o dia a dia das creches e pré-escolas

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urruOlEMDIADASI

~

EPRE-

SOBRE'ODIAAECHES

olASM uitas vezes , as solucoes dadas nas etapas da EducacaoIn fan til sao centradas nos adu ltos , que pensam sozinhos

em tudo,sem levar em considerecso 0olhar das criences

p or An a Ma ri a Me llo *

tempo ou a temporalidade

sao elementos que per-

meiam toda atividade de

uma instituicao de Educa-

cao Infantil. Desde os cenarios (ambientes)

onde elas transitam, passando pelas intera-

'foes entre seus atores (entre criancas, adul-

tos) e pelos enredos criados pelas situacoes

educativas ate 0 tempo historico em que tudo

isso se da (episodios de duracao longa e curta;

anteriores, simultaneos ou posteriores).

Na dec ada de 1980, por exemplo, em

uma creche da rede publica da cidade de

Sao Paulo, da Vila Praia, 0 dia a dia era mar-

cado pelo te mp o d a m on oto nia da espera. As

criancas olhavam para 0 nada, cutucavam 0

amigo, mordiam a propria mao, aurnenta-

yam os buracos que havia nas paredes, espe-

ravam ser servidos na hora das refeicoes com

a cabeca debrucada entre os braces, espera-

yam sentadas no penico ou dentro do berco

ou dos cercados, ou ainda, cobriam a cabeca

para procurar 0 sono. Era 0 que faziam para

passar 0 tempo.

Em 1992, a discussao sobre esse tema

avancou, Tratava-se agora de observar os re-

logics temporais na Educacao Infantil cujo

resultado foi 0 livro Cre ch es: C ria nc a, Pa z De

* Este artigo e sintese de parte das supervisoes que organizei na creche da Coseas da USP de Sao Carlos, entre 2005 e 2010.

Agradeco a disposicao dos funcionarios dessa unidade e tambern a toda a equipe da Creche Carochinha. E agradeco ainda

aos profess ores, pedagogos e educadores com os quais este texto foi debatido: Alma Helena Silva, Beatriz Boriollo, Flaviana

Vieira, Marcia Azevedo, Silvana [anuario e Jose Cavalhero Simon Junior. Algumas sugestoes dadas nos pareceres desses

colegas foram incluidas aqui, outras sugerem debates arnpliados sobre 0 tema, abrindo novas perspectivas de trabalho.

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semanas ou meses.

Muitos autores avaliaram os t

institucionais a partir de estudos de caso, em

textos educativos. A pesquisadora Maria Ca

Barbosa, em 2000, defendeu uma tese sobre

em creches e pre-escolas, concluindo que aso

zacoes de acoes educativas em rotinas regid

temporalidade rigidas resultam em instrume.:

controle do tem po e do espa'(o; tendo como

principal a padronizacao e a reaulamen

vida de criancas, suas familias e 5eUS OOm:;dl l

Conta Cia. No capitulo "AOrganizacao

do Tempo no Espaco deAtividades"ve-se

a imagem de tres relogios que deveriam

funcionar articuladamente durante todo

o periodo de atendimento das creches e

pre-escolas. Eles representam os tempos

b io lo gi co , h is to ric o e p sic ol og ic o. Nessa

oportunidade analisaram-se as caracteristicas de

cada marcador de tempo e os resultados de rotinas

organizadas segundo as acoes de cuidado (arruma-

coes/limpezas/sono e descanso/banho e higiene).

Nelas 0 t elog ia b iolog ico permanecia em constante

funcionamento, enquanto que os acontecimentos

do mundo como festas e eventos, asmarc as do dia a

dia (relogia historico), como tambem as singularida-

des de cada grupo e de cada crianca, suas familias e

E m id a d e p re -e s c o la r a c r l a n c ae c a p a z d e d a rc o n t i n u id a d e a ot e m p o , e m s u a sa \o e s h id i c a s

seus educadores trelogio psicologicoi

pareciam das situacoes de cuidado

cacao infantil. Assim os relogios hi

e psicologico oscilavam entre estar p

ou funcionando lentamente durant

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tidade de criancas envolvidas nas acoes educativas

em uma determinada creche, de urn determinado

bairro e cidade. Ela sugere que nossas observacoes

respondam a uma simples pergunta: "0 que esta

acontecendo aqui?". Anna Bondioli alerta que a

pergunta e boa mas, como sempre, nao tern uma

unica resposta. Apoiada em Goffman (1974), ela

afirma que uma "atividade que e ludic a para 0 jo-

gador de golfe e urn trabalho para 0 carregador

de tacos". Considerando esses diferentes olhares,

como tambern as varias interacoes que acontecem

no dia a dia, em diferentes situacoes educativas,

teremos de escolher algumas delas e foca r nossas

observacoes nao so na temporalidade das acoes,

mas em quatro dimensoes do ambiente, entendido

aqui, conforme Lina Fonero, como espaco, t empo ,

fu n ci on al id ad e e i nt er acoe s.Lina, apesar de ter clareza que ambientes e espa-

cos sao conceitos intimamente ligados, distingue-

os claramente. Espaco refere-se aos locais onde as

acoes sao realizadas, caracterizados pelos objetos,

movers, materiais didaticos e pelas arrumacoes

\"decora'rad'). ja 0 ambiente, para eia, diz respeito

ao conjunto desse espac,:ofisico e as relacoes que

a ESPACO PODE SER VISTa COMO

LUGAR ONDE AS COISAS OCORRE

a AMBIENTE UNE a ESPACO FISIC

A s RELACOES QUE ALI ACONTECEM

A partir de observacao e analise de rotinas, e como

elas sao estabelecidas, a autora sugere que se anali-

sem os tempos e os agrupamentos organizados se-

gundo uma logics que pode ser alterada se conside-

rassemos 0que e 0 te mpo d a e pa ra a in fa nc ia . Nessa

oportunidade ainda, Maria Carmem analisou 0 uso

d o tempo nas instituicoes de educacao infantil.

se estabelecem nele. Assim, nao se consideram so-

mente 0 meio fisico ou material, mas tambern as

interacoes que se produzem nesse meio. E urn todo

indissociavel de objetos, odores, formas, cores, sons

e pessoas que habitam e se relacionam dentro de

uma estrutura espacial e temporal. Lina Fornero

afirma que 0 ambiente "fala" transmite-nos sensa-

coes, evoca recordacoes, passa-nos seguranca ouinquietacao, mas nunca nos deixa indiferentes.

Convidamos voce, leitor e leitora, a observar do

lado de fora os episodios infantis em urn grande

r el 6g io d o temp o. Partindo, e claro, do pressuposto

de que ha diferentes olhares e focos, considerando

ainda que nosso relogio marca 0 tempo d as in te ra -

foes entre as criancas; entre elas e os objetos e espa-

cos; entre elas e os adultos, e entre os adultos.

- -utro exemplo conhecido no Brasil sao os tra-

balhos desenvolvidos pela pesquisadora italiana

Anna Bondioli. Nesses estudos, Anna explicita por

varias vezes que nao devemos registrar apenas a

observacao pura do tempo, ou seja, do que aeon-

tece em determinadas regioes espaciais, da quan-

EO UCA >;:A O I

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o TE MP O E A T EM PO RA LID A DE

"0 olhar do outro melhora 0 nosso olhar", diz

urn dos versos de "Seu Olhar", letra de Arnaldo An-

tunes musicada por Paulo Tatit. As criancas gostam

de ouvir e cantar essa cancao, Em geral, elas se iden-

tificam com esses versos, soam -lhes familiar.

S E U O LH A R(Arnaldo Antunes e Paulo Tatit)

o seu olhar 113ora

o seu olhar no ceu

o seu olhar demora

o seu olhar

o seu olhar melhora 0meu

Assim, partimos do pressuposto de que a crianca

durante toda a infancia acredita que 0 o lh ar d o o u tr o

melhora 0 s eu p ro pr io o lh ar . Com os adultos e com

os parceiros prediletos a crianca desde muito cedo

pensa e fala 0 que acredita, ela confere hipoteses, ela

abstrai fatos e (re)apresenta em suas acoes ludicas

essas experiencias. Ela constroi novas hipoteses sobre

o ou tr o no ambiente em que ela esta inserida. Na pre-

escola verifica-se todo tempo criancas "conferindo"

inforrnacoes que 0 outro traz das suas vivencias, se-

jam elas em casa, na igreja, nos clubes ou nas ruas.

A crianca aceita mais 0 n ao s ab er que 0 adulto.

Ela explora suas hipoteses. Algumas criancas, por

sua vez, logo apos a aprendizagem da lingua fazem

uma pergunta atras da outra. Tambern 0meio social

autoriza mais a crianca a perguntar que urn adulto.

Muitos adultos fingem que ja sabem e nao mostram

o qu e qu erem saber, talvez com medo da critica ou

mesmo das exigencias do meio.

As criancas, dependendo da sua faixa etaria, expe-

rimentam e constroem hipoteses bus cando responder

as questoes sobre 0meio onde estao inseridas. No caso

do conceito do tempo, por exemplo, elas acreditam que

a temporalidade existe aqui e agora. Mais tarde, pas-

sam a compreender 0 tempo como continuo. Quando

inicia a aprendizagem da lingua, a crianca pode se

expressar nao usando pronomes (eu, tu, ele) e sim 0

nome proprio: "isso Ii d o P ed ro " ao inves de "isso Ii

meu" (teu ou nosso). Posteriormente a crianca con-

funde situacoes temporais "amanha minha avo dor-

m iu em minha casa" ou "oniem eu e meu pai vamos

jogar bola". J a em idade pre-escolar a crianca e capaz

84 EDUCAl;AO lNFAN,lL

E i m p o ~ t l l n t e

o r g a n , r z a : r

c l if i m ~ n t @ s

~ i t l J ' a 9 m e s ,

e m l !l c lI ,t iv a s ~ U @ l

e l l ! l 0 I v ~ m c r j a n ~ a 5d @ { f i f e r ~ ~ e s ,t a ,i x l I s e ~ 8 r ia s

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de dar continuidade ao tempo, em suas acoes Iudi-

cas. E nesse periodo que aparecem a temporalidade, 0

anteslo durante/o depois. Observando, por exemplo,

duas criancas de 4 anos de uma creche brincando de

lavar e passar roup as, ve-se que elas: 1. esfregam os

vestidos da boneca; 2. colocam-nos no varal; 3. espe-

ram alguns momentos para seca-los, 4.retiram -nos do

varal e, fmslmente, 5.os passam.

Ora, temos aqui uma sequencia logica do tempo

em afOes continuas. Tambern a linguagem nesse

periodo e modifica. A crianca comeca a prestar

atencao nos conceitos ontemlhoje!amanha, e nas

concordancias verbais, Muitas vezes confunde 0

tempo dos verbos, mas confere os erros e acertos.

Na idade escolar e que 0 tempo e percebido pelas

criancas como sucessao de eventos, com duracao de

tempo e intervalos entre eles.

Quando passamos pela adolescencia enos tor-

namos adultos seguimos 0 tempo dos eventos bus-

cando administra-Io: 0 desafio posto para 0 profes-

sor, portanto, sera reconhecer as competencias da

crianca e planejar projetos que considerem a tern-

poralidade ci a infmcia.

A professors Ariane Macedo, por exemplo, escre-

veu urn artigo intitulado "0 Outro e a Casa do Ou-

tro", tambem publicado em 0 Dia a Dia das Crechese P te -E sc ol as - C ronic as B ra sil eir as . Ariane planejou

visitar a casa de seus alunos, como tambem a dela e

de sua colega. Ela inicia essa aventura marcando em

uma agenda publica as datas de cad a visita. Durante

todo 0 emestre Ariane organiza com fotos, bilhetes

e e-mails trocados com as familias, urn mural que da

visibilidade ao processo. A temporalidade das acoes

esta explicita, 0 que acaba produzindo entre as crian-

cas e uas familias dialogos sobre as experiencias vi-

vidas pelo grupo. essa experiencia, Ariane medeia 0

seu olhar e 0 olhar dos outros e ainda provoca adultos

e criancas para refletir sobre as acoes temporais.

O (S } T EM P O(S } D A IN FA N C IA

Muitas perguntas sao feitas sobre a gestae do

tempo em instituicoes de Educacao Infantil. Como

organizar 0 dia a dia de tantas criancasr Em que

momentos se clevetutela-las, quando supervisiona-

las? Como organizar ambientes em que as pequenos

possam construir sua autonomia com segurancai

EDUCAcAO INF

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Como agrupar as criancas pos-

sibilitando autonomia?

o profissional que traba-

lha tantas horas com crian-

N a e s c o la a

c r i a n c a p o d e

a p r e n d e r a c u id a r

d e s i , s a b e r d e s i

e r e la c i o n a r -s e ,

c o m o t a rn b e r na p r e n d e r a c u i d a r

d o a m b ie n te

c;:assabe: para gerir situacoes

educativas durante 6, 8 ou 12

horas por dia e preciso cons i-

derar as hist6rias das ideias do

coletivo, mas tambem e preciso

organiza-las. E comum ouvir-

mos diariamente; "tern muita s h isto ria s po r aqui,

tem m uitos cau sos, e p re cis o o rg an iz ar tu do is so ... ".

Muitas vezes as solucoes dadas sao centradas nos

adultos (adultocentrismo), que olham sozinhos, semconsiderar os diferentes olhares, especialmente 0 das

criancas. Com isso arranja-se 0 ambiente da insti-

tuicao infantil sem analisar os espacos, os tempos de

cada situacao educativa ou mesmo de cad a crianca,

As criancas sao agrupadas sem se considerar a faixa

etaria e 0 tamanho do grupo. Preferem-se dois adul-

tos para 20 criancas a 10 criancas para cada adulto.

Todos os bebes sao acordados ao mesmo tempo para

almocar, em vez de se organizarem varios turnos.

Culpa-se 0 tempo. S e n ao a rran jarm os a ssim na o

da tempo de brincar, se nao dermos com ida para

tod os na o da tempo d e d orm ir....Nossa tarefa neste texto e justamente analisar al-

gumas dessas questoes, ou ainda nos perguntar outras

tantas. Para concretizar nossas reflexoes, buscaremos

organizar algumas ideias sobre a crianca e 0 cu id ar d e

si e do o u ir o em urn determinado tempo, e finalmente

a c ri an ca e 0 cu id ad o com 0 ambiente em tempos de-

terminados. Para tanto, vamos analisar os momen-

tos de c he ga da e s aid a d as c ria nc as , os mom en tos de

a lim en ta ca o e h ig ie ne , d e s on o e r ep ou so d as c ria nc as

observando, especialmente, os marcadores do .tempo

norteadores das acoes de cuidado e educacao infantil.

C UID A DO E E DUC A C;A o

Para gerir acoes educativas promotoras de cui-

dado e educacao infantil e preciso planejar. 0 regis-

tro descrito no Quadro 1apresenta alguns principios

considerando uma frequencia temporal - diaria,

semanal ou ocasional.

Muitas experiencias brasileiras ja consideram

pianos com a temporalidade das acoes como nos

66 EDUCA9AO INFANTIL

exemplos mencionados. Os pianos sao importantes,

pois mensalmente podemos analisar a quantidade

de nossas idas ao parque, aos solarios, a s bibliotecas,

quantas vezes ficamos em espacos externos e inter-

nos. A analise quantitativa facilita a qualitativa: quan-

tas vezes saimos essa semana e 0 que organizamos

para os bebes no banho de sol? Tambern verificamosque algumas acces so sao apropriadas pelas crian-

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<;:asquando repetidas sistematicamente e no caso da

crianca abaixo de 6 anos, quando ainda planejamos

acoes de cuidado e educacao de forma indissociavel.

A pergunta que se faz nesse caso, entao, e se epossivel cuidar sem educar e educar sem cuidar.

Com base nisso foi sugerido a professoras durante

o ana letivo que listassem as acoes que ensejassem

ao mesmo tempo cuidado e educacao, nos mais di-

ferentes contextos para as criancas, suas familias

e seus educadores. Muitas delas ja tinham muitas

ideias organizadas em relacao aos conceitos de cui-

dar de si, do outro e do ambiente. Posteriormente

elas debateram 0 porque de as criancas necessita-

rem de tutela e supervisoes do adulto e, finalmente,

se era possivel serem autonomas. Como organizar,

entao, ambientes para a crianca limpar seu nariz, la-

EDUCACAO INFANT

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var maos, escovar dentes, beber agua, tomar banho,

dormir, comer. Sentir realmente necessidade de se

relacionar com 0meio de forma saudavel,

Todos que educam criancas sabem que e preciso

deixar a crianca crescer, mas e preciso ajuda-Ia. Al-

guns adultos as protegem mais e fazem muitas coi-sas pelas criancas. Outros deixam de fazer tanto que

se esquecem de acompanhar 0 crescimento delas, e

existem aqueles que parecem saber a dose certa. Mui-

tos colegas sabem tambern que ha criancas que sao

mais dependentes e demoram mais para construir

sua autonomia. Outras precis am de ajuda eSjJecial e

continuada para serem incluidas no coletivo. Veja-

mos isso mais de perto analisando 0 Quadro 2. Ele

sugere que durante a estada na instituicao a crianca

pode aprender a c uid ar d e s i, s ab er d e s i e r el ac io na r-

se , como tambem aprende r a cu idar do am biente.

QUADR02

CUI D AR DE SI SABERDE SI RELACIONAR-SE CUI DAR DO AMBIENTE

A crlanca Osadultos Osadultos Osadultos

precisa aprender precisam provocar deverao provocar . deverao provocar

0: Banhar-se,tomar

sol, pentear-se,

escovar os dentes,

vestir-se, lavar as

maos. limpar o

nariz, organizar seus

pertences, trocar de

roupa respeitando

a temperatura do

dia; lavar aspr6prias

canecas etc e

sentir necessidade

desses habitos:

buscar conforto;

tomar cuidado para

seproteger como

tarnbem proteger

o outro,

o Respeito aos

objetos pessoais na

hora do sono, bem

como os objetos

transacionais

(chupetas,

paninhos etc).

68 EDUCACAolNFANDL

oSaber0nome

de sie dos membros

da familia,

oSaber da hist6ria

de vida e da origem

da familia.

oSaber dasatividades e lazeres

da familia.

oSaber dos gostos,

dos pratos prediletos.

0: Saber dos desejos,

0: Possibilidade de: escuta;

lnteracoes entre os parceiros

prediletos, irmaos e familia res;

lnteracoes entre crlanca

grande e pequena; lnteracao

entre crlanca e adultos.

Q Garantir acolhimento(adaptacao) com os

professores da esferade

apego da crlanca.

0: Possibilidade de organizar

surpresas para outras turmas,

para 0amigo aniversariante;

para a professora, para as

famflias em reunloes e eventos.

QPossibilidade de debater

e problematizar questoes

sobre a existencla,

oPossibilidade de batizar

o grupo, dando-I he uma

identidade, respeitando afaixa etaria, os desafios ja

alcancados e provocando

novas desafios,

QAdotar bichos, plantas,

jardins e hortas; ter bichos

de estlrnacao para cuidar

diariamente.

aTerem cada grupo um

boneco de estirnacao.

QAmbiente calmo, sereno

e boas condicoes de higiene.

10 Deve-se preparar umpainel de acolhimento

com lnforrnacoes, fotos das

criancas e suas famllias.

QOrganizar ambientesque promovam intimidades

entre ascuencas e

entre adultos e crlancas.

Q Brinquedos e objetos de

bercario devem ser lavados

semanalmente.

a Ambiente que possibilite

acessoaos objetos pessoais e

coletivos das criancas.

oCaixas,gavetas plastlcas,

prateleiras que possibilitem acrlanca aprender a ciassificar,

guardar e organizar os objetos

e brinquedos.

oTodos os ambientes devem

ter espelhos de diferentes

tamanhos e poslcoes,

Q Ambientes devem ser

umedecidos em estacoes

secasdo ano.

o (abides, torneiras,

rampas etc devem estar

a altura da crianc;:a.

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A c r i a n c a

p o d e

a p r e n d e r a

c u id a r d e s i

d e m a n e ir a

h id k a ed i v e r t i d a

Mas imagine agora, 1eitor, outros aspectos que

envo1vem os cuidados em relacao ao ambiente. Voce

pode estar em um patio e/ou banheiros esco1ares e

se perguntar: onde estao os papeis higienicos! Es-tao bem acondicionados? E as descargas, elas sao

verificadas frequentemente? Adultos e criancas tern

acesso? 0 mesmo vai acontecer com relacao a la-

vagens de maos ou a beber agua por exemp1o. Ha

torneiras suficientes para essas acoes? Ha sabonetes,

canecas limp as e vasilhas para nelas se co1ocar as ca-

necas sujas? Os adultos sao atentos e supervisionam

essas acoes?

B AN HO : IM PO RT AN TE

M OM EN TO D E A PR EN DIZ AG EM

Observe agora a Ficha de Banho no registro

abaixo. Ela mostra uma sequencia de diferentes

acoes na hora do banho envo1vendo diferentes fai-

xas etarias.

FICHA DE BANHO. .

INTERAC;OES I ~~~xR~A I NECESS IDADES

~ !

Tutelodo

pelos adultos

- cnancas

de 18 rneses

tomando

banhocom

a ajuda de

umpai.

Supesvisionada

eotien adapeloa ulto,

Superasionada

eorgonizada

ju to com

o a ulto

5upervis;onada

a dis anda

pelo adulto.

Organizada

com eJou pela

cnanca,

meses

12 a 18 . QObserve se nao

ha corrente de

ar no ambiente.

Certifique-se da

limpeza do box,

banheira ou cuba

antes de colocar as

cr l ancas . Tenha a maotudo que for preclsar

para 0 banho e para a

troca de roupas.

o Cuide das

lnteracoes: cantando,

conversando .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

:0 Prepare junto

: com as cnancas todo

- 0material necessarlo

para 0 banho:

, sabonete, xampu,

: toalha e tenha

alguns brinquedosj ao alcance das maos.

•Q Durante 0

banho, converse

brinque, cante e

ao mesmo tempo

supervisione como

estao conseguindo

se ensaboar e

se enxaguar.

Acima de : 0- Pegue as roupas,

4 anos 'toalhas, pentes,

sapatos e tudo mais

que for necessarioe deixe-os em

local proximo.

4anos

. . . . . . . . . _- .. --..... - .

Acima de : 0, Incent ive-as a

. se enxugar ease

• vestir sozinhas,

ajudando-as, se

necessario, Elogie

suas conquistas.

EDUCAf;AO IN

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A m e d i d a

q u e c re s c e , a

n e c e s s id a d e d e

s o n o d im i n u i .

N o e n t a n t o a te

o s 5 a 6 a n o s

m u i ta s « ia n c a s

a in d a p re c is a m

t i r a r u m a s o n e c ad u r a n t e 0 d ia

E NT RA D A E S A ID A : A UT ON OM IA

D A S C RIA N <;A S E S UA S F A M IL IA S

No come<;:odo artigo se disse como 0 tempo e a

temporalidade sao aspectos muitos importantes no

dia a dia das creches e instituicoes infantis de modo

geral. Uma forma de ver isso de perto e observar 0

que acontece nos horarios de entrada e saida das

criancas, Numa instituicao observada por nos, aschegadas e as partidas foram os dois momentos de

. ' [ 1 1 : ' ; 1

. . . .

.i •

maior tempo de espera computados. Havia criancas

que chegavam as 6h30, esperavam sentadas na mesa

do cafe da manha ate que toda a turma entrasse, as

7h30. No final da tarde a rotina se repetia. As edu-

cadoras ap6s 0 jantar sentavam na porta da sala,

impedindo a saida delas, mas as deixavam correr

dentro das pequenas salas. Sem brinquedos, livros

e planejamento, os adultos apenas esperavam e cui-davam para que elas nao se machucassem. Quando

SEMANA de CORRIDA - OFICINA 1 - Gestos/Movimento

Professoras: Marlene e Edna

lnscr icoes para as criancas acima de 2 (6) anos: (nome)

Local: quadra da creche (rnanha e tarde)

A<;OES EDUCATIVAS:

Corrida com bastoes» Divida a turma em dois grupos. Marque uma linha para iniciar e outra para a chegada. Na

linha de chegada, colocar um cesto para que as crlancas possam correr ate ele e colocar 0 bastao dentro.

Corrida com obstaculos » Posicionar as crlancas em dois grupos, amarrar um elastico nas duas pontas a umaaltura para que as criancas possam pular sem muita dificuldade e bamboles para que possam pisar dentro deles.

Correr na l inha» Marcar no chao uma linha sinuosa, formar dois grupos e pedir que a percorram sem sair da

marc a c ao ,

Corrida da centopeia» Forme duas equipes e as posicione sentadas, encaixando-as uma crlanca atras

das outra com as pernas abertas com uma bola para cada grupo. A bola devera passar de uma crlanca para

outra por cima da cabeca

Corrida de saco» Forme duas equipes, marque no chao uma linha de partida e uma de chegada. Forme dois

grupos e peca que a percorram sem sair do saco. Alterne os grupos de modo que todos possam participar.

PROX IM A SEMANA: P ula c ord a, c orre c otia , p ern a d e p a u, ro da b am b ole s.

70 E DU CA <; :i \O I NF AN TI L

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a mae, 0 pai ou os irmaos mais velhos apareciam, a

excitacao aumentava.

Mas os tempos mudaram e e mais dificil ver no

Brasil de hoje cenas como essa.

o que fazer nesses momentos de chegada e

saida, quando a familia tambem precisa de atencaorOrganizar diferentes oficinas (movimento/pintura/

musica/literatura) em espa~os externos e internos,

possibilitando a formacao de grupos etarios entre 2

e 6 anos. Organizar murais que deem visibilidade ao

cronograma de atividades da creche, como tambem

aos acontecimentos de pesquisa, passeios e excur-

soes, facilita a comunicacao,

-ma ficha e divulgada semanalmente na entrada

dessa instituicao. As professoras responsaveis, as

inscricoes, 0 local e 0 conteudo programado sao co-

locados de forma simples para que todos os adultos

possam ajudar a crianca em suas escolhas. A ficha

tambem anuncia sinteticamente 0 que acontecera

na proxima semana.

Dependendo 0 tamanho da creche pode haver

quatro ou cinco oficinas ao mesmo tempo. Se ima-

ginarmos uma creche que atende 100 criancas acima

de 2 anos, e preciso planejar mais de cinco oficinas,

normalmente considerando as diferentes linguagens:

faz de conta, dramatica/literatura, plastica (desenho,

pintura, escultura), ritmo/musica ou mesmo passeios

no entorno da creche (pracas e parques proximos),

As oficinas sao momentos, portanto, nao mais

d e e sp era e sim de producao das diferentes faixas

etarias. E comum observarmos criancas maiores

ajudando os menores, meninos e meninas das di-

ferentes turmas conversando e brincando.

Sao momentos que se tornam os prediletos das

criancas. E comum as familias comentarem que as

criancas nao querem se atrasar para participar de

uma determinada oficina, ou mesmo no final da tarde

querem ficar para brincar mais urn pouquinho.Os registros das criancas, fotos e as informa-

coes dos murais devem ser organizados em pastas,

para consultas futuras das criancas, seus educado-

res e familiares.

T A N A H O R A D E D O R M IR

Se formos analisar esses momentos em

creches ou pre-escolas, ha muitas possibili-

dades de aprendizagem e, portanto, de de-

senvolvimento. 0 que sabemos sobre 0 sono?

Ha criancas que gostam de dormir, outras que

dorm em pouco, ha aquelas que demoram ... Outras

dormem imediatamente. Ha padroes de sono! Mas

ha ainda diferenca de faixa etaria: urn bebe dormecerca de 10 horas por noite e tira duas sonecas de

2 a 3 horas durante 0 dia. A medida que cresce, a

necessidade de sono diminui. No entanto ate os 5

a 6 anos muitas criancas ainda precisam tirar uma

soneca durante 0 dia. Ha ainda comunidades em

que as familias acordam muito cedo, por exemplo,

os trabalhadores rurais, os operarios, Outras fami-

lias tern habito de dormir tarde. Todos esses aspec-

tos interferem no ciclo sono/vigilia - dormir e ficar

acordado. Por isso e fundamental criar urn ritual

para dormir e proporcionar sempre horarios regu-

lares que ajudem as criancas a se adaptar a rotina

dornestica e da creche.

A Ficha-Sono da dicas para planejarmos acoes

que envolvem esse processo.

FICHA-SONO. .

IN TE RA C ;O ES : FA IXA : NE CES S IDA DE S

i E T A RIA i! !

Tutefada 10 a 18 o Sala arejada, boa

pelos adultos meses circulacao, baixo

- crianc;:a nfvel de rufdo, roupas

dormindo no adequadas, musica eprimei ro sono objetos transacionais

(paninho, chupeta etc.) .

QDesobstruir narinas:

caso necessario, lave

o nariz da cr ianc;:a com

aqua para remover

• toda a sujeira.

Supervisionada Acima de oSala arejada, boa

eorientada 3 anos clrculacao, baixo

pelo adulto. nfvel de ruldo, roupas

adequadas, rnuslca e

objetos transacionais,

muslca e l ivros a

dlsposicao.

Para crianc;:a Acima de o Diferentes arranjos

ques6 quer 4anos (internes e externos).

descansar: Muska e l ivros.

Supervisionada

pelo adulto.

Organizada

com 0adulto e/

ou pela crianc;:a.

EDUCA~AO INFA

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H O RA D O L A NC H E

Por ultimo, devemos tratar

da alimentacao. E fato que ali-

mentacao saudavel e aquela que

fornece a crianca todas as subs-

tancias de que seu organismo pre-cisa para crescer e se desenvolver.

Quando comemos urn pouco de

tudo, quando variamos os tipos

de alimentos que colocamos no prato, diversifi-

cando suas cores, estamos usando uma forma de

fornecer ao nosso organismo todos os nutrientes

de que ele necessita para manter-se saudavel. E

importante ainda que a crianca erie uma relacao

de prazer com a alimentacao que the e oferecida.Respeitar 0 apetite e a fome e a primeira etapa

E im p o r t a n t e q ue

a c r l a n c a b u s q u e

s e a l im e n t a r

s o z in h a c o m

s u p e r v is e e d o se d u c a d o r e s

nesse processo.

Mas como organizar situacoes educativas por

6, 8 ou 10 horas considerando ternas como esse?

Podemos organizar cardapios envolvendo as fa-

milias, ou preparar uma receita com elas, ou ainda

organizar urn evento em que 0cardapio respeite as

origens das familias e dos funcionarios, fazer pi-

queniques; podemos ainda defender que crianca

pequena em instituicao grande (coletiva) precisa

de atencao individual. Born exemplo sao os ani-

versarios nas instituicoes - eles sao organizados

de forma coletiva ou individual? Vejamos 0 re-

lato a seguir de uma professora que trabalha comcriancas de 2 a 3 anos) sobre essa atividade: "Ani-

versario e urn dia especial, e 0 dia do amigo, e urn

dia que sera 0 dia de cada crianca. E por isso que

utilizamos diferentes recursos para que a crianca

seja lembrada, a ideia e organizar 0meio para que

a crianca goste do seu dia de nascimento e dos

dias de nascimento de seus amigos e familiares. E

gostoso ve-los crescer, e gostoso fazer aniversario

na creche para todas as criancas"

Para ajudar a observar esseterna e possivel or-ganizar, com a colaboracao dos funcionarios de

apoio e da merenda, quadros que denominamosde ciclo formativo. Nesses quadros, frequente-

mente, a equipe da unidade escolar deve avaliar

em seus planejamentos os aspectos que nao estao

sendo contemplados. A partir dai, urn novo ciclo

e construido com todos os educadores envolvi-

dos, destacando os temas que merecem formacao

continuada de cada area (nutricao, enfermagem,

psicologia, pedagogia).

72 EDUCA~i\O INFANTIL

© Segurar uma col her

enquanto e alimentada.

1 0 - Usar cadeiras

adequadas para se

alimentar.

0- Buscar se alimentarsozinho com supervlsao dos

educadores (professores +funcionarios).

AP6s3ANOS

Q Servir-se sozinho

de agua com supervisao

do adulto.<) Servir-se sozinho de

Jfquidos com supervisao

ocasional do adulto.

0' Servir-se sozinho de

lanches e de refelcoes

sempre com supervisee

adequada a faixa eta ria.

o Atender quando echamada pelo nome

e identificar amigos e

educadores pelo nome.

o Reconhecer 0 que

gosta e 0 que nao gosta.

Q Identif icar sabores

familiares.

(Ex.: "minha mae faz um

bolo de banana'; "minha

avo gosta de suco de uva")

o Servir-se

(mesa ou self-service).

} Escolher 0alimento

que prefere no dia do

seu aniversario dentre os

oferecidos pela unidade.

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o Interagir com adul to.

o Interagir empequenos grupos.

o Escolher os locais e

amigos de sua preferencia

para brincar.

o Participar de pequenas

tarefas (carregar utensflios).

o Participar de tarefas com

pequenos desafios (colocar

toalhas americanas na mesa)

0 0 Participar com

colegas de arrumacoes

do lanche e refeicoes.

o Servir-se e ajudar osamigos com polidez.

«) Desenvolver atitudes de

solidariedade na hora da

refelcao (passar 0 prato de

sa lada , abr ir a lixeira para 0

amigo jogar algo).

a Ter conhecimento

do cardaplo e socializar

a i nf orma c ao ,

o Aprender desde

cedo que 0 ambientee apropriado para se

alimentar.

o Conversar com amigos

sem gritos e correrias.

Q Respei tar as regras de

higiene estabelecida para

o ambiente ( Iavar rnaos,comer devagar, sem jogar

com ida nos amigos).

o Participar e colaborar

da orqanlzacao [pre e pas]

dos espacos,

o Jogar todo lixo no

l ixo, de forma seletiva.

o Limpar mesas e

toalhas americanas.

10 Conservar suas

canecas e toalhas

americanas lavando as

sistematica mente

o Nunca assistir a TVdurante as refeic;:6es.

RECEITA PARAFAZER 0 BOLO COM

.~ .~ .~~ .~ .~~~....~ .q l .J .~ .~.~.~. :..COMO TODAS AS A<;:OESEDUCATIVAS,

PARA FAZER UM BOLOTAMBEM

PRECISAMOS DE UM RITUAL:

o A primeira coisa a fazer e untar a assadeira, e

quando as crianc;:as sao questionadas do porque,

logo vern a resposta: Para 0 bolo nao grudar!

A seguir, iniciamos a preparacao do bolo. As

crtancas comec; :arn a contar os ovos, os adultos

as provocarn, dizendo que vao duas col heres de

farinha e mostram tres, Outra crianc; :a faz qualquer

coisa para usar a colher de pau, logo outra quer

uma tarnbern. Ai lembramos que 0 combinado

sao duas colheres de pau por bacia,

e que e hora de esperar urn pouquinho.

Ah! H a ainda a rnaqica da clara: tente virar a

vasilha apes a clara bat ida, ela nao cai! Porern,

cuidado: deve-se estar certo de que a clara

esta mesmo norponto de neve'; senaopode

aeon ecer um desastre.

o Misturam-se entao em outra vasilha os

outros ingredientes: a gema, 0 acucar, 0 leite, 0

chocolate, a farinha de trigo e 0 fermento em po,

A cada mistura uma pergunta, urn resultado.

o Agora e a vez dos pas maqicos:

eles sao os prediletos - a far inha engrossa,

o fe.rmento faz borbulha com aqua quente

e depois faz 0bolo crescer.

o Apes juntar a mistura da massa e as claras em

neve, colocamos tudo na assadeira e vamos para

urn lugar muito especial da creche: A COZINHA.

La 0 bolo e colocado no forno para assar.

o "Mas precisa assar para comer, ne?'

Ainda pergunta uma crianc;:a.

o f . fazemos a bolo, para cantor parabens

pam a Tiaqo e a Duda, epara comert"

Anuncia a professora.

o A vontade de comer a massa mole ecoletiva! Um dedinho molhado para

experimentar, outra palma da mao que

escapa na t igela para testar todos os dedos.

Assim vamos conversando sobre os

aniversariantes: quando eles entraram na

creche; 0que os pais deles VaG fazer para

comemorar 0 dia do anlversarlo: se vai ter

bolo tarnbern: se a avo e 0avo vlrao visi ta-los . ..

EDUCAcAo INF

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Seguindo a ideia de ciclo formative, agora observe 0 que 0 educador precis a considerar, analisando os

Quadros Alimentacao I e II:

A L lM EN TA C ;A o I ; A L lM E NTA C ;A o I

P a ~ c i - c i u ec i c r i a n ~ a - a - p - r e ~ d a - a - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --Para c i u - e a - c ~ i i m - ~ a - a - p r e ~ d a i - - - - - - - - - -cuidar de si 0educador recisa: i saber de si 0educador recisa:

A L lM E NT A C;A o II ! A L lM E NT A C;A o II- - P a ~ aq u ; a - c ~ i - a ~ - ~ a p r - e ~ d - a - a - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - -- -- - - - r P a ~ a - q u - e c j . i a ~ - ~ a - - a p r e n d a a - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -relacionar-se 0educador recisa: i cuidar do ambiente 0educador recisa:

Q Oferecer refelcoes e arnamentacao •0Cumprir os procedimentos sanitarlos basicos.

individual quando necessario. .QUsar cadeiras adequadas para cada faixa eta ria.

<) Promover encontros de duplas e pequenos grupos. •QUsar utensfl ios e objetos (ergonometria)

o Nunca organizar grupos segundo genero, raca ou cor. • adequados ao tamanho de cada faixa eta ria, para

QNunca chamar ascriancas por apel idos (gordo, magricelo). • que a crlanca possa servir-se sozinha.

<) Sente-se com a(s) crlancais) e aproveite •0Organizar lixeiras seletivas.

a hora das refeicoes para estimular a aprendizagem. •0Organizar as salas onde acontecem as

(Ex.: contato visual e f ala com a crlanca: nomear • refelcoes com mesas de diferentes formatos

alimentos, encorajar as criancas maiores a falar e_ • e cores, resultando em um ambiente acolhedor,

desenvolver habilidades de autonomia.) • com grupos pequenos de crlancas.

Q Conversarcom as crlancas e assegurar urn •0Nunca ligar aTV e/ou DVDs na hora da refeicao.

ambiente aqradavel, . 0 Organizar 0 horatio das refelcoes/ rnerendas de

o Supervisionar cada crlanca de forma adequada a modo a atender as necessidades de cada crlanca,

idade e as habilidades das crlancas. (Ex.: bebes com horarios individuais; crlancas

(Ex.: educador fica perto das crlancas enquanto comem.) . maiores recebem merenda.)

o Informar os pais sobre 0 cardapio. . 0 Prover uma dieta equi librada e apropriada

" • a faixa etarla.vutelare supervisionar a crlanca ate a

conquista de autonomia; desafia-la a buscar

o objeto, a guardar 0 brinquedo.

oCooperar com os pais para estabelecimento

de bons habltos alimentares.

(Ex.: planejar juntos formas de ajudar a crlanca a largar a

mamadeira; coordenar a lntroducao de novas alimentos.)

o Notificar alergias e substituir alimentos e bebidas

segundo orlentacao medica.

o Entrar em contato sistematico com especialistas que

cuidam de crlancas com necessidades especiais (ref luxos,

uso de sondas etc.).

o Divulgar e planejar com antecedencia passeios e

piqueniques envolvendo a famflia e todos educadores

aOrganizar aniversarios de forma que a crlanca a partir 3

anos possa escolher alguns pratos especiais para seu dial .

QUA DR O S A LIM EN TA C ;A o I E II

Q Buscar a poslcao correta para alimentar 0 bebe.

oSeguir as orientacoes de desmame divulgando e

debatendo junto a famflia.

Q Oferecer para 0 be be uma outra col her logo

quando ele sentar.

A P O S 3 A N O S

oDesafiar a crianca a se servir; organizando

utensflios adequados.

OEm lanches externos e plquenlque, chamar a

crlanca para buscar sua refelcao,

oSempre supervisionar as cr iancas em suas

diferentes acoes em busca da autonomia.

74 EOUCACAO INFANTIL

•0Chamar todos pelo nome.

•0nvestigar no momenta da matricula todos os

• habitos alimentares, bern como 0 uso dos utensflios.

•0Deixar explicitado para a famflia qual eo

• planejamento da orqanlzacao dos espacos e tempos,

· bern como 0 cardapio para cada faixa etaria.

•0Respeitar os habitos das crlancas em

· perfodo de adaptacao,

•Q Planejar rodas-de-sabores para que a crianca

• ampl ie seu paladar.

•Q Ouvir ascriancas sobre 0 tema, provocando

• conversas sobre habltos famil ia res e regionais.

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o TEMPO NA o PARA

A organizacao do tempo na Educacao Infantil e

fundamental. Ele orienta nossos olhares, possibilita a

crianca conhecer as acoes de cuidado e educacao do

meio em que ela esta inserida. Ajuda a familia ater infor-

macoes sobre essas acoes, organiza 0trabalho dos edu-

cadores. Alguns marc adores do tempo para a Educacao

Infantil podem ser organizados como no quadro abaixo:

ABAIXO Murais bons tempos - com fotos de

DE3 acontecimentos passados para provocar

ANOS 0dialoqo com ascriancas,

Bom

diae

boatarde

QTapetes, aventais e caixas - contadores

de hist6rias.

oMusicas que marcam acontecimentos

diaries.

Q Utilizar rel6gios e calendarios para

marcar a passagem do tempo, diferencas

entre as estacoes.

<) Murais de plano-acaor 'apos contar

hist6rias iremos fazer piquenique"

Q Quem esta presente? 0 que vamos fazer

hoje? 0 que fizemos hoje?

ACIMA Marcadores do tempo visiveis:fotos

DE3 de acontecimentos, calendario biol6gico

ANOS (as arvores e plantas que marcam

estacoes), desenhos e registros de

passeiose excursoes).

Bom

dia,

boa

tarde,

boa

noite

e ate

o Planejar e encerrar 0 dia e a semana.

o Descrever acontecimentos passados.

Q Planejar acontecimentos futuros.oMarcar tempos: trabalho em pequenos

grupos, arrumacao etc.

QObservar a sequencia 16gica:a crlanca

contanto historias, a crianca e a brincadeira de

faz de conta, a crlanca e os jogos de mesa ...

Q Conversar sobre acontecimentos

passados, recentes, e futuros (arnanha, hoje,

ontern, a tantas horas).

o Durante as sltuacoes de cuidado e

educacao: analisar perfodo de tempo curto,

longo, recente, antigo.

0'Marcar passagens de tempo: aniversarios,

eventos, estacoes do ana (chuvas, ventos).

Alem dos aspectos apresentados no quadro,

pode-se saber ainda sobre as situacoes educativas

que irao acontecer; pode-se analisar e refletir sobre

essas situacoes, pode-se avaliar 0 quanta estao mais

ou menos flexiveis; podem -se construir indicadores

que revelem se hi padronizacao e a regulacao das

criancas e dos adultos em seus ambientes prejudi-

cando assim 0 desenvolvimento delas.

Pan Ita.iiltoe precise se colocar "fora do tempo"

e obserrar es ambientes considerando suas dimen-

s ee s, c om o ta !m Jb em revisitar cada mom ento, como

sefora a rnneira vez.

e ciI!oam!:oram Psicologia pelo Programa

de PO s-G Ir' - do Departamento de Psicologia e

Elb.:~ ~ ffCL~USl"). e e supervisora das creches

da L-SiI"-mJlia_ Dftisio de Creches Coseas),

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EDUCACAO INF