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Baruch Ben Avraham O Embelezamento da Mulher Piedosa e as Escrituras Estimulado por muitos, permitindo por outros e proibido por alguns grupos cristãos, o uso de joias jamais foi considerado um mal em si dentro do judaísmo. Saiba por que.

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Baruch Ben Avraham

O Embelezamento da Mulher Piedosa e as Escrituras

Estimulado por muitos,

permitindo por outros e

proibido por alguns grupos

cristãos, o uso de joias jamais

foi considerado um mal em si

dentro do judaísmo. Saiba por

que.

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Índice

3. Introdução - A superficialidade da objeção ao uso de Jóias

6. As Objeções dos Sabatistas ao Uso das Joias

8. A Igreja de Deus Universal e suas Herdeiras com Relação às Joias 9. Distanciando-me da Ortodoxia Adventista Reformista 12. A Objeção Quanto ao Desperdício no Gasto com Joias 17. Uma Analise do Uso de Joias à luz da Bíblia 23. Proibições Preventivas x Joias e Idolatria 27. Seria a Eliminação das Joias um Ato de Purificação? 31. As Santas Mulheres e o Uso de Joias 32. A Verdade Sobre Uso de Adornos e Joias Pelos Homens 34. Pode um Marido Crente dar Joias à Esposa? 37. A Necessária Discrição no Uso das Joias 41. E se as Joias Incitarem a Inveja Fazendo Outros Pecarem? 42. Teria Paulo Proibido o Uso de Joias?

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A superficialidade da objeção ao uso de Jóias

O censo religioso do IBGE

revelou que no ano 2000 havia 26,18

milhões de evangélicos no Brasil e que

destes cerca de 12,7 milhões

congregavam em igrejas que rejeitam

o uso de joias de adornos,

destacando-se a Igreja Evangélica

Pentecostal Assembléia de Deus com

8,5 milhões de fiéis, a Congregação

Cristã no Brasil com 2,5 milhõe e a

Igreja Adventista do Sétimo Dia com

1,2 milhões de membros e a Igreja

Pentecostal Deus é Amor com 780 mil

membros.

Chega a ser curioso que cinco

das principais igrejas evangélicas do

Brasil, apesar das enormes diferenças

que as caracterizam e mesmo

separam consigam estar de acordo

num ponto: Joias não são adequadas

aos crentes.

No caso dos quase 12 milhões

de evangélicos pentecostais foi-lhes

mais fácil proibir o uso de um broche

em pedra de safira no formado do

Magem David (Estrela de David) do

que coibir o uso da carne do porco.

Chega a ser curioso que

cinco das principais igrejas

evangélicas do Brasil,

apesar das enormes

diferenças que as

caracterizam e mesmo

separam consigam estar de

acordo num ponto: Joias

não são adequadas aos

crentes. No caso dos quase

12 milhões de evangélicos

pentecostais foi-lhes mais

fácil proibir o uso de um

broche em pedra de safira

no formado do Magem

David (Estrela de David) do

que coibir o uso da carne

do porco.

Star Sapphire Brooch, Fonte:

Template:Ricardo Basta, Autor: Ncg10307. Wikipedia – Wikimedia Comons. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:2003_

MJSA_Vision_Award_-_Ricardo_Basta.jpg

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Para esses crentes não parece

haver dúvidas. Com a nova aliança os

mandamentos deixados por Moisés e

pelos profetas passaram à história,

tornando-se assim obsoletos. Estes

mandamentos que prodigalizavam o

uso de joias e proibiam alimentos

impuros, cederam lugar a outros que

santificam o porco, os sapos e os

lagartos, mas impurificaram o ouro, a

prata, as ametistas e os diamantes. Para

chegarem a essa conclusão estudaram

dois textos da brit chadashá ou NT

separados do contexto geral das

Escrituras e concluíram que se as joias

eram aceitáveis no passado distante foi

apenas por tolerância da forma como

eram tolerados o divórcio por qualquer

motivo, os casamentos pluralistas ou o

uso de bebida alcoólica.

Claro que 60% dos protestantes

brasileiros optaram por não viver os

ideais do puritanismo anglo-americano.

Eles consideraram que o uso de ouro,

de prata, de pedras preciosas e de

adornos é tão aceitável que até Aharon,

o irmão de Moshe Rabeinú e Kohen há-

gadol ou sumo sacerdote as usava, e

não por mero gosto ou por permissão,

mas a mando do Rei do Universo.

De fato não há dúvidas de que além da lâmina de ouro que

trazia presa sobre a testa onde estava escrito santidade para o

Eterno, o Kohen há-Gadol também levava um peitoral com cerca de

22 cm onde doze pedras preciosas e semipreciosas que

representavam as doze tribos Israel.

Claro que 60% dos

protestantes brasileiros

optaram por não viver os

ideias do puritanismo

anglo-americano. Eles

consideraram que o uso de

ouro, de prata, de pedras

preciosas e de adornos é

tão aceitável que até

Aharon, o irmão de Moshe

Rabeinú e Kohen há-gadol

ou sumo sacerdote as

usava, e não por mero

gosto ou por permissão,

mas a mando do Rei do

Universo.

Jewish high priest wearing a hoshen, and

Levites in ancient Judah., c.1861-1880 Autor: THE HISTORY OF COSTUME By Braun & Schneider

http://en.wikipedia.org/wiki/File:PLATE4DX.jpg

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Assim para eles o que Shaul e Kefa querem dizer é que a

mulher não deve ser extravagante no uso de joias de qualquer

espécie, já que estas devem ser discretas e manifestarem bom gosto,

e não que não deve usar joias. A proibição nesse caso seria contra o

espalhafato, os excessos em que uma mulher se traje e arrume seus

cabelos como se fosse uma Carmem Miranda em Hollywood e não

contra o uso puro e simples de um belo e delicado par de brincos de

Jade e platina, por exemplo.

Entre as grandes igrejas evangélicas presentes no Brasil que

não objetam o uso de joias se pode mencionar a Igreja Batista com

seus 3,3 milhões de membros, a Igreja Universal do Reino de Deus

com 2,1 milhões, a Igreja do Evangelho Quadrangular com 1,3

milhões, as Igrejas Luteranas com 1,1 milhão e as Testemunhas de

Jeová igualmente com 1,1 milhão de membros e recentemente a

Igreja Mundial do Poder de Deus que já ultrapassa 1 milhão de fiéis.

Bem, se entre os protestantes não sabatistas do Brasil o uso de

joias divide fortemente as opiniões o mesmo não se pode dizer dos

protestantes sabatistas que tem na aversão ao uso de joias quase

uma unanimidade. Para eles é muito mais fácil ver uma Jezabel

ornada de joias que uma Rivika com seus pendentes pulseiras

valiosas de ouro. Da mesma forma preferem destacar a prostituta

mística montada na besta por que estava adornada de ouro e prata

do que ver a mulher pura cuja coroa ostentava doze estrelas.

“E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e

adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua

mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da

sua prostituição.” Apocalipse 17:4.

“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol,

tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a

sua cabeça.” Apocalipse 12:2.

Esse é um bom exemplo de como uma doutrina pode

prevalecer de um texto considerado conveniente e voltar as costas

para outro considerado inconveniente.

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As Objeções dos Sabatistas ao Uso das Joias

De fato a maior parte dos guardadores do sábado exceção dos

membros Igreja Copta da Etiópia tem sérias objeções ao uso de joias

por parte da mulher crente mesmo considerado que à luz do Tanach

que compreende a Torah de Moshe, os Nevim ou escritos dos

profetas e os Ketuvim ou narrativas dos é amplamente favorável ao

uso de joias principalmente anéis pulseiras, pendentes, e colares.

Esse é um comportamento estranho considerando-se que os

guardadores do sábado recuam de todos os textos da Brit Chadashá

que aparentemente inocentam os gentios que não guardam o

shabat ou que comem comida impura, e mais ainda daqueles que

parecem demonstrar que ele foi abolido para todos, inclusive para

judeus, apelando imediatamente nesses casos, para o restante da

Bíblia e ensinando que a base da doutrina é Moshe e os profetas e

que a cobertura é o Novo Testamento.

Para esses cristãos a Bíblia dever ser estudada como um todo

e se o shabat está presente no Primeiro Testamento como um

mandamento isso é prova conclusiva de que sua vigência

permanece.

Digo que o argumento é estranho

por que as únicas possíveis objeções ao

uso das joias não se encontram nos livros

de Moshe ou Torah também conhecida

com Pentateuco e nem nos livros do

profetas. Pelo contrário, tanto Moshe

como os profetas descrevem amplamente

o uso de joias. O profeta Yeshayahú chega

a comparar as vestes de salvação com que

Elohim cobre o homem com as joias que a

noiva de Israel usava no dia de seu

casamento.1

1 The Unequal Marriage, Wassilij Wladimirowitsch Pukirew 1830-1892. Pintor russo, 1862. Wikipedia – Wikimedia Commons http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pukirev_ner_brak.jpg

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“Regozijar-me-ei muito em YHWH, a minha alma se alegrará no

meu Elohim; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o

manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e

como a noiva que se enfeita com as suas jóias.” Yeshayahú 61:10.

Apesar disso, os sabatistas que recorrem amiúdo a Yeshayahu

66, 58 e 66 para vincarem a observância do shabat estando certos

de que o profeta não errou, parecem saltar por cima de Yeshayahu

por razões que logo veremos.

Isso parece ser regra mesmo entre batistas do sétimo dia, que

contam com cerca de 80.000 fieis no mundo os mais liberais dos

grupos sabatistas e os que menor número de regras incluíram em

sua confissão de fé, pois mantém a independência congregacional

como ponto áureo de sua organização. Contudo, ainda que entre os

batistas do sétimo dia nenhuma congregação está autorizada a falar

por todas, exceto em coisas muito generalizadas como a salvação

por graça, a guarda do shabat e a crença na segunda vinda de

Yeshua parece ser claro que a maioria disse não às joias.

Quanto aos

demais, a objeção ao uso

de joias e adornos vai de

firme a estremada. Um

exemplo de oposição

firme é a dos Adventistas

do Sétimo Dia que

contam com mais de 16

milhões de membros e

que rejeitam o uso até

mesmo de um simples anel, embora abram espaço para os anéis de

noivado e casamento. Apesar disso, é preciso reconhecer que Ellen

White, líder profetiza e a mais importante co fundadora do grupo

fosse contra o uso de alianças, embora os tolerasse sob

circunstâncias de forte pressão cultural ou legal.2 2 Taken with AF-D 16mm f/2.8 Fisheye-Nikkor, in Skedsmo., Rings, gcardinal from Norway. Fonte original

Flickr . http://flickr.com/photos/30883129@N08/3984741841. Origem - Wikipedia - Wikimedia Commons. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Two_spouses_with_weeding_rings.jpg

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Mesmo a Igreja Verdadeira de Jesus, a maior instituição

sabatista pentecostal e que proclama ter cerca de 3,5 milhões de

membros embora pareça tolerar nalgumas comunidades o uso de

joias e adornos, por ser congregacional, via de regra não os usa. A

posição da Igreja Adventista da Promessa, a segunda igreja sabatista

pentecostal que possui cerca de 80 mil membros e que poderia ser

considerada moderada, pois permite o uso de anéis discretos.

Já a posição das duas igrejas adventistas da Reforma

atualmente sediadas nos Estados Unidos e que congregam em suas

filas em torno 30.000 membros cada uma pode ser considerada

estremada com a rejeição de qualquer adorno de ouro, inclusive um

simples anel de formatura, de noivado ou mesmo de casamento.

Filhas do adventismo a maioria das dezenas de ministérios que se

apresentam como Igreja de Deus do Sétimo Dia, e que reúnem cerca

de 300.000 fiéis no mundo segue geralmente uma visão que exige

completo desprendimento das joias embora tolerem anéis de

noivado, casamento e profissão.

A Igreja de Deus Universal e suas Herdeiras com Relação às Joias

Nos meios sabatistas majoritariamente contrários ao uso de

joias de ouro, prata, diamantes, pedras preciosas e inclusive das mais

banais bijuterias a divergência fica por conta da Igreja de Deus

Unida que possui em torno de 30.000 fiéis, da Igreja de Deus

Filadelfia com aproximadamente 15.000 fiéis, da Igreja de Deus

Vivente com cerca de 10.000 fiéis e dezenas de outras comunidades

menores todas emergidas da Igreja de Deus Universal. Nas páginas

dessas instituições podem se ver fotos de mulheres alegres, tanto

jovens como maiores portando toda a sorte de joias, inclusive

brincos. A razão é simples, Herbert Armstrong nunca viu nada de

errado em que sua primeira esposa Loma Dilon exibisse suas joias

de forma pública e notória. Ainda que com muita sabedoria de

forma que ninguém a podia acusar de excessos de megalomania,

orgulho e grandeza, pois mesmo nesse uso se notava uma

simplicidade adequada à mulher piedosa.

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Assim os grupos que mantém o respeito pelo Pastor Herbert

Armstrong (1892-1986) tem a mesma atitude que é considerada

apóstata por boa parte das Igrejas de Deus sabatistas.

Demonstraremos agora para espanto das Igrejas Adventistas e das

Igrejas de Deus do Sétimo Dia é que nesse ponto nem Herbert e

nem Loma erraram.

A verdade é que o uso de joias por parte das mulheres na

Igreja de Deus Universal e de suas atuais herdeiras nascidas após a

grande dispersão só pode ser objetada com base no imaginário de

crentes que não se deram ao trabalho de investigar o que as

Escrituras dizem sobre o tema. Por regra o que essas pessoas creem

é o que as suas organizações ensinam. Descobrir isso foi um fato

conturbador para mim.

Distanciando-me da Ortodoxia Adventista Reformista

Depois de anos e anos de

atuação como ministro de uma das

organizações mais estremadas do

sabatismo, a Sociedade Missionária

Internacional dos Adventistas do

Sétimo Dia Movimento de Reforma,

uma organização presente em cerca

de 100 países e que possui

aproximadamente 30.000 membros

descobri que não sabia nada sobre

joias à luz das Escrituras, além do

que Ellen White (1827-1915)

pensava. E bem, se havia um ponto

onde Ellen White seguiu o

puritanismo de Jonh Wesley (1703-1791) e George Whitefield (1714-

1770) além mesmo do que eles foram foi a questão das joias que

para elas eram rejeitáveis se simplesmente tivessem um aspecto de

anel, por exemplo. 3

3 Ellen White, 1889. Domínio Público. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Egw1899.jpg

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Assim, mesmo a aliança de casamento universalmente aceita

por cristãos católicos, evangélicos e novos protestantes foi

francamente rejeitada por ela, por ser um anel. Ellen pedia aos fiéis

adventistas que não gastassem um dólar sequer com esse aro de

ouro para testificar que eram casados. Para ela, o testemunho do

casamento devia se limitar à fidelidade.

“Alguns se têm preocupado com o uso da aliança, achando que

as esposas de nossos pastores se devem conformar com este

costume. Tudo isto é desnecessário. Possuam as esposas de pastores

o áureo elo que as ligue a Jesus Cristo - um caráter puro e santo, o

verdadeiro amor e mansidão e piedade que são os frutos produzidos

pela árvore cristã, e certa será em toda parte sua influência. O fato de

o descaso desse costume ocasionar reparos, não é boa razão para

adotá-lo. Os americanos podem fazer compreender sua atitude com o

declarar positivamente que esse uso não é obrigatório em nosso país.

Nós não precisamos usar este anel, pois não somos infiéis a nosso

voto matrimonial, e o trazer a aliança não seria prova de sermos fiéis.

Sinto profundamente esse processo de fermentação que parece estar

em andamento entre nós, na conformidade com o costume e a moda.

Nenhuma despesa deve ser feita com esse aro de ouro para testificar

que somos casados. Nos países em que o costume for imperioso, não

temos o encargo de condenar os que usarem sua aliança; que o

façam, caso possam fazê-lo em boa consciência; não achem, porém,

nossos missionários, que o uso da aliança lhes aumentará um jota ou

um til a influência. Se eles são cristãos, isto se manifestará no

cristianismo de seu caráter, suas palavras, suas obras, no lar e no

convívio com os outros; isto se demonstrará por sua paciência e

longanimidade e bondade. Eles manifestarão o espírito do Mestre,

possuirão Sua beleza de caráter, a amabilidade de Sua disposição, Seu

coração compassivo. (WHITE, 1984, p.601).

Ainda que nesse particular os adventistas não a seguiram.

Permanecem usando eles a aliança em quase todos os países dada a

abertura que ela dá ao dizer que nos países onde seu uso for

imperioso os que a usarem não devem ser condenados. Pelo menos

aqui ela demonstrou certo bom censo entre o que pensava e o que

deveria ser imposto aos demais. Um bom censo que o reformismo

adventista definitivamente não tem.

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Naturalmente ela entendeu mal o sentido do anel de

casamento que não testificar da fidelidade, mas simbolizar

fidelidade e compromisso por parte dos casados. O anel de

casamento é um símbolo da união e da fidelidade de duas almas

como o chatam ou anel de selar de um rei ao marcar a cera

quente de um documento simbolizava seu poder e sua fidelidade,

ainda que ele pudesse ser infiel ao pacto que é o que não se

esperava que ocorresse.

Traições a pactos selados sempre aconteceram e a história

julgou muito mal os traidores. Da mesma forma um anel de

casamento não garante fidelidade, mas simboliza compromisso.

Por isso mesmo os judeus o

empregaram ao longo dos séculos

sem qualquer tipo de restrição e a

usam ainda hoje. A fidelidade a essa

aliança é uma questão de caráter, e

não de símbolo. No entanto, até

mesmo o Eterno alude ao fato de que

alianças se sacralizavam com o uso de

um anel, que servia de selo para

documentos da época, e que era

mantido como sinal de autoridade

pelos monarcas mundiais quando diz:

“Vivo eu, diz o Senhor, ainda que

Choniah Ben Yechoyakim, rei de

Yehudáh, fosse o

chotam al Yad yeminiy (anel do selo

da minha mão direita), contudo eu

dali te arrancaria.” Yirmiahú/Jr 22:24

Depois de cumprir a promessa de que

o filho de Chonyah não se assentaria

Adonay deixou claro que isso não

envolveria seus descendentes, razão

pela qual Yeshua é descendente

direto de David, Shlomo e Chonyah.

Um anel de

casamento não

garante fidelidade,

mas simboliza

compromisso. Por

isso mesmo os judeus

o empregaram ao

longo dos séculos

sem qualquer tipo de

restrição e a usam

ainda hoje.

Bague de mariage juive. Or ciselé et émaillé, début du XIVe siècle, découvert à Colmar

(Alsace, France) en 1863. Musée national du Moyen Âge Autor : Jastrow (2006). Wikipedia – Wikimedia Commons.

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jewish_wedding_ring_MNMA_Cl20658.jpg

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Embora os antimissionários tentem corromper a verdade a

promessa vinda através doutro profeta é que a maldição terminara

naquela geração que morreu em Bavel, e que o neto de Chonyah

seria o anel de selo de sua mão.

“Naquele dia, diz o Yah Tsabaot, tomar-te-ei, ó Zeruvavel, servo

meu, filho de Sheltiel, diz YHHW, vê`mamtiychá ka`chotam (e

te farei como um anel de selar); porque te escolhi, diz o Yah Tsabaot dos

exércitos.” Hagay/Ag 2:23.

Nada há portanto que objete seriamente o uso de anéis. Esse é

um ponto onde a Sra. White declinando de uma séria pesquisa

bíblica se limitou a seguir a visão puritana de seu tempo e dos

pastores evangélicos que a precederam.

A Objeção Quanto ao Desperdício no Gasto com Joias

Talvez esse ponto ajude a estabelecer a diferença entre a visão

de Herbert Armstrong e sua esposa Loma Dillon em relação às joias

e o pensamento de Ellen. Armstrong acreditava que era dever do

crente dizimar parte de sua renda e dá-la aos pobres.

Uma vez dado o dízimo para os mais pobres, Loma se sentiria

livre para gastar sua parte no que desejasse, inclusive num colar de

pérolas.

Já Ellen nunca chegou aprofundar o tema sobre o maaser ani

ou dízimo para os pobres e como se preocupava com eles

igualmente, pensava que gastar em joias era um desperdício e que o

dinheiro assim usado poderia ser empregado para ajudá-los.

“No professo mundo cristão o que é gasto em extravagante

ostentação, em jóias e ornamentos, [grifo nosso] daria para suprir

as necessidades de todos os famintos e vestir todos os nus em

nossas cidades; e ainda assim esses professos seguidores do manso

e humilde Jesus não precisariam privar-se do necessário alimento

nem do vestuário confortável.” (WHITE, 1996, p. 216).

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14 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

Temos de reconhecer que sua intenção em si era boa e

altruísta. A solução que Ellen White propôs, no entanto foi

inadequada e abriu caminho para um julgamento que não estamos

autorizados a fazer. Naturalmente o termo joias extravagantes pode

ser interpretado de diferentes formas. Um brinco de 6 gramas de

ouro como o pendente que Eliezer deu a Rivika pode ser um

pingente singelo para a maioria, e aceitável.

A questão é quando

tratamos de uma pulseira com

110 gramas de ouro como a

que Rivika, a mãe de Israel usou

presenteada pelo mesmo servo

de Avraham. Ela seria

extravagante ou um gesto de

bom gosto de uma mulher a

quem Adonay concedeu posses

maiores do que às outras? Ou a extravagância se refere a outro tipo

de joia, aquela que espalhafatosa e de mal gosto independente do

seu valor monetário ou de seu peso em ouro, prata ou pérolas? 4

A questão em debate é se uma pessoa tem o equivalente a 17

mil reais para comprar uma supérflua pulseira de ouro não deveria

dar aos pobres? Isso nos leva a outra questão. A Torah preceituava

que a cada três anos se dizimasse uma parte da renda para os

pobres, uma contribuição acerca da qual falaremos quando o assuto

for dízimo. Mas bem, por falar dízimo dos pobres, vivemos em

sociedades organizadas onde entre 5 e 35% do que gastamos

reverte em impostos que se transformam hipoteticamente em

estradas, portos e aeroportos, segurança pública, hospitais,

assistência aos pobres etc.

Ou seja, delegamos ao Estado que compulsoriamente nos

cobra tributos que rondam os 20% em média a responsabilidade

pela assistência social e o cuidado dos menos favorecidos. 4 A gold charm bracelet worn on the arm. Visible charms are a heart-shaped locket, seahorse, crystal, telephone, bear, spaceship, and grand piano., Mabsal, Wikipedia – Wikimedia Commons. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gold_charm_bracelet.JPG

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Viúvas, órfãos, pessoas com deficiência física, auditiva ou visual

tem direito automático a uma

subvenção do Estado, uma pensão

de sobrevivência. E esse dinheiro

vem de onde? Dos nossos bolsos,

ou seja, de forma indireta, e sem

que nos demos por conta

pagamos já nossa cota de maaser

ani, ou dízimo para o pobre, e nos

alegramos com isso por que

nosso irmão deficiente, nossa mãe

que já não pode trabalhar, nosso

sobrinho que ficou só recebem

seu pão. Logo o argumento de

que qualquer gasto supérfluo

poderia ser revertido aos pobres

não pode nos impedir de efetuar

gastos com perfumes, joias,

automóvel confortável ou

qualquer outro bem não essencial.

Elohim não nos constituiu como

juízes dos motivos e da

administração dos bens alheios e

acerca disso Yeshua deixa-nos

valiosa lição.

Quando Miriam de Magdalah despejou o caríssimo nardo que

valia cerca de 300 denários, moedas romanas de prata que

equivaliam ao salário diário de um trabalhador comum e que

pesavam cerca de 3,9 gramas, isso pareceu exagerado desperdício

para alguns dos presentes que achavam que vender esse perfume e

doar aos pobres seria muito mais sensato. Estas pessoas fizeram

contas que pareciam muito razoáveis. Foram 1.170 gramas de prata

gastos na compra de um perfume, o equivalente em nossa moeda a

1530 reais. Agora imagine gastar tudo isso de uma só vez

derramando-o sobre uma pessoa que amamos ou admiramos, não

seria um desperdício?

Quando Miriam de

Magdalah despejou o

caríssimo nardo que valia

cerca de 300 denários,

moedas romanas de prata

que equivaliam ao salário

diário de um trabalhador

comum e que pesavam cerca

de 3,9 gramas, isso pareceu

exagerado desperdício para

alguns dos presentes que

achavam que vender esse

perfume e doar aos pobres

seria muito mais sensato.

Denário. Wikipedia – Wikimedia Commons. http://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:8denarii.jpg

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Aposto que a maioria dos meus leitores, como eu jamais

comprou um perfume com esse preço e talvez nem em 10 anos

gastemos tanto com esse item. Esse dinheiro compra uma tonelada

de arroz e com ele se pode alimentar três famílias pobres por um

mês inteiro. Concluir que era um desperdício era muito más fácil do

que procurar o mérito na ação. No entanto o feito dessa mulher foi

não só defendido por Yeshua porque ela o ungiu em vida quando

ele podia usufruir o aroma do perfume e não quando estava na

tumba. Mais do que isso foi profetizado que ela jamais seria

esquecida. E hoje, bendito seja o Pai pelo maior de todos os

profetas, sua história é contada em 2300 línguas e para milhares de

povos.

“Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Shimon,

o fabricante de jarros (em grego: leproso), veio uma mulher que trazia

um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande

preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo.

Mas alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para

que se fez este desperdício do bálsamo? Pois podia ser vendido por

mais de trezentos denários que se dariam aos pobres. E bramavam

contra ela. Yeshua, porém, disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela

praticou uma boa ação para comigo. Porquanto os pobres sempre os

tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; a mim,

porém, nem sempre me tendes. Ela fez o que pode; antecipou-se a

ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, em

todo o mundo, onde quer que for pregado o evangelho, também o

que ela fez será contado para memória sua.” Marcos 14:3-9.

Bem é claro que a vara de julgamento do ser humano é

inestimável em sua capacidade. Alguém poderia alegar que dar um

presente de 1500 reais a alguém, mesmo que seja um perfume é um

ato de altruísmo, e que comprar um anel do mesmo valor para uso

próprio é um ato de egoísmo. O que se esconde por trás desse

julgamento?

A disposição de sermos juízes do caráter do próximo, algo que

claramente condenável por Yeshua. Esse tipo de julgamento jamais

teria fim.

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17 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

O irmão que compra

um Fiat Uno para ir à

congregação enquanto

assiste ao outro chegar

suado trazendo a esposa na

garupa da bicicleta

carregando um bebê e mais

uma filha no quadro não

devia ter se contentado com

uma moto a fim de poder

presentear outra a seu amigo? 5

O irmão que está planejando comprar um carro zero não devia

abrir mão do sonho para ajudar seu amigo que chega de moto com

a família no inverno molhado da chuva a comprar um carro usado

como o que ele já tem? A resposta é simples: Não somos juízes de

ninguém. Cada um dará conta de si a Elohim. E se bem é certo que

todos os santos devem exercer prodigalidade, por outro também é

certo que “O rico e o pobre se encontram; a todos Yah os fez.” (Pv.

22:2) Isso significa que cada um deveria contentar-se com a benção

que já recebeu. É muito fácil ao homem que tem casa própria e

ganha 1.500 reais questionar quem ganha 15.000 reais não ajuda

mais aos pobres do que tem feito. O difícil é que ele se questione a

si mesmo por que não consegue ajudar aquele seu irmão que do

salário mínimo ainda tem de retirar 150 reais para pagar o aluguel,

ou a aposentada dependente de remédios que de sua parca pensão

de 550 reais é obrigada a gastar 200 reais só em remédios.

O povo santo não é uma matilha de lobos que se mordem e se

rasgam uns aos outros na divisão da presa, que não reconhece o

direito de Adonay de abençoar a cada segundo bem lhe parece. Seu

povo é um rebanho de ovelhas satisfeitas com as bênçãos que

recebem e agradecidas ao pai por cada do que lhe é conferido a seu

companheiro e todos aguardando a hora de sua benção maior.

5 2010 Fiat Uno., Autor: Andricos. Wikipedia – Wikimedia Commons. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:2010Uno4.jpg

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18 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

O resumo de todo esse discurso é simples: Ninguém deve ser

julgado por que tendo sido abençoado investiu no que seus olhos

desejaram. Ou por qualquer motivo subjetivo. Em assuntos que não

afetem a Torah e que não ferem ao próximo A consciência de cada

um é seu próprio juiz, e o Eterno é juiz de todos. E se porventura

sentirmos necessidade se julgarmos o nosso próximo, que

comecemos primeiro por usar a mesma medida para julgarmos a

nós mesmos. O que Yeshua ensinou é justamente isso.

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo

com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos

medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não

reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-

me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita!

tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro

do olho do teu irmão.” Matytyahú/MT 7:1-5.

Uma Analise do Uso de Joias à luz da Bíblia

O uso de joias por parte da mulher crente ainda é tabu em

muitas igrejas evangélicas que consideram tal pratica pecaminosa e

por isso mesmo proibida. Lamentavelmente essa suposição afeta em

grande parte também os guardadores do sábado. Tendo sua

herança comum na Igreja Adventista do Sétimo Dia as Igrejas de

Deus do Sétimo Dia de modo geral mantém a mesma posição, ainda

que uma de suas dissidentes mais recentes, a Congregação Israelita

da Nova Aliança comece a flexibilizar o uso de gargantilhas com

uma singela estrela de David. E mesmo essa pequena abertura da

CINA vem sendo considerada apostasia por suas igrejas mães ou

irmãs que vem no uso de joias, de qualquer tipo e valor, de aço

cirúrgico, de prata, de platina ou de ouro e mesmo de simples

bijuterias como um afastamento da verdade. Normalmente a base

para tal posicionamento é uma leitura superficial e

descontextualizada de certos textos da Brit Chadashá fortalecidos

por um uso também desajustado de uma profecia do Tanach, a de

Yeshayahú capítulo 3 que profetiza contra o orgulho, a arrogância e

a impudicícia das filhas de Tzion.

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19 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

“Diz ainda mais YHWH: Porquanto as filhas de Tzion são altivas, e

andam de pescoço emproado, lançando olhares impudentes; e, ao

andarem, vão de passos curtos, fazendo tinir os ornamentos dos seus

pés.” Yeshayahu/Is 3:16.

Eles esquecem justamente isso, que a indignação do Eterno

não era com os costumes das filhas de Tzion, mas com a forma

como esses costumes estavam servindo à seu orgulho, à sua

arrogância e a sua sensualidade exibida ante os homens que não

eram seus esposos, e principalmente à promoção da idolatria.

O texto de Yeshayahu traz a lume uma série de costumes

ligados ao embelezamento das mulheres e aos diferentes objetos

usados para isso. Logo elas são avisadas de que perderiam todos

esses instrumentos que chamavam atenção para seus passos

sensuais e os olhares voluptuosos voltados para seus valentes que

morreriam.

“Yah fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a

descoberto a sua nudez. Naquele dia tirará Yah o ornamento dos pés, e

as coifas, há`shebiysiym vê`hasaharonim (os pendentes

em forma de meia lua), e os braceletes, e os véus; os diademas, as

cadeias dos artelhos, os cintos, as caixinhas de perfumes e os amuletos;

os anéis, e as jóias pendentes do nariz; os vestidos de festa, e os mantos,

e os xales, e os bolsos; os vestidos diáfanos, e as capinhas de linho, e os

turbantes, e os véus. E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro,

e por cinto, uma corda; em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e

em lugar de veste luxuosa, cinto de cilício; e queimadura em lugar de

formosura. Teus varões cairão à espada, e teus valentes na guerra.”

Yeshayahú 3:25.

É uma tolice pensar que o Eterno estava antecipando tão

severo castigo simplesmente por que as filhas de Israel haviam

usado ornamentos para os pés, brincos para as orelhas, braceletes

para as mãos, anéis e pendentes para o nariz. Todas estas coisas

haviam sido usadas não somente por concessão, isso é permissão

do Eterno, mas principalmente por doação direta dele às filhas de

Israel desde que saíram de Eretz Mitzraym ou seja, a Terra do Egito

como logo se verá.

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20 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

O que faz as pessoas

pensarem que as filhas de Israel

pecaram em usar joias e a mais

absolta ignorância da Torah que

em nenhum de seus 613

mandamentos prescreve tal

proibição. Tal crendice é o

resultado da falta de estudo

sistemático das Escrituras.

Estudassem a Bíblia por inteiro os

grupos que proíbem o uso de

joias e descobririam que elas

foram usadas por que assim o

quis Adonay e não por mera

vontade de vaidosas mulheres.

Através do profeta Yechezkel,

conhecido entre nós por Ezequiel

o Eterno assume-se como o

grande joalheiro benfeitor do Am

Yisrael e das suas mulheres as

benot tzion (filhas de Tzion).

“Também te vesti de

bordados, e te calcei com pele de

dugongo, cingi-te de linho fino, e

te cobri de seda. Também te

ornei de enfeites, e te pus

braceletes nas mãos e um colar

ao pescoço. E te pus um

pendente no nariz, e arrecadas

nas orelhas, e uma linda coroa na

cabeça. Assim foste ornada de

ouro e prata, e o teu vestido foi

de linho fino, de seda e de

bordados; de flor de farinha te

nutriste, e de mel e azeite; e

chegaste a ser formosa em

extremo, e subiste até a realeza.”

Yechezkel/Ez 16:10-13.

Nada poderia ser mais

claro. As mulheres de

Israel foram

embelezadas pelo

próprio Elohim com as

melhores roupas

processadas com as

melhores peles, com o

linho mais fino e com a

seda mais pura que

havia no Egito.

Maler der Grabkammer der Nefertari, 1298-1235 v. Chr. The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Malerei. DVD-ROM, 2002. ISBN 3936122202. Distributed by DIRECTMEDIA Publishing GmbH. Wikimedia Commons.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Maler_der_Grabkammer_der_Nefertari_004.jpg

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21 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

Nada poderia ser mais claro.

As mulheres de Israel foram

embelezadas pelo próprio Elohim

com as melhores roupas

processadas com as melhores

peles, com o linho mais fino e

com a seda mais pura. E para que

nada ficassem a dever às

mulheres de sua época existentes

em outros povos, principalmente

as mulheres egípcias que as

haviam governado com

arrogância e orgulho cobriu-as

com as melhores joias do mundo

antigo.Por que então o Eterno se

queixa das filhas de Tzion? Antes

de responder essa questão é

importante considerar que que

Adonay não é um pai psicótico

que doa brincos, colares,

pendentes e pulseiras às suas

filhas e depois quando as vê

usando promete-lhes uma grande

sova e ameaça matar seus noivos.

Isso estaria muito longe do

caráter do Altíssimo e pensar semelhante coisa seria um simples

disparate. Naturalmente havia uma razão para o Eterno estar

insatisfeito com as filhas de Israel e não era por usar as joias que ele

as havia dado e mandado usá-las. Pensar isso demonstra mais uma

vez desconhecimento das Escrituras.

Ai está causa da indignação do Criador, As filhas de Tzion

tomaram o ouro das joias e as roupas que o Eterno lhas havia dado

para uso legítimo e dedicaram-nas à adoração dos ídolos

despertando com isso a indignação do Todo-Poderoso que em

resultado determinou arrancá-las delas. A razão é dada pelo Eterno

e não precisa de conjecturas:

Ai está causa da

indignação do Criador, As

filhas de Tzion tomaram o

ouro das joias e as roupas

que o Eterno lhas havia

dado para uso legítimo e

dedicaram-nas à adoração

dos ídolos despertando com

isso a indignação do Todo-

Poderoso que em resultado

determinou arrancá-las

delas.

The Adoration of the Golden Calf, 1633-4. National Gallery, London, [Expandir]Nicolas Poussin (1594–1665). Wikipedia – Wikimedia Commons.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:GoldCalf.jpg

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22 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

“Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura,

pois era perfeita, graças ao esplendor que eu tinha posto sobre ti, diz Yah

Elohim. ... E tomaste dos teus vestidos e fizeste lugares altos adornados

de diversas cores, e te prostituíste sobre eles, como nunca sucedera, nem

sucederá. Também tomaste as tuas belas jóias feitas do meu ouro e da

minha prata que eu te havia dado, e te fizeste imagens de homens, e te

prostituíste com elas; e tomaste os teus vestidos bordados, e as cobriste;

e puseste diante delas o meu azeite e o meu incenso.” Yechezkel/Ez

16:14-18

Foi o emprego idolátrico do ouro, da prata, das pérolas, das

roupas e de tudo o mais que ofendeu ao Eterno e que feriu a sua

santa Torah. Nada mais do que isso. O tristemente célebre bezerro

de ouro é prova disso.

“Mas o povo, vendo que Moshe tardava em descer do monte,

acercou-se de Aharon, e lhe disse: Levanta-te, faze-nos um Elohim que vá

adiante de nós; porque, quanto a esse Moshe, o homem que nos tirou da

terra de Mitzraym, não sabemos o que lhe aconteceu. E Aharon lhes

disse: Tirai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas

mulheres, de vossos filhos e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o

povo, tirando os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, os

trouxe a Aharon; ele os recebeu de suas mãos, e com um buril deu forma

ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles exclamaram: Eis

aqui, ó Israel, o teu Elohim, que te tirou da terra de Mitzraym. E Aharon,

vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e, fazendo uma

proclamação, disse: Amanhã haverá festa a Yah. No dia seguinte

levantaram-se cedo, ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas

pacíficas; e o povo sentou-se a comer e a beber; depois levantou-se para

folgar. Shemot/Ex 32:1-6.

Porque tanto homens como mulheres usavam joias? A mente

desatenta e preconceituosa pode supor que isso ocorria

simplesmente por que Israel aprendera a imitar os egípcios. Mas é

fundamental entender que a relação de Israel com as joias não foi

de modo algum um mero ato permissivo resultante da cultura

gentílica que cercava os israelitas. Seu uso foi determinado pelo

Altíssimo. No dia da saída dos exércitos de Israel da terra do Egito, o

Eterno ordenou que as mulheres de Israel pedissem às suas

senhoras do Egito as suas vestes, as suas joias de ouro e prata e

pusessem tudo isso sobre seus filhos e sobre suas filhas.

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23 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

Nesse dia as mulheres de Israel se vestiram como a rainha

Nefertiti, os homens como o próprio Faraó. Naturalmente joias que

evocassem seus deuses foram mais tarde depuradas pelo fogo, pois

se existe uma restrição com relação às joias é que não tenham tais

imagens detestáveis. No entanto a disposição do Eterno de que os

filhos de Israel pedissem, recebessem e usassem as joias de ouro

dos egípcios e egípcias os bne mistrayam é indiscutivelmente clara e

não pode ser contestada. Israelitas não usaram joias por que os

pagãos usaram, mas por que Adonay as tirou dos pagãos e as

mandou usar.

“E eu darei graça a este povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá

que, quando sairdes, não saireis vazios. Porque cada mulher pedirá à sua

vizinha e à sua hóspeda jóias de prata e jóias de ouro, bem como

vestidos, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; assim

despojareis os egípcios.” Shemot/Ex 3:21-22.

A alegação superficial de que a presença das joias foi

justamente o que conduziu à elaboração do bezerro de ouro é

completamente insustentável, pois o bezerro não era nem tão gordo

e nem tão guloso a ponto de engolir todos os brincos, pulseiras e

pendentes que Adonay dera aos filhos e filhas de Israel. Bem depois,

quando chegou a hora de edificar o Mishkan o santuário móvel uma

parte desse mesmo ouro contido nas joias foi liberalmente doado

para sua edificação. Ou seja, o povo conservou ainda uma grande

quantidade de oro e o usou para servir ao dono da prata e do ouro.

“E veio todo homem cujo coração o moveu, e todo aquele cujo

espírito o estimulava, e trouxeram a oferta alçada do Senhor para a obra

da tenda da revelação, e para todo o serviço dela, e para as vestes

sagradas. Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram

bem dispostos de coração, trazendo broches, pendentes, anéis e

braceletes, sendo todos estes jóias de ouro; assim veio todo aquele que

queria fazer oferta de ouro ao Senhor.” Shemot/Ex 35:21-22.

No entanto, a prática de dedicar joias e roupas, cereais, vinho e

azeite aos ídolos lamentavelmente ressurgiu, muito especialmente

durante e após o reinado de Shlomo e junto com ela toda a

prostituição e práticas aberrantes dos gentios.

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24 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

Estas práticas envolveram aos homens como as mulheres, e é

justamente por isso que Adonay manifesta o seu desagrado através

do profeta Yeshayahu prometendo que na guerra suas roupas

seriam arrancadas pelos gentios, e elas ficariam nuas. Que suas joias

seriam tiradas e se tornariam pobres.

Foi dito que seu perfume seria trocado por fedor, que seus

cintos seriam substituídos por cordas, que seus cabelos encrespados

dariam lugar à calvície. Este tem sido o ato de extrema humilhação

dos inimigos do povo

eleito contra as mulheres

israelitas, e ocorreu

largamente e de novo em

pleno século XX quando as

mulheres judias tinham

suas cabeças raspadas

pelos malditos nazistas a

fim de despojarem suas

vítimas do último vestígio

de beleza, vaidade e autoestima. 6

Além disso, foi profetizado que seus mantos, chalés e véus

seriam tirados e que a mulheres vestiriam pano saco em lugar de

belas roupagens. Portanto, não há mais razões para objetar o uso de

joias do que para proibir perfumes, cintos, bolsas, chalés, véus ou

para exigir que as mulheres usem cordas para amarrar roupas de

estopa ou usem catinga de gambá nas suas axilas..

Proibições Preventivas x Jóias e Idolatria

O judaísmo rabínico está cheio de injunções descabidas. Uma

vez que a Torah proíbe comer a carne do bezerro no leite de sua

mãe, eles supõem que comer queijo e carne pode violar o

mandamento, pois ninguém sabe de quem é a carne e nem de

quem é o queijo.

6 Blog Holocausto / Shoa. http://holocausto-shoah.blogs.sapo.pt/

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25 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

Mas bem e se você acostumar a comer a carne do frango com

creme de leite não poderia ser tentado a violar o mandamento?

Então lá vai mais uma proibição. Eles também não comem carne de

franco com lácteos, embora nalguns casos permitam leite com peixe.

Há, e se fica rum restinho de carne num frasco onde você bebe leite

e os dois se misturarem. Tome mais uma proibição, talheres, pratos

e copos onde comes carne não podem ser usados para beber leite

ou comer queijo, ou manteiga e por ai vai.

Essa situação é mais ou menos o que acontece entre alguns

grupos protestantes. Tanto medo de que as mulheres se

envaideçam, se orgulhem ou se tornem idólatras que criaram uma

lei de cerca. Se as mulheres de Israel usaram as joias para a idolatria

e para ampliarem sua sensualidade. Fora com as joias!

Naturalmente o preconceito contras as joias faz as pessoas

dizerem que elas foram uma experiência que não deu certo para

Israel, que as mulheres as usaram para promover a idolatria, e que

sendo assim o melhor caminho é a proibição. Essa é uma atitude

pueril. Você não proíbe o sexo por que alguns se prostituem. Não

proíbe a procriação por que os pagãos oferecem filhos aos ídolos.

Não proíbe automóveis por que alguns o usam para passar por cima

dos outros. Não proíbe facas por que um louco apunhalou pessoas

no meio da feira. Não proíbe refeições por que glutões comem até

serem hospitalizados. Não proíbe câmaras fotográficas por que

alguns a usam para promover a pornografia. Não proíbe o uso do

dinheiro por que alguns o amam e o usam para o mal. O bom censo

nos indica que o mau uso de uma coisa boa não a transforma numa

coisa eminentemente má, que seu posso dar um bom uso aquilo

que os perversos usam para o mal.

O casamento estável de tantos crentes e mesmo descrentes

prova que a sexualidade poder ser santificada. O filho que você

dedica ao Criador prova que ter filhos pode ser abençoador. As

ambulâncias que salvam vidas transportando pessoas ao hospital

provam que automóveis podem dar certo. A faca que você usa para

cortar o pão prova que facas podem ser boas.

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26 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

A refeição festiva que você come em agradecimento ao Eterno

prova que uma boa refeição pode promover saúde. A cobertura

fotográfica de uma reunião de adoração e louvor prova que uma

câmera pode ser um excelente instrumento. As primícias, ofertas e

dízimos de seu dinheiro que você consagra ao Eterno e o cuidado

de sua família com o resto prova que dinheiro pode ser fonte de

benção. Nessas coisas os que proíbem joias e acumulam toda uma

série de proibições não contidas na palavra não costumam pensar

minimamente antes de criar mandamentos.

Se usássemos o critério de que é melhor proibir o que serviu à

idolatria em Israel a lista seria enorme e certamente pararíamos de

viver. Teríamos de incluir não só as joias de ouro e prata que foram

dadas pelo Eterno às mulheres de Israel, mas também vestidos

bordados, incenso, azeite de oliveira, mel e farinha e finalmente

proibiríamos aos esposos que gerassem filhos.

Por que até eles junto com tudo o mais foi empregado por

uma nação idólatra para servir aos deuses imundos das nações.

Basta ver a queixa do Eterno contra a nação que deveria ter

permanecido santa como claramente se vê na declaração do Eterno

por meio de seu profeta:

“E tomaste dos teus vestidos e fizeste lugares altos adornados de

diversas cores, e te prostituíste sobre eles, como nunca sucedera, nem

sucederá. Também tomaste as tuas belas jóias feitas do meu ouro e da

minha prata que eu te havia dado, e te fizeste imagens de homens, e te

prostituíste com elas; e tomaste os teus vestidos bordados, e as cobriste;

e puseste diante delas o meu azeite e o meu incenso. E o meu pão que te

dei, a flor de farinha, e o azeite e o mel, com que eu te sustentava,

também puseste diante delas em cheiro suave, diz Yah Elohim. Além

disto, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que me geraras, e lhos

sacrificaste, para serem devorados pelas chamas.” Ychezkel 16:16-20.

Apesar de isso ser tão claro, as autoridades mais elevadas do

ensino teológico na Igreja Adventista tecem o seguinte argumento que

choca pela sua infantilidade e que é atribuído ao Comentário Bíblico

Adventista, uma obra oficial produzida sob os auspícios da Associação

Geral.

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27 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

“Em nenhuma outra passagem bíblica pode se encontrar uma

descrição tão detalhada da corrupção feminina. Se descreve as

mulheres do tempo de Isaías tais quais eram: vãs, arrogantes,

altivas, orgulhosas, mais interessadas em si mesmas do que no

Senhor ou nas necessidades dos que estavam ao redor. O capítulo

é dedicado a advertir a apostasia de Judá e Jerusalém. Não se pode

ler o capítulo sem entender a ligação simbólica dos adornos vãos

com a apostasia. O Senhor iria ferir o ponto mais forte do pecado.” 7

Isso é simplesmente um

argumento vão. A raiz do

pecado não é o desejo da

mulher de parecer mais bela,

mas o de se afastar da Torah.

A relação de um objeto com o

pecado não o torna proibitivo.

A internet pode servir ao

racismo, à prostituição, ao

paganismo e até ao satanismo

e, no entanto serve também à

educação, à informação em

tempo real e hoje largamente

também à evangelização.

Proibir as joias por que

serviram a idolatria é tão

sensato como proibir rádio

por que o comediante conta

piadas pesadas, TV por que

passa novela ou internet por

que por ela circulam fotos de

nudez e pornografia. No

entanto a internet pode ser

tão nefasta como um

promíscuo e tão inocente

como um bebê. 7 O parágrafo é uma citação do site do conferencista adventista Flávio dos Reis sob o tópico: O USO DE JÓIAS, PINTURAS, ETC. http://www.conferencistaflaviodosreis.com.br/news.php?nnid=69

Proibir as joias por que

serviram a idolatria é tão

sensato como proibir rádio

por que o comediante conta

piadas pesadas, TV por que

passa novela ou internet por

que por ela circulam fotos

de nudez e pornografia. Há

uma enorme diferença entre

o uso correto de um objeto e

o uso incorreto.

Trabalhando desde pequeno por Alan Toniolo de Carvalho, Public Domain Pictures, domínio público. http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=6884&picture=trabalhando-desde-pequeno,

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28 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

Seria a Eliminação das Joias um Ato de Purificação?

Apesar disso, mesmo em face de tão variadas provas de que o

uso de joias entre o povo santo foi um direito concedido a eles pelo

há-Kadosh Baruch Hu, os interpretes adventistas, intentam guiados

por uma mente ocidental e puritana encontrar na Torah algum

exemplo que possa solidificar sua aversão ao uso e a sua crendice

de que santificação e joias são incompatíveis. Eles supõem ter

encontrado essa “prova” no fato dos filhos de Yakov terem tirado os

pendentes de suas orelhas antes de se santificarem em Betel.

“Depois disse Elohim a Yakov: Levanta-te, sobe a Beit El e

habita ali; e faze ali um altar ao Elohim que te apareceu quando

fugias da face de Esav, teu irmão. Então disse Yakov à sua família, e

a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos

que há no meio de vós, e purificai-vos e mudai as vossas vestes.

Levantemo-nos, e subamos a Beit El; ali farei um altar ao Elohim

que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no

caminho por onde andei. Entregaram, pois, a Yakov todos os

elohim estranhos, que tinham nas mãos, e as arrecadas que

pendiam das suas orelhas; e Yakov os escondeu debaixo do

carvalho que está junto a Sheken.” Bereishit/Gn 35:1-4

Três perguntas simples feitas

ao texto seriam suficientes para

eliminar tais suposições. A primeira:

Depois de que o Eterno falou com o

patriarca? A segunda: O que Yakov

pediu a seus filhos e aos que o

acompanhavam? E a terceira: O que

eles fizeram com os ídolos e com os

brincos? Bem a primeira pergunta é

a mais importante: Depois de que o

Eterno falou com o patriarca? A

resposta obviamente tem de estar

no texto precedente. 8

8 Shechem siezes Dinah, 17th century, Italian anonimou. Fonte: http://www.liveauctioneers.com/item/6518121.

Wikipedia - Wikimedia Commons. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Shechem_siezes_Dinah.jpg

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29 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

Os filhos de Yakov tinham acabado de se vingar do povo de

Sheken por causa do estupro de sua irmã Dinah matando a todos os

seus homens, que no terceiro dia de sua circuncisão estavam

sofrendo as maiores dores e assim incapacitados para a luta,

inclusive a Hamor, o rei e a seu filho Sheken resgatando Dinah de

sua casa. Sua ira era tanta que eles tomaram como despojo de

guerra a tudo o que encontraram, inclusive pilhando aos mortos.

“Ao terceiro dia (depois da circuncisão), quando os homens

estavam doridos, dois filhos de Yakov, Shimeon e Levy, irmãos de

Dináh, tomaram cada um a sua espada, entraram na cidade com

toda a segurança e mataram todo varão. Mataram também ao fio

da espada a Hamor e a Sheken, seu filho; e, tirando Dináh da casa

de Sheken, saíram. Vieram os filhos de Yakov aos mortos e

saquearam a cidade; porquanto haviam contaminado a sua irmã.

Tomaram-lhes os rebanhos, os bois, os jumentos, e o que havia

tanto na cidade como no campo; e todos os seus bens, e todos os

seus pequeninos, e as suas mulheres, levaram por presa; e

despojando as casas, levaram tudo o que havia nelas.” Bereishit/Gn

34:27-29.

Visto que o episódio se dá depois que os filhos de Yakov

mataram a todos os homens de uma cidade, deixando viver apenas

o gado, as crianças e as mulheres que tomaram para si, e depois que

se contaminaram saqueando os mortos de uma nação idólatra, o

que naturalmente incluía joias dedicadas a seus ídolos, é importante

considerar que o contexto não é o da presença pura e simples de

joias de ouro e brincos entre os filhos de Yakov. Bem isso nos leva à

segunda pergunta: O que Yakov pediu a seus filhos e aos que o

acompanhavam? Vemos que seu pedido foi dirigido não só à

família, mas seguramente aos servos e servas, inclusive as mulheres

e crianças recém arrancadas de seus maridos e de pais em Sheken e

agora agregadas como servas ao patrimônio familiar foi como já

vimos para que todos se purificassem, tirassem seus ídolos e

trocassem suas roupas:

“Então disse Yakov à sua família, e a todos os que com ele

estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós, e

purificai-vos e mudai as vossas vestes.” Bereishit/Gn 35:2.

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Ou seja, há aqui um amplo contexto de purificação. As

mulheres e crianças recém trazidas de Sheken por seus filhos todos

ainda pagãos ou semi pagãos, mal tinham tido tempo de se

desvencilhar de seu passado de adoração aos ídolos. A presença de

elementos de paganismo incluía não apenas os estrangeiros recém

agregados como escravos e escravas à família de Yakov. Seus

próprios familiares estavam de certa forma ainda contaminados.

Os próprios filhos de Yakov haviam saqueado todos os objetos

de valor, inclusive ídolos confeccionados com metais preciosos e

que ainda não tinham sido fundidos. Era esse o problema e nenhum

outro. Lessem melhor adventistas tradicionais, pentecostais e

reformistas e seus irmãos descendentes da mesma família, os das

diferentes organizações que se alcunham Igreja de Deus – do 7º Dia,

o terceiro capítulo de Yeshayahú e o décimo sexto capítulo de

Ezequiel e saberiam que uma das principais causas da indignação do

Criador era justamente o formato das joias das mulheres de Israel.

Isso fica explícito nesse verso:

Ba`yom hahu yasir Adonay et tiferet ha`akasiym ve`hashbisiym

ve`haseharonim.

Naquele dia tirará o Senhor o ornamento dos pés, e as coifas,

e os pendentes em forma de meia lua;

Yeshayahú 3:18.

Adonay abomina a idolatria e qualquer joia que evoque os

ídolos dos gentios precisa ser desfeita e purificada pelo fogo a fim

de dar lugar a uma forma adequada. Se isso não for possível ela

deve ser destruída. Brincos em forma de meia lua, o símbolo de Alah

o deus anti-semita do islamismo, e que se ostenta sobre as mesquita

são uma exemplo disso, e o mesmo se pode dizer de discos solares

que evoquem Baal ou qualquer outra divindade solar. Tais joias são

completamente inadequados para a mulher que teme a Hashem e

ama seu único povo.

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Da mesma forma que não usaremos um brinco ou um anel

que contenha o nome de Alah, Budah, Brahamah ou qualquer outro

deus das nações os filhos de Yakov se viram na obrigação de

vasculhar o ouro que possuíam a fim de livrarem-se rapidamente de

qualquer vestígio de idolatria. No entanto é bom recordar que Yakov

não pediu que seus filhos se livrassem do ouro e das joias, mas que

se livrassem dos ídolos:

“Lançai fora os Elohim estranhos que há no meio de vós,

e purificai-vos e mudai as vossas vestes.” Bereishit/Gn 35:2.

Quem conhece as tradições judaicas já pode imaginar o que

fizeram para se purificar depois de terem pilhado montes de

cadáveres e se contaminado com os mortos. A Torah não diz, mas é

presumível que se tivessem banhado em água e que logo a seguir

para que não se impurificassem de novo tivessem trocado as vestes

empregadas na matança e no saque aos mortos.

Como iriam ao lugar onde o patriarca havia entrado em aliança

com eles através de seu pai e líder tribal, deviam estar livres dos

ídolos. A razão por que incluíram os pendentes que haviam tomado

aos shikemitas que eles continham símbolos idolátricos.

Estas joias não podiam ir com eles até Beit El onde o Eterno

havia feito aliança com Yakov revelando-lhe em sonho que ele

prosperaria em todas as direções. Por outro lado elas não podiam

ser desfeitas a tempo de poderem comparecer ao local estipulado.

Isso nos leva à terceira pergunta: O que eles fizeram com os ídolos e

com os brincos? Por certo não os destruíram. O ouro nunca é

considerado anátema por que passando pelo fogo pode ser

purificado, embora sua forma possa ser anátema. Assim, o patriarca

os escondeu junto a um carvalho, para que mais tarde as peças

fossem eventualmente recuperadas e purificadas pelo fogo. Isso é

tudo, não há a mínima insinuação de que o patriarca considerasse as

joias como pecado. Tampouco há a mínima evidência de que o

Elohim de Avraham e Ytzchak ensinasse semelhante coisa a seus

descendentes mais tarde como já foi demonstrado anteriormente.

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As Santas Mulheres e o Uso de Joias

Dito isso voltemos ao tema que nos ocupa que é a questão do

uso de joias. O uso de joias não só não é condenado nas Escrituras

como também elas mostram seu emprego de forma livre tanto pelos

homens santos como por suas mulheres. Este estudo libertador para

mim livrou-me de preconceitos sem fundamento maior que a luz

emanada dos nossos próprios pés.

Uma vez que não temos autoridade para lançar outros

fundamentos, nem criar mandamentos, embora o tema se afigure

chocante para muitos cristãos acostumados a consultar gostos,

inclinações a livrinhos de igreja ouso comparti-lo aqui. Espero com

isso libertar irmãos sinceros que acham que é seu dever acusar

aquelas mulheres que se sentem livres para empregar tais adornos.A

Torah conta que Eliezer o justo servo de Avraham decidiu culminar a

beleza estonteante de nossa mãe Rivika (Rebeca) com joias de ouro

e prata que ela passou a

usar imediatamente, pois

esse era o costume das

santas mulheres. Esta

imagem foi imortalizada

na magnífica pintura

“Isaac's servant trying the

bracelet on Rebecca's arm

(Servo de Isaque Prova a

Pulseira no Braço de

Rivka)” de Benjamin West

(1738-1720).

“Depois que os camelos acabaram de beber, tomou o homem um

pendente de ouro, de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as mãos

dela, do peso de dez siclos de ouro... Então lhe perguntei: De quem és

filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Nachor, que Milka lhe deu.

Então eu lhe pus o pendente no nariz e as pulseiras sobre as mãos; e,

inclinando-me, adorei e bendisse ao YHWH, Elohim do meu senhor

Avraham, que me havia conduzido pelo caminho direito para tomar para

seu filho a filha do irmão do meu senhor.” (Bereishit/Gn 24:22,47-48)

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A Verdade Sobre Uso de Adornos e Joias Pelos Homens

Está mais que provado que as santas mulheres não viam

qualquer dificuldade no uso de joias de ouro ou de prata. Mas que

dizer então de seu uso por parte dos homens santos? Uma vez mais

a resposta está na

própria Torah que

mostra que Yosef, neto

de Rivika, tendo sido

empossado no cargo

de Vice-Rei do Egito,

recebe das mãos do

próprio Paró um anel

de ouro e um colar de

ouro que foi posto ao

redor de seu pescoço. 9

“E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pós na mão de Yosef, e

o fez vestir de roupas de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu

pescoço.” Bereishit/Gn 41:42.

A visão das joias como coisas pecaminosas pertence ao

mundo gentil e ao puritanismo americano. Para os profetas as joias,

desde que adequadas e livres de idolatria como atrás já se falou,

eram símbolo de benção, de pureza e de sabedoria. Em seus

provérbios o grande rei Sholomo apresenta a sabedoria e o temor

do Eterno como as mais preciosa das joias, como uma diadema para

a cabeça e como colares a roda do pescoço. Isso mostra o quão

distantes estão os grupos puritanos da verdadeira pureza, a que

procede das Escrituras que declaram:

“Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o

ensinamento de tua mãe, porque serão como diadema gracioso em

tua cabeça, e colares ao teu pescoço.” Mishley/Pv 1:8-9.

9 Joseph Overseer of the Pharoahs Granaries, by Sir Lawrence Alma-Tadema, oil on canvas, 1874. Lawrence Alma Tadema (1836-1912). Wikipedia – Wikimedia Commons. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Joseph_Overseer_of_the_Pharoahs_Granaries.jpg

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É, pois lamentável que grupos que tanto contribuíram para

que o shabat e a comida kashrut chegassem ao mundo cristão

tenham simplesmente ignorado o pensamento dos profetas para

caminharem nas faíscas de seus próprios pés. Isso se traduziu na

criação de mandamentos como não use brincos, não portes anéis

não coloques colares à roda do pescoço. Isso apesar de que o

próprio testemunho bíblico é plenamente favorável ao uso de

colares inclusive pelos homens. Se não bastasse a declaração de

Shlomo que na linguagem metafórica atribui o apego à Torah ao

cuidado que um homem tem com o colar amarrado em volta de seu

pescoço, temos ainda o testemunho grandioso do triunfo de

Mordechai.

A vitória sobre seus inimigos e sobre os inimigos de seu povo

em Susã, capital do reino da Pérsia foi celebrada pelo judeu

Mordechai, passeando

vestido com as roupas

da realeza, tendo uma

coroa de ouro puro

sobre a cabeça e um

manto de linho fino e

púrpura. Assim desfilou

ele em glória para

alegria de seu povo que

iluminado pela luz

emanada do céu através

dos profetas jamais vira o uso de joias como pecado. 10

“Então Mordechai saiu da presença do rei, vestido de um traje real

azul celeste e branco, trazendo uma grande coroa de ouro, e um manto

de linho fino e de púrpura, e a cidade de Susã exultou e se alegrou. E

para os judeus houve luz e alegria, gozo e honra.” Ester 8:15-16.

Yeshua por seu turno também apresenta a grandeza do

perdão ao filho errante na figura dos melhores vestidos colocados

sobre o jovem, do anel em seu dedo e das sandálias nos seus pés. 10 The Triumph of Mordechai, 1624. Pieter Lastman (1583–1633) . Wikimedia Commons. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pieter_Pietersz._Lastman_-_The_Triumph_of_Mordechai.jpg

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Isso é uma indicação clara de que para o Mestre dos mestres

não havia nada de errado com o uso das joias, mas que pelo

contrário elas testificavam da alegria e das bênçãos alcançadas pelo

Criador.

“Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa,

e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés.” Lucas

15:22.

Todos estes fatos depõem claramente contra a teoria as vezes

estremada de que o povo santo tem de ter um próprio modelo de

vestido diferente da roupa usada pelos gentios ou que não possa

usar joias e adereços de ouro e prata, ideia ainda presente em vários

grupos derivados da Igreja de Deus do Sétimo Dia assim como em

algumas igrejas pentecostais dominguistas.

Pode um Marido Crente dar Jóias à Esposa?

Não há, pois a menor dúvida

para quem quer que consulte as

Escrituras que o uso de joias não

está proibido, pois o Eterno as deu

a seu povo com alegria, e se alguma

vez reclamou não foi do ouro que

lhes deu, mas do mau uso que

fizeram do mesmo como atrás já se

viu. Por causa disso um israelita

aprende a ver na sua esposa uma

pessoa tão merecedora de joias

como o é a Rainha Elisabeth II da

Inglaterra e só não oferece as

melhores joias a ela como Shlomo

fazia às suas mulheres se não tiver

os meios para isso. 11

11 La Reine Élisabeth II du Royaume-Uni. Photo prise au cours d'une visite du Goddard Space Flight Center de la NASA, à Greenbelt, dans le Maryland (États-Unis). Wikipedia – Wikimedia Commons. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Elizabeth_II_greets_NASA_GSFC_employees,_May_8,_2007_edit.jpg

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Essa é a conclusão lógica que se

pode extrair da investigação do

assunto a partir do contexto geral das

Escrituras. Não há, pois a mínima

incompatibilidade entre a santidade

bíblica e o uso de joias femininas ou

mesmo masculinas.

A verdade é que os homens de

Israel sempre viram na sua esposa

amada uma pessoa merecedora das

melhores joias e presentes,

especialmente se estes incluírem ouro

e prata.12

Não há absolutamente nada de mal numa mulher santificada

ornada de ouro e prata. Shlomo via no embelezamento das éguas

que transportavam a carruagem real de Paro um modelo de

comparação para a beleza de sua amada enfeitada com os colares à

volta do pescoço.

Qualquer estudioso das Escrituras sabe que Shir le Shirim, é

uma exposição magnífica

do amor o marido pela

esposa, símbolo do amor

do Eterno por Israel. E

como isso fosse pouco ele

no lugar de todos os

esposos de Israel declara

sua disposição de fazer

tranças de ouro

marchetadas com pontos

de prata:13

12 Designed by Charles Robert Ashbee (1863 - 1942) Made by the Guild of Handicraft Ltd, London British 1901 Item number: M23-1965, Necklace. Autor: Claire H. from New York City, USA Wikipedia – Wikimedia Commons. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Necklace_(3922815556).jpg 13 Blog: História da Arte. http://historiadaarte2009.blogspot.com/2009_08_01_archive.html

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“A uma égua dos carros de Faraó eu te comparo, ó amada

minha. Formosas são as tuas faces entre as tuas tranças, e formoso

o teu pescoço com os colares. Nós te faremos umas tranças de

ouro, marchetadas de pontinhos de prata.” Shir le Shirim/Ct 1:9-11.

Isso é tão fortemente ligado à cultura judaica que o profeta

Yeshayahú em busca de algo que melhor figurasse a alegria da

salvação a comparou a uma noiva enfeitada de joias e a um noivo

adornado de turbante.

“Regozijar-me-ei muito em YHWH, a minha alma se alegrará

no meu Elohim, porque me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me

com o manto de justiça, como noivo que se adorna com uma

grinalda, e como noiva que se enfeita com as suas jóias.”

Yeshayahú/IS 61:10.

Tivessem as joias conotação negativa e jamais o profeta usaria

essa metáfora para descrever a alegria dos santos. Cada homem em

Israel está ornado da salvação como o noivo com seu turbante, cada

mulher como a noiva com suas joias. Assim, é mais fácil acreditar no

gato de botas, na mula sem cabeça e no minotauro do que acreditar

que uso de joias é condenado pelas Escrituras. Pois se a Bíblia não

diz que existe gato de botas também não diz que não existe, por

outro lado, ela confirma que o povo santo, inclusive os profetas

falam das joias como coisas boas e adequadas às mulheres santas.

Um crente não deve se alimentar de fantasias interpretativas. São

justamente estas fantasias, fruto da fertilidade da mente que os

impedem de avançar. Como poderiam avançar nalgum ponto

aqueles que são or portadores da luz, da doutrina, da autoridade de

Yeshua? Uma lástima darem-se as pessoas a fábulas destituídas de

base.

As Escrituras não só recomendam o uso de joias como

também não prescrevem uma forma absoluta de vestimenta. Nesse

sentido Herbert e sua esposa Loma Dillon Armstrong também

merecem nossos parabéns, embora sua objeção firme ao uso de

maquiagens deva ser vista como um exagero desnecessário, algo a

que seus herdeiros mais fiéis hoje já consideram ultrapassado.

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Loma se trajava com elegância e usava joias com discrição, que

é o que se recomenda numa mulher consagrada. Eles conseguiram o

que era impensável entre os sabatistas da época, desvencilhar-se de

mandamentos humanos destituídos de qualquer virtude enquanto

apontavam para aquilo que procedia da Torah. Armstrong e Loma

ousaram desafiar antigas tradições oriundas do puritanismo e nada

devidas ao judaísmo bíblico ou à palavra profética demonstrando

que a mulher consagrada pode aliar modéstia, bom gosto e

discrição no uso das joias.

A Necessária Discrição no Uso das Joias

Ainda que não exista nenhum

mandamento contra o uso de joias,

há todavia recomendações na brit

chadashá para que a mulher

consagrada não se atavie de tal forma

que venha a ser admirada apenas

pelos decotes de suas roupas, pelo

frisado de seus cabelos, pela

abundância e volume de suas pérolas,

pelo entalhe de suas joias de prata ou

pelo brilho de suas pulseiras. Os

atavios da czarina Maria Fjodorowna,

e das princesas de seu tempo podem

ter ficado bem para o brilho das

cortes russas do século XIX, mas não

são recomendáveis para uma reunião de louvor e adoração. 14

Aqui é preciso levar em conta o bom censo. Uma mulher

santificada não deve se cobrir com tantas joias a ponto de que todos

os olhares convirjam para o seu exterior e que ela seja admirada

apenas pelo brilho dos atavios.

14 Portrait of Maria Fyodorovna, born Princess Dagmar of Denmark , wife of russian tsar Alexander III. Russian painter I.N. Kramskoi (1837-1887). Ano 1880. Wikipedia – Wikimedia Commons. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Maria_Feodorovna_by_Kramskoj.jpg

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Seus cabelos não precisam ser trançados com fios de ouro,

coisa que nem uma princesa sensata faz hoje como se viu

recentemente na singeleza do casamento entre o príncipe Wiilian e

a agora princesa Kate. Além disso, é preciso que ela saiba que estes

adornos, mesmo presentes não são os únicos e nem são os mais

importantes. Devem antes se combinar com a beleza interior que

emana de toda a mulher santa.

“Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos

maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à palavra,

sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres,

considerando o vosso procedimento casto e com temor. Não seja o seu

adorno o enfeite exterior dos cabelos entrançados, das guarnições de

renda de ouro ou da compostura dos vestidos, mas seja o homem que

está escondido no coração, no vestido incorruptível de um espírito

manso e tranquilo, que é de grande estima diante de Elohim. Pois assim

se adornavam também noutro tempo as santas mulheres que esperavam

em Elohim, estando sujeitas a seus maridos, como Sara obedeceu a

Avraham, chamando-lhe senhor, da qual vos tornais filhas, se fazeis o

bem e não temeis perturbação alguma.” Kefa Alef/1Pd 3:1-5.

Kefa não está criando um novo

mandamento ordenando a abstinência de

penteados, uso de rendas, de ouro ou

belos vestidos ou joias, e nem fazendo

tábua rasa de tudo o que já fora dito

através dos profetas e que é francamente

favorável ao embelezamento físico da

mulher, inclusive com joias, mas

simplesmente dizendo que seu adorno

não pode consistir apenas dessas coisas

exteriores. Ela não há de se comportar como uma rainha cercada de

aristocratas, onde o poder e a influência parecem emanar do brilho

das joias, mas sempre recordar que sua grandeza é imitar as santas

mulheres, que mesmo usando joias sabiam cultivar excelentes

relações com seus maridos. Essa é a mensagem de Kefa. 15

15 Portrait of Empress Maria Fiodorovna in a Head-Dress Decorated with Pearls, 1880, Hermitage Museum, Wikipedia – Wikimedia Commons. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Maria_Fyodorovna_(Kramskoj,_1880s).jpg

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De nada vale que a mulher cuide de sua aparência e beleza

exterior e descuide seu caráter fazendo que ele cintile pelos seus

defeitos em vez de brilhar pelas suas virtudes. O próprio fato de

Kefa se referir às santas mulheres do passado, tendo como modelo

as matriarcas, que usavam joias de ouro e prata em abundância,

mostra que o emprego desse texto com o objetivo de proibir tais

usos está completamente fora de contexto.

É evidente que quando mais extenso for um colar, quanto mais

espesso for seus elos e mais densas suas pérolas e incrustações mais

extenso também será o decote exigido para que as joias estejam

sobre a pele e não sobre a roupa, mais um motivo para que a

mulher santa evite os excessos no uso das joias. Além disso, deve-se

considerar que quando o uso de joias se torna uma obseção,

quando as mulheres mais pobres querem viver como se fossem

princesas, imitando aquelas de maior poder aquisitivo na

congregação o resultado será o descuido de outras áreas da vida

que requerem atenção como a roupa dos filhos, o mobiliário da casa

ou mesmo a alimentação equilibrada.

Ou, seja mesmo no uso das joias deve-se considerar que uma

mulher que ganha pouco mais que o salário mínimo não pode

pretender se vestir como uma que ganha dez salários. A modéstia,

que é a virtude de ser comedida, prudente e equilibrada exige que a

mulher sempre escolha seus ornamentos em virtude de seu real

poder aquisitivo. Que sentido teria se uma mulher chegasse na

congregação carregada pelo esposo numa bicicleta exibisse um

colar de 50 gramas de ouro? Não seria muito mais sensato guardar

esses recursos para comprar um veículo motorizado?

Ora, quando Eliezer, portador dos ricos presentes de Avraham

e Sara para sua futura nora esteve certo de que Rivika era a mulher

certa para Ytzchak, tomou então um aro de ouro de meio siclo de

peso (5,712 gramas) e duas pulseiras para as mãos da jovem

também de ouro com o peso de dez siclos (114,24 gramas) ou 229

gramas no total. Mas Eliezer representava um homem a quem o

Eterno enriquecera maravilhosamente bem.

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Não parece curioso que o aro

de ouro pesasse menos de seis

gramas? (Bereishit/Gn 24:22) A razão

disso será dada mais tarde, o aro

não era para pendurar nas orelhas,

mas para ser posto no nariz

(Bereishit/Gn 24:47) como o piercing

hoje usados no ocidente, mas

largamente usado não só na África

mas em todo o Oriente desde os

tempos bíblicos. Isso explica o fato

de ser tão delicadamente leve em

comparação com as pulseiras que

pesavam 40 vezes mais.16

Estamos falando de um presente valioso e a altura da riqueza

do sogro que havia sido abençoado muitíssimo dando-lhe

“rebanhos e gado, e prata e ouro, e servos e servas,” (Bereishit/Gn

24:35). Assim o peso total das joias em ouro pode ter acendido a

234 gramas e o valor a 17.213 reais considerando-se somente o

preço da grama do ouro sem considerar o trabalho do ourives. Isso

é bem mais do que a maioria dos maridos poderia se dar ao luxo de

presentear às suas santas mulheres.

Claro que isso não impede, mesmo ao marido pobre de dar

uma corrente de ouro de algumas gramas ou um simples brinco à

sua esposa como demonstração de afeto. Cada um deve se trajar e

se ornar de acordo com as rendas que o Altíssimo lhe dá. Não

somos felizes por que imitamos aos outros, por usufruir o nosso.

Este presente bem pode se inspirar no peso do pendente que Eliezer

deu a Rivika, e que era de apenas seis gramas. Esteja certo que sua

mulher gostará de ser tratada como uma princesa, estando ela livre

das presepadas puritanas criadas pelas igrejas anglo-americanas

hoje presentes no Brasil e no mundo.

16 Mumbai slum mother holding child. Mother in sari, with several Indian ear piercings and a nose

piercing.. Autor: Wen-Yan King. Fonte Flickr. Wikipedia – Wikimedia Commons.

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mother_and_child_in_Mumbai.jpg

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Aliás, a modéstia está justamente nisso, no equilíbrio no uso

dos meios que recebemos do Altíssimo. Cada estando contente com

os dons que recebe.

E se as Joias Incitarem a Inveja Fazendo Outros Pecarem?

No entanto não posso concluir esse estudo sem analisar um

dos argumentos que tenho escutado contra o uso e ostentação de

joias. A inveja e o sentimento de inferioridade que elas podem

despertar em quem possui menores recursos. Sou de pensamento

completamente diferente. Se é para despertar esses sentimentos em

alguém quanto mais rápido eles se manifestarem, melhor, pois só

assim serão tratados pela alma que os alimente. É preciso que se

trate a inveja não pelos sintomas, mas pelas causas.

Precisamos estar

conscientes de que

descontentamento e a inveja

podem se manifestar pelos mais

variados motivos. E se você

pensa que somente um colar d

pérolas comprado para sua

esposa no 25° ano de seu

aniversário de casamento pode

despertar a inveja nalgum irmão

que não cuida de seu coração

está enganado. Já Shlomo dizia

que a inveja é pior que o furor,

e mais letal que a ira. Por que?

Por que a inveja pode detonar

todo o tipo de reações. 17

“Cruel é o furor, e impetuosa é a ira; mas quem pode resistir à

inveja?” Mishley/Pv 27:4.

17 A golden pearl necklace., http://www.flickr.com/photos/28481088@N00/160781389/ Autor: Flickr.com user "tanakawho" . Wikipedia- Wikimedia Commons. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Golden_pearl_necklace.jpg

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43 OO EEmmbbeelleezzaammeennttoo ddaa MMuullhheerr PPiieeddoossaa ee aass EEssccrriittuurraass

O que falta? Atentar para a soberania do Criador. Ele fez a

Rivika que portava sua pulseira de 200 gramas de ouro entre muitas

outras joias e bens e a serva que era incapaz de viver por sua própria

conta. No entanto cada uma das duas tinha motivo para ser feliz,

pois ambas haviam alcançado favor de Yah. Como não estaria feliz a

serva de tão abençoada mulher cuja vida distribuía graça, beleza e

bondade por cada lugar que passava semeando bênçãos ao seu

redor?

Como não estar alegre se graças a sua campainha adquiriu o

mérito de ter ajudado a criar Yakov, o santo pai de Israel, ter seu

nome escrito para bem no mais sagrado de todos os livros, a Bíblia,

de ser sepultada em ditosa velhice em Beit El o mesmo lugar onde o

Eterno fez aliança Yakov e lhe mudou o nome para Israel? Da mesma

forma como não podia estar feliz a senhora que tinha como serva

uma mulher tão valiosa que jamais se cansou de estar a seu lado, e

que se alegrava ao ver o carinho que lhe dedicava a seus filhos e a

forma como se portava para que sua casa fosse um centro de

bênçãos?

Quando pensamos nisso cada dia de vida, cada nascer do sol,

cada luz que brilha nas nossas noites, cada refeição posta sob a

mesa, cada sorriso de um bebê, cada latido de um cão, cada assobio

de um pássaro, cada perfume de uma flor tudo se converte num

motivo para comemorar. E até mesmo o colar de pérolas que alegre

a uma de nossas irmãs. No entanto, mesmo a mulher rica que serve

a Adonay tem o dever de exercer modéstia não exibindo tantas joias

que façam vincar propositadamente sua alta posição social ante

aquelas que não poderiam dar o mesmo passo, isso especialmente

quando se relaciona com mulheres que ignoram a palavra.

Teria Paulo Proibido o Uso de Joias?

Não há dúvidas pelo contexto bíblico que o que se recomenda

em todos os casos é a modéstia por parte dos que dispõem mais e o

contentamento por parte dos que possuem menos.

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O verdadeiro crente experimenta antes de tudo a alegria do

receber do que a alegria do ter. Contudo, que dizer da declaração de

Shaul feita a Timóteo segundo a qual parecem estar proibidas joias,

pérolas, vestidos de seda, frisado de cabelos, bem como ensino e

uso de autoridade por parte da mulher? Teria realmente sua palavra

anulado a tudo o que Moshe e os profetas disseram sobre joias?

Estas são perguntas fundamentais por que a maioria dos

crentes afirma que Shaul a quem chamam de Paulo não veio para

criar uma nova religião, mas para andar nas pisadas deixadas pelos

profetas que como já vimos favoreciam o uso de joias. Ainda assim,

sua declaração merece nosso respeito, e embora parece se isolar do

contexto das Escrituras, e justamente por isso precisa ser analisada.

“Para o que (digo a verdade, não minto) eu fui constituído

pregador e apóstolo, mestre dos gentios na fé e na verdade. Quero, pois,

que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira

nem contenda. Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem

com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou

com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas (como convém a

mulheres que fazem profissão de servir a Elohim) com boas obras. A

mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que

a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em

silêncio. Porque primeiro foi formado Adam, depois Chavá. E Adam não

foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão;

salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade

na fé, no amor e na santificação.”

É muito curioso que grupos que empregam esse texto para

proibir o uso de joias o ignoram ao permitir a liderança espiritual da

mulher, como ocorre, por exemplo, no adventismo, onde a Sra.

White tem senão sempre a última palavra, pelo menos a penúltima.

Assim, antes de tirarmos ilações descabidas transformando o

desejo de Shaul num mandamento, e suas declarações numa fonte

de machismo tão em voga nas “Igrejas de Deus” modernas

reconheçamos que há um amplo contexto envolvendo a declaração

de Shaul.

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Em primeiro lugar ele está afirmando que sabia que havia sido

constituído apóstolo para os gentios. Isso pressupõe uma

recomendação aos gentios, que por conhecerem pouco das

Escrituras precisavam de sua orientação. Em segundo lugar ele está

dizendo que quer que os homens ergam suas mãos na hora da

oração. Esse era o costume judaico a séculos. Shlomo havia erguido

suas mãos ao céu na hora de abençoar a casa que havia edificado

em honra ao Eterno, bem como ao orar. (Melachim Alef/1Rs 8:22,54)

Logo clamou ao Altíssimo para que dali em diante abençoasse

a todos os que erguem as mãos em direção ao Beit Há Mikdesh que

acabara de edificar a seu nome. (Melachim Alef/1Rs 8:38 Divrey há

Yamim Beit/2Cr 6:29). Shaul não chega a dar esse mandamento aos

gentios, o que ele diz é que quer ou deseja “que os homens orem

em todo lugar, levantando mãos santas,” ou seja, que eles imitem ao

povo escolhido em sua forma de culto e ao fazer isso está operando

de acordo com o que Shlomo pedira ao Eterno. No entanto ele não

chega ao ponto de pedir que orem conforme o modelo proposto

por Shlomo que incluía o estender as mãos no rumo da cidade

santa. Provavelmente ele espera que eles venham a conhecer esta

palavras por si mesmo e daí se limita a desejar que ergam suas

mãos.

Tudo o que ele dirá depois será o reflexo de seu desejo, de seu

querer, e não deve ser visto como mandamento, mas como

conselho. Como apóstolo dos gentios ele está ante uma nova

realidade. As roupas das mulheres gregas nem sempre era

recomendáveis, suas joias muitas vezes evocavam temas pagãos,

seus penteados e a arrumação de seus cabelos não raro eram

espalhafatosos. Assim como não se surfa na praia de jeans e blusão

e não se vai ao culto de short e regata a liberdade com que uma

mulher se veste em casa diante de seu esposo, de seus filhos e de

suas filhas não é adequada para a congregação.

Uma única censura real é vertida na brit chadashá é contra a

deferência para com um homem que entre na nossa congregação

com um anel de ouro no dedo e vestido de forma esplendida.

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O que se censura ali não é o uso do ouro, mas o fato de que o

brilho do ouro nos leve a

desprezar os menos favorecidos.

Yakov mostra que temos a

solene obrigação de tratar a

todos de forma igualitária. Que

um irmão rico, portando um anel

de ouro no dedo não merece

melhor tratamento que o que

deve ser dispensado a um pobre

andrajoso.18

“Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Adon Yeshua há

Maschiach, Adon da kvod, em acepção de pessoas. Porque, se entrar na

vossa reunião algum homem com anel de ouro no dedo e com traje

esplêndido, e entrar também algum pobre com traje sórdido. e

atentardes para o que vem com traje esplêndido e lhe disserdes: Senta-te

aqui num lugar de honra; e disserdes ao pobre: Fica em pé, ou senta-te

abaixo do escabelo dos meus pés, não fazeis, porventura, distinção entre

vós mesmos e não vos tornais juizes movidos de maus pensamentos?”

Yakov/Tg 2:1-5.

Logo, é mais que evidente que a sinagoga ou a igreja são

locais apropriados para se entrar com ouro e com roupa da mais alta

qualidade desde que esses atavios exteriores não ofusquem o brilho

do caráter santificado pela Torah que exige amor para com todos.

18 Joe Theismann's Superbowl Ring & Conference ring, Philkon Phil Konstantin. Wikipedia – Wikimedia Commos. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Joetheismannrings.jpg