O Ensino de Jornalismo Para Jovens Das Gerações

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O ENSINO DE JORNALISMO PARA JOVENS DAS GERAÇÕES Y E Z: REFLEXÕES Helton Costa/Unicentro [email protected] Facebook: Helton Costa Twitter: @costa_jornalism Whatsapp: 67 8133-6345

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O ENSINO DE JORNALISMO PARA JOVENS DAS GERAÇÕES Y E Z: REFLEXÕESHelton Costa/Unicentro

[email protected]

Facebook: Helton Costa

Twitter: @costa_jornalism

Whatsapp: 67 8133-6345

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O artigo discute os desafios e oportunidades para o ensino de jovens universitários das classificadas gerações “Y” e “Z”, com ênfase em Jornalismo, uma vez que o entendimento apresentado é de que há as mesmas instigações e chances para as práticas da docência nesse segmento etário.

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GERAÇÕES

Entendimento de que nascidos em determinadas épocas apresentam visão de mundo e atitudes diferenciadas, mesmo convivendo no mesmo ambiente.

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Para restringir-se ao ensino de Jornalismo, o texto não trata de metodologias pedagógicas e de seus desdobramentos epistemológicos ou filosóficos, mas, pode-se dizer que sugere práticas que estão de acordo com os argumentos de Freire (1981), onde ele critica o que chama de “educação bancária”, onde o professor detém todo o conhecimento, monopoliza o saber e onde só resta ao aluno esforçar-se para obter parte dessa ciência. Nesse sistema, “os educandos são os depositários e o educador o depositante” (FREIRE, 1981, p. 66)

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QUEM SÃO?

“Bélle Époque”: nascidos de 1920 até 1940 “Baby Boomers”: (após II Guerra) até 1964 Geração X: nascida entre 1965-1976 Geração Y: nascida entre 1977 e 1988 Geração Z: jovens nascidos entre 1989 e

2010

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GERAÇÃO Y

conexão com algum tipo de mídia; são habituados a mudanças e dão valor a

diversidade; preocupam-se com questões sociais e

acreditam nos direitos individuais; são mais criadores do que receptores; são curiosos, alegres, flexíveis e

colaboradores; formam redes para alcançar objetivos; priorizam o lado pessoal em relação às

questões profissionais; são inovadores e gostam da mobilidade

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GERAÇÃO Y

são imediatistas, impacientes, auto-orientados, decididos e voltados para resultados;

não lidam bem como restrições, limitações e frustrações;

encaram o trabalho como desafio e diversão e prezam o ambiente informal com transparência e liberdade.

Além disso, buscam aprendizado constante e não tem medo da rotatividade de empregos (LOMBARDIA et al., 2008; VELOSO et al., 2008; COIMBRA);

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GERAÇÃO Z

Mantêm mais contato com as pessoas virtualmente do que pessoalmente;

possuem várias redes sociais com milhares de amigos, muitos que nem conhecem de forma presencial apenas virtualmente;

nessas redes postam informações, compartilham fotos, recados, expõem sua vida privada;

procuram resolver tudo pela internet através de e-mail, bate-papo, entre outras tarefas que realizam. Geração silenciosa. (ROSA, 2012, p.04)

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GERAÇÕES E TECNOLOGIA

A tecnologia não é determinante para a diferença de pensamento das gerações, até porque, elas convivem no mesmo espaço temporal e físico e estão sujeitos às mesmas ferramentas.

O que ocorre é que a tecnologia torna mais evidente a velocidade das transformações. Exemplo do fogo no fogão.

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COMO TRABALHAR GERAÇÕES NO BRASIL?

Desigualdades sociais; Ensino superior para poucos; Bens de consumo não totalmente acessíveis; Formação cultural diferente em várias

regiões; Pensamento de mundo diferente de outros

jovens de outros países;

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DESAFIO

É um desafio, porém, nesse trabalho, defendemos que, por mais diverso que seja o quadro apresentado, há convergências comportamentais entre os indivíduos nascidos em uma mesma época, porque se não têm acesso à tecnologias ou às mesmas situações sócio-econômicas, por exemplo, são afetados por esses fatores, já que a própria vida em sociedade incita o contato entre os diferentes atores em algum momento.

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Parte-se do princípio de que ao menos os jovens que estão na universidade, em um mesmo curso, em uma mesma turma, estão sujeitos à constituir um público mais ou menos homogêneo, que seja pela classificação determinista tecnológica ou pela vertente sócio-econômica acabam tendo ao menos condições de ensino semelhantes e recebem as mesmas informações dos docentes, fazendo a interpretação e aplicação das mesmas, cada um à sua maneira.

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São jovens que pela primeira vez na história têm mais conhecimento tecnológico que a geração que os precedeu, que nasceram em uma fase do país em que a economia estava e está sob um controle razoável, o que possibilita o acesso à esses bens tecnológicos, os igualando aos seus professores na oportunidade de possuir instrumentos para consumo de tecnologia.

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1° PONTO – REGRAS PARA O APRENDIZADO

1)é preciso motivar o aluno para que ele reaja aos estímulos do professor;

2) a experiência do professor é essencial nesse movimento;

3) o ambiente onde ele está inserido também influencia nesse aprendizado e ;

4) o aprendiz tem que querer aprender. (XAVIER, 2011, p.05)

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2° PONTO – PESQUISAS NA ÁREA

Esses jovens preferem: “ser tratados como colegas, e não como

subordinados ou adolescentes”; Querem “receber reconhecimento explícito

por suas competências; aprender com os mentores e; contribuir com o que sabem, trocando

conhecimentos num clima de colaboração”. (MALDONADO, 2009, p.01-5)

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Nas empresas, tomar um café, almoçar com os subordinados ou ainda sentar-se com algum deles para ouvir suas opiniões pode resolver as questões anteriores. E na Educação?

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Pesquisa do curso de Ciências Contábeis em 2012 na Universidade de São Paulo - USP, com 108 respostas (26% da população do curso) mostrou que os melhores professores, na opinião dos alunos, eram aqueles que dominavam e explicavam bem o conteúdo, seguido do bom relacionamento com os “aprendizes”.

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Não há dúvidas que são perfis diferentes de alunos, mas, não se pode negar que representa uma pista do que essas gerações Y e Z avaliam como importante para despertar a vontade de aprender.

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Na mesma pesquisa, na parte da análise fatorial, que serve para mensurar fenômenos que não podem ser diretamente observados, o bom relacionamento professor/aluno aparece em primeiro lugar, com 39%, a didática vem em seguida com 11% e tecnologia em terceiro com 6%.

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Figura 01- Constructos do perfil do bom professor baseados nos resultados da pesquisa. CARVALHO, CASA NOVA E NOGUEIRA, 2012, p.15)

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Talvez a Geração Z seja a que mais sente os efeitos quando uma aula não é tão atrativa quanto ela gostaria, já que enxergam o ambiente de ensino “tradicional como um ambiente extremamente pobre, pois fora desse espaço eles estão em contato com o mundo todo, recebendo e transmitindo informações”. (ROSA, 2012, p.04)

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CONCLUSÕES

O que se nota após a análise dos diversos textos, é que não é possível tocar a educação dos jovens universitários de Jornalismo como uma empresa onde aprendem técnicas para um mercado de trabalho e que diferente desse ambiente empresarial, se algo der errado na “equipe” não se pode desistir ou mesmo substituir o aluno. Deve ocorrer o contrário.

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Deve-se buscar resgatar esse indivíduo para que se interesse pelo conteúdo e para que queira aprender.

Nesse percurso, é preciso sim aproximar-se dos aprendizes e conhecer o mundo no qual estão inseridos. Nessa parte, a classificação por gerações, ainda que criticada por alguns estudos, pode auxiliar para que o docente tenha ao menos uma noção das peculiaridades do público que está trabalhando.

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Uma forma de aproximação com os alunos, pode se dar através de ambientes extra sala de aula, como nos espaços virtuais que eles freqüentam, como redes sociais ou microblogs.

Um link que complemente um comentário feito em sala de aula, um elogio à uma colocação interessante ou à um conteúdo produzido e divulgado nesses ambientes pode fazer a diferença para que o aluno e seus companheiros que também estão naquele ambiente onde todo mundo vê e é visto, tenham afinidade e se sintam próximos dos docentes, resguardadas as devidas questões éticas entre ambos.

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Tratar o aluno de maneira igual, como um adulto com seus deveres e responsabilidades, sem arrogância por conta dos títulos acadêmicos que possui ou do status social adquirido, também são formas de cultivar um bom relacionamento com esses jovens.

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Dominar o conteúdo e conseguir passar em uma linguagem que o aluno entenda sempre foi e continuará sendo o grande “trunfo” no ensino, seja no Jornalismo, seja em qualquer outra área. Para isso, o professor deve estar constantemente retomando leituras, se atualizando em sua área de pesquisa, participando de eventos e trocando experiências com outros colegas. Assim poderá encontrar respostas para questões que às vezes parecem insolúveis.

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Tanto professores mais experientes como aqueles que estão chegando na docência podem contribuir para a melhoria no aprendizado pessoal do educador, exatamente uma característica das gerações Y e Z, que buscam aprender com os mais velhos e com os mais novos em situação de igualdade.

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No caso do Jornalismo, onde os profissionais são bacharéis e não fazem cursos de licenciatura que os preparariam para a docência, dominar as técnicas e os saberes para o aprendizado dos alunos é um desafio, que exige esforço e estudo por parte dos novos professores.

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Utilizar a tecnologia sem cair em um determinismo tecnológico que atribui qualidade às aulas apenas com a utilização desses instrumentos também é necessário, bem como estar no mínimo apresentável de maneira asseada.

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ENCAMINHAMENTO

Sugestão : que o Fórum em parceria com outras instituições e entidades, inclusive representativas da categoria, como a Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj, possam conduzir uma pesquisa abrangente em território nacional, para tentar perceber o que os alunos dessas gerações realmente pensam sobre a forma com estão aprendendo Jornalismo.

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Fora isso, é se preparar para uma nova classificação que já foi anunciada: a Alpha, de pessoas nascidas a partir de 2010 e que estarão nas universidades a partir de 2028. Até lá, quem sabe outras tecnologias e a própria sociedade também já esteja mudada, esperamos que para melhor e que a profissão também esteja cumprindo o juramento assumido, caso contrário, independente da geração, a sociedade só terá prejuízos.

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