º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista,...

9
Ano XXIV Nº 293 janeiro de 2014 C onheci Hélio Pólvora em 1959, no Rio de Janeiro. Conhecimento literário apenas. Es treara ele em livro no ano anterior, com Os Galos da Aurora . Sucesso im ediato, s uperiormente m erecido. Tenho o livro até hoje, quase tão novo quanto no dia em que o ganhei da namorada. Não por falta de manuseio, é claro, mas pelo cuidado com que folheava o amoroso presente. Assim como o namoro “deu certo” — eu e Célia continuamos juntos a varar estes dois pedaços de século —, a aproximação literária só fez progredir. Hélio continuou publicando, e vieram mais e mais contos, e novelas, e crônicas, dois romances, e ainda poes ia e ens aio. Os Galos da Aurora foi republicado em 2002, em “nova edição definitiva”. O conto-título ficou bem diferente da forma original. Não me meterei a comparar criticamente uma e outra versão. Acho-as ambas excelentes. Mas guardarei sempre com carinho aquele pequeno volume de 1958, com impressiva capa de Barboza Leite, e a memória permanece fiel ao formato de antanho. Coisas mais do coração que da mente... Minha admiração pelo talento do contista não estacionou nas prim eiras im press ões; cons olidou- se à releitura e só tem feito aum entar, de livro para livro. Pouco mais de duas décadas após a récita inicial de seus galos, veio o contacto epistolar, com intercâmbio livresco, surgido já não sei em que circunstâncias. Apartir daí, os livros passaram a chegar-me com amáveis dedicatórias do Autor, e a admiração ganhou tintas de amizade. Fui apresentado a outras obras-primas: Mar de Azov, Contos da Noite Fechada, as narrativas maiores (Inúteis Luas Ob scenas e Don Solidon), as realizações em OS CONTOS DE HÉLIO PÓLVORA Anderson Braga Horta gêneros outros, a exemplo de Itinerário do Conto — cito ao sabor dos caprichos da memória. Ao bilíngüe Três Hist rias de Caça e Pesca / Trois Récits de Chasse et Pêche (tradução de Jacques Delabie) dediquei registro em Testemunho & Participação. Breve e modesto registro, tão-só para marcar, em livro meu (de 2005), a presença do grande contista. Digo agora que sua escritura é clássica , no sentido geral de correção, elegância, equilíbrio. Não precisa de malabarismos modernosos para se im por. E é legitim am ente m oderna. Sua paisagem é tanto o campo como a cidade, o sertão como o litoral — ele é de Itabuna, terra também de Jorge Am ado e do poeta Telmo Padilha. No essencial, não foge do humano (segundo Alan Viggiano, no es tudo introdutório a 10 Contos Escolhidos, a m atéria-prima por ele trabalhada é a alma). Lem bro Vivaldi Moreira, que fala de sua prosa “cuidada, limpa, enxuta e expressiva”, apontando-lhe como temas “o com prom iss o humano, os caminhos da condição humana”; Lygia Fagundes Telles , que as sinala nele uma “s ens ibilidade de vidente”; e de inúmeros outros escritores de porte, das mais variadas feições, que dis correm elogios amente sobre sua obra: José Cândido de Carvalho, Fausto Cunha, Almeida Fischer, Ascendino Leite, Fábio Lucas , Wilson Martins , Carlos N ejar, Moreira Campos, Salim Miguel, para mencionar (desarranjadamente) apenas uns poucos. E eis que, finalmente, se deu o encontro pessoal. Vindo a Brasília, passou Hélio uma tarde em minha casa, com Maria (esposa) e Raquel (filha). Selava-se a amizade. E pude ver que Hélio Pólvora, além de estilis ta m agnífico na prosa narrativa e ensaística, é admirável conversador. Desse primeiro encontro, presentes minha m ulher, Célia, e m inha filha, Marília, além do es critor e amigo José Maria Leitão, fez ele mes mo um relato, na bela crônica “Espectros em Goiás Velho”, publicada no jornal A Ta rd e, de Salvador, em 4.4.2009. Recebo agora dois ponderosos volumes de Contos e Novelas Escolhidos — quase novecentas antológicas páginas reunidas aleatoriamente, informa o Autor, em “ordem atemporal, do desordenado fluxo de marés interiores”. Dois sóbrios e belos volumes da Coleção Mestres da Literatura Baiana, nos quais, sob a égide da Academia de Letras e da Assembléia Legislativa do Estado (Salvador,2013), podemos apreciar em medida adequada a grandiosidade do narrador. Navego, pois, também aleatoriamente, por esse mar de superior literatura. Anderson Braga Horta é poeta, escritor, advogado, professor, cofundador da Associação Nacional de Escritores e membro da Academia Brasiliense de Letras e da Academia de Letras do Brasil. Hélio Pólvora di vulg aç ão

Transcript of º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista,...

Page 1: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Ano XXIV Nº 293 janeiro de 2014

Conheci Hélio Pólvora em1959, no Rio de Janeiro.

Conhecimento li terário apenas.Es treara e le em livro no ano anterior,com Os Galos da Aurora . Sucessoim ediato, superiormente m erecido.Tenho o livro até hoje, quase tãonovo quanto no dia em que o ganheida namorada. Não por falta demanuseio, é claro, mas pelocuidado com que folheava oamoroso presente. Assim como onamoro “deu certo” — eu e Céliacontinuamos juntos a varar estesdois pedaços de século — , aaproxim ação l i terá ria só fezprogredir. Hél io continuoupublicando, e vieram mais e maiscontos , e novelas, e crônicas , doisromances, e ainda poes ia e ensaio.

Os Galos da Aurora fo irepublicado em 2002, em “novaedição definitiva ”. O conto-títuloficou bem di ferente da formaoriginal. Não me meterei a compararcriticamente uma e outra versão.Acho-as ambas excelentes. Masguardarei sempre com carinhoaquele pequeno volume de 1958,com impressiva capa de BarbozaLeite, e a memória permanece fielao formato de antanho. Coisas maisdo coração que da m ente...

Minha admiração pelo talentodo contista não estacionou nasprimeiras impressões; consolidou-s e à re lei tura e só tem fe itoaum entar, de livro para livro. Poucomais de duas décadas após arécita inicial de seus galos, veio ocontacto epistolar, com intercâmbiolivresco, surgido já não sei em quecircuns tâncias. A partir da í, os livrospas saram a chegar-m e comamáveis dedicatórias do Autor, e aadm iração ganhou tin tas deamizade. Fui apresentado a outrasobras-primas: Mar de Azov, Contosda Noite Fechada, as narrativasmaiores (Inúteis Luas Ob scenas eDon Solidon), as realizações em

OS CONTOS DE HÉLIO PÓLVORAAnderson Braga Horta

gêneros outros, a exemplo deItinerário do Conto — cito ao sabordos caprichos da memória. Aobilíngüe Três Histórias de Caça ePesca / Trois Récits de Chasse etPêche (tradução de JacquesDelabie) dediquei registro emTestemunho & Participação. Brevee modesto registro, tão-só paramarcar, em livro meu (de 2005), apresença do grande contis ta. Digoagora que sua escritura é clássica ,no sentido geral de correção,elegância, equilíbrio. Não precisa demalabarismos modernosos para seim por. E é legitim am ente m oderna.Sua paisagem é tanto o campocomo a cidade, o sertão como olitoral — ele é de Itabuna, terratambém de Jorge Am ado e do poetaTelmo Padilha. No essencial, nãofoge do humano (segundo AlanViggiano, no es tudo introdutó rio a 10Contos Escolhidos, a m atéria-primapor ele trabalhada é a alma).Lem bro Vivaldi Moreira, que fala desua prosa “cuidada, limpa, enxutae expressiva”, apontando-lhe como

temas “o com prom isso humano, oscaminhos da condição humana”;Lygia Fagundes Telles , que as sinalanele uma “s ens ibilidade de vidente”;e de inúm eros outros escritores deporte, das mais variadas feições,que dis correm elogios amente sobres ua obra: José Cândido deCarvalho, Fausto Cunha, AlmeidaFischer, Ascendino Leite, FábioLucas , Wilson Martins , Carlos Nejar,Moreira Campos, Salim Miguel, paramencionar (desarranjadamente)apenas uns poucos.

E eis que, finalm ente, se deuo encontro pes s oal. Vindo aBrasília, passou Hélio uma tardeem m inha casa, com Maria(esposa) e Raquel (filha). Selava-sea amizade. E pude ver que HélioPó lvora, além de estilis ta m agníficona prosa narrativa e ensaística, éadmirável convers ador. Desseprimeiro encontro, presentes minham ulher, Célia, e m inha filha, Marília,além do es critor e amigo José MariaLeitão, fez ele mes mo um relato, nabela crônica “Espectros em Goiás

Velho”, publicada no jornal A Tarde,de Salvador, em 4.4.2009.

Recebo agora do isponderosos volumes de Contos eNovelas Escolhidos — quasenovecentas antológicas páginasreunidas aleatoriamente, informa oAutor, em “ordem atemporal, dodesordenado fluxo de m arésinteriores”. Dois sóbrios e belosvolumes da Coleção Mestres daLiteratura Baiana, nos quais, sob aégide da Academia de Letras e daAssembléia Legislativa do Estado(Salvador, 2013), podemos apreciarem m edida adequada agrandios idade do narrador.

Navego, pois , tam bémaleatoriamente, por esse mar desuperior literatura.

Anderson Braga Horta é poeta,escritor, advogado, professor,

cofundador da AssociaçãoNacional de Escritores e

membro da AcademiaBrasiliense de Letras e da

Academia de Letras do Brasil.

Hélio Pólv ora

di vulgação

Page 2: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Página 2 - janeiro de 2014

Rodolfo Konder

Rodolfo Konder é escritor,jornalista, diretor da AssociaçãoBrasileira de Imprensa em SãoPaulo e membro do Conselho

Municipal de Educação.

Rosani Abou Adal

Quando se fala emeducação, hoje, noBrasil, é inevitável a

discussão do processo demodernização do País. Por ondepassa a nossa modernização,nes te momento de reencontro, deredescoberta, após um período tãolongo de deses truturação, dedeseducação?

A o f im de anos e anos deautor itar ismo, de trevas , dealienação forçada, lassos tornaram-se os músculos de inúmerossetores da sociedade brasileira.Em toda a América Latina, depoisda multiplicação das ditaduras e damiséria, atrof iou-se a capacidade dereflexão critica, de questionamento,de dúv ida. Agora, fracassados osmodelos autor itários, o momento éde reconstrução. Reconquistada ademocracia, novos são os desafios.

O grande desafio é o damodernização. A construção deuma democrac ia estável, só lida,duradoura, passa pelamodernização dos corações e dasmentes , pela subs tituição dehábitos e pos turas , peloapr imoramento de instituições epráticas . A América Latina buscanovos caminhos, quer crescer comautonomia, quer desenvolver -secom liberdade.

Neste quadro, devemosrepensar os problemas daeducação a partir de uma nova ótica- a ót ica da mudança. Prec isamosrepensar a questão educacional apartir da idé ia de que as pessoastêm que ser reeducadas para oconv ívio democrático. O chamadoentulho autoritário – os escombrosdas ditaduras nauf ragadas, queainda poluem nossas praias – nãoexiste apenas nas leis. Tambémestá nos hábitos, nas atitudes, nosv ícios de racioc ínio e nospreconceitos com os quais nosdefrontamos todos os dias. Quandocons ideramos como i nimi goalguém que discorda de nós ;quando queremos s implesmentesupr imir os antagonismos , ascontrovérsias, seja pela decisão damaioria, seja pela coerção; quandoachamos que o melhor meio decalar os dissidentes é através da

Educação e Liberdadedisc iplina rígida, da puniçãoimplacável, es tamos liberando asferas do autor itar ismo. E como épossível domá-las?

Nossas nações aindaacossadas pelo atraso sóencontrarão seu caminho, suaidentidade, sua plena soberania, nasolidar iedade internac ional, nadefesa da paz, do pluralismo, dosprinc ípios de não- intervenção eautodeterminação dos povos.

Mas es ta mudança começadentro de cada um, em cadacomunidade, no pluralismo dentrode cada país. A busca da verdadenacional depende, para o seusucesso, da capacidade decr iarmos um sistema educac ionala altura dos novos desaf ios .Depende da cr iação de umaUnivers idade que f unc ionepermanentemente comoinstrumento de avaliação ereavaliação cr í t ica do es f orçonacional. A educação, no Brasil e naAmérica Latina de hoje, deve sercolocada ao serv iço dodesenvolv imento, deve serinstrumento de combate à miséria.Mas deve ser também uma escolasem fronteiras, capaz de gerar aquios homens e mulheres do futuro,comprometidos com uma prát icadiuturna de respeito aos direitoshumanos mundialmenteconsagrados, comprometidos coma idé ia de uma conv ivênc iaharmoniosa com a divergência e acontrovérsia.

Perceberemos o nasc imentode mulheres e homens do f uturoquando os compor tamentoscomeçarem a mudar, quando ospreconceitos, a insensibilidade e oautor itar ismo começarem adesaparecer, não somente das leis,mas da prática cot idiana, na relaçãomais íntima entre homens emulheres, entre adultos e crianças,entre jovens e velhos, entre brancose negros. Então, es taremosef etivamente nos reeducando, jáque só há aprendizado quando hámudança de comportamento, comoensinava B. F. Skinner.

Os detentos da cadeia pública de Várzea Grande (MT) que f izeremtrês dias de leitura terão um dia a menos na pena. A norma, de autoria dojuiz corregedor das unidades prisionais da Comarca e titular da Vara deExecuções Penais Abel Balbino Guimarães, prevista pela Por taria nº 01/2013, estabelece o funcionamento da remição da pena através do Projetode Incentivo à Leitura Para cada três dias de leitura, será um a menos napena.

O projeto, idealizado pelo juiz Abel Balbino Guimarães, desenvolvidopelo Judiciár io em parceria com o Centro Universitário de Cuiabá, está emfuncionamento desde o segundo semestre de 2013. Após a fase deexperimentação, poderá se estender para outros pres ídios de regimefechado e s emi-aberto.

Os dias de redução da pena dependerão do rendimento individual.Para se benef iciar, o detento tem que ler no mínimo quatro horas por dia eo total de dias perdoados não poderá ultrapassar oito por mês.

O preso é avaliado por professores da Faculdade de Pedagogia ealunos em estágio curricular. Não bas ta apenas ler, é necessário entendere compreender o texto.

O trabalho conta com apoio e supervisão da psicóloga, da assistentesocial, do diretor da unidade e do conselho da comunidade. A direção dopresídio encaminha mensalmente cópia do registro dos participantes aojuiz corregedor, responsável por conceder a remissão, após ouvir o MinistérioPúblico e a defesa.

Esperamos que o projeto seja ampliado para outros presídios brasileirose que contratem escritores e professores de Literatura para avaliação dograu de compreensão e de interpretação do texto do detento.

Também esperamos que o incentivo à leitura se estenda a todos quevivem aprisionados no seu mundo, em seus pensamentos e nas suas vidas.

Incentivo à Leitura nos Presídios

Page 3: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Página 3 - janeiro de 2014

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Jorge Medauar, de olhos perscrutadores e de escrita heroicaNathaniel Braian

“Olhos perscrutadores, mas dotados des im patia e compreensão”, afirmou sobre JorgeMedauar o poeta Carlos Drummond, seucontemporâneo.

Em 1945, dois livros de poemas foramlançados pela Editora José Olímpio, no Rio deJaneiro: A Rosa do Povo , de Carlos Drumm ondde Andrade e Chuva sobre a tua semente, deJorge Medauar. Este é o início de uma obraliterária que se es tendeu por décadas . Medauaré um m estre das letras que brilha tanto quandoescreve prosa, quanto quando envereda pelapoes ia.

Destacado por Mario Chamie como umprecursor das experiências de vanguarda dapoética brasileira, na poesia, encontrou tambémo filão para compartilhar sentim entos e em oçõespessoais, como quando contempla o neto ouquando celebra a trajetória dos ancestrais que otrouxeram ao mundo como um brasileiro deorigem árabe, mais precisamente da milenarcivilização s íria.

SonetoJorge Medauar

Sabei, sabei que fiz de antigos cedrosBarcos que a infância pôs à flor das ondas :Meu pai, que é Medauar, teceu-me as velasE a filha dos Zaidans , que é minha mãe, Pôs am oras de mel no tom badilho.Nesses barcos navego, m arinheiroFenício do Zodíaco e dos trópicosVermelhos de lamentos e canção Hoje tenho lagunas onde aporto,Tranquilam ente, sob a lua branca,O coração de Tâm ara m adura. Se vos trago dam ascos e KakláuaÉ porque recebi dos velhos árabesUm lastro de doçura nesses barcos .

Mas também para dizer de sua opção peloengajam ento e pela transformação social:

Esperança

Jorge Medauar

Eu faço versos com o quem lutaDe armas em punho... de armas nas mãos...Forma ao meu lado, pois na labutaOs companheiros são como irmãos.Meu verso é aço. Fornalha ardente...Peito ou bigorna... Braço ou trator...Corre entre o povo. Salgado e quente,Cai gota a gota, por que é suor.E nes tes versos de luta ousadaDeixo a esperança que sem pre tiveNas tintas rubras da m adrugada.- Eu faço versos com o quem vive.

Mas é através dos contos que Medauarrecebe seu primeiro grande reconhecimento.Prêmio Jab uti de 1959 (o primeiro de uma sériedaquele que é o prêmio l iterá rio m aisreconhecido do país), com Água Preta (mençãoao povoado onde nasceu, ao sul da Bahia), nacategoria Contos . Prêm io que foi concedido nom esmo ano a seu conterrâneo Jorge Amado.

É a través dos contos que o noss ohomenageado de 6 de fevereiro se des taca comoourives da precisão na des crição dospersonagens populares, cuja condição retratadaclam a por m udanças.

Com o tantas vezes se disse dele, parte doregional para o universal, na capacidade deretratar a pinceladas verdadeiras as vidas epersonalidades (lembra um Prévert, ao usar os imples para evocar o inusitado nas s ituaçõesinaceitáveis). Medauar, em textos pungentescomo no conto “As Tigelas ”, bebe sua força darealidade, não precisando fugir dela, nem viajarpelo fantástico para mostrar o insólito de umcotidiano desumano e inaceitável como o queainda se vive na sua região nordes tina.

Há muito a se dizer e debater sobre esteescritor que foi denominado por José Lins doRego de o “poeta da fúria heroica” que tom ou asruas para exigir que o Brasil entrasse na lutacontra o nazismo, para celebrar a vitória emStalingrado, para ques tionar os injus tos ataquesda Guerra Fria contra a União Soviética.

Aí fica o nosso convite para o contato comum dos nossos expoentes literários saudado pordestaques de nossa produção cultural como(entre tantos outros ) Glauber Rocha, Tris tão deAtaíde, Rubem Braga, Gilberto Amado, OrígenesLessa, Antônio Cândido e fundador do Sindicatodos Escritores de São Paulo. Na ocasiãoexibirem os um documentário de 20 minutos comdepoimentos de apreciadores e analistas de suaobra.

Nathaniel Braian é 1º secretário do Sindicatodos Escritores no Estado de São Paulo.

Jorge Medauar

Page 4: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Página 4 - janeiro de 2014

Indicador Profissional

Caio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro é escritor emembro do Instituto Histórico e

Geográfico de São Paulo.

C hico Franco,personagem centralque dá t ítulo ao livro

(Chico Franco, Ribeirão Gráfica eEditora, 2013), é a alma vív ida esentida de um tempo passado dacidade. Através dele o passado sefaz presente, em idas e vindas, aolongo de ruas e praças.

Em capítulos curtos, Luiz Cruzde Oliveira desenvolve um livronotável, poético, quase palpável. Ummundo de pessoas afloram dopassado e, em conversa com ovelho vestido de branco, chapéu ebengala, trazem a relevo época dacidade que se foi com o correr dotempo. É um jogo palpitante ehumaníssimo notável. A alma deChico Franco palpita em suascaminhadas; a alma dos que delese aproximam, puxam conversa ese identif icam, palpita; e palpita,sobretudo, a alma da cidade detempos idos . Um jogo continuadode espelhos e contra-espelhos, dopassado que se f az presente e dopresente que volta às pulsações dopassado.

É o tipo do livro para ser lido esentido, eis que não há como contares tes lampejos cinematográf icos,que se foram. Quase não há odescritivo. O narrativo é transferidopraticamente para o campo dasf alas . A través da dialogaçãointensa, s imples, objetiva eopor tuna, o autor traz ao vivo epereniza, pulsantemente, todo opassado e presente. E a poes iacaminha subjacente, nasentrelinhas, ao cor rer de todo otexto.

O próprio autor se transmudaem personagem, ao despedir-se de

Chico Franco. E o surpreendente éque ele, autor, que fecha o livro, nãose envolve no processo narrativo.Incorpora-se, também, àspersonagens vár ias , querememoram, ao lado de ChicoFranco, o passado da cidade.

Luiz Cruz de Oliveira é umimpressionista. Suas imagensveem ao v ivo e se eternizam,trazendo o leitor para dentro dotexto. Acompanhei Chico Franco, via cidade com uma vontade imensade conversar com o velho, como ostantos outros que com eledialogaram.

Para um bom liv ro é repetir oque sempre diz ia Rachel deQueiroz: “É ler e comprovar.”

Como es te.

CHICO FRANCO E A CIDADELITANIA DE UMA TARDESÃO CARLENSE.

Francisco Moura Campos

Sentávamos nos bancos de encosto da praçacentral da cidade às onze horas da manhã.

Às treze horas almoçávamos, cada um, umsanduiche e um a cerveja no Bar São Paulo.

Era começo de mês, mais já não havia maisdinheiro.

Há poucos dias atrás já tínhamos pago altascontas , no mesm o Bar São Paulo.

E ainda tínham os ficado devendo, cada um , um outro tanto.Mas Marino nos pendurava as despesas (fiar para estudante, meu

Deus!!...) matando nossa fome e nossa sede.Quatro horas da tarde o Benvindo jogava milho para as pombas.

Revoada geral.E nós continuávamos a conversar tranquilamente nos bancos do

jardim central da pacata São Carlos . Calor gos toso.Som bra boa, das árvores, a nos proteger.Pouco depois vinha a saída do Ins tituto de Educação Álvaro Guião.Eram muitas meninas bonitas para enfeitar nossas tardes.Seis horas eu retornava para casa pela Sete de Setem bro.Iolanda tam bém m orava na Sete de Setembro entre a Episcopal e a

Nove de Julho.Atraves sava a rua e entrava no cas arão da esquina, onde, no terraço,

se juntava às outras m eninas para conversar.Timidamente eu passava por elas e seguia a cam inho da República.Eu ia olhando o crepúsculo...Discretamente eu apertava o passo. O coração acom panhava.Tinha pressa (era a única pressa do dia) de anotar os versos que,

depois de ver Iolanda, tinham-se acum ulado em meu peito num por do solSão Carlense.

Francisco Moura Campos é escritor, poeta, engenheiro e editor.

Page 5: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Página 5 - janeiro de 2014

NOVA POESIA BRASILEIRA: ALDRAVIA

O livro de poemas CREPUSCULARES deCecy Barbosa Cam-

pos vem provar mais uma vez quea Literatura Bras ileira anda abrindoalas para uma nova era na his tóriada poesia. Os poetas aldravistasapareceram no interior colonial deMinas Gerais, em Mariana, na mes-ma região em que se tornaram fa-mosos os poetas da InconfidênciaMineira, pioneiros da poes ia revolu-cionária. Mas há uma grande dife-rença de esti lo, porque osaldravistas ganham de qualquerexpert em internet pela concisão does tilo, tema, estrutura e conteúdo doverso. Qualquer exemplo prova serextraordinário, m as o poem a de nú-mero 72, m e provoca um prazer nãosó intelectual, m as tam bém em oci-onal e fís ico: Por isso o cito aqui:

72

flores tasubindomorroscoloremeusolhos(p.47)

Os primeiros aldravistas deque tivemos notícia foram AndreiaDonadon Leal, Gabriel Bicalho,J.B.Donadon-Leal e J.S.Ferreira.

Teresinka Pereira Eles lançaram aos leitores do Jor-nal Aldrava Cultural o “uso dametonímia como figura primordialda sua produção artística’, segun-do J.B.Donadon-Leal, Doutor emSem iótica, que escreveu o prefáciopara o CREPUSCULARES.

Alguns poem as do livro fazemmenção aos heróis do passado li-terário, como o de núm ero 101:

101

pedrasnocaminhoparacons truircastelos(p. 62)

que se refere ao famoso poe-ma “Pedra no Caminho” de CarlosDrummond de Andrade, e outrosrelem bram o m undo do cinem a ar-tístico com Charles Chaplin, que omundo inteiro conhece:

103

sorrisochaplinianodenunciaabsurdodavida(p.63)

Isto conduz o leitor a reconhe-cer-se nesta poes ia nova e ao mes-m o tempo redentora de um passa-do ilus tre e admirado.

Com o diz no prefácioJ.B.Donadon-Leal, o Aldravis mo Mi-neiro foi criado no ano de 2000 e asaldravias (nova forma – nova poe-sia), em 2010 e nesses três anosde existência vem conquistando ospoetas do m undo. Isto não aconte-ce só pelo estilo breve do “poemacomposto de até seis vers osunivocabulares , com sintaxeparatática (por coordenação), livrede am arras que venham a implicarna limitação de interpretações, m asporque as aldravias são “poemasdensos ” e apresentam em sua per-feita forma “o máximo de poes ia no

mínimo de palavras ”. Bom exemplodisso é o poem a de núm ero 76:

76

meusolhostentandosegurarapaisagem(p.49)

Sem o propósito de competircom a poesia japonesa concentra-da do haicai ou do senryu, ou dasformas da poesia internacional, oaldravism o tem ganhado na es téti-ca literária pela sua simplicidaderacional: a poesia sendo considera-da como um a continuação do pen-sam ento, deve se iniciar os versoscom letras minúsculas, observar adivisão de palavras-versos e ainexis tência da pontuação. No livroCREPUSCULARES, a poeta CecyBarbosa Campos, contribui comsua emoção e humanitarismo,como no poema de número 81, queapresentamos aqui para encerrares ta resenha:

81

súplicadecarinhocomolharcanino

_ O que você quer de Paris?_ Um a folha da borda do Sena,Um a folha de cas tanheira,Ressequida e amarela.

Bastará uma folhaE m e virão à lem brançaOs beijos ,Os barcos,As abadias;Atravessarei pontes ,Arcos ,Águas ancestraisE ficarei presa ao passado,Às torresE ao cais .

Um a folha só,Da árvore mais velhaOu da m ais altaE sorverei m agia,Gotas de chuva,Pingos de luz.

Uma folha arrancada pelo ventoComo a que caiuSobre m eu casaco de veludoNaquela tarde bordô.

Um a folha do SenaArmazena todo meu sonhoDe ser feliz.

Uma folha da borda do SenaÉ o que quero de Paris .

PRESENTEDE PARIS

Raquel Naveira

Raquel Nav eira é escritora, poetae professora universitária.

Teresinka Pereira é Doutora emFilosofia e Línguas Neo-Latinas da

Univ ersity of New México, USA,e presidente da AssociaçãoInternacional de Escritores

e Artistas - IWA.

Page 6: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Página 6 - janeiro de 2014

Concursos2° Prêmio Bras ília de Literatura, promov ido pela Secretaria de

Cultura do Distrito Federal, está com inscrições aber tas até o dia 3 demarço para livros publicados entre os dias 1 de janeiro de 2012 e 31 dedezembro de 2013. Os gêneros são Biografia, Conto, Crônica, Infantil,Juvenil, Poesia, Romance e Reportagem. Os livros deverão ser escritosem língua portuguesa. Os vencedores serão anunciados na II Bienal Brasildo Livro que acontecerá de 12 a 21 de abril, em Brasília. Premiação: Oprimeiro colocado de cada categoria receberá R$ 30 mil e troféu; o segundoR$10 mil e troféu.

Informações: bienalbrasildoliv [email protected] - Tels.: (61) 3223-8138 e 3226-9194. Edital: http://w w w .cultura.df .gov.br / imagesEdital%20do%20Pr%C3%AAmio%20Bras%C3%ADlia%20de%20Literatura%20-%20Vers%C3%A3o%20Final_V2.pdf

3° Concurso Literário Farmácias Pague Menos, promovido pelaempresa EMPREENDIMENTOS PAGUE MENOS S/A , está com inscriçõesabertas até o dia 25 de março. Os interessados poderão inscrever umpoema enfocando o tema: “Amor. Viva esse espetáculo.”, com no máximouma lauda, escrito em língua portuguesa, digitados em f onte arial, tamanho12, com no máx imo uma lauda.

Premiação: 1° Lugar: R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais); 2° Lugar:R$ 1.000,00 (mil reais); 3° Lugar: R$ 800,00 (oitocentos reais); 4° Lugar:R$ 600,00 (seiscentos reais); 5° Lugar: R$ 550,00 (quinhentos e cinquentareais); 6° Lugar: R$ 500,00 (quinhentos reais); 7° Lugar: R$ 450,00(quatrocentos e cinquenta reais); 8° Lugar: R$ 400,00 (quatrocentos reais);9° Lugar: R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais); e 10° Lugar: R$ 300,00(trezentos reais) . Será editada uma antologia com os 100 melhorestrabalhos; incluindo os premiados até o décimo lugar. Os autores receberãocinco exemplares a título de direitos autorais.

Ins cr içõe s: Nas lojas da Farmácia Pague Menos e no sitew w w.paguemenos.com.br/concursoliterario.

Edital: http://por tal.paguemenos .com.br /concursoliterario/regulamento.

 O Concurso Nacional de Literatura João-de-Bar ro - Literaturapara Crianças e Jovens – 2013, promovido pela Prefeitura Municipal deBelo Hor izonte, por intermédio da Fundação Municipal de Cultura, estácom inscrições abertas até o dia 11 de abril. Os interessados poderãoinsc rever trabalhos inéditos, sem limite de número de páginas, em trêsvias, nas categorias  texto literário e liv ro ilustrado, com projeto gráf icocompleto.

Premiação: A obra vencedora de cada categoria receberá um prêmiode R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), independente do número de autores.

Edital: http://ow.ly/rNM0q Informações: Tel.: (31) 3277-9872. E-mail: [email protected]

Saio a caminhar sem pressaPela inefável estrada do sonhoSem saber onde chegar. Mas,De repente, vejo-me debruçadoNa grande janela do tempo,Os olhos rasos d’águaContemplando com emoçãoA paisagem serena, cenárioDe minha infância distante.O apito alegre da serraria,A escola, a tabuada, o canto orfeônicoA capela e a missaDo último domingo do mês,O presunçoso galo carijóDesatando seu canto estridenteAcordando o silêncio no fundo do quintal.Meninos negros, loiros, morenos, brancosMisturados na mesma alegriaDa vida simples e humilde,Belas meninas de trançasCruzando nossos caminhos,Com graça e singeleza,Acendendo cálidas esperançasEm nossos corações inocentes...As ruas de areiãoOnde brincávamos sossegadosNa companhia dos pardaisE quando surgia um caminhãoEra uma solenidade!O bicho passava roncandoDeixando o cheiro de gasolinaQue embriagava nosso olfatoE a brincadeira seguiaNo ritual de todos os dias.O rio Caiuazinho nos esperandoPara os mergulhos da tarde,Lá no pontilhãoOnde o trem passavaAssustando a saracuraQue tanto nos espiavaNadando em trajes de Adão...E agora longe, tão longe,Longe de tudo e de todosEm um mundo tão diferente,Aqui da imensa janela do tempo vividoEnvolto em tantas recordações,Ouço o canto mavioso do sabiáNa minha rua paulistanaE sinto palpitar no coraçãoAs mais ternas lembrançasDo meu bom tempo de infância.Sinto uma saudade teimosaDos meninos e meninas daquele tempo,Anjos que tanto alegraramO céu de minha infânciaNo meu pequenino Caiuá.

Meu pequenino CaiuáRaymundo Farias de Oliveira

Raymundo Farias de Oliveira é escritor, poeta, cronistae procurador do Estado aposentado.

Page 7: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Página 7 - janeiro de 2014

Lançamentos & Livros

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Luzia Stocco lançou o liv ro de poemas Atemporal, no dia 13 dedezembro, no Ponto de Cultura. A obra foi selecionada pelo Fac (Fundode apoio à cultura) municipal 2013. Luz ia Stocco e as atr izes Vania dePaula Almeida Cavagis, Nelma Nunes e Maria Trevisan declaram poemasda obra. O lançamento também contou com as par tic ipações de Ar teGarapa em Pi raci cab a, junto com o show musical “Os Silva cantamRoberto” com Antonio Chapéu e Cia, que também foram escolhidos peloFac municipal 2013.

A Bienal Naïfs do Brasil, promovida pelo SESC, está com inscriçõesabertas de 18 de f evereiro a 13 de abril de 2014. A 12ª edição terá comoproposta valorizar a produção naïf e popular de todas as regiões do país.Informações : Tels .: (19) 3437-9286 e 3437-9292. E-mail:[email protected] .

O Sarau Literário Piracicabano, coordenado por Ana Marly de Oli-veira Jacobino, será realizado no dia 17 de fevereiro, às 19h30, no auditó-rio do Museu H. P. Prudente de Moraes. O tema será ” Compor a vida nasnotas musicais..., genialidade a toda prova!” Serão homenageados o com-positor Gilberto Gil e o Maestro Osvaldo Nogueira.

Rosani Abou Adal e Adriano Nogueira serão homenageados peloSarau Literário Piracicabano. O evento está programado para o dia 15 dejulho de 2014.

O Grupo Oficina Literária de Piracicaba realizará reunião no dia 6de fevereiro, quarta-feira, às 19h30, na Biblioteca Municipal.

O Centro Literário de Pir acicaba realizará reunião no dia 26 dejaneiro, domingo, às 15 horas, na Biblioteca Municipal. Leda Coletti falarásobre a vida e obra de Cecília Meireles.

Notícias de Piracicaba

Luzia Stocco

di vulgação

Fes ta Diária, de Lóla Prata e AmiltonMaciel Monteiro, ABR Editora, 240 páginas,Bragança Paulista (SP).

A obra reúne trovas dos Santos (de LólaPrata) e de ef emérides (de Amilton MacielMonteiro).

Segundo o Bispo de Bragança Paulista,Sérgio Aparecido Colombo, Agradou-me acriatividade e a sensibilidade da autora na pre-sente obra: Festa Diária - Poesia em Trovas.As composições românticas a partir do teste-munho dos santos e santas de Deus , cele-bram o mistério de Cristo e da Igreja, ontemcomo hoje. Eles serão sempre modelos no seguimento de Jesus “Cami-nho, Verdade, Vida (Jo 14,6).

Lóla Prata: [email protected]

Memorial do Medo (Vivências de um ex-com-batente, romance autobiográf ico de Silvério da Cos-ta, Edição do Autor, 226 páginas, Chapecó, RS.

O autor nasceu em Portugal, lutou na guerrada Angola durante 26 meses e, desde 1963, morano Brasil, em Santa Catarina. Tem trabalhos tra-duzidos para o espanhol, francês, inglês, italiano,esperanto, greco, russo e chinês. Exerceu o car-go de presidente da Associação Chapecoense deEsc ritores, do Conselho Munic ipal de Cultura deChapecó e de diretor de Turismo de Chapecó.

Segundo Escobar Franelas, Esc rito em pri-meira pessoa, de maneira viceral, avassaladora e

incontida, Memorial do Medo (Vivências de um ex-combatente) é um re-trato de formação do jornalista e escritor Silvério da Costa.

Silvério da Costa: Caixa Postal 262 - Chapecó - SC - 89802-900.

Sonetos de Bolso, antologia poética, organiza-da por Jarbas Junior e João Carlos Taveira, ThesaurusEditora, 200 páginas, Bras ília, DF.

A obra reúne poemas de Anderson Braga Horta,Anderson de Araújo Horta, Antonio Miranda, AntonioTemóteo dos Anjos Sobr inho, Fernando MendesVianna, Henriques do Cerro Azul, José Geraldo Piresde Mello, José Jeronymo Rivera, José Peixoto Júnior,Luiz Car los de Oliveira Cerqueira, Márcio Catunda,Maria Braga Horta, Nilto Maciel, Romeu Jobim e ViriatoGaspar.

Thesaurus Editora: w w w.thesaurus.com.br

Jatanay, de Hilda Mendonça, 3ª edi-ção, Grupo Editorial Scortecci, Pingo deLetra, literatura infantojuvenil, 24 páginasilustradas, São Paulo. As ilustrações sãode Antônio Inácio da Costa.

A autora é contista, folcorista, poetae membro da Assoc ioção Nac ional deEscritores.

Segundo Nelly Novaes Coelho,Jatanay, de Hilda Mendonça, é uma original e lúdica fábula, que seguindoa lenta caminhada da tartaruga sábia, dá aos pequenos leitores uma gran-de sábia lição, a da existência do Tempo, do qual depende tudo o queacontece no Universo e no mundo de cada um.

Hilda Mendonça: [email protected]

Page 8: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal

Linguagem Viva

Página 8 - janeiro de 2014

Prof. Sonia

Notícias

Jor ge M e dauar seráhomenageado pelo Sindicato dosEscritores no Estado de São Pauloe Centro Cultural Árabe Sírio no dia6 de fevereiro,  quinta-feira, às 20horas , na nova sede do CentroCultural Árabe Sír io, Rua dosIngleses, 149, Bela Vis ta, em SãoPaulo. Na ocasião será exibido umdocumentário de 20 minutos comdepoimentos de apreciadores eanalistas do autor de O Incêndio.Rosani Abou Adal f ará interpretaçãoperf ormát ica de poemas dohomenageado. Jorge Medauar,poeta, contis ta e romanc ista,nasceu em Água Preta (BA), f ilhode imigrantes árabes, f oi um dosf undadores do Sindicato dosEscritores e exerceu o cargo dediretor em várias gestões.

O Sindicato dos Escritoresno Estado de São Paulo publicouar tigo de Paulo Canabrava eentrev is ta com Marcus Viníc iussobre direitos autorais em http://w w w.escritorsp.org/.

O Ce ntr o Cultural Ár abeSír io mudou para a Rua dosIngleses, 149, Bela Vis ta, em SãoPaulo - SP - 01329-000. Tel. : ( 11 )3266 3441. [email protected] w w.ccsirio.org

Geraldo Holanda Cavalcantitomou posse, no dia 19 dedezembro, como pres idente daAcademia Brasileira de Letras parao biênio 2013-2015.

O Clube Português de SãoPaulo promove oficina de criaçãode liv ro-objeto, minis trada porMarlene Laky, de 28 a 31 de janeiro,das 19h às 21 horas, na RuaTuriassú, 59, em São Paulo. O livro-objeto se dif erenc ia do f ormatotradic ional de publicação, poisapresenta um des ign cr iativo einovador, poss ibilitando aaprox imação entre a literatura e aarte visual.Tel.: (11) 3663-5953.

Alberto Belan, da Editora Z3Ideias, é o novo pres idente daAssociação dos Editores Cristãos.

Es talact ites T ipográficas ,exposição, que reúne poemas empainé is de grande f ormato deAugust Stramm - um dos esteios doExpress ionismo alemão que foitraduzido por Augusto de Campos,f icará em cartaz no Museu Casa daXilogravura até o dia 3 de março, naAv. Eduardo Moreira da Cruz, 295,Bair ro Jaguaribe, em Campos doJor dã o. Tel .: (1 2 )3 66 2 -1 83 2.  [email protected] .

A Escola do Escritor mudoupara o Espaço Scortecci, Rua Dep.Lacerda Franco, 96/98, em SãoPaulo. O espaço f oi inaugurado coma realização do curso Como Montare Admi nis trar com Sucesso umaEdi tora, minis trado por JoãoScor tecci. O novo endereçoabrigará uma liv rar ia, salão deautógraf os , salas para reuniões,copa para eventos, jardim literário,TV Liv ro e sala de imprensa.w w w.escoladoescritor.com.br

José Luiz Passos, vencedordo Prêmio Por tugal Telecom de2013 de melhor romance, lançaráRomance com pessoas — Aimaginação em Machado de Assis,pela Alfaguara, em março.

Beatr iz H. Ram os Amaralpartic ipou do v ídeo-sarau emhomenagem ao poeta EdgardBraga, realizado no dia 14 dedezembro na Casa das Rosas, eautograf ou A TransmutaçãoMetal i nguís ti ca na Poét i ca deEdgard Braga (Ateliê Editorial, 2013,coleção Estudos Literários). http://w w w.beatrizhramaral.com.br

Rom ance ir o daInconf idência, de Cecí liaMeireles,em comemoração aos 60anos de publicação da obra, f oilançada uma nova edição, em capadura, pela Global Editora. A silustrações são de Lelis, ar tistamineiro que nasceu em MontesClaros.

A Livraria Saraiva inauguraráem maio cinco lojas no aeropor tode Viracopos (Campinas, SP).

A Feira Nacional do Livro deRibe irão Pr e to , através daFundação Feira do Livro, es tácomercializando estandes para a14ª edição que será realizada de 15a 25 de maio. Tel.: (16) 3911-1050.

[email protected] Camões – Ins t ituto da

Coope r ação e da Língua e aUniversidade Nacional de TimorLorosae assinaram no dia 14 dejaneiro de 2014, no Palacete Seixas,em Lisboa, um Memorando deEntendimento para a c riação doIns tituto da Língua Portuguesa naRepública Democrát ica de Timor-Les te.

O Programa de Valorizaçãode Iniciativas Culturais - VAI estácom inscrições abertas até o dia 7de fevereiro. Poderão ser inscritosprojetos de até R$ 30 mil, de grupose coletivos compostos por jovensde baixa renda, com idade entre 18e 29 anos; e de até R$ 60 mil, degrupos e coletivos que tenhamhistór ico de, no mínimo, dois anosde atuação em regiões da cidadecarentes de equipamentosculturais. w w w.prefeitura.sp.gov.br/c id a d e/ s e c r e ta r i as / c ul t u ra /fomentos /index.php?p=7276

O CLIPE, Curso Liv re dePreparação do Esc ritor, promovidopela Casa das Rosas , es tá cominscrições abertas de 29 de janeiroa 19 de fevereiro. As aulas serãorealizadas a partir de março e terãomódulos mensais. Os interessadosdeverão preencher formulár io narecepção da Casa das Rosas, Av.Paulis ta, 37, Bela Vis ta, em SãoPaulo, e anexar uma pequenaamostra de seu trabalho em prosaou poes ia. Informações: Tel.: (11)3285-6986 e 3288-9447. E-mail:[email protected].

A Secretaria de Cultura doDist r ito Fe de ral es tá cominscrições abertas até o dia 16 def evereiro para a seleção depareceristas para a avaliação e aemissão de aná lise técnica deprojetos inscritos no Fundo de Apoioà Cultura do Distr ito Federal. Aseleção é nacional e o pagamentoserá f eito por parecer dado.w ww.fac.df.gov.br

A Oficina Cultural Hilda Hilstestá com inscrições abertas até odia 26 de janeiro para o processoseletivo de projetos para arealização de atividades culturaisar tís ticas em áreas como aliteratura, cultura digital e novasmídias. Edital: https ://d o c s . g o o g l e . c o m / f i l e / d /0B4KKrpEj2S8lZEVxYUFNb3kxT2c/

editJoão Scortecci lança A Maçã

Que Guardo na Boca, poemas, pelaScor tecc i Editora, no dia 25 dejaneiro, sábado, das 17 às 21 horas,no Espaço Scor tecc i, RuaDeputado Lacerda Franco, 96/98,Pinheiros, em São Paulo. O evento,realizado com o apoio do GrupoEditorial Scortecci, Canon do Brasile Kak Papé is , contará com aapresentação de sarau Lí tero-musical, promovido pela AcademiaJacareyense de Letras econv idados , e coordenado porSalette Granato e pelo músicoAgnaldo Dias. Tels .: (11) 4562-5003e 4562-5004.

A Re vis ta Raído 14, doprograma de pós -graduação daUniversidade Federal da GrandeDourados/MS, publicou trabalhossobre a obra de Raquel Naveira.http://w w w.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/Raido/issue/current

A Contec Br asil 2014, com otema “O f uturo da aprendizageminterativa”, promovida pela Feira doLivro de Frankfurt, será realizada nodia 18 de fevereiro, das 9 às 18horas , no Sesc Vila Mar iana, emSão Paulo, e no dia 20 de fevereiro,na cidade de Canoas , em PortoAlegre. w w w.contec-brasil.com/pt/

A Unive rs idade de SãoPaulo, atr avés do  portalVeduca -w w w .veduca.com.br - minis tracursos virtuais gratuitos que sãominis trados por prof essores daUSP e de outras univers idadesnac ionais e internac ionais . Têmcursos em 21 áreas doconhecimento. São minis tradosatravés de vídeoaulas e, após otérmino, são emitidos certif [email protected]

Escrevendo um Roteiro, of i-c ina de c r iação, minis trada porRicardo Ramos Filho, será realiza-da no dia 10 de fevereiro, segunda-feira, das 16 às 21 horas, na Esco-la do Escr itor, Rua Dep. LacerdaFranco, 96/98, em São Paulo.w w w.escoladoescritor.com.br

Jorge M edauar

di vulgação

João Scortecci

di vulgação

Page 9: º É ÓLVORA¡gina 2 - janeiro de 2014 Rodolfo Konder Rodolfo Konder é escritor, jornalista, diretor da Associação Brasileira de Imprensa em São Paulo e membro do Conselho Municipal