O Ensino da Dança e do Teatro nas Escolas de Ensino ... · como atividades integradoras do...

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF GRADUAÇÃO EM ARTE E EDUCAÇÃO O Ensino da Dança e do Teatro nas Escolas de Ensino Fundamental de Santana do Maranhão - MA NELSON NEDES BRAVERES DE OLIVEIRA FORTALEZA-CE 2011

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF

GRADUAÇÃO EM ARTE E EDUCAÇÃO

O Ensino da Dança e do Teatro nas Escolas de Ensino Fundamental de Santana do Maranhão - MA

NELSON NEDES BRAVERES DE OLIVEIRA

FORTALEZA-CE 2011

NELSON NEDES BRAVERES DE OLIVEIRA

O Ensino da Dança e do Teatro nas Escolas de Ensino Fundamental de Santana do Maranhão - MA

Monografia apresentada como requisito parcial para

obtenção do título do grau de Licenciado em Arte e

Educação, do Curso de Arte e Educação da Faculdade

Integrada da Grande Fortaleza-FGF, sob a orientação da

profª Ismália Cassandra Costa Maia Dias.

FORTALEZA-CE

2011

Monografia apresentada como requisito necessário para a obtenção do grau de

Licenciado, do Curso de Arte e Educação, da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza-FGF

______________________________________________

Nelson Nedes Braveres de Oliveira

Monografia aprovada em ........../.................../..................

_____________________________________________________

Prof.: Ismália Cassandra Costa Maia Dias

Orientadora

_____________________________________________________

Prof.:................................................................................................... Examinador

_____________________________________________________

Prof.:................................................................................................... Examinador

_____________________________________________________

Prof.:

.................................................................................................. Coordenador do Curso

Dedico este trabalho à minha mãe Francisca Braveres de Oliveira.

AGRADECIMENTOS

A Deus pela presença onipotente e terna com a qual tem me presenteado.

À minha mãe, razão da minha existência, por tudo que fez para que eu nunca

desistisse dos meus sonhos.

Ao meu amigo Patrick David e a todos que de alguma forma colaboraram para a

realização deste trabalho.

Ao professor Valdenir Máximo de Moraes pela capacidade e inteligência

dedicados.

RESUMO

O presente estudo apresenta a situação enfrentada pelas escolas de ensino fundamental de Santana do Maranhão – MA, em relação ao ensino da dança e do teatro como forma de aprendizagem. Para a realização deste estudo foram entrevistados pais, alunos,

coordenadores, diretores, professores e outros participantes da comunidade escolar em todas as onze escolas do município em questão. Com isso obteve-se informações da

realidade educacional no campo das artes e a compreensão da problemática que levaram este método educacional ao descaso. As informações são baseadas na concepção que se tem sobre o ensino da dança e do teatro e os motivos históricos e culturais da ausência

deste ensino nas escolas municipais.

Palavras-chave: ensino da dança; ensino do teatro; comunidade escolar.

ABSTRACT

The present study introduce the situation faced by schools of fundamental teaching of Santana

do Maranhão – MA, regarding the teaching of the dance and of the theater as learning form.

For the accomplishment of this study were interviewed parents, students, coordinators,

directors, teachers and another participants of the school community in all the eleven schools

of the municipal district at issue. With that it obtained information of the educational reality in

the field of the arts and the comprehension of the problem that carried this educational

method to the negligence. The information are based on conception that has about the

teaching of the dance and of the theater and the historical and cultural reasons of the absence

of this teaching at municipal schools.

Words-key: teaching of the dance; teaching of the theater; school community.

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ...............................................................................................09

2- REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................10

2.1- O teatro ......................................................................................................12

2.2- A dança ......................................................................................................14

3- HISTÓRICO DO ENSINO DA DANÇA E DO TEATRO EM SANTANA

DO MARANHÃO ..........................................................................................16

3.1- O descaso com o ensino da dança .............................................................17

3.2- O descaso com o ensino do teatro..............................................................20

3.3- O envolvimento da Secretaria Municipal de Educação.............................22

3.4- A relação entre a comunidade e a escola ..................................................24

3.5- Concepções da comunidade escolar sobre a dança e o teatro ...................25

4- MATERIAL E MÉTODO ................................................................................26

4.1- Contexto de Investigação ..........................................................................27

4.2- Procedimento da pesquisa .........................................................................28

4.3- Coleta de dados .........................................................................................28

5- RESULTADOS DA PESQUISA .....................................................................29

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................30

7- REFERÊNCIAS ...............................................................................................32

1- INTRODUÇÃO

O ensino da dança e do teatro evoluiu muito nestes últimos anos, e com isso

surgiu a necessidade de um trabalho mais enfático, voltado para o desenvolvimento do

aluno em busca de compreensão e de uma aprendizagem capaz de suprir suas

necessidades e integrá- lo de maneira coerente à sociedade contemporânea com suas

exigências e imposições segundo Ana Mae Barbosa.

Para a autora, tanto a dança como o teatro hoje são considerados fatores

importantíssimos no desenvolvimento do homem, e as escolas precisam elaborar

estratégias de adequação para que este processo de ensino seja desenvolvido de forma a

gerar aprendizagem e que possam ser incluídos no currículo escolar como prática

pedagógica de crescimento social e individual que cada indivíduo necessita para um

bom desenvolvimento educacional.

Nas escolas de Ensino Fundamental de Santana do Maranhão (Estado do

Maranhão), o ensino da dança e do teatro não é feito de maneira organizada, não

apresenta uma prática pedagógica concreta, que seja capaz de levar aos alunos ao

entendimento e a importância dessas atividades como prática de ensino e aprendizagem.

Das onze escolas de Ensino Fundamental, nenhuma tem a dança ou o teatro

como atividades integradoras do currículo escolar, o que na prática prejudica, e muito, o

desenvolvimento das turmas e da escola. Sem o apoio da comunidade, de alguns

professores e dos próprios pais, o trabalho com estas modalidades artísticas fica bastante

comprometido e a questão cultural perde o sentido, pois não há uma especificidade de

objetivos, nem dos temas que devem ser abordados.

Este processo de defasagem artística nestas escolas ocorre por falta de

conhecimento e de pessoal capacitado para trabalhar com tais atividades. Esta falta de

orientação e estímulo provoca uma desarticulação em toda a estrutura educacional do

município, criando conceitos errôneos e proliferando a falta de interesse por parte de

todos em um trabalho que deveria ser base importante de aprendizagem para as crianças

e demais participantes da comunidade escolar.

Com o forte desinteresse pela dança e teatro, as atividades foram tomadas como

simples modo de diversão e nelas não se encontram quaisquer motivos educacionais que

possam interessar a estas escolas, um trabalho mais profundo nesta área do

conhecimento.

Segundo as concepções de Richard Shusterman, a educação em arte propicia o

desenvolvimento da reflexão artística através das experiênc ias vividas e neste campo é

fundamental que a escola proporcione ao aluno a busca pela percepção e imaginação,

tanto na forma de conhecer quanto através de suas ações em realizar atividades artísticas

estabelecendo relações de intimidade com o corpo, com a arte e principalmente com a

noção de criatividade que é nata a todos os seres humanos.

Para o autor, a arte também está presente em toda a sociedade, nas diferentes

profissões e dá ao homem perspectivas e compreensão de mundo. Todas estas vantagens

atribuídas ao campo das artes são fundamentais para a educação e precisam ser

desenvolvidas nas escolas de Santana do Maranhão, pois a dança faz parte das culturas

humanas e integra com veemência as atividades religiosas, corporais e culturais; o teatro

é por excelência a arte que leva o homem a fugir da realidade de uma forma a não

esquecê-la, que prioriza atenção e relação social do público com o desconhecido e o

belo através de um jogo simbólico que se manifesta espontaneamente e leva um

determinado grupo social a interagir, criando entre si uma relação individual e coletiva.

Este trabalho monográfico apresenta os problemas que as escolas de uma cidade

do interior como Santana do Maranhão podem ter em relação ao ensino da dança e do

teatro, e apresenta alternativas que possam solucionar o problema tão vigente nas

escolas e na comunidade.

2- REFERENCIAL TEÓRICO

A dança e o teatro exercem grande relevância no desenvolvimento educacional

de cada indivíduo, pois agem como tarefa de desenvolvimento corporal, re flexão e

criatividade, fazendo com que o aluno desenvolva sua percepção sobre o mundo em que

vive, melhorando a capacidade de interpretação e verificação das coisas que estão

presentes no dia-a-dia de cada ser humano. Pode-se dizer que é uma maneira de

conhecer e gerar conhecimentos; então estas modalidades artísticas possuem uma

maneira específica de se relacionar com o ato de conhecer, que se dá através dos

movimentos dançados pelo corpo. “Como experiência, a arte é evidentemente uma parte

de nossa vida, uma forma especialmente expressiva da nossa realidade, e não uma

simples imitação fictícia dela”. (DEWEY APUD SHUSTERMAN , 1998, p.45).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p. 84):

O teatro no ensino fundamental proporciona experiências que contribuem para o crescimento integrado da criança sob vários aspectos. No plano individual, o desenvolvimento de suas capacidades expressivas e artísticas. No plano coletivo, o teatro oferece, por ser uma atividade grupal, os exercícios das relações de cooperação, diálogo, respeito mútuo, reflexão sobre como agir com os colegas, flexibilidade de aceitação das diferenças e aquisição de sua autonomia como resultado do poder agir e pensar sem coerção.

É importante que o entendimento destas concepções seja absorvido pelos

professores e alunos na percepção de promover uma prática educativa capaz de suprir as

necessidades de aprendizagens comuns a todos os indivíduos, reflexões artísticas e

entendimento das coisas do mundo.

O ensino não pode ser rotulado como sistema de letras e números, mas como

possibilidades de conhecimentos diversos que levem o aluno a uma percepção abstrata e

concreta de mundo, das pessoas que vivem nele e principalmente da sua função como

aprendiz e conhecedor da estética natural e humana. Com isso pode-se compreender que

tudo deve ser aprendido, mas somente aquilo que atenda às necessidades do homem

deve ser usado para o seu bem estar e compreensão educacional da vida (Quem disse?).

Para Paulo Freire (1996) “Ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar

possibilidades para a sua produção ou sua construção”. Estas possibilidades defendidas

pelo autor só podem ser conquistadas se todos estiverem envolvidos neste processo

prático de ensino, buscando uma fórmula, não uma mágica, mas uma consciente e

concreta de envolver a sociedade no entendimento criativo e numa prática pedagógica

suficiente para este tão almejado desenvolvimento.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs (2001, p. 53,54) apresentam como

objetivos para o ensino das artes no ensino fundamental:

*expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou

coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão

ao realizar e fruir produções artísticas;

* interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes

Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a

utilizá- los nos trabalhos pessoais;

* edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e

conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de

criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções;

* compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas

diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as produções presentes

no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural,

identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos;

* observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade,

exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de modo sensível;

* compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho do

artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, aspectos do processo

percorrido pelos artistas;

* buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas,

documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela ( livros, revistas, jornais,

ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias,

centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e

compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na

história das diferentes culturas e etnias.

Todos estes objetivos devem ser de conhecimento dos professores e alunos, mas

para que tudo isso faça sentido e que cada um desses objetivos seja relevância no ensino

da dança e do teatro, é preciso que as escolas tenham um projeto pedagógico de

desenvolvimento artístico-educacional, que através de práticas coerentes, transmita

aprendizagem.

2.1- O Teatro

O teatro é uma arte cênica, ou seja, de movimento, do desempenho, uma

manifestação na qual um ser humano se metamorfoseia diante de outro ser humano por

meio da utilização de seu próprio corpo e voz, tendo como matéria-prima as mais puras

emoções. O teatro é caracterizado pela relação entre ator e platéia na qual alguém conta

uma história para que alguém a interprete, constituindo a essência do teatro, uma

manifestação cultural milenar originada de cerimônias religiosas em reverencia ao deus

grego Dionisius, responsável pela fertilidade, o vinho e a embriaguez.

Segundo Duarte Júnior (1981), o homem não vive, simplesmente, mas existe.

Neste contexto pode-se entender que o autor coloca o homem como centro da vida, e

por isso tenta ao máximo buscar entendimento do mundo baseando-se em suas criações

e fugas de si mesmo, levando-se ao encontro das Expressões que o coloca como ser

mútuo de vida e morte.

O teatro como qualquer outra prática educativa precisa de um espaço próprio

para que possa ser evidenciado pedagogicamente e respeitado como forma educativa.

Para Reverbel (1997, p. 168) “é preciso lutar para que o teatro tenha seu lugar na

educação, porque se ele existe na sociedade, deve existir na escola”. Neste sentido é

relevante observar como a sociedade é influenciada pelo teatro, mas a maioria das

escolas ainda é relutante quanto ao ensino desta modalidade artística, com isso a própria

escola exclui seus alunos do contexto social, e com isso cria um ambiente de exclusão e

defende a inclusão, situação conflitante e complexa demais para ser entendida.

O teatro, no processo de formação da criança, cumpre não só função integradora, mas dá oportunidades para que ela se aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante troca com os seus grupos. No dinamismo da experimentação, da fluência criativa propiciada pela liberdade e segurança, a criança pode transitar livremente por todas as emergências internas integrando imaginação, percepção, intuição, memória e raciocínio. As propostas educacionais devem compreender a atividade teatral como uma combinação de atividades para o desenvolvimento global do indivíduo, um processo de socialização consciente e crítico, um exercício de convivência democrática, uma atividade artística com preocupações de organização estética e uma experiência que faz parte das culturas humanas. ( Parâmetros Curriculares Nacionais)

Para Augusto Boal (2008), o fazer teatro no espaço educativo, não se deve

perder a compreensão de que teatro é uma linguagem artística e, como qualquer outra

disciplina, deve ser trabalhada na escola sem deixar de lado suas concepções históricas e

metodologias que sejam adequadas a ponto de não deturpar o sentido do ensino do

teatro. Enfatizar conteúdos e traçar objetivos como é feito com outras áreas do

conhecimento é levar este método de ensino a fazer parte do cotidiano da escola, e em

decorrência, dos alunos. O teatro possibilita o crescimento intelectual e sensível da

criança, pois ajuda na expressão de suas emoções e sentimentos num processo de

interação com os outros e consigo mesmo.

Boal ainda defende o teatro como um jogo lúdico que envolve a capacidade de

interpretar e representar, neste sentido o homem depara-se com uma atividade que

traduz liberdade e valorização dos sentidos aumentando seu conhecimento e sua forma

de entender o mundo com o qual se relaciona interior ou exteriormente, mas que sempre

o leva a um ponto especial, o ápice do conhecimento e dos mistérios que envolvem a

mente humana e seu relacionamento com o corpo – a educação

Todo ser humano precisa ampliar seus horizontes, estar mais aberto para a

compreensão do mundo, entender a diversidade de conhecimentos e preparar-se para o

mundo de trabalho, e para tudo isso ele precisa comunicar-se, e através do teatro esta

comunicação torna-se mais tátil e explorada, pois há nele uma compreensão

diferenciada das coisas; o teatro leva o homem a entender-se sobre vários prismas da

realidade e do inconsciente, criar novos mundos e fazer parte deles escolhendo aquele

que mais lhe adéqua de acordo com sua personalidade e personagem possível em seu

contexto de vivência social.

O teatro deve estar a serviço da educação, sem restrições ou preconceito, pois

nos dias atuais o mundo vive uma forma comunicativa extensa e leva os problemas e as

disparidades sociais aos palcos como forma de conscientização da problemática

mundial.

2.2. A Dança

Especificamente a dança é uma forma de conhecimento e de pensamento que

traz diversas e variadas especificações importantes. É através desta noção que se pode

nortear o ensino e aprendizagem da dança nas escolas, levando esta atividade a exercer

um papel que não vem sendo considerado, ou norteado de maneira a desenvolver-se

como processo educacional necessário a todos os aprendizes de maneira coerente e

prática, e não apenas como passatempo ou recreação.

Isabel Marques (1999, p.142) afirma que “ao enfatizarmos que a dança na escola

é diferente (e por isso ela é criativa, educativa, expressiva), pois não estamos

interessados em formar artistas, acabamos negando a presença da dança na escola como

área de conhecimento em si, ou seja, como arte.”

De acordo com Marques, para muitos professores e até alunos, é difícil

entender que a dança seja uma forma de aprendizagem por estar muito ligada ao

entretenimento. Sair para um festa é o entendimento mais óbvio para muitos sobre o ato

de dançar. Não que ali não aconteça um processo comunicativo educacional, mas não é

visto e nem entendimento sob este prisma. Assim, a escola não pode abster-se deste

processo de educação que envolve a dança, já que ela faz parte do dia a dia do indivíduo

é importantíssimo que a instituição escolar utilize de práticas pedagógicas educativas

para que o aluno entenda o porquê e as consequências da necessidade e objetivos da

dança.

Na área de saúde a dança tem sido fator de grande ajuda em algumas situações.

Entre os seus benefícios tanto físicos quanto emocionais estão o controle de peso,

aumento da força muscular, fortalecimento do tecido cognitivo, aumento da

flexibilidade, diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, aumento da

ventilação pulmonar, diminuição do estresse e da ansiedade, melhora da autoestima, da

coordenação motora, do raciocínio, da convivência social, da criatividade e de muitos

outros benefícios que podem ajudar o indivíduo a ter uma vida mais saudável (Roger

Garaudy, 1980).

A dança, de qualquer maneira, estilo ou tendência, traz ao homem lazer, uma

forma diferenciada de ver o mundo, de sentir e entender tal sentimento. Ela cria um

mundo diferente, mais divertido, colorido, poético e gera novas informações no

espectador. Além disso, proporciona ao público uma leitura aprofundada em relação aos

outros, à sociedade e à maneira como o homem enfrenta seus problemas, seus medos e

decepções.

A criança se movimenta nas ações do seu cotidiano. Correr, pular, girar e subir nos objetos é algumas das atividades dinâmicas que estão ligadas à sua necessidade de experimentar o corpo não só para o seu domínio, mas na construção de sua autonomia. A ação física é a primeira forma de aprendizagem da criança, estando a motricidade ligada à atividade mental. Ela se movimenta não só em função de respostas funcionais ( como ocorre a maioria dos alunos), mas pelo prazer do exercício, para explorar o meio ambiente, adquirir melhor mobilidade e se expressar com liberdade. Possui, nesta etapa de sua vida, um vocabulário gestual, fluente e expressivo (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 2001, p. 67).

“Como experiência, a arte é evidentemente uma parte de nossa vida, uma forma

especialmente expressiva da nossa realidade, e não uma simples imitação fictícia dela”.

(DEWEY APUD SHUSTERMAN , 1998, p.45).

Assim a dança ganha um espaço muito importante no processo de aprendizagem

e para fazer parte da vida dos alunos destas comunidades é necessário compreender

como ela funciona e age no indivíduo de maneira clara e objetiva determinando padrões

sociais que enfatizem o ensino como determinante no processo educacional e social.

A dança é não apenas uma arte que permite à alma humana expressar-se em movimento, mas também a base de toda uma concepção de vida mais flexível, mais harmoniosa, mais natural. A dança não é, como se entende a acreditar, um conjunto de passos mais ou menos arbitrários que são o resultado de combinações mecânicas e que, embora possam ser úteis como exercícios técnicos, não poderiam ter a pretensão de constituírem uma arte: são meios e não um fim (DUNCAN APUD

GARAUDY, 1980, p. 57).

Assim, a vivência com a dança possibilita um trabalho diferenciado de

descobertas corporais e psíquicas capaz de valorizar a organização do mundo do

indivíduo e levá- lo à experimentação da diversidade de valores morais e éticos, de

sentido e intenções de pesquisas que reestruture o educando através de uma prática

pedagógica formal e não-formal tornando necessária a aprendizagem da arte como um

todo.

3- Histórico do ensino da dança e do teatro em Santana do Maranhão

Com apenas 22 anos e localizada na Região do Baixo Parnaíba, Santana do

Maranhão está localizada no interior do Estado do Maranhão. Com cerca de 11 mil

habitantes e banhada pelo rio Magu é uma cidadezinha aconchegante que tem como

atividade econômica o cultivo e extração da mandioca para a fabricação (manual) de

farinha feito em roças de toco.

Com uma população de 30% de analfabetos funcionais, a cidade encontra

dificuldades na adequação de atividades artísticas como teatro e dança no contexto

escolar e tenta a todo custo fazer com que as pessoas despertem o interesse por tais

atividades, já que para grande parte da população, escola ainda é um lugar para o aluno

aprender a ler e escrever, deixando com isso subentendido que tais atividades artísticas

não oferecem educação.

As escolas, mesmo sem condições adequadas tentam modificar estas concepções

e aos poucos tem conseguido vitórias significativas, mas ainda está longe de atingir o

ideal no sentido educativo e de aprendizagem que objetivam estas atividades artísticas.

Durante anos esta cidade foi precária em educação, com escolas desestruturadas,

onde os professores eram os chamados “alfabetizadores”, muitos tinham apenas o

Ensino Fundamental e não existia nenhuma forma de ensino da arte e do teatro. A

prática educativa consistia em que o aluno aprendesse a ler e escrever. Os anos

passaram, muito mudou na prática educativa, mas em relação às artes a mudança foi

mínima.

A população nunca teve acesso de forma educativa ao teatro ou a dança, não

teve um conhecimento aprofundado sobre as formas de arte, como o teatro brasileiro ou

a importância do ensino da dança. A comunidade escolar não despertou interesse por

tais manifestações artísticas. A cidade não tem teatro, escola de dança ou alguma

instituição que propagassem estas atividades no município, isto fez com que a

população não despertasse o gosto por tais estilos artísticos e em decorrência disto as

escolas não incluíram em seus currículos estas práticas por não acharem importantes à

comunidade.

A partir daí surgem os problemas quanto à resistência para com o ensino da arte

e do teatro nas escolas municipais. É compreensível o não despertar por estas práticas

educativas, mas com o progresso educacional e com as novas tendências de

aprendizagem o município precisa de um estudo que localize e resolva estes problemas

presentes na educação dos santanenses.

Diante de todas estas situações históricas, pode-se analisar e entender o porquê

da ausência de um ensino voltado para a Dança e para o teatro nas escolas fundamentais

de Santana do maranhão. Mesmo com as tentativas de implantar tais métodos de ensino

ainda há restrições neste processo que apresenta características históricas quanto à não

implementação de um projeto pedagógico voltado diretamente para as artes.

Durante uma entrevista sobre o desenvolvimento do ensino da dança e do teatro

nos povoados do município, foi surpreendente ouvir a Sra. Antonia Silva Santos, que

acabara de chegar da roça, dizer: “O que é teatro?”, e o mais interessante foi ouvir seu

comentário seguinte: ” Dança é coisa de gente vagabunda, quem gosta de trabalhar tem

que procurar o que fazer”. A partir deste comentário que não é comum por aqui, pode-se

analisar, que a antiga cultura da cidade ainda está bastante viva nos moradores mais

antigos, que com esta concepção acabam atrapalhando no ensino destas modalidades

artísticas neste município.

3.1- O Descaso Com o Ensino da Dança

Nas escolas de Ensino Fundamental de Santana do Maranhão o ensino da

dança tem provocado várias discórdias entre pais, professores e alunos, pois cada um

deles vê a dança de uma maneira diferente. O que chama a atenção é que nenhum desses

grupos considera as atividades de dança como capazes de desenvolver aprendizagem.

Para os pais estas atividades são denominadas “falta do quê fazer”, pois segundo eles, os

alunos devem vir para a escola com o objetivo der aprender ler e escrever, isto seria o

fundamental. Algumas vezes utilizam vocábulos inadequados para caracterizar estas

atividades.

Segundo Lela Queiroz (2001):

Se dançar “faz bem para o corpo e a alma”, vale lembrar que a

raiz de alma em grego é psique. Dançar faz uso intenso dos músculos, respiração e energia, compondo um campo de modificações internas. A dança é forte candidata a instrumento

terapêutico, quando trabalha a percepção sensório-motora: esta é a chave. Problemas posturais, de articulações, couraças

musculares, tensões, fobias e stress recebem tratamento da Educação Somática com abordagem mente-corpo. A reabilitação, alívio, tonificação e reequilíbrio das funções agem

na cura e prevenção, e proporcionam novas capacidades expressivas. O profissional qualificado de dança requer além de

uma boa formação certificada, aprofundamento cognitivo das ciências do corpo, coerência de prática, reflexão e ética para atuar no mercado de trabalho cheio de contradições.

Para a maioria dos professores, as atividades de dança devem funcionar

como meras formas de entretenimento, e que devem ser apresentadas apenas como

atividades extraclasses, o que provoca em todos, um forte desinteresse pelas atividades

artísticas. Sendo assim, a escola cria uma barreira entre alunos e arte, e a problemática

do descaso pela dança continua sendo o empecilho que não deixa progredir o ensino da

dança nestas escolas, mesmo com várias tentativas de alguns membros escolares como

diretores e coordenadores, a rejeição por esta prática educativa é grande quanto ao ponto

de vista dos docentes.

Durante uma entrevista, o professor de matemática da Escola Municipal

de Ensino Fundamental Deputado Júlio Monteles, Francisco das Chagas Santana,

comentou:

Não entendo por que há tanta confusão quando se fala do ensino

das artes, pois ninguém nesta escola é capacitado para dar estas aulas. E aí todo mundo esquece que não adianta o menino saber

dançar, representar e ouvir música, se ele não sabe escrever nem

fazer uma simples operação. Gente! Vamos ensinar estes meninos os conteúdos que um dia serão cobrados no vestibular,

depois de saber ler, escrever e contar, aí vocês podem ensiná- los a dançar e fazer teatro, pois isso nunca será importante para o conhecimento deles no dia que precisarem fazer um concurso ou

entrar no mercado de trabalho, a não ser que queiram ser artistas, mas para isso não precisa estudar”.

Baseando-se neste comentário do professor, opinião aceita por muitos

outros, pode-se entender o quanto estão mal informados sobre o objetivo e a

importância do ensino das artes. E esta concepção incoerente dos professores acaba

sendo transmitida de alguma forma para os alunos, o que provoca sérias restrições

dificultando, ainda mais, o trabalho com qualquer tipo de arte nesta escola.

De acordo com os Pcn´s (2001, p. 67):

“ Toda ação humana envolve a atividade corporal. A criança é

um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar conhecimentos de si mesma e daquilo que a rodeia,

relacionando-se com objetos e pessoas. A ação física é necessária para que a criança harmonize de maneira integradora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas”.

A dança nas escolas deste município, segundo os pais e professores tem

provocado problemas devido às seguintes questões: a) Os professores de arte não

determinam uma prática educativa para estas atividades, qualquer dança é feita nas

escolas, sem a escolha do ritmo musical ou do contexto da música, os alunos acabam

apresentando temas inadequados para a idade das crianças e que para a comunidade é

inconcebível, pois a música utilizada nas danças contém, na maioria das vezes um

conteúdo impróprio para serem apresentados em atividades escolares; b) a escola não é

um lugar para divertimento, é um lugar onde as crianças devem aprender, e neste

contexto de aprendizagem este grupo escolar não reconhece a dança como prática

educativa; c) A dança atrapalha no ensino dos conteúdos sistemáticos das disciplinas

específicas, como matemática, português, ciências, história, geografia, e outras. Neste

caso percebe-se que os professores estão mais interessados nos conteúdos do livro

didático que ensina a imposição sistemática da aprendizagem, do que em atividades que

levem aos alunos desenvolvimento corporal, raciocínio lógico e conhecimento das

formas de arte que hoje são relevantes para o processo de ensino e aprendizagem, pois

segundo eles as atividades de dança desviam a concentração, provocam grande agitação

e desinteresse pelas outras disciplinas.

Quanto aos alunos, encontra-se uma contradição de idéias e sentimentos.

Diante da concepção de pais e professores os eles ficam sem entender o que

verdadeiramente é esta prática educativa, pois se os pais são contra e os professores não

aceitam este trabalho, para os alunos fica difícil saber o que dizer nesta situação. Para

muitos deles seria bom o ensino da dança como atividade curricular, pois ele

proporciona diversão, mas para outros, o ensino da dança seria perda de tempo e não

deveria estar presente nas escolas.

Esta contradição dos alunos deixa claro que não há um entendimento

concreto a respeito destas atividades artísticas, que muitos não gostam ou acham ser

apenas divertimento porque não há na escola um ensino que os levem à compreensão

correta da importância que a dança exerce na vida do ser humano e quais benefícios

educacionais poderiam trazer a eles.

O preconceito também é forte aliado para este descaso. Para os meninos

dança é coisa de meninas e para as meninas os meninos não levam a sério, o que

provoca o desinteresse delas neste processo. Além disso, as escolhas pelos ritmos

causam outro problema, os meninos preferem o rap e o funk, e elas querem uma dança

mais harmoniosa, como música romântica ou folclóricas. O único ritmo preferido por

todos é o forró, mas neste caso há o desacordo dos pais que não aceitam este ritmo

como dança educativa.

Diante de todos esses problemas é necessário um estudo de caso e

bibliográfico para que se possa entender o problema e encontra a solução imediata para

que as escolas municipais de Santana do maranhão incluam em suas práticas

pedagógicas atividades artísticas elevando o conhecimento dos alunos em relação ao

mundo e á cultura.

3.2- O Descaso com o Ensino do Teatro

O Sistema de Ensino das Escolas Municipais de Santana do Maranhão,

não possuem um cronograma escolar que inclua o teatro. É outra atividade artística que

recebe pouca importância por parte das comunidades escolares, pois dificilmente é

desenvolvida, e quando é apresentada nas escolas, não determinam objetivos, nem são

analisadas como práticas de aprendizagem.

Segundo os professores destas escolas, o tempo para o desenvolvimento

do teatro é pouco, as aulas de arte acontecem, na maioria das escolas, em um período de

apenas uma hora por semana, o que não ajuda no trabalho com o teatro, e outra vez

reconhecem esta atividade como algo que atrapalharia o ensino das outras disciplinas,

pois o empenho dos alunos nestas atividades os impediriam de estudar os conteúdos das

demais áreas de conhecimento.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, ( 2001, p. 85):

O professor deve conhecer as etapas de desenvolvimento da linguagem dramática da criança e como ela está relacionada ao

processo cognitivo. Por volta dos sete anos, a criança se encontra na fase do faz-de-conta, em que a realidade é retratada de maneira que é entendida e vivenciada. Ela ainda não é capaz

de refletir sobre temas gerais, distantes do seu cotidiano. Também não se preocupa com a probabilidade dos fatos.

Próximo aos oito , nove anos, preocupa-se em mostrar os fatos de forma realista. Está Mais consciente e comprometida com o que dizer por meio do teatro.

É neste momento que o professor deve agir de forma a despertar o gosto

da criança pelo teatro. Mas é exatamente neste momento que as escolas de Santana

perdem a oportunidade de aproximar o aluno desta prática educativa. Nesta fase do

aprendiz, os professores estão mais preocupados com a leitura e escrita de forma

sistemática, sem levar em conta que o teatro agora seria grande influenciador e

colaborador no desenvolvimento de aprendizagem do aluno.

Um problema que afeta este tipo de ensino é falta de conhecimento dos

professores sobre o teatro em todos os seus aspectos. Com isso, o professor de arte não

tem o que ensinar sobre o assunto. As aulas de arte ficam presas a pinturas e desenhos e

causam monotonia em relação às outras aulas.

Sobre o ensino das artes cênicas, os professores defendem-se com a

“desculpa” de que não há espaço para os ensaios e nem tempo para desenvolver estas

atividades, já que elas requerem um tempo específico e integral por parte deles e dos

alunos.

Os pais não se manifestam quanto a este assunto, pois também não tem

um conhecimento sobre o teatro, e não opinam por não conhecerem o tema em questão.

Mas mesmo assim, há um questionamento que mais uma vez enfatiza este desinteresse,

o porquê da necessidade das escolas desenvolverem atividades que, segundo eles, não

são importantes para a leitura e escrita. Daí pode-se entender a falta de conhecimento

destas comunidades escolares sobre as práticas artísticas sociais.

Algumas escolas apresentam o problema como sendo de cunho

específico da Secretaria Municipal de Educação que não fornece materia l de apoio para

o ensino das artes. Com crianças vindas de famílias carentes, situação financeira do

município, pouco se pode fazer. Com esta concepção o professor, que não tem um

conhecimento aprofundado do assunto, encontra-se em situação de comodidade diante

do problema.

Contudo, é preciso analisar a forma de vida destas pessoas, sua cultura,

sua religiosidade, seus valores morais e principalmente o afastamento das artes que não

lhes parece algo importante e que deva ser conhecimento necessário para o

desenvolvimento da comunidade. Além disso, a clientela escolar se depara com a

concepção de que estudar é prepara-se para o trabalho, e não ver no teatro expectativas

profissionais, já que a maioria dos pais são agricultores e semi-analfabetos e priorizam o

trabalho como forma de subsistência. Assim a maioria dos alunos desenvolve a mesma

concepção e partem para conhecimentos assimilados de acordo com os objetivos da

escola que não inclui o teatro ou qualquer outra forma artística como pertencentes a este

processo de aprendizagem que deve ser base para a vida adulta.

Para estas escolas faz-se necessário um programa de arte que envolva a

todos de uma maneira fundamentada, que os levem ao conhecimento das artes como

fundamentais ao homem, que proporcione autoavaliação, reflexão, criticidade e através

das diversificações artísticas leve toda a comunidade escolar a participar ativamente

deste processo questionando-se e buscando soluções para os problemas vigentes da

comunidade em que vivem tomando como base o conhecimento de mundo sobre os

vários aspectos da história de seu próprio povo e da história do mundo, além dos

benefícios que essas práticas podem trazer para o crescimento humano e

desenvolvimento da cidadania.

3.3- O Envolvimento da Secretaria Municipal de Educação

As escolas municipais trabalham de acordo com as decisões da Secretaria

de Educação, pouco tem autonomia para decisões próprias, mas segundo Maria do

Socorro Coimbra – Secretária de Educação, mesmo com poucos recursos o município

fornece material de trabalho em artes para todas as escolas, falta que os professores

desenvolvam atividades criativas e que utilizem o material ao qual tem acesso. Para os

professores, o material é pouco e não suficientemente adequado a todas as atividades

que se pretende fazer no campo das artes, e falta principalmente recursos adequados

para o ensino da dança e do teatro.

Além da falta de conhecimento dos professores sobre o assunto por não

terem uma formação na área, não há capacitações oferecidas pelo Sistema Educacional

do Município. A Secretaria de Educação contrata professores de acordo com a

necessidade, e na maioria das vezes a disciplina de Arte funciona apenas como

complemento de carga horária para outras disciplinas, isto faz com que os professores

tenham mais atenção com a outra área, deixando de lado as atividades artísticas. A

secretária tem conhecimento deste problema, mas afirma não poder fazer nada, pois tem

que atender às necessidades prioritárias, e entre elas a arte é a menos importante.

Para a supervisão de educação do município, é um problema sério, que

estão tentando resolver, mas sem pessoal qualificado na área fica cada vez mais difícil

um trabalho que evidencie as artes como importância fundamental no processo de

ensino, mas que a Secretaria de Educação apóia toda iniciativa em relação à dança e

teatro, o que falta, segundo ela, é que os professores, junto com seus alunos

desenvolvam atividades neste sentido.

No duelo Secretaria X professor, as escolas ainda estão sem uma

proposta pedagógica que envolva o ensino da dança e do teatro como forma de

aprendizagem e desenvolvimento educacional, o que será tratado e apresentado como

forma de resolução dos problemas nos capítulos a seguir.

Neste contexto pode-se entender o pensamento de Isabel Marques (2008,

p.85): “Nos últimos anos a vontade dos professores de Educação Infantil e Ensino

Fundamental de aprender dança cresceu, mas as condições das escolas para receber a

dança foi pouco alterada. Sabemos que entusiasmo só não basta – e que ele se acaba se

não se unir a projetos consistentes e políticas educacionais decentes. O professor que

ensina dança nas escolas públicas ainda é um solitário buscando caminhos e fazendo o

que sabe e o que pode, sem – salvo as exceções pontuais – assessoria, orientação,

acompanhamento.”

Como mudar essa situação nas escolas deste município? Esta é uma

resposta que as autoridades educacionais em questão não sabem como resolver, pois

segundo elas,várias tentativas fracassaram por falta de empenho do corpo docente das

escolas. A Secretaria afirma que já promovera formações nesta área do ensino, mas os

professores não demonstraram interesse em participar dos encontros e também não

aplicaram as técnicas e metodologias apresentadas nas suas salas de aulas. Este fato faz

com que o ensino da dança nas escolas do município fique cada vez mais distante do

ideal.

3.4- A Relação entre a comunidade e a escola

Compete à escola oferecer um ambiente propício para a realização de

atividades de dramatização, com um espaço livre para que as c rianças possam ordenar

suas criações. Deve oferecer material básico para o desempenho de pesquisas e

encenação. A comunidade mostra-se entendida do assunto de que as crianças precisam

de apoio material, mas nada fazem para que seja cumprida à risca este direito.

Para a comunidade, não há nenhum problema em as escolas não

apresentarem propostas de trabalho com a dança ou com o teatro. Apenas uns poucos

integrantes desta comunidade aceitam que este tipo de trabalho seja desenvolvido, mas

acreditam que a escola deve ser a responsável por tais atividades. Nenhum dos

participantes da comunidade escolar em todo o município, entre pais e outros familiares

de alunos, mostram-se interessados ou capazes de ajudar a escola neste processo de

ensino.

As escolas reclamam da falta de participação de 90% dos pais. Até

mesmo nas atividades propostas pela escola em que lês são convidados, a presença é

mínima, somente alguns pais participam e mesmo assim, não demonstram importância

nas atividades relacionadas a dança. O teatro obtém maior participação, 80% dos

interessados participam, mas muitos não entendem os objetivos e o teor educativo das

atividades teatrais, ainda participam como integrantes de um processo de entretenimento

oferecido pelas escolas que “pecam” por não determinarem o objetivo e nem

apresentarem a importância do trabalho aos espectadores.

A falta de vivência com a arte está influenciando de maneira prejudicial

no exercício das práticas artísticas. Cada vez mais fica visível a falta de informação e a

não-construção da identidade cultural. Esta situação é preocupante, e ao mesmo tempo

desperta um forte interesse na formulação de um estudo que informe por que uma

cidade com 11 mil habitantes leva tão pouco a sério as formas de arte mais presentes no

mundo. É inquietante entender que neste município, a comunidade esteja tão alheia a

algo que hoje se projeta no mundo como formas eficazes de conhecimento, cultura e

principalmente de desenvolvimento crítico, físico e social.

A educação contemporânea defende que não há aprendizagem sem

participação mútua de toda a comunidade. Quando se fala de arte, esta afirmação fica

mais concreta, pois para que a arte sobreviva é fundamental que haja telespectadores,

pessoas que participem ativamente deste processo como relevância social e artística.

A relação entre a comunidade e o ensino do teatro e da dança neste

município é algo que precisa ser estabelecido como expressão comunicativa na busca do

entendimento do que é linguagem artística e como ela funciona no espaço escolar e

social. Entre as famílias, ambiente dos alunos e grupos sociais não há uma interação que

enfatize tal relevância devido às concepções de perspectiva e realidade e a falta de

experiência com as artes.

O papel das escolas como propagadoras de cultura e educação não tem

sido desenvolvido como deveria ser a ponto de criar relações de confiança e

aprendizagem neste campo de ensino tanto com os alunos como com a comunidade

escolar. Por parte a escola é grande culpada desta falta de concepção artística, mas se

depara com o forte histórico do município em relação à estas práticas o que dificulta, e

muito, o trabalho da escola como instituição cultural.

Fazer valer o papel artístico das escolas diante da falta de entendimento e

percepção artística da sociedade santanense é conteúdo para larga discussão pedagógica.

Como estreitar os laços entre escola e comunidade é um tema discutido por alguns

professores e coordenadores de educação, mas a falta de projetos culturais aumenta o

problema. Sem estes projetos não há como levar a comunidade à escola, e o

desenvolvimento aleatório destes projetos prejudica afastando ainda mais a comunidade

da escola, ou seja, o que deveria se solução, por falta de acompanhamento pedagógico,

acaba se transformando em um novo problema e ganhando repercussão contrária à

objetividade escolar neste sentido.

3.5- Concepções da comunidade escolar sobre a dança e o teatro oferecido pelas escolas

Nas inúmeras tentativas de promover aproximação entre comunidade e

escola, as instituições de ensino de Santana promovem poucas e pequenas atividades

que de uma forma simplória envolvem dança e teatro, mas estas atividades não são

pensadas de forma educativa. Apenas como entretenimento, elas não atingem o que as

escolas objetivam. Diante destas situações a comunidade se defende com

questionamentos que estão provocando alaridos e contradições na docência

coordenadoria escolar do município.

A as atividades de danças são baseadas em ritmos musicais das bandas

que surgem a todo o momento e que não tem uma preocupação com o contexto que

apresentam. Assim, as atividades são coreografadas a partir de músicas como: tcham, na

boquinha da garrafa,créu e outras músicas que enfatizam apenas a sensualidade,

transformado a dança em algo vulgar que prioriza o rebolado além de outras

coreografias impróprias para crianças de ensino fundamental. Esta concepção surge a

partir da cultura do lugar que ainda prioriza a moral sob forte fiscalização de

comportamentos.

A comunidade escolar acostumou-se a ver este tipo de dança e em

decorrência disto, criou uma concepção errônea do que verdadeiramente é a dança e o

que ela pode proporcionar para o desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Em relação ao teatro, a concepção da comunidade escolar muda um

pouco, mas ainda se depara a falta de estrutura em relação ao espaço, figurino e

contexto que ainda não apresenta significações em decorrência da falta de conhecimento

sobre as obras dramatizadas ou entendimento da função que o teatro exerce nestes

casos. Contudo é viável frisar que uma peça teatral, mesmo com um bom contexto,

torna-se enfadonha e insignificante para aqueles que não têm um conhecimento

histórico e aprofundado sobre o assunto.

A base desta problemática surge da idéia de que nenhuma atividade

artística deve ser desenvolvida sem que haja uma prévia do trabalho, informação sobre o

que será feito e certificação de que o receptor e até mesmo o emissor se inteire do

assunto a ser discutido para que possa acompanhar com apreciação e compreensão do

conteúdo desenvolvido.

As escolas do município precisam urgentemente de um trabalho de

conscientização, que apontem a importância do que estão apresentando e que

formalizem estas questões baseadas nos problemas que as apresentações tem causado

nas interpretações feitas pelos telespectadores. Este trabalho deve ser o alicerce das

práticas culturais estabelecidas e desenvolvidas pelas escolas.

4- MATERIAL E MÉTODO

Trabalhar com a dança e com o teatro na escola é importante para o

desenvolvimento da identidade e percepção educativa de criação, improvisação,

composição, interpretação, sensibilidade, coordenação motora, movimento corporal

interação, participação coletiva e aprendizagem. Assim é notório as várias funções

educativas que o ensino deste tipo de arte pode propiciar ao educando dentro do

contexto escolar.

A escola deve mostrar a importância que o teatro e a dança exercem no

contexto histórico das artes e o quanto são importantes para o entendimento da

sociedade contemporânea e das ações da humanidade no progresso educacional do

mundo considerando suas necessidades, crenças, cultura e valores. O homem vive cada

um desses momentos a partir do desenvolvimento de suas sensibilidades, concepções

históricas e estéticas e crescimento físico e intelectual.

A interdisciplinaridade é fator primordial neste contexto, pois qualquer

área do conhecimento deve receber as contribuições educativas oferecidas pela dança e

pelo teatro. Sabendo que tanto a dança quanto o teatro são eficientes para ampliação de

conhecimentos e fazem parte ativamente da vida de todos tornando-se necessariamente

práticas de desenvolvimento do homem dentro e fora da escola. O importante é

estimular o aluno para que ele possa entender os movimentos da dança e do teatro como

forma de aprendizagem crítica e perceptiva.

É importante que o aluno tenha a concepção de que estas modalidades

artísticas fazem parte da sua vida, que de alguma maneira todos fazem parte deste

contexto que está ativamente influenciando na vida de todos.

A abordagem para a realização desta pesquisa foi qualitativa, pois

trabalha com a realidade vivenciada pelas escolas de Santana do Maranhão detalhando

os fatos de uma maneira interpretativa, ampla e com a participação dos envolvidos nas

comunidades escolares, apresentando os problemas enfrentados por cada escola, que

num contexto geral acabam por se tornarem um só, já que as necessidades são comuns a

todas as escolas. Por isso, torna-se a metodologia mais adequada para a realização deste

trabalho, pois propicia o entendimento da necessidade que se faz um trabalho sério e

contextualizado no ensino da dança e do teatro e descreve de forma analítica o processo

que levou este tipo de ensino ao descaso nas escolas desta cidade apontado o problema e

as possíveis soluções para a resolução do mesmo, tomando como ponto de partida as

concepções dos próprios interessados no assunto.

4.1– Contexto de Investigação

A pesquisa foi realizada em todas as 11 escolas de ensino fundamental

de Santana do Maranhão: Escola Cristo Rei, povoado Canto Sujo; Escola Juscelino

Kubstchek, povoado Coqueiro;Escola Monsenhor Porcínio, povoado santo Antonio;

Escola Humberto de Campos, povoado Riachão, Escola Luis Maxmiano, povoado

Vereda; Escola Coelho Neto, povoado São Domingos; Escola Castro Alves, povoado

São João; Escola João Batista, povoado Passagem do Magu; Escola Maria da Glória,

povoado Bacuri; EMEF Deputado Júlio Monteles, povoado São José; Escola Cônego

Nestor de Carvalho Cunha, Sede. Todos no município de Santana do Maranhão – Ma.,

que atendem 597 (quinhentos e noventa e sete) alunos, de 5ª a 8ª séries, a maioria deles,

oriundos de famílias de classe baixa, que tem como atividade principal a agricultura e

pequenos comércios.

4.2– Procedimentos de pesquisa

Foram realizadas entrevistas com alunos, coordenadores, professores,

diretores, pais, auxiliares de limpeza e com a Secretaria Municipal de educação. As

entrevistas tiveram a duração máxima de 20 minutos com cada entrevistado e duraram

02 meses ( maio e junho de 2010, às sextas e sábados). A maioria deles se mostrou

apreensiva e quase sempre não estavam dispostos a falar com a justificativa de que não

sabiam ou não queriam opinar sobre o assunto ou que estavam atrasados para alguma

coisa.

Para cada escola foram entrevistados 05 alunos, 05 pais, 01 coordenador,

01 diretor e 01 coordenador e 02 auxiliares da limpeza. A maior dificuldade nas

entrevistas ocorreu com pais, professores e auxiliares da limpeza. Os professores

justificaram a relutância através da concepção de que não tinham conhecimento na área,

os pais não sabiam o que falar e os auxiliares da limpeza por não entenderem o objetivo

das perguntas ou por também não terem o que dizer sobre o assunto.

4.3- Coleta de Dados

A coleta de dados foi feita através de entrevistas. Desde modo, este

instrumento foi utilizado para a pesquisa realizada em todas as escolas do município em

questão. Com a duração aproximada de 10 a 20 minutos. A pesquisa foi realizada no

espaço de dois meses em dias letivos alternados e enfocou a importância do ensino da

dança e do teatro como fator pedagógico, a visão de alunos e professores sobre a

educação em artes e a importância que a comunidade detém sobre este método de

aprendizagem.

O registro das informações obtidas foi adquirido através de uma ficha de

questionamentos adaptada ao nível dos entrevistados levando em consideração o tempo

de duração e o tema a ser discutido: “ O ensino da dança e do teatro”. Assim como a

enfática do histórico educacional do município.

Em seguida foi feita a identificação das unidades de registro, após a

leitura das respostas obtidas nas entrevistas, foram analisadas as expressões importantes

para o contexto do trabalho e elaborada uma seqüência, onde determinou-se de forma

seletiva quais informações seriam necessárias para a organização e entendimento da

importância e contribuição da dança e do teatro para o desenvolvimento educacional no

trabalho da escola com estas práticas artísticas. Procurou-se também estabelecer a

contribuição destas modalidades artísticas na escola, através do significado presente na

questão estudada com base no referencial teórico utilizado: Os Parâmetros Curriculares

Nacionais – Objetivos para o ensino das artes no ensino fundamental.

Portanto, a Metodologia deste trabalho monográfico foi baseada na descrição

detalhada dos procedimentos adotados para investigação e análise dos dados descritos,

comprovando sua autenticidade.

5. Resultados da pesquisa

A pesquisa foi realizada nos meses de maio e junho do ano de 2010, às sextas e

sábados, envolvendo todas as escolas do município e pessoas envolvidas na comunidade

escolar.

Percebeu-se com a pesquisa que dos entrevistados, menos de 1% já assistiu a

um espetáculo envolvendo dança ou teatro fora da escola, 80% nunca participou destas

atividades na escola, 10% acreditam serem importantes estas atividades aplicadas no

contexto escolar, mas a maioria, mais de 80% não ver importância nesta área de ensino,

acreditam que é perda de tempo e atrapalham as aulas de escrita e leitura que, para eles,

deve ser o mais importante na escola.

Para os professores, diretores e coordenadores, é importante, mas se

realizadas sob a observação de um profissional da área, pois para os professores de

outra área realizarem estas atividades, implicaria em deixar de lado seus “conteúdos” e

acabariam por prejudicar os alunos, além de que, segundo eles, não tem formação nem

conhecimentos suficientes para desenvolverem tais atividades. Neste caso, percebe-se

que o município ainda tem um longo caminho na busca do aperfeiçoamento e

valorização da dança e do teatro como forma eficiente de promover aprendizagem.

Os dados coletados durante a pesquisa foram apresentados aos diretores das

escolas e supervisores escolar que deram seu parecer sobre as declarações apresentadas.

Segundo eles, as escolas estão promovendo atividades de dança e teatro e convidando a

população para assisti- los, mas o percentual de frequência ainda é pouco, estimam que

somente 3% da comunidade têm participado destas atividades e apresentam outro

problema que pode está influenciando este processo: nenhum dos professores do

município tem formação em artes, ou seja, as atividades desenvolvidas não são

acompanhadas por um profissional da área, o que dificulta bastantes este processo

educativo.

Durante a entrevista a pedagoga Nara Teixeira Silva afirma: “O teatro nesta

cidade só será visto como forma de aprendizagem quando os professores de outras áreas

do conhecimento entenderem que qualquer disciplina é mais facilmente entendida

através da representação”. Esta concepção leva ao entendimento de que a prática teatral

está defasada nas escolas desta cidade, e que existem pessoas que tentam e querem fazer

a diferença neste processo de ensino.

Em Santana do Maranhão o ensino destas práticas artísticas é inibido, pois as

escolas não oferecem um ambiente adequado, não dispõem de um espaço próprio para

sustentação de tais atividades. Os professores não são capacitados, não tem

acompanhamento necessário para que possam desenvolver, ou até mesmo aprender

como se faz para que a dança e o teatro ganhem valor pedagógico e ocupem um lugar de

destaque no sistema educacional e na vida dos alunos e da comunidade escolar.

A dança e o teatro nestas escolas não têm influência na vida dos alunos, pois elas

não despertaram o senso artístico e a consciência de que eles agem de maneira benéfica

no desenvolvimento do corpo e da mente, e que é importante para interpretação do

mundo e convivência na sociedade.

Para os responsáveis pela educação do município, é possível sim trabalhar artes

nas escolas do município, mas todos esbarram no mesmo problema: não há profissionais

capacitados para desenvolver uma boa aprendizagem neste sentido. Segundo a

Secretaria de Educação, existem projetos em fase de conclusão para que professores

sejam capacitados nesta área do ensino, e com o tempo serão desenvolvidos com o

objetivo de solucionar estes problemas.

6- Considerações finais

A dança e o teatro, como práticas educativas, estão sendo deixado de

lado em decorrência da falta de conhecimento e formação de professores para assumir

estas modalidades artísticas. Por isso vê-se o fracasso escolar quanto a este tipo de

ensino.

A cultura antiga e a forma de vida dos moradores de Santana do

Maranhão tem sido o principal motivo de descaso com o ensino das artes, pois os pais,

que devem ser grandes colaboradores no processo educativo dos filhos não vêem

relevância alguma neste processo, assim como não recebem da escola nenhuma forma

de conscientização, por isso não contribuem para que este problema seja sanado e seus

filhos possam receber uma educação de qualidade neste campo de ensino.

Há muito tempo o ensino da dança vem sido omitido e a prática teatral

tratada como atividade sem importância, “perda de tempo”, e não há nenhum projeto

pedagógico no município em questão que leve esta situação a ser resolvida de uma

maneira que seja benéfica a todos os interessados. Isso causa um mal estar sem

precedência.

Com base nos preceitos educacionais, não é possível haver uma educação

completa sem que as escolas desenvolvam práticas artísticas. Estamos em tempo

modernos, e a contemporaneidade defende uma educação completa, onde o aluno possa

se deparar com uma escola estruturada, que mostre algo condizente com aquilo que ele

verdadeiramente viva no seu cotidiano, e sendo assim, não é possível promover uma

educação de qualidade sem caminhar por todos os meios de conhecimentos, para que o

aluno seja capaz de descobrir suas potencialidades e desenvolver suas habilidades de

forma geral e contextualizada com a realidade em que está inserido.

É função da escola, proporcionar ao aluno formas de conhecer o mundo

tal como ele é, e através disso levá- lo à concepção de que tudo na vida deve ser

aprendido, pois vivemos em uma sociedade exigente e subjetiva onde aqueles que têm

conhecimento amplo sobressaem-se àqueles com conhecimentos restritos.

Portanto é de suma importância que as escolas de Santana do maranhão

voltem-se completamente para o fato de que a dança e o teatro são práticas educativas

eficientes, e que de maneira alguma podem estar isentas das técnicas de aprendizado

em artes, pois estão permeadas na sociedade e por isso devem estar presentes no

processo educativo de seus alunos.

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