico do Comité

empresarial Contra o VIH e a SIda

Nos dias que correm, já não

deveria constituir novidade

que fazer o teste do VIH é a

melhor maneira de saber se

uma pessoa é ou não porta-

dora do vírus. De resto, em

caso positivo ou negativo, sa-

berá a pessoa como se tratar

ou como se proteger do ví-

rus.

“É urgente eimperioso que asempresascontribuam paraque os seustrabalhadorestenham acessoaoaconselhamentoe testagemvoluntária”

35, 3milhões

Havia 35,3 milhões depessoas com VIH em 2012

2,1milhões

Cerca de 2,1 milhões deadolescentes viviam com

VIH em 2012

9, 7milhões

No final de 2012, cerca de9,7 milhões de pessoas em

países de baixa e médiarenda recebiam

tratamento antiretroviral

Mónica, seropositiva, e a sua neta Sympathy Tshuma, 14 anos, sentadas na cama em sua casa na aldeia de Makuzeze, a cerca de 200

quilómetros a sul de Bulawayo, a segunda maior cidade no Zimbabwe, um dos países mais causticados pela doença. Apoiar os ado-

lescentes na prevenção e tratamento é muito importante. Em Angola, para reforçarmos o combate ao vírus, é essencial que as em-

presas colaborem e realizem palestras e testagens voluntárias. Foto cedida por cortesia da OMS

Bons exemplos empresariais

Anglobal realizou a 1ª Semana de Prevenção VIH/SIDA A Anglobal realizou, entre 14 e 18 de Outu-bro, em Luanda, a sua primeira ação doProjecto Cuidar, com o ob-jectivo de promover o bem-estar e a qualidade de vidados seus colaboradores. Parao efeito contou com a colabo-ração da equipa da ClimedServiços de Saúde que minis-trou palestras e realizou a tes-tagem no local de trabalho com material deapoio do INLS – Instituto Nacional de Lutacontra o VIH\SIDA. Participaram da activi-dade 149 colaboradores. As palestras foram

realizadas nos Estaleiros de Viana, no Ga-mek e nos escritórios centrais no Morro

Bento. A adesão à testagematingiu quase 80%. A segunda acção foi efectua-da nas suas instalações emBenguela, no início de No-vembro, com a colaboraçãodo Governo provincial deBenguela - Repartição de

Saúde e Combate ao VIH – INLS. Assisti-ram à palestra, ministrada por Aline da Ma-ta, 76 colaboradores. Realizaram-se 51 tes-tes.

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31publicidadeJSA Novembro 2013

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32 publicidade Novembro 2013 JSA