“O EMPREENDEDOR BRASILEIRO - Cloud Object...
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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOO
PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO
“O EMPREENDEDOR BRASILEIRO – UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE PERSONALIDADE, INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E DESEMPENHO".
VVIITTOORR DDEE MMEEDDIINNAA CCOOEELLII RROOMMAA
OORRIIEENNTTAADDOORRAA:: FFLLAAVVIIAA CCAAVVAAZZOOTTTTEE
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2006.
ii
“O EMPREENDEDOR BRASILEIRO – UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE
PERSONALIDADE, INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E DESEMPENHO".
VITOR DE MEDINA COELI ROMA
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Profissionalizante em Administração como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre em Administração.
Área de Concentração: Administração
ORIENTADORA: FLAVIA CAVAZOTTE
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2006.
“O EMPREENDEDOR BRASILEIRO – UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE
PERSONALIDADE, INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E DESEMPENHO".
iii
VITOR DE MEDINA COELI ROMA
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Profissionalizante em Administração como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre em Administração.
Área de Concentração: Administração
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Professor FLAVIA DE SOUZA COSTA NEVES CAVAZOTTE (Orientadora)
Instituição: Ibmec
_____________________________________________________
Professor LUIS ALBERTO NASCIMENTO
Instituição: Ibmec
_____________________________________________________
Professora ISABELLA CHINELATO SACRAMENTO
Instituição: COPPEAD/UFRJ – Instituto Viventia
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2006.
iv
FICHA CATALOGRÁFICA
Entrar em contato com a biblioteca no 14º andar,
ou através do e-mail: [email protected]
DEDICATÓRIA
À minha esposa Fernanda e meu filho Antonio Henrique,
pelo amor, incentivo e apoio constante.
Aos meus pais, José Guilherme e Maiza,
a quem tanto devo.
vi
AGRADECIMENTOS
O privilégio de ser orientando por Flavia Cavazotte, a quem considero, mais do que uma
professora e orientadora, uma grande amiga.
À minha esposa e grande amiga Fernanda, pela força nos momentos decisivos e pela
compreensão nos momentos difíceis.
Aos meus pais, por todo o esforço que fizeram para que eu pudesse estudar, bem como pelo amor
e confiança no meu sucesso.
À minha irmã Flávia, que me fez ver que entendendo a cabeça das pessoas eu poderia ir bem
mais longe.
Ao professor Leandro Cabral de Almeida, o melhor professor que já tive, e que foi quem me
despertou a vontade de fazer este estrado.
Ao meu sócio Fernando de La Riva, o maior perfil empreendedor que já conheci pessoalmente,
que me fez perceber que para acompanhá-lo nos desafios que estavam por vir eu precisaria
melhorar ainda mais.
vii
RESUMO
Neste trabalho foi investigada a relação entre o perfil do empreendedor brasileiro e seu
desempenho. Este perfil foi estudado levando-se em consideração aspectos de personalidade e
inteligência emocional. Um questionário estruturado foi aplicado a uma amostra de 133
empreendedores brasileiros, a maioria atuando na região sudeste, com negócios operacionais.
Uma vez levantado o perfil destes empreendedores, foram realizadas análises de regressão, a fim
de verificar a importância dos traços estudados no faturamento e longevidade dos respectivos
empreendimentos. Os resultados sugerem que o desempenho de empreendedores atuando em
serviços está associado a traços ligeiramente distintos daqueles atuando na indústria e no
comércio.
Palavras Chave: Empreendedorismo, Inteligência Emocional, Desempenho, Personalidade.
viii
ABSTRACT
This paper investigates the relation between the profile of the Brazilian entrepreneur and his/hers
performance. This profile was studied taking into consideration personality aspects and emotional
intelligence. A structured questionnaire was applied to a sample of 133 Brazilian entrepreneurs,
the majority managing active business in the Southeastern region. After gathering the profile of
these entrepreneurs a number of regression analyses were made in order to verify the relevance of
the factors studied towards the revenue levels and the longevity of the Enterprises. The results
suggest that the performance of entrepreneurs acting in services is affected by slightly distinct
factors than those acting in the industry and the commerce.
Key Words: Entrepreneur, Emotional Intelligence, Performance, Personality.
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fatores que influenciam no processo empreendedor........................................... 17
Figura 2 - Gráfico % TEA ................................................................................................ 21
Figura 3 – Evolução do TEA segundo necessidade – Brasil 2001 a 2004 ............................ 21
Figura 4 – Distribuição da amostra por estado ................................................................... 60
Figura 5 – Distribuição da amostra por setor de atividade .................................................. 61
Figura 6 - Distribuição da amostra por idade de negócio .................................................... 62
Figura 7 - Distribuição da amostra por número de funcionários.......................................... 63
Figura 8 - Distribuição da amostra por escolaridade........................................................... 64
Figura 9 - Distribuição da amostra por formação acadêmica .............................................. 65
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -Empreendedorismo: principais linhas de pensamento ......................................... 31
Tabela 2 - Inteligência Emocional - Tabela adaptada de Mayer & Salovey ......................... 46
Tabela 3 – Distribuição da amostra por estado ................................................................... 59
Tabela 4 – Distribuição da amostra por setor de atividade .................................................. 61
Tabela 5 - Distribuição da amostra por idade de negócio ................................................... 62
Tabela 6 - Distribuição da amostra por número de funcionários ......................................... 63
Tabela 7 - Distribuição da amostra por escolaridade .......................................................... 64
Tabela 8 - Distribuição da amostra por formação acadêmica .............................................. 65
Tabela 9 – Quadro de médias relevantes............................................................................ 66
Tabela 10 – Quadro de correlações dos setores de indústria e comércio .............................. 69
Tabela 11 – Quadro de correlações do setor de serviços ..................................................... 70
Tabela 12 – Tabela de regressão setor de serviços/
Var. dependente: faturamento por funcionário ................................................................... 71
Tabela 13 – Tabela de regressão setores de indústria e comércio/
Var. dependente: faturamento por funcionário ................................................................... 73
Tabela 14 – Tabela de regressão setor de serviço/
Var. dependente: idade do negócio.................................................................................... 74
Tabela 15 – Tabela de regressão setores de comércio e indústria/
Var. dependente: idade do negócio.................................................................................... 75
Tabela 16 – Tabela de regressão setores de comércio e indústria/
Var. dependente: idade do negócio – teste/ exercício ........................................................ 76
Tabela 17 – Tabela de regressão toda a amostra/
Var. dependente: idade do negócio.................................................................................... 77
Tabela 18 - Principais temas do empreendedorismo abordados ........................................ 102
xi
Tabela 19 - Artigos publicados por Instituições (1998 - 2002) ......................................... 102
xii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13
2. PROBLEMA DA PESQUISA .................................................................................. 15 2.1 TEMA E QUESTÃO DO TRABALHO-CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................... 15
2.2 OBJETIVO DA PESQUISA ..................................................................................................................... 18
2.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TRABALHO ......................................................... 18
3. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 25 3.1 EMPREENDEDORISMO......................................................................................................................... 25
3.2 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL .............................................................................................................. 42
3.3 EMPREENDEDORISMO E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ............................................................... 50
4. METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 56 4.1 REFERENCIAL SOBRE A PESQUISA .................................................................................................. 56
4.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .......................................................................................... 56
4.3 PROCEDIMENTOS.................................................................................................................................. 57
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................................................... 58
4.5 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................................................... 67
4.6 RESULTADOS DA PESQUISA .............................................................................................................. 67
5. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 78
6. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................ 86
7. APÊNDICES ............................................................................................................ 95 A. CARTA DE APRESENTAÇÃO E QUESTIONÁRIO ............................................................................. 95
B. QUESTIONÁRIO ....................................................................................................................................... 95
8. ANEXO ................................................................................................................... 101 A. O ESTÁGIO ATUAL DOS ESTUDOS DE EMPREENDEDORISMO NA PRODUÇÃO ACADÊMICA
BRASILEIRA ................................................................................................................................................. 101
B. LISTA DE PROFISSÕES DO MINISTÉRIO DO TRABALHO ............................................................. 103
C. LISTA DE ATIVIDADES ECONÔMICAS SEGUNDO O IBGE........................................................... 104
13
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é o sétimo país do mundo em capacidade empreendedora (Global Entrepreneurship
Monitor - GEM, 2005). Todos os anos são abertas cerca de 700 mil novas empresas no país.
Porém, para cada dez novas empresas, sete são fechadas ainda antes do seu quinto ano de
existência (IBGE, 2006). Dados como estes corroboram a importância do tema
empreendedorismo na literatura em Administração, evidenciando a relevância de se buscar
compreender melhor a personalidade e as competências gerenciais associadas ao sucesso dos
empreendedores em seus negócios.
Este trabalho tem por objetivo investigar a relação entre o perfil do empreendedor brasileiro e
seu desempenho considerando, particularmente, traços de personalidade e inteligência
emocional. Trata-se de um estudo exploratório preliminar, dada à relativa escassez de
investigação científica, teórica ou prática, sobre o assunto. Os aspectos de personalidade
escolhidos são aqueles que reconhecidamente parecem relevantes no estudo sobre traços
individuais preceptores de sucesso em funções gerenciais, a fim de observar se seriam
igualmente relevantes no contexto do empreendedorismo.
O próximo capítulo apresenta a questão principal da pesquisa, sua contextualização dentro do
atual momento do estudo da Administração, os objetivos específicos do trabalho, bem como a
justificativa para a relevância do mesmo.
14
O terceiro capítulo apresenta e discute a literatura sobre três temas: o primeiro deles é o
empreendedorismo, para que o leitor possa se situar sobre o conceito principal da pesquisa,
tendo como foco os aspectos comportamentais, características e tendências já pesquisadas por
seus principais autores; o segundo é a inteligência emocional, descrevendo as teorias e as
pesquisas; e, finalmente, uma argumentação sobre as associações entre empreendedorismo e
inteligência emocional, que ressalta a necessidade e a importância de se investigar mais
detalhadamente o perfil dos empreendedores, particularmente suas competências emocionais,
para a construção de unidades comparativas e métricas de apoio.
O quarto capítulo descreve a metodologia empregada na pesquisa, delimitando o escopo do
componente empírico do trabalho e descrevendo a coleta de dados. Além disso, este capítulo
sumariza os resultados obtidos e sua análise.
O quinto capítulo traz as conclusões do estudo e as recomendações para os estudos futuros.
15
2 PROBLEMA DA PESQUISA
2.1 TEMA E QUESTÃO DO TRABALHO
As organizações, num passado recente, sofreram e ainda sofrem forte estímulo para se
adaptarem a uma nova realidade de competição, sendo assim obrigadas a realizar uma série de
mudanças não só comerciais, mas também tecnológicas, estruturais e comportamentais
(MORGAN, 1986).
O ambiente empresarial atual, portanto, sofreu mudanças consideráveis neste período (SILVA
e FERNANDES, 1998), a destacar a influência de alguns fatores:
Revolução tecnológica
Desregulamentação da atividade financeira
Globalização – fim de barreiras comerciais internacionais
Aumento da concorrência e do padrão de exigência dos consumidores
Estes fatores geraram conseqüências que, se analisadas, justificam por si só as mudanças
corporativas descritas por Morgan:
16
1. Os clientes assumem o controle das negociações devido ao aumento da concorrência,
maior possibilidade de escolha, maior acesso às informações e maior conhecimento do
mercado. Tornam-se mais exigentes, demandando produtos customizados;
2. A concorrência assume padrões diferentes formados por outras características, além da
disputa por preço, como qualidade, confiabilidade, velocidade e capacidade de inovar.
Assume também um escopo global, onde as empresas operam num mercado mundial;
3. A mudança em si própria é uma força constante na conjuntura atual, fortemente
presenciada na diminuição do ciclo de vida dos produtos e nas constantes mudanças
estruturais das empresas.
Os fatores descritos acima trouxeram como conseqüência imediata um aumento crescente dos
índices de desemprego, com milhões de pessoas sendo colocadas à margem do mercado de
trabalho. Esta recondução das pessoas que compõem o universo produtivo tem acabado por
fazer com que estas se insiram ao mundo dos negócios com o propósito de administrar seu
próprio empreendimento (JONATHAN, 2000), o que trará uma reorganização das relações de
trabalho.
Maior competição, menos estabilidade, alterações nos vínculos empregatícios e nas relações
de trabalho são variáveis que têm obrigado às organizações a mudarem seu entendimento a
respeito da variável capital humano, o que tem sido objeto de grande estudo ultimamente.
Diante disso, torna-se necessária a qualificação dessas pessoas para atuarem de forma efetiva
na nossa sociedade, como agentes de mudanças e como parceiros na criação de novas
possibilidades (JONATHAN, 2000).
17
A existência de indivíduos conhecidos como empreendedores é a condição básica para o
surgimento de novos empreendimentos. Porém, a decisão de tornar-se empreendedor pode
ocorrer também por acaso. Segundo Dornelas (2001) essa decisão ocorre devido a fatores
externos, ambientais e sociais, a aptidões pessoais ou a um somatório de todos esses fatores,
que são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova empresa.
A figura abaixo demonstra alguns fatores que mais influenciam esse processo durante cada
fase.
Figura 1 - Fatores que influenciam no processo empreendedor Fonte: Dornelas (2001)
O objeto do estudo desta pesquisa pretende ser justamente os atributos do empreendedor
brasileiro e a relação destes fatores com o conceito de inteligência emocional como alavanca
no processo de obtenção do bom desempenho nas iniciativas empreendedoras.
18
2.2 OBJETIVO DA PESQUISA
2.2.1 Objetivo Geral
Identificar e apresentar a influência da relação entre o conceito de inteligência emocional e o
conceito de empreendedorismo, por meio da estruturação de um perfil empreendedor com
base nas afinidades e dissonâncias mostradas no presente estudo.
2.2.2 Objetivos Específicos
• Apresentar a evolução do conceito de empreendedorismo e inteligência emocional
• Identificar e discutir de forma sucinta as principais áreas de atuação dos empreendedores
brasileiros, situando-os dentro do contexto da economia local e atual;
• Traçar um paralelo entre a relação do conceito de empreendedorismo e as dimensões
oriundas do conceito de inteligência emocional
• Elaborar instrumento de pesquisa para a identificação dos perfis gerenciais dos
empreendedores com base nos conceitos propostos na literatura selecionada acerca do
tema inteligência emocional
• Realizar uma análise exploratória investigando as associações entre o perfil dos
empreendedores e o desempenho de seus empreendimentos
2.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TRABALHO
As transformações ocorridas nas relações de trabalho _ decorrentes do acentuado processo de
mudanças estruturais e comportamentais da sociedade e, principalmente, do aumento
crescente da disponibilidade das informações _ não significou necessária e conseqüentemente
um aumento das habilidades de prospecção, estruturação e apreensão das mesmas. A
sobrevivência em sociedade faz da inovação e/ou atualização das habilidades uma condição
sine qua non para o desenvolvimento profissional de todos os setores. Pois às margens deste
19
processo ficaram os indivíduos e organizações que não conseguiram se adaptar a este novo
cenário.
Neste novo cenário socioeconômico surgem alternativas, ou melhor, novos padrões para
construção de uma nova mentalidade organizacional e social, por meio de iniciativas próprias
ou coletivas de entrada ou rompimento da margem social existente entre os indivíduos
pertencentes e os que são excluídos deste processo.
Dentre os motivos descritos que levam o indivíduo a começar um empreendimento estão o
desemprego, a necessidade de aprovação, de independência, de desenvolvimento pessoal e o
desejo de contribuir para o bem estar próprio e da família. Pois o ato de empreender
possibilita a inserção ou retomada da condição de participante na geração e transmissão de
conhecimento e de informações advindas das suas habilidades e necessidades de atendimento
das demandas do mercado e da profissão.
Este cenário é ressaltado pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) que, em 2005,
realizou uma pesquisa sobre empreendedorismo mundial tendo por base a medição da TEA2,
definida como a porcentagem da força de trabalho que está ativamente iniciando novos
empreendimentos ou é proprietária/ gerente de negócios cujo período de existência é inferior a
42 meses.
Nesta pesquisa, o Brasil ficou na sétima colocação, com uma TEA de 11,3 % em termos de
empreendedores iniciais, resultado que ressalta uma aparente queda em relação aos anos
anteriores (como pode ser observado na figura 2). De uma forma geral, a taxa de
empreendedorismo no Brasil vem oscilando em torno de 13% nos últimos anos. Esse
20
comportamento, de acordo com a pesquisa, é influenciado pela diminuição na taxa de
empreendedores nascentes ao longo dos anos e pelo fato das taxas de empreendedores novos
estarem praticamente estabilizadas – característica de países com negócios razoavelmente
maduros (10 a 15 anos).
Apesar disso, estima-se que o Brasil comporta um contingente de 13 milhões de
empreendedores, perdendo apenas para os Estados Unidos, em 2005. Ainda segundo a
pesquisa, 15% dos empreendedores estão à frente de negócios em estágio nascente, ou seja,
com menos de três meses de vida, e aproximadamente 85% administram negócios com tempo
de vida entre três e 42 meses.
Outro fator levantado pela pesquisa foi em relação à motivação para empreender no Brasil
(por oportunidade ou por necessidade). Para o GEM, a percepção de oportunidades motiva a
maioria dos negócios, porém este fator é maior nos países de maior renda do que em países de
renda média. Além disso, o GEM sugere que existe relação entre a motivação predominante
para empreender em um país e as chances de sobrevivência dos novos negócios e, ao mesmo
tempo, essas são superiores em países onde os empreendimentos orientados por
oportunidades.
21
Figura 2 - Gráfico % TEA - Atividade empreendedora total,
segundo pesquisa realizada pelo GEM 2005.
Figura 3 – Evolução do TEA segundo a necessidade – Brasil – 2001 a 2004
22
No Brasil, a motivação por empreender permanece inalterada pelo fato de que o motivo
principal de empreender seja a necessidade. Embora, segundo o GEM, a maioria dos
empreendedores seja orientada pela oportunidade, a existência de empreendedores por
necessidade é bastante alta se comparada à maioria dos países participantes do GEM. O
mesmo ocupa a 15ª posição no ranking do empreendedorismo por oportunidade (taxa de
6,0%) e a quarta posição no ranking de empreendedorismo por necessidade (taxa de 5,3%).
Além destes motivos, outro traço característico no empreendedor brasileiro é o entendimento
ou mentalidade empreendedora. Para algo entre 75 e 80% dos entrevistados nesta mesma
pesquisa, abrir um negócio ou empreender representa status e respeito ou uma opção
desejável de carreira. Desta forma, o ato de empreender não se limita apenas ao fato de
oportunidade ou necessidade, mas se interliga a questões como relacionamento e
posicionamento perante o grupo, habilidades sociais e capacidade emocionais individuais e
coletivas.
Apesar do descrito acima, uma pesquisa do IBGE divulgada em 2006 mostra que boa parte
dos empreendedores brasileiros não consegue sobreviver aos primeiros anos de vida de seus
empreendimentos. Em 2004, surgiram 716.604 novas empresas, o que representou um
aumento de 1.537.450 pessoas ocupadas, e foram extintas 529.587, correspondendo a uma
redução de 991.387 pessoas ocupadas, o que resultou em um saldo líquido positivo de
187.017 empresas e 546.063 pessoas ocupadas na comparação com o ano anterior.
O comércio foi responsável pela criação e extinção do maior número de empresas: em 2004,
surgiram 387.275 novas empresas e foram extintas 292.557, comparativamente ao ano
23
anterior. Por outro lado, a indústria foi o segmento onde ocorreram menos nascimentos e
mortes (64.591 e 49.688, respectivamente).
A maior taxa de natalidade foi em serviços (16,3%) e a de mortalidade foi no comércio
(11,6%). A indústria apresentou as menores taxas, tanto de natalidade (13,1%), como de
mortalidade (10,1%). Em serviços, a taxa de natalidade em 2004 foi 1,43 maior do que a taxa
de mortalidade; no comércio, 1,32 e na Indústria, 1,30. A variação líquida no saldo de
empresas tem sido sempre positiva, registrando um número maior de nascimentos que de
mortes.
Após sete anos, 45,1% das empresas nascidas em 1997 haviam morrido. As empresas nas
faixas mais elevadas de pessoal ocupado tiveram as maiores taxas de sobrevivência. As
menores taxas de sobrevivência encontram-se nas faixas mais baixas de pessoal ocupado,
onde estão presentes as maiores taxas de natalidade.
Após um ano da abertura, 80,1% das empresas na faixa de zero a quatro pessoas ocupadas
ainda sobreviviam, enquanto na faixa de 500 ou mais a sobrevivência foi de 93,8%. Depois de
sete anos da abertura, 46,1% das empresas na faixa de zero a quatro pessoas ocupadas não
sobreviviam mais. Já na faixa de 500 ou mais, a não-sobrevivência foi de 19,9%.
Observa-se que para cada dez empresas criadas, cerca de sete foram fechadas. Isso mostra o
quanto é delicado o desafio de sobreviver aos primeiros anos de um empreendimento,
principalmente em um país que é notabilizado pelo seu pouco apoio às micro e pequenas
empresas.
24
Diante deste cenário, faz-se necessário um estudo que identifique as características
empreendedoras por meio da estruturação de um perfil empreendedor no Brasil e de que
forma este perfil é influenciado pelas relações de trabalho e o ambiente corporativo, através
da adequação do mesmo a estudos corporativos mais modernos como o conceito de
inteligência emocional.
25
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 EMPREENDEDORISMO
Ao analisarmos qualquer tipo de organização, seja uma grande organização ou mesmo uma
pequena iniciativa empreendedora, em virtude das inovações tecnológicas e principalmente
das transformações sociais, estaremos sempre nos confrontando com uma série de fatores
ligados ao comportamento humano.
A direção geral de um empreendimento não engloba somente aspectos conscientes e, muitas
vezes, os executivos principais não seguem o processo prescrito e racional de análise do
ambiente sugerido pela ciência da Administração. Mesmo dispondo de planos concretos, os
empreendedores têm suas ações influenciadas por suas características psicológicas pessoais
com raízes individuais profundas (De Vries, 1996).
Em função disso, o estudo da natureza dos indivíduos que constroem ou que dirigem uma
organização é fundamental, uma vez que seus atributos pessoais refletem os atributos
organizacionais da empresa que criaram/ administram (De Vries e Miller apud Gimenez,
1993).
Qualquer organização é o resultado e a conseqüência dos ideais dos seus fundadores, que
também acabam por determinar como cada um vai contribuir no sistema que está sendo
26
montado (Krausz, 1981). Por sua vez, a capacidade de sobrevivência desta organização está
diretamente ligada com a sua interação e com o ambiente em que está inserida, e isso, mais
uma vez, está intimamente ligado à compreensão do comportamento organizacional da
mesma forma que, mais uma vez, nos leva novamente à compreensão da própria natureza do
fundador.
Fica claro que dentro dos fatores que formam o processo de tomada de decisão
empreendedora encontraremos o comportamento individual dentro da própria organização,
mas também encontraremos, principalmente, a dinâmica do relacionamento interpessoal,
grupal e da organização como um todo, bem como desta organização com o ambiente. Está
criada a relação com um dos principais conceitos de inteligência emocional, como veremos
mais tarde. A organização então, em termos comportamentais, pode ser definida como a
coordenação de diferentes atividades (comportamentos) individuais para atingir seus objetivos
e manter sua sobrevivência através do relacionamento com o meio ambiente.
Desde os anos 70 até meados dos anos 80 foram os behavioristas que dominaram os estudos
acerca do empreendedorismo, com destaque para David Mc Clelland, que analisou os fatores
que explicaram o apogeu e o declínio das civilizações a partir do declínio relativo dos
americanos face aos soviéticos nos anos 50 (Filion, 2001). Concluiu-se que as gerações que
precediam o apogeu foram influenciadas por modelos, heróis que haviam sido personagens
populares na literatura e com os quais os jovens se identificavam. Criou-se assim, um efeito
de emulação entre estes jovens, aumentando as suas necessidades de conquistas para poderem
se aproximar desses heróis da literatura (Mac Clelland apud Filion, 2001).
27
Segundo a teoria de Mc Clelland, o estudo da motivação facilita a compreensão do fenômeno
empreendedor:
A teoria, as pessoas são motivadas devido à necessidade de realização,
poder e afiliação. Sua teoria sofreu críticas devido ao fato de que Mc
Clelland explicou o comportamento das sociedades através de um ou dois fatores apenas quando deveriam ser considerados os papéis das ideologias
de cada região e uma grande variedade de fatores que explicam o
desenvolvimento das sociedades e civilizações. Porém Mc Clelland mostrou que o ser humano é um produto social e tende a reproduzir seus próprios
modelos. Assim, quanto mais empreendedores uma sociedade tiver, e
quanto maior for o valor dado a eles, maior será a quantidade de jovens que tenderão a imitá-los, incutindo na cultura da sociedade o espírito e as
características peculiares do empreendedor (Mc Clelland apud Gauthier &
Lapolli, 2000).
Por isso entende-se que os empreendedores devam possuir características possivelmente
encontradas em economistas, engenheiros, advogados, etc. associados à sua eterna busca pelo
risco e atendendo à velocidade e à inovação exigidas no atual mundo corporativo.
3.1.1 O conhecimento do empreendedorismo
O empreendedorismo surgiu no cenário de buscas por alternativas de empregabilidade, busca
derivada pela nova realidade do mercado de trabalho descrita neste trabalho, como mais um
caminho para uma possível solução desse problema (Paiva e Barbosa, 2001).
Ficando claro então que o empreendedorismo se tornou uma clara opção para a geração de
empregos e formação de uma classe empresarial ativa e globalizada, seu estudo se tornou
ainda mais interessante e procurado. Além disso, é de conhecimento de todos a alta
capacidade de novas empresas de gerarem empregos, diversificarem a prestação de serviços e
produtos e, principalmente, da sua predisposição natural por buscar a diferenciação pela
inovação, exercendo papel importante no processo de melhoria da qualidade de vida da
população.
28
O desenvolvimento de um processo de entrepreneurship, como fenômeno de surgimento de
novos empreendedores e novos negócios, é um desafio para os organismos de intervenção,
tanto governamentais como empresariais ou de demais setores ligados a ações de
desenvolvimento (Lima, 2000).
Na literatura sobre empreendedorismo, há muita confusão a respeito da definição do termo
empreendedor (Filion, 1999). Pode-se aceitar que o empreendedorismo consiste no fenômeno
da geração de negócio em si, relacionado tanto com criação de uma empresa, quanto com a
expansão de alguma já existente, a exemplo do desenvolvimento de uma unidade de negócio
no contexto da grande corporação. Tanto no ato da criação de negócios como nas empresas já
existentes, o empreendedorismo voltado para a busca e exploração de oportunidades tende a
acelerar a expansão dos empreendimentos, o progresso tecnológico e a geração de riqueza
(Degen, 1989; Singh et al, 1999; Meyer e Allen, 2000).
Surgem assim temos como intra-empreendedorismo, que estuda com mais detalhes a
capacidade empreendedora dentro de uma empresa e/ou unidade de negócio, campo de estudo
ainda muito pouco explorado pelos acadêmicos.
Independentemente da atual pesquisa realizada pelo GEM, descrita no item 1.3, segundo
Dornelas, já durante o ano 2000 uma pesquisa internacional sobre o empreendedorismo, que
entrevistou 43.000 pessoas em 21 países, chegou à conclusão de que o Brasil é o país que
apresenta a maior parte de potenciais empreendedores. Para cada oito brasileiros em idade
adulta, um estaria abrindo ou pensando em abrir um negócio. Em segundo lugar vem os
29
Estados Unidos, onde a proporção é de dez para um. O terceiro lugar é da Austrália, com a
relação de 12 para 1.
Porém, nesta mesma pesquisa, constatou-se que as oportunidades de criar e manter um
negócio no Brasil não são tão freqüentes. Isto se dá pela falta de informação e orientação aos
micro e pequenos empresários. Várias publicações têm debatido este tema e tentado descrever
o que poderíamos chamar de boas práticas das condições iniciais de abertura e as abordagens
de geração de recursos para agregar valor ao seu negócio. Para isso, inclusive, já existem no
Brasil alguns programas de orientação ao crédito e consultorias de baixo custo e ainda
incubadoras de empresas, incentivadas pelo governo federal e entidades filantrópicas, a fim de
minimizar este quadro (Botelho e Souza, 2001).
Mintzberg (2000) já havia descrito que em situações de crise uma organização normalmente
tende a buscar uma configuração mais empreendedora, com a procura de um líder forte, que
consiga integrar os esforços em busca de uma reviravolta. Isso nos remete a uma visão clara
de que o empreendedor, mesmo o intra-empreendedor (que atua dentro das empresas), ao
mesmo tempo em que atua sob forte incentivo emocional, também tende a ser minimalista em
suas decisões, no sentido de sempre possuir a visão do não-desperdício e da alta
produtividade.
Com relação à estratégia, percebe-se que normalmente a mesma reflete claramente uma visão
que os empreendedores têm do mundo; e, também, observa-se que existe alta concentração de
poder, o que permite normalmente reações rápidas e muitas vezes intuitivas (Mintzberg,
2000).
30
Teixeira (2001) e, antes dele, Greber (1990) descreveram que o fenômeno regional não pode
ficar de fora de uma análise profunda da característica dos empreendedores e que estas
culturas, necessidades e hábitos regionais determinam comportamentos que são facilmente
integrados aos empreendedores e à forma com que formam novos negócios. Isso pode estar
relacionado não só a cultura organizacional da nova empresa, mas também a satisfação de
necessidades já conhecidas. De uma forma esta teoria poderia justificar boa parte das
pesquisas que relacionam uma parcela considerável da capacidade empreendedora brasileira
ao chamado empreendedorismo oportunístico (derivado do desemprego, da retração
econômica, dos altos impostos, etc).
O próximo tópico apresenta uma exposição sobre o surgimento do pensamento sobre o
empreendedorismo, considerando os registros de três visões sobre a expansão do tema: a
escola dos economistas, dos comportamentalistas (behavioristas) e dos precursores da teoria
dos traços de personalidade.
a. Gênese do pensamento empreendedor
O pensamento econômico desenvolvido durante o século XIX nos trouxe o que é chamado,
até hoje, de liberalismo econômico: teoria que define que as conseqüências econômicas são
derivadas das forças livres do mercado e da concorrência. Desta competição livre surge a
ascensão dos empreendedores, indivíduos que impulsionam a máquina capitalista ao prover
novos bens de consumo e inovadores métodos de produção e transporte (Schumpeter, 1982;
Drucker, 1987; Leite, 2000).
A VISÃO DOS
ECONOMISTAS
Existe concordância entre os pesquisadores do empreendedorismo de que os
pioneiros no assunto teriam sido os autores Cantillon (1755) e Jean-Baptiste
Say (1803;1815;1816). Para Cantillon, o empreendedor era aquele que
adquiria a matéria-prima por um determinado preço e revendia esta a um preço
incerto. Ele entendia que, se o empreendedor obtivesse lucro além do
esperado, isto ocorrera porque ele teria inovado (Filion, 1999). Desde o século
31
XVIII já associava o empreendedor ao risco, à inovação e ao lucro, ou seja,
eles eram vistos como pessoas que buscavam aproveitar novas oportunidades,
vislumbrando o lucro e exercendo suas ações diante de certos riscos. Diversos
economistas mais tarde associaram, de um modo mais contundente, o
empreendedorismo à inovação e procuraram esclarecer sobre a influência do
empreendedorismo no desenvolvimento econômico.
A VISÃO DOS
COMPORTAMENTALISTAS
Na década de 50, os americanos observaram o crescimento do império
soviético, o que incentivou David C. McClelland a buscar explicações a
respeito da ascensão e declínio das civilizações. Assim, os
comportamentalistas foram incentivados a traçar um perfil da personalidade do
empreendedor. O trabalho desenvolvido por McClelland (1971) focalizava os
gerentes de grandes empresas, mas não interligava claramente a necessidade
de auto-realização com a decisão de iniciar um empreendimento e o sucesso
desta possível ligação.
A ESCOLA DOS TRAÇOS
DE PERSONALIDADE
Ainda que a pesquisa não tenha sido capaz de delimitar o conjunto de
empreendedores e lhe atribuir certas características, tem-se propiciado uma
série de linhas mestras para futuros empreendedores, auxiliando-os na busca
pelo aperfeiçoamento de aspectos específicos para o sucesso. Dado o sucesso
limitado e as dificuldades metodológicas inerentes à abordagem dos traços,
uma orientação comportamental ou de processos tem recebido grande atenção
recentemente.
Fonte: Filion (1999).
Tabela 1 – Empreendedorismo: principais linhas de pensamento
Uma das razões que tem gerado pouca concordância sobre a natureza do empreendedorismo e
sobre sua influência no desempenho é que o termo é utilizado em vários níveis de análise,
conforme se discute no próximo tópico.
b. Em busca de uma definição para o empreendedorismo
As definições de empreendedorismo geralmente estão associadas a indivíduos e à criação de
algum invento revolucionário (Kilby, 1971). Alguns outros teóricos, como Brich (1979)
também relacionam o tema ao domínio de pequenos empreendimentos e à exploração de
novos mercados, ainda não explorados. Como foi dito anteriormente, o empreendedorismo
corporativo (intra-empreendedorismo) também tem sido muito discutido ultimamente como
um meio de crescimento e renovação interna para grandes empresas (Ginsberg, 1990).
Embora não exista um consenso absoluto sobre o conceito de empreendedorismo, observa-se
que há uma idéia geral de que os empreendedores desempenham uma função social de
32
identificar oportunidades e convertê-las em valores econômicos. Concebe-se, portanto, o
empreendedorismo como um processo que ocorre em diferentes ambientes e cenários,
causando mudanças no sistema econômico mediante as inovações trazidas pelos indivíduos
que geram ou respondem às oportunidades econômicas que criam valor.
Ao se analisar as definições de empreendedorismo defendidas por vários autores –
Schumpeter (1934), Hoselitz (1952), Cole (1959), Gartner (1985) – Dollinger (1995)
conceitua-se a prática de empreender como o ato de criação de uma organização econômica
inovadora (ou redes de organizações) com o propósito de obter lucratividade ou crescimento
sob condições de risco e incerteza.
Por outro lado, Longenecker (1997) apresenta uma concepção mais ampliada da ação
empreendedora, definindo-a tanto como aquela relacionada a uma pessoa que inicia um
negócio, como a que o opera e desenvolve. Nessa prática podem ser incluídos todos os
gerentes e proprietários ativos da empresa. O conceito sob esse prisma agrega inclusive os
membros da segunda geração de empresas familiares e proprietários-gerente que compram
empresas já existentes.
Diante da atual conjuntura social e econômica torna-se imperativo estudar o comportamento
do empreendedor que surgiu, dentro deste cenário, como fomentador de novos negócios e de
emprego. A importância de se identificar o que pensam e quais as características que formam
a personalidade de um empreendedor ganha importância acadêmica e prática, passando a
figurar como um dos diferenciais para implantação de políticas socioeconômicas (Lumpkin e
Dess, 1996; Filion, 1999; Dornelas, 2001).
33
Considerando que a pesquisa sobre empreendedorismo foca o indivíduo empreendedor e se os
pesquisadores acreditam que suas atitudes, motivações e emoções são fatores fundamentais
para a determinação do seu desempenho, cabe ressaltar a importância de se tentar definir a
figura do sujeito que irá gerar novos negócios, empregos, inovação e expandir a atividade
organizacional (Gatewood, 1995).
3.1.2 Características do empreendedor
Até agora não foi possível estabelecer, por vários motivos, um perfil psicológico
absolutamente científico do empreendedor, dentre eles a diferença nas amostragens.
Entretanto, foram identificadas características e aptidões mais comumente encontradas em
empreendedores que permitem identificar em empreendedores potenciais quais características
devem ser aperfeiçoadas de forma a garantirem maiores chances de bom desempenho (Filion
apud Gauthier, 1999).
Descobriu-se, portanto, que as necessidades, as habilidades, o conhecimento e os valores são
os fatores determinantes para a formação do empreendedor. Desta forma podemos observar
que a criação de uma nova empresa é, antes de qualquer coisa, fundamental para atender às
necessidades do indivíduo, porém sempre estará intimamente relacionada com seus valores,
conhecimentos e habilidades (Longen, 1997).
Uma boa associação foi feita por Drucker (1987) e por Mintzberg (2000) na qual a
determinação por empreender está diretamente ligada a uma pessoa possuindo visões claras
de como organizar e dirigir a sua empresa, mesmo sob os riscos que isso normalmente traz.
De outro lado, o próprio Mintzberg critica esta chamada Escola Empreendedora (definida
como uma linha da estratégia de característica visionária e criativa) em função do seu foco
34
supostamente exagerado na figura de uma só pessoa, um só líder visionário, e não na
organização como um todo.
Dornelas (2001), outro importante autor do empreendedorismo, salienta que se comparadas as
principais características de um empreendedor de sucesso com as dos principais executivos do
mundo corporativo, nota-se que muitos pontos em comum são encontrados. Acredita-se,
porém, que a grande diferença está na forma de executar. O executivo tradicional é
normalmente mais preocupado com a correta utilização dos seus recursos, enquanto o
empreendedor está normalmente mais ligado à tarefa de executar, no tempo e com a qualidade
necessária.
A percepção de Gartner com relação à formação de novo negócio:
A criação do novo negócio é um fenômeno multidimensional; cada variável descreve apenas uma de suas dimensões e não pode se
considerada isoladamente... os empreendedores e suas firmas variam
amplamente; as ações que eles realizam ou não e os ambientes em
que eles operam e aos quais eles respondem são igualmente
diversificados – e todos esses elementos formam combinações
complexas e específicas na criação de cada novo negócio (Gartner
,1985).
3.1.3 Tendências empreendedoras
Historicamente percebe-se um grupo de características pessoais básicas na maioria dos
empreendedores: necessidade de sucesso, de autonomia, criatividade, maior aceitação ao risco
e grande determinação.
a. Necessidade de sucesso
A conseqüência clara e óbvia do sucesso do empreendimento: lucro e status; que representam
o sucesso pessoal do empreendedor.
35
Além de ser causa de boa parte do próprio sucesso dos empreendedores, a necessidade do
sucesso pode levar à miopia dentro do seu próprio negócio, e pode se tornar extremamente
nociva ao sucesso do empreendimento.
b. Necessidade de autonomia / independência
Uma das principais motivações do empreendedor é o desprendimento para com as regras e o
controle de outras pessoas sobre si mesmo. Trabalhar de forma independente e expressar
confiança no sucesso da empreitada são fatores muito comuns (Uriarte, 1999).
Neste ponto consegue-se encontrar um dos maiores paradoxos do processo empreendedor: o
indivíduo empreendedor precisa sentir-se livre para confrontar problemas e oportunidades o
tempo todo; isso, de fato, ocorre durante todo o processo empreendedor. O problema é que,
muitas vezes, quando ocorre a concretização do empreendimento, boa parte destes desejos de
liberdade está cerceada pela carga de trabalho e stress a que são submetidos (Cielo, 2001).
c. Criatividade
Em relação ao empreendedorismo o termo criatividade está mais ligado à capacidade de
raciocínio alternativo, ou seja, utilizar capacidade criativa para fugir de situações difíceis e/ ou
maximizar resultados (Uriarte, 1999).
É esta capacidade criativa que permite ao empreendedor adotar diferentes fórmulas de sucesso
para diferentes situações e negócios e cabe-se dizer que a grande parte da diferença entre os
empreendimentos de sucesso e os medíocres está intimamente ligada a esta tendência (Degen,
1989).
36
É importante ressaltar ainda que a criatividade não tem sua importância concentrada somente
no momento das resoluções de problemas, mas também e com igual importância no momento
de geração de idéias empreendedoras, negócios, sendo também responsável pela percepção
antecipada de problemas do negócio, aumentando as chances de uma solução eficaz.
d. Assumir riscos calculados / moderados
O empreendedor é tipicamente um apaixonado por riscos, mas por riscos calculados. Avalia
os riscos e os mede constantemente, procurando situações e projetos que representem desafios
grandes, porém controlados (Uriarte, 1999).
Nesta tendência inclui-se também a disposição por abandonar os projetos de carreiras
assalariadas teoricamente mais seguras e controláveis para partir atrás de seus objetivos e
sonhos, estando constantemente acreditando que as recompensas por este risco maior deverão
ser igualmente maiores (Freitas, 2000).
e. Impulso e determinação
É a capacidade de se antecipar às convocações ou obrigatoriedades derivadas de um
acontecimento bom ou ruim. Antecipar-se na busca de uma nova oportunidade ou mesmo na
busca pela resolução de um problema que ainda não ocorreu. O empreendedor é tipicamente
rápido em alterar estratégias e caminhos para ultrapassar seus obstáculos e, sempre que
necessário, assume responsabilidade pessoal pelo alcance ou não dos objetivos (Uriarte,
1999).
3.1.4 Aspectos psicológicos da formação do empreendedor
37
Acredita-se que as características e as motivações demonstradas até aqui representem as
principais forças no processo de surgimento da atividade empreendedora. Porém, é importante
afirmar que outras características pessoais interagem com estas aqui descritas para assim
determinar o comportamento da pessoa que exerce papel administrativo (Gibson et al, 1981).
Destacam-se as seguintes: percepções, atitudes, aprendizagem e motivações. Estas são
algumas das principais variáveis psicológicas importantes para a compreensão do
comportamento das pessoas, sejam elas empreendedoras ou não.
a. PERCEPÇÃO
Segundo Gibson et al (1981) a percepção refere-se à aquisição de conhecimento específico
sobre objetos ou eventos que estimulam diretamente os sentidos, num momento particular. A
percepção envolve conhecimento, e, portanto, envolve a interpretação de objetos, símbolos e
pessoas à luz das experiências correspondentes.
Os principais fatores que influenciam a percepção são (Pinter et al, 1970):
1 - Uma influência por situações não facilmente identificadas
2 - Uma influência de uma fonte que a pessoa respeite consideravelmente
3 - Uma influência derivada de fatores emocionais
4 - Quando necessitados de fazer julgamentos difíceis, que demandem análises que podem ser
feitas baseadas em pontos menos importantes
O comportamento de uma pessoa é sempre relacionado com o contexto do ambiente em que
esta pessoa vive. Desta forma, os administradores estão sempre envolvidos com uma série de
fatores que por vezes significam sérias restrições ao processo perceptivo. Desta forma, estes
administradores acabam por seguir as informações que alimentem seus próprios pontos de
38
vista, sendo sempre mais difícil para eles buscar novos dados que possam significar uma
alteração substancial nas suas teorias pré-determinadas.
Conclui-se que as características individuais influenciam diretamente na maneira como os
administradores, empreendedores ou não, percebem e reagem aos comportamentos e às
características individuais dos seus colaboradores. E isso acontece também com empregados e
colaboradores, reagindo às mensagens do ambiente em que convivem de acordo com suas
próprias características e, eventualmente, se adaptando a elas.
b. ATITUDES
As atitudes são determinantes no comportamento porque traduzem a percepção, bem como a
personalidade e a capacidade de aprendizagem e motivação. Traduzem na forma com que
estes fatores surgem no convívio e na capacidade administrativa. Julga-se atitude, portanto,
como a tradução dos conhecimentos absorvidos por um indivíduo mediante a qual este
indivíduo interage com o mundo que o cerca e com si próprio.
Essa definição de atitude traz características que podem ser utilizadas na busca de
justificativas para as reações do administrador. São elas:
1 - Definem nossos preconceitos para com determinados assuntos.
2 - Auxiliam a formação das relações pessoais com as pessoas e grupos
3 - As atitudes estão próximas de representar a personalidade dos indivíduos, e podem ser
alteradas na medida em que este evolui.
39
Como dito no item 3 acima, as atitudes estão sujeitas a mudanças, que por suas vez dependem
de alterações significativas nas crenças e sentimentos do indivíduo com relação a um
determinado assunto (Rosemberg apud Gibson et al, 1981).
O autor coloca ainda que o conhecimento, a afetividade e o comportamento são determinantes
das atitudes, e que estas, por sua vez, determinam a afetividade, o conhecimento e o
comportamento. O conhecimento refere-se aos processos de reflexão das pessoas, com ênfase
na racionalidade e na lógica, enquanto que a afetividade diz respeito ao sentimento de gostar e
não gostar.
Freqüentemente, administradores são obrigados a mudar de atitude, seja para incentivar a
eficiência, seja para acompanhar tendências que possam levar a um maior desempenho. Os
fatores que são afetados por uma mudança de atitude do líder/ administrador, segundo Gibson
(1981), são:
1 - Seu prestígio
2 - A crença nas suas determinações
3 - O respeito dos seus funcionários
4 - O grau de dedicação de seus funcionários
Na maioria das vezes uma mudança definitiva de atitude ocorre de forma lenta e gradual, na
medida que os administradores são expostos a novas informações e experiências. De qualquer
forma podem ser extremamente favoráveis ao futuro da organização se ocorrerem com o
objetivo de promover eficácia e aprendizado coletivo.
c. APRENDIZAGEM
40
Apesar de serem conhecidas inúmeras teorias sobre aprendizagem, não é objetivo desta
pesquisa descrevê-las de forma completa. Segundo Bock (1999), grande parte destas teorias
pode ser resumida em duas categorias básicas: as teorias do condicionamento e as teorias
cognitivas.
A primeira, de forma mais pragmática, define aprendizagem como uma repetição de respostas
a um determinado estímulo.
Já os cognitivistas definem aprendizagem como um processo organizado de integração de
informações e material à própria estrutura cognitiva.
Dentro das teorias do condicionamento, há dois processos de aprendizagem, conhecidos: o
condicionamento clássico (resposta condicionada iniciada por um estímulo condicionado) e o
condicionamento operante (aprendizagem decorrente do comportamento); (Gibson et al,
1981).
A aprendizagem, antes ou depois, é um importante núcleo do processo de motivação.
Entenda-se portanto que a necessidade de aprendizagem pode gerar a motivação fundamental
para que uma iniciativa ocorra, bem como a motivação adequada pode fazer com que a
iniciativa possa ocorrer e, assim, gerar uma nova aprendizagem.
d. MOTIVAÇÃO
Bergamini (1977) escreveu que a motivação do homem nada mais é do que um conjunto de
fatores pré-existentes na personalidade e que determinam a conduta mais ou menos engajada
41
de cada um. Este processo de engajamento surge a partir de uma relação entre a necessidade
original, a própria possibilidade de se obter satisfação e o ambiente em que o processo ocorre.
Apesar das diversas teorias existentes a respeito do assunto, existe um consenso de que a
motivação surge de um motivo interno que além de iniciar a procura, dirige a mesma e
contribui por moldar o comportamento da pessoa na sua busca. Fica claro, portanto, que a
motivação deriva de um conjunto de fatores internos e externos, tendo também influência
importante de aspectos não intrinsecamente relacionados à necessidade gerada, tais como
experiências passadas, capacidades físicas e a situação do ambiente em que se encontra.
Dividiu-se as muitas teorias sobre motivação em dois tipos: as teorias de conteúdo e as teorias
de processo (Gibson et al, 1981). As teorias de conteúdo se concentram nos fatores internos
do indivíduo e buscam destacar as necessidades específicas que motivam as pessoas. As
teorias de processo se concentram no processo de ativação e condução do comportamento.
Existem três teorias de conteúdo sobre a motivação que são importantes segundo o autor: a
hierarquia das necessidades de Maslow (já descrita neste trabalho), a teoria da realização de
Mc Clelland e a teoria dos dois fatores de Herzberg. A descrição destas teorias não é objeto
deste estudo.
Transferindo esta discussão para o empreendedor, uma das suas principais características é a
sua eterna insatisfação, a motivação em buscar algo que sempre falta. O processo de tomada
de decisão de um empreendedor obedece a uma relação direta entre as emoções geradas pela
necessidade e a motivação empregada, ou seja, desejos ou necessidades não satisfeitos geram
42
uma tensão agravada pelo envolvimento emocional nos temas e, por conseqüência, gera maior
emprego de energia para atender as mesmas.
3.2. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Neste capítulo serão apresentados os conceitos básicos da teoria de inteligência emocional
(IE) e sua revisão de bibliografia com foco principal nos subconceitos autoconsciência,
autogestão, consciência social e a administração de relacionamentos, pontos considerados
chaves para a relação da pesquisa com as características do empreendedor.
3.2.1. Breve histórico
Tanto a palavra inteligência como a palavra emoção vem do latim e querem dizer,
originalmente e respectivamente: fazer escolhas e o espírito que nos move (motus anima)
(Cooper, 1997).
No Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Hollanda (1999, p
1122), inteligência significa "faculdade de aprender, apreender ou compreender, percepção,
apreensão, intelecto, intelectualidade e emoção (p. 737) significa ato de mover, perturbação
ou ato do espírito advindo de situações diversas.
De qualquer forma este estudo opta por iniciar o entendimento pelo momento em que Howard
Gardner (Gardner, 1995) definiu as múltiplas inteligências do homem, gerando grande
interesse pelo assunto a partir daí:
a) Inteligência lógico-matemática - destaca a capacidade de raciocínio lógico e compreensão
de modelos matemáticos.
43
b) Inteligência lingüística - predomina o uso da expressão com a linguagem verbal, além da
facilidade de expressar-se através da fala ou da escrita em uma ou mais línguas e a
sensibilidade à repercussão dos sons das palavras nas mentes de quem as ouve.
c) Inteligência espacial - predomina o sentimento de movimento, localização e direção, a
percepção de espaço e tempo em que se inclui e a capacidade de recriar aspectos da
experiência visual mesmo na ausência de estímulos físicos relevantes.
d) Inteligência musical - predomina o domínio da expressão com sons e da capacidade de
entender a linguagem musical.
e) Inteligência corporal-cinestésica - predomina o domínio do movimento do corpo e a
capacidade de usá-lo como instrumento de comunicação.
f) Inteligência interpessoal - predomina a capacidade de entender reações, criar empatias,
relacionar-se com o outro e administrar convivências em grupo.
g) Inteligência intrapessoal - destaca a capacidade de auto-compreensão, percepção e
administração dos próprios sentimentos.
Vários autores renomados afirmaram que a existência de alto quociente de inteligência (QI)
não dá a uma pessoa a garantia de crescimento na vida (Segal (1998), Goleman (1995),
Simmons (1999)). Mas foi Goleman que incluiu em seus trabalhos a sua experiência em ter
acompanhado profissionais com altos níveis de QI que fracassaram na condução de suas
44
carreiras, enquanto outros de níveis mais baixos de QI conseguiram grande êxito; da onde se
concluiria que não necessariamente um nível mais alto de QI garantiria o crescimento dos
indivíduos.
Em Gardner (1995) surge a crítica de que os conceitos originais de QI são estreitos em
analisar aptidões lingüísticas e matemáticas, ignorando todos e quaisquer aspectos emocionais
que possa porventura canalizar estas capacidades ao sucesso ou ao fracasso. Ele sugere a
inclusão dessas análises ao estudo das pessoas, com ênfase as inteligências intrapessoal e
interpessoal, descritas em seu estudo.
3.2.2. Principais conceitos
Segundo Santos (2000), Peter Salovey foi quem inventou o termo inteligência emocional e
deu inicialmente a seguinte definição: “A capacidade de monitorar os sentimentos e emoções
próprios e alheios, de reconhecer as diferenças entre eles e de usar essa informação para
orientar o pensamento e a ação das pessoas”.
Mais tarde ele mesmo a redefiniu como “A Inteligência Emocional envolve a capacidade de
perceber de forma acurada, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou
gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a
emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o
crescimento emocional e intelectual” (Santos, 2000).
Cooper (1997), define inteligência emocional como a capacidade de sentir, entender e aplicar
eficazmente o poder e a perspicácia das emoções como uma fonte de energia, informação,
conexão e influências humanas.
45
Weinsinger (1997), define inteligência emocional como simplesmente o uso inteligente das
emoções – isto é, fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor,
usando-as como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a
aperfeiçoar seus resultados.
Segundo Salovey & Mayer, (1990, cit. Lewis, Havinland, Jones, 2000) "as competências
emocionais são fundamentais para uma inteligência social. Isto porque, situações e
dificuldades sociais estão muito ligadas a uma componente afetiva. Além disso, as
competências sociais não só se manifestam nas experiências sociais como também nas
experiências com o indivíduo".
A tabela seguinte apresenta um modelo por quatro campos, cada um representando um grupo
de características ordenadas hierarquicamente segundo a sua complexidade:
Percepção e expressão da emoção
· Capacidade para identificar emoções tanto a nível físico como psicológico
· Capacidade para identificar emoções noutras pessoas e objetos
· Capacidade para exprimir emoções correspondentes e exprimir necessidades relacionadas com
essas emoções
· Capacidade para discriminar expressões emocionais, honestidade desonestidade
Facilidade emocional de pensamento
· Capacidade para redirecionar e analisar a prioridade dos seus pensamento baseados em
sentimentos associados a objetos, acontecimentos e a outras pessoas.
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· Capacidade de gerar emoções que facilitam julgamentos e recordações associadas a sentimentos
· Capacidade para capitalizar mudanças de espírito para se poder integrar em múltiplos pontos de
vista, assumindo diferentes perspectivas.
· Capacidade para utilizar os estados emocionais para facilitar a resolução de problemas e na
criatividade.
Compreender e analisar informação emocional; emprego do conhecimento emocional
· Capacidade de compreender como as diferentes emoções estão relacionadas
· Capacidade de perceber as causas e conseqüências das emoções
· Capacidade de interpretar emoções complexas tal como estados emocionais contraditórios
· Capacidade para compreender e prever transições entre emoções
Regulação da emoção
· Capacidade de gerir tanto emoções agradáveis como também desagradáveis
· Capacidade de refletir sobre as emoções
· Capacidade de se envolver, prolongar ou desligar de um determinado estado emocional
· Capacidade de gerir as suas emoções
Tabela 2 - Inteligência Emocional
Fonte: Tabela adaptada de Mayer & Salovey (1997, cit Lewis, Havinland, Jones,2000)
Este conceito de inteligência emocional proposto por Salovey e Mayer, estudado e citado por
Goleman (1995), inclui o fato de que as habilidades podem ser categorizadas em cinco
dimensões:
• Conhecer as próprias emoções - Autoconhecimento, reconhecer o que está ocorrendo com si
mesmo traz às pessoas mais controle e direção sobre a sua vida.
47
• Lidar com as emoções - Capacidade de lidar com os seus sentimentos em cada situação
vivida e experimentada.
• Motivar-se - Perseguir metas, trabalhar para que a emoção traga objetividade na tarefa de
perseguir uma meta importante.
• Reconhecer emoções nos outros - Put himself in another person´s shoes - este termo
americano quer dizer simplesmente a capacidade de se colocar no lugar das outras pessoas,
entender seus sentimentos e assim melhorar sua capacidade de agir com estas mesmas
pessoas. 1
• Lidar com relacionamentos - a arte de lidar com pessoas diferentes, percepções diferentes e
tipos diferentes de relacionamentos.
Posteriormente, Golemam (2002) redefiniu estas capacitações, transformando-as em apenas
quatro subdivisões:
• Autoconsciência – que significa uma compreensão de nossas próprias emoções, bem como
de nossas possibilidades, limites, valores e motivações.
• Autogestão – capacidade de controle das próprias emoções, nos proporcionando a
capacidade de dirigir nossas ações sem sermos afetados por desvios emocionais que possam
nos tirar da correção.
1 Este conceito foi amplamente discutido no livro People Styles at Work - Making bad relationships good and
good relationships better, Robert Bolton and Dorothy Grover Bolton, 1996 - American Management
Association.
48
• Consciência Social – percepção de como se está afetando as demais pessoas envolvidas.
• Administração de relacionamentos - a arte de lidar com pessoas diferentes, percepções
diferentes e tipos diferentes de relacionamentos.
O autor desta dissertação considera que esta definição está mais apropriada ao objetivo da
mesma, e por isso ela será considerada do decorrer do trabalho.
Dentro das características da IE, Goleman destaca algumas importantes e que podem ser
consideradas fundamentais para as relações que esta pesquisa busca fazer:
• Liderança voltada para a capacidade de organizar e preparar grupos de trabalho. Envolve
trabalho de planejamento, coordenação, incentivo, premiação e feedback.
• Mediar, negociar, evitar conflitos e fazer acordos. Envolve trabalho de diplomacia, de
entendimento das emoções alheias, de companheirismo e humildade. De estar disposto a
ceder para obter uma recompensa maior, ou mesmo uma derrota menor.
• Se relacionar, lidar com pessoas parecidas e diferentes. Saber encontrar "equações de
convivência" junto a pessoas diferentes, mas que podem agregar profissionalmente ou
pessoalmente. Respeitar espaços e restrições para que este relacionamento possa ocorrer.
• Put himself in another person´s shoes, que é a capacidade de detectar o que incomoda e o
que preocupa as pessoas, ter intuição. Goleman a chama de capacidade para a análise social.
49
No contexto empresarial ou no contexto empreendedor, muito próximos, ter empatia significa
entender o momento emocional de outras pessoas, saber conviver com isso, gerir as emoções
e as relações (competência social) e fazer com que um objetivo em comum possa superar as
diferenças, os atritos e os momentos.
Segundo Henry Ford ( Märtin, Boeck,1997) “ se há um segredo para o êxito, é o seguinte:
entender o ponto de vista dos outros e ver as coisas com os seus olhos.” Saber controlar com
competência suas próprias emoções e também as emoções de terceiros é um caminho mais
rápido para se obter êxito.
Com base nestas premissas, Goleman (2000) definiu competência emocional como uma
capacidade adquirida, baseada na inteligência emocional, que se concentra em duas aptidões:
empatia e habilidades sociais; aptidões estas que fazem com que seja mais fácil entender e
lidar bem com os sentimentos de terceiros.
Outro relevante estudo desenvolvido nesta área (Wong e Law, 2002) propõe três indicadores
básicos para a medição da inteligência emocional nas pessoas: a) Auto-emoção – capacidade
de entender suas próprias emoções; b) Respeito para com a emoção dos outros – capacidade
de entender e respeitar a emoção dos demais; c) Controle emocional – capacidade de controlar
suas próprias emoções adaptando-as ao ambiente.
Finalmente, na maioria das grandes organizações, comprovadamente os principais executivos
descrevem suas principais habilidades como as relacionadas com o grau de percepção política
e com a capacidade de se relacionar ao mesmo tempo com subordinados, pares e superiores.
50
3.2.3. A necessidade de medir
Iniciando sua trajetória como um modelo complementar e fundamental ao modelo de medição
proposto pelo quociente de inteligência (QI), a inteligência emocional precisaria de um
modelo de medição semelhante, que pudesse classificar as pessoas em hierarquias e
capacitações.
Simmons (1999) definiu o quociente emocional como medida que se refere ao nível de
inteligência emocional de uma pessoa, o que conseqüentemente seria uma forma de medir
como uma pessoa é capaz de identificar e lidar com as emoções próprias e alheias, fator
considerado decisivo para definir se esta mesma pessoa terá relacionamentos de sucesso ou
não.
As pessoas com um quociente emocional mais elevado costumam desenvolver aptidões que
contam muito mais do que o preparo acadêmico. Entre elas encontram-se as capacidades em
lidar com frustrações, a capacidade em lidar com os próprios sentimentos e os sentimentos
alheios e a capacidade de discernir e responder adequadamente aos estímulos recebidos, o que
levará a um bom relacionamento com as outras pessoas.
Até quanto de fato estes quesitos foram importantes para que os empreendedores de alto
desempenho atingissem suas marcas? Considera-se óbvio que não foi este o único fator de
bom desempenho ou não, mas busca-se tentar responder a pergunta: se o empreendedor tiver
um alto quociente emocional ele terá mais chances de dar certo?
3.3 EMPREENDEDORISMO E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
51
Muito se discutiu até aqui sobre as características marcantes dos empreendedores, os fatores
psicológicos e as características que os levam a iniciar um projeto próprio de
desenvolvimento. Até aqui também se delineou as principais teorias no campo da inteligência
emocional. Porém a pergunta central que é objeto de pesquisa neste trabalho é: possuir um
alto grau de inteligência emocional é um fator significativo para que o indivíduo se torne um
empreendedor de alto desempenho?
Pesquisa realizada por Birley e Westhead (1992), com mais de mil empresários de 11
diferentes países observou ser comum entre eles o alto grau de necessidade de aprovação, de
independência, de desenvolvimento pessoal, segurança e realização. Segundo os autores, estas
necessidades obrigam os empreendedores a ter enfoque contínuo no trabalho, na boa
utilização do tempo disponível, no processo contínuo de aprendizado e inovação. Além disso,
buscam consideráveis benefícios financeiros que trarão segurança familiar e status.
De forma relacionada ao objetivo deste trabalho, passamos a discutir, portanto se possuir
inteligência emocional é pré-requisito importante para que estes empresários possam dirigir
seus negócios desta forma, já que todos eles dependem também de motivar funcionários e
colaboradores, com o objetivo de fazer com que todos trabalhem em prol dos seus próprios
objetivos empreendedores. Como influenciar a sua equipe e seus colaboradores a buscar
eficiência contínua? Inovação contínua? Foco contínuo na realização das tarefas?
De acordo com Kecharananta e Baker (1999) empreendedores podem ser definidos
principalmente por um talento específico: lutar para ser algo novo, diferenciado do status quo
parcialmente definido. Eles vivem por criar oportunidades de chegar a este objetivo, a uma
52
das principais armas para se chegar lá é a sua incrível capacidade de formar equipes fortes que
lhe ajudem a buscar o que querem.
Conclui-se que é fundamental a capacidade de aglutinar pessoas, sejam elas funcionários,
sócios ou mesmo clientes, para que o empreendedor consiga obter o que ele considera um
bom desempenho em seu empreendimento. Seja com foco interno em seu empreendimento,
seja com foco externo, torna-se importante a capacidade do empreendedor de criar capital
social.
3.3.1 Capital social e cultura como fatores de desenvolvimento
Estudos de economistas do Banco Mundial distinguem quatro formas básicas de capital: o
natural, constituído pelos recursos naturais aproveitáveis em cada espaço geográfico-
ecológico; o capital físico, construído pela sociedade, tal como a infra-estrutura, as máquinas
e equipamentos, o sistema financeiro; o capital humano, resultado do nível de educação,
saúde e acesso à informação da população; e o capital social, conceito inovador nas análises e
propostas de desenvolvimento. Ao tentar desvendar as causas da dinâmica de expansão do
sistema de produção capitalista nas últimas décadas, privilegia-se a contribuição da capital
social e humano para o desenvolvimento tecnológico, o aumento da produtividade e o próprio
crescimento da economia.
Sendo destes conceitos o mais recente, é difícil encontrar uma definição acadêmica precisa do
termo capital social. Coleman (1990) utiliza o conceito no plano individual, destacando a
capacidade de relacionamento do indivíduo, sua capacidade de formar uma rede de contatos
sociais recíprocas e confiáveis que, utilizadas em conjunto, melhorariam as eficiências
individuais. Esta visão individual para o fenômeno nos ajuda mais a montar o relacionamento
com o empreendedor.
53
Um dos pioneiros nos estudos sobre capital social, Putman (1984) destaca o grau de confiança
e de associação entre os diversos atores sociais, aumentando eficiência múltipla e se
adequando às normas de comportamento cívico comuns. O capital social é fundamentado nas
relações entre os atores sociais que possuem ou estabelecem obrigações e objetivos
relacionados, buscam a geração de confiança nas relações sociais e profissionais,
protagonizam o incentivo à troca constante de informações na cadeia de valor em que fazem
parte.
Desta forma conseguimos finalmente montar a relação entre empreendedorismo e inteligência
emocional via formação de capital social.
Se considerarmos o que os estudiosos nos trouxeram sobre a relação de desempenho entre a
capacidade empreendedora e a construção de capital social, e se também considerarmos que
para a formação de capital social é fundamental a existência de doses altas de inteligência
emocional (considerações também fartas na literatura discutida nesta pesquisa), traremos à
tona a constatação de que o empreendedor de alto desempenho deve ter intensa capacidade de
construção de Capital Social e, portanto, alto nível de inteligência emocional.
Um pequeno parágrafo extraído do site do SEBRAE Brasil descreve de forma sucinta a teoria
que buscamos comprovar acima: "Desenvolvimento requer não só a criação e a reprodução do
capital econômico, mas também do capital humano (conhecimentos, habilidades e competências) e
do capital social (confiança, cooperação, empoderamento, organização e participação social)".
Portanto, a existência de capital humano e de capital social é uma pré-condição para o
desenvolvimento do empreendedorismo ou da cultura empreendedora.
Todavia, o sucesso de um empreendimento não depende apenas do talento e da capacitação do
empresário. Depende também da criação e da manutenção de um macro-ambiente favorável
54
ao desenvolvimento. Isso significa construir ambientes de parceria, de cooperação e de
integração, para que os micro e pequenos negócios sejam competitivos e sustentáveis numa
economia em processo de globalização.
O que forma um empreendedor? O que os define e os faz diferentes dos líderes da sociedade,
os gerentes e diretores de um negócio ou mesmo dos executivos de sucesso do mercado
financeiro? As tentativas de se encontrar uma resposta para esta pergunta foram traçadas na
literatura de finanças, management e mesmo pela teoria organizacional. Recentemente os
pesquisadores começaram a tentar buscar estas respostas longe do domínio da teoria
financeira e de gerência, e mais na linha de buscar definir as qualidades pessoais por trás dos
empreendedores que desenvolvem negócios proeminentes, ou promissores.
A teoria de Administração moderna considera a inteligência emocional um preceptor crucial
para o sucesso pessoal numa sociedade, seja ela empresarial ou não. Ao mesmo tempo, os
empreendedores hoje são aqueles que brilham e se destacam na sociedade. É o termo e a
atividade da moda.
De acordo com Kecharananta e Baker (1999) empreendedores parecem ser definidos por um
principal talento particular: eles tentam constantemente trazer algo novo, trazer inovação ao
que existe usualmente Criar, melhorar, evoluir. São oportunistas e exímios criadores das
oportunidades que podem explorar.
Este estudo considera a possibilidade de que o que falta ao debate do empreendedorismo é a
sua discussão relacionada com a influência das emoções, e como estas emoções são
imperativas para a obtenção de um bom desempenho. A teoria do empreendedorismo esteve
dominada pelas análises relacionadas à teoria do traço, à teoria cognitiva e à teoria gerencial.
55
Elas não foram suficientes para se formar um arcabouço teórico que permitisse as relacionar
com o bom desempenho de um empreendimento ou de um empreendedor. O objetivo aqui é
iniciar uma discussão se existe uma relação substancial entre estes dois domínios
relativamente novos da literatura: o empreendedorismo e a inteligência emocional.
56
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
4.1 REFERENCIAL SOBRE A PESQUISA
Segundo Marconi (1990, p.18), a pesquisa social é um processo que utiliza metodologia
cientifica, através da qual se podem obter novos conhecimentos no campo da realidade social.
Nesses campos estariam compreendidos: natureza e personalidade humana, problemas sociais,
teorias e métodos entre outros.
Foi feita uma pesquisa de campo, com base na aplicação de questionário com o objetivo de
verificar a relação entre o perfil do empreendedor, em particular a inteligência emocional, e o
desempenho do negócio.
4.2 INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS
A coleta de dados foi realizada através de um questionário estruturado (modelo no apêndice
B). O questionário é composto de três partes: perfil demográfico e econômico do negócio (12
perguntas referentes à identificação do negócio dos respondentes), perfil demográfico do
empreendedor (12 perguntas referentes à vida profissional e pessoal do empreendedor) e itens
para levantamento do perfil de personalidade e inteligência emocional dos participantes (67
perguntas).
57
Para efeito de controle estatístico foram levantados alguns itens de traço de personalidade (a
seguir), além dos itens de Inteligência Emocional:
1. Conscienciosidade – itens 1 a 10 do questionário /
2. Estabilidade emocional – itens 11 a 20 do questionário
3. Extroversão – itens 21 a 30 do questionário
4. Propensão ao risco – itens 31 a 40 do questionário
5. Foco no trabalho – itens 41 a 50 do questionário
6. Lócus de Controle – itens 51 a 55 do questionário
As escalas mencionadas acima foram extraídas do International Personality Item Pool (2001)
e são amplamente utilizadas em pesquisas, sendo instrumentos cujas características
psicométricas já foram estabelecidas como válidas e fidedignas. Nos questionários enviados
os itens foram embaralhados de forma a que não ficasse claro para o respondente as suas
relações.
Para medir a inteligência emocional foram utilizados os itens de Wong, Song and Law (2002).
Esta escala tem três sub-escalas:
1. Inteligência emocional / Respeito à emoção dos outros – itens 56 a 60 do questionário
2. Inteligência emocional / Controle emocional – itens 61 a 64 do questionário
3. Inteligência emocional / Auto-emoção – itens 65 a 67 do questionário
4.3 PROCEDIMENTOS
Para a execução do questionário de pesquisa foi escolhido o programa Microsoft Excel, por se
tratar de uma interface extremamente amigável aos participantes. A planilha foi criada de
modo a permitir que os respondentes tivessem acesso somente às células de resposta das
perguntas (menu Ferramentas/proteger/proteger planilha) e estas células foram formatadas de
58
modo a permitir somente as respostas previstas nas listas previamente estabelecidas (menu
dados/validação/lista).
Desta forma a execução do questionário foi extremamente facilitada para as respostas e, ao
mesmo tempo, facilitou bastante a precisão e velocidade na tabulação dos dados e
transferência dos mesmos para uma tabela de banco de dados.
Houve um pré-teste realizado na primeira quinzena de julho de 2006, junto a um grupo de dez
empreendedores, o que resultou em alterações e ajustes no corpo do mesmo. Uma vez
constatada a adequação do instrumento, o mesmo foi enviado na primeira quinzena de agosto
de 2006. O prazo máximo para recebimento do questionário foi no dia 05 de outubro de 2006.
O questionário elaborado foi enviado por e-mail (cópia no apêndice A) através de uma lista
eletrônica de clientes, parceiros e pessoas próximas, todos empresários cuja atividade
principal está relacionada com algum tipo de empreendimento próprio. O objetivo era atingir
não somente os empreendedores contidos nesta lista, mas também os próprios contatos
pessoais destes. Foram enviados 158 (cento e cinqüenta e oito) questionários e respondidos
133 (cento e trinta e três) questionários ao final de dois meses de consulta.
4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Segundo Bussab & Morettin (2005, p.256), “população é o conjunto de todos os elementos ou
resultados sob investigação e amostra é qualquer subconjunto da população”. Já para Fonseca
& Martins (1996, p.111), "a população consiste num conjunto de indivíduos ou objetos que
apresentam pelo menos uma característica em comum". A população pode ser finita ou
infinita. Para estes autores a amostra seria uma parte da população que é dita como base de
estudo quando houve uma impossibilidade do tratamento de todos os elementos da população.
59
Seguindo o conceito de população acima, a população do estudo delimitou-se a
empreendedores domiciliados no Brasil extraídos de listas eletrônicas de clientes e pessoas
próximas, voltadas ou envolvidas com o conceito de empreendedorismo e sua prática.
4.4.1 Descrição da amostra
Um total de 133 empreendedores respondeu aos questionários enviados. A seguir serão
apresentadas as principais características da amostra:
A) Distribuição da amostra por estado
Cerca de 72% da amostra estão localizada no eixo Rio - São Paulo
Aproximadamente 93% da amostra estão localizadas na Região Sudeste
Contar de Estado
Estado Total
SP 48
RJ 48
MG 26
RGS 4
PR 3
SC 2
ES 2
Total geral 133
Tabela 3 – Distribuição da amostra por estado
60
SP
35%
RJ
36%
MG
20%
RGS
3%
PR
2%
SC
2%
ES
2%Contar de Estado
Estado
Figura 4 – Distribuição da amostra por estado
61
B) Distribuição da amostra por setor de atividade
O setor de serviços responde por 49% da amostra
Dentro do setor de serviços, 55% dos entrevistados possuem empresas na área de
informática.
Contar de Setor
Setor Atividade Total
Agronegócio AGRICULTURA, PECUARIA E SERVIÇOS RELACIONADOS 1
FABRICAÇAO DE PRODUTOS ALIMENTICIOS E BEBIDAS 2
FABRICAÇAO DE PRODUTOS TEXTEIS 1
Agronegócio Total 4
Comércio COMÉRCIO POR ATACADO E REPRESENTANTES COMERCIAIS E AGENTES DO COMÉRCIO 9
COMÉRCIO VAREJISTA E REPARAÇAO DE OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS 35
Comércio Total 44
Indústria FABRICAÇAO DE ARTIGOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLASTICO 1
FABRICAÇAO DE MAQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 3
FABRICAÇAO DE MOVEIS E INDUSTRIAS DIVERSAS 5
FABRICAÇAO DE PRODUTOS ALIMENTICIOS E BEBIDAS 7
FABRICAÇAO DE PRODUTOS DE MADEIRA 1
FABRICAÇAO DE PRODUTOS QUIMICOS 1
FABRICAÇAO DE PRODUTOS TEXTEIS 1
PREPARAÇAO DE COUROS E FABRICAÇAO DE ARTEFATOS DE COURO, ARTIGOS DE VIAGEM E CALÇADOS1
Indústria Total 20
Serviços ALOJAMENTO E ALIMENTAÇAO 11
ATIVIDADES DE INFORMATICA E SERVIÇOS RELACIONADOS 36
EDUCAÇAO 3
SERVIÇOS PRESTADOS PRINCIPALMENTE AS EMPRESAS 14
TRANSPORTE TERRESTRE 1
Serviços Total 65
Total geral 133
Tabela 4 – Distribuição da amostra por setor de atividade
Total
Agronegócio
3%
Comércio
33%
Indústria
15%
Serviços
49%
Contar de Setor
Setor
Figura 5 – Distribuição da amostra por setor de atividade
62
- Distribuição da amostra por idade do negócio
Exatamente metade de amostra (50,4%) possui cinco anos ou menos de operação no
negócio em que opera.
Idade do negócio
Contar de N
Idade do negócio Total
2 9
3 13
4 18
5 27
6 18
7 13
8 16
9 11
11 4
12 1
15 1
19 1
20 1
Total geral 133
Tabela 5 – Distribuição da amostra por idade do negócio
Total
0
5
10
15
20
25
30
2 3 4 5 6 7 8 9 11 12 15 19 20
Total
Contar de N
Idade do negócio
Figura 6 – Distribuição da amostra por idade do negócio
63
- Distribuição da amostra por número de funcionários
79% da amostra possuem menos de 20 funcionários e, portanto, estão classificadas
como pequenas empresas pelas estatísticas do IBGE.
Mais da metade de amostra é formada por empresas que possuem menos de 20
funcionários.
Nº Func
1-20 70 53%
20-50 34 26%
50-70 9 7%
70-100 7 5%
> 100 13 10%
133 100%
Tabela 6 – Distribuição da amostra por número de funcionários
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
3 7 10 14 19 23 30 37 47 63 71 92 110 135
Total
Contar de N
Funcionários
Figura 7 – Distribuição da amostra por número de funcionários
64
- Distribuição da amostra por escolaridade
Pouco menos da metade da amostra (44,4%) possui pós-graduação. Cerca de 9% da
mostra não possuem curso superior completo.
66% da amostra optaram por continuar seus estudos de alguma forma após a
conclusão do curso de graduação.
Contar de N
Escolaridade Total
Doutorado 4
Doutorado incompleto 4
ensino médio 4
Mestrado 11
Mestrado incompleto 10
pós graduação 59
superior completo 33
superior incompleto 8
Total geral 133
Tabela 7 – Distribuição da amostra por escolaridade
Mestrado incompleto
8%
superior completo
25%
pós graduação
44%
ensino médio
3%
Doutorado incompleto
3%Doutorado
3%
Mestrado
8%
superior incompleto
6%
Contar de N
Escolaridade
Figura 8 – Distribuição da amostra por escolaridade
65
- Distribuição da amostra por formação acadêmica
Aproximadamente 1/3 da amostra teve formação superior em Ciências Econômicas ou
Administração.
Contar de N Contar de N
Formação Total Formação consolidado N %
- 4 Administração / Ciências Econômicas 44 33%
Administração 35 Engenharia 32 24%
Agronomia 4 Área médica 14 11%
Arquitetura 3 Informática/matemática 15 11%
Ciências Econômicas 9 Marketing/publicidade 7 5%
Direito 10 Outros 21 16%
Engenharia Agrícola 2 133 100%
Engenharia Civil 4
Engenharia de Alimentos 2
Engenharia de computação 12
Engenharia de Produção 8
Engenharia Elétrica 2
Engenharia Têxtil 2
Informática 13
Marketing 2
Matemática 2
Medicina 4
Medicina Veterinária 9
Odontologia 1
Publicidade 5
Total geral 133
Tabela 8 – Distribuição da amostra por formação acadêmica
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-
Ad
min
istr
açã
o
Ag
ron
om
ia
Arq
uite
tura
Ciê
ncia
s
Eco
nô
mic
as
Dire
ito
En
ge
nh
aria
Ag
ríco
la
En
ge
nh
aria
Civ
il
En
ge
nh
aria
de
Alim
en
tos
En
ge
nh
aria
de
co
mp
uta
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o
En
ge
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aria
de
Pro
du
çã
o
En
ge
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Elé
tric
a
En
ge
nh
aria
Tê
xtil
Info
rmá
tica
Mark
etin
g
Mate
mática
Med
icin
a
Med
icin
a V
ete
rin
ária
Od
on
tolo
gia
Pu
blic
idad
e
Total
Contar de N
Formação
Figura 9 – Distribuição da amostra por formação acadêmica
66
- Outras médias relevantes
Dados Total
Média de Idade do negócio 6
Média de Fat 2003 2.982
Média de Fat 2004 3.594
Média de Fat 2005 4.256
Média de Funcionários 36
Média de Rotatividade 2
Média de Quantos sócios 2
Média de Idade 40
Observação 1 - Faturamento em R$´000
Observação 2 - Rotatividade = tempo médio de permanência
do funcionário na empresa
Tabela 9 – Quadro de outras médias relevantes
- Outras observações interessantes
Aproximadamente 71% da amostra são do sexo masculino.
Cerca de 77% da amostra ainda não tiveram necessidade de fechar uma empresa em
sua carreira de empreendedor.
Cerca de 90% da amostra possuem mais sócios.
Um pouco mais da metade da amostra, 53%, já tinham experiência prévia no negócio
em que estão envolvidos atualmente. Além disso, praticamente 90% da amostra atuam
como administradores de seu próprio negócio.
Um pouco menos de 1/3 da amostra, 28%, estão dirigindo seu primeiro negócio.
Um pouco mais de 1/3 da amostra, 35%, montaram seu negócio em função de estar
desempregado ou para complementar renda familiar.
Aproximadamente 26% da amostra dirigem negócio de família, seja por vontade
própria, seja por herança.
Apenas 22% da amostra consideram que o principal fator que os levou a montar um
negócio tenha sido buscar mais independência e direção na sua própria vida.
67
4.5 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram analisados após a tabulação por meio do programa SPSS (Statistical Package
for the Social Sciences). A tabulação foi feita em três partes obedecendo ao critério de divisão
do questionário: perfil demográfico e econômico do negócio (12 perguntas referentes à
identificação do negócio dos respondentes), perfil demográfico do empreendedor (12
perguntas referentes à vida profissional do empreendedor) e itens para levantamento do perfil
de personalidade e inteligência emocional dos participantes (67 perguntas).
4.6 – RESULTADOS DA PESQUISA
Como descrito nos capítulos anteriores deste trabalho, o objetivo do mesmo é tentar observar
relações entre o perfil do empreendedor brasileiro e o desempenho dos seus negócios.
As variáveis de personalidade investigadas no estudo foram a conscienciosidade,,, a
estabilidade emocional, a propensão ao risco, o foco no trabalho, a extroversão e o lócus de
controle.
Os traços conscienciosidade, estabilidade emocional e extroversão foram incluídos como
controles, uma vez que a literatura sobre desempenho no trabalho apresenta inúmeros estudos
apontando para sua relevância em certas funções (BARRICK e MOUNT, 2004; McMCRAE e
COSTA, 1990).
Os traços propensão ao risco, foco no trabalho e lócus de controle foram também incluídos
como controles, e são também variáveis amplamente estudadas e apontadas como preditores
de bom desempenho na área gerencial (GOLEMAN, 1995, 1998).
68
Além destes, atendendo ao principal objetivo desta pesquisa, também medimos os
coeficientes de inteligência emocional dos empreendedores para assim verificar sua
contribuição adicional ao desempenho dos empreendedores.
Ao definir como seria medido o desempenho, para que pudéssemos analisar as correlações,
iniciamos pela variável de desempenho mais usual, o faturamento. Em função de a amostra
possuir empresas de diferentes setores e tamanhos, fizemos algumas transformações para que
os dados de faturamento pudessem se tornar comparáveis:
Dividimos o faturamento anual de 2005 pelo número de funcionários da empresa,
chegando assim à variável “faturamento por funcionário”.
Separamos a amostra em dois subgrupos setoriais: a) Indústria/Comércio e b)
Serviços.
A segunda medida de desempenho utilizada foi a idade do negócio. Esta variável não é
exatamente uma medida de longevidade, porque capta informação sobre negócios que existem
há muito tempo e há pouco tempo. Embora longevidade seja um dos componentes desta
medida, não é o único. Contudo, dadas as limitações impostas pelo desenho da pesquisa, é a
melhor informação disponível sobre esta medida de desempenho, que considerada
fundamental (consideração corroborada pela pesquisa atualizada do IBGE, disposta na
contextualização do tema, capítulo dois). Abaixo estão as matrizes de correlação das variáveis
estudadas para amostras de empreendedores dos setores de indústria e comércio, e do setor de
serviços.
69
idadeneg rotatividade
IERespEm
o IEContEmo
IEAutoEm
o
Consencios
idade Estabilidade Extroversão Risco
FocoTrabal
ho
LocusContr
ole fatpond2
1. idadeneg Pearson
Correlation 1
2. rotatividade Pearson
Correlation -0,067 1
3. IERespEmo Pearson
Correlation ,750(**) -0,054 1
4. IEContEmo Pearson
Correlation ,750(**) -0,057 ,993(**) 1
5. IEAutoEmo Pearson
Correlation ,762(**) -0,130 ,909(**) ,905(**) 1
6. Consenciosidade Pearson
Correlation 0,207 0,142 0,145 0,140 0,221 1
7. Estabilidade Pearson
Correlation 0,073 -0,146 0,080 0,081 0,079 0,098 1
8. Extroversão Pearson
Correlation ,690(**) -0,102 ,833(**) ,871(**) ,865(**) 0,213 0,151 1
9. Risco Pearson
Correlation ,675(**) -0,135 ,877(**) ,881(**) ,901(**) 0,157 0,178 ,867(**) 1
10. FocoTrabalho Pearson
Correlation ,723(**) -0,026 ,712(**) ,716(**) ,770(**) ,303(*) 0,115 ,728(**) ,704(**) 1
11. LocusControle Pearson
Correlation 0,028 -0,184 0,049 0,049 -0,034 -0,018 -0,036 0,020 -0,060 -0,011 1
12. fatpond2 Pearson
Correlation -0,012 -,288(*) 0,042 0,019 0,050 0,123 ,379(**) 0,011 0,113 0,040 -0,203 1
**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Tabela 10 – Quadro de correlações dos setores de indústria e comércio
70
idadeneg rotatividade
IERespEm
o IEContEmo
IEAutoEm
o
Consencios
idade Estabilidade Extroversão Risco
FocoTrabal
ho
LocusContr
ole fatpond2
1. idadeneg Pearson
Correlation 1
2. rotatividade Pearson
Correlation 0,203 1
3. IERespEmo Pearson
Correlation ,882(**) 0,164 1
4. IEContEmo Pearson
Correlation ,865(**) 0,177 ,988(**) 1
5. IEAutoEmo Pearson
Correlation ,900(**) 0,149 ,851(**) ,816(**) 1
6. Consenciosidade Pearson
Correlation 0,163 ,297(*) 0,167 0,198 0,145 1
7. Estabilidade Pearson
Correlation 0,170 0,155 0,238 ,276(*) 0,205 ,522(**) 1
8. Extroversão Pearson
Correlation ,816(**) 0,180 ,789(**) ,836(**) ,815(**) 0,227 0,223 1
9. Risco Pearson
Correlation ,834(**) 0,162 ,788(**) ,784(**) ,903(**) ,245(*) ,276(*) ,861(**) 1
10. FocoTrabalho Pearson
Correlation ,856(**) 0,197 ,778(**) ,773(**) ,821(**) 0,096 0,240 ,798(**) ,807(**) 1
11. LocusControle Pearson
Correlation -0,115 -0,223 -0,002 -0,009 -0,025 0,194 0,182 -0,095 -0,026 -0,030 1
12. fatpond2 Pearson
Correlation 0,148 -0,011 0,029 0,021 0,097 -0,233 -,435(**) 0,115 0,019 0,026 -,321(*) 1
**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
Tabela 11 – Quadro de correlações do setor de serviços
A) Faturamento por funcionário como fator principal de medição de desempenho
Foi feita, em uma primeira etapa, uma análise de regressão, considerando como variável
dependente o faturamento por funcionário, apenas para o setor de serviços.
A análise de regressão foi feita em três etapas. Na primeira foram incluídas as variáveis idade
do negócio e rotatividade, sendo esta última relativa ao número anos de permanência média
do funcionário na empresa estudada. O coeficiente de determinação neste primeiro estágio
não foi significativo (R2=0,02; p=n.s.).
71
Na segunda etapa foram incluídos os traços de personalidade de controle (extroversão, lócus
de controle, estabilidade emocional, propensão ao risco, foco no trabalho e
conscienciosidade,). Os resultados mostraram que o modelo foi significativo (∆R2 = 0,26,
Fchange=4,9, p<0,01).
Das variáveis analisadas apenas a estabilidade emocional ( β = -0,43, p<0,01 ) e lócus de
controle (β = -0,23, p<0,08) foram responsáveis pela variância explicada.
Na terceira etapa foram agregadas ao mesmo modelo as três variáveis relacionadas ao
conceito de inteligência emocional: respeito à emoção dos outros, controle emocional e auto-
emoção. Porém, o coeficiente de determinação não foi significativo (∆R2 = 0,01; p=n.s.).
Etapa Variáveis Beta R2 ∆R
1 idadeneg 0,157
rotatividade -0,043 0,024 0,024
2 idadeneg 0,128
rotatividade -0,039
Consenciosidade 0,008
Estabilidade -0,434
Extroversão 0,091
LocusControle -0,228
idadeneg 0,302
rotatividade -0,040
Consenciosidade -0,002
Estabilidade -0,436
Extroversão 0,002
LocusControle -0,208 0,29** 0,26**
3 IERespEmo -0,836
IEContEmo 0,596
IEAutoEmo 0,139 0,304 0,01+
Nota: N=65, * p<0,05, ** p<0,01, + p=n.s.
Tabela 12 – Tabela de regressão setor de serviços/ Var. dependente: faturamento por funcionário
Uma nova análise de regressão foi feita, agora considerando somente os empreendedores
atuando nos setores de indústria e comércio. Esta análise também foi realizada em três etapas.
72
As variáveis e os modelos testados forma exatamente os mesmos avaliados acima para o setor
de serviços.
Os resultados mostraram que o modelo foi significativo (R2 = 0,33 ;F(9,54)=2,99, p<0,01).
Na primeira etapa o poder explicativo do modelo foi marginalmente significativo (R2 = 0,08;
F(2,61)=2,80, p<0,06). A variável rotatividade foi a principal responsável pela variância
explicada ( β = -0,29, p<0,05).
Na segunda etapa houve um incremento significativo na variância explicada (∆R2 = 0,20;
Fchange = 3,92, p<0,01). As variáveis significativamente relacionadas com o critério foram
estabilidade emocional ( β = 0,32, p<0,01) e Lócus de controle ( β = -0,24, p<0,05).
Na terceira etapa, porém, o coeficiente de determinação não foi significativo na variância
explicada, (∆R2 = 0,05; Fchange = 1,37, p<0,01).
73
Etapa Variáveis Beta R2 ∆R
1 idadeneg -0,031
rotatividade -0,290 0,084 0,084
2 idadeneg -0,027
rotatividade -0,318
Consenciosidade 0,154
Estabilidade 0,322
Extroversão -0,080
LocusControle -0,245
idadeneg -0,105
rotatividade -0,346
Consenciosidade 0,157
Estabilidade 0,296
Extroversão 0,162
LocusControle -0,278 0,282 0,20**
3 IERespEmo 2,433
IEContEmo -2,204
IEAutoEmo -0,341 0,333 0,05
Nota: N=65, * p<0,05, ** p<0,01, + p=n.s.
Tabela 13 – Tabela de regressão setores de indústria e comércio/
Var. dependente: faturamento por funcionário
B) Idade do negócio como indicador de desempenho
Novamente foram utilizadas análises separadas por setor, inicialmente considerando
empreendedores atuando no setor de serviços. Na primeira etapa da análise, a variável
dependente considerada foi a idade do negócio, quando as variáveis controle de personalidade
foram incluídas no modelo (conscienciosidade,, extroversão, estabilidade emocional,
propensão ao risco, foco no trabalho e lócus de controle). Os resultados mostraram que o
modelo foi significativo (R2 = 0,81 ;F=41,49, p<0,001). As variáveis foco no trabalho e risco
foram as principais responsáveis pela variância explicada ( β = 0,50, p<0,001) e ( β = 0,31,
p<0,02), respectivamente.
74
Na segunda etapa foram agregadas ao mesmo modelo as três variáveis relacionadas ao
conceito de inteligência emocional: respeito à emoção dos outros, controle emocional e auto-
emoção. Os resultados mostraram que o incremento ao modelo foi significativo (∆R2 = 0,09
;Fchange=15,87, p<0,001). A variável foco no trabalho continuou sendo um preditor
significativamente relacionado ao critério ( β = 0,31, p<0,01). Além disso, duas outras
variáveis contribuíram para o incremento inteligência emocional: auto-emoção (β = 0,45,
p<0,01) e lócus de controle (β = -0,09, p<0,05). A variável conscienciosidade, (β = 0,09,
p<0,08), nesta etapa, pode ser considerada marginalmente significativa.
Etapa Variáveis Beta R2 ∆R
1 Consenciosidade 0,068
Estabilidade -0,090
Extroversão 0,149
LocusControle -0,074
Risco 0,306
FocoTrabalho 0,503 0,811 0,811
2 Consenciosidade 0,095
Estabilidade -0,097
Extroversão -0,064
LocusControle -0,099
Risco -0,049
FocoTrabalho 0,311
IERespEmo 0,034
IEContEmo 0,319
IEAutoEmo 0,455 0,899** 0,090
Nota: N=65, * p<0,05, ** p<0,01, + p=n.s.
Tabela 14 – Tabela de regressão setor de serviço/ Var. dependente: idade do negócio
Foi feita uma segunda análise de regressão considerando empreendedores atuando na
indústria e no comércio. Na primeira etapa da análise, a variável dependente considerada foi a
idade do negócio, quando as variáveis controle de personalidade foram incluídas no modelo
(conscienciosidade, extroversão, estabilidade emocional, propensão ao risco, foco no trabalho
e lócus de controle). Os resultados mostraram que o modelo foi significativo (R2 = 0,65
75
;F=11,15, p<0,001). A variável foco no trabalho foi a principal responsável pela variação
explicada ( β = 0,44, p<0,01).
Na segunda etapa foram agregadas ao mesmo modelo as três variáveis relacionadas ao
conceito de inteligência emocional: respeito à emoção dos outros, controle emocional e auto-
emoção. Os resultados mostraram que o incremento ao modelo foi significativo (∆R2 = 0,06
;Fchange=3,06, p<0,04). A variável foco no trabalho continuou sendo a principal responsável
pela variação explicada ( β = 0,33, p<0,02).
Apesar das três variáveis relacionadas à inteligência emocional terem, juntas, gerado
substancial incremento, nenhuma delas foi significativa individualmente.
Etapa Variáveis Beta R2 ∆R
1 Consenciosidade 0,005
Estabilidade -0,043
Extroversão 0,201
LocusControle 0,039
Risco 0,200
FocoTrabalho 0,440* 0,591 0,591
2 Consenciosidade 0,011
Estabilidade 0,015
Extroversão -0,031
LocusControle 0,015
Risco -0,202
FocoTrabalho 0,320
IERespEmo -0,023
IEContEmo 0,408
IEAutoEmo 0,373 0,650 0,059
Nota: N=64, * p<0,05, ** p<0,01, + p=n.s.
Tabela 15 – Tabela de regressão setores de comércio e indústria/ Var. dependente: idade do negócio
Foi feito então um exercício/ teste adicional onde excluímos duas variáveis de inteligência
emocional – respeito às emoções dos outros e controle emocional – com base na percepção
obtida na regressão feita para os empreendedores da área de serviços.
76
Desta feita o ∆R2 foi igual a 0,04, com Fchange = 6,02 e p<0,02. Podemos concluir que a
variável inteligência emocional / auto-emoção parece estar significativamente relacionada
com a idade do negócio.
Etapa Variáveis Beta R2 ∆R
1 Consenciosidade 0,005
Estabilidade -0,043
Extroversão 0,201
LocusControle 0,039
Risco 0,200
FocoTrabalho 0,440 0,591 0,591
2 Consenciosidade -0,011
Estabilidade 0,003
Extroversão 0,074
LocusControle 0,042
Risco -0,110
FocoTrabalho 0,329*
IEAutoEmo 0,547* 0,631 0,040
Nota: N=64, * p<0,05, ** p<0,01, + p=n.s.
Tabela 16 – Tabela de regressão setores de comércio e indústria/ Var. dependente: idade do negócio –
teste/exercício
Finalmente, feita uma análise de regressão considerando toda a amostra, os resultados foram
extremamente semelhantes:
(R2 = 0,70 ;F=31,93, p<0,001).
Variáveis significativas na primeira etapa:
o Risco ( β = 0,28, p<0,002)
o Foco no trabalho ( β = 0,43, p<0,001)
Resultados da segunda etapa:
o (∆R2 = 0,05 ;Fchange=7,30, p<0,001)
o Variável significativa – I.E. Auto-emoção ( β = 0,33, p<0,005).
77
Etapa Variáveis Beta R2 ∆R
1 Consenciosidade 0,023
Estabilidade -0,065
Extroversão 0,157
LocusControle -0,004
Risco 0,285
FocoTrabalho 0,435 0,647 0,647
2 Consenciosidade 0,041
Estabilidade -0,040
Extroversão 0,005
LocusControle -0,036
Risco -0,049
FocoTrabalho 0,310**
IERespEmo 0,104
IEContEmo 0,196
IEAutoEmo 0,330** 0,700 0,053Nota: N=64, * p<0,05, ** p<0,01, + p=n.s.
Tabela 17 – Tabela de regressão toda a amostra/ Var. dependente: idade do negócio
78
5 CONCLUSÕES
O estudo traz uma boa percepção do quanto é difícil empreender em nosso país, como
inclusive o próprio IBGE descreveu em sua pesquisa. Se ainda considerarmos que a amostra
representa um número significativo de empreendedores da região Sudeste, que contém
estados que concentram maior índice de escolaridade e desenvolvimento acadêmico, isso se
torna ainda mais evidente. Pode-se imaginar que nos estados mais pobres, com menos acesso
à informação, às fontes de investimento (que já são escassas no Sudeste, mesmo considerando
a formação acadêmica possivelmente mais elevada dos empreendedores) e à infra-estrutura,
seja ainda mais difícil empreender.
Os problemas que acompanham os empreendedores brasileiros são de longe conhecidos pela
população e amplamente divulgados pela mídia. O Brasil tem a mais alta taxa de juros do
mundo, entre os países emergentes. Recorrer a financiamento bancário no Brasil, para
qualquer empreendedor, é optar por correr um risco extremamente alto. É certo que
empreendedores têm, normalmente, certa inclinação por tomar risco, mas são inúmeros os
casos conhecidos de empreendedores que perderam seus negócios para os juros bancários.
Esta alta taxa de juros, além de tornar complicado o acesso ao financiamento do
empreendedor, traz um problema adicional que é o pequeno crescimento da nossa economia.
Quando falamos em empreender falamos, claro, de uma boa dose de coragem e inovação
79
contínua. Para que haja mercado consumidor para esta contínua inovação, é necessário haver
crescimento. Quando o país não cresce, os empreendimentos sofrem.
Outro problema comum no que diz respeito a abrir e fechar negócios no Brasil é a famosa
burocratização brasileira. O nosso país ocupa um dos piores lugares do mundo no que diz
respeito em agilidade para se abrir ou fechar uma empresa. Quantas empresas atrasam o início
de suas operações, ou mesmo perdem a oportunidade, por causa disso? Não sabemos. E
quantas empresas deixam de ser fechadas porque é mais simples “jogar a chave na lagoa” do
que fechá-la corretamente? Também não sabemos. Porém, sabemos que fatos como estes
afetam consideravelmente as estatísticas e deturpam as análises. Quando recebemos as
estatísticas do número de empresas fechadas no Brasil, como por exemplo, o estudo do IBGE
considerado neste trabalho, precisamos considerar que as empresas que fecharam suas portas
neste estudo foram somente as empresas que efetivamente conseguiram fechar o seu CGC, e
não as que “jogaram a chave fora”. O número final, com certeza, é ainda pior.
A seguir, analisamos os resultados deste estudo levando-se em consideração inclusive os
fatores aqui descritos, neste breve introdução à conclusão.
• Quanto à variável faturamento por funcionário
Com relação à amostra dos empreendedores do setor de serviços, nem a variável rotatividade
nem a idade do negócio pareceram relacionadas ao desempenho considerando a variável
dependente faturamento por funcionário. Nesta amostra, curiosamente, as variáveis
estabilidade emocional e a variável lócus de controle aparecem como negativamente
relacionadas com a variável dependente. Resumindo, aparentemente quanto maiores os
80
valores obtidos pelos empreendedores nestas escalas, pior o desempenho financeiro de seus
empreendimentos.
Os resultados desta análise podem ser interpretados por duas linhas de pensamento. A
primeira linha nos levaria a entender que o empreendedor do setor de serviços é
extremamente afetado por fatores externos, econômicos ou sociais, o que faz com que estes
empreendedores monitorem melhor as forças do ambiente para melhor responder a estes
fatores, e neste processo, também desenvolvam a crença de que o ambiente tem maior
preponderância sobre seu destino do que ele próprio. Da mesma forma, a maior instabilidade
emocional e o melhor desempenho de gestores nesse setor podem ser ambos causados pela
tendência à reatividade às situações, que apesar de marcar suas personalidades pela
inconstância e susceptibilidade ao estresse, também se traduziria numa uma maior agilidade
e/ou adaptabilidade ao ambiente. A outra linha de análise nos traz a alternativa de que pode
haver uma terceira variável, não incluída neste estudo, que explique a instabilidade e o
sucesso financeiro simultaneamente. Intuitivamente, podemos sugerir que variáveis como a
sensibilidade e a obstinação podem ser importantes numa futura pesquisa.
Com relação aos empreendedores dos setores de indústria e comércio, somente uma mudança
é observada no quadro acima discutido, com relação à estabilidade emocional. Neste grupo, a
estabilidade emocional parece ser um bom indicativo de desempenho do empreendedor, pois
maior estabilidade emocional esteve associada a melhor o desempenho do empreendimento
nesta amostra. Além disso, observa-se novamente a correlação negativa da variável lócus de
controle e o desempenho do empreendimento, sendo a mesma discussão aplicável nestes
setores. Também neste grupo, a inteligência emocional não teve impacto significativo sobre o
desempenho do empreendimento.
81
Como conclusão, aparentemente o empreendedor brasileiro que obtém melhores resultados
parece creditar a fatores no ambiente externo como determinantes principais de seu destino,
uma conseqüência direta de sua influência nos seus negócios. As diferenças entre setores
observadas para a variável estabilidade emocional evidenciam a necessidade de quaisquer
discussões sobre o perfil dos empreendedores considerarem em particular a área de atuação e
indústria de operação do empreendimento. Os resultados mostram uma diferença clara entre a
estabilidade emocional demonstrada pelos empreendedores da área de serviços e os
empreendedores das áreas de indústria e comércio.
É importante salientar que o setor de serviços é um setor menos intensivo em capital, os
investimentos para se iniciar um negócio de serviços são normalmente muito mais baixos do
que no setor de indústria e comércio, onde podemos afirmar que a barreira de entrada no
mercado esteja menos relacionada ao capital empregado e mais relacionado à agilidade e à
adaptabilidade da demanda por novos serviços. Por causa disso é provável que a instabilidade
emocional tenha se tornado um traço pessoal favorável para o empreendimento. Pode-se
considerar que o grande custo empregado por um empreendedor do setor de serviços é o seu
próprio custo de oportunidade. A conta que um empreendedor do setor de serviços faz está
sempre relacionada ao valor que ele está gerando no empreendimento, contra o valor que ele
estaria ganhando no mercado de trabalho, ou seja, seu custo de oportunidade. Agregam-se a
isto fatores como disposição por desenvolver seu próprio negócio, status, liberdade, risco e
outros fatores descritos neste estudo. Porém, é certo que o empreendedor do setor de serviços
que planejou o seu negócio (neste caso não está sendo considerado o empreendedor por
necessidade) opta por diminuir seus rendimentos, pelo menos no início do empreendimento,
82
vislumbrando um futuro mais promissor, seja do ponto de vista financeiro, seja do ponto de
vista da realização pessoal.
Enquanto isso, a maior capacidade de controlar emoções é inversamente relevante nos setores
de indústria e de comércio, onde é mais importante o investimento em capital. Podemos
especular que para se montar um negócio que seja no setor de indústria ou de comércio existe,
teoricamente, pelo menos uma maior sensação de necessidade de planejamento. Enquanto no
setor de serviços, no limite, o empreendedor pode simplesmente se preparar para uma queda
em seus rendimentos, acreditando que em algum tempo os mesmos irão voltar ao mesmo
patamar, ou mesmo a um patamar aceitável, na indústria ou no comércio aspectos como
compra de máquinas, equipamentos, planejamento de produção, estoque, fachadas de lojas,
vendedores, etc...vêm à tona. E estes são aspectos que demandam investimento.
Operacionalmente isso faz, comprovadamente, que seja mais difícil para um empreendedor da
indústria ou do comércio alterar de forma radical e rápida seu produto, por exemplo. Mesmo
quando o negócio parece não ir bem, muitas vezes por compromissos relacionados ao
financiamento de seu parque industrial, ou mesmo por um estoque já comprado. Ao contrário
do empreendedor de serviços, que pode mais rapidamente adequar sua prestação à uma nova
necessidade ou à uma correção do mercado.
Pode-se imaginar, portanto, que uma maior estabilidade emocional se faz necessária ao
empreendedor do setor de indústria e comércio, tanto pela teórica mais necessidade de
planejamento inicial, como pela própria característica do negócio.
• Quanto à variável idade do negócio
83
Sobreviver no negócio foi considerado um fator preponderante de sucesso no estudo do
empreendedorismo no Brasil. As dificuldades do empreendedor brasileiro, como já dito antes,
começam para que ele abra a sua empresa. É caro, complicado e também comum ouvir que o
processo pode ser, inclusive, corrupto.
Mesmo depois de aberto, as dificuldades aumentam. Não há acesso a financiamento, as taxas
de juros são altíssimas, a carga tributária sobre receitas e funcionários é abusiva, e assim por
diante. Soma-se a isso o fato de que o Brasil cresce pouco, muito pouco, e se existem mais
empresas entrando no mercado do que saindo, como mostra o estudo do IBGE, falta mercado
consumidor para todo mundo.
Em um mercado como este ser empreendedor é arriscar, arriscar muito. E é preciso muita
disposição para trabalhar muito esperando que o resultado venha, e muito controle emocional
para suportar as crises e problemas que surgem a todo istante.
Não por outro motivo os resultados estatísticos observados neste estudo nos levam a crer que
parece existir uma relação significativa entre a idade do negócio do negócio e fatores como
foco no trabalho, inteligência emocional, auto-emoção e propensão ao risco.
Esta relação parece ainda mais forte para os dois primeiros fatores, o que pode significar a que
os empreendedores brasileiros precisam de fato trabalhar muito, principalmente nos primeiros
anos de vida do seu empreendimento. É de conhecimento público, confirmado em várias
declarações de alguns dos principais empreendedores do Brasil, que todo empreendimento
próprio demanda excesso de participação e disposição para que o mesmo ocorra. Nesta
amostra isso também pode ser exemplificado, para reforçar a tese, pelo alto percentual de
84
empreendedores que administram seu próprio negócio (praticamente 90% da amostra). Além
disso, os resultados observados parecem comprovar a proximidade entre os conceitos de
empreendedorismo e traços de propensão ao risco. Aparentemente, a propensão ao risco é um
traço preponderante entre os empreendedores que estão abertos por mais tempo e que portanto
sobreviveram à barreira da sobrevivência.
Além disso, conseguimos observar a influência positiva da inteligência emocional, em
particular a variável auto-emoção, que denota fundamentalmente a capacidade do indivíduo
em conhecer suas próprias emoções. Conhecendo-as, o empreendedor poderá antecipar suas
reações a problemas futuros e, assim, encontrar um fator facilitador de suas interações intra e
inter-organizacionais, favorecendo também o planejamento e controle dos seus próximos
passos.
• Limitações e propostas de continuidade
Algumas das limitações deste trabalho já foram descritas no decorrer do mesmo, porém cabe
recorrer às mesmas nesta seção, a fim de que sejam fundamentadas as propostas de
continuidade do estudo.
Inicialmente um estudo complementar poderia trazer à amostra um número maior de
empreendedores, não só buscando aumentar a amostra, mas também diversificá-la. A amostra
estudada não possui empreendedores da região norte e nordeste, por exemplo, que poderiam
trazer uma importante diversificação de perfis. Há uma considerável semelhança na formação
dos empreendedores aqui contidos, o que poderia explicar alguma semelhança em suas
atitudes e desenvolvimento.
85
Esta limitação reflete a maior dificuldade encontrada para o desenvolvimento do trabalho, que
foi o acesso aos empreendedores. Não existe uma base consolidada razoavelmente confiável
de empreendedores brasileiros, e muitos deles ainda não possuem o artifício do correio
eletrônico, ou de um site para relacionamento com o público. Isso dificultou em demasia a
formação de uma lista de empreendedores maior e mais complexa.
Um estudo considerando algumas hipóteses específicas, não objeto deste estudo (por se tratar
de um estudo exploratório), poderia ser uma excelente opção de continuação.
Porém, acredito que a melhor forma de agregar valor a esta pesquisa seria tratar o assunto de
forma longitudinal, acompanhando um número específico de empreendedores desde a
formação de suas empresas, medindo o perfil dos empreendedores em diversos momentos e
verificando como o mesmo vai evoluindo com o passar dos anos. Deste modo, a variável
longevidade, inclusive, poderia ser mais precisamente observada. Uma amostra maior ou
mesmo um estudo longitudinal poderiam permitir a comparação direta dos perfis dos mais
bem sucedidos com aqueles que cujos empreendimentos tornaram-se inativos, fechados antes
ou depois dos cinco ou seis anos iniciais (como descrito na pesquisa atualizada do IBGE), e
assim verificar o impacto das variáveis estudadas neste trabalho com a longevidade das
empresas, considerando inclusive as empresas que não sobreviveram.
86
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7 APÊNDICES
APÊNDICE A – CARTA DE APRESENTAÇÃO
Caros senhores empresários e amigos
Sou aluno do Mestrado em Administração pelo Ibmec e minha pesquisa é na área de Empreendedorismo. Meu objetivo principal é buscar uma relação entre o perfil do
empreendedor brasileiro e seu desempenho.
O questionário em anexo, disposto num arquivo em Excel (cuja interface acredito ser familiar
a praticamente todos vocês), tem este objetivo. Não é preciso colocar o seu nome nem o nome
da sua empresa em nenhuma parte deste questionário.
Responder este questionário não deverá levar mais de meia hora do seu tempo, e após sua
finalização todo que você precisa fazer é salvá-lo no link
www.concretesolutions.com.br/intranet/projetomestrado (upload).
Em três meses, neste mesmo link, estará disponibilizado um relatório consolidado da
pesquisa, de acesso livre para qualquer um poder comparar os seus resultados com os
resultados dos demais empreendedores. É uma ótima oportunidade para uma análise mais
profunda sobre sua atuação como empreendedor.
Conto com a ajuda de todos vocês em não só responder este questionário, mas também em
repassá-lo para qualquer lista de empreendedores amigos e conhecidos que vocês tenham.
Quanto mais informação nós tivermos, melhor será o produto final a ser compartilhado.
Para maiores esclarecimentos, seguem os contatos dos professores-orientadores do Projeto de Pesquisa na Unidade do Ibmec – Centro, Rio de Janeiro.
Professora Flavia Cavazotte / Orientadora – tel. (21) 45034096
Professor Luis Alberto Nascimento / Co-orientador – tel. (21) 45034048
Sem mais para o momento, agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.
Um grande abraço,
Vitor de Medina Coeli Roma
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO
Parte 1 – Perfil demográfico do empreendimento
1. Localização: Estado ( ) Cidade ( )
2. Tipo de estabelecimento: único ( ) com filial (ais) ( ) sem estabelecimento ( )
96
3. Espécie de estabelecimento: Loja ( ) Escritório ( ) Residência ( ) Associação ( )
Fábrica ( ) Depósito ( )
4. Setor da atividade: Indústria ( ) Comércio ( ) Prestação de serviços ( ) Agronegócio ( )
5. Classificação da atividade segundo IBGE - ANEXO C
6. Idade do negócio (anos):
7. Faturamento dos três últimos ano (bruto valor em reais):
7.1. 2003
7.2. 2004
7.3. 2005
8. Número total de funcionários (excluindo terceirizados):
9. Número de funcionários terceirizados:
10. Permanência média dos funcionários na empresa:
11. Tem outros sócios? Sim ( ) não ( )
12. Quantos sócios?
Parte 2 – Perfil demográfico do empreendedor
1) Sexo: masculino ( ) feminino ( )
2) Idade/ ano de nascimento:
3) Estado civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Desquitado ( ) Divorciado ( ) Outros
( )
4) Escolaridade: ____________ completa ( ) incompleta ( )
5) Formação em: (quadro de cursos superiores) – ANEXO B
6) Religião: _________________
7) Entrada no negócio: voluntária ( ) involuntária ( )
8) Razões para entrada no negócio: Tomar conta do negócio da família ( ) Herança ( ) Por
gosto à atividade ( ) Complemento do rendimento familiar ( ) Expectativa de maior
97
rendimento ( ) Garantia de maior independência ( ) Identificação de oportunidade ( ) Desejo
de ter o próprio negócio ( ) Exigência de clientes ( ) Situação econômica difícil ( ) Perda de
emprego/ Desemprego ( )
9) Tinha experiência prévia no negócio sim ( ) não ( )
10) Esta é a sua primeira empresa: sim ( ) não ( )
11) Já foi obrigado a fechar alguma empresa anteriormente: sim ( ) não ( )
12) Participa como administrador: sim ( ) não ( )
Parte 3 – Pesquisa de perfil
I) Conscienciosidade
1. Estou sempre preparado.
2. Presto atenção em detalhes.
3. Realizo tarefas prontamente.
4. Gosto das coisas em ordem.
5. Sigo programações à risca.
6. Sou rigoroso em meu trabalho.
7. Freqüentemente deixo de colocar os objetos nos seus lugares.
8. Adio algumas de minhas tarefas.
9. Esqueço meus pertences por aí.
10. Não prezo pela organização.
II) Estabilidade Emocional
11. Sinto-me relaxado durante a maior parte do tempo
12. Raramente me sinto bem
98
13. Fico perturbado facilmente
14. Fico preocupado com as coisas
15. Freqüentemente me sinto bem
16. Mudo de humor constantemente
17. Fico aborrecido facilmente
18. Fico irritado facilmente
19. Raramente fico deprimido
20. Rapidamente mudo de um estado de humor para outro
III) Extroversão
21. Estou sempre em evidência nas festas
22. Não falo muito
23. Sinto-me confortável entre as pessoas
24. Mantenho-me na retaguarda
25. Inicio conversas
26. Tenho pouco a dizer
27. Falo com um monte de gente diferente nas festas
28. Não gosto de chamar a atenção para mim
29. Não me importo em ser o centro das atenções
30. Fico quieto entre estranhos
IV) Propensão ao Risco
31. Gosto de ser inconseqüente
32. Gosto de arriscar
33. Vou atrás do perigo
34. Sei driblar as regras
35. Estou preparado para tudo
99
36. Procuro aventuras
37. Nunca saltaria de pára-quedas ou bungee-jumping
38. Nunca faria um investimento de alto risco
39. Sempre sigo as regras
40. Evito situações perigosas
V) Foco no Trabalho
41. Sei trabalhar duro
42. Sempre faço mais do que esperam de mim
43. Estou sempre ocupado
44. Sou exigente
45. Exijo trabalho de alto nível para mim e meus colegas
46. Batalho por algo em que acredito
47. Sou capaz de entregar vários trabalhos ao mesmo tempo
48. Estou sempre em constante atividade
49. Trabalho apenas o suficiente para não ser incomodado
50. Faço questão de gastar pouco tempo e esforço no meu trabalho
VI) Lócus de Controle
51. Acredito que o meu sucesso depende mais de habilidade do que de sorte
52. Acredito que problemas inesperados são resultados simplesmente do azar
53. Acredito que o mundo é controlado por poucas e poderosas pessoas
54. Acredito que algumas pessoas nasceram com sorte
55. Acredito no poder do destino
VIII) Inteligência Emocional – Respeito à emoção dos outros
56. Conheço as emoções dos meus subordinados através do seu comportamento
57. Sou um ótimo observador das emoções dos meus subordinados
100
58. Sou sensível aos sentimentos e emoções dos outros
59. Entendo as emoções dos meus subordinados perfeitamente
60. Observo e entendo o comportamento dos meus amigos.
IX) Inteligência Emocional – Controle Emocional
61. Sou capaz de controlar o temperamento e controlar racionalmente as dificuldades
62. Sou capaz de controlar minhas próprias emoções
63. Consigo me acalmar rapidamente mesmo quando estou muito alterado
64. Tenho ótimo controle das próprias emoções
X) Inteligência Emocional – Auto-emoção
65. A maior parte do tempo eu tenho uma boa noção das minhas emoções
66. Entendo perfeitamente o que sinto
67. Sempre sei se estou ou não feliz
101
8 ANEXOS
ANEXO A - O ESTÁGIO ATUAL DOS ESTUDOS DE EMPREENDEDORISMO NA PRODUÇÃO ACADÊMICA BRASILEIRA
Neste anexo procuramos traçar um breve levantamento acerca do modelo conceitual que têm
prevalecido nas pesquisas mais recentes envolvendo o empreendedorismo, conforme
mapeamento de tópicos adaptados de Filion (1999) - Tabela 1.
Primeiramente, ressaltam-se as análises empíricas sobre estratégias de crescimento das
empresas empreendedoras, perfazendo um número de 12 (doze) trabalhos ao longo dos 4
(quatro) anos; em segundo lugar, destaca-se a caracterização comportamental dos
empreendedores, num total de 7 (sete) artigos publicados e, em terceiro, os temas referentes à
concepção de sistemas de redes organizacionais, compondo um volume de 4 (quatro)
publicações registradas no período citado. Na Tabela 2 estão citadas as instituições de ensino
que patrocinaram os estudos mapeados na tabela anterior.
Temas/ ENANPAD (1998 – 2002) 98 99 00 01 02 total
1 Estratégia e crescimento da empresa empreendedora
3 1 4 4 12
2 Características comportamentais de empreendedores
2 2 3 7
3 Sistema de redes
3 1 4
4 Características gerenciais dos empreendedores 1 1 1 3
102
5 Empresas familiares
1 1 1 3
6 Políticas governamentais e criação de novos empreendimentos
1 2 3
7 Fatores influenciando criação e desenvolvimento de novos
empreendimentos
1 1 2
8 Mulheres, minorias, grupos étnicos e empreendedorismo
1 1 1 3
9 Estudos culturais comparativos
1 1 2
10 Oportunidades de negócio
1 1
11 Capital de risco e financiamento de pequenos negócios
1 1
12 Firmas de alta tecnologia
1 1
13 Alianças estratégicas
1 1
14 Incubadoras e sistema de apoio ao empreendedorismo
1 1
15 Educação empreendedora
1 1 2
Fonte: adaptado de Filion, 1999.
Tabela 18 – Principais temas de empreendedorismo abordados
Ranking Instituição Artigos
publicados/ Ano
Total de
artigos
1111 UFRGS 6 (98); 1(00); 1 (01)
8
2 USP 1(98);2(00);1(01) 4
3 UEM 1(98);1(00);2(01) 4
4 UFRN 1(99); 1(00) 2
5 UFPE 1(00); 1(01) 2
6 UFSC 2 (99) 2
7 UFMG 1(99); 1(00) 2
8 FGV- SP 2(01) 2
9 FGV – RJ 1 (99); 1(00) 2
10 PUC-BH 1 (02) 1
11 COPPEAD – RJ 1 (02) 1
Tabela 19 – Artigos publicados por instituições (1998 – 2002)
103
ANEXO B – LISTA DE PROFISSÕES REGULAMENTADAS PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO
Administração Engenheiro Elétrico
Aeronáutica Esporte
Agronomia Estatística
Arqueologia Etnologia
Arquitetura Farmácia e Bioquímica
Arquivologia Filologia
Artes Cênicas Filosofia
Artes Plásticas Fisioterapia
Astronomia Fonoaudiologia
Biblioteconomia Física
Biogenética Genética
Biometria Geofísica
Bioquímica Geografía
Biotecnologia Geología
Botânica História
Cinema Informática
Ciências Biológicas Jornalismo
Ciências Econômicas Latim
Ciências Sociais Letras
Dança Linguística
Decoração Magistério
Desenho Industrial Marketing
Didática Matemática
Diplomacia Medicina
Direito Medicina Veterinária
Dramaturgia Meteorologia
Ecologia Moda
Economia Doméstica Museologia
Educação Física Musicoterapia
Enfermagem e Obstetrícia Música
Engenharia Agrícola Nutrição
Engenharia Cartográfica Oceonografia
Engenharia Civil Odontologia
Engenharia Elétrica Pedagogia
Engenharia Florestal Política
Engenharia Industrial Psicologia
Engenharia Mecatrônica Publicidade
Engenharia Mecânica Química
Engenharia Metalúrgica Radialismo e Televisão
Engenharia Naval Relações Internacionais
Engenharia Química Relações Públicas
Engenharia Têxtil Secretariado Executivo
Engenharia de Aeronáutica Serviço Social
Engenharia de Agrimensura Teologia
Engenharia de Alimentos Terapia Ocupacional
Engenharia de Materiais Tradução e Interpretação
Engenharia de Minas Turismo
Engenharia de Pesca Zootecnia
Engenharia de Produção
104
ANEXO C – LISTA DE ATIVIDADES ECONÔMICAS SEGUNDO O IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA)
AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS
SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E SERVIÇOS RELACIONADOS
PESCA, AQÜICULTURA E SERVIÇOS RELACIONADOS
EXTRAÇÃO DE CARVÃO MINERAL
EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E SERVIÇOS RELACIONADOS
EXTRAÇÃO DE MINERAIS METÁLICOS
EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS E BEBIDAS
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUMO
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS
CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS
PREPARAÇÃO DE COUROS E FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE COURO, ARTIGOS DE
VIAGEM E CALÇADOS
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA
FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL
EDIÇÃO, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE GRAVAÇÕES
FABRICAÇÃO DE COQUE, REFINO DE PETRÓLEO, ELABORAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS
NUCLEARES E PRODUÇÃO DE ÁLCOOL
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS
FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS
METALURGIA BÁSICA
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL - EXCLUSIVE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS
FABRICAÇÃO DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS
FABRICAÇÃO DE MAQUINAS PARA ESCRITÓRIO E EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA
FABRICAÇÃO DE MAQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
FABRICAÇÃO DE MATERIAL ELETRÔNICO E DE APARELHOS E EQUIPAMENTOS DE
COMUNICAÇÕES
FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INSTRUMENTAÇÃO MÉDICO-HOSPITALARES,
INSTRUMENTOS DE PRECISÃO E ÓPTICOS, EQUIPAMENTOS PARA AUTOMAÇÃO
INDUSTRIAL, CRONÔMETROS E RELÓGIOS
FABRICAÇÃO E MONTAGEM DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E
CARROCERIAS
105
FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE
FABRICAÇÃO DE MOVEIS E INDUSTRIAS DIVERSAS
RECICLAGEM
ELETRICIDADE, GÁS E ÁGUA QUENTE
CAPTAÇÃO, TRATAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
CONSTRUÇÃO
COMÉRCIO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS; E
COMÉRCIO A VAREJO DE COMBUSTÍVEIS
COMÉRCIO POR ATACADO E REPRESENTANTES COMERCIAIS E AGENTES DO
COMÉRCIO
COMÉRCIO VAREJISTA E REPARAÇÃO DE OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS
ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
TRANSPORTE TERRESTRE
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
TRANSPORTE AÉREO
ATIVIDADES ANEXAS E AUXILIARES DOS TRANSPORTES E AGENCIAS DE VIAGEM
CORREIO E TELECOMUNICAÇÕES
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
SEGUROS E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ATIVIDADES AUXILIARES DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA, SEGUROS E
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
ALUGUEL DE VEÍCULOS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM CONDUTORES OU
OPERADORES E DE OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS
ATIVIDADES DE INFORMÁTICA E SERVIÇOS RELACIONADOS
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
SERVIÇOS PRESTADOS PRINCIPALMENTE AS EMPRESAS
EDUCAÇÃO
SAÚDE E SERVIÇOS SOCIAIS
LIMPEZA URBANA E ESGOTO E ATIVIDADES RELACIONADAS
ATIVIDADES ASSOCIATIVAS
ATIVIDADES RECREATIVAS, CULTURAIS E DESPORTIVAS
SERVIÇOS PESSOAIS
ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRATERRITORIAIS