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0 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO MARISSA LIMA PUTON O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA A PARTIR DE NOVAS TECNOLOGIAS: Utilização de vídeo aulas no processo de ensino SINOP-MT 2014

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

MARISSA LIMA PUTON

O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA A PARTIR DE NOVAS TECNOLOGIAS: Utilização de vídeo aulas no processo de ensino

SINOP-MT 2014

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MARISSA LIMA PUTON

O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA A PARTIR DE NOVAS TECNOLOGIAS: Utilização de vídeoaulas no processo de ensino

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Departamento de Matemática - UNEMAT, Campus Universitário de Sinop, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Matemática. Orientador: Prof. Me. Odacir Elias Vieira Marques

SINOP-MT 2014

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MARISSA LIMA PUTON

O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA A PARTIR DE NOVAS TECNOLOGIAS: Utilização de vídeoaulas no processo de ensino

Profª. Ma. Luciana Mafalda Elias de Assis Professora Avaliadora

Profª. Ma. Celma Ramos Evangelista Professora Avaliadora

Prof. Me. Odacir Elias Vieira Marques Professor Orientador

Prof. Me. Odacir Elias Vieira Marques Presidente da Banca

Aprovado em 04/ 12/ 2014

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

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Dedico este trabalho aos meus pais Élio e Acácia que não mediram esforços para me apoiarem em todos os momentos da vida acadêmica, que nunca deixaram que eu desistisse desse sonho, que me ensinaram o valor da educação e por acreditarem em futuro para a filha, motivo pelo qual persisti na luta pelos meus objetivos.

Marissa.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por iluminar meu caminho e não deixar falhar

a Fé diante dos momentos difíceis.

A minha família, meu pai Élio, minha mãe Acácia e minha irmã Larissa pelo

amor, paciência, apoio incondicional, por não me deixarem desistir desta caminhada,

por não medirem esforços para que eu chegasse até aqui. Valeu a pena todo

sofrimento, valeu a pena as renúncias, hoje colhemos os frutos de nosso empenho.

Essa vitória é mais de vocês do que minha!

Agradeço também aos meus amigos Ana Beatriz, Andressa, Bernardo, Maria

Cristina e Tarcila por me suportarem nos momentos difíceis, de stress, angústia e

desânimo, por compartilharem palavras de apoio.

Aos colegas da AETCC por fazerem as viagens diárias mais prazerosas.

Agradeço ao Professor Odacir pela orientação necessária para conclusão

deste trabalho.

Agradeço aos meus colegas de caminhada da Unemat, pelo companheirismo

e carinho, em especial Andressa, Ana Carolina, Tatiele, Alini e Rodnei, pela amizade

cultivada.

A todos os professores do curso que me acompanharam durante a

graduação, todos foram muito importantes em minha formação.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte de minha formação.

Marissa Lima Puton

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.

(Albert Einstein)

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RESUMO

PUTON, Marissa Lima. O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA A PARTIR DE NOVAS TECNOLOGIAS: Utilização de vídeoaulas no processo de ensino Trabalho de conclusão de curso-Licenciatura Plena em Matemática – UNEMAT –Universidade Estadual de Mato grosso- Campus Universitário de Sinop - MT.

Este trabalho de conclusão de curso tem desígnio de apresentar a utilização de novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem de Matemática Financeira, com a produção de vídeo aulas oferecidas à professores com o objetivo de auxílio no processo de elaboração de suas aulas. A Matemática Financeira é um tema que está presente diariamente na vida dos cidadãos. Considerando a importância de se tratar de um tema atual e contextualizado, buscamos estudar Matemática Financeira como parte da proposta curricular do Ensino Médio, com o intuito de responder a seguinte questão: “Em que medida a utilização de videoaula pode contribuir no processo de ensino do conteúdo de Matemática Financeira no Ensino Médio?”. Os dados que subsidiaram a pesquisa foram coletados a partir de entrevistas com professores que lecionam no Ensino Médio. Com base nestas informações podemos propor material didático que aborde temas de aspectos aplicáveis ao contexto, que possa auxiliar na preparação das aulas. O conhecimento matemático é necessário em uma grande diversidade de situações, pois possibilita apoio a outras áreas de conhecimentos, proporciona aos alunos desenvolverem suas habilidades e competências. Desta maneira não há como ignorar o uso de tecnologias no ensino de Matemática, observando que estas ferramentas são um recurso importante na tomada de decisões.

Palavras-chave: Matemática Financeira, Educação, vídeoaula, tecnologias.

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ABSTRACT

PUTON, Marissa Lima. TEACHING OF FINANCIAL MATHEMATICS FROM NEW TECHNOLOGIES: Use of video classes in the teaching course conclusion work - Full Degree in Mathematics - UNEMAT - Mato State University Grosso- Campus of Sinop - MT. This course conclusion work has plan to introduce the use of new technologies in the teaching-learning process Financial Mathematics, with the production of video classes offered to teachers in order to aid in the development of their classes process. The Financial Mathematics is a subject that is present in the daily lives of citizens. Considering the importance of the case of a current and contextualized theme, we seek to study Financial Mathematics as part of the proposed curriculum of high school, in order to answer the following question: “To what extent the use of video lesson can contribute in Financial Mathematics content of the teaching process in high school?". The data that supported the research were collected from interviews with teachers who teach in high school. Based on this information we can offer teaching materials that address issues of aspects applicable to the context that may assist in the preparation of lessons. The mathematical knowledge is required in a wide variety of situations, it allows support to other areas of knowledge, provides students develop their skills and competencies. Thus there is no way to ignore the use of technology in teaching mathematics, noting that these tools are an important resource in decision-making. Keywords: Financial Mathematics, Education, video lesson, technologies.

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SUMÁRIO Introdução 9

1 Matemática Financeira 12

2 Informática na Educação Matemática e o uso de ambientes virtuais

como ferramenta de aprendizagem

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3 Matemática Financeira e seus conceitos

3.1 Revisando a Matemática Financeira

22

22

3.1.1 Números Proporcionais 22

3.1.2 Regra de três 24

3.1.3 Porcentagem 25

3.2 Termos importantes de Matemática Financeira 27

3.2.1 Juros 28

3.2.2 Montante 30

3.2.3 Juros Compostos 31

3.3 Aplicações dos conceitos de Matemática Financeira 33

4 Metodologia 38

5 Delineamento da pesquisa 48

Considerações finais 54

Referencial Bibliográfico 56

Apêndices 59

1.1 O surgimento e o conceito 12

1.2 O ensino de Matemática Financeira no Ensino Médio 14

1.3 Os Parâmetros Curriculares Nacionais 16

2.1 A Informática na Educação Matemática 18

2.2 Recursos pedagógicos no ensino de Matemática 20

4.1 Pesquisa Qualitativa 38

4.2 Estudo de Caso 39

4.3 Pesquisa-ação 41

4.4 Entrevista 41

4.5 Universo da Pesquisa 43

4.6 Vídeoaula como recurso didático 45

4.7 Elaboração do material 45

4.8 A escolha e utilização dos Softwares 46

4.9 Análise e Discussão dos Dados 47

5.1 Análise da Entrevista 1 49

5.2 Análise da Entrevista 2 51

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INTRODUÇÃO

É inegável a importância de se ter alguma informação em Matemática

Financeira, principalmente diante de uma sociedade plenamente capitalista e que

exige do cidadão o mínimo de domínio nesta área de conhecimento. O Brasil vive

um momento de relativa estabilização da moeda nacional, a qual abre possibilidades

de crédito à população com juros em modalidades diferenciadas.

A Matemática Financeira trata de conceitos adotados pelo mercado

financeiro, os quais estão presentes a todo o momento nas práticas do dia-a-dia.

Esta realidade econômica exige que o cidadão tenha conhecimento das regras que

regem o sistema financeiro.

Esta disciplina é uma poderosa ferramenta na formação dos alunos, pois esta

contribui para que compreendam melhor o mercado e analisem melhor as tomadas

de decisões com relação investimento que se propõem.

O presente estudo fez parte de uma proposta que discutiu e propôs ações

concretas para o ensino e a aprendizagem de conceitos matemáticos, visando

facilitar o entendimento sobre as principais fórmulas da Matemática Financeira no

Ensino Médio. Alguns temas como razões, juros simples e descontos foram tratados

neste estudo a partir do conceito de cada temática, passando por uma aplicação

contextualizada, finalizando na formalização matemática.

Diante das inúmeras dificuldades expressas nas escolas públicas e tendo em

vista a importância de se estudar a Matemática Financeira no ponto de vista

econômico e social, esse tema chama atenção devido a sua contextualização e

aplicabilidade. O presente estudo destinou-se a estudar Matemática Financeira

como parte da proposta curricular do Ensino Médio, com o intuito de responder a

seguinte questão: “Em que medida a utilização de videoaula pode contribuir no

processo de ensino do conteúdo de Matemática Financeira no Ensino Médio?”.

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A partir da problematização abordada procuramos identificar nas aulas de

Matemática Financeira as principais dificuldades de aprendizagem dos alunos,

propor um material didático ao professor de Matemática com aspectos de

regionalismo, contextualização e significação e aplicar este material aos professores

de Matemática da rede pública de ensino no município de Cláudia-MT e verificar de

que maneira este material pode colaborar de forma didático-pedagógica na

preparação das aulas.

O primeiro estudo foi realizado com professores que lecionam a disciplina de

matemática no Ensino Médio no município de Cláudia-MT, mais precisamente em

relação ao trabalho com a temática de Matemática Financeira. Foram investigadas,

no contexto de sala de aula, quais as dificuldades de aprendizagem dos alunos a

partir da percepção do professor, onde foram coletadas informações para a

produção de material didático com aspectos de regionalização, contextualização e

significação. O enfoque seguinte foi construir atividades didáticas direcionadas para

a temática proposta para estudo, onde os alunos puderam relacionar o conteúdo

estudado com o seu cotidiano.

Por fim verificamos com os professores como esse material refletiu em suas

aulas, onde concluímos que os vídeos-aula contribuíram de forma positiva nas

aulas, ressaltando que é de grande importância incorporar atividades diferenciadas

nas aulas, agregando novas tecnologias com a finalidade de incentivar o interesse

pelas temáticas delimitadas.

O presente estudo divide-se em cinco capítulos. No primeiro descrevemos o

surgimento da Matemática Financeira, ainda no período do escambo onde a forma

de comercialização era a troca e evoluindo até os dias atuais. Abordamos também a

Matemática Financeira no Ensino Médio, ressaltando a importância de se estudar

este tema nessa etapa escolar, relacionando com as afirmações contidas nos

PCN’s.

No segundo capítulo o enfoque é destacar o uso de recursos pedagógicos no

ensino de Matemática, destacando as ferramentas: computador, vídeos e

informática. Mostrando seus benefícios quando estes materiais são utilizados

corretamente.

No terceiro capítulo estudamos os conceitos de Matemática Financeira, com

vários exemplos, bem como aplicações, ou seja, uma apresentação geral do

conteúdo. Abordando uma breve revisão de conteúdos que se fazem necessários se

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ter domínio, para que se entenda os conceitos posteriores referentes ao tema em

questão.

Nos capítulo de metodologia abordamos o caminho percorrido neste estudo,

sendo a Pesquisa Qualitativa forma de coleta de dados. A análise dos dados foi

realizada de acordo com as entrevistas. Ao fim, relatamos os resultados obtidos

durante a pesquisa.

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CAPÍTULO I

1. MATEMÁTICA FINANCEIRA

Neste capítulo encontra-se um apanhado histórico referente à Matemática

Financeira, passando por um relato sobre a importância de se aprender tal tema no

Ensino Médio e apresentando algumas considerações de acordo com os Parâmetros

Curriculares Nacionais.

1.1. O surgimento e o conceito

De acordo com Suen (2007), Matemática Financeira é um dos conhecimentos

primórdios e básicos da humanidade, surgiu a partir da necessidade de troca de

mercadoria ou de prestação de serviço. Este tipo de comércio teve impulso ainda

antes da criação do dinheiro, na época do escambo, período em que a troca de

mercadoria era a única forma de comércio e economia.

Os juros surgiram quando o homem percebeu a relação entre o tempo e capital,

assim os juros eram pagos por meio de sementes, bens agrícolas ou pecuários, na

próxima colheita no limite de um ano. O que evidencia a imagem do capital no

tempo.

O escambo de produtos e suas relações derivaram na precisão de criar um

sistema de equivalência e fixação de padrões econômicos e de unidade, surgindo o

metal como forma de moeda.

A procedência das instituições financeiras esta absolutamente atrelada aos juros

e a Matemática Financeira. No transcorrer das batalhas e detenção das terras, as

moedas das nações eram cambiadas, por este motivo em determinado pais poderia

valer-se somente a moeda vigente naquela localidade. Assim mercadores e pessoas

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em geral, quando viajavam deviam adquirir a moeda local. Para troca de moedas

eram cobrados juros, o cambista permanecia sentado em um banco de madeira

próximo ao mercado, e dessa circunstância ocasionou o nome banqueiro e banco.

A Matemática Financeira está presente na rotina diária dos indivíduos e em suas

relações em sociedade, pode ser aplicada em diversas situações cotidianas como,

por exemplo, calcular as prestações de um financiamento de um móvel ou imóvel

optando pelo pagamento à vista ou parcelado, além de fornecer condições

necessárias à avaliação de negócios.

A Matemática Financeira envolve mais que Matemática. Envolve conceitos e convenções adotadas pelo mercado financeiro. A mera utilização das regras usadas pelo mercado, sem maior análise do raciocínio e do contexto do que está sendo feito, prejudica o planejamento e a tomada de decisões. Além disso, a prática mostra que a falta de teoria tende a acarretar desastres financeiros. (SUEN, 2007, p.13)

Para conhecer conteúdos básicos como juros, porcentagem, entre outros, torna-

se necessário que os alunos entendam a importância da Matemática Financeira

como ferramenta para compreensão e a sua aplicabilidade no mercado financeiro,

considerando que ela está ligada a situações corriqueiras e que se exige certo

conhecimento matemático. Um elemento motivacional para isso é lembrar que o

dinheiro, sua movimentação e poder de compra é uma situação que deve ser

entendida, ou pelos menos compreendida na sua base, pois vivemos em um mundo

capitalista.

Em parte, os termos da Matemática Financeira não são complexos, mas

entender a lógica do mercado financeiro é algo que beira a necessidade, justificando

a importância de ensinar a Matemática Financeira a todos os estudantes,

independente de sua profissionalização e contexto (SUEN, 2007, p. 13).

Carvalho (1999) mostra que o uso dos conteúdos da Matemática Financeira

pode ir além da escola, pois,

[...] a contribuição da matemática nas tarefas que lidam com o dinheiro não reside apenas em apoiar as ações do cálculo correto, no que se refere a especificações de determinadas somas ou casos como troco ou pagamento de um total no caixa. Diversos conceitos e procedimentos da matemática são acionados para entendermos nossos holerites (contracheques), calcular ou avaliar aumentos e descontos nos salários, aluguéis, mercadorias, transações financeiras, entre outros (CARVALHO, 1999, p.61).

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Os conceitos matemáticos envolvidos em Matemática Financeira, em sua

maioria não são complexos, muitas vezes noções básicas são suficientes para

resolver determinadas situações. No entanto, deve-se tomar cuidado ao interpretar

os termos utilizados no Mercado Financeiro. A Matemática Financeira é fundamental

para decisões, seu uso correto possibilita maximização de resultados.

1.2 O ensino de Matemática Financeira no Ensino Médio

A Matemática sempre esteve presente na história e evolução da humanidade,

atuando como forma de contagem, abstração e medição. Nestes aspectos a

humanidade primitiva utilizou-se de seus conceitos para estabelecer um sistema de

troca, compra e venda de mercadorias, evoluindo outras vezes até chegar ao atual

mercado econômico que varia do simples ao complicado, modificando-se

constantemente com interferências internas e fronteiriças.

Perante a estabilização da economia nacional que possibilitou o poder de

compra crescente da população através do plano real, as pessoas puderam adquirir

financiamentos e empréstimos com maior facilidade. Dessa forma, podemos

considerar um tema atual e relevante na vida dos cidadãos, tendo em vista que este

possibilita analisar de forma elaborada as tomadas de decisões quanto a

investimentos.

O ensino de uma educação financeira na Educação Básica, mesmo aparentando

ter elementos tão básicos quando comparados ao sistema econômico, deve ser

discutido em sala de aula. A sua inserção no currículo escolar traz a possibilidade do

educando ter contato com discussões presentes em seu dia-a-dia, que provoca

interferências diretas no seu modo de vida.

Segundo Micotti (2007, apud VIEIRA, 2010) o insucesso em Matemática não é

não saber conteúdos básicos, ou não conseguir aplicar regras a determinadas

situações. Insucesso é pensar que Matemática não tem aplicações. Com esse

pensamento o indivíduo é incapaz de usar ideias conceituadas para lidar com

situações do dia-a-dia.

Os PCN’s (1997) demonstram que os conteúdos de Matemática Financeira

podem ser o ponto de partida para a articulação interdisciplinar. É importante

ressaltar que sendo o foco de estudo o Ensino Médio é necessária a retomada de

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ideias expostas no Ensino Fundamental, pois alguns conceitos dependem de

explicações que o entendimento exige certa maturidade.

Segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio os conteúdos básicos

estão divididos em quatro setores, sendo, números e operações; funções;

geometria; análise de dados e probabilidade. Ressalta que os conteúdos não devem

ser estudados separadamente, mas sempre buscar articulações entre eles.

Retomando conteúdos do ensino fundamental podem-se consolidar conceitos cujo

entendimento requer maior maturidade.

No trabalho com Números e operações deve-se proporcionar aos alunos uma diversidade de situações, de forma a capacitá-los a resolver problemas do quotidiano, tais como: operar com números inteiros e decimais finitos, operar com frações, em especial com porcentagens; fazer cálculo mental e saber estimar ordem entre grandezas de números; usar calculadora e números em notação científica; resolver problemas de proporcionalidade direta e inversa; interpretar gráficos, tabelas e dados numéricos veiculados nas diferentes mídias; ler faturas de consumo de água, luz e telefone; interpretar informação dada em artefatos tecnológicos (termômetro, relógio, velocímetro). Por exemplo, o trabalho com esse bloco de conteúdos deve tornar o aluno, ao final do ensino médio, capaz de decidir sobre vantagens/desvantagens de uma compra á vista ou a prazo; avaliar o custo de um produto em função de quantidade; conferir se estão corretas informações em embalagens de produtos quanto ao volume; calcular impostos e contribuições previdenciárias, avaliar modalidades de juros bancários. (BRASIL, 2006, p. 71).

Dentro deste contexto de retomada de conceitos, o trabalho com os números e

operações com início no Ensino Fundamental e estendendo este estudo ao Ensino

Médio desencadeia uma linha de raciocínio que proporciona aos alunos diversas

situações, de forma a orientá-los a resolver problemas cotidianos. Esses conteúdos,

por exemplo, podem ajudar na formação do aluno e torná-lo capaz de analisar

vantagens e desvantagens e tomar decisões em variadas situações rotineiras.

No Brasil o ensino de Matemática Financeira está relacionado com a

necessidade de formar profissionais em razão da expansão industrial, ocorrida

desde o século XIX. Nas décadas de 1950 e 1960, o Sistema Educacional Brasileiro

passou a dar ênfase no estudo das disciplinas ligadas a Economia. Os cálculos

eram realizados com a utilização de tabelas financeiras. A partir de 1970 foi

incrementado com o uso de novas tecnologias como: regras de cálculo, calculadoras

e computadores (CARAMORI, 2009).

Atualmente os Sistemas Educacionais procuram incorporar o uso de tecnologias

no ensino de Matemática, visto sua enorme importância nos meios da Economia

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Mundial. Leme (2007, apud CARAMORI, 2009) destaca o uso de planilhas

eletrônicas que pode ser, por exemplo, um recurso computacional que auxilia a

construir modelos matemáticos e permite a comparação dos resultados obtidos

computacionalmente com a realidade ou situação gerada. O uso de planilha

contribui com o surgimento de investigações, simulações e resolução de problemas.

Este tipo de aplicativo promove a exploração de representações matemáticas.

O uso de recursos tecnológicos propicia o envolvimento do aluno em investigar

situações do seu cotidiano. Por isso faz-se necessário que o professor conheça

conceitos matemáticos de diferentes culturas, para que desta forma possa conduzir

o processo de ensino, levando em consideração os significados sociais de

Matemática Financeira.

Desta maneira não há como ignorar o uso de tecnologias no ensino de

Matemática, observando que estas ferramentas são um recurso importante na

tomada de decisões. Lembrando que esta agilidade que os recursos proporcionam

deve ser relacionada com o entendimento dos resultados.

Segundo Azevedo pode-se observar que de forma geral, com algumas

exceções, os livros didáticos apresentam o conteúdo de Matemática Financeira de

forma breve, onde não são capazes de sanar a necessidade dos professores.

Inicialmente trazem uma breve revisão de conceitos relevantes no Ensino

Fundamental que geralmente os alunos não se recordam, tais como: razão e

porcentagem, e aplicam-se exemplos relacionados ao cotidiano. Em seguida

apresentam conceitos de Matemática Financeira e as equações que estão

relacionadas, são aplicados exercícios que desafiam a capacidade de raciocínio dos

estudantes. Desta maneira há a necessidade de o professor fazer análise de como

os tópicos da Matemática Financeira estão sendo tratados em certos livros, e assim

programar atividades que possam suprir algumas deficiências que por ventura

possam ser apresentadas nos livros didáticos.

1.3 Os Parâmetros Curriculares Nacionais

O conhecimento matemático é necessário em uma grande diversidade de

situações, pois possibilita apoio a outras áreas de conhecimentos, proporciona aos

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alunos desenvolverem suas habilidades e competências. Este entendimento da

Matemática e suas competências estão previstos nos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN).

É importante destacar que a Matemática deverá ser vista pelo aluno como um conhecimento que pode favorecer o desenvolvimento do seu raciocínio, de sua sensibilidade expressiva, de sua sensibilidade estética e de sua imaginação (BRASIL,1997, p. 26).

No Ensino Médio, etapa final da escolaridade básica, a Matemática deve ser

compreendida como uma contribuição para o conhecimento humano essencial para

a formação de todos os jovens, pois capacita o aluno a uma visão de mundo, de

leitura e interpretação da realidade a fim de desenvolver capacidades que serão

exigidas ao longo de sua vida e carreira profissional (PCN's,1997).

Ao final do ensino médio, espera-se que os alunos saibam usar a matemática para resolver problemas práticos do quotidiano; para modelar fenômenos em outras áreas do conhecimento; compreendam que a Matemática é uma ciência com características próprias, que se organiza via teoremas de demonstrações; percebam a Matemática como um conhecimento social e historicamente construído; saibam apreciar a importância da Matemática no desenvolvimento científico e tecnológico. (BRASIL, 2006, p. 69).

Neste contexto do Ensino Médio que a Matemática coloca-se como instrumento

de investigação. As situações encontradas pelos jovens no universo escolar são

articuladas com a absorção de conhecimentos e habilidades. A partir do momento

que se aprende a Matemática de forma contextualizada, interligada a outros

conhecimentos, à medida que estrutura o pensamento compete ao aluno

desenvolver certas habilidades que são essencialmente formadoras (PCN's,1997).

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CAPÍTULO II

2. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E O USO DE AMBIENTES VIRTUAIS

COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

Neste capítulo abordaremos tópicos no que diz respeito à utilização de recursos

pedagógicos no ensino de Matemática, tais como: vídeos, computadores,

informática. Ressaltando a sua importância e obstáculos encontrados para que esta

prática seja produtiva.

2.1 Informática na Educação Matemática

A informática propicia realizar variadas tarefas, como se comunicar, fazer

pesquisas, desenhar, fazer cálculos, entre outros. As diversas vantagens e

benfeitorias desenvolvidas nas habilidades fazem do computador um grande recurso

pedagógico. Com o emprego da informática na educação é possível tornar dinâmico

o procedimento de ensino e aprendizagem, estimulando aulas mais criativas,

motivando os alunos à curiosidade e anseio em aprender.

O computador é encarado como instrumento poderoso que permite, por um lado aliviar os alunos de cálculos fastidiosos, e por outro explorar conceitos ou situações, descobrir relações ou semelhanças, modelar fenômenos, testar conjecturas, inventar matemática e reinventar a Matemática (PAPERT, 1991; apud BOERI, 2009 p.58).

Segundo Boeri (2009) a inserção do computador e outras tecnologias no ensino

de Matemática tornaram-se uma necessidade atual por estar ligada a rotina da

escola e dos professores. A utilização do computador nas aulas de Matemática

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contribui para que o educando perceba esta disciplina de forma mais abrangente

contribuindo para o seu desenvolvimento lógico e cognitivo.

As tecnologias devem ser incorporadas como ferramentas cotidianas, integradas

aos demais recursos didáticos. Porém grande parte das escolas não propicia essa

integração de forma plena.

O uso de planilhas eletrônicas, por exemplo, promove um ambiente de

investigação, pois constituem um meio dinâmico de exploração das representações

matemáticas. Segundo Boeri (2009, p. 49) “[...]existem duas abordagens a cerca da

utilização da informática na educação: a construcionista e a instrucionista”.

Abordagem constitucionista: o computador é visto como ferramenta para a

construção do conhecimento. Sendo papel de o professor auxiliar no processo de

ensino e aprendizagem. A informática ajuda no processo de construção do

conhecimento por possibilitar ao aluno, refletir pensar e analisar seus erros. O

computador é visto como um recurso de formação de sujeitos críticos.

Abordagem institucionista: é oposta a abordagem constitucionista. Aqui o

controle do processo cabe ao computador. O educando deve investigar as

informações contidas nos softwares realizando atividades previstas pelo

computador. O papel do professor é auxiliar, percebendo os erros e dificuldades dos

alunos. Nesta abordagem reforça-se o ensino tradicional, centrado em tarefas de

memorização e repetição.

Boeri (2009) evidencia que o uso do computador tem seus dois lados:

[...] de um lado, a renúncia, a desconfiança, o pessimismo, ou a atitude de servir-se do meio unicamente como instrumento acessório e subutilizado; de outro lado, a paixão, o entusiasmo, a esperança, a tendência de reinterpretar repentinamente os problemas estruturais da escola com base em correlações, onde a tecnologia assume o papel de variável independente. (BOERI, 2009; p.51)

Deve-se observar sempre a realidade em que o estabelecimento de ensino está

inserido, bem como os objetivos que o professor deseja realizar na disciplina de

Matemática, para que se possa utilizar de forma adequada a informática na classe.

A utilização de novas tecnologias podem ser favorável e também prejudicial à

construção do conhecimento. De um lado pode fazer com que o aluno se acomode e

utilize as tecnologias para resolver os problemas e perca a criatividade e capacidade

raciocínio. Por outro lado o uso dessas novas ferramentas pode ter um resultado

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oportuno, colaborando como incentivo ao interesse em aprender por parte do aluno,

através de atividades contextualizadas e alternativas.

Neste contexto o professor deve sempre atentar-se a forma como as atividades

estão sendo realizadas e se está realmente dentro do objetivo.

2.2 Recursos pedagógicos no ensino de Matemática

Incluir computadores e softwares nas aulas de Matemática é um desafio para

docentes e discentes. O professor utiliza como inovação no processo de ensino e o

aluno como ferramenta estimuladora facilitando a consolidação de ideias. A

tecnologia é uma excelente ferramenta de apoio educacional.

Nos últimos anos, os Sistemas Educacionais têm procurado incorporar o uso de recursos tecnológicos ao ensino de Matemática Financeira, tendo em vista a sua presença nos Meios de produção e Serviço da economia Mundial (CARAMORI, 2007; p.30).

O uso de tecnologias na sala de aula não é o mesmo que utilizado no trabalho,

levando em consideração o fato que o uso do computador no trabalho, possui um

sistema específico onde somente são inseridos dados para obtenção de certa

resposta. Já na escola o uso do computador pode ser relacionado com a construção

de modelos matemáticos ligados com a realidade.

O que devemos ter bem claro com a evolução da educação, é que nossas aulas de Matemática não podem ficar "paradas no tempo". Precisamos repensar nossa prática em sala de aula, e os novos recursos tecnológicos contribuem para que melhoremos o nosso fazer pedagógico (BOERI, 2009; p. 56).

Hoje é necessário não somente memorizar fórmulas, mas também raciocínio de

investigação, a implantação de recursos é uma grande aliada por permitir realização

eficiente de atividades. Mas deve-se lembrar de que o uso de recursos por si só não

gera melhoria no ensino/aprendizagem, é necessário buscar atividades construtoras

de conhecimentos para preparar educandos críticos.

Uma Educação Matemática de alta qualidade – e isso inclui o uso de novas tecnologias – deve ser a essência do conhecimento efetivo numa sociedade baseada na informação. (DALCÍDIO M. CLÁUDIO & MÁRCIA L. CUNHA; apud BOERI, 2009, p.57).

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A informática pode ser um fantástico instrumento pedagógico quando

empregada de forma coerente, proporcionando explorar atividades dinâmicas.

Reitera-se, o valor da análise dos atributos e necessidades, para que a inserção do

computador no ambiente educativo seja concretizada de forma positiva.

Segundo Silva (2011) o vídeo é um recurso que se aplicado como material

pedagógico, por meio de idealização criteriosa, pode auxiliar na adaptação didática

dos conteúdos de maneira adequada e proporcionar resultados expressivos. A

tecnologia oferece amplas possibilidades de concretizar atividades didáticas, porém

a maneira com que o professor direcionará a aula com o vídeo faz toda diferença,

utilizar de debates e reflexões referentes aos conteúdos pode incentivar o aluno a ter

interesse pela aula.

Cabe ao professor apoderar-se dessa tecnologia para proporcionar a seus alunos aulas interessantes, diversificadas e participativas; com o vídeo o professor pode pausar as cenas, as imagens, para discuti-las; retroceder para relembrar e também avançar. Se o uso desse recurso for organizado, torna-se uma fonte de informação alternativa, propicia ao aluno conhecer a realidade na qual estão inseridas outras comunidades, outras realidades, além de construir seu próprio conhecimento ajudado pelo direcionamento do professor. (SILVA, 2011, p.43)

O uso de novas tecnologias quebra a rotina da sala de aula, tornando o espaço

de aprendizagem mais agradável. Se conduzido adequadamente, o vídeo pode

gerar uma prática docente mais eficiente, interligando linguagem e interatividade,

visto que atração da imaginação atingida em todos os sentidos auxilia na obtenção

de conceitos matemáticos, ao mesmo tempo em que informa gera entretenimento o

que possibilita a visualização ativa com ações contextualizadas, tais benefícios

podem ser utilizados pelo professor com o intuito de motivar o aluno.

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22

CAPÍTULO III

3. MATEMÁTICA FINANCEIRA E SEUS CONCEITOS

Este capítulo apresenta os conceitos de Matemática Financeira,

primeiramente apresentamos uma revisão de conteúdos como

Proporcionalidade, Regra de Três e Porcentagem, com esse conteúdo bem

explorado, acrescentamos os conteúdos de Matemática Financeira: Juro

Simples, Juro Composto, Montante e Aplicações. Os conceitos aqui

apresentados referem-se á considerações de Dante (1999).

3.1 Revisando a Matemática Financeira

Iniciamos com a revisão de alguns conteúdos com a finalidade de aguçar o

conhecimento, relembrar conceitos que se fazem necessários o domínio para que

haja uma maior compreensão do conteúdo de Matemática Financeira e também que

se possa ter maior facilidade em assimilar os conceitos.

3.1.1 Números Proporcionais

Podemos dizer que os números reais não nulos �, �, �, � são diretamente

proporcionais aos números �′, �′, � ′, �′ nessa ordem se e somente se:

��′=��′=��′=��′

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Exemplo 1:

Sejam as sucessões: (3, 5, 8, 11) e�9, 15, 24, 33�.

Observe:

39=515=824=1133

13

13

13

13

Coeficiente de proporcionalidade = �

Exemplo 2:

Os números (9, 15, 21, 6) são proporcionais aos números (6, 10, 14, 4)

respectivamente, pois:

96=1510=2114=64

32

32

32

32

Coeficiente de proporcionalidade = �

Outra forma de verificarmos a proporcionalidade entre grandezas é utilizar a

seguinte propriedade: o produto dos extremos é igual ao produto dos meios.

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Exemplo:

912=34

Ou seja:

9 ∙ 4 = 12 ∙ 3

36 = 36

Provamos a igualdade, portanto são proporcionais.

3.1.2 Regra de três:

Regra de três estabelece problemas que envolvem pares de grandeza e

proporcionalidade, podendo ser simples ou composta. A regra de três é simples

quando apresenta dois pares de grandezas, conhecemos três valores e um não

conhecemos, sendo o objetivo encontrar este valor. A regra de três composta incide

quando abrange mais de dois pares de grandezas.

Para resolver a regra de três o primeiro passo é organizar as grandezas, compará-

las, dispor a proporção e por fim resolver a equação.

Exemplo 1:

Em uma viagem ao andar 500 km, Maria gastou 300 litros de combustível. No final

da viagem Maria deve andar 800 km, qual será o gasto com combustível?

Km Combustível

500300

800�

500 ∙ � = 800 ∙ 300

500� = 240000

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� =240000500

� = 480 litros

Portanto, ao final da viagem Maria deve ter gasto 480 litros de combustível.

Exemplo 2:

Em certa padaria, fabrica-se 18 pães com 1 kilograma de farinha de trigo. Para

produzir 99 pães, será necessário utilizar que quantidade de farinha?

Pães Farinha

181

99�

18 ∙ � = 99 ∙ 1

18� = 99

� =9918

� = 5,5 kg

Para produzir 99 pães será necessário utilizar 5,5 kg de farinha de trigo.

3.1.3 Porcentagem

Razões que possuem denominadores iguais a 100, são conhecidas por razões

centesimais e podem ser representadas pelo símbolo %.

Taxa percentual 4% = �

���= 0,04

15% = ��

���= 0,15

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50% = ��

���= 0,5

Porcentagem de uma quantia

A cidade de Cláudia tem 12.000 habitantes, sendo 47% mulheres. Quantas

mulheres habitam a cidade?

12.000 = 100%

� = 47

12.000 ∙ 47 = � ∙ 100

564.000 = 100�

� = 5.640

Ou podemos resolver de uma segunda maneira:

47% =47100

= 0,47

= 12000 ∙ 0,47

= 5.640

Aumento percentual.

Suponhamos que o litro de gasolina custava R$ 2,15. Quanto custará após o

aumento de 4%?

Valor de referencia: 2,15

Porcentagem: 4% = �

���= 0,04

2,15 ∙ 0,04 = 0,086

2,15 + 0,086 = 2,23

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Ou

1 + 0,04 = 1,04

2,15 ∙ 1,04 = 2,23

Descontos

A loja M está com uma promoção em refrigeradores. Toda linha com 10% nos

pagamentos a vista.

Se um produto custa R$ 2.500,00. Qual será seu valor na compra a vista?

1 − 0,1 = 0,90

2.500,00 ∙ 0,90 = 2250,00

Ou

2500,00 ∙ 0,10 = 250,00

2500,00 − 250,00 = 2250,00

3.2 Termos Importantes de Matemática Financeira

Segundo Suen 2007, para iniciar o estudo de Matemática Financeira faz-se

necessário o conhecimento de alguns termos básicos:

Período: é o prazo de tempo em que o juro é pago, podendo ser em dias,

meses, trimestre, etc.

Juros: é a remuneração de capital aplicado, se refere ao valor ganho por uma

quantia paga pelo uso do dinheiro. Havendo juros simples e compostos.

a) Juros simples: os juros de cada período são calculados em cima do capital

inicial aplicado.

b) Juros compostos: os juros de cada período são somados ao capital para o

cálculo de novos juros seguintes.

Montante: é o valor final do processo, é o valor inicial acrescido dos juros.

Taxa: é a porcentagem empregada em função do período.

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Capital: é o valor da aplicação inicial.

Desconto: reajuste de preço, para valores menores.

3.2.1 Juros

Os Juros representam uma remuneração de um capital aplicado a certa taxa em

um determinado período.

Se colocarmos, por exemplo, um capital de R$ 500,00 a juros durante 4 meses ,

à taxa de 1% ao mês, teremos R$ 5,00 de juros em cada mês.

500 (capital inicial)

0 1 2 3 4 (meses)

5 5 5 5 (juros em cada mês)

Juro Simples

O juro é simples quando é produzido unicamente pelo capital inicial.

Exemplo:

Um capital de R$ 530,00 foi aplicado uma taxa de juros simples de 3% ao mês,

durante 5 meses. Qual será o valor dos juros no final do período?

Resolução:

3% de 530,00 = 0,03 ∙ 530,00 = 15,90

5 ∙ 15,90 = 79,50

Ao final de 5 meses os juros serão R$ 79,50.

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Para determinarmos os juros produzidos em determinado período podemos

utilizar a seguinte fórmula:

" = # ∙ $ ∙ %

Onde:

j = juros

C = capital inicial

i = taxa de juros

t = tempo

Observação:

� Nas fórmulas que utilizaremos a taxa de juros e o número de períodos devem

referir-se sempre a mesma unidade de tempo. Ou seja, se a taxa for anual, o

tempo deverá ser expresso em número de anos; se for mensal o tempo deve

ser expresso em meses, etc.

Exemplo:

Determinar os juros de um capital R$ 800,00 a 12% ao ano, durante 7 meses.

Neste caso temos a taxa expressa em anos e o tempo expresso em número de

meses.

taxa: 12% = ��

���= 0,12

tempo: 7 meses = &

��ano

Aplicando na fórmula " = # ∙ $ ∙ %

" = # ∙ $ ∙ %

" = 800 ∙ 0,12 ∙712

j = 56,00

R$ 56,00 são os juros produzidos a final do período.

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3.2.2 Montante

Chama-se montante (M) o capital acrescido de seus juros.

' = # + "

Como

" = # ∙ $ ∙ %

Substituindo em ' = # + ", temos:

' = # + # ∙ $ ∙ %

Colocando o fator comum C em evidência, temos:

' = # ∙ (1 + $ ∙ %)

Fórmula do montante para juros simples.

Exemplo:

Qual o montante de um capital R$ 600,00, com taxa 18 % a.a, durante 8 meses?

Resolvendo:

Temos as informações:

# = 600,00

$ = 18% = �(

���= 0,18

% = 8 meses = (

�� ano

' = #(1 + $ ∙ %)

' = 600 ∙ (1 + (0,18 ∙812)

M = 672,00

Ao final do período, o montante será R$ 672,00.

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3.2.3 Juros Compostos

Juros compostos, acumulados ou capitalizados, são os que, no final de cada

período, são somados ao capital inicial, para produzirem novos juros no período

seguinte.

Seja, por exemplo, um capital de )$1000,00 colocado a 20%�. � durante 4

anos. Calculando os juros em cada ano, aplicando-se a fórmula " = # ∙ $ ∙ % com % =

1, temos:

Ano Capital Juros Montante

1º ano 1.000 200 1.200

2º ano 1.200 240 1.440

3º ano 1.440 288 1.728

4º ano 1.728 345,6 2.073,6

O gráfico a seguir mostra os juros calculados no fim de cada período e os

respectivos montantes.

1000 1200 1440 1728 2073,60 montante

0 1 2 3 4 anos

200,00 240,00 288,00 345,6 juros

Comparando os juros simples e compostos, verifica-se que:

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Os juros compostos crescem em progressão geométrica, enquanto os juros

simples são constantes em todos os períodos, pois são calculados sempre sobre o

capital inicial.

Veja:

Anos 0 1 2 3 4

Montante juro simples 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800

Montante juro composto 1.000 1.200 1.440 1.728 2.073,6

Calculando o Montante

No exemplo anterior, calculou-se o montante, resolvendo 4 problemas de juros

simples.

Pode-se, entretanto, utilizar-se uma fórmula para o cálculo do montante em

função do capital inicial, da taxa de juro e do tempo de aplicação.

' = #(1 + $)+ Fórmula do montante a juros compostos.

Exemplo:

Qual será o montante produzido pelo capital de )$20.000,00, aplicado a juros

compostos, à taxa de 20%�. �, durante 2 anos?

Resolvendo:

Temos os seguintes dados:

' =?

# = 20.000,00

$ = 20% = ��

���= 0,2

% = 2 anos

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Aplicando na fórmula:

' = #(1 + $)+

' = 20.000 ∙ (1 + 0,20)�

' = 28.800

Ao final do período, o montante acumulado é )$28.800,00.

3.3 Aplicações dos conceitos de Matemática Financeira

Para ajudar na compreensão desta temática, serão utilizados exemplos que

estejam inseridos na realidade dos alunos. O seguinte problema é apresentado

(OLIVEIRA, 2007, p. 30):

Cálculo de IPTU, por exemplo, mostra a importância de se

dominar conteúdos matemáticos para que se possam analisar

os impostos que pagamos.

(IPTU: imposto predial e territorial urbano)

Para calcular esse tributo é necessário saber observar:

O calculo do IPTU é feito de acordo com o valor venal x

alíquota.

Valor venal é a soma do valor de venda do terreno e da

construção.

Alíquota: pode variar de uma região para outra, neste exemplo

usaremos como base de calculo 2% para terrenos (sem

construção lançada) e 0,8% para casas (terreno com

construção).

O valor venal da casa de Maria é de )$27.000,00 segundo análise da prefeitura.

Calcular o IPTU devido do imóvel.

Solução:

A partir das observações feitas temos que:

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Valor venal= R$ 27.000,00

Alíquota será 0,8% (com construção)

27.000,00 ∙ 0,8% =

27.000,00 ∙0,8100

= 216,00

Assim, obtemos que o tributo pago por Maria é de R$ 216,00. Com este mesmo

exemplo podemos trabalhar o conceito de desconto e juros:

Se Maria optar pelo pagamento de parcela única, a prefeitura de sua cidade

contempla com um desconto de 9% no valor de seu IPTU. Caso prefira o pagamento

parcelado em três vezes, após o vencimento das parcelas é acrescido 1% desse

valor e cobrada multa de 2%. Vamos verificar os dois casos, para que se possa

analisar a melhor forma de pagamento (OLIVEIRA, 2007).

a) Pagamento a vista.

216,00 ∙ 9% =

216,00 ∙9100

= 19,44

O valor do desconto é de 19,44. Portanto o valor pago na parcela única por Maria

será 216,00 − 19,44 = 196,56.

b) Pagamento parcelado após o vencimento.

Valor de cada parcela será R$ 72,00.

Devemos calcular separadamente o valor da multa e do acréscimo:

Multa 2%:

72,00 ∙ 2% =

72,00 ∙2100

= 1,44

Acréscimo 1%:

72,00 ∙ 1% =

72,00 ∙1100

= 0,72

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Devemos somar o valor da multa e acréscimo para sabermos quanto R$ o

valor da parcela aumenta em caso de atraso, portanto:

1,44 + 0,72 = 2,16

Caso Maria atrase o pagamento, o valor da parcela aumentará R$ 2,16.

Sendo assim o valor final da parcela será R$ 74,16.

Vejamos outro exemplo, (NASSER, 2009, p. 30):

Esta é uma atividade referente a valor futuro e valor atual, utilizando juro

composto.

A rede de lojas PontoCom oferece duas opções de pagamento na compra de

uma televisão: três parcelas mensais de R$ 200,00 cada, ou seis prestações

mensais de R$ 100,00 cada, ambas com entrada. George pretende adquirir o

aparelho. Qual a sua melhor opção se ele aplica o seu dinheiro à taxa de 5%

ao mês?

Solução:

Vamos analisar as duas formas de pagamento, a mais vantajosa é aquela em

que restar mais dinheiro.

1ª forma: Três parcelas de R$200,00

Primeira parcela 600,00 − 200,00 = 400

' = 400,00 ∙ (1 + 0,5 ∙ 1) = 400,00 ∙ 1,05 = 420,00

Segunda parcela: 420,00− 200,00 = 220,00

' = 220,00 ∙ (1+ 0,5 ∙ 1) = 220,00 ∙ 1,05 = 231,00

Terceira parcela: 231,00− 200,00 = 31,00

No final da terceira parcela restaria para George o valor de R$ 31,00, mas como

vamos comparar com a outra forma de pagamento, precisamos empregar o mesmo

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tempo. Portanto vamos verificar ao final de seis meses qual seria o valor que

George teria na primeira forma de pagamento.

Vamos capitalizar os três meses restantes.

No quarto mês: ' = 31,00 ∙ (1 + 0,5 ∙ 1) = 31,00 ∙ 1,05 = 32,55

No quinto mês: ' = 32,55 ∙ (1 + 0,5 ∙ 1) = 32,55 ∙ 1,05 = 34,18

No sexto mês: ' = 34,18 ∙ (1+ 0,5 ∙ 1) = 34,18 ∙ 1,05 = 35,89

Nesta opção ao final das prestações e do período de seis meses, restam R$

35,89.

2ª forma: Seis parcelas de R$ 100,00

Primeira parcela: 600,00− 100,00 = 500,00

' = 500,00 ∙ (1+ 0,5 ∙ 1) = 500,00 ∙ 1,05 = 525,00

Segunda parcela: 525,00− 100 = 425,00

' = 425,00 ∙ (1+ 0,5 ∙ 1) = 425,00 ∙ 1,05 = 446,25

Terceira parcela: 446,25− 100,00 = 346,25

' = 346,25 ∙ (1+ 0,5 ∙ 1) = 346,25 ∙ 1,05 = 363,56

Quarta parcela: 363,56− 100,00 = 263,56

' = 263,56 ∙ (1+ 0,5 ∙ 1) = 263,56 ∙ 1,05 = 276,74

Quinta parcela: 276,74− 100 = 176,74

' = 176,74 ∙ (1+ 0,5 ∙ 1) = 176,74 ∙ 1,05 = 185,58

Sexta parcela: 185,58− 100,00 = 85,58

Nesta opção ao termino do pagamento das parcelas, restam R$ 85,58. Desta

maneira podemos concluir que a segunda opção é melhor.

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Esses exemplos simples são encontrados em diversas ocasiões em nosso

cotidiano e demonstram a importância de analisar os valores e formas de

pagamento. Este tipo de exercício incentiva o aluno a ter um olhar crítico,

desenvolvendo raciocínio em questões atuais, capacitando um cidadão consciente.

No intuito em se que aumenta o conhecimento e capacidade de observar condições

financeiras oportuniza o consumidor a reconhecer seus direitos. Dessa maneira é

possível planejar melhor seus gastos.

Outra situação importante é a possibilidade que o professor de Matemática tem

para elaborar suas aulas com base na contextualização de problemas próximos da

realidade do aluno, dando significação e importância ao tema.

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CAPÍTULO IV

4. METODOLOGIA

Neste capítulo descreveremos a metodologia utilizada no presente trabalho.

Aqui se apresenta os caminhos seguidos neste estudo, caracterizado pela Pesquisa

Qualitativa como forma de coleta e análise dos dados.

4.1 Pesquisa Qualitativa:

Segundo Bogdan e Biklen (1982 apud LUDKE, 2010) o conceito de Pesquisa

Qualitativa tem algumas características básicas: o ambiente natural como fonte de

dados, o pesquisador como aparelho essencial, o aspecto descritivo, o acepção que

as pessoas dão as coisas e o caráter indutivo.

Neste tipo de pesquisa o pesquisador deve manter contato direto com o

ambiente e a situação de estudo. Assim os objetos, as ações e as pessoas

estudadas devem sempre estar descritas no contexto em que aparecem, pois os

dados da realidade são considerados muito importantes, ou seja, a fonte de dados é

o ambiente natural.

Essa abordagem da situação de estudo decorre de descrições das pessoas,

acontecimentos e situações. O pesquisador usufrui de vários tipos de documentos

como entrevistas, fotografias, depoimentos, citações, devendo estar atento ao maior

número possível de detalhes presentes na situação estudada.

Na pesquisa qualitativa, os dados coletados são predominantemente

descritivos, ou seja, tem a finalidade de descrever as características de determinada

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situação. O pesquisador assume um caráter de subjetividade diante do fenômeno

estudado, descrevendo e interpretando os acontecimentos.

O pesquisador procura descobrir como determinado problema se apresenta

nas atividades cotidianas, buscando capturar a maneira como os participantes veem

a situação proposta. Nessas condições encontram-se vários pontos de vista,

devendo-se tomar o cuidado de checá-los através de discussões com os

participantes ou confrontando com outros pesquisadores para que se possa

confirmar.

Na Pesquisa Qualitativa valoriza-se o processo e não somente o resultado.

Os fenômenos estudados ao longo da pesquisa são de suma importância para a

compreensão do todo, sem eles o resultado seria apenas uma consequência de

eventos aleatórios. Não explicariam os resultados.

A Pesquisa Qualitativa faz análise dos dados segue um processo indutivo

onde o desenvolvimento da pesquisa no início apresenta foco de interesse amplo, e

no final vai se afunilando tornando-se mais precisos os objetivos, ou seja, parte do

todo para o particular. Neste caso, a Pesquisa Qualitativa compreende um conjunto

de diferentes técnicas de interpretação que tem como objetivo de delinear e divulgar

acontecimentos do meio social, sendo fundamental determinar o campo e a

dimensão da pesquisa.

4.2 Estudo de caso:

De acordo com Ludke, 1986 o estudo de caso pode ser considerado um tipo

de Pesquisa Qualitativa, tem como objetivo analisar profundamente determinada

situação seja ela simples ou complexa, procurando descobrir o que há de essencial

nela. Destacam-se as características: descoberta, interpretação textual, retratação

de situação, fontes de informação, experiência vicária, pontos de vista e linguagem

acessível.

Os estudos de caso têm como objetivo a descoberta, o investigador se

conserva cauteloso a novos dados que poderão aparecer, procurando novas

respostas e novas perguntas no decorrer da tarefa. Esta característica auxilia o

investigador a estar sempre atento a novas informações que possam aparecer no

decorrer da pesquisa, diante deste fato procuramos sempre observar atentamente

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as informações coletadas, a fim de perceber a existência de alguma questão nova

que pudesse ser abordada.

Os estudos de caso destacam a interpretação textual. Para compreender

melhor a intenção do problema é preciso relacionar atos, conduta e interações dos

envolvidos com o contexto que está inserido. É preciso levar em consideração o

ambiente de estudo, estar inteiramente a par das situações estudadas, deste modo

a pesquisa carece um cuidado redobrado em saber relacionar as informações

presentes com o universo em que se está estudando.

Os estudos de caso enfatizam retratar a situação de forma completa e

profunda. O pesquisador realça a complexidade da circunstância buscando revelar a

multiplicidade de fatos presentes Demonstrando assim, que de pequena relevância o

dado obtido, todas as informações devem ser levadas em consideração, a fim de

entender todas as faces do problema.

Os estudos de caso utilizam várias fontes de informação. O pesquisador

coleta variados dados, provenientes de várias situações e momentos e com um

amplo tipo de informantes. A utilização de vários meios se informação proporciona a

pesquisa um rico acervo de dados, facilitando a compreensão de possíveis

situações.

Os estudos de caso desvendam uma experiência vicária que admite

generalizações naturalísticas. O pesquisador expõe suas experiências possibilitando

ao leitor fazer suas considerações. Desta forma para quem faz a leitura do caso

consiga compreender o assunto abordado levando a interpretações próprias.

Os estudos de caso tentam representar os distintos pontos de vista presentes

em determinada situação. O pesquisador deve procurar trazer as diferentes opiniões

em relação à questão e expor também seu ponto de vista. Esta característica

proporciona a utilização de entrevista, a partir do ponto de vista do entrevistado

pode-se realizar um confronto de idéias e construir uma linha de raciocínio referente

a estas informações.

Os estudos de caso fazem o uso de linguagem de forma mais compreensível,

os resultados de um estudo podem ser oferecidos de diferentes formas: escrita

geralmente narrativa, comunicação oral, vídeos, fotografias, slides, entre outros.

Existem três etapas no desenvolvimento de um estudo de caso: a inicial mais

aberta ou exploratória, a segunda mais metódica em relação à colheita de dados e a

última com apreciação e explanação dos dados seguida da preparação do relato. A

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fase inicial compõe a elaboração, é o momento de determinar o objeto, avaliar

pontos críticos e questões que serão elevadas, apesar destes cuidados, este

momento não definirá nenhum posicionamento.

A segunda fase, o pesquisador irá arrecadar dados sistematicamente,

utilizando os utensílios propícios para a problemática. E a terceira fase é a ocasião

da análise dos dados, escolhendo informações que possam ser ofertadas a quem se

interesse.

Para que a pesquisa seja válida deve-se estar atento a subjetividade, é

preciso ter domínio ordenado, planejamento esmiuçado dos aspectos a serem

analisados e caminhos a serem tomados.

4.3 Pesquisa-ação:

Thiollent (2010) coloca que na pesquisa-ação os pesquisadores desempenham

papel de equacionar os problemas encontrados, acompanhar o desenvolvimento e

ações encadeadas em função deste problema. É uma estrutura de relação entre

pesquisador e pessoas da situação que seja do tipo participativa.

[...] a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo e participativo (THIOLLENT, 2010, p.14).

Pesquisa-ação é um tipo particular de pesquisa participante e de pesquisa

aplicada, que insere participação na realidade social para modificar uma dada

situação e adquirir um conhecimento sobre a situação identificada. Permite elaborar

uma análise de uma realidade em que está envolvido.

4.4 Entrevista:

Segundo Lakatos (2010) o objetivo da entrevista é obter informações do

entrevistado sobre determinado assunto. Lakatos (2010, p. 81) afirma que “a

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entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevistado,

sobre determinado assunto ou problema”.

Há variados tipos de entrevistas utilizadas de acordo com a necessidade do

entrevistador.

- Padronizada ou estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um roteiro

de perguntas. O motivo da padronização é obter respostas das mesmas perguntas

para que no final possa ser feita a comparação das ideias. O entrevistador não pode

mudar o roteiro estabelecido.

- Despadronizada ou não estruturada: é uma forma de poder explorar

amplamente a situação, o entrevistado tem liberdade e responder conforme acha

adequado. Sendo que esta apresenta três modalidades: entrevista focalizada: há um

roteiro de pontos relacionados, mas no decorrer da entrevista podem ser alterados,

entrevista clínica: trata-se me investigar a conduta e os sentimentos da pessoa,

neste tipo de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas e não dirigida:

neste tipo de entrevista o entrevistado tem total liberdade de expressar seus

sentimentos e opiniões, o papel do entrevistador é de incentivo ao informante

buscando levá-lo a falar sobre determinado assunto.

- Painel: este tipo de entrevista consiste em repetição de perguntas de tempo em

tempo, buscando analisar a evolução do pensamento das pessoas sobre

determinado tema, em períodos de tempo.

Vantagens e limitações da coleta de dados por entrevista:

Vantagens:

A entrevista pode ser aplicada a qualquer cidadão: alfabetizado ou não,

fornecendo amostragem muito melhor, pois o entrevistado não precisa saber ler e

escrever. Podem-se esclarecer melhor as respostas, reformulando as perguntas ou

especificando algum significa afim de que tenha certeza que foi compreendido.

Oferece maior oportunidade de avaliar atitudes como gestos e condutas. Possibilita

conseguir informações precisas, obter dados que não são encontrados em fontes

bibliográficas.

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Limitações:

Pode haver dificuldade de expressão entre ambas as partes, falsa interpretação

dos dados ou incompreensão das questões. Há a possibilidade de o entrevistado ser

influenciado pelo questionador, reter algumas informações com receio da sua

identidade ser revelada. Pode ocupar tempo, e ser difícil de realizar.

No presente estudo optamos pela entrevista de caráter despadronizada ou não

estruturada onde o entrevistador tem liberdade para desenvolver e direcionar a

entrevista para o caminho que lhe seja mais conveniente e produtivo. Optando por

não dirigida, o entrevistado tem liberdade de expressar suas opiniões, o

entrevistador tem o papel de incentivo, levando o informante a falar sobre

determinado assunto sem forçá-lo a responder. Dessa forma a medida em que as

perguntas eram feitas, as respostas foram anotadas pelo entrevistador, de maneira a

coletar todas as informações cedidas pelas entrevistadas.

4.5 Universo da pesquisa

A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Manoel Soares Campos, esta

localizada em Cláudia-MT, quadra R5, na Rua Dom Aquino Correia, S/Nº, Centro. A

escola foi criada e atende seus alunos desde o ano de 1981, porém recebeu

autorização de funcionamento somente no ano de 1983. A referida escola é mantida

pelo programa Dinheiro Direto na Escola, os repasses de recurso financeiro são

mensurados mediante o percentual de alunos matriculados na unidade escolar.

A missão da escola é contribuir para a melhoria das condições educacionais da

população, assegurando à mesma acesso aos conhecimentos desenvolvidos na

sociedade humana. Tornando-a capaz de interpretar a realidade do mundo e viver

de maneira crítica, e preparando-a para solucionar os problemas que poderão surgir

em seu cotidiano.

A Escola Estadual Manoel Soares campos é a maior e mais antiga escola do

município. Durante todos esses anos de funcionamento foram feitas diversas

mudanças buscando melhor atender a sociedade. A organização escolar de ensino

da escola é composta pelo Ensino Fundamental em Ciclo de Formação Humana,

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Ensino Médio Regular e pelo Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens

e Adultos. A escola funciona nos turnos, matutino, vespertino e noturno de segunda-

feira à sexta-feira. Atualmente a escola atende um numero de 1200 alunos dentre

todos os segmentos ofertados, estes alunos são divididos em 18 salas de aula.

No que diz respeito à estrutura física, a escola encontra-se em bom estado de

conservação, com todas as salas de aula climatizadas, amplas e bem iluminadas,

um ambiente confortável para estudos. A escola ainda possui em seu espaço físico:

a sala de direção, de coordenação, secretaria, sala de professores, biblioteca, sala

de recurso, laboratório de informática, refeitório, cozinha, banheiros, almoxarifado,

auditório, quadra esportiva coberta, parquinho, jardim com bancos, estacionamento

para carros coberto.

Foram convidadas a participarem das pesquisas duas professoras que lecionam

a disciplina de Matemática na referida escola. Mencionaremos Professora A e

Professora B, a fim de preservar a identidade delas e evitar qualquer tipo de

constrangimento, conforme pedido pelas mesmas.

A professora A é formada em Matemática e leciona na Escola Estadual Manoel

Soares Campos há 9 anos, sempre trabalhou com turmas de Ensino Fundamental e

Médio. É uma professora muito responsável e organizada com seu trabalho.

A professora B, é pedagoga há 5 anos, porém leciona há 9 anos em escolas do

município. No momento é acadêmica de um curso de matemática à distância, porém

leciona a disciplina há 4 anos. Trabalha com turmas de 1ª fase do 2º ciclo (antigo

quarto ano) no período vespertino e Ensino Médio à noite. Nas segundas-feiras ela

trabalha com Projeto de Matemática Financeira que tem por objetivo principal

apresentar o conhecimento de Matemática Financeira de forma mais acessível aos

alunos, com o intuito de ajudar o educando nas operações básicas, principalmente

multiplicação. Um fator que motivou a criação do projeto foram as notas baixas nas

disciplinas exatas nas provas do IDEB.

Dentro deste contexto buscou-se por meio de entrevistas, coletar dados

referentes, a disciplina de Matemática no Ensino Médio, especificamente o conteúdo

de Matemática Financeira. As repostas fornecidas pelas professoras assinalaram

elementos importantes a respeito da didática utilizada em sala de aulas e a

utilização de recursos pedagógicos em relação a este conteúdo.

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4.6 Vídeoaula como recurso didático

As tecnologias na educação promovem novas formas de ensinar e comunicar,

o vídeo é um colaborador de comunicação na sala de aula, coligado na tarefa da

construção do conhecimento.

Segundo Ferrés 1996, o vídeo permite enriquecer as experiências de todo o

tipo de conhecimento, dando chance ao aluno de organizar sua própria

compreensão por meio de suas percepções.

O vídeo como ferramenta pedagógica pode ser empregado em diferentes

argumentos. A adaptação de uma linguagem para outra, é um admirável processo

de transmissão e absorção de conhecimentos, pois as imagens aproximam-se mais

da realidade do que somente o uso de representação oral, portanto o uso do vídeo

possibilita associar esses aspectos.

4.7 Elaboração do material

Através dos estudos realizados como fundamento para essa pesquisa foi

possível elaborar o material das vídeoaulas Apêndice A (videoaula). Após realizar

estudo referente ao conteúdo abordado, optou-se por dividir o material em tópicos, a

fim de não prolongar muito cada assunto, com o intuito dos vídeos não se tornarem

cansativos. Assim seguiu-se a seguinte estrutura: primeiramente realizamos uma

revisão dos conteúdos que definimos como necessários para facilitar o entendimento

dos conceitos de Matemática Financeira, onde o primeiro tópico abordado foi

proporcionalidade, seguido de regra de três. Fixamos estes conceitos, apresentamos

o tópico Porcentagem, expondo porcentagem de uma quantia, acréscimos e

descontos, sendo de primordial importância o domínio destes tópicos para seguir os

estudos. E por fim adentramos os conceitos de Matemática Financeira, explorando

os tópicos de juro simples, juro composto, montante e aplicações, a fim de facilitar a

fixação dos conteúdos.

A confecção do material se deu por meio de softwares gratuitos: o Atube

Catcher, o BrOffice e o Movie Maker, De posse dos softwares, iniciou-se a

confecção dos vídeos, transcrevendo os conceitos matemáticos de forma acessível

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e com linguagem clara, procurou-se apresentar o conteúdo de maneira didática e

dinâmica, a fim de proporcionar maior clareza no entendimento dos temas expostos.

4.8 A escolha e utilização dos Softwares

Após pesquisar alguns fatores como funcionalidade e recursos disponíveis

nos softwares, optamos por utilizar os programas Atube Catcher, o BrOffice e o

Movie Maker, todos gratuitos, possibilitando acesso por qualquer individuo.

Primeiramente foi preciso familiarizar-se com os programas para que pudéssemos

usufruir de todos os recursos oferecidos para proporcionar boa qualidade do

material.

O BrOffice proporcionou a criação de apresentações em forma de slides,

onde se pode adicionar imagens, animações e efeitos especiais, tomando-se

cuidado no foco principal da apresentação, fazendo-se testes com ritmos e efeitos

de apresentação, antes da criação.

O Atube Catcher possibilitou a captura de telas, na página inicial já apresenta

a opção de Screen Record, onde é possível selecionar a janela ou traçar o campo

onde se quer capturar a tela, sendo assim foi possível gravar as apresentações de

slides e capturar o áudio explicativo dos conteúdos. Este software também permite

converter áudio e vídeo, fazer downloads de arquivos, entre outros.

O Movie Maker é um recurso que comporta criar filmes domésticos e

apresentações de slide no computador, completar com títulos de aparência

profissional, efeitos, música e até mesmo narração. Utilizamos neste trabalho a

ferramenta de edição de vídeo, pois a edição manual fornece a maior flexibilidade e

controle na produção de um filme.

Sendo assim, com o auxílio destes programas e após conhecer como cada

software funciona, fazendo testes com seus recursos, foi possível construir as

videoaulas de forma a tornar possível a realização do trabalho.

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4.9 Análise e Discussão dos Dados

Os dados foram obtidos na forma de entrevistas, com profissionais

educadores da área de Matemática, de turmas de Ensino Médio da Escola Manoel

Soares Campos, no município de Cláudia-MT.

O primeiro contato com os profissionais teve o intuito de convidá-los a

participarem da pesquisa, de forma voluntária, enfatizando que nenhuma informação

pessoal fosse exposta. Após a aceitação em participar da pesquisa, foi realizada

entrevista individual em relação à problemática já exposta anteriormente. Buscou-se

coletar informações referentes às dificuldades encontradas no preparo de suas

aulas, quais materiais didáticos utilizados e as dificuldades observadas durante

aplicação do mesmo. Além disso, houve explicação da metodologia que seria

aplicada, a qual consiste em avaliação de material didático na forma de vídeoaulas,

desenvolvidas pela pesquisadora.

As informações cedidas em entrevista deram suporte necessário para

elaboração do material consistindo de vídeoaulas, subsidiado pelos estudos da

fundamentação teórica aqui apresentada. Sendo assim, com o auxílio dos softwares

aTube Catcher e BrOffice desenvolvemos o material proposto.

A finalização da criação do material didático, o mesmo foi entregue para as

prodessoras participantes da pesquisa, para a avaliação crítica, referente ao

suprimento das necessidades expostas no primeiro contato. Após a análise

realizada pelas professoras, houve novo contato, para que fosse discutida a

avaliação do material fornecido e dessa forma, coletar todos os dados necessários

para o desenvolvimento deste estudo.

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CAPÍTULO V

5. DELINEAMENTO DA PESQUISA

A análise dos dados concretizou-se com base nas entrevistas obtidas com

os professores das escolas, utilizando para isso as orientações contidas na

Pesquisa Qualitativa. Este tipo de pesquisa possibilita uma análise mediada pela

descrição e interpretação dos fenômenos envolvidos no estudo, sendo de aspecto

subjetivo.

Portanto, esta análise mediou-se pela Pesquisa Qualitativa e amparada

pelos estudos teóricos realizados como fundamento neste trabalho. A análise e

discussão dos dados apresentaram como primeira etapa a interpretação subjetiva

das informações contidas na entrevista. Esta análise sucedeu após a entrevista com

os professores, pois seus resultados subsidiam a construção do material didático

voltado para as especificidades dos professores.

De posse dos resultados da primeira etapa e da construção de material

didático específico, o trabalho professou conforme as orientações da Pesquisa-

Ação, onde o pesquisador de posse da identificação dos problemas do grupo

organiza estratégias de ação e propõe à comunidade como forma de contribuição.

A segunda entrevista, que compreende a última etapa do trabalho, tem uma

análise descritiva e interpretativa das impressões que os professores tiveram do

material didático. Nesta coleta de dados averigua-se se o material didático contribuiu

para amenizar as dificuldades pedagógicas em sala de aula e se colaborou com o

processo de ensino e aprendizagem da Matemática Financeira. Considera-se ainda

a possibilidade de, segundo os relatos dos professores, efetuar melhorias no

material didático proposto.

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5.1 Análise Entrevista 1

Foram entrevistadas duas professoras que lecionam na Escola Estadual

Manoel Soares Campos, situada na cidade de Cláudia-MT. A primeira entrevistada

chamamos como A e a segunda como B.

A professora A é graduada em Matemática há aproximadamente 10 anos,

trabalha com todas as turmas de Ensino Médio no período matutino. A professora B,

é formada em pedagogia e cursa a distância Matemática, leciona para turmas de

Ensino Médio no período noturno e também trabalha com um projeto voltado para

Matemática Financeira, projeto este destinado a todos os alunos do Ensino Médio

que sintam interesse em participar.

A primeira pergunta (Apêndice B) relevante feita para as mesmas tinha o

objetivo de abordar as dificuldades que elas observam em sala de aula, que os

alunos apresentam sobre o tema de Matemática Financeira.

Nas aulas do Ensino Médio, os alunos têm dificuldades quanto

ao conteúdo de Matemática Financeira?

Ambas entrevistadas relatam que os alunos encontram muitas dificuldades,

prevalecendo o problema de interpretação, entender os dados que os exercícios

trazem para ampliar a compreensão das operações fundamentais. E, principalmente,

dificuldades com a operação de multiplicação.

Percebe-se que esta questão é muito relevante, devido ao fato de os alunos

estarem no Ensino Médio, e ainda terem dificuldades em conteúdos elementares,

que utilizaram durante toda a jornada escolar. Outra questão importante era saber o

interesse dos alunos pelo tema abordado.

Referente ao assunto em questão, os alunos sentem-se

interessados? De que forma percebe o interesse?

Segundo as professora entrevistadas os alunos, exceto os alunos das turmas

noturnas, sentem interesse pelo tema a partir do momento que a disciplina é

relacionada com situações que eles presenciam no dia-a-dia, situações essas que

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os mesmo veem em jornais, revistas, televisão, etc. Um ponto relevante neste

assunto refere-se à utilização dos livros didáticos.

Os livros didáticos dão suporte suficiente para a preparação e

desenvolvimento das aulas?

As professoras relatam que os livros didáticos não dão apoio suficiente,

sendo utilizados como auxílio para as aulas, contam ainda que não deva prender-se

a um único material, promovendo a necessidade de busca por outros materiais para

complementar na preparação das aulas. Também buscamos analisar quanto a

utilização de materiais diversificados nas aulas.

Utiliza outros materiais para incrementar as aulas?

Relatam que utilizam materiais diversificados sempre que necessário, para

não ficarem na rotina, materiais tais como recursos computacionais, planilhas,

gráficos, geometria, vídeos, slides, extratos, carnês entre outros, destacando a

importância da utilização dos recursos tecnológicos. Outro ponto foi coletar dados

quanto à importância que dão para este tipo de didática.

Você acha que a utilização de planilhas, vídeoaulas entre

outros pode colaborar com o ensino-aprendizagem? De que

forma?

Quanto à utilização desses materiais diversificados, as professoras comentam

ser de grande importância, pois trazendo este tipo de material, aguça o interesse

dos alunos, fazendo com que os mesmos fiquem mais entusiasmados,

concentrados, contribuindo muito com o aprendizado. No projeto os alunos tem

possibilidade de aprofundar seus conhecimentos, tendo a chance de aprender

calcular parcelas, lidar com bancos, entre outros. A professora ainda relata que o

interesse em criar o projeto surgiu em ver que os alunos não sabiam usar o cálculo

de porcentagem e juros no cotidiano, não tinham nenhum conhecimento sobre

inflação. Outra questão direcionada às entrevistadas teve como objetivo coletar as

dificuldades, se existentes, na preparação das aulas.

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Você sente alguma dificuldade em preparar suas aulas? Se

sim, em qual aspecto?

No que diz respeito à preparação das aulas há divergência nos relatos, onde

a entrevistada A diz acreditar que não sente dificuldade em preparar suas aulas. Já

a professora B diz ter dificuldade, pois os alunos da turma noturna não têm interesse

em aprender, sendo assim ela tem dificuldade em encontrar alguma forma de

incentivar o interesse dos mesmos. Por fim procuramos analisar a didática presente

nas aulas referente ao conteúdo.

Qual didática utilizada nas aulas?

Referente à didática utilizada, no projeto o ponto de partida para as aulas são

as dúvidas dos alunos, conforme as mesmas surgem às aulas vão se encaixando.

Já nas aulas regulares ambas as professoras relatam que procuram valorizar os

conhecimentos que os alunos trazem consigo, estimando o esforço em tentar

realizar as atividades, pois o conhecimento sempre se encontra em processo de

construção.

5.2 Análise Entrevista 2

Após a confecção de vídeoaulas, as mesmas foram entregues em um DVD

para as professoras, com o intuito de assistirem e posteriormente haveria uma coleta

das considerações referente ao material.

O segundo contato foi realizado após as entrevistadas terem analisado o

material. O objetivo da segunda entrevista (Apêndice C) era colhem informações

sobre o material produzido, sendo assim: O objetivo da primeira pergunta foi saber a

opinião que tiveram em relação ao material entregue.

Qual sua análise sobre os vídeos?

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Ambas relataram que é uma ótima iniciativa utilizar este tipo de material. A

professora A disse que o conteúdo abordado estava claro, de fácil compreensão.

Professora B relata que o material estava de fácil acesso, principalmente na parte

das aplicações. Na segunda questão buscamos verificar se o material pode auxiliar

de alguma forma no preparo das aulas.

Acha que no aspecto pedagógico ele pode colaborar? Auxiliou

na preparação das aulas?

A professora A relata que não tem dificuldades em preparar suas aulas, mas

o material serviu de incentivo para maior utilização de materiais deste tipo nas aulas

A professora B diz que ajudou um pouco na preparação das aulas, na questão de

trazer aplicações e explicar alguns conceitos que os alunos têm contato no dia-a-dia.

A terceira questão teve o objetivo de buscar saber se haveria a possibilidade de

utilização do material na sala de aula com os alunos.

Faria o uso dele em suas aulas? Por qual motivo?

Ambas as professoras relatam que utilizariam no momento oportuno, quando

houvesse a possibilidade de encaixar o material no contexto. A professora A relata

que utilizaria como apoio, após explicar o conteúdo, poderia agregar o material como

forma de reforço. A professora B, utilizaria no projeto as vídeoaulas que trazem

alguma aplicação, pois é de extrema importância mostrar exemplos presentes na

realidade dos educando, fazendo com que eles se sintam mais interessados. Por

fim, com a última pergunta tínhamos a ambição de saber se elas tinham alguma

colaboração ou crítica referente ao material.

Em qual aspecto o material poderia ser melhorado?

A entrevistada A disse que poderia aprofundar os conhecimentos,

introduzindo mais exemplos de contextualização. A professora B também confirmou,

que trazer mais exemplos, colocar mais situações em que os alunos percebam a

Matemática Financeira no cotidiano.

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De forma geral podemos perceber que as considerações cedidas pelas

entrevistadas referente ao material, foram abordadas de forma geral, sem muitas

especificações sobre as videoaulas. Dentro de um contexto mais informal,

conversando com as professoras podemos relatar que o material serviu de incentivo

para utilizar exemplos dentro do contexto em que a escola está situada. Essa

experiência acentua a importância em se amparar deste tipo de didática, com essa

reflexão apostarão avivar o emprego de materiais diversificados com maior

frequência.

Segundo as informações ofertadas pelas professoras entrevistadas, podemos

perceber que há a iniciativa do uso de recursos pedagógicos nas aulas, como forma

de sair da rotina, com o intuito de incentivar os alunos ao interesse pelo assunto.

Reconhecem que se faz necessário incrementar as aulas, trazer novos

desafios e didáticas diferenciadas, para que seja possível despertar no aluno a

vontade de aprender. Os exemplos contextualizados são de extrema importância

para que esse objetivo seja alcançado, pois apresentando exemplos presentes no

cotidiano, torna-se mais acessível à forma de compreensão dos conteúdos

envolvidos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O resultado deste estudo foi baseado nas entrevistas fornecidas pelas

professoras da Escola Estadual Manoel Soares Campos. Ao iniciar esta pesquisa

nossa proposta era responder a seguinte questão: “Em que medida a utilização de

videoaula pode contribuir no processo de ensino do conteúdo de Matemática

Financeira no Ensino Médio?”.

Diante desta questão, procurou-se encontrar meios em que fosse possível

realizar o estudo, assim um de nossos objetivos foi identificar nas aulas de

Matemática Financeira as principais dificuldades de aprendizagem dos alunos, para

que de posse dessas informações fosse possível propor um material didático ao

professor de Matemática com aspectos de regionalismo, contextualização e

significação e, após aplicar este material aos professores de Matemática da rede

pública de ensino no município de Cláudia-MT, pudéssemos verificar de que

maneira este material pôde colaborar de forma didática e pedagógica na preparação

das aulas.

Como relatamos no início deste estudo, nosso objetivo foi colaborar com os

problemas encontrados pelos professores nas aulas de Matemática Financeira. Com

o término da pesquisa podemos acentuar a importância de se ter o mínimo

conhecimento sobre este conteúdo e também que é essencial se trabalhar exemplos

contextualizados com materiais diversificados.

Partindo das dificuldades que eram encontradas pelos professores quanto ao

trabalho desta temática em sala de aula, podemos salientar a falta de interesse por

parte dos alunos e as dificuldades em interpretar as situações propostas. A partir

deste momento, apareceu a preocupação em procurar criar um material que

atendesse tais necessidades.

Acredita-se que incorporar exemplos presentes na realidade em que os

alunos se inserem através de didática alternativa, é um passo de grande valia para

incentivar o interesse em estudar este tema relevante no cotidiano de qualquer

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cidadão. A utilização de vídeoaulas arrisca prender a atenção dos alunos, uma vez

que se necessita concentração para captar tudo o que está sendo apresentado. E

ainda, de acordo com o relato das professoras, essas atividades diferentes chamam

a atenção do educando.

Apresentando conteúdos contextualizados aumenta-se o incentivo em formar

cidadãos capazes de tomar decisões importantes quanto ao seu poder de compra e

analisar situações antes de tomar decisões. Conforme vimos os Parâmetros

Curriculares Nacionais demonstram que o conteúdo de Matemática Financeira

potencializa a interdisciplinaridade e desencadeia uma linha de raciocínio,

atendendo as necessidades que se espera sobre a Matemática no Ensino Médio,

que é capacitar habilidades necessárias para sua vida profissional.

Dentro deste contexto, em um mundo onde a tecnologia cresce a cada momento

é necessário incorporar novas tecnologias na educação, a fim de que as aulas não

fiquem estacionadas no tempo. Levando em consideração a importância da

Matemática Financeira, que também vive em constantes inovações, o uso de

tecnologias é um fator significativo em seu entendimento, mas devemos sempre

estar atentos quanto ao uso destes materiais, refletindo se o objetivo das aulas está

sendo atendido.

A pesquisa proporcionou ter contato com a realidade do ensino público referente

ao local onde moro e assim tentar colaborar para amenizar os problemas ali

encontrados de acordo com o estudo. Retomar conteúdos dos quais tive afinidade

no Ensino Médio, dos quais não foram apresentados durante minha graduação e

que se faz muito importante para qualquer individuo, fez perceber a importância de

trabalhar os conceitos relacionando com o cotidiano dos alunos de forma a

enxergarem a utilidade da Matemática em qualquer área do conhecimento. A

oportunidade de aprofundar os estudos sobre a utilização de recursos didáticos

ligados a tecnologia, levou a uma reflexão sobre o fazer pedagógico, principalmente

hoje, onde vivemos em um mundo movido por essa tecnologia, e assim levar comigo

para futuramente colocar em prática na regência das aulas, a fim de proporcionar

aos alunos aulas mais dinâmicas e prazerosas.

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Vídeos- aula capturas de tela.

Aula 1:

APÊNDICE A

capturas de tela.

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Aula 2:

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Aula 3:

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Aula 4:

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Aula 5:

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APÊNDICE B

Roteiro de Entrevista 1

1) Para quais séries leciona?

2) Nas aulas do Ensino Médio, os alunos têm dificuldades quanto ao conteúdo de Matemática Financeira?

3) Referente ao assunto em questão, os alunos sentem-se interessados? De

que forma percebe o interesse?

4) Os livros didáticos dão suporte suficiente para a preparação e desenvolvimento das aulas?

5) Utiliza outros materiais para incrementar as aulas?

6) Você acha que a utilização de planilhas, vídeo-aulas entre outros pode

colaborar com o ensino-aprendizagem? De que forma?

7) Você sente alguma dificuldade em preparar suas aulas? Se sim, em qual

aspecto?

8) Qual didática utilizada nas aulas?

9) Pergunta extra para professora do curso de Matemática Financeira: No

projeto quais alunos podem participar? Qual o motivo que levou a criação do mesmo? O objetivo vem sendo alcançado?

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APÊNDICE C

Roteiro de Entrevista 2

1) Qual sua análise sobre os vídeos?

2) Acha que no aspecto pedagógico ele pode colaborar? Auxiliou na preparação das aulas?

3) Faria o uso dele em suas aulas? Por qual motivo?

4) Em qual aspecto poderia ser melhorado?