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O E-MAIL DE CAMINHA Ana Elisa Ribeiro MANUAL DO PROFESSOR Renata Amaral Rocha (Org.). Rosane Campos • Taillan Miranda • Helena Myrrha Bárbara Ferreira • José Teófilo Carvalho • Lúcia Carvalho Maria Zoé Rios • Lílian de Oliveira • Ana Elisa Ribeiro

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O E-MAIL DE CAMINHA

Ana Elisa Ribeiro

manUal dO PROFeSSORRenata Amaral Rocha (Org.).

Rosane Campos • Taillan Miranda • Helena MyrrhaBárbara Ferreira • José Teófi lo Carvalho • Lúcia Carvalho

Maria Zoé Rios • Lílian de Oliveira • Ana Elisa Ribeiro

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O e-mail de Caminha

manUal dO PROFeSSORRenata Amaral Rocha (Org.).

Rosane Campos • Taillan Miranda • Helena Myrrha Bárbara Ferreira • José Teófilo Carvalho • Lúcia Carvalho

Maria Zoé Rios • Lílian de Oliveira • Ana Elisa Ribeiro

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O e-mail de Caminha – manual do professor / Renata Amaral E53 Rocha, organizadora. – Belo Horizonte: RHJ, 2018. 64p.

1. Educação infantojuvenil. I. Rocha, Renata Amaral.

CDD: 372.2 CDU: 372.4

Elaborada por: Maria Aparecida Costa Duarte CRB/6-1047

Editor: Rafael Borges de Andrade

Gerente editorial: Mário Vinícius Silva

Organizadora: Renata Amaral Rocha

Instrutores pedagógicos (por área de conhecimento):

Linguagens: Renata Amaral Rocha & Rosane CamposInglês: Helena MyrrhaCiências Humanas: Taillan MirandaCiências: Bárbara FerreiraMatemática: José Teófilo Carvalho & Lúcia Carvalho

Supervisão pedagógica: Maria Zoé Rios

Revisão e preparação de texto: Lílian de Oliveira

Revisão de provas: Flávio Mota

ISBN: 978-85-7153-364-6

1ª edição

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra

sem o consentimento por escrito da editora.

Todos os direitos reservados à:

RHJ Livros LTDA.

Rua Helium, 119 – Nova Floresta

Belo Horizonte – MG – CEP: 31140-280

Telefone: (31) 3334-1566

[email protected]

Manual do professor concebido com base na obra O e-mail de Caminha, da autora Ana Elisa Ribeiro, com ilustrações de Marcelo Drummond e Marconi Drummond.

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título: O e-mail de Caminha

autora: Ana Elisa Ribeiro

ilustradores: Marcelo Drummond & Marconi Drummond

idioma: língua portuguesa

Categoria 2: para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino

Fundamental

tema da categoria: cultura digital no cotidiano do adolescente

gênero literário: memória, diário, biografia, relatos de

experiências

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SUmáRiO

1 - Preparação do professor

para abordagem da obra literária

com os estudantes

2 - Abordagem da pré-leitura

e pós-leitura da obra com os

estudantes

3 - Abordagem interdisciplinar

da obra literária em sala de aula

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PRePaRaçãO dO PROFeSSOR

PaRa abORdagem da ObRa liteRáRia

COm OS eStUdanteS11. De Professor Para Professor:

Caro Professor,

Esta seção tem por objetivo trazer contribuições para você se

preparar para abordar a obra literária O e-mail de Caminha com seus

alunos e alunas das séries finais do Ensino Fundamental, em sala de

aula e fora dela (e por que não?).

Então, vamos falar um pouco sobre leitura literária, mas sob uma

outra ótica: as atitudes do professor. Certamente, você já desenvol-

veu interessantes trabalhos de leitura com seus alunos e alunas, in-

dicou muitos livros para serem lidos, levou sua turma à biblioteca e

já falou dezenas de vezes (centenas, talvez!) sobre os benefícios da

leitura para as pessoas, de modo amplo. Essas são ações muito im-

portantes no processo de formação de leitores.

No entanto, quero lhe contar um segredo. Ao longo da minha

caminhada como docente, percebi que uma das mais importantes

atitudes do professor para estimular seus alunos e alunas a lerem é

explicitar frequentemente: “Eu sou professor e leio. Hoje, estou lendo

este livro aqui e estou apaixonado por ele!”. Sabe por que isso fun-

ciona? Porque instiga, porque desperta a curiosidade, mas também

porque você, professor, está demonstrando paixão pela leitura, antes

de qualquer outro sentimento ou necessidade.

Professor, ao capturar seus alunos e alunas pelo sentimento de

paixão pela leitura, você terá a possibilidade de caminhar no senti-

do de formar leitores fruidores, capazes de “(re)conhecer diferentes

maneiras de ser, pensar, (re)agir, sentir e, pelo confronto com o que

é diverso, desenvolver uma atitude de valorização e de respeito pela

diversidade” (BRASIL, 2017, p. 154).

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Espero que esta nossa conversa colabore para que você, junto

com seus alunos e alunas, desenvolvam um processo de leitura lite-

rária da obra O e-mail de Caminha, no contexto escolar, de um modo

tão significativo que tal processo não se restrinja à escola, mas que

seja apropriado e passe a fazer parte de suas vidas.

Prof.a Renata Amaral Rocha

2. Um Passeio Pelo livro O e-mail de Caminha:

Professor, neste “passeio” pel’O e-mail de Caminha você vai ter

um panorama sobre a origem e história da Carta de Caminha, sobre

a obra O e-mail de Caminha e sobre o processo de transformação da

carta em e-mail, pela grande escritora mineira Ana Elisa Ribeiro.

A Carta de Caminha foi escrita como uma espécie de relato do

que acontecia com a armada de Pedro Álvares Cabral, nos meses que

antecederam a descoberta do país que viria a ser nosso Brasil. Depois

que os portugueses aqui chegaram, Caminha continuou escrevendo

seu extenso relato, de maneira que ele se assemelha também a um

diário de bordo. O autor fala do dia a dia, das pessoas e coisas que

conheceu, que estranhou, que admirou. Narra situações, descreve

paisagens e índios. A Carta foi enviada ao rei Dom Manuel I, em um

material parecido com papel, via embarcações. Chegou a Portugal,

deve ter sido lida e foi arquivada. Muitos anos depois (séculos!), ela

foi encontrada e então considerada a carta do descobrimento. Não é

uma aventura e tanto? Quantas outras cartas devem existir?

A Carta original ainda existe e está guardada em Portugal, como

objeto histórico. O texto, de 14 páginas, não pode ser mais lido por

nós porque está escrito em uma letra difícil de decifrar e em um por-

tuguês bem antigo. É preciso ajuda especializada para compreender a

escrita de Caminha hoje em dia.

O e-mail de Caminha, por sua vez, é um livro que brinca com a

linguagem da carta, mas é fiel ao seu conteúdo. Pelo menos a parte

do Caminha! As respostas do Rei são fictícias, já que não sabemos

o que ele teria respondido, caso recebesse e-mails, em vez de uma

longa carta que ficou guardada.

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A ideia de Ana Elisa Ribeiro foi transformar uma longa carta de 14

páginas, escrita ao longo de vários meses, em uma série de e-mails,

até mais de um por dia, como se fôssemos fazer um diário hoje, para

um amigo distante. Para fazer isso, não bastava fragmentar o texto.

Era necessário pensar nos assuntos, dividir os dias e mexer na língua

portuguesa, já que nos comunicamos hoje em um português diferen-

te não só porque estamos em outro país, mas também em outra épo-

ca e com outras tecnologias. Para isso, foi preciso reescrever tudo,

inserindo também emojis e hashtags, como fazemos nos dias atuais.

A reescrita da Carta de Caminha pela autora mineira demorou al-

guns meses. Ela tinha muita vontade de fazer isso. No entanto, pairava

uma pergunta: o que fazer com o Rei de Portugal? Como se trata de

um livro literário, sem muitas preocupações com fatos históricos, Ana

Elisa inventou um rei bem engraçado e muito tecnológico. De fato,

Portugal, em 1500, era uma das maiores potências da Europa e do

mundo, e isso certamente tem relação com as tecnologias de ponta

da época. O rei de Portugal só poderia ser um homem antenado.

No final do livro, Ana Elisa e a editora optaram por incluir uma

versão oficial da Carta de Caminha, em um português mais atualiza-

do, para que os leitores e as leitoras possam conhecer o documento,

sem ter de ir muito longe. Pode ser divertido comparar a carta e o

e-mail, pensando em como somos espertos com as linguagens que

empregamos. Esta é uma ótima ideia de trabalho!

3. QUem é o aUtor?

Quem é Pero Vaz de Caminha? Quem é Ana Elisa Ribeiro? Você

conhece essas personalidades? Você sabia que elas têm algo em co-

mum?

O autor da Carta de Caminha original, escrita em 1500, é Pero

Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Nasceu

na cidade portuguesa do Porto, em 1450, e morreu em Calecute, na

Índia, em 1500. Era de uma família nobre e importante, naquela épo-

ca. Ficou famoso por ser o escrivão da armada que veio descobrir o

Brasil.

Ana Elisa Ribeiro é a autora de O e-mail de Caminha, uma adap-

tação ou quase uma recriação da Carta de Caminha, fazendo de con-

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ta que o escrivão tivesse acesso às tecnologias digitais que temos nos

dias de hoje, mais de quinhentos anos depois da escrita da carta de

verdade.

Ana Elisa é descendente de portugueses tanto em linha materna

quanto paterna. Seus dois sobrenomes, Ferreira e Ribeiro, vêm lá da

região do Porto, em Portugal, mesmo lugar onde Pero Vaz de Cami-

nha nasceu. Será que os antepassados da Ana sabiam quem era ele?

Ana Elisa nasceu em 1975, em Belo Horizonte, capital das Minas

Gerais, no Brasil, um estado que os portugueses exploraram muito.

É neta de operários de fábricas de tecidos que vieram para a capital

mineira no início dos anos 1900. A autora convive com as tecnologias

digitais e gosta muito delas. Além disso, adora literatura desde crian-

ça e tem especial admiração pela Carta de Caminha, um documento

histórico que ela acha muito interessante. Esse interesse pela Carta

fez com que a autora resolvesse adaptar a ideia, trazendo Caminha

para uma época em que é possível se comunicar por e-mail. É claro

que essa é a parte ficcional e inventiva de O e-mail de Caminha.

Ana Elisa é professora no Centro Federal de Educação Tecnoló-

gica de Minas Gerais, o CEFET-MG, uma escola de mais de cem anos.

É formada em Letras e dá aulas de Português e Redação para jovens.

É doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas

Gerais e pesquisa aspectos relacionados à linguagem e às tecnolo-

gias. Não é à toa que ela teve a ideia de juntar tudo isso n’O e-mail de

Caminha. Ela é escritora atuante há mais de vinte anos e é autora de

vários livros, inclusive outros infantis e infantojuvenis, além de poesia,

conto e crônica. Como é uma autora viva e contemporânea, Ana Eli-

sa ainda é inclassificável na história da literatura, embora não faltem

atributos para ela, que é muito perspicaz e tem sempre uma escrita

muito arrojada.

4. QUem fez o Projeto gráfico e as ilUstrações Do livro?

O projeto gráfico e as ilustrações do livro O e-mail de Cami-

nha são de autoria dos irmãos Drummond. São dois artistas gráficos

itabiranos, que vivem e trabalham em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Marcelo Drummond é professor na Escola de Belas Artes da UFMG.

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Marconi Drummond atuou como curador do Museu de Arte da Pam-

pulha (MAP), entre 2006/2010. Juntos, desenvolveram inúmeros pro-

jetos gráficos, curadorias e expografias. Em 2009, foram contempla-

dos com o prêmio de Melhor Projeto Gráfico no 51º Prêmio Jabuti,

outorgado pela Câmara Brasileira do Livro.

Os irmãos Drummond organizaram o texto de O e-mail de Ca-

minha baseando-se em uma agenda, relatando as mensagens tro-

cadas entre Pero Vaz de Caminha e o Rei de Portugal. A escolha da

fonte para escrita do texto foi intencional. Foi usada a fonte tipográ-

fica OCR-B, muito simbólica na história da tipografia. As ilustrações,

por sua vez, tiveram como base os emoticons, representando os 4

(quatro) protagonistas: o Rei, Caminha, o padre e índios. Há, também,

ilustrações de algumas cenas do descobrimento do Brasil, também

com base nos emoticons.

Professor, este material gráfico pode ser o ponto inicial para a

discussão sobre a cultura digital com seus alunos e suas alunas, bem

como para um bom debate sobre linguagens.

5. Por QUe ler O e-mail de Caminha?

Professor, O e-mail de Caminha é um livro que traz à tona as-

pectos históricos do Brasil e de sua formação, ao retomar um docu-

mento seminal e importante, a Carta de Caminha, mas também é,

principalmente, uma obra que discute as tecnologias e as linguagens

em nossa comunicação. Trata-se, evidentemente, de um livro capaz

de ensejar discussões divertidas e inteligentes sobre a cultura digital

no cotidiano do adolescente, sem perder de vista a carta original, ao

mesmo tempo propiciando outras ações criativas e inventivas em tor-

no do texto e de suas formas de existir.

O livro é adequado a um público adolescente, especialmente nas

séries finais do Ensino Fundamental, quando já é possível ler textos

mais longos, compará-los e discutir aspectos contemporâneos dos

usos de linguagens e tecnologias, na escola e fora dela.

O e-mail de Caminha é, a um só tempo, a releitura muito con-

temporânea de uma carta antiga, que se assemelha a um diário dos

dias da frota de Cabral chegando ao Brasil e depois. Também pode ser

tratado como um relato memorialístico ou o relatório do escrivão da

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armada, no entanto transformado pelas condições de produção que

temos hoje. Ainda assim, dialogando com a literatura e com a carta

original, assinada por Pero Vaz de Caminha, também disponível no

volume.

Professor, temos aqui um rico material para o desenvolvimento

de um trabalho multidisciplinar com sua turma. A obra apresenta uma

grande oportunidade para realização de um trabalho que conte com

a participação efetiva de todas as áreas do conhecimento da educa-

ção fundamental: área de Linguagens (BNCC, 2017, p. 61), Matemá-

tica (BNCC, 2017, p. 263), Ciências da Natureza (BNCC, 2017, p. 319),

Ciências Humanas (BNCC, 2017, p. 351), Ensino Religioso (BNCC,

2017, p. 433) e, também, oportuniza a abordagem da cultura digital,

no âmbito da aventura do Descobrimento do Brasil.

6. Na sala De aUla e além!

Nosso propósito, aqui, é abordar algumas possibilidades de tra-

balho com a leitura literária, em sala de aula (e além!), especialmente,

nos anos finais do Ensino Fundamental, por meio de uma discussão

teórica fundamentada nos preceitos da BNCC (2017), PEREIRA (2009),

ADAM (2008), PAIVA et al (2006), FREIRE (1994), e apresentar algu-

mas propostas de atividades, com o objetivo de fortalecer habilidades,

atitudes, conhecimentos e vivências adequadas que consolidem um

letramento literário que faça parte da vida dos sujeitos, para além de

sua formação escolar.

Metodologicamente, sugerimos que o professor conduza a

prática de leitura do livro literário organizada em momentos de pré-

-leitura, leitura e pós-leitura. Essa organização pode “potencializar as

aprendizagens de modo contextualizado e significativo para os es-

tudantes, na perspectiva de um (re)dimensionamento das práticas e

competências leitoras já existentes, especialmente em língua mater-

na” (BRASIL, 2017, p. 242).

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6.1. Uma coNversa com o Professor sobre a Pré-leitUra Do livro literário com os estUDaNtes

Professor, o ponto de partida é a paixão. Insisto nisto! Na se-

quência, a provocação da curiosidade dos estudantes, a ativação dos

conhecimentos prévios sobre o tema da obra e o estabelecimento de

uma interação do estudante-leitor com o texto literário, que é uma

obra de arte, permitindo-lhe uma vivência emocional: despertar da

imaginação, dos desejos, dos medos, das admirações, das alegria etc.

Então, ao pensar em desenvolver atividades de pré-leitura da

obra O e-mail de Caminha com seus alunos e suas alunas, focalize

quatro ações:

1. despertar a paixão dos estudantes pela obra O e-mail de

Caminha;

2. provocar a curiosidade dos alunos por esse livro;

3. ativar os conhecimentos prévios deles(as) sobre a temáti-

ca do descobrimento do Brasil, sobre a Carta de Caminha,

sobre linguagens e tecnologias;

4. promover a interação do estudante com o livro.

6.1.1. Despertar a paixão dos(as) estudantes pela

obra O e-mail de Caminha

Antes da pré-leitura da obra com os estudantes, você, professor,

precisa ser o leitor desta obra, precisa apaixonar-se por ela e deixar

que a sua turma perceba isso. Assim, você pode despertar a paixão

dos seus alunos e alunas pela obra em questão. Torne o livro um ob-

jeto desejado! Assim, a proposta de lê-lo será recebida com prazer!

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6.1.2. Provocar a curiosidade dos alunos pelo livro

O e-mail de Caminha

Despertada a paixão, procure construir um ambiente propí-

cio para a leitura da obra O e-mail de Caminha. Para tanto, é muito

interessante usar estratégias que façam a ambientação do livro,

explorando os nossos sentidos (visão, audição, olfato, tato, paladar),

na medida do possível. Para criar uma ambientação para o trabalho

com o livro O e-mail de Caminha e provocar a curiosidade dos estu-

dantes, você pode:

a. Convidar os estudantes para uma viagem pela rota traça-

da pela esquadra de Cabral, a qual o conduziu até o Bra-

sil. Você pode usar um mapa físico, uma projeção com

datashow ou, até mesmo, usar o programa Google Earth,

que possibilita ver o globo em três dimensões. Sugerimos

que você faça uma parceria com o professor de Geografia,

para um trabalho interdisciplinar. O ideal é que, junto com

você, o professor de Geografia conduza os estudantes a

lerem o mapa. Seria interessante preparar previamente

uma história para ser narrada, para que os alunos possam

se sentir navegando pelo mapa. Depois, pode haver uma

proposta de elaboração de uma nova rota, a pedido do

Rei!

b. Reproduzir um trecho do áudio da carta de Pero Vaz de

Caminha para que os discentes ouçam. Este link traz uma

leitura muito interessante da carta: https://www.youtube.

com/watch?v=F60szJm7yPE&t=31s.

c. Apresentar a imagem ou réplica da Carta de Caminha e

conversar com a turma sobre o valor histórico da Carta;

sobre o ponto de vista nela apresentado (de um fidalgo da

armada); sobre o idioma da carta original (português de

Portugal, de 1500) e as mudanças linguísticas no decor-

rer do tempo (português de Portugal, no contexto atual;

contraste ainda maior com o português do Brasil, nos dias

de hoje); sobre o gênero textual carta, já usado há tanto

tempo (como era seu contexto de produção e recepção?),

entre outros aspectos. A curiosidade dos estudantes pode

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ser aguçada, ainda mais, ao saberem que esta Carta exis-

te há mais de 5 séculos e está guardada em Portugal, até

hoje!

6.1.3. Ativar os conhecimentos prévios dos(as)

alunos(as) sobre a temática do livro O e-mail de

Caminha

Com paixão e curiosidade, é hora de estimular os alunos e as

alunas a acessarem seus conhecimentos prévios sobre o tema do

livro a ser lido. Tais atividades “direcionam seus pensamentos, criam

expectativas para a leitura, estimulam seu interesse, aguçam a sua

curiosidade e, acima de tudo, proporcionam uma atividade intelec-

tual desde o início do processo [de leitura]” (TAGLIE BER; PEREIRA,

1997, p. 75).

Professor, você pode fazer algumas perguntas para a classe:

a. O que vocês sabem sobre o Descobrimento do Brasil?

b. Como foi a chegada dos descobridores ao Brasil?

c. Quem morava aqui?

d. Quem foi Pero Vaz de Caminha?

e. O Brasil foi “descoberto” ou “encontrado”? Há diferença

entre esses pontos de vista?

Ouça os estudantes. Anotar as respostas no quadro é uma boa

forma de ir sistematizando a conversa com a turma.

Professor, para fundamentar as respostas a essas questões, que

ultrapassam os limites da área de linguagens, sugerimos uma lei-

tura dos textos destes links: https://www.infoescola.com/historia/

descobrimento-do-brasil/, https://educacao.uol.com.br/disciplinas/

historia-brasil/descobrimento-do-brasil-cabral-nao-foi-o-primeiro-

-a-chegar-ao-pais.htm, https://brasilescola.uol.com.br/historiab/

descobrimento-brasil.htm ou uma pesquisa a estas obras:

DEL PRIORE, Mary; VENANCIO, Renato. Uma breve história do

Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.

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DORÉ, Andréa. Antes de Existir o Brasil: os portugueses na Índia

entre estratégias da Coroa e táticas individuais. HISTÓRIA, São Paulo,

28 (1): 2009.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.

COSTA, Marcos. A História do Brasil para quem tem pressa. Rio

de Janeiro: Valentina, 2016.

Sugerimos uma parceria com o professor de História, para uma

abordagem interdisciplinar e maior aprofundamento histórico.

Depois de fomentar a discussão, ouvir os(as) estudantes e fazer

as ponderações necessárias, você pode:

a. Exibir o vídeo deste link: https://www.youtube.com/

watch?v=6Y9coj_0R9Q (acesso em 18/07/18) para con-

textualizar o Descobrimento do Brasil de modo mais lú-

dico.

b. Solicitar aos estudantes que façam uma síntese de tudo

que foi discutido até aqui.

c. E, para finalizar, você pode propor aos estudantes que

pensem em mudanças de pontos de vista sobre o des-

cobrimento do Brasil e escrevam outras cartas sobre esse

fato histórico, tal como fez Caminha. Para pensar nessa

mudança de pontos de vista, podemos levar em conside-

ração outras personagens, que vivenciaram esse momen-

to, o próprio Pedro Álvares Cabral, capitão da armada, que

não tem voz na Carta, ou algum outro tripulante, os índios,

que aqui já estavam, etc. Podemos pensar, até mesmo, em

pontos de vista mais inventivos, como os de animais ou

objetos. Para tanto, organize a turma em pequenos gru-

pos e cada grupo pode ficar responsável por redigir uma

carta sob o ponto de vista de uma dessas personagens. Ao

final, as cartas podem ser socializadas, por meio de leitura

oral e voz alta, para apreciação dos colegas de classe. De-

pois de lidas, o professor pode conduzir enriquecedoras

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reflexões sobre a cultura, a língua, a diferença, as tecnolo-

gias de cada povo. No momento pós-leitura, essas cartas

podem ser postas nas redes sociais do Caminha.

6.1.4. Promover a interação do estudante com o

livro O e-mail de Caminha

Professor, você já despertou a paixão e curiosidade dos estu-

dantes e já os estimulou a acessarem seus conhecimentos prévios

sobre o tema do livro O e-mail de Caminha. Agora, é hora de promo-

ver a interação dos alunos com o livro, solicitando que observem a

capa, que levantem hipóteses sobre a história, com base no título, que

folheiem as páginas da obra e que leiam os elementos paratextuais,

como quarta capa e orelha. É neste momento que se torna relevante

explorar, com a turma, quem é o autor, o que faz o ilustrador, o que

uma editora faz e como identificá-la na capa, bem como conduzir os

estudantes na localização e compreensão das informações da quarta

capa. Feito isso, passe à cereja do bolo: à leitura!

#partiuLeituraOe-maildeCaminha

6.2. Uma coNversa com o Professor sobre a Pós-leitUra Do livro O e-mail de Caminha com os estUDaNtes

Depois de terem lido a obra, pergunte aos(às) estudantes: quais

sentimentos esta obra desperta em vocês? Quais relações podemos

estabelecer entre esta obra e a nossa realidade? Se vocês fossem o

personagem principal da história, vocês agiriam como ele? Por quê?

Como vocês agiriam?

Ao fazer essas indagações (e outras) aos estudantes-leitores e

abrir um espaço para dialogar sobre elas, você está colocando em

jogo

a continuidade da formação do leitor literário, com

especial destaque para o desenvolvimento da fruição,

de modo a evidenciar a condição estética desse tipo

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de leitura e de escrita. Para que a função utilitária

da literatura – e da arte em geral – possa dar lugar

à sua dimensão humanizadora, transformadora e

mobilizadora, é preciso supor – e, portanto, garantir a

formação de um leitor fruidor, ou seja, de um sujeito

que seja capaz de se implicar na leitura dos textos,

de “desvendar” suas múltiplas camadas de sentido, de

responder às suas demandas e de firmar pactos de

leitura (BRASIL, BNCC, 2017, p. 136).

Depois de criada essa atmosfera, você pode, sem problema al-

gum, dizer aos estudantes que a construção do texto literário e a lei-

tura deste texto têm especificidades, e que é importante explorarmos

isto na escola. E, deste modo, abordar os aspectos literários, linguísti-

cos e extralinguísticos da obra O e-mail de Caminha.

6.2.1. Abordagem de alguns aspectos literários da

obra O e-mail de Caminha

A construção dos textos literários e a leitura desses textos têm

características específicas e que são relevantes no trabalho docente

de formação de leitores. Mas, “quais seriam as propriedades especí-

ficas de um texto literário? Cada época as define de um modo um

pouco diferente de outras e podem coexistir, numa mesma época

e sociedade, posições que se distanciam (PAIVA et al, 2006, p.21).

Todavia, alguns elementos merecem ser especialmente observados

ao lermos um texto literário, seja ele em prosa (o conto, a novela, a

fábula, o apólogo, o mito, a lenda etc) ou verso (o poema). Segundo

Paiva (2006, p.21), esses são alguns dos elementos: a pluralidade de

vozes (por exemplo: autor, narrador, personagem, eu lírico), o espaço

da literatura (às vezes a narrativa propõe uma interpretação mítico-

-religiosa, social, psíquico ou existencial do seu espaço) e o espaço

geográfico (que é o mais evidente), o tempo da narrativa (o tempo

cronológico ou ‘psicológico’, ligado aos eventos, às personagens da

história). Também é interessante observar o pacto de leitura estabele-

cido entre leitor e o texto literário, os recursos e estratégias de intera-

ção, na construção de sentidos do texto.

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Nesta perspectiva, propomos algumas questões para trabalhar

alguns aspectos literários da obra O e-mail de Caminha, em sala de

aula, depois de realizada a pré-leitura e a leitura da obra pelos(as) es-

tudantes.

Professor, você pode abordar os seguintes elementos, entre vá-

rios outros:

a) Os personagens e como eles foram construídos:

No livro O e-mail de Caminha, temos 4 (quatro) protagonistas:

O Rei, Caminha, padre e índios. Os dois primeiros têm bastante des-

taque na obra.

Segundo a História, D. Manuel I era um rei absoluto e que queria

expandir seu reinado, visando ao progresso econômico de Portugal.

Era muito curioso e ansioso (p. 17, 38, 39). Ele demonstra interesse

em saber com muitos detalhes o que o seu escrivão (Pero Vaz) estava

vivenciando e descobrindo no novo mundo (p. 30, 47). O Rei pare-

ce ser compreensivo (p. 14 – ele perde uma nau e não fica bravo) e

bem-humorado, mas ao mesmo tempo curioso e ansioso (p. 27). Ele

queria ter as informações corretas e detalhadas do que estava acon-

tecendo (p. 10), dos índios (p.23, 37, 38, 39) e de seus objetos (p.23).

Caminha, por sua vez, era o escrivão da armada de Cabral, mas

não se considerava bom escritor, embora fosse bastante detalhista

ao descrever as suas impressões ao Rei (em muitas partes do livro,

por exemplo, p. 79). Escreve ao Rei de maneira informal e íntima. De-

monstra surpresa e curiosidade ao relatar aquilo que achava estranho

e diferente da sua cultura.

YYY|:-)

b) a representação dos personagens por emoticons:

Os personagens são representados por emoticons, fazendo toda

uma conexão com a era digital que perpassa o livro. Os emoticons

que representam os personagens têm marcas claras que os definem,

por exemplo, a coroa do Rei, a cruz sobre a cabeça do padre, o ador-

no que os índios trazem sobre a cabeça, e a boina do escrivão.

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c) a viagem: percurso, tempo, espaço:

A viagem começou em 09/03/1500 e terminou em 01/05/1500,

tendo durado 53 dias. No livro, as hashtags indicam o início da via-

gem, que tinha como destino as Índias, e que seria um trajeto sem

comunicação, porque na embarcação não tinham redes de internet

sem fio.

Em 22 de abril de 1500, ouviu-se um grito “terra à vista”! Pedro

Álvares Cabral “descobria” o Brasil.

A expedição foi organizada pelos portugueses a pedido do Rei

Dom Manuel e tinha como objetivo repetir o feito de Vasco da Gama

e chegar às Índias. Estavam em busca de metais preciosos, como o

ouro e a prata, e especiarias! Não se sabe ao certo por que Cabral

desviou tanto a oeste da sua rota original, sabemos apenas que não

fosse isso os portugueses não teriam descoberto as terras no depois

chamado novo mundo.

d) interpretação dos textos não verbais das páginas 40-41 e 80-81

Estas imagens representam a cena da primeira missa celebrada

no Brasil, em 26 de abril de 1500. A primeira é uma representação

moderna com emoticons, usada no livro O e-mail de Caminha, a se-

gunda é a imagem de uma pintura de Victor Meirelles (1861). Conduza

os estudantes a interpretarem esses textos não verbais, a compará-

-los. Em seguida, a confrontá-los com os textos escritos. Este exer-

cício proporcionará aos estudantes a compreensão sobre as várias

formas de se tratar sobre o mesmo assunto.

e) Fatos reais e invenções

No livro O e-mail de Caminha, há fatos narrados que podem ser

considerados reais e fatos que podem ser considerados fictícios. De-

safie seus alunos e alunas a encontrar alguns destes fatos. Por exem-

plo, todos os fatos narrados pelo Rei são ficcionais, foram criados pela

autora da obra; por outro lado, todos os fatos relatados por Caminha

seguem fiéis à carta original.

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6.2.2. Abordagem de alguns aspectos linguísticos

da obra O e-mail de Caminha

Para abordarmos os aspectos linguísticos, vamos focalizar o

processo de compreensão da leitura literária, em sala de aula, o que

pressupõe adotarmos como objetivo pedagógico o desenvolvimento

do processo cognitivo de leitura. Para tanto, a organização linguísti-

ca do texto ganha um espaço especial no nosso trabalho (cf. ADAM,

2008). Nessa dimensão, a compreensão da leitura se efetiva por meio

da consciência do leitor sobre a linguagem. E aqui entra o importante

papel professor, no uso de procedimentos e estratégias eficientes, em

sua ação pedagógica, para conduzir os estudantes no seu processo

de leitura.

O primeiro passo é compreender que a literatura é uma mani-

festação linguística e, como tal, a organização linguística textual é de

suma importância para construção da literariedade do texto literário,

conforme Pereira (2009).

Ao enxergarmos desta forma, a análise dos elementos linguísti-

cos marcadores dos planos que constituem a língua, no texto literário,

pode ganhar um espaço especial. Assim, para a realização de inferên-

cias de elementos da literariedade do texto é preciso explorar o plano

fônico (sonoridade e ritmo), o plano mórfico (estrutura vocabular e

uso de categorias gramaticais), o plano sintático (funções sintáticas

e elementos coesivos gramaticais), o plano semântico (significados

dos vocábulos, polissemia, elementos coesivos lexicais e coerência)

e o plano pragmático (relações entre o texto e as situações de uso),

conforme Pereira (2009). Esses elementos estão presentes em di-

versos textos, e a predominância de algum deles marca determinada

manifestação textual, por exemplo, os poemas têm o plano fônico

predominante, na maioria das vezes.

Professor, nesta perspectiva, sugerimos, a seguir, algumas ativi-

dades para se abordar alguns aspectos linguísticos da obra O e-mail

de Caminha, em sala de aula, com os estudantes, entre outras tantas

possibilidades que o livro nos dá.

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a) Os gêneros textuais:

É interessante perceber os gêneros textuais que emergem das

nossas práticas comunicativas, focalizando os diferentes usos da lín-

gua, os diferentes meios de comunicação, as tecnologias.

Pero Vaz de Caminha escreve uma carta; na obra O e-mail de

Caminha, o escrivão e o Rei comunicam-se por tweets e por emails.

Neste manual, mais adiante, vamos propor outras experiências com o

texto da carta de Caminha, como a construção de selfies de Caminha

para postagem em suas redes sociais, como Facebook e Instagram do

Caminha. Temos, então, uma rica variedade de gêneros textuais, lin-

guagens, contextos e tecnologias nas nossas práticas de linguagem.

Usá-las, compreendê-las, compará-las é muito enriquecedor!

b) Comparações:

O e-mail de Caminha propicia, em primeiro lugar, uma aproxi-

mação divertida à Carta de Caminha. A partir daí, é interessante com-

parar os textos (o antigo e o novo), a fim de promover uma discussão

que passa pela História, mas também pelo idioma, pela mudança lin-

guística, pelas linguagens e tecnologias de cada época e pela história

da produção e circulação dos textos, em épocas diferentes.

c) Vocabulário, no geral:

Observar o vocabulário usado na carta e no e-mail, atentando

para o grau de formalidade presente em cada um deles, é uma prática

enriquecedora. A Carta original tem um vocabulário muito mais for-

mal. O e-mail apresenta uma linguagem mais próxima, até afetiva. No

momento de trabalhar o vocabulário, é relevante destacar as palavras

desconhecidas, a fim de consultar o dicionário e verificar qual é o

melhor sentido delas para aquele contexto. Isso contribui muito para

a compreensão textual.

d) as formas de tratamento:

Existe uma relação hierárquica óbvia entre o Rei e Caminha,

porém, na obra O e-mail de Caminha, o escrivão escreve ao Rei de

maneira próxima, e esta proximidade vai, inclusive, aumentando, no

curso do tempo da viagem. Os estudantes podem perceber isso por

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meio da linguagem, das formas de tratamento que Caminha usa para

referir-se ao Rei. As formas de tratamento vão se tornando mais in-

formais:

• Ó, meu Rei – 27 de abril de 1500 - p. 48

• Senhor Rei – p. 51

• Vossa Alteza – p. 56

• Senhor – p. 57

• Meu Rei – 1º maio de 1500 - p. 58

Os Portugueses chegaram a Porto Seguro, no estado da Bahia.

A expressão “meu rei” é típica da Bahia (mas nem todo mundo fala)

que é uma forma de chamar alguém com afeto, carinho, respeito,

atenção, etc. Trata-se de vocativo gentil. No livro, Caminha passou a

usar a expressão local.

e) as orações e os períodos:

A construção sintática de cada carta difere. Na carta original,

temos um texto construído com períodos longos. Ao contrário do

e-mail, no qual os períodos são curtos. Esta diferença de constru-

ção também causa um efeito de sentido, ou seja, reforça o grau de

formalidade.

6.3. aborDagem De algUNs asPectos extraliNgUísticos Da obra O e-mail de Caminha

Professor, para tratarmos dos aspectos extralinguísticos, toma-

remos como base esta citação de Paulo Freire (1994): “a leitura do

mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica

a continuidade da leitura daquele”. Isso significa dizer que aspectos

linguísticos e extralinguísticos (e outros) convergem na e para cons-

trução e compreensão do texto, seja ele literário ou não. Os fatores

extralinguísticos incluem o que é dito, o modo como é dito e a in-

tenção com que é dito; o posicionamento de quem diz; os papéis

sociais e as identidades assumidas pelos interlocutores, as atitudes, os

comportamentos e crenças deles, a relação entre eles, entre outros.

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A obra O e-mail de Caminha aponta para muitos aspectos ex-

tralinguísticos interessantes e para um rico trabalho multidisciplinar.

Como sugestão geral, pode ficar a cargo do professor de História a

contextualização do descobrimento do Brasil e a construção de uma

concepção crítica sobre o “descobrimento/achamento/encontro do

Brasil”; o professor de Geografia pode explorar a rota traçada pela es-

quadra de Cabral com os estudantes, usando um mapa físico ou Goo-

gle Earth, um programa que possibilita uma visão do globo terrestre

em três dimensões; o professor de Matemática pode calcular o tempo

de viagem e a relação com a quantidade de alimentos necessários

na embarcação; o professor de Ensino Religioso pode focalizar as

crenças dos povos indígenas e portugueses, prezando pelo respeito à

diversidade de toda natureza; o professor de Ciências pode explorar

a fauna e a flora local; além do trabalho realizado pelo professor de

Português, que pode explorar a carta de Caminha, a obra O e-mail de

Caminha, as linguagens, os gêneros textuais, as tecnologias e outras

tantas possibilidades.

Entre tantas possibilidades, sugerimos, para as aulas de Portu-

guês, em parceria com os professores de Arte e Teatro:

a) encenação:

Os estudantes podem ser provocados com esta pergunta:

Como seria se, naquela época, Caminha tivesse acesso à internet

e tivesse escrito e-mails em vez de carta?

Depois de ouvi-los, proponha uma readaptação do texto, in-

cluindo o elemento tecnologia. Depois de readaptado, os estudantes

podem encenar para os demais colegas da escola esta releitura do

Descobrimento do Brasil. Para esta atividade, é importante uma par-

ceria com os professores de Arte e Teatro.

b) Redes sociais e selfie de Caminha:

Também sugerimos a criação de outras existências para o texto

da Carta de Caminha e para a obra O e-mail de Caminha, por exem-

plo, construindo um Facebook e um Instagram do Caminha, ou qual-

quer outro recurso atual que possa ser campo de experimentação

dos textos e de nova adaptação deles.

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Neste sentido, propor a criação de selfies de Caminha no con-

texto do descobrimento do Brasil para postagem nas redes sociais do

escrivão também seria fascinante. Estas imagens ilustram um pouco

desse processo:

Figuras 1 e 2: Selfie de Caminha

Fonte: Renata Amaral Rocha

7. Para esteNDer esta coNversa:

Professor, para estender esta boa conversa, deixamos algumas

indicações de textos, livros e recursos audiovisuais que podem en-

riquecer ainda mais o seu fazer docente, no trabalho com a leitura

literária e, especificamente, com a leitura literária da obra O e-mail

de Caminha.

Textos on-line sobre o Descobrimento do Brasil:

https://www.infoescola.com/historia/descobrimento-do-brasil/

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/0015.

html

https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/

view/123309/119655

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Vídeos e filmes:

https://www.smartkids.com.br/video/descobrimento-do-brasil

O Descobrimento do Brasil, de Humberto Mauro (1937)

Músicas:

https://www.letras.com.br/cantigas-brasileiras/descobrimento-

-do-brasil

http://www.letrasdemusicas.fm/legiao-urbana/o-descobrimen-

to-do-brasil

8. referêNcias

ADAM, Jean-Michel. A linguística textual: introdução à análise

textual dos discursos. São Paulo: Cortez, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu-

lar. Brasília: MEC, 2017.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que

se completam. 29. ed. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção Questões de

nossa época).

PAIVA, Aparecida; PAULINO, Graça; PASSOS, Marta. Literatura e

leitura literária na formação escolar: caderno do professor. Belo Ho-

rizonte: Ceale, 2006.

PEREIRA, Vera Wannmacher. Predição leitora e inferência. In:

CAMPOS, Jorge, VANIN, Aline (Orgs.). Inferências linguísticas na inter-

faces. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.

TAGLIE BER, L. K.; PEREIRA, C. M. Atividades pré-leitura. Gragoa-

tá, n. 92, p. 73-92, 1997.

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1. De Professor Para Professor: Caro Professor,

Esta seção tem por objetivo trazer contribuições práticas para

as aulas de língua portuguesa e literatura em que você, professor, for

abordar a obra literária O e-mail de Caminha com estudantes das sé-

ries finais do Ensino Fundamental.

Na sala de aula, é você, professor, que desempenha o importante

papel de mediador(a) da leitura realizada pelos estudantes. Pelas suas

mãos passa a escolha do livro literário que será lido e pelas suas mãos

a prática de leitura é conduzida. E paira a questão: mas, como fazer

essa escolha de modo mais acertado? Qual é a melhor forma de rea-

lizar essa mediação?

Professor, não há uma receita pronta, mas há sugestões de prá-

ticas que tiveram êxito e estudos que apontam caminhos possíveis.

Por exemplo, antes de escolher o livro literário para ser lido pelos e

pelas estudantes, converse com eles, procure conhecer um pouco

sobre seus comportamentos, crenças, preconceitos, preferências etc;

faça uma sondagem sobre os autores e os gêneros textuais e literários

preferidos pelos educandos. Com estas informações, Aguiar (2001,

p.152) recomenda que o(a) docente pense em “temas e estratégias de

trabalho que partam da realidade dos alunos”.

É importante também que o texto literário seja compreendido

como uma produção artística. Então, crie condições para que os es-

tudantes apreciem esta obra de arte e para que se sintam em intera-

ção com ela. Esta interação do estudante-leitor com a obra literária

vai oportunizar uma vivência que inclui, além de seu interesse inte-

lectual, seu lado emocional: sua imaginação, desejos, medos, admi-

rações. Quando estamos lidando com texto literário, com leitura lite-

rária, alcançar a dimensão estética é essencial.

Prof.a Renata Amaral Rocha

abORdagem da PRé-leitURa

e PóS-leitURa da ObRa COm OS

eStUdanteS2

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2. como DeseNvolver a Pré-leitUra Do livro O e-mail de Caminha com os estUDaNtes?

Professor, como sabemos, não há uma receita para se trabalhar

a leitura literária em sala de aula, com nossos alunos. Somos pessoas,

lidamos com pessoas, por isso, muitas são as variáveis que influen-

ciam no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, algumas

práticas e estratégias podem fazer a diferença na sua ação pedagógi-

ca com o livro literário.

2.1. Despertando a paixão dos alunos pela obra O

e-mail de Caminha

Professor, antes de dar início aos trabalhos com o livro O e-mail

de Caminha, leia-o. Vivencie na sua pele a experiência da leitura lite-

rária. Se apaixone pela obra. No curso de sua leitura, deixe a obra em

evidência, durante suas aulas. Em algum momento propício, comente

com a turma que você está lendo um livro muito interessante sobre

o descobrimento do nosso país e que a história é contada via tweets

e e-mails.

atiVidade 1:

Pergunte aos estudantes: vocês conseguem imaginar como isso

acontece? Resposta pessoal. Ouça o que os(as) estudantes têm a di-

zer.

lÍngUa PORtUgUeSa

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA.

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Conversação espontânea.

Habilidade: (EF89LP27): Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.

A chama da paixão pela obra pode acender, neste contexto, com

uma pitada de curiosidade.

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2.2. ProvocaNDo a cUriosiDaDe Dos alUNos Pelo livro O e-mail de Caminha

Despertada a paixão, provoque a curiosidade dos(as) estudantes

pela obra. Para tanto, sugerimos algumas atividades, que você pode

desenvolver interdisciplinarmente, em parceria com os professores

de História e Geografia.

atiVidade 1:

lÍngUa PORtUgUeSa

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA

Prática de linguagem: Leitura

Objeto do conhecimento: Curadoria de informação

Habilidade: (EF89LP24) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

geOgRaFia

UNIDADES TEMÁTICAS: Formas de representação e pensamento espacial.

Objeto de conhecimento: Leitura e elaboração de mapas temáticos, cro-quis e outras formas de representação para analisar informações geográ-ficas

Habilidade: (EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de seto-res, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.

a) Vamos explorar a rota traçada pela esquadra de Cabral? Ou-

çam a história desta aventura e “navegue” pelo mapa.

lÍngUa PORtUgUeSa

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA

Prática de linguagem: Leitura

Objeto do conhecimento: Curadoria de informação

Habilidade: (EF89LP24) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

geOgRaFia

UNIDADES TEMÁTICAS: Formas de representação e pensamento espacial.

Objeto de conhecimento: Leitura e elaboração de mapas temáticos, cro-quis e outras formas de representação para analisar informações geográ-ficas

Habilidade: (EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de seto-res, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.

texto 1: história para ler

Pedro Álvares Cabral inicia a viagem que resultaria na chegada ao Brasil

No dia 9 de março de 1500, Pedro Álvares Cabral deu início

à viagem que resultaria na chegada dos europeus ao Brasil. Ele

partiu de Lisboa com uma frota de 13 navios com o objetivo de

chegar à Índia, contornando a África.

Pedro Álvares Cabral inicia a viagem que resultaria na chegada ao Brasil

No dia 9 de março de 1500, Pedro Álvares Cabral deu início

à viagem que resultaria na chegada dos europeus ao Brasil. Ele

partiu de Lisboa com uma frota de 13 navios com o objetivo de

chegar à Índia, contornando a África.

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No dia 9 de abril, a frota havia passado a linha do Equador e

navegou rumo a oeste, afastando-se o máximo possível do con-

tinente africano, utilizando uma técnica de navegação conhecida

como a volta do mar.

Os marujos avistaram algas marinhas no dia 21 de abril, o que

os levou a acreditar que estavam próximos da costa.

No dia seguinte, 22 de abril de 1500, a frota ancorou perto

do que Cabral batizou de Monte Pascoal, já que era semana da

Páscoa. Na verdade, Cabral havia chegado a uma novo imenso

continente para os europeus.

Mais detalhes para a história podem ser encontrados aqui:

www.projetomemoria.art.br/PedroAlvaresCabral/docs/infantil5a.

doc, acesso em 18/07/18.

texto 2: mapa da rota de Cabral

https://www.historiafacil.com.br/artigos/historia-do-brasil/ter-

ra-a-vista-a-historia-do-descobrimento-do-brasil/

b) Depois de conhecer a rota de Cabral, podemos perceber que,

talvez, não tenha sido o melhor caminho para se chegar ao Brasil,

caso esse fosse o objetivo inicial. Vamos pensar que sim!

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E, nesse caso, o Rei Dom Manuel convidou a sua turma para re-

fazer a rota das caravelas Nina, Pinta e Santa Maria, que traziam Álva-

res Cabral e toda sua tripulação, incluindo Caminha, até o Brasil, de

modo que a viagem se tornasse mais curta.

Vamos pesquisar mais informações sobre essa viagem para ela-

borar um mapa dessa nova rota. Se for possível, usem o computa-

dor para fazer o mapa, use aplicativos como o PowerPoint, o Prezi, o

ThinkLink, entre outros.

atiVidade 2:

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA.

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Conversação espontânea.

Habilidade: (EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresenta-ção oral, seminário etc.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA.

Prática de linguagem: Leitura

Objeto de conhecimento: Reconstrução do contexto de produção, circu-lação e recepção de textos legais e normativos

Habilidade: (EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e normati-vos de importância universal, nacional ou local que envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e jovens – tais como a Declaração dos Direitos Humanos, a Constituição Brasileira, o ECA –, e a regulamentação da organização escolar – por exemplo, regimento escolar –, a seus con-textos de produção, reconhecendo e analisando possíveis motivações, fi-nalidades e sua vinculação com experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma de ampliar a compreensão dos direitos e deveres, de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho).

Vocês já ouviram falar na Carta de Pero Vaz de Caminha? É uma

carta escrita por uma escrivão da armada de Cabral e enviada ao Rei

de Portugal, contando sobre o Descobrimento do Brasil. Ela é consi-

derada a “certidão de nascimento do Brasil”, embora apresente ape-

nas um ponto de vista sobre o fato.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA.

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Conversação espontânea.

Habilidade: (EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresenta-ção oral, seminário etc.

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a) Esta é a imagem da Carta de Caminha. Observem-na! O que

vocês pensam sobre este documento ao observá-lo?

Carta de Caminha

http://historiasdagentebrasilei-

ra.com.br/site/carta-de-pero-

-vaz-caminha/

b) Agora, vamos ouvir um trecho de uma bela leitura desta Carta.

Ouçam com atenção. Podem fechar os olhos, se quiserem.

Este link traz uma leitura muito interessante da carta: https://www.

youtube.com/watch?v=F60szJm7yPE&t=31s, acesso em 18/07/18.

c) Reflexão:

A Carta de Caminha foi escrita como uma espécie de relato do

que acontecia com a armada de Pedro Álvares Cabral, nos meses que

antecederam a descoberta do país que viria a ser nosso Brasil. Depois

que os portugueses aqui chegaram, Caminha continuou escrevendo

seu extenso relato, de maneira que ele se assemelha também a um

diário de bordo. O autor fala do dia a dia, das pessoas e coisas que

conheceu, que estranhou, que admirou. Narra situações, descreve

paisagens e índios. A Carta foi enviada ao rei Dom Manuel I, em um

material parecido com papel, via embarcações. Chegou a Portugal,

deve ter sido lida e foi arquivada. Muitos anos depois (séculos!), ela

foi encontrada e então considerada a carta do descobrimento. Não é

uma aventura e tanto? Quantas outras cartas devem existir?

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A Carta original ainda existe e está guardada em Portugal, como

objeto histórico. O texto, de 14 páginas, não pode ser mais lido por

nós porque está escrito em uma letra difícil de decifrar e em um por-

tuguês bem antigo. É preciso ajuda especializada para compreender a

escrita de Caminha hoje em dia.

2.3. ativaNDo os coNhecimeNtos Prévios Dos estUDaNtes sobre a temática Do livro O e-mail de Caminha

Professor, para ativar os conhecimentos prévios dos(as) estudan-

tes, nada melhor do que começar com perguntas e uma escuta aten-

ta às respostas dadas. Continue desenvolvendo um trabalho interdis-

ciplinar, em parceria com os(as) professores de história e geografia.

atiVidade 1:

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA.

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Conversação espontânea.

Habilidade: (EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresenta-ção oral, seminário etc.

Estamos falando muito sobre o Descobrimento do Brasil, sobre

Pero Vaz de Caminha, sobre a rota de Cabral até chegar ao Brasil e

etc. Muitas informações! Vamos começar a organizar essas informa-

ções, respondendo, oralmente, a estas questões:

a) O que vocês sabem sobre o Descobrimento do Brasil?

b) Como foi a chegada dos descobridores ao Brasil?

c) Quem morava aqui?

d) Quem foi Pero Vaz de Caminha?

e) O Brasil foi “descoberto” ou “encontrado”? Há diferença

entre estas práticas?

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Professor, ouça todas as respostas com atenção e faça as ponde-

rações necessárias para compreensão adequada da turma sobre o

fato histórico. Nestes links, você terá fundamentação para todas as

respostas a essas perguntas https://www.infoescola.com/historia/

descobrimento-do-brasil/, https://educacao.uol.com.br/disciplinas/

historia-brasil/descobrimento-do-brasil-cabral-nao-foi-o-primeiro-

-a-chegar-ao-pais.htm, https://brasilescola.uol.com.br/historiab/

descobrimento-brasil.htm

atiVidade 2:

Para contextualizar ainda mais este fato histórico tão importante, o

Descobrimento do Brasil, vamos assistir a este vídeo: https://www.

youtube.com/watch?v=6Y9coj_0R9Q (acesso em 18/07/18).

a) Debate e construção de uma visão crítica:

Na opinião de vocês, o que seria mais adequado: “descobrimen-

to” ou “encontro/achamento” do Brasil?

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Escuta, Apreender o sentido geral dos textos, Apreciação e réplica.

Habilidade: (EF89LP22) Compreender e comparar as diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou apresentação de propostas, avaliando a validade e força dos argumentos e as consequências do que está sendo proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de diferentes naturezas relativas a interesses coletivos envolvendo a escola ou comunidade escolar.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA.

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Conversação espontânea.

Habilidade: (EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresenta-ção oral, seminário etc.

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b) Agora, é hora de sistematizar tudo que vimos, ouvimos e dis-

cutimos. Vamos redigir uma síntese, acompanhada de reflexões pes-

soais?

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA.

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Procedimentos de apoio à compreensão

Habilidade: (EF89LP28) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresen-tações multimídias, vídeos de divulgação científica, documentários e afins, identificando, em função dos objetivos, informações principais para apoio ao estudo e realizando, quando necessário, uma síntese final que destaque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questionamentos, considerações etc.

atiVidade 3:

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Produção de textos

Objeto de conhecimento: Construção da textualidade

Habilidade: (EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crô-nicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, den-tre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêne-ros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

atividade de produção de texto

Oriente a turma a imaginar a seguinte situação: um homem es-

creve uma carta a outro homem, a mão, e a envia por navio até onde

ela precisa chegar. Essa carta chega, é lida ou não é lida, mas prova-

velmente sim. Depois ela é arquivada, sobrevive a séculos, e um padre

a encontra novamente, em outra época e outro lugar.

Pergunte aos estudantes: não é uma história impressionante?

Ouça a opinião dos estudantes e continue a contar.

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Então, não apenas o mundo, os países, as pessoas e os povos

têm histórias para contar. Os objetos também têm. A Carta de Cami-

nha é um objeto interessante, que desperta nossa curiosidade. Não é

pouca coisa existir cinco séculos depois de escrita! E quando a lemos,

é muito interessante pensar em como nosso país, o Brasil, era quando

os portugueses chegaram. E também como os próprios estrangeiros

eram, suas roupas, seus hábitos, seu espanto em relação aos indí-

genas com que interagiram primeiro. Imaginem: de imediato, houve

tentativas de comunicação, troca de objetos, animais, visitas e uma

missa católica.

Pergunte aos estudantes: como terá sido isso? Vocês conse-

guem imaginar?

Ouça a opinião dos estudantes e continue a contar.

Está tudo na Carta, que não é um documento de ficção, mas

sim uma espécie de diário, que narra o dia a dia dos portugueses ao

conhecerem uma terra nova.

Infelizmente, temos apenas o documento que narra do ponto de

vista do português. E não qualquer um, mas um fidalgo da armada.

Pergunte aos estudantes: Como será que os índios sentiram,

pensaram, observaram tudo aquilo que acontecia?

Ouça a opinião dos estudantes e continue a contar.

Imaginem: Um navio ou vários entrando pela costa! Uns homens

barbudos falando uma língua desconhecida, trazendo comidas e bi-

chos estranhos, olhando comprido para as mulheres.

Pergunte aos estudantes: O que teriam escrito, se os índios tives-

sem nos deixado suas cartas?

Ouça a opinião dos estudantes.

Em seguida, proponha:

Pensem em mudanças de pontos de vista sobre o descobrimento

do Brasil e escrevam outras cartas sobre este fato histórico, tal como

fez Caminha. Para pensar nesta mudança de pontos de vista, levem

em consideração outros personagens, que vivenciaram este momen-

to, o próprio Pedro Álvares Cabral, capitão da armada, que não tem

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voz na Carta, ou algum outro tripulante, os índios, que aqui já estavam

e etc. Podemos pensar até em pontos de vista mais inventivos, como

os de animais ou objetos.

Essas cartas serão postadas nas redes sociais de Caminha, em breve!

2.4. Promover a iNteraçÃo Do estUDaNte com o livro O e-mail de Caminha

Professor, depois de despertar a paixão, a curiosidade e ativar os

conhecimentos prévios dos estudantes, é hora de promover a intera-

ção deles com a obra. Sugerimos que você projete a imagem de Pero

Vaz de Caminha e de Ana Elisa Ribeiro para que a turma observe.

atiVidade 1:

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA.

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Conversação espontânea.

Habilidade: (EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresenta-ção oral, seminário etc.

Vocês conhecem estas per-

sonalidades? Vocês sabiam que

elas têm algo em comum?

Ouça os estudantes e de-

pois apresente a biografia de Ca-

minha e de Ana Elisa (manual 1),

tendo como base a resposta dos

estudantes para maior ou menor

aprofundamento biográfico.

Pero Vaz de Caminha

https://www.todamateria.com.br/

pero-vaz-de-caminha/

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Ana Elisa Ribeiro

Fonte: arquivo pessoal

Depois de apresentar a biografia, diga o que têm em comum:

retome com a turma aquela história do livro que você estava lendo

sobre o descobrimento do Brasil contado via tweets e e-mails, e diga

que é este livro, O e-mail de Caminha, e que eles terão a oportuni-

dade de ler.

atiVidade 2:

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura

Objeto de conhecimento: Reconstrução das condições de produção, cir-culação e recepção, apreciação e réplica

Habilidade: (EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (ci-nema, teatro, exposições, espetáculos, CDs, DVDs etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no mo-mento de fazer escolhas, quando for o caso.

Com o livro em mãos, peça aos estudantes que observem a

capa, que folheiem as páginas da obra, que leiam os elementos pa-

ratextuais, como quarta capa e orelha, que localizem o nome da au-

tora, do ilustrador, da editora, e conduza-os na compreensão dessas

informações.

E, então, #partiuLeituradeOe-maildeCaminha

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3. como DeseNvolver a Pós-leitUra Do livro O e-mail de Caminha?

Professor, as atividades de pós-leitura concluem o ciclo de traba-

lho de leitura literária com obra, naquele período, na sala de aula. Elas

têm extrema relevância no processo de formação do leitor-fruidor,

perspicaz, proficiente, que vai adquirindo cada vez mais maturidade.

Este trabalho de pós-leitura tem o objetivo de focalizar o tema

central do texto e seus assuntos principais, aliada ao desenvolvimento

da competência específica de número 10, de Língua Portuguesa, da

área de Linguagens, da Base Curricular Nacional Comum (2017), que

diz:

Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes

linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir

as formas de produzir sentidos (nos processos de

compreensão e produção), aprender e refletir sobre o

mundo e realizar diferentes projetos autorais. (BRASIL,

2018, p. 85)

Portanto, as atividades de pós-leitura têm dois focos principais:

criar condições para que os estudantes ampliem seus conhecimentos

e para que façam usufruto do texto lido.

3.1. aborDagem Dos asPectos literários

Professor, depois que os estudantes tiverem lido a obra, fo-

calize alguns aspectos literários e converse com a turma sobre

eles.

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atiVidade 1:

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura

Objeto de conhecimento: Estratégias de leitura

Habilidade: (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – sele-cionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – ro-mances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, nar-rativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressan-do avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura

Objeto de conhecimento: Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos.

Habilidade: (EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferen-tes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos per-sonagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gê-neros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expres-siva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

Com base na leitura da obra O e-mail de Caminha, responda a

esta questões para conversarmos sobre elas, em seguida.

a) Quem são as personagens do livro O e-mail de Caminha?

O Rei, Caminha, padre e índios.

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b) Na sua percepção, como é o Rei? Quais são as suas principais

características?

Segundo a História, D. Manuel I era um rei absoluto e que queria

expandir seu reinado visando ao progresso econômico de Portugal.

Era muito curioso e ansioso (p. 17, 38, 39). Ele demonstrava interesse

em saber com muitos detalhes o que o seu escrivão (Pero Vaz) estava

vivenciando e descobrindo no novo mundo (p. 30, 47). O Rei pare-

ce ser compreensivo (p. 14 – ele perde uma nau e não fica bravo) e

bem-humorado, mas ao mesmo tempo curioso e ansioso (p. 27). Ele

queria ter as informações corretas e detalhadas do que estava acon-

tecendo (p. 10), dos índios (p.23, 37, 38, 39) e de seus objetos (p.23).

c) E o Caminha? Que características você pode perceber nessa

personagem?

Caminha era o escrivão da armada de Cabral, não se conside-

rava bom escritor, mas era bastante detalhista ao descrever as suas

impressões ao Rei (em muitas partes do livro, por exemplo, p. 79).

Escrevia ao Rei de maneira informal e íntima. Demonstrava surpresa e

curiosidade ao relatar aquilo que achava estranho e diferente da sua

cultura.

d) As personagens são representadas por emoticons, fazendo

toda uma conexão com a era digital. Observe os emoticons que re-

presentam as personagens. Quem eles representam? Qual elemento

no emoticon define quem é a personagem? Por quê?

/|\

:-\

|:-)

YYY

e) Folheie o livro, observando as datas das mensagens de Cami-

nha. Quando a viagem começou? Quando terminou? Quanto tempo

durou?

A viagem começou em 09/03/1500 e terminou em 1º/05/1500,

tendo durado 53 dias.

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f) Ao iniciar a viagem, Caminha usa estas hashtags (#): #par-

tiuíndias, #tchauBelém, #viagemsemwifi. Você compreendeu essas

hashtags? O que elas significam no texto?

As hashtags indicam o início da viagem, que tinha como destino

as Índias, e que seria um trajeto sem comunicação, porque na embar-

cação não haviam redes de internet sem fio.

g) Observe as imagens das páginas 40-41 e 80-81. Explique o

que elas representam, no contexto do livro O e-mail de Caminha e da

Carta de Caminha.

+8

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As imagens representam a primeira missa celebrada no Brasil, em

26 de abril de 1500. A imagem do livro O e-mail de Caminha é uma

proposta moderna, desenhada com base em emoticons; a outra é

uma imagem da pintura de Victor Meirelles (1861), representando a

mesma missa.

h) O que esta celebração significa, no contexto do descobrimen-

to do Brasil?

Representa a catequização dos índios. Discuta com a turma a

questão do respeito à diversidade, de qualquer natureza, no caso, de

crenças; o que não houve na época do Descobrimento do Brasil.

e) No livro O e-mail de Caminha, quais fatos são reais e quais são

ficcionais?

No livro O e-mail de Caminha, há fatos narrados que podem

ser considerados reais e fatos que podem ser considerados fictícios.

Desafie seus alunos e alunas a encontrarem alguns destes fatos. Por

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exemplo, todos os fatos narrados pelo Rei são ficcionais, foram cria-

dos pela autora da obra; por outro lado, todos os fatos relatados por

Caminha seguem fiéis à carta original.

Professor, há muito o que explorar, nesta obra tão rica, mas este

espaço tem limitações. Vamos passar, agora, para a abordagem de

alguns aspectos linguísticos mais específicos.

3.2. aborDagem Dos asPectos liNgUísticos

Professor, neste momento, focalizaremos alguns elementos lin-

guísticos que são interessantes na obra O e-mail de Caminha.

atiVidade 1:

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Estratégias de leitura.

Habilidade: (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – sele-cionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – ro-mances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, nar-rativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, entre outros, expressan-do avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Relação entre textos.

Habilidade: (EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contex-tos de produção e referências, identificando coincidências, complemen-taridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteú-dos e informações em questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Reconstrução das condições de produção, cir-culação e recepção, apreciação e réplica.

Habilidade: (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e hu-manos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecen-do nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identi-dades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Relação entre textos.

Habilidade: (EF08LP02) Justificar diferenças ou semelhanças no tratamen-to dado a uma mesma informação veiculada em textos diferentes, consul-tando sites e serviços de checadores de fatos.

a) Na obra O e-mail de Caminha, o escrivão e o Rei comunicam-

-se, inicialmente, utilizando o Twitter. No entanto, a comunicação via

Twitter durou poucos dias, porque o Rei sugeriu que passassem a usar

o e-mail para se comunicarem. Por que passaram a usar o e-mail?

Estes são alguns motivos apresentados no textos: “Para que a

notícia do achamento do novo mundo e as novas descobertas não se

espalhassem pela Internet por meio dos compartilhamentos de men-

sagens; para evitar que os holandeses e ingleses se interessassem pe-

las terras e no que elas poderiam ter de valor econômico” (p.9).

O Twitter é uma página na internet. Só que nela as pessoas tro-

cam mensagens de maneira aberta, para que todos leiam, comen-

tem. Nele as mensagens podem ter apenas 140 caracteres. Se a in-

formação for maior que esse espaço, o internauta precisa exercitar a

sua capacidade de síntese, ou dividir o conteúdo em várias pequenas

mensagens – o que Pero Vaz não tinha de aptidão.

Enviar e receber emails é a forma mais eficiente de comunica-

ção, neste caso. O e-mail é rápido; o contato ideal a distância com

pessoas de difícil acesso ao telefone; pode-se compor e/ou revisar

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antes do envio; é possível enviar a um ou mais grupo de pessoas; é

possível enviar vídeos, fotos, imagens, documentos e textos longos.

b) O e-mail de Caminha propicia, em primeiro lugar, uma aproxi-

mação divertida à Carta de Caminha. A partir daí, é interessante com-

parar os textos (o antigo e o novo), a fim de promover uma discussão

que passa pela História, mas também pelo idioma, pela mudança lin-

guística, pelas linguagens e tecnologias de cada época e pela história

da produção e circulação dos textos, em épocas diferentes. Vamos lá?

Texto 1: trecho original

“Senhor,

posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim

os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do

achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta

navegação achou, não deixarei de também dar disso

a minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor

puder, ainda que - para o bem contar e falar – o saiba

pior que todos fazer!

Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa

vontade, a qual bem certo creia que, para aformosentar

nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que

vi e me pareceu.

Da marinhagem e das singraduras do caminho não

darei aqui conta a Vossa Alteza – porque o não saberei

fazer – e os pilotos devem ter este cuidado. (...)”

Texto 2: trecho do livro

“Senhor,

Desculpe aí qualquer coisa porque não sou quem

escreve melhor nesta frota, mas vão aí as notícias.

Achamos terra! Tentarei contar exatamente o que

aconteceu, nem mais nem menos. Não vou falar da

viagem, do atravessamento do caminho, porque os

pilotos podem fazer isso melhor. Não rolou dizer antes

porque estávamos sem wi-fi, mas vou começar pela

partida de Belém. (...)”

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Depois de ler os dois trechos dos textos, analise pontos em que

há semelhanças e diferenças entre eles:

• Quanto aos interlocutores:

• Quanto ao contexto de produção:

• Objetivo comunicativo:

• Tema/Assunto:

• Quanto ao vocabulário:

• Quanto à construção sintática:

• Como a formalidade:

Há em comum os interlocutores (Caminha e o Rei) e o motivo da

comunicação, por exemplo. Há diferença no vocabulário; nas formas

de tratamento usadas por Caminha ao se referir ao Rei; na construção

das orações, que são mais longas na carta original; há diferença no

espaço onde os interlocutores se encontram e no papel social que

cada um assume.

3.3. aborDagem Dos asPectos extraliNgUísticos

Professor, para finalizar, sugerimos abordar o tema central

do livro e da carta (o Descobrimento do Brasil) e propor adap-

tações para uma encenação para toda a escola. Também con-

sideramos muito relevante a criação de outras existências para

o texto, sobretudo, ligadas às tecnologias. Por isso, propomos a

construção do Facebook e do Instagram do Caminha e sugeri-

mos que os estudantes criem selfies de Caminha, no contexto do

descobrimento, para postar das redes sociais do escrivão.

atiVidade 1:

a) Encenação

Como seria se, naquela época, Caminha tivesse acesso à internet

e tivesse redes sociais? Deixem a imaginação voar! Façam uma adap-

tação no texto da Carta e/ou do livro, acrescentando esses elemen-

tos. Organizem turma e preparem uma encenação para toda a escola

curtir esta releitura do Descobrimento.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Adesão às práticas de leitura.

Habilidade: (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhe-cimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo pro-fessor.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Oralidade.

Objeto de conhecimento: Produção de textos orais.

Habilidade: (EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, conside-rando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e para-linguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslo-camentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Reconstrução das condições de produção, cir-culação e recepção, apreciação e réplica.

Habilidade: (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de lei-tura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dra-máticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festi-vais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apre-ciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes so-ciais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comen-tadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Reconstrução das condições de produção, cir-culação e recepção, apreciação e réplica.

Habilidade: (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e hu-manos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecen-do nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identi-dades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

atiVidade 2:

a) Releituras

A criação de outras existências para a obra O e-mail de Caminha

em redes sociais atuais é um de trabalho muito envolvente. Vamos

construir o Facebook do Caminha, o Instagram do Caminha? Vamos

criar selfies de Caminha no contexto do Descobrimento do Brasil para

postar nas redes sociais do escrivão?

Vocês podem postar, também, as cartas com os diferentes pon-

tos de vista sobre o Descobrimento do Brasil (aquelas que vocês es-

creveram no início deste trabalho), e abrir um espaço amplo de dis-

cussão!

#daLiteraturaparaoMundo!

LÍN GUA PORTUGUESA

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Prática de linguagem: leitura.

Objeto de conhecimento: Reconstrução das condições de produção, cir-culação e recepção, apreciação e réplica.

Habilidade: (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de lei-tura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dra-máticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festi-vais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apre-ciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes so-ciais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs

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e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comen-tadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Prática de linguagem: Leitura.

Objeto de conhecimento: Relação entre textos.

Habilidade (EF89LP02) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, co-mentar, curar etc.) e textos pertencentes a diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etc.) envolvidos no trato com a informação e opinião, de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.

4. referêNcias

ADAM, Jean-Michel. A linguística textual: introdução à análise

textual dos discursos. São Paulo: Cortez, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu-

lar. Brasília: MEC, 2017.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que

se completam. 29. ed. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção Questões de

nossa época).

PAIVA, Aparecida; PAULINO, Graça; PASSOS, Marta. Literatura e

leitura literária na formação escolar: caderno do professor. Belo Ho-

rizonte: Ceale, 2006.

PEREIRA, Vera Wannmacher. Predição leitora e inferência. In:

CAMPOS, Jorge, VANIN, Aline (Orgs.). Inferências linguísticas na inter-

faces. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.

TAGLIE BER, L. K.; PEREIRA, C. M. Atividades pré-leitura. Gragoa-

tá, n. 92, p. 73-92, 1997.

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1. De Professor Para Professor:

Caro Professor,

Esta seção tem por objetivo trazer contribuições para que você,

professor, possa desenvolver uma abordagem interdisciplinar da obra

literária O e-mail de Caminha com seus alunos e alunas das séries

finais do Ensino Fundamental, em sala de aula (e além!).

Vamos pensar um pouco sobre leitura literária e sobre a relação

dela com outras disciplinas e/ou áreas de conhecimento. Ler litera-

tura é ler o mundo através de uma lente que amplifica o olhar, uma

vez que trata de registros de experiência humana que proporciona o

acesso a outras vivências. Essa compreensão nos permite adotar a

arte literária como um rico e poderoso objeto no contexto da inter-

disciplinaridade, a qual possibilita estabelecer diálogos com diversos

campos de saber e compreender as conexões e complexidades das

relações inteligíveis.

Nesta perspectiva, ao planejar o trabalho pedagógico de uma

obra literária, devemos construir, de modo intencional e significativo,

articulações entre as orientações, competências e habilidades das di-

ferentes unidades temáticas, objetos do conhecimento nas diversas

áreas, conforme a BNCC (2017).

Abrir-se para a abordagem de um trabalho interdisciplinar, pro-

fessor, é o mesmo que apostar em um planejamento dinâmico, inte-

grador e coletivo. Sabemos das dificuldades, no contexto da escola,

de se organizar para essa coletividade, tanto para integrar as diferen-

tes competências e habilidades como para efetivar o trabalho dentro

de uma metodologia sistêmica, em que os objetos se articulam e se

complementam, construindo sentido. No entanto, como enfatiza a

BNCC(2017), é preciso “decidir sobre formas de organização inter-

disciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência

abORdagem inteRdiSCiPlinaR

da ObRa liteRáRia em Sala de aUla3

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pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais dinâ-

micas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da

aprendizagem” (BRASIL, 2017, p. 16).

Prof.a Renata Amaral Rocha

2. iNterDisciPliNariDaDe Na sala De aUla

Professor, as discussões sobre o trabalho coletivo, entre os gru-

pos de professores, com base na temática e nos elementos de uma

obra literária, atende à proposta metodológica evidenciada nos úl-

timos documentos que norteiam a educação no Brasil, como a Lei

de Diretrizes e Base (LDB), os Parâmetros Curriculares da Educação

Nacional e a Base Nacional Curricular Comum.

O conceito de interdisciplinaridade surgiu na década de 1960,

para acatar as demandas que não encontravam resposta por uma úni-

ca disciplina ou saber. Trata-se, portanto, de um trabalho em conjun-

to, que parte de uma questão, objeto de conhecimento ou, conforme

a intenção deste Manual, da leitura do livro literário, que faça advir

discussões, questionamentos e reflexões em cada campo de saber.

A interdisciplinaridade não se constitui como uma soma frag-

mentada de diferentes atividades nas diferentes áreas de conheci-

mento. É resultado da integração dos saberes em um trabalho co-

letivo, que se desenvolve com base em um tema, estabelecendo

conexões nas intervenções propostas.

Em momentos coletivos de planejamento pedagógico, os pro-

fessores de cada componente curricular constroem as orientações

e formulações das atividades interdisciplinares, de forma a criar uma

rede articulada entre as diversas áreas do conhecimento prevista

para o processo de ensino-aprendizagem na educação escolar. Essa

abordagem interdisciplinar está em consonância com a BNCC(2017),

quando “propõe a superação da fragmentação radicalmente disci-

plinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a

importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o pro-

tagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de

seu projeto de vida”.

Neste sentido, você, professor, deve deixar a transversalidade fluir

nas inquietações, reflexões e entendimentos suscitados com base na

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leitura. É de suma importante que cada um contribua positivamente

para a prática pedagógica, provocando momentos de discussões e

constante diálogo com outros campos do saber escolar, com vistas

ao desenvolvimento de competências, habilidades e ações transfor-

madoras no percurso de vida dos(as) educandos(as).

Neste Manual, pretendemos, com base em um mergulho na

obra O e-mail de Caminha, da grande autora mineira Ana Elisa Ribei-

ro, identificar elementos com potencial para inspirar o planejamento

de atividades didáticas interdisciplinares, articular a temática do livro,

tanto com o que os educandos trazem de suas vivências como com

elementos pesquisados, dentro de uma proposta reflexiva e integra-

dora. Para tanto, esboçamos a seguir propostas pedagógicas indica-

tivas de possibilidades para organizar um projeto de atividades inter-

disciplinares com base nesse livro.

2.1. Um olhar iNterDisciPliNar sobre a obra O e-mail de Caminha

Professor, mais do que a representação literária de um contexto

histórico-geográfico específico, vemos, nesta obra literária, a con-

fluência de várias questões que tangenciam unidades temáticas dos

anos finais do Ensino Fundamental, conforme a BNCC (BRASIL, 2017),

com as demandas do mundo contemporâneo, que remetem a fatos

do Descobrimento do Brasil e do dias atuais. Assim, é possível trans-

correr, com base na leitura do livro, por várias grades temáticas e de-

senvolver as habilidades propostas na BNCC para os 8º e 9º anos do

Ensino Fundamental, em todas as áreas do conhecimento, incluindo

a cultura digital no contexto escolar.

2.1.1. Preparação para um trabalho interdisciplinar

Professor, como norte de um trabalho interdisciplinar com a obra

literária O e-mail de Caminha, sugerimos a elaboração de um e-zine.

Você sabe o que é um e-zine?

E-zine nada mais é do que a abreviação de “revista eletrônica”,

que equivale a uma revista impressa. Podemos entender, então, um

e-zine como uma revista eletrônica de menor porte, que é um suporte

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bastante prático e útil para se compartilhar notícias em torno de um tema

específico, como é o nosso caso, em que temos como tema o Brasil.

Para criar um e-zine, são essenciais: i. conteúdo, ii. formato e iii.

distribuição. O conteúdo é a informação que será compartilhada com

o público; o formato refere-se à aparência do e-zine e às ferramentas

usadas para criá-lo; e a distribuição está ligada ao método utilizado

para fazer o e-zine chegar ao seu público-alvo.

O objetivo deste trabalho é a criação de um e-zine que dialogue

com a Carta de Caminha e com O e-mail de Caminha, a fim de apre-

sentar o Brasil como ele está hoje, mais de 5 (cinco) séculos após o

Descobrimento, para um público que os(as) estudantes vão definir.

Esta prática permite, por meio da construção do suporte e dos textos,

que os alunos desenvolvam suas capacidades de leitura intersemió-

tica (ler e relacionar imagem e texto); outras capacidades de leitura

(sobretudo, as relativas à percepção de relações de intertextualidade

e interdiscursividade, à percepção de efeitos de sentidos decorrentes

de escolhas feitas pelo autor em diferentes níveis, à reflexão sobre as

condições de produção que envolvem qualquer texto e às capacida-

des de apreciação e réplica); competências relativas à produção tex-

tual, referentes à produção de notícias e textos de opinião e outros;

e suas capacidades criativas, por meio do uso combinado de texto e

imagens etc.

Nesta perspectiva, só podemos conceber a construção de um e-

-zine como um projeto coletivo, que traz representações de um gru-

po social. Desta forma, é imprescindível a participação de toda a tur-

ma na produção deste projeto e a articulação de várias áreas do saber.

Para tanto, é necessário planejamento das atividades, com a par-

ticipação dos professores envolvidos, com momentos para levantar

os pontos de conexão entre os saberes para o desenvolvimento do

projeto. Várias atividades podem contribuir para que esses pontos

de interlocução sejam identificados e articulados. Listamos algumas

possibilidades de atividades que o grupo de professores pode realizar

para organizar e afinar todo o trabalho.

• Roda de conversa sobre o livro O e-mail de Caminha, para

comentar a temática do livro, conteúdos e questões que

perpassam os objetos de conhecimentos das áreas de Lin-

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guagem, Matemática, Ciências Naturais, Ciências Humanas

e Ensino Religioso.

• Listagem das hashtasgs e dos símbolos da obra e exploração

dos significados deles no texto.

• Roda de conversa sobre a Carta de Caminha, para comentar

a temática da carta, ponto de vista, conteúdos e questões

que perpassam os objetos de conhecimentos das áreas de

Linguagem, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Hu-

manas e Ensino Religioso.

• Análise comparativa entre a Carta de Caminha e o O e-mail

de Caminha.

• Levantamento de gêneros textuais, palavras, gírias, símbolos

e outros que se tornaram ultrapassados, bem como dos que

surgiram, no âmbito da temática da obra.

• Identificação dos tipos de redes sociais da atualidade, suas

características e possibilidades de uso para distribuição do

e-zine que será criado com o desenvolvimento deste pro-

jeto.

• Reflexão sobre a fake news e as redes sociais na atualidade

X Carta de Caminha e as versões sobre o descobrimento do

Brasil.

• Reconhecimento dos emotions, elementos gráficos que adi-

cionados ao corpo do texto transmitem emoção, os quais

aparecem no livro.

• Pesquisa de diferentes fontes de informações como indica-

ção de site, revistas, blogs que focam a temática e a litera-

tura.

• Produção, avaliação e utilização de tecnologias digitais de

informação e comunicação de modo crítico, ético e respon-

sável, compreendendo seus significados para os diferentes

grupos ou estratos sociais.

• Analise de mapas que registram as mudanças sociais e geo-

gráficas do Brasil desde 1500.

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• Exploração de imagens, como o quadro da primeira missa

de 1861.

• Pesquisa de informações sobre as impressões dos portugue-

ses em relação aos indígenas na época do Descobrimento e

as condições da população indígena nos dias atuais.

• Discussão sobre as diferentes versões que circulam nos

meios de comunicação sobre o Descobrimento do Brasil,

com destaque à que é sustentada por Caminha.

• Discussão sobre as Grandes Navegações, objetivo e mo-

mento histórico, e o movimento imigratório e o de refugia-

dos no Brasil na atualidade.

• Exploração do contexto das relações de colonizados e co-

lonizadores.

• Exploração das condições atuais dos indígenas, políticas pú-

blicas e organizações não governamentais que atuam nas

comunidades indígenas.

• Pesquisa e investigação de artigos e leis especiais e artigos

da Constituição de 1988 relacionados aos indígenas;

• Pesquisa sobre a FUNAI – Programas e projetos;

• Interpretação de gráficos e tabelas que indicam temas rela-

cionados ao grupos indígenas, desmatamento, desenvolvi-

mento populacional do Brasil, relações Brasil Portugal.

• Pesquisa sobre aspectos diplomáticos entre o Brasil e Por-

tugal.

• Pesquisa sobre a diferença entre língua e sotaque e dialeto

etc.

Professor, são muitas as possibilidades e necessidades de in-

formação para o desenvolvimento do trabalho interdisciplinar, pois

saímos da nossa “zona de conforto”. O grupo de professores deve

escolher as atividades que forem mais relevantes, de acordo com a

necessidade do próprio grupo.

É interessante, também, que cada professor discuta a linguagem

e o formato do e-zine, para que todos possam acompanhar o traba-

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lho dos alunos, no decorrer do processo. Ao professor de Língua Por-

tuguesa caberá trabalhar com os(as) alunos(as) os diversos aspectos

do texto, como sua composição, os termos que definem a disposição

dos textos na página (título, legenda, assinatura do repórter, créditos de

imagem, lide do texto etc.), os gêneros textuais, a linguagem e etc. É

muito trabalho, mas é muito produtivo!

2.1.2. Divisão de tarefas

Professor, para a construção de um e-zine, são muitas as tarefas.

Há atividades para todos os tipos e gostos!

Para criar o e-zine com sua turma, estes passos são fundamen-

tais.

1. Planejamento do conteúdo

A turma já deve ter um entendimento crítico sobre o “Descobri-

mento do Brasil”, sobre a Carta de Caminha, sobre a obra O e-mail de

Caminha e sobre o contexto do Brasil atual, bem como saber rela-

cioná-los. Também deve ter em mente que o objetivo deste e-zine é

dialogar com a Carta e O eE-mail de Caminha, mostrando como está

o Brasil hoje, para um público que os estudantes vão definir.

A pergunta aqui é: O que vai ser escrito para alcançar esse ob-

jetivo? Seguindo na linha desta proposta de trabalho, o texto é infor-

mativo. Então, temos uma outra pergunta: Por que alguém quereria

ler este texto? Os estudantes precisam pensar nisso e achar soluções,

conduzidas pelo professor.

2. elaboração de um cronograma de publicação.

Os e-zines são publicados em intervalos regulares (semanal,

mensal, bimestralmente, etc). Alternativamente, o seu e-zine pode

ser uma “edição especial. A pergunta aqui é: qual será a periodicidade

do e-zine da turma? Decidir o cronograma para o e-zine da turma

ajuda a informar o seu público o que esperar e tem implicações sobre

a distribuição. 

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3. Formatação do e-zine

O e-zine tem um formato digital e, portanto, pressupõe o uso de

ferramentas digitais. Use uma ferramenta de publicação digital que

você está familiarizado.

Use um editor de texto simples para o e-zine mais básico.

Crie uma conta com um provedor de e-mail marketing baseado

na web e jogue com modelos de newsletter para uma solução HTML.

Tenha em mente que, mesmo com formatos gráficos intensivos, tex-

tos simples são o melhor caminho.

Caso não seja possível o uso de tais ferramentas em sua escola,

crie um ZINE, que é uma versão impressa do e-zine, até de modo

artesanal, muito interessante também. Neste link, há orientações de

como fazer: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Zine.

4. distribuição do e-zine.

Envie o e-zine diretamente do seu aplicativo de e-mail. Atende

muito bem a grupos escolares, embora haja outras formas.

2.1.3. Para ampliar a discussão

Professor, para ampliar esta discussão, sugerimos:

Site

Visite o site do Museu do Índio (http://www.museudoindio.gov.

br/). O Museu do Índio é um órgão da Fundação Nacional do Índio

(Funai) que tem como objetivo a preservação do acervo cultural indí-

gena no Brasil. Localizado na cidade do Rio de Janeiro, o órgão pro-

move a conservação, pesquisa e divulgação de um expressivo acervo

material, além de projetos que visam à conscientização da sociedade

brasileira em relação aos direitos dos povos originários. Nesta ativida-

de, vamos conhecer um pouco desse espaço através de um passeio

virtual pelo site da instituição, observando e discutindo sua impor-

tância contra o histórico silenciamento e processo civilizatório dos

povos indígenas de nosso país.

¶:-O

+<:-O

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livros

DAVIS, Shelton. Vítimas do milagre: o desenvolvimento e os ín-

dios do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do pensamento

único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2006.

SEMERARO, Giovanni. Libertação e hegemonia: realizar a Améri-

ca Latina pelos movimentos populares. São Paulo: Ideias Letras, 2017.

RIBEIRO, Ana Elisa; Morais, Ana Elisa Costa Novais (Orgs.) Letra-

mento digital em 15 cliques, Belo Horizonte: Editora RHJ, 2012.

RIBEIRO, Ana Elisa, Novas.Tecnologias para ler e escrever. Editora

RHJ: Belo Horizonte, 2012.

documentários

O MUNDO global visto do lado de cá. Direção: Silvio Tendler.

Rio de Janeiro: Caliban Produções Cinematográficas, 2006 (90 min.).

PARENTE guerreiro – luta e resistência indígena. Direção: Thiago

Carvalho. Produção: Guilherme Queiroz. 2015 (20 min.). Disponível

em: < https://www.youtube.com/watch?v=4jXEuIqsNrU> Acesso em:

14 jul. 2018.

SYDNEY Possuelo – uma vida amazônica. Direção: Roberto Ste-

fanelli. Produção: Pedro Caetano. (38 min.). Disponível em: <https://

www.youtube.com/watch?v=vGNBoAPdRvc> Acesso em: 15 jul. 2018.

2.1.4. Projeto Interdisciplinar: E-zine Pós-Caminha

Professor, como já dissemos, o e-zine é uma ferramenta exce-

lente para o desenvolvimento de um projeto interdisciplinar, na esco-

la, pois é construído com base na articulação de múltiplos saberes,

linguagens e tecnologias. Além disso, é ancorado em um ponto de

vista que representa o que o estudante quer dizer e que, de fato, diz

a alguém. Trata-se de uma atividade dinâmica, viva e enriquecedora.

Em conjunto com a turma, os professores envolvidos no E-zine

Pós-Caminha podem discutir essas questões. Alguns testes podem (e

devem) ser feitos e, somente depois, a produção é iniciada.

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a. O que é um E-zine? Uma revista eletrônica de menor por-

te. Leia alguns e-zines com a turma.

b. Qual é o tema proposto para este e-zine? Brasil (definir

subtemas). Explique o motivo desse tema, da relação com

a Carta de Caminha, com o livro O e-mail de Caminha,

com a história do nosso país.

c. Qual é a fundamentação teórica? Descobrimento do Bra-

sil, Carta de Caminha, O e-mail de Caminha, dados do

Brasil de hoje.

d. Qual é o objetivo deste e-zine? Dialogar com a Carta de

Caminha e com O e-mail de Caminha, a fim de apresentar

o Brasil como ele está hoje, mais de 5 (cinco) séculos após

o Descobrimento, para um público que os estudantes vão

definir.

e. Quem é o público-alvo? Sugerimos que o público tenha o

mesmo perfil da turma.

f. Qual será o nome deste e-zine? E-zine pós-Caminha é

uma sugestão!

g. Quais seções terão este e-zine (cultura, economia, políti-

ca, turismo, etc)?

h. Quais gêneros textuais terão estas seções (notícias, artigos

de opinião, mapas, etc)?

i. Como será a distribuição gráfica dos textos (boneca)?

j. Como será a formatação online?

k. Como atingir o público alvo?

l. Qual a periodicidade do e-zine?

m. Como distribuir o e-zine?

n. Qual será o nosso cronograma de criação do e-zine e de

publicação do e-zine?

Professor, certamente, essas questões não são esgotadas em

uma única aula. Divida as questões em blocos para discussão, testes

e/ou definições, e articule este momentos ao seu cronograma. Este

projeto pode durar o ano inteiro, tendo o primeiro momento de cria-

ção do e-zine e vários de edições do E-zine Pós-Caminha!

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É importante que todos os assuntos sejam discutidos com to-

dos os envolvidos, professores e estudantes, e que as decisões sejam

consensuais.

língua Portuguesa

Professor, trabalhe com os alunos os aspectos textuais que en-

volvem a elaboração de um e-zine. Aborde os diversos gêneros tex-

tuais e usos da língua, pois o e-zine é uma ferramenta extraordinária

para oportunizar a produção textual contextualizada. Demonstra o

caráter abrangente e variável da língua, torna os alunos mais críticos e

criativos. Durante a vigência do projeto, as aulas de Língua Portugue-

sa serão um grande laboratório.

arte

Professor, solicite aos alunos e às alunas que elejam os respon-

sáveis pela formatação do e-zine da turma. É importante destacar que

estes estudantes cuidam dos aspectos visuais: tipo de fonte, corpo,

espaçamento, localização das fotos e outros elementos imagéticos e

sua disposição na página.

língua inglesa

Professor, oriente os estudantes na elaboração de uma seção

que resuma o conteúdo do e-zine em inglês ou mesmo na constru-

ção de uma versão do E-zine Pós-Caminha todo em inglês.

Ciências humanas

Professor, sugerimos alguns conteúdos que articulam os objetos

de conhecimento previstos na BNCC, as Ciências Humanas e o livro

O e-mail de Caminha, a fim de que possam ser usados nos texto para

publicação no e-zine que está sendo construído pela turma, entre

tantos outros.

a. Aspectos culturais, políticos, econômicos, demográficos e

naturais do Brasil de hoje.

b. O papel das mulheres na sociedade brasileira contempo-

rânea.

c. O advento das tecnologias digitais no nosso país.

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d. O papel da arte na contemporaneidade.

e. A literatura e a arte brasileiras.

f. A diversidade de crenças, religião afrodescendente, sin-

cretismo religioso.

g. População negra no Brasil e os índices populacionais de

afrodescendentes nas diversas regiões.

h. Leis que se referem a questões dos afrodescendentes e

indígenas, artigos da Constituição de 1988 e as questões

sociais do negro no Brasil.

i. Movimentos que abordam questões indígenas e afrodes-

cendentes focando o preconceito e aspectos socioeco-

nômicos e políticos.

Ciências da natureza

Professor, conduza os estudantes na construção de uma matéria

sobre comportamento, focalizando os costumes dos indígenas e por-

tugueses à época do Descobrimento e a comparação com os costu-

mes atuais, acrescentando a esses os costumes dos povos brasileiros

contemporâneos.

matemática

Professor, para abordar a matemática no E-zine Pós-Caminha,

que tem como pano de fundo o livro O e-mail de Caminha, suge-

rimos que alguns(mas) alunos(as) fiquem responsáveis por elaborar

gráficos e tabelas para registrar dados estatísticos que estabeleçam

comparações entre o Brasil do Descobrimento e o Brasil atual.

educação Física

Professor, a Educação Física também pode fazer parte do e-zine

e enriquecê-lo muito. Oriente os alunos em uma pesquisa sobre es-

portes praticados na época do Descobrimento e a selecionar o mais

relevante. Em seguida, pode ser redigida uma matéria para falar desse

esporte e do nosso tão famoso futebol.

ensino Religioso

Professor, mostre as várias possibilidades de trabalho no âmbito

do Ensino Religioso. Oriente os(as) estudantes a produzirem uma no-

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tícia para o e-zine, destacando relatos de experiências sobre a religio-

sidade afrodescendente, o sincretismo religioso, relacionando com

os incisos VI, VII e XX do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988, e

a catequização dos índios pela Coroa Portuguesa.

2.1.5. Habilidades acionadas no projeto

interdisciplinar E-zine Pós-Caminha com a obra

literária O e-mail de Caminha

Estas são algumas das habilidades que podem ser desenvolvidas,

a partir da realização do projeto interdisciplinar proposto, conforme

áreas de conhecimento da BNCC (2017):

língua Portuguesa

Habilidades:

(EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – obje-tivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de rele-vância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de do-cumentos, cobertura de eventos etc. –, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da pro-dução de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados).

(EF89LP09) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva, interpretativa e/ou opinativa), pro-gressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as esco-lhas feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de capta-ção e edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão.

(EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a di-ferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.

Habilidades:

(EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – obje-tivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de rele-vância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de do-cumentos, cobertura de eventos etc. –, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da pro-dução de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados).

(EF89LP09) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva, interpretativa e/ou opinativa), pro-gressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as esco-lhas feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de capta-ção e edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão.

(EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a di-ferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.

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(EF08LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, a defesa de um ponto de vista, utilizando argumentos e contra-argumentos e articuladores de coesão que marquem relações de oposição, contraste, exemplificação, ênfase.

(EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de pro-dução dado, assumindo posição diante de tema polêmico, argumentando de acordo com a estrutura própria desse tipo de texto e utilizando diferen-tes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplificação, princípio etc.

(EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de nor-ma-padrão e o de preconceito linguístico.

(EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas re-des sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a partir da verifi-cação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, da análise da formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e de-nunciam boatos etc.

(EF89LP24) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usan-do fontes abertas e confiáveis.

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses tex-tos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, socieda-des e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

(EF09LP12) Identificar estrangeirismos, caracterizando-os segundo a con-servação, ou não, de sua forma gráfica de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso.

arte

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, li-nha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissio-nais do sistema das artes visuais

(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digi-tais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e re-pertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizan-do-os no tempo e no espaço.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas catego-rizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

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língua inglesa

(EF08LI11) Produzir texto (comentários em fóruns, relatos pessoais, mensa-gens instantâneas, tweets, reportagens, histórias de ficção, blogues, entre outros), com o uso de estratégias de escrita (planejamento, produção de rascunho, revisão e edição final), apontando sonhos e projetos para o futu-ro (pessoal, da família, da comunidade ou do planeta).

Ciências humanas

(EF09HI33) Analisar as transformações nas relações políticas locais e glo-bais geradas pelo desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação.

(EF09HI36) Identificar e discutir as diversidades identitárias e seus signifi-cados históricos no início do século XXI, combatendo qualquer forma de preconceito e violência.

(EF08HI27) Identificar as tensões e os significados dos discursos civilizató-rios, avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e as populações negras nas Américas.

(EF08HI14) Discutir a noção da tutela dos grupos indígenas e a participação dos negros nasociedade brasileira do final do período colonial, identifican-do permanências na forma de preconceitos, estereótipos e violências sobre as populações indígenas e negras no Brasil e nas Américas.

(EF08HI27) Identificar as tensões e os significados dos discursos civilizató-rios, avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e as populações negras nas Américas.

(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de con-flito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

(EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes inter-pretações: globalização e mundialização

(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de con-flito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

Ciências da natureza

(EF08CI11) Selecionar argumentos que evidenciem as múltiplas dimensões da sexualidade humana (biológica, sociocultural, afetiva e ética).

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e glo-bais provocadas pela intervenção humana.

(EF09HI33) Analisar as transformações nas relações políticas locais e glo-bais geradas pelo desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação.

(EF09HI36) Identificar e discutir as diversidades identitárias e seus signifi-cados históricos no início do século XXI, combatendo qualquer forma de preconceito e violência.

(EF08HI27) Identificar as tensões e os significados dos discursos civilizató-rios, avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e as populações negras nas Américas.

(EF08HI14) Discutir a noção da tutela dos grupos indígenas e a participação dos negros nasociedade brasileira do final do período colonial, identifican-do permanências na forma de preconceitos, estereótipos e violências sobre as populações indígenas e negras no Brasil e nas Américas.

(EF08HI27) Identificar as tensões e os significados dos discursos civilizató-rios, avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e as populações negras nas Américas.

(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de con-flito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

(EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes inter-pretações: globalização e mundialização

(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de con-flito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

(EF08CI11) Selecionar argumentos que evidenciem as múltiplas dimensões da sexualidade humana (biológica, sociocultural, afetiva e ética).

(EF08CI16) Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e glo-bais provocadas pela intervenção humana.

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(EF09CI05) Investigar os principais mecanismos envolvidos na transmissão e recepção de imagem e som que revolucionaram os sistemas de comu-nicação humana.

(EF09CI13) Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de pro-blemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.

matemática

(EF08MA23) Avaliar a adequação de diferentes tipos de gráficos para repre-sentar um conjunto de dados de uma pesquisa.

(EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas, seto-res, linhas), com ou sem uso de planilhas eletrônicas, para apresentar um determinado conjunto de dados, destacando aspectos como as medidas de tendência central.

EF09MA21) Analisar e identificar, em gráficos divulgados pela mídia, os elementos que podem induzir, às vezes propositadamente, erros de leitu-ra, como escalas inapropriadas, legendas não explicitadas corretamente, omissão de informações importantes (fontes e datas), entre outros.

educação Física

(EF89EF18) Discutir as transformações históricas, o processo de esportivi-zação e a midiatização de uma ou mais lutas, valorizando e respeitando as culturas de origem.

ensino Religioso

(EF08ER06) Analisar práticas, projetos e políticas públicas que contribuem para a promoção da liberdade de pensamento, crenças e convicções.

(EF09ER02) Discutir as diferentes expressões de valorização e de desres-peito à vida, por meio da análise de matérias nas diferentes mídias.

(EF08ER01) Discutir como as crenças e convicções podem influenciar es-colhas e atitudes pessoais e coletivas.

(EF08ER02) Analisar filosofias de vida, manifestações e tradições religiosas destacando seus princípios éticos.

referêNcias

BEZERRA, Francisca Adriana Bezerra da Silva; MARTINS, Josefa Christia-

ne Mendes; PEREIRA, Crígina Cibelle. Práticas interdisciplinares no ensino de

Geografia: a literatura como ferramenta didática. In: FÓRUM INTERNACIO-

NAL DE PEDAGOGIA, 8., 9-12 nov. 2016. Anais Fiped... Imperatriz: Universida-

de Federal do Maranhão/Editora Realize, 2016.

(EF09CI05) Investigar os principais mecanismos envolvidos na transmissão e recepção de imagem e som que revolucionaram os sistemas de comu-nicação humana.

(EF09CI13) Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de pro-blemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.

(EF08MA23) Avaliar a adequação de diferentes tipos de gráficos para repre-sentar um conjunto de dados de uma pesquisa.

(EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas, seto-res, linhas), com ou sem uso de planilhas eletrônicas, para apresentar um determinado conjunto de dados, destacando aspectos como as medidas de tendência central.

EF09MA21) Analisar e identificar, em gráficos divulgados pela mídia, os elementos que podem induzir, às vezes propositadamente, erros de leitu-ra, como escalas inapropriadas, legendas não explicitadas corretamente, omissão de informações importantes (fontes e datas), entre outros.

(EF89EF18) Discutir as transformações históricas, o processo de esportivi-zação e a midiatização de uma ou mais lutas, valorizando e respeitando as culturas de origem.

(EF08ER06) Analisar práticas, projetos e políticas públicas que contribuem para a promoção da liberdade de pensamento, crenças e convicções.

(EF09ER02) Discutir as diferentes expressões de valorização e de desres-peito à vida, por meio da análise de matérias nas diferentes mídias.

(EF08ER01) Discutir como as crenças e convicções podem influenciar es-colhas e atitudes pessoais e coletivas.

(EF08ER02) Analisar filosofias de vida, manifestações e tradições religiosas destacando seus princípios éticos.

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BRAGA, Regina Maria. Três etapas. In: ______. Construindo o leitor com-

petente: atividades de leitura interativa para a sala de aula. São Paulo: Petró-

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BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: edu-

cação é a base. Brasília: MEC, 2017.

DANTAS, Otília Maria Alves da Nóbrega Alberto; MEDEIROS, Jéssica

de Lima. O uso interdisciplinar da literatura infantil no processo de ensino e

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arquivo/pdf2015/16092_8081.pdf >. Acesso em: abr. 2018.

DIAS, Cíntia Alves. O papel da interdisciplinaridade na formação do leitor

literário. In: CONGRESSO NACIONAL DE LEITURA E LITERATURA INFANTIL E

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KATO, M. O aprendizado da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1985.

KOTTWITZ, Delcivane Troian. O que se lê nas aulas de Língua Portugue-

sa?: o lugar do texto literário no Ensino Fundamental. Trabalho de Conclusão

de Curso (Graduação em Letras Português e Espanhol – Licenciatura), Fa-

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MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pen-

samento. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

RODRIGUES, Paula Helena Goulart. O letramento literário nos anos finais

do ensino fundamental com foco na ascensão da escola pública como me-

diadora da cultura letrada. Dissertação (Mestrado Profissional) – Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu, Faculdade de Letras, Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.

RIBEIRO, Ana Elisa; Morais, Ana Elisa Costa Novais (Orgs.) Letramento

digital em 15 cliques, Belo Horizonte: RHJ, 2012.

RIBEIRO, Ana Elisa. Novas Tecnologias para ler e escrever. Belo Horizon-

te: RHJ, 2012

SEVERINO, Antônio Joaquim. O conhecimento pedagógico e a interdis-

ciplinaridade: o saber como intencionalização da prática. In: FAZENDA, Ivani

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44.

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Neste material de apoio ao professor, atendendo as indicações de competências e habilidades a serem desenvolvidas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), trazemos uma proposta reflexiva e direcionada para o trabalho com o livro literário “O e-mail de Caminha”, de Ana Elisa Ribeiro, ilustração de Marconi Drummond e Marcelo Drummond, no âmbito do PNLD 2020, para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental.

ISBN: 978-85-7153-364-6

www.rhjlivros.com.br