O diário de minha mãe2s (1)

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Nena Lima & Sylvia Seny O diário da minha mãe 1ª edição São Paulo Sylvia Seny 2014

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Nena Lima & Sylvia Seny

O diário da minha mãe

1ª edição

São Paulo

Sylvia Seny

2014

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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos

de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

ISBN: 978-85-913648-1-7

Seny, Sylvia; Lima, Nena O diário da minha mãe Poá, SP: Ler & gostar Edição do autor, 2014. 40p. 1. Literatura Brasileira. 2. Romance. 3. ficção. Sylvia Seny. III. Título. CDD 869.8.

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Sumário

Introdução.................................................. 4

Rica de marre............................................. 6

Lembranças............................................... 11

Explosão.................................................... 12

27 de Janeiro............................................ 14

Sinto-me................................................... 16

Uma proposta.......................................... 17

Nuvens que anunciam............................. 18

E preciso sair num tempo........................ 21

Outro encontro: Sebastião....................... 25

Dores ...................................................... 26

Outubro................................................... 27

Uma dor incomparável.......................... 28

Quando tudo mais falhar....................... 29

Fevereiro 2004....................................... 31

Homenagens..........................................

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de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

O diário de minha mãe...

Talvez fosse a coisa mais difícil e mais gratificante que fiz; É

muita honra para mim, falar de uma guerreira, de uma

“águia”...

Sabe Aquelas pessoas que voam alto, enxergam longe e, Em

meio ao mais devastador cansaço da vida, desafia os anos e

ruma ao sol.

É o elo perdido, a peça que faltava, o valor que sobrepuja o

que achamos ser valoroso. Não daria pra escrever o quanto

aprendi sem palavras, nem o quanto nas palavras eu vi a

inocência vencer o mal.

Obrigado por ser minha mãe!

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de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

Rica de marre... Pobre de marre...

Meados 1952, voltava do colégio olhando as nuvens,

segurando contra a brisa somente por costume meu vestido

de lese e algodão, dançavam com meus pés minha sandália

de couro, e eu orgulhosa de si mesma, olhava o céu e vinha

sonhando pelo caminho empoeirado, criança feliz que era!

Já da entrada da casa ouvi a voz do meu pai:

-Papai ta em casa! – E danei-me a correr quintal a fora, tão

estabanada era que bati a porta quase a derrubá-la e por

muito pouco não levei um safanão de minha mãe.

- Crie modos de moça!

- Deixe a menina!

E assim abaixava a cabeça e esperava a zanga da minha mãe

passar, então ia conversar com meu pai.

Naquele tempo criança não entendia nada da vida, nem da

seca, nem do dinheiro, nem da morte. Tão diferente de hoje

era o relacionamento e o respeito com os adultos, eu tinha

um irmão mais velho somente alguns anos, o Francisco, não

havia diálogos, nem questionamentos, porém, Por mais

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solitária e temerosa que fosse, sonhava! E como era bom ser

criança em meus dias...

Um dia vi um grito da cozinha, coisa rara, tão discreta

mamãe era, mas quando me aproximei, nem sabia, meu

mundo tava acabando ali também, meu pai estirado no sofá

não abria os olhos, não acordava. O socorro viria de outra

cidade e demorava bastante, não deu tempo de socorrer o

doente, nem do socorro chegar. Meu pai tinha uma doença

rara no coração, o coração às vezes parava e parecia que ele

estava dormindo, mas dessa vez não acordou, nem eu

acordei mais daquele pesadelo.

Não perdi só meu pai naquele dia, perdi meu amigo, meu

defensor, alguém que eu amava sinceramente, e eu

sabíamos que em amava também. Eu não tinha idéia de

como era difícil pra minha mãe ficar viúva e sozinha, nem de

que como a mulher não era instruída ou ajudada a cuidar

dos bens que possuía, sem muita leitura que mamãe tinha.

Mamãe descendia de italianos, porém nunca descobri seu

sobrenome antes de casar-se com meu pai, depois que me

entendi de gente o único cartório da cidade pegou fogo e

isso não foi nada perto do que veio a seguir.

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Meu pai tinha algumas propriedades, e isso naquele tempo

fazia dele um homem rico e eu uma menina rica embora não

soubesse disso, mas ele também tinha outra família, a qual

sustentava e eu tive irmãos e irmãs, e depois crescemos

juntos por algum tempo...

Minha mãe não sabendo como lidar com uma filha moça,

alguém dizia: “ Melhor casar logo essa menina, criar mulher

sozinha é difícil nesse tempo”. Estávamos em 1958, nem

mídia, TV , tínhamos um radio e pouquíssima informação,

embora eu morasse na grande cidade de Recife-PE. Eu tinha

apenas 13 anos e gostava muito de ler revistas, fotonovelas

e vira e mexe enquanto eu lia no quintal, passava um jovem

com a farda do exercito, o Bil, no começo eu apenas olhava

tímida, depois passamos a conversar e foi assim que minha

mãe casou-me com o Bil (Severino) aos meus 13 anos de

idade. Não culpo minha mãezinha, ela mais do que eu sofreu

nessa vida e não tinha outro modo de saber viver, mas ela ,

Dona Cecília muito me auxiliou nessa terra, e eu a honro e

agradeço por isso, ela partiu em 2006 aos 91 anos lúcida e

deixou saudades.

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♫ Mamãe, mamãe, mamãe, eu te vejo chinelos

na mão, avental todo sujo de ovo, se eu pudesse,

eu queria outra vez, mamãe, começar tudo, tudo

de novo... ♫

Não tinha a mínima ideia de como ser uma esposa, vira e

mexe Bil voltava do trabalho e eu estava brincando com

"boneca de milho" na roça. Mamãe deu-me uma das casas

pra morar, mas o pesadelo começou muito cedo. Bil era

alcoólatra e ficava embriagado e violento muitas vezes, logo

veio a primeira filha e como era de se esperar, não tinha

conhecimento algum de como uma criança vinha ao mundo,

tive eclampsia e fiquei cega por alguns dias

após o parto. O sofrimento daqueles dias e a desesperança

só se deu bem mais pra frente.

Eu que andava de sandália, cheguei a não ter o que calçar,

várias vezes acordava de noite com os companheiros de jogo

do Bil nos expulsando de casa, pois Bil perdia as casas no

jogo e naquele tempo a palavra era a única lei! Assim perdi

grande parte de herança e dignidade e acabamos por nos

mudar para São Paulo.

Bil era boa pessoa quando estava são, mas isso era

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tão raro... Ele fora espancado e maltratado quando criança,

e lutava a seu modo, sem conseguir vencer de vez a bebida,

entendo que ele não podia dar o que não possuía: amor.

Toda força, amparo, resistência e esperança atribuo á Deus,

que verdadeiramente nunca me abandonou e foi meu

amparo, meu auxilio, meu lugar mais forte! E sempre que

por vezes eu desejava morrer, Ele foi a força que me

levantou e me deu esperança, louvado seja Deus por hoje

poder contar minha história pra você.

Quando estava grávida do oitavo filho fiquei viúva e vou

transcrever um pouco das páginas do diário:

Eu não reclamava de trabalhar em casa de família e

embora gostasse de dar aulas para crianças no interior

do Recife, a vinda para São Paulo teria trazido mais

esperança não fosse pelo mesmo sofrimento, solidão,

dor, humilhação, que insistiam em tornar os dias mais

difíceis. Por vezes desejei morrer, Deus me perdoe,

mas houve momentos em que tudo que eu queria era

findar esse sofrimento, essa desesperança, porém, eu

olhava para meus filhos tão indefesos; era por eles que

eu lutava; por eles a cada manhã que eu abria os

olhos... Por eles que não tinham culpa da fome, da

violência, nudez... Por eles eu sobrevivia. E já eram

oito almas para eu cuidar.

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Lembranças...

Essa época foi muito dolorida, lembrava-me do carinho

com o que eu dava aula no interior de Pernambuco, e

como minha vida mudou desde que meu pai se fora.

Um dia até andei descalça, fui perdendo tudo: bens,

honra, alegria, sonhos, dignidade pela inconsequência

de Bil. Estava ficando apagada pelos maus tratos; os

anos passando, os filhos chegando, a juventude indo

embora, sonhos esmorecendo e já não era sombra da

menina que fui. Dura como a vida, sem cor, sem brilho,

sem amanhã... Mas, Bil também se foi ( o rapaz índio

de olhos claros, sorriso de criança que não sabia amar,

ninguém o ensinou, só sabia ser duro, sofreu e fazendo

sofrer partiu).

“Eu o vi morrer, pintava de laranja ( talvez

mostarda, talvez cenoura), uma casa na rua da

Odete, Denis lhe ofereceu “Bondosamente” um

copo com pinga, uma dose e instantaneamente eu o

vi despencar da escada batendo a cabeça na guia

da rua, faleceu! Bil se Foi Nininha estava só,

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Nininha agora era apenas Nena, a sobrevivente...

“ ( Sylvia).

Explosão

Meu corpo anda me traindo, sinto-me cansada ao

extremo, por alguns dias não consegui comer, o

médico disse que estou com “estafa”, meus genros

estão preocupados e eu preocupada em como vou

manter a casa deitada aqui numa cama. Eu dormi por

horas a fio, não agüento mexer o corpo, é como se

tivesse sido sugada por alguma coisa, sinto um peso

enorme sobre mim que me impede de levantar, não

quero entregar-me, mas parece que luto em vão; estou

desvanecendo e nem sei há quantos dias estou

acamada. A Selma que ainda é solteira está cuidando

da casa, ela põe uma carne para cozinhar na panela de

pressão, mas , as crianças sentem fome cedo, não

temos o armário farto para café da tarde ou coisa

parecida, o Silvio abre o forno em busca de algum pão

amanhecido, ouço então um barulho ensurdecedor!

Vejo voar os estilhaços da telha brasilit, meu coração

dispara e eu grito; vizinhos correm para sanar o

vazamento do tambor de gás, a panela que explodiu

foi parar á metros de distância no portão da rua, o

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fogão transformou-se numa sanfona de ferro. Graças á

Deus ninguém se feriu. Mais uma vez escapamos...

São Paulo 27 de Janeiro de 1982

14h30.

Aqui estou neste escritório, onde fui muito feliz. Um

dia, há três anos, especialmente no dia 05 de Fevereiro

de 1979 (Fevereiro...), ás 16h00 eu entrei pela primeira

vez nesta porta. Mandaram-me procurar o senhor

Pérsio e falei com ele timidamente, logo em seguida

me apresentaram o dono do escritório, o senhor

Fernando Braga, ele explicou-me o serviço e fiquei de

voltar na semana seguinte.

Era o meu o meu primeiro emprego registrado e eu

estava eufórica, até então eu só havia trabalhado como

doméstica. No primeiro dia de trabalho atrasei-me em

eternos cinco minutos, fiquei muito sem jeito pelo

atraso e já não sabia o que fazer quando apareceu um

anjo de carne osso, que falava e ria: dona Rute, ela

disse-me para não me incomodar pelo atraso, sua voz

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era tão suave e sincera que eu relaxei para logo depois

ouvir um grito ensurdecedor.

Dei dois passos para a porta e deparei com um

garoto de cabelos encaracolados

(o autor do grito) que entrava no escritório como se

fosse à corte do rei Arthur, “será louco?”, eu pensei.

Mas o que eu nem imaginava é que este garoto, Pedro,

seria um amiguinho muito querido e junto com ele, mais

dois anjos Miriam e a Tél que eu vim a conhecer mais

tarde. Esses três jovens fizeram-me a mulher mais feliz

do mundo.

Antes de conhecê-los eu passei um período muito

difícil em minha vida... Deste período triste restaram

oito filhos os quais amo muito e tenho muito orgulho,

mas esta é outra história... Voltando ao assunto

anterior, quando cheguei aqui eu tinha trinta e sete

anos que não vivi e me apeguei muito ás pessoas que

trabalham aqui. Dediquei-me totalmente ao trabalho

que já não era uma profissão, era um prazer, uma

alegria, para mim é como se essas pessoas fossem

minha própria família!

Foi um mundo novo, maravilhoso, senti-me

deslumbrada com o carinho e atenção, com a amizade,

tudo foi tão novo, tão diferente da minha vida isolada

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que me transformei inteiramente. Alegre e feliz, nem de

longe eu lembrava a criatura sem vida, sem sonhos,

sem entusiasmo que eu tinha sido. Fiz uma promessa

para mim, eu iria ter minha adolescência, eu ter minha

juventude, tudo que nunca tive antes e que pensei

nunca existir.

Uma garota que entrou logo depois de mim, Hilda,

cativou-me com sua meiguice, porém ficou pouco

tempo no escritório e senti muito a sua falta.

“Sinto-me como um médico que por mais centrado que tente ser, ao medicar

um parente próximo sente-se impotente e só. (S.S.)”.

Talvez por isso, eu tenha me apegado tanto aos

meus amigos, hoje quase indispensáveis.

Conhecer a Miriam foi uma das coisas mais

maravilhosas que me aconteceu; com apenas quatorze

anos ela tinha pouco de adolescente e muito de adulto,

essa menininha é a criatura mais adorável deste

mundo. Resolvi que ao lado da Tél, da Miriam, do

Pedro e dos demais; eu iria finalmente viver toda minha

mocidade perdida. Um ano... Eu queria apenas um ano

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para viver tudo que eu nunca pude viver, ter toda

amizade e afeto que nunca tive, mas o tempo passou e

eu não consegui mais afastar-me deles. Continuei a

viver aquele sonho, Fui muito criticada por andar no

meio dos jovens como se eu fosse uma deles, por me

divertir, brincar, passear, sorrir... Porém, isso pouco me

importava, eu era feliz! Feliz como nunca fui, e ainda

que fosse apenas por algum tempo, ser feliz era

importante pra mim.

Ao lado dessa gente tão bacana meus problemas

eram superados sem muito esforço.

Passaram-se três anos e era como se eu fosse de fato,

outra pessoa.

Uma proposta

Conheci um rapaz, pareceu-me boa pessoa, até

deu-me um fio de esperança de que minha vida

pudesse mudar, ele é estrangeiro, é chileno. Pediu-me

em casamento, mas, também me fez uma proposta que

foi quase como se fosse vender minha própria alma.

Ele quer alugar uma casa para que meus filhos morem

sozinhos, com a Liu ( a filha mais velha) tomando

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conta. Não posso derramar sob minha filha tamanha

responsabilidade, nem irei abandonar meus filhos, eles

são tudo que me restou. Eu penso em quantas vezes

os vizinhos dizem que é melhor eu interná-los , que

qualquer hora dessas um carro pode atropelar algum

na avenida; penso neles sozinhos durante o dia, a

mercê de tantos perigos, mas, eu também penso que

tenho que trabalhar para alimentá-los que só posso

confiar em Deus para guardá-los. O que seria deles

sem mim? E eu também sei que eu já não seria nada

sem eles, e, por fim recusei a proposta, continuo só.

Nuvens que anunciam a tempestade

São Paulo... Ainda 1982

“Sou o médicomais egoísta e miserável do mundo, pois,

não posso sanar a dor daqueles a quem amo (S.S.)”.

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de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

Este ano no dia 23 fizemos nossa festinha de

despedida como de costume, mas havia algo diferente

no ar, faltava a alegria costumeira, a felicidade que

antes era tão visível no semblante de cada um;

principalmente porque eu, o Pedro e a Miriam

estávamos sentindo a falta da nossa querida Tel. Ela

pediu demissão e nós sabíamos que não a veríamos

por um longe tempo. Tentamos fingir uma alegria que

não sentíamos. Tudo era muito falso, sem cor, sem

brilho... Sabíamos que nada poderia substituir nossa

amiga. O Pedro parecia não se importar para o que

estava acontecendo, sempre falando alto, brincando,

rindo, aquele jeito de quem não sente dor, de quem

não se abala de quem se protege com uma grossa

camada de impulsividade. Mas no fundo eu sabia que

ele sofria tanto quanto os outros, eu conhecia bem

aquele garoto.

Outro motivo de preocupação em comum era a

situação financeira do escritório que não andava bem

há algum tempo. Tínhamos esperança de que as

coisas mudassem pra melhor, eu não perdia a

esperança. Não podia perder! Entretanto o tempo foi

passando nada acontecia e minha esperança ia

agonizando, porém eu não podia permitir que ela

morresse porque eu morreria junto com esse escritório

e repentinamente um medo terrível se apoderou de

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mim, um medo que nunca pensei sentir, medo de

perder meus amigos e voltar a ser o que eu era antes,

uma flor sem vida!

E sem medir meu egoísmo, comecei a pedir para

eles não tomarem a resolução de deixar o escritório, de

ir embora. Nem se quer cogitei o quanto os estava

sacrificando. Não podia perdê-los, nem a Miriam, nem

o Pedro. É bem verdade em que eu tinha outro mundo,

onde oito pessoinhas dependiam de mim, mas eram

estes dois amigos que me ensinavam a viver para eles

e por eles.

Estou convicta de que Deus me deu esse emprego

para que eu pudesse ter mais força e coragem para ir

em frente com a minha luta de cada dia. Sou muito

grata á Deus por isso.

Não sei se agi corretamente insistindo tanto para que

ficassem, só sei que não consigo me acostumar com a

ideia de não tê-los mais perto de mim. Sei que um dia

isso vai acontecer e todo esse sonho vai acabar, mas

teimo em conservá-lo e não despertar para realidade,

uma realidade cruel demais sem o Pedruxo, sem

Miriam... Nossos passeios, a volta abraçada para casa

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coma a Miriam, até mesmo o caminho que percorremos

todos os dias, o bar onde paramos de vez em quando

para comer “coxinha” e até mesmo o “oi” com o qual

cumprimentamos as pessoas do bairro... Essas

pequeninas coisas tão insignificantes para outros e tão

importantes para mim...

Foi preciso sair de mim, num tempo e espaço para sentir força o bastante para transcrever a lida. (S.S.)”.

É muito difícil escrever a história, a qual nos vê

nela!

Quero conserva-los enquanto puder prorrogar meu

sonho. Tenho a nítida impressão de que tudo ainda

voltará a ser como antes, quero que voltemos aos

nossos almoços na casa de um por vez. Quero que

volte as conversas amigas e até mesmo a implicância

do Pedro com a Tel. Sempre que acontecia uma coisa

boa comigo, eu queria comemorar e convidava-os.

Normalmente íamos ao Grupo Sérgio (rodízio), comer

pizza.

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Numa dessas comemorações o Pedro não pode

comparecer, não lembro qual o motivo, mas a Tel ficou

numa tristeza terrível pela falta do Pedro e quase não

comeu, em compensação a Miriam comeu pra valer e

eu também!

Eu e Miriam tentamos animar o ambiente chato que

aTel criou por causa da ausência do Pedro, não havia

motivo aparente para que ela se chateasse tanto.

Então, começamos a tirar “um sarro” da cara dela.

“- Tel, acho que você está gamada no Pedro.

- Que nada!

- Está sim.

- “E você Miriam, está apaixonada pelo Jojo”.

A Miriam ria e não levava a provocação á serio. Mas,

o que eu não esperava é que aquela brincadeira com a

Tel fosse causar um grande desentendimento porque

eu comentei com o Pedro sobre a tristeza dela na

ausência dele. O mau humor da Tel não durou muito,

nossa amizade não iria se abalar por bobagem. Porém

mais tarde quando a Tel me contou que realmente

estava apaixonada pelo Pedro eu fiquei preocupada,

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porque apesar do Pedro adorá-la ele não retribuía o

sentimento que ela nutria por ele. Eu até já havia

percebido, mas ela negou com tanta veemência que eu

acreditei na negativa. Eu e a Miriam pesando em

bancar o cupido fomos conversar com Pedro que

praticamente nos intimou a dar um “fim” na questão.

Algum tempo depois a Tel se esqueceu do Pedro,

isso foi apenas um dos vários episódios do nosso

relacionamento.

Um dia fomos almoçar na casa do “Colega”, bem

“colega” foi um apelido que a Vile (outra amiga do

escritório) pôs nele, seu nome é Severino. Passamos

um dia maravilhoso, outro amigo também estava

presente, o Toninho e conhecemos o “Zé”, o Colega

fritou bolinhos para aperitivo, ouvimos musica batemos

papo, o Toninho me ofereceu um musica muito bonita.

O Pedro que chegou mais tarde não perdeu a mania de

trazer “ uma lembrancinha” de cada lugar que vai,

desta vez ele trouxe um cachimbo que estava na

estante. Por causa deste bendito cachimbo, mais tarde

eu e o Colega brigamos seriamente, fato que me

deixou muito chateada por gostar muito dele, porém,

perplexa mesmo eu fiquei quando soube o motivo da

implicância do Colega, ele estava com ciúme, eu

jamais pensei que ele pudesse sentir algo diferente de

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amizade por mim. Fiquei muito sem jeito, desconversei

e voltamos ao normal. Aqui pra nós, eu adoro o Colega,

mas nunca aceitara a ideia de vê-lo por um ângulo

diferente do que o de amigo. Certa feita nós fomos ao

cinema com a Miriam, nos divertimos a valer, era assim

a minha vida alegre e sempre sorridente ao lado dos

meus amigos.

E esta Nena ou Nenucha, está aqui em 1984, sentada na mesa

escrevendo sua vida num diário.

Eu amo esse escritório, minha vida é sonhar aqui,

amo estas pessoas que estão me lembrando como é

ter amigos. Aqui somos uma grande família, sou

respeitada e me sinto querida. E a fase da juventude

que nunca tive. Cada um de uma maneira especial; a

confiança e o carinho da D. Rute, as confidencias com

a Miriam, a alegria do Pedro, o incentivo da Léu, o

apostar em minha competência por meus patrões o

Pércio e o seu Fernando. Eu gostaria que essa

amizade nunca acabasse, porque seria como se eu

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perdesse a própria identidade. Aqui, trabalhando tenho

descanso provisório dos problemas que me esperam

diariamente. Nunca questionei a Deus, nunca perguntei

por que minha vida não teve outro rumo, ou por que eu

tive minha adolescência e juventude roubadas por tão

dura realidade? Por mais que doesse, eu não podia

pensar nisso, porque Deus cuidou de mim em cada

momento difícil e eu sabia que ele estava comigo e

este consolo era suficiente!

Outro Encontro: Sebastião

Já faz doze anos que estou viúva. Eu costumava às

vezes pegar o mesmo ônibus que a Miriam e descer na

Vila Guarani e descer a Estrada da barreira grande a

pé, neste dia aconteceu exatamente assim, mas ao

passar defronte com um ponto de ônibus um homem

perguntou se eu era “fulana” uma amiga dele, disse

que me confundiu, o estranho seguiu-me conversando

e eu fui caminhando para casa sem prestar muita

atenção. Por mais algumas vezes eu o vi e aconteceu

um namoro. Bem não estou mais na idade de sonhar e

ele diz que quer morar comigo, mesmo com muito

medo, pois, ele bebe de vez em quando, eu acho que

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vou aceitar a proposta. Quem nesta vida iria querer

uma mulher com oito filhos? O nome dele é Sebastião,

espero que meus filhos me apóiem, estou bastante

confusa.

1985 Dores

Estou muito triste, já faz seis meses que deixei o

escritório, me sinto tão sozinha! Acho que tomei a

decisão errada, o Tião saiu e não sei onde ele está.

Sinto falta dos meus amigos, não guardo mágoa, mas

penso que eles podiam ter evitado que eu saísse. O

Pedro vai casar, a Tel também, somente a Miriam

aparece vez ou outra, sinto tanta falta deles! Parece

que minha vida é só sofrimento, fico pensando que

escolha foi essa minha? Há de haver uma saída, uma

esperança, algo que se possa esperar. Que e tristeza!

Que saudade daqueles dias no escritório onde eu tinha

um pouco de sonho.

Nota: Aos doze anos conheci uma mãe que nem fazia idéia, a Selma

e a Suely sempre foram um pouco mães pra mim, mas quando minha

mãe veio ficar em casa eu conheci alguém que pudesse contar algum

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segredo, ler algumas cartas, ao menos eu sabia que ela estava lá, isso

foi crucial pra mim que ela visse e acompanhasse algumas das

principais fases da minha adolescência, eu pude até comprar um

vestido de festa junina. Sabe ouvir aquelas cantigas antigas:♫ toda

garoa quando fura lama seca é sinal que a chuva chega no sertão,

toda menina que enjoa da boneca é sinal que o amor já chegou no

coração♫ . Ouvir seus ditados, seus conselhos, vê-la rir, cuidar da

casa, ter sonhos! Foi uma fase que nunca esqueci, aquela “Nena” era

outra pessoa e só quero dizer mais uma vez ,mãe, que te amo! (

Sylvia)

Chegando mais alguém... Outubro

A família aumentou, hoje temos o Jefferson, e em

meio há tantos desafios foi mais um meio de Deus nos

provar que ainda temos algo a oferecer. O Tião esta

muito feliz com o bebe, a Suely de desdobra em

cuidados e eu que há muito tempo não escrevia no

diário venho registrar minha vida. As coisas mudaram

muito, meus antigos amigos cada vez mais distantes.

Estou um pouco mais conformada pela perda dessas

amizades tão preciosas. Sinto que estou envelhecendo

mais rápido, abrimos um bar no quintal de casa. Ainda

me sinto sozinha exceto por meus filhos, eles não

sabem o quanto os amo, e o quanto me fazem bem

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1990

Uma dor incomparável

Eu não sei como expressar isso, depois de tanto tempo

venho aqui, infelizmente estou passando pela maior dor da

minha vida, nenhuma perda, nenhuma dor é comparada a

este sofrimento sem medida. Perdi meu filho Samuel, ele foi

assassinado aos 23 anos quando vinha do trabalho para

casa. Eu não sei como respirar, não sei como sobreviver, não

sei como abrir os olhos, sei que meus outros filhos ainda

precisam de mim. Mas o que vou oferecer-lhes? Sou um

trapo de mulher, alguém esquecida, não pude salvar a vida

de meu filho, não há motivo que me prenda á essa terra! Eu

só pergunto: Porque Deus? Por quê? E a resposta é esse

buraco enorme em minha alma, essa dor, esse vazio! Jamais

esperei passar por tão grande dor! Como continuar vivendo?

Eu não sei, eu não sei como olhar pra vida, eu só queria

partir também...

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de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

PS: não sei quantas vezes vou chorar escrevendo este diário,

nem quantas vezes meu estomago vai embrulhar e o ar faltar, eu

só sei que é o mínimo que posso fazer por alguém que em amou

demais.

Quando tudo mais falhar, quando tudo se acabar, Deus

ainda estará lá.

Eu me revoltei, pela primeira vez culpei a vida, e porque não

dizer, não fosse tão absurdo eu teria culpado o próprio Deus, e

porque seu amor e misericórdia são tão grandes e

incomparáveis, Ele não levou em conta, viu minha dor e ainda

assim me levantou,

Foi assim:

Eu já havia mudado de casa, já morava onde moro hoje, Deus

me concedeu uma casa confortável como sempre sonhei, e

algum tempo já havia passado da morte do meu filho, por volta

de dois anos... Eu estava lavando louça na pia, as lágrimas

caindo, uma revolta na alma, eu olhava para cima, como se

meus olhos pudessem desnudar o teto e tudo mais acima dele,

inclusive as nuvens, eu queria ver Deus, queria ouvir uma

resposta e eu perguntava quase tão alto quanto podia ouvir as

batidas do meu coração: “Por que Deus? Por quê?

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29

Então ouvi claramente uma voz dizer: “Pare tudo. Vá orar!”. Eu

larguei a louça, entrei no quarto, estava sozinha, a casa vazia e

eu me sentindo tão abandonada e sufocada pela dor,

desengano, desprezo, desespero, desesperança, minha fé...

Onde estava minha fé? Relutando eu dobrei os joelhos e as

primeiras palavras foram: “diga-me, oh Deus, o porquê! Então eu

chorei como criança, chorei por horas, não sei dizer quanto

tempo enquanto eu ouvia sua voz dizer: Lembra-te de Jó?

11 Mas estende a tua mão e fere tudo o que ele tem, e com

certeza ele te amaldiçoará na tua face." ( Jó 1:11).

Claramente eu entendi, eu já havia passado fome, nudez, perigo

de vida, humilhação, violência, desprezo, enfermidade... Porém,

Deus jamais havia permitido a morte. ... A morte de um filho era

o que me afastaria de Deus?

Romanos 8

35Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou

ansiedade, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou

espada?

Então entendi, as vezes , Satanás quer provar o quanto somos

ingratos, fracos, condicionados pelas circunstâncias. Ainda

assim Deus apostou em mim e naquele momento eu pedi perdão

e senti sua mão me consolar, como ninguém jamais poderia

consolar uma mãe, como ninguém jamais poderia confortar uma

alma e levantar do chão, com força tal para continuar vivendo.

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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos

de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

É claro que eu ainda sinto essa perda, não com revolta, mas

com saudade, sempre sinto falta dele chegar, mas também

penso no que Deus o livrou, e quantas coisas jamais

entenderemos. Se eu pudesse escolher, escolheria que ele

estivesse aqui conosco, mas ele, como todos nós, pertencemos

ao Senhor, e eu creio que ainda verei: "Porém eu e a minha

casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15)

Fevereiro 2004

Eu me casei, numa cerimônia simples e linda, da

maneira que sempre sonhei, meus filhos foram

padrinhos, algumas netinhas dama de honra, a igreja

estava lotada; minha linda família estava lá, e foi

maravilhoso!

Quando você pensar que já envelheceu e que é tarde

demais pra um sonho, somente lembre-se que para

Deus, o tempo não é nada! Eu sou prova viva disso e

do quanto Ele me amou!

Natal 2013

Page 31: O diário de minha mãe2s (1)

31

Deus nunca desampara seus filhos por mais aflições que temos

nesta terra, e Ele sempre nos abençoa. Hoje Natal 2013, eu

agradeço a Deus por todo progresso espiritual, material,

emocional que Ele permitiu que chegasse a nós, sempre digo

que de todos os bens que temos, nossa família é o bem mais

precioso. Sinto falta do meu filho Samuel e sempre sentirei,

agradeço a Deus por todos os filhos, genros, noras, netos e

netas, bisnetos (as) que tem chegado e chegarão como bênçãos

em nossa família! Abaixo do Senhor, Vocês são tudo que tenho.

Deus é um Pai zeloso e amoroso, porém muitas vezes o vemos

distante e indiferente, mas é nosso olhar que está mal

direcionado, Ele esta bem perto de você e escrevi parte da

minha história para dizer que não há nada que Deus não possa

transformar. Tu conheces um milagre? Eu sou um milagre!

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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos

de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

Durante o relato deixei várias impressões, agora é a vez deles:

Mãe,

Não tenho palavras para descrever o quanto tenho

orgulho de ser seu filho; eu não sei demonstrar. A senhora

me deu uma das maiores lições de vida que hoje muitas

mães não dão e para seus filhos. Nunca vou esquecer-me

disso! Você é uma mãe que milhões de filhos gostariam de

te. Eu ti amo muito e nunca vou esquecer-me da senhora e

nem as coisas que me ensinou. Silvio

Page 33: O diário de minha mãe2s (1)

33

São Paulo, 16 de novembro de 2014

Mãe,

O que dizer? Muitas pessoas dizem que somos muito

parecidas; que o nosso coração tem o mesmo tamanho,

pena que não é verdade, gostaria de ser apenas a metade

do que a senhora é.

Tenho muito orgulho de ser a sua filha, o amor que

transmite a todos que estão a sua volta é imenso, agradeço

por tudo que sou hoje. Você me ensinou que o amor e o

companheirismo são mais importantes que qualquer outro

bem, que a família é o bem mais precioso que temos, e me

apresentou desde criança esse Deus maravilhoso que hoje

eu sirvo e que relutei tanto para não ter esse encontro.

Mãe, agradeço por todas as vezes que dobrou seu joelho

e chorando pediu por mim, o Senhor ouviu suas orações, sei

que ainda vai te conceder muitas benções, porque a

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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos

de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

senhora é uma mulher virtuosa,tem coração enorme que

sempre cabe mais um.

Quando me lembro de tudo que passamos juntas pra

chegar até aqui, às vezes o pouco que tínhamos você ainda

dividia com quem precisava, isso eu também aprendi,mãe é

maravilhoso ter um coração perdoador, pronto a acolher e

dividir com quem precisa, chorar realmente com os que

choram ,não guardar mágoas e saber que não somos nada

sem Cristo, somos todos iguais, isso foi mais uma lição que

aprendi. São tantas coisas... Seus conselhos sempre são

sábios, sinto falta do seu colo, mais às vezes mesmo estando

longe me lembro de suas palavras, ouço o quer você diria se

estivesse ali no momento, e sinto o calor do seu abraço,

tamanho é seu amor, sei que não sou a filha que talvez você

sonhasse mais mãe faço o possível pra você se orgulhar de

mim, pra ser um pouquinho da mulher maravilhosa que

você é; aprendi com as palavras da avozinha e com os seus

atos (a mulher é o pilar que sustenta sua casa, seja sábia e

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nunca se esqueça de Deus) nunca vou me esquecer, é assim

que procuro conduzir a minha casa.

Mãe, não tenho palavras para agradecer, Deus já me

amava quando me concedeu a honra de ser sua filha,espero

ser pros meus filhos , ao menos um pouco do que você é

pra mim,Te amo demais! Você é meu espelho, peço a Deus

que nos conceda a graça de estarmos todos juntos por

muitos anos ainda, e que a nossa família permaneça unida

como você sempre desejou. Eu Te amo, infinitamente.

Selma

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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos

de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

Mãe,

Não sou muito boa nas palavras,quero te dizer o

quanto te amo,posso tentar fazer tudo para retribuir o

que você fez por mim, mas sei que nunca vou

consegui nem chegar perto. Então quero deixar

registrados toda a minha admiração e orgulho, Mulher

que sobe se erguer e sobreviver sozinha e venceu as

dificuldades. Só posso dizer de ti: corajosa, guerreira,

virtuosa que nos ensinou lutar pela vida de maneira

simples e honesta. Te amo Mãe não sei expressar o

quanto!

Suely

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Mãe:

Incondicionalmente nós te amamos nós te amamos;

Ass: Suelene, Daniel, Jefferson,

Davidson

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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos

de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’

netos, genros, noras , bisnetos...

♫“Minha mãezinha querida, mãezinha do coração, te adorarei toda vida

com grande devoção, é tua esta valsinha canto com inspiração, canto oh

querida mãezinha a tua canção [...] Oh minha mãe, minha santa mãezinha

és o tesouro que eu tenho na vida!”♫

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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos

de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’