O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE...

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0 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS E SECRETARIADO GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS/ PORTUGUÊS SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA GOIÂNIA 2014

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TCC na área de fonética e fonologia da língua inglesa

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

FACULDADE DE LETRAS E SECRETARIADO

GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS/ PORTUGUÊS

SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA

O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA

E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA

GOIÂNIA

2014

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SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA

O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA

E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA

Monografia apresentada ao curso de Letras da Pontifícia

Universidade Católica de Goiás, como requisito para a obtenção

de grau de licenciatura em letras, sob a orientação da Professora

Mestra Maria das Graças de Castro Mesquita.

GOIÂNIA

2014

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SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA

O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA

E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA

Apresentação de TCC, na Modalidade de Monografia, do Curso de Letras da Pontifícia

Universidade Católica de Goiás.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Ms Maria das Graças de C. Mesquita

Professora Orientadora

PUC – Goiás

_____________________________________________

Ms Rosane Maria Isaac

Professora Convidada

PUC – Goiás

Goiânia, ____/____/2014.

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Dedico este trabalho à minha família, amigos e

professores da PUC-GO.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, em que cada um, à sua maneira, contribuiu para que eu

pudesse prosseguir com meus estudos.

Aos amigos que fiz na universidade, os quais tornaram os momentos difíceis mais

agradáveis.

À minha orientadora, Maria das Graças Mesquitas, que me motivou e apoiou a todo o

momento desde meu estágio em língua inglesa até este momento final.

À professora Rosane Isaac, que me introduziu à fonética e fonologia, fazendo com que

eu me apaixonasse pela disciplina.

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“Paremos de indagar o que o futuro nos reserva e

recebamos como um presente o que quer que nos

traga o dia de hoje”.

Heráclito

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RESUMO

O ensino de pronúncia nem sempre tem recebido a devida importância por parte dos professores

de língua inglesa no ensino regular público e privado, e mesmo em centros de línguas. As

possíveis razões para que isso ocorra são a falta de conhecimento de fonética e fonologia, que

pode ser resultado da má formação acadêmica; a crença de que ensinar pronúncia não é algo

tão relevante quanto os aspectos gramaticais durante a aquisição da segunda língua; e as

dificuldades de pronúncia dos próprios professores, o que gera insegurança e receio de

transmitir informações errôneas aos alunos. Esta pesquisa apresenta os principais motivos que

levam a pronúncia a ser uma prática essencial durante o aprendizado de língua inglesa, ao

mesmo tempo em que se propõe a investigar as principais dificuldades desse processo,

disponibilizando informações básicas das quais professores e estudantes de letras devem se

apropriar, com a finalidade de inserirem adequadamente a prática de pronúncia em suas aulas.

O presente trabalho foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas, tendo como

principais referências Steinberg (1995), Crystal (2006), Roach (1998), entre outros autores de

destaque na área de fonética e fonologia e ensino de pronúncia.

Palavras-chave: Fonética; Fonologia; Pronúncia

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ABSTRACT

The teaching of pronunciation has not always been given the attention it deserves by teachers

of English in the public and private education, and even in language centers. Possible reasons

for this might be the lack of knowledge of phonetics and phonology, which can be a result of

poor academic training; the belief that teaching pronunciation is not as relevant as the

grammatical aspects during second language acquisition; and pronunciation difficulties of

teachers themselves, which creates uncertainty and fear of transmitting erroneous information

to the students. This research presents the main reasons why pronunciation is an essential

practice for learning the English language, at the same time that it is proposed. To investigate

the main difficulties of this process, providing basic information from which teachers and

undergraduate students should assimilate in order to properly insert the pronunciation practices

in their classes. This work was developed based in literature researches, having as the main

references Steinberg (1995), Crystal (2006), Roach (1998), among other prominent authors in

the field of phonetics and phonology and pronunciation teaching.

Key words: Phonetics; Phonology; Pronunciation

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Aparelho fonador ............................................................................ 17

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10

1 A IMPORTÂNCIA DA PRONÚNCIA.................................................................... 12

1.1 POR QUE ENSINAR PRONÚNCIA? ..................................................................... 12

2 FONÉTICA E FONOLOGIA – DEFINIÇÕES ...................................................... 15

2.1 FONÉTICA .............................................................................................................. 15

2.1.1 O APARELHO FONADOR .................................................................................. 16

2.1.2 SEGMENTOS VOCÁLICOS ............................................................................... 18

2.1.3 TRANSCRIÇÃO FONÉTICA .............................................................................. 19

2.2 FONOLOGIA ........................................................................................................... 19

2.2.1 FONEMA .............................................................................................................. 21

3 INTERFERÊNCIAS ................................................................................................. 22

3.1 SUGESTÃO DE METODOLOGIA PARA CORREÇÃO DE PRONÚNCIA ....... 25

3.1.2 FOSSILIZAÇÃO ................................................................................................... 29

4 RELATO E ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO ...................................................... 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 34

6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 35

7 ANEXOS .................................................................................................................... 38

7.1 QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE LETRAS ................................................. 38

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INTRODUÇÃO

Este trabalho objetiva apresentar a necessidade do conhecimento fonético-fonológico

para futuros professores de língua inglesa, assim como para os que já atuam na educação básica,

de forma que possam compreender melhor a natureza da pronúncia da língua que ensinam.

Muitos professores não tiveram formação fonético-fonológica adequada durante a graduação

por razões como falta de motivação, insegurança ou mesmo por não conhecerem a importância

dessa disciplina para a sua formação. Dessa forma, propomos aqui um trabalho de

conscientização sobre a importância da fonética e fonologia no ensino de pronúncia para esses

professores que estão pouco familiarizados com o tema, com o intuito de incentivá-los a

trabalhar a pronúncia com seus alunos de forma mais efetiva.

Passei a me interessar por pronúncia desde que comecei a estudar inglês na escola

pública. Chamava-me a atenção a forma que minha professora falava e procurava imitá-la.

Algumas palavras aprendi a pronunciar incorretamente, mas não percebia isso até então.

Quando tinha alguma dúvida, procurava no dicionário e me deparava com os símbolos

fonéticos. De alguma forma eu sabia que tais símbolos poderiam me ajudar, porém não tinha o

conhecimento necessário para decifrá-los. O mínimo de orientação sobre pronúncia teria sido

útil durante essa fase do meu aprendizado.

A maioria dos meus colegas de classe não possuía interesse algum em aprender uma

segunda língua, lembrando que aqui não tenho a intenção de culpar alunos ou professor por

essa situação. Mas esse fator colaborava, sem sombra de dúvidas, para o fracasso do ensino e

aprendizagem da língua inglesa naquela escola. O que acaba se tornando um ciclo vicioso, no

qual tanto alunos quanto professores saem da sala de aula da mesma forma que entraram, não

há aprendizado.

Percebemos que o fracasso do ensino de língua inglesa nas escolas regulares tem como

uma das causas a dificuldade na pronúncia. Durante meus estágios e passagens por escolas tanto

públicas como particulares, pude observar alunos extremamente desconfortáveis ao ler um texto

ou responder uma questão formulada em inglês. Existe o medo do aluno ser julgado pelos

colegas ou pelo próprio professor, por acreditar ter a pronúncia ruim e não poder fazer melhor.

Nesse momento, o professor precisa aplicar adequadamente seus conhecimentos em

fonética e fonologia, mostrando que é natural não conseguir produzir determinados sons mas

que com a prática é possível adquirir essa habilidade gradualmente.

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O que notamos com frequência é que os próprios professores, desde sua formação, já

apresentam problemas com a pronúncia e acabam encontrando uma série de dificuldades em

ensiná-la.

Aprender fonética e fonologia não vai resolver todos os problemas do futuro professor

em relação à pronúncia, mas vai auxiliá-lo a compreender melhor a língua que ensina e criar

metodologias de ensino mais eficazes. Já para o aluno, ter conhecimento desse assunto é

importante para que ele se torne mais autônomo, sem ocorrer a necessidade de alguém o

corrigindo a todo o momento.

Para a elaboração deste trabalho foram feitas leituras a respeito do tema, tendo como

base teórica autores renomados na área como Steinberg (1995), Crystal (2006) e Roach (1998).

Realizaremos uma pesquisa qualitativa e quantitativa com alunos do 5º período do curso de

Letras de uma universidade de Goiânia, a fim de verificar a relação desses alunos com a

disciplina de fonética e fonologia da língua inglesa. O trabalho foi dividido em quatro capítulos:

no primeiro buscamos apresentar por que a pronúncia é importante no ensino de língua inglesa

e quais objetivos o professor deve ter ao ensiná-la; em seguida, no segundo capítulo,

apresentamos algumas noções básicas de fonética e fonologia, e suas respectivas definições a

partir de diferentes autores; no terceiro capítulo apontamos problemas ocasionados pela

interferência da língua materna no aprendizado da língua-alvo, e algumas sugestões de

metodologia de correção de pronúncia; no quarto e último capítulo, faremos um relato de nossa

pesquisa com os alunos de Letras e uma análise dos dados coletados.

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1 A IMPORTÂNCIA DA PRONÚNCIA

Quatro habilidades devem ser desenvolvidas durante o ensino de língua inglesa:

speaking, listening, reading e writing, que correspondem a produção oral, compreensão

auditiva, leitura e escrita. Essas habilidades se relacionam diretamente à pronúncia e devem

fazer parte das atividades em sala de aula.

A língua é uma manifestação essencialmente oral. A escrita é apenas uma decorrência

daquilo que já existia. Esse fato não impede que todos os aprendizes possuam suas próprias

limitações quanto à oralidade. A pronúncia, portanto, mesmo não sendo palpável, é um estudo

importante, é a essência da língua.

Para dominar a linguagem oral, principalmente quando nos referimos ao aprendizado de

uma segunda língua, no nosso caso a língua inglesa, é preciso ter domínio da pronúncia. E para

dominar a pronúncia, um bom professor de língua inglesa deve ter um amplo conhecimento de

fonética e fonologia, ser capaz de reconhecer os fonemas tanto de sua língua materna quanto os

da língua que ensina, principalmente os que não fazem parte de seu inventário sonoro natural.

Nosso aparelho fonador é limitado quanto à infinidade de projeções que a mente é capaz

de fazer. Por essa razão, é necessário que utilizemos ao máximo a audição, pois é assim que

reconhecemos os sons para, em seguida, os reproduzirmos o mais fielmente possível.

Uma pessoa que nunca estudou outra língua, sem conhecimento linguístico além do seu

próprio intuitivo, não compreende a existência de inventários sonoros além do de sua língua

materna. Sem instrução, um aluno leigo em questão de pronúncia não estará apto a reconhecer

sons de outras línguas como são na realidade, o que pode causar uma série de interferências, as

quais abordaremos mais adiante.

1.1 POR QUE ENSINAR PRONÚNCIA?

Esse é um questionamento que todo professor de língua inglesa deve fazer. Antes de

pensar no problema do ensino de pronúncia em si e imaginar formas de solucioná-lo, é

necessário compreender por que essa prática é imprescindível e quais benefícios esse

conhecimento trará para os alunos e para o próprio professor.

Para Poedjosoedarmo (2004), há duas razões principais para o ensino de pronúncia ser

relevante. A primeira é a inteligibilidade, pois por mais que a maior parte dos alunos

comunique-se com estrangeiros, se cada um seguir seus próprios padrões de pronúncia, não

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haverá comunicação. Aspectos que são considerados problemas para a inteligibilidade são: uso

do som errado, exclusão de um som, acréscimo de um som, erro na sílaba tônica da palavra,

acento na palavra errada na frase, uso do padrão de entonação errado na frase e a combinação

de todos esses problemas. A segunda razão para o ensino da pronúncia é de produzir uma boa

impressão numa situação de entrevista para emprego, ou mesmo uma seleção para intercâmbio

em alguma universidade estrangeira. Temos como exemplo a pronúncia do /θ/ e /t/. Estudos

sugeriram que o contexto geral esclareceria qualquer ambiguidade existente nos casos em que

/θ/ fosse pronunciado como /t/, como three /θri/ sendo pronunciado como tree /tri/. Porém,

pessoas mais instruídas poderiam associar essa pronúncia com a de indivíduos marginalizados

da cidade de Nova York. Lembrando que esse exemplo se tornaria um problema principalmente

em situações formais.

Ao questionar-se a respeito do objetivo do ensino da pronúncia, muitos professores

poderão pensar que essa prática é antiquada e metódica, relacionando-a com o ensino

sistemático de meados do século XX. Também podem pensá-la como uma forma de adoração

da cultura estrangeira, em detrimento da de seus alunos:

A exigência de uma pronúncia tão perfeita quanto à do nativo e a incorporação de hábitos culturais, ou seja, a cópia, xérox do falante nativo, não podem ter outro objetivo senão o de domínio cultural. Tal atitude de imitação perfeita é o primeiro sintoma de alienação a se detectar (MOITA LOPES, 1996, p.42-43).

Não podemos negar a existência de concepções como essa, pois a realidade é que muitos

professores exageram em suas expectativas, esperam que seus alunos tornem-se tão fluentes

quanto nativos, punindo-os, de certa forma, se não conseguem pronunciar determinados sons

perfeitamente. Devemos levar alguns pontos em consideração antes de exigir determinados

resultados dos alunos. Como nos estudos que apresentam que a maioria das crianças que são

expostas a uma segunda língua tem maior probabilidade de aprender o novo idioma sem

sotaque. Porém, quando o indivíduo não sofre exposição a outras línguas até a idade adulta, a

produção desses sons se torna menos fiel, o que causa os sotaques. Segundo Celce-Murcia,

Brinton e Goodwin (1996), o fator linguístico não deve ser o único levado em consideração ao

ensinar pronúncia, já que fatores como idade, período de exposição à língua alvo, instrução

prévia, e talvez o mais importante, a motivação do aluno em alcançar um padrão inteligível de

pronúncia da língua em que está aprendendo, são tão relevantes quanto os aspectos linguísticos.

Voltamos, desse modo, ao ponto da inteligibilidade, que é o objetivo principal do ensino

da pronúncia, deixando de lado esses padrões perfeccionistas. Não se pode exigir demais dos

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alunos se não dermos a eles estruturas adequadas para que possam se basear. É nesse momento

em que os conhecimentos fonético-fonológicos fazem-se necessários.

Professores de língua inglesa que se preocupam em obter uma pronúncia inteligível, ou

mesmo aqueles que ainda não compreendem a importância do desenvolvimento dessa

habilidade por parte de seus alunos, precisam dominar os conteúdos de fonética e fonologia,

pois a partir desses conhecimentos é que tabus, mitos ou qualquer equívoco relacionado ao

ensino de pronúncia irão dissipar-se.

Abordando, portanto, questões linguísticas, sabemos que os falantes de uma língua

podem naturalmente refletir sobre a linguagem, seja um sotaque diferente pertencente a outra

região, ou mesmo a outro país. Esse reconhecimento pode ser feito mesmo por indivíduos sem

instruções linguísticas mais aprofundadas, pois faz parte do conhecimento compartilhado por

todos os falantes.

A linguística se preocupa com os assuntos relacionados à linguagem e seus fenômenos.

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2 FONÉTICA E FONOLOGIA – DEFINIÇÕES

Neste capítulo apresentaremos o que um bom professor de língua inglesa deve saber

para adquirir proficiência em pronúncia e em seu ensino. Devemos frisar que este conteúdo é

para o professor e, por conseguinte, cabe a ele selecionar o que é pertinente transmitir ao aluno

ou não.

É evidente que o professor deve ter um conhecimento linguístico muito maior do que pode ser processado pelos alunos. Assim, o professor deve determinar na fase de planejamento a quantidade de informações a serem transmitidas aos alunos... (CELCE MURCIA, BRINTON e GOODWIN, 1996, p. 36)1

A primeira coisa que se deve saber ao estudar fonética e fonologia é que existe uma

considerável diferença de conceitos entre as duas abordagens. Ambas estão envolvidas com a

sonoridade das línguas, mas cada qual com sua especificidade.

De acordo com Callou e Leite (1990, p. 11), “Enquanto a fonética estuda os sons como

entidades físico-articulatórias isoladas, a fonologia irá estudar os sons do ponto de vista

funcional como elementos que integram um sistema linguístico determinado”.

2.1 FONÉTICA

Para David Crystal (2008), fonética é

A ciência que estuda as características da produção sonora humana, principalmente os sons utilizados na fala, e fornece métodos para sua descrição, classificação e transcrição. [...] As categorias fonéticas são geralmente definidas através de termos que têm suas origens em outros assuntos, tais como anatomia, fisiologia e acústica. [...] O trabalho em fonética pode, consequentemente, ser classificado em dois tipos gerais: (a) estudos gerais da articulação, a acústica ou a percepção de fala e (b) estudos sobre as propriedades fonéticas de idiomas específicos. (CRYSTAL, David, 2008, p. 363-364)2

1 Tradução feita pela autora. “It is clear that there is a far more linguistic knowledge that the teacher should possess that can be processed by learners. Thus, the teacher must determine in the planning stage how much information to impart to learners …” 2 Tradução feita pela autora. "The science which studies the characteristics of human soundmaking, especially those sounds used in speech, and provides methods for their description, classification and transcription. [...] Phonetic categories are generally defined using terms which have their origins in other subjects, such as anatomy, physiology and acoustics. [...] Work in phonetics can, accordingly, be classified into two broad types: (a) general studies of the articulation, acoustics or perception of speech, and (b) studies of the phonetic properties of specific languages."

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A fonética, portanto, é o estudo da produção e articulação dos sons da fala humana em

um aspecto geral. Todo ser humano possui a faculdade da linguagem e da fala. Nosso aparelho

fonador está preparado para produzir uma infinidade de sons, porém, a princípio desenvolvemos

apenas aqueles com que tivemos contato durante a aquisição da linguagem. Itens como o

aparelho fonador, mecanismos de produção da fala, segmentos consonantais e vocálicos e

transcrições dos sons da fala são objetos de estudo da fonética.

Para McMahon (2002),

Há duas subdisciplinas em linguística que lidam com os sons: fonética e fonologia. A fonética fornece maneiras objetivas de descrever e analisar a gama de sons que os seres humanos usam em suas línguas. Mais especificamente, fonética articulatória identifica com precisão quais órgãos e músculos estão envolvidos na produção dos diferentes sons das línguas do mundo. Esses sons são então transmitidos a partir do falante para o ouvinte e, dessa forma, a fonética articulatória foca na parte física da fala, uma vez que ela se desloca através do ar sob a forma de ondas sonoras, e no efeito que essas ondas causam nos ouvidos e no cérebro do ouvinte. Logo, a fonética tem fortes associações com a anatomia, fisiologia, física e neurologia. (MCMAHON, April, 2002, p. 1)3

O professor de língua inglesa que está disposto a trabalhar pronúncia com seus alunos

precisa ter domínio dessas informações para que seu trabalho torne-se efetivo. A partir do

momento em que se compreende a fisiologia da fala, passa-se a compreender as causas das

principais dificuldades dos alunos, propiciando formas de trabalhar o problema adequadamente.

2.1.1 O APARELHO FONADOR

Não há nenhum órgão que seja específico para produzir os sons da fala, pois utilizamos

os que têm como função comer, mastigar, engolir, respirar, cheirar. Porém qualquer um desses

órgãos que contribuam para a produção e articulação da fala, fazem parte do aparelho fonador.

Podem ser divididos em três grupos: sistema articulatório, sistema fonatório e sistema

respiratório.

3 Tradução feita pela autora. “There are two subdisciplines in linguistics which deal with sound, namely phonetics and phonology, and to fulfil the aim of this book, which is to provide an outline of the sounds of various English accents and how those sounds combine and pattern together, we will need aspects of both. Phonetics provides objective ways of describing and analysing the range of sounds humans use in their languages. More specifically, articulatory phonetics identifies precisely which speech organs and muscles are involved in producing the different sounds of the world’s languages. Those sounds are then transmitted from the speaker to the hearer, and acoustic and auditory phonetics focus on the physics of speech as it travels through the air in the form of sound waves, and the effect those waves have on a hearer’s ears and brain. It follows that phonetics has strong associations with anatomy, physiology, physics and neurology.”

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Figura 1: Aparelho fonador Fonte: Internet - http://www.barcode.ro/tutorials/biometrics/voice.html

O sistema respiratório, como o nome já diz, é responsável pela respiração e nele

encontram-se os pulmões, músculos pulmonares, tubos brônquios e traqueia. O sistema

fonatório é constituído pela laringe, na qual se encontram as pregas vocais. Esse sistema é

responsável por não deixar corpos estranhos entrarem no sistema respiratório. O sistema

articulatório é formado por faringe, língua, dentes, nariz e lábios e têm como função morder,

mastigar, engolir, cheirar.

Esses sistemas, portanto, formam o aparelho fonador e possuem a função fisiológica de

produzir sons. Levando em conta as características fisiológicas do aparelho fonador, afirmamos

que há um número limitado de possibilidades sonoras nas línguas. Isso se deve ao fato de que

certas articulações não são possíveis, como tocar o nariz com os lábios. Algumas articulações

são mais ou menos recorrentes em cada língua.

Os articuladores podem ser divididos em dois grupos: ativos e passivos. Como

articuladores ativos (AA) temos lábio inferior, língua, dentes inferiores e véu palatino; como

articuladores passivos (AP) encontramos o lábio superior, dentes superiores, alvéolo, palato

duro e palato mole.

Dessa forma, o ponto de articulação é definido como:

• Bilabial: lábio inferior (AA) + lábio superior (AP)

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• Labiodental: lábio inferior (AA) + dentes superiores (AP)

• Dental: lâmina da língua (AA) + dentes superiores (AP)

• Alveolar: lâmina da língua (AA) + alvéolos (AP)

• Alveopalatal: parte anterior da língua (AA) + parte média do palato duro (AP)

• Palatal: parte média da língua (AA) + final do palato duro (AP)

• Velar: parte posterior da língua (AA) + véu palatino ou palato mole (AP)

• Glotal: Glote (AA/AP)

O modo de articulação tem relação ao tipo de obstrução de ar que ocorre ao se produzir

um som. Os articuladores têm a função de obstruir a corrente de ar. Ao analisarmos, podemos

identificar as seguintes categorias:

• Oclusiva: Há uma obstrução completa da corrente de ar que passa pela boca. O

ar sai dos pulmões em direção à boca, o que as caracteriza como consoantes

orais;

• Nasal: Há uma obstrução completa da corrente de ar que passa pela boca. O ar

sai dos pulmões em direção à boca e a cavidade nasal, porém o véu palatino

encaminha o ar diretamente para a cavidade nasal, caracterizando essas

consoantes como nasais;

• Fricativa: A obstrução da corrente de ar, neste caso, é parcial. Isso ocorre por

causa da fricção produzida pelos articuladores;

• Africada: Inicialmente ocorre a obstrução completa da corrente de ar e, em

seguida, uma fricção como no caso das fricativas. São consoantes orais;

• Laterais: Há um encontro entre articulador passivo e ativo, a corrente de ar é

obstruída no centro do aparelho vocal, e o ar sai pelas laterais dessa obstrução.

2.1.2 SEGMENTOS VOCÁLICOS

Já observamos alguns pontos sobre a produção dos sons da fala. Esses sons são descritos

como vogais e consoantes, presentes em todas as línguas. Podemos compreendê-los como

segmentos consonantais quando há obstrução de ar completa ou parcial; e como segmentos

vocálicos, quando não há obstrução ou fricção da corrente de ar. O que é levado em

consideração nesse caso é a posição da língua, ou para alguns autores, da boca, que pode ser

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referente à altura (alta, média-alta, média-baixa, baixa); a anterioridade da língua (anterior,

central e posterior); e o arredondamento, ou não, dos lábios.

2.1.3 TRANSCRIÇÃO FONÉTICA

Crystal (2008) descreve o termo transcrição como um método de transcrever os sons da

fala de forma sistemática e consistente, havendo dois tipos principais de transcrição: a fonética

e a fonêmica. A transcrição fonética é representada entre colchetes, e a fonêmica, entre barras.

O IPA (International Phonetic Alphabet) contém todas as possibilidades sonoras em

forma de símbolos fonéticos, chamados fones. É relevante ressaltar que, mesmo estando ali

presentes sons existentes em todas as línguas, não existe uma língua em que estejam presentes

todos esses sons. A transcrição fonética difere-se da fonêmica por ser mais ampla e conter mais

detalhes. Temos como exemplo a palavra ‘about’, que pode ser representada pelas formas

[əˈbout] (Fonética) e /əˈbʌᶸt/ (Fonêmica):

A transcrição fonêmica parece a mais simples das duas. Como neste exemplo, somente as unidades em que há diferenças de significado serão representadas, /pin/, /pen/, /pæn/. Em uma transcrição fonética, por outro lado, o objetivo não é o de avaliar o significado funcional dos sons no contexto da linguagem, mas identificar os sons como tais. (CRYSTAL, David, 2008, p. 490)

A partir dessas informações, podemos afirmar que todo ser humano que não possua

nenhuma deficiência em seu aparelho fonador possui a faculdade da produção de todos os sons

em qualquer língua. Entretanto, durante sua formação, seu aparelho vocal será adaptado para

produzir os sons de sua língua materna, e por essa razão muitos aprendizes têm grande

dificuldade de identificar e produzir sons que não façam parte do inventário sonoro a que está

habituado. A percepção de novos sons, consonantais e vocálicos, exige do aluno habilidades

que podem ser facilitadas pelo professor. Sem essa instrução, as dificuldades do aprendiz se

tornam maiores, o que causa falta de motivação e até mesmo a desistência de aprimorar seus

conhecimentos.

2.2 FONOLOGIA

Diferentemente da fonética, que é voltada para os aspectos físicos da fala, a fonologia

tem como objetivo estudar os sons quanto a sua funcionalidade dentro da língua. Cada língua

possui um padrão sonoro, com seus próprios fonemas e alofones, de modo que é impossível

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encontrarmos duas línguas com um mesmo inventário sonoro. É o que acontece quando

comparamos a língua portuguesa com a língua inglesa, determinados sons que estão presentes

no inventário sonoro de uma, não estão no da outra. Segundo MCMAHON (2002, p.1), é do

domínio da fonologia quando nos voltamos para as características do sistema sonoro de uma

língua específica. Esse sistema é responsável por dar identidade a essa língua, o que a faz

diferente das outras. É de seu interesse o que um indivíduo precisa saber para tornar-se falante

de sua língua materna. Roach (1998, p. 43) observa que estamos tratando de fonologia quando

falamos de como os fonemas funcionam dentro da linguagem e como se relacionam com os

outros fonemas da língua, podemos dizer que estamos voltados para a parte abstrata da língua,

e somente estudando fonética e fonologia é possível compreender de forma mais completa, o

uso dos sons na língua inglesa.

De acordo com Steinberg (1995)

A fonêmica tem por escopo, usando um corpus fonético, chegar às unidades distintivas, aos menores segmentos marcadores de significado. Essas menores unidades marcadoras de significado são os fonemas. Daí uma das definições de fonema: menor unidade distintiva do sistema sonora de uma língua. Por outro lado, o fonema é uma abstração, pois na realidade ele se constitui de várias realidades, isto é, nós pronunciamos um fonema de diversas maneiras, dependendo de seu contexto fonológico. Donde uma outra definição mais elaborada: um fonema é um grupo de fones ou sons foneticamente semelhantes e em distribuição complementar. (STEINBERG, 1995, p. 8)

A fonologia compreende que a língua é formada por segmentos consonantais e vocálicos

organizados de acordo com suas possibilidades silábicas. Um falante nativo de língua

portuguesa identifica uma palavra como “mocapo” como sendo de possível existência no seu

idioma, pois a estrutura silábica dessa palavra combina com a da sua língua materna. Porém se

apresentarmos uma palavra como “fith”, essa identificação não ocorrerá, pois não faz parte da

língua portuguesa uma palavra com terminação em “th”.

Os estudos fonológicos têm como um de seus objetivos a transcrição da linguagem oral

em escrita, levando em conta aspectos como ambientes modificadores de determinados

segmentos. Há casos em que um som vizinho, tanto precedente quanto seguinte, influencia na

pronúncia de um segmento, denominamos esse fenômeno como assimilação. No caso do

português, muitas vezes nem percebemos que isso acontece, como a diferença de pronúncia do

s em “escola” e “esgoto”, quando o que influencia na alteração de pronúncia é o fato de o som

precedente ser desvozeado ou vozeado. Para um aprendiz de língua inglesa, não será tão simples

identificar esse tipo de alteração na língua alvo.

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21

2.2.1 FONEMA

Fonema é a unidade mínima dos estudos em fonologia, são unidades distintivas

presentes nas línguas. Se no Alfabeto Fonético Internacional encontramos os sons de todas as

línguas, os fones; no alfabeto fonético de cada língua encontramos os sons presentes apenas

nessa língua, ou seja, seus fonemas. De uma forma simples, se temos o fonema /d/ em die

(morrer), e o substituímos por /t/, logo temos a palavra tie (gravata), assim percebemos a

distinção, nesse caso /d/ e /t/ são encontram-se em oposição e constituem um par mínimo por

possuírem uma cadeia sonora idêntica com significados diferentes.

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3 INTERFERÊNCIAS

Ao sugerirmos uma metodologia de ensino de pronúncia, precisamos antes levar em

consideração o problema das interferências da língua materna, no nosso caso língua portuguesa,

no aprendizado na língua inglesa. Crystal (2008, p.249) compreende interferência como "um

termo usado em sociolinguística e aprendizagem de línguas estrangeiras para se referir aos erros

que um falante introduz em uma língua como um resultado de contato com outra língua."

Sabemos que cada língua possui suas particularidades e nunca encontraremos os

mesmos padrões em duas línguas, pois o que determina essa separação entre uma língua e outra

é exatamente a distinção existente entre elas. Ao aprender uma língua estrangeira, um falante

de qualquer língua sempre irá utilizar como base a estrutura de sua língua, ou seja, sua

morfologia, sintaxe, fonologia e entonação. Aqui estamos voltados para as interferências a nível

fonológico, que são inclusive as mais comuns. Cometer erros é um processo natural, e significa

que o aluno está se desenvolvendo no aprendizado da língua-alvo. O professor está presente

durante o aprendizado para orientá-lo e fazê-lo reconhecer seus erros, e deve ter um bom

domínio da língua que ensina, para que o aluno possa se espelhar nessa referência, assim como

uma criança ao aprender a falar tem como referência os seus pais.

Durante a aquisição da linguagem, a audição desempenha um papel importante, pois

para produzir um novo som, é necessário percebê-lo primeiro. Porém há diferenças entre a

aquisição da primeira e da segunda língua. Uma criança aprende a primeira língua rapidamente,

enquanto um adulto, por ter seu sistema fonológico já formado, possui mais dificuldades nesse

processo.

Não existe fórmula mágica para ensinar os alunos a ouvir sons e reconhecer contrastes com os quais ainda não tenham se deparado mas, em geral, mostrar-lhes repetidas vezes os sons problemáticos dentro de contextos em que o significado esteja claro a partir de indicações não auditivas tem grandes chances de êxito, embora haja os que jamais distinguirão precisamente a diferença entre certos pares de sons, especialmente se forem de mais idade e que, até então, tenham sido monolíngues. (POEDJOSOEDARMO, Glória, 2004, p. 43-44)

Como já foi mencionado, os aprendizes brasileiros de língua inglesa têm noção apenas

do inventário de fonemas da língua portuguesa, e por não terem intimidade com a língua-alvo,

normalmente utilizam os sons da primeira, na segunda língua. Sabemos que isso não ocorre

propositalmente, mas porque o aprendiz não possui o conhecimento adequado e necessita da

instrução do professor. Portanto, se o aluno pronuncia determinados sons incorretamente por

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causa da proximidade sonora, ou não consegue pronunciar porque os sons não existem em sua

língua, somente o professor poderá identificar e guiar o aluno a superar tais dificuldades.

Uma das teorias mais duradouras na área da fonética foi a Análise Contrastiva, que ao

comparar duas línguas, considera que a língua materna do aluno tem influência direta na

aquisição da segunda língua gerando uma interferência, que pode ser considerada negativa. Na

análise contrastiva, pode-se identificar os sons que causam mais problemas de pronúncia, e até

mesmo prever os erros mais comuns, para que se possa encontrar meios de solucioná-los através

de metodologias específicas.

A seguir, apontaremos alguns dos principais problemas que os alunos encontram

durante a aprendizagem e que, se não forem trabalhados corretamente, podem persistir por toda

a vida sem que o próprio aluno tenha consciência de que há algo errado. Começaremos pelos

traços que são particulares à língua:

• Os fonemas /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /v/ e /ʃ/ quando ocorrem no final de uma

palavra da língua inglesa, quase sempre são pronunciados com uma vogal de

apoio pelos falantes de língua portuguesa, já que no nosso idioma esses fonemas

não são encontrados no final de palavras. Por exemplo: map /mæp/, crib /krɪb/,

fat /fæt/, mad /mæd/, laugh /læf/, drive /draiv/ e wash /wɑʃ/ são frequentemente

pronunciadas como /mæpi/, /krɪbi/, /fæti/, /mædi/, /læfi/, /draivi/ e /wɑʃi/. Nesses

casos pode haver um problema de comunicação, mas não alteração de

significado;

• Também encontramos problemas quanto à pronúncia do /s/ em plurais, verbos

conjugados na 3ª pessoa do singular e no possessive case, pois diferentemente

do português em que o s no final de palavras é pronunciado sempre com som de

/s/, no inglês a pronúncia varia entre /s/, /z/ e /ɪz/. Para palavras com final em /p/,

/t/, /k/, /f/ e /θ/ antes do acréscimo do s, a pronúncia do s após o acréscimo será

de /s/; nos casos em que a terminação é em /b/, /d/, /g/, /ð/, /m/, /n/, /ŋ/, /l/, /r/ ou

em qualquer segmento vocálico, a pronúncia do s será /z/; e quando as palavras

terminam em /s/, /z/, /ʃ/, /ʒ/, /tʃ/, e /dʒ/, a pronúncia do s será de /ɪz/. Vejamos

alguns exemplos:

clocks /klɑks/, lets /lets/, Jake’s /ʤeɪks/

bags /bægz/, drives /draɪvz/, Meg’s /megz/

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churches /ʧɜrʧɪz/, watches /wɑʧɪz/, George’s /ʤɔrʤɪz/;

• No passado dos verbos regulares da língua inglesa, em que acrescentamos -ed à

forma infinitiva do verbo, a pronúncia desse acréscimo varia entre /d/, /t/ e /ɪd/.

A regra é a seguinte: em verbos terminados em fonemas desvozeados /p/, /k/, /f/,

/ʃ/ e /s/, após o acréscimo do -ed sua pronúncia será /t/, como em walked /wɔ:kt/;

em verbos no infinitivo terminados em fonemas vozeados /b/, /g/, /v/, /ʒ/ e /z/ ou

segmentos vocálicos, a pronúncia do -ed será /d/, como em lived /lɪvd/; e por

fim, quando -ed for acrescentado a verbos terminados nos fonemas /t/ e /d/, sua

pronúncia será /ɪd/, como em want /wɑntɪd/ e need /ni:dɪd/.

Outra causa de interferências na pronúncia é a alofonia, ou seja, variações fonéticas de

um mesmo fonema:

• Na língua portuguesa, exemplos de alofonia são [t] e [tʃ] para o /t/ e [d] e [dʒ]

para o /d/. Também existem alofonias no inglês. Um exemplo que causa bastante

confusão é a pronúncia do l. Como no português a única pronúncia que temos

para o l é /l/, normalmente não sabemos diferenciar as três formas existentes na

língua inglesa, que são [l] como em late /leɪt/, [ɫ] em feel /fi:ɫ/ e [l] seguido de

consoante, como em cold /kəʊld/.

O que também pode ser um fator de interferência é a proximidade fonética:

• Sons como /θ/ e /ð/ não são encontrados na língua portuguesa, o que leva os

aprendizes da língua inglesa a utilizarem os fonemas de sua língua mais

próximos a esses. No caso /t/, /f/ e /s/ para o /θ/ e /d/, /v/ e /z/ para o /ð/. Essa

troca pode ser problemática pois causa alterações de significado, como

pronunciar think /θɪnk/ (pensar) como sink /sɪnk/ (afundar);

Essas interferências não são as únicas que podem ocorrer, mas são as mais comuns

durante o aprendizado da língua inglesa. Por isso é importante que, ainda durante a graduação,

os estudantes que pretendem seguir carreira como professores de inglês se apropriem dos

conhecimentos fonético-fonológicos, de modo que possam adaptar metodologias para as

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dificuldades específicas de seus alunos, pois mesmo que haja esse tipo de problema, os alunos

estão aptos a adquirir a habilidade de produzir novos sons, ou mesmo sons similares aos que já

conhecem. Como observa Pennington (2007)

Seja qual for a fonte, o fato de que a variação faz parte da experiência de linguagem dos aprendizes significa que eles podem lidar com novas formas quando são expostos a elas, e vão tentar conectá-las a algo que eles já conhecem. Como a aquisição de novas variantes (alofones de fonemas já existentes ou novos fonemas) na sua língua materna, a aquisição dos novos fones e categorias sonoras de uma segunda língua prossegue de forma gradual com base nas que já adquiriu. (PENNINGTON, Martha, 2007, p. 15)4

O professor precisa ter consciência das possibilidades de interferências para que não

pensem que o problema está no comprometimento do aluno, pois muitas vezes, mesmo tentando

pronunciar corretamente determinados sons, esse aluno não terá sucesso imediato por seu

aparelho fonador não estar habituado a produzir determinados sons. Poderão, inclusive, surgir

outros tipos de interferência além dos que foram apresentados nos exemplos anteriores, e o

próprio professor pode analisar os fatores que causam o problema. Mesmo uma turma em que

todos os alunos sejam brasileiros, pode haver diferentes problemas de pronúncia, pois a

variação de sotaques de cada região do país é bastante ampla. Haverá pronúncias diferentes

durante o aprendizado de língua inglesa entre alunos do centro-oeste, nordeste e sul, por

exemplo. Alunos do centro-oeste, ou interior de São Paulo e Minas Gerais já estão

familiarizados com o r retroflexo /r/, portanto nas outras regiões é mais provável que haja

dificuldades ao produzir esse som; já em outras regiões, principalmente no nordeste, como o /t/

e o /d/ assumem apenas as formas [t] e [d], poderá haver dificuldades com as africadas /tʃ/ e

/dʒ/, entre outras possibilidades.

3.1 SUGESTÃO DE METODOLOGIA PARA CORREÇÃO DE PRONÚNCIA

Após observamos os problemas de pronúncia mais comuns, já podemos pensar maneiras

de corrigi-los adequadamente. Não podemos simplesmente dizer ao aluno que ele está errado

sem dar a ele uma base em que possa se fundamentar. Steinberg (1995) apresenta um método

4 Tradução feita pela autora. “Whatever the source, the fact that variation is part of learners’ experience of language means that they can handle new forms when they are exposed to them, and will try to connect them to something they already know. Like acquisition of new variants (allophones of existing phonemes or new phonemes) in one’s mother tongue, the acquisition of the new phones and sound categories of an L2 proceeds gradually on the basis of those already acquired.”

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para solucionar problemas causados por pontos de articulação muito próximos. É um método

interessante para que professores possam deixar mais claras as situações em que uma pronúncia

incorreta pode mudar o significado de uma palavra, gerando até mesmo constrangimentos em

algumas situações. Utilizaremos aqui alguns exemplos5 que podem ser úteis para corrigir os

problemas que foram expostos anteriormente.

• Em fonemas consonantais em final de palavras, ao acrescentar-se uma vogal de apoio às

palavras da primeira coluna, ocorrerá uma alteração de significado, representada na segunda

coluna:

brand /brænd/ (marca) brandy /brændi/ (conhaque)

cook /kʊk/ (cozinheiro) cookie /kʊki/ (bolacha)

dirt /dɜrt/ (terra) dirty /dɜrti/ (sujo)

monk /mʌŋk/ (monge) monkey /mʌŋki/ (macaco)

red /red/ (vermelho) ready /redi/ (pronto)

stud /stʌd/ (tacha, prego) study /stʌdi/ (estúdio, estudo)

tide /taɪd/ (maré) tidy /taɪdi/ (arrumado)

fort /fɔrt/ (forte) forty /fɔrti/ (quarenta)

• É difícil para os alunos reconhecerem a alofonia em outra língua. Vejamos os exemplos

das diferentes formas de produção da consoante l e as alterações de significado quando

pronunciadas incorretamente:

5 Os exemplos foram retirados de A Pronúncia do Inglês Norte-Americano, de Martha Steinberg.

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/ɫ/ /oʊ/

role /roʊɫ/ (papel, referente ao

teatro) row /roʊ/ (fileira)

foal /foʊɫ/ (potrinho) foe /foʊ/ (inimigo)

hole /hoʊɫ/ (buraco) hoe /hoʊ/ (enxada)

nill /nɪɫ/ (zero) new /nju/ (novo)

chill / tʃɪɫ/ (esfriar) chew / tʃju/ (mastigar)

kill /kɪɫ/ (matança) cue /kju/ (deixa)

/l/ seguido de consoante /oʊ/

bolt /boʊlt/ (ferrolho) boat /boʊt/ (barco)

hold /hoʊld/ (ato de aprisionar) hole /hoʊɫ/ (buraco)

gold /goʊld/ (ouro) goad /goʊd/ (sofrimento)

• Já apontamos a proximidade fonética como outro ponto de difícil reconhecimento dos

sons, o que também causa confusão durante o aprendizado da pronúncia. Ao trocarmos o

fonema /θ/ por /s/, /t/ ou /f/, podemos encontrar as seguintes alterações de significado:

/θ/ /s/

thick /θɪk/ (gordo, grosso) sick /sɪk/ (doente)

theme /θim/ (tema) seam /sim/ (costura)

thong /θɔŋ/ (correia) song /sɔŋ/ (canção)

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/θ/ /t/

thighs /θaɪz/ (coxas) ties /taɪz/ (gravatas)

thicket /θɪkɪt/ (moita) ticket /tɪkɪt/ (bilhete)

faith /feɪθ/ (fé) fate /feɪt/ (destino)

/θ/ /f/

three /θri/ (três) free /fri/ (livre)

threat /θret/ (ameaça) fret /fret/ (irritação)

thought /θɔt/ (lutar) fought /fɔt/ (pensar)

• Da mesma forma, ao substituirmos /ð/ por /z/, /d/ ou /v/, temos as seguintes alterações:

/ð/ /z/

lithe /laið/ (ágil) lies /laiz/ (mentiras)

clothe /kloʊð/ (vestir) close /kloʊz/ (fechar)

then /ðeŋ/ (então) zen /zeŋ/ (zen)

/ð/ /d/

/ð/ /v/

worthy /wɜrði/ (digno de) wordy /wɜrdi/ (prolixo)

though /ðoʊ/ (contudo) dough /doʊ/ (massa culinária)

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Esses exemplos, portanto, podem ser apresentados aos alunos dessa mesma maneira, em

colunas, dando ênfase nas distinções de pronúncia e significado entre as palavras e, lembrando

que em alguns casos o contexto pode esclarecer qualquer confusão, mas em outros isso pode

não ocorrer. O professor deve pronunciar as palavras alta e claramente, para que os alunos

possam utilizar a audição como forma de reconhecimento dos fonemas e, em seguida, pedi-los

para repetir os pares em voz alta. Se houver a possibilidade de realizar o exercício

individualmente, será ainda mais produtivo pois, desse modo, o professor pode fazer as devidas

correções e dar as instruções mais pertinentes para cada aluno.

3.1.2 FOSSILIZAÇÃO

Abordamos anteriormente alguns problemas presentes no aprendizado de língua inglesa

por falantes de língua portuguesa. Essas dificuldades, como já mencionamos, são mais comuns

nos primeiros anos em contato com a segunda língua e podem persistir se não forem corrigidos.

Em um dado momento, mesmo falantes fluentes na língua inglesa podem adquirir erros na

produção que se tornam irreversíveis. Quando o problema se torna recorrente, e mesmo com

diversas práticas de correção não é solucionado, o chamamos de fossilização.

Essa condição é particular ao aprendizado de uma segunda língua, pois não existem

registros de sua existência na aquisição da língua materna, e é mais comum em adultos, até

porque para se considerar de fato fossilização, o erro deve ser recorrente há mais de cinco anos.

Dessa forma, observamos que o que está em questão não é apenas o fato de falante cometer

erros, mas sim por esses erros tornarem-se arraigados, não havendo melhora mesmo em contato

frequente com falantes nativos e proficiência na língua. David Crystal define fossilização como

...a estabilização de um nível de realização no uso de uma forma linguística que fica aquém das normas da língua-alvo. Nenhuma outra aprendizagem ocorre, e a forma se torna um erro fossilizado no uso do aluno, parte da interlíngua do aprendiz. (CRYSTAL, David, 2006 p. 197) 6

6 Tradução feita pela autora. “…the stabilization of a level of achievement in the use of a linguistic form which falls short of the norms of the target language. No further learning takes place, and the form becomes a fossilized error in the usage of the learner, part of the learner’s interlanguage.”

loathe /loʊð/ (odiar) load /loʊd/ (por carga em)

lithe /laið/ (ágil) live /laiv/ (ao vivo)

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O termo interlíngua se refere a uma condição intermediária entre a língua materna e a

segunda língua do aprendiz, em que o mesmo utiliza regras de ambas as línguas para construir

uma espécie de transição entre elas.

Os estudos relacionados a esse tema ainda são muito fragmentados. Como afirma Han

...para determinado pesquisador, a fossilização está associada com a aprendizagem lenta, enquanto para outro, está ligada a erros habituais. Logo, em um caso, a fossilização é um fenômeno empírico, mas em outro, serve como explicação para outros fenômenos de aprendizagem. (HAN, ZhaoHong, 2004, p. 4)7

Ainda não podemos afirmar que exista uma causa específica para a manifestação da

fossilização, mas podemos pensar fatores como a influência da idade como uma dessas causas,

pois como já sabemos existe uma diferença na forma como adultos e crianças adquirem uma

segunda língua. Entretanto, aspectos como personalidade e motivação também podem ser

levados em conta, apesar de serem tópicos subjetivos e exigirem mais estudos na área.

7 Tradução feita pela autora. “…by one researcher fossilization is associated with slow learning, but by another, it is connected to habitual errors. Then, in one case, fossilization is an empirical phenomenon, but in another, it serves as explanation for other learning phenomena.”

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4 RELATO E ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO

Neste capítulo apresentaremos uma análise a respeito dos dados coletados no

questionário aplicado à turma do 5º período de Letras realizado no período letivo 2014/1. Com

este questionário buscamos avaliar a compreensão dos alunos quanto a noção do ensino de

pronúncia e sua importância, bem como a da disciplina de fonética e fonologia da língua

inglesa. No total, 30 alunos participaram da pesquisa.

Através desta análise, também pudemos observar quais aspectos os estudantes

consideram mais relevantes ao aprender um novo idioma e suas principais dificuldades, o que

pode nos indicar possíveis razões de muitos saírem da universidade despreparados para assumir

uma turma de língua inglesa.

O questionário foi aplicado em 12 de maio de 2014, às 20h30 horas. Os alunos estavam

em horário de aula, portanto foi cedido o início da aula para a realização da pesquisa. Aguardei

alguns minutos até os alunos se acomodarem, e em seguida a professora explicou o motivo de

minha presença. Primeiramente me apresentei e falei sobre o meu trabalho e a importância

daquela pesquisa para a conclusão do mesmo. Entreguei a cada aluno um questionário e, em

seguida, expliquei detalhadamente as questões a que deveriam responder, procurando sanar

eventuais dúvidas. Alguns alunos chegaram após as explicações, mas da mesma forma

entreguei o questionário e expliquei individualmente de forma sucinta o que deveria ser feito.

À medida que os estudantes finalizavam, eu recolhia o questionário, e assim procedeu até todos

finalizarem. Às 21h10 agradeci à professora e aos alunos pela contribuição e me retirei para

que pudessem dar continuidade à aula.

O questionário a que os alunos responderam contém duas páginas constituídas por dez

questões e é referente ao grau de importância das habilidades na aprendizagem de língua

inglesa; considerações sobre pronúncia e como sua deficiência pode prejudicar a comunicação;

principais dificuldades de aprendizagem e como seu conhecimento pode influenciar seus

futuros alunos.

A princípio os estudantes foram convidados a enumerar de mais para menos importante

algumas habilidades necessárias ao estudarmos língua inglesa, de forma bem objetiva. Vale

salientar que muitos alunos tiveram problemas de compreensão quanto a essa questão. Quando

pedimos que enumerassem de mais para menos importante (1 a 6), alguns repetiram números,

selecionando várias habilidades com o mesmo grau de importância. Porém explicamos uma

segunda vez para que corrigissem, assim coletamos os seguintes dados: dos 30 alunos, 37%

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classificam a pronúncia como uma habilidade muito importante, 33% consideram essa

habilidade como sendo de média importância, e os outros 30% acreditam que a pronúncia esteja

entre as habilidades menos importantes no aprendizado.

Nas questões relacionadas à pronúncia, a maioria dos alunos acredita que problemas na

pronúncia podem afetar a boa comunicação, inclusive causando desentendimentos. Muitos,

apesar de na primeira questão classificarem a pronúncia como menos importante, quando

questionados subjetivamente, descreveram a pronúncia como tão importante quanto as outras

habilidades no ensino de língua inglesa, novamente destacando que sem ela a comunicação

pode ser prejudicada. Percebe-se que os alunos que já tiveram contato com a língua inglesa

anteriormente, não receberam a orientação adequada em relação à pronúncia, esses alunos

classificam o ensino de pronúncia na universidade como muito bom, enfatizando o preparo de

seus professores de língua inglesa. Já os alunos que iniciaram seus estudos em língua inglesa

na universidade, não consideram o ensino de pronúncia que tiveram, até o momento, suficiente.

Muitos consideram a disciplina de fonética e fonologia da língua inglesa de difícil compreensão

e demonstram o desejo de que houvesse mais tempo para estudá-la.

As principais dificuldades citadas pelos estudantes são as seguintes: pronúncia das

vogais; sons que não existem na língua portuguesa como θ e ð e palavras com grafias diferentes

e mesmo som como em laugh e leaf. Em relação aos sons não existentes em língua portuguesa,

os estudantes citaram apenas θ e ð, mesmo que estes não sejam os únicos sons da língua inglesa

aos quais não estejam habituados, o que leva a crer que sons como o [ɫ] final ou os sons /p/, /b/,

/t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /v/ e /ʃ/ finais não sejam considerados, de certa forma, tão relevantes quanto

os sons consonantais mencionados por eles. Alguns alunos admitem que parte de suas

dificuldades com pronúncia é devida a falta de empenho e motivação e não somente ao ensino

recebido até então.

Percebemos que quando os alunos estão nos primeiros anos de aprendizado da língua

inglesa, naturalmente sentem mais dificuldade em aspectos gramaticais da língua, e que a

pronúncia em vários casos é considerada uma das principais dificuldades desses estudantes. Os

que já estudavam inglês antes de entrarem na universidade possuem, em geral, menos

dificuldades, e afirmam que o ensino de pronúncia que recebem agora é superior ao de

anteriormente. Esses alunos são minoria, pois a maior parte só teve contato com a língua inglesa

no ensino regular, que geralmente é mais fraco e não tem o objetivo de ensinar o aluno a se

comunicar. Já os alunos que tiveram o primeiro contato com a língua inglesa na universidade

sentem mais dificuldades, e a maioria não considera que o ensino de pronúncia recebido até o

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momento tenha sido suficiente. Após o contato com a disciplina de fonética e fonologia da

língua inglesa os alunos passaram a dar um reconhecimento maior a habilidade da pronúncia e

sua importância.

Também houve um pequeno número de respostas em que percebemos alunos que não

têm a intenção de seguir carreira como professores de inglês e não se identificam com a língua.

Esses estudantes afirmam que possuem dificuldades com o inglês não somente em relação à

pronúncia como também a outros aspectos linguísticos. Um estudo mais aprofundado poderia

verificar se a falta de interesse em se tornarem professores de inglês é o que causa as

dificuldades, ou se as dificuldades é que são a razão da desmotivação.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um número considerável de estudantes de cursos de Letras sai da universidade sem o

conhecimento necessário para ensinar pronúncia nas aulas de língua inglesa. Após formados, e

já atuando como profissionais, o problema persiste, pois não procuram aprimorar-se na área,

geralmente por não pensarem essa prática como essencial para o aprendizado ou por mera

insegurança.

Professores que não estejam preparados para trabalhar pronúncia com seus alunos

podem cometer erros como transmitir suas dificuldades para os aprendizes, que podem persistir

nas formas inadequadas de pronuncia para a vida toda, se não forem corrigidos

apropriadamente; ou esperar de seus alunos uma pronúncia livre de sotaques, quase que como

um nativo de língua inglesa. Quanto a isso, verificamos que o mais importante é que a pronúncia

do aprendiz seja inteligível, pois sotaques fazem parte da identidade dos falantes de

determinadas regiões, mesmo entre falantes nativos. Assim, podemos afirmar que o domínio de

fonética e fonologia possibilita ao professor entender a importância da boa comunicação;

identificar que fatores como a inexistência de determinados sons na língua materna do aluno

irá causar dificuldades de pronúncia de sons que encontramos apenas na língua-alvo; criar

metodologias adequadas de correção, levando em consideração formas de facilitar a

compreensão dos estudantes; e como trabalhar as próprias dificuldades enquanto professores

ou futuros professores de língua inglesa.

Através do questionário aplicado, pudemos notar que os alunos do curso de Letras,

mesmo recebendo as devidas instruções sobre pronúncia ao cursarem a disciplina de fonética e

fonologia, ainda possuem dificuldades que não podem ser superadas em um semestre, o que

exige do aluno a busca pela formação na área além do que a Universidade oferece.

Esperamos que este trabalho sirva de apoio, incentivo e, ao mesmo tempo, forneça

subsídios a professores que desejarem aprimorar sua pronúncia na língua-alvo e adotar

metodologias de ensino mais eficazes e adequadas ao ensino desse aspecto da língua inglesa, e

que seus alunos possam se beneficiar desses conhecimentos, de modo que se tornem falantes

bem sucedidos dessa língua. Reafirmamos, aqui, nossa crença de que a solução do problema

suscitado pelo presente estudo passa, necessariamente, pela formação de professores de LE e

que mudanças nesse processo levarão à ampliação da oferta de um ensino de qualidade.

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7 ANEXOS

7.1 QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE LETRAS

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE LETRAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ALUNA: SARAH FERNANDES PROFESSORA ORIENTADORA: Ms. MARIA DAS GRAÇAS MESQUITA

QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE LETRAS8

1. Identificação:___________________________________________________________ E-mail:________________________________________________________________ Que ano você está cursando?_______________________________________________ Qual língua você cursa?___________________________________________________

2. Numere as habilidades abaixo de mais importante (1) para menos importante (6) na aprendizagem da língua inglesa, na sua opinião: ( ) leitura ( ) fala ( ) pronúncia ( ) escrita ( ) compreensão oral ( ) conhecimento de gramática

3. Você acredita que uma pronúncia deficiente possa prejudicar a comunicação? Como? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Você já cursou alguma matéria específica de pronúncia ou fonologia da língua inglesa no seu curso de graduação? Caso a resposta seja afirmativa, o que achou da experiência? Se negativa, esse tipo de matéria costuma ser ofertada? Caso tenha sido ofertada, por que não cursou? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Como você classifica o ensino de pronúncia que teve até os dias de hoje? Foi suficiente ou seus professores focaram pouco nesse assunto? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8 Fonte: BRAWERMAN-ALBINI, Andressa; KLUGE, Denise. O desafio da pronúncia na formação de professores de inglês. In: Anais do IX Encontro do CELSUL, 2010, Palhoça.

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6. Você tem dificuldades com a pronúncia da língua inglesa? Quais suas maiores dificuldades?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Você acredita que o ensino de pronúncia seja importante? Por quê? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Como futuro professor de inglês, como você destacaria a importância da SUA pronúncia na aprendizagem de seus futuros alunos? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. Você acredita que o conhecimento de noções teóricas da fonologia da língua inglesa seja importante na sua formação de professor? Por quê? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Você pretende ensinar pronúncia aos seus futuros alunos? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________