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O envelhecimento Cognitivo. Mitos e Realidades J. Gorjão Clara, MD, PhD, Full Board Member of the European Union Geratric Medicine Society Board Member of the Geriatric Section of the Union European Medical Specialists Membership of the European Academy for Medicine of Ageing Unidade Universitária de Geriatria Faculdade de Medicina de Lisboa / Centro Hospitalar de Lisboa Norte / Centro Académico de Lisboa

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O envelhecimento

Cognitivo. Mitos e

Realidades J. Gorjão Clara, MD, PhD,

Full Board Member of the European Union Geratric Medicine Society

Board Member of the Geriatric Section of the Union European Medical Specialists

Membership of the European Academy for Medicine of Ageing

Unidade Universitária de Geriatria Faculdade de Medicina de Lisboa / Centro Hospitalar de Lisboa Norte / Centro

Académico de Lisboa

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MITOS

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“A velhice é humilhante?

Não a velhice em si, mas o facto

de perdermos qualidades e

ficarmos inteiramente à mercê dos

outros, está a perceber?

José Rodrigues dos Santos “O Sétimo Selo”

Gradiva (2008)

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“é um facto que morremos muito mais tarde, sim

senhor. Mas isso tem um preço, sabe?

Qual?...prolongamos a vida e a partir de um certo

limite começamos a vegetar.”

Imagine-se a si com a idade desta gente. Não

consegue andar, baralha as coisas, não pode

cuidar de si próprio nem para as coisas mais

elementares. Põem-lhe a fralda, limpam-lhe o

rabo, dão-lhe a sopa à boca, passa o tempo

sentado ou deitado a ver dia passar.

José Rodrigues dos Santos “O Sétimo Selo”

Gradiva (2008)

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FOI A 15 DE MAIO DE 1987, DEPOIS DE QUASE

DEZ ANOS DE SOFRIMENTO. A MAIS BELA “PIN-

UP” DA HISTÓRIA, A GILDA, QUE DEU NOME Á

BOMBA LANÇADA EM BIKINI NO ANO DE 1947,

FALECEU VÍTIMA DA DOENÇA DENOMINADA

“DOENÇA DE ALZHEIMER” UMA DOENÇA

RARA, QUE SE PODE DEFINIR

APRESSADAMENTE, COMO UMA

VARIANTE DA SENILIDADE PRECOCE

IN: “Génios do Cinema”Rita Hayworth. Ed. Impala,

1995

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VELHICE (AGEISM): Juízos e conceitos errados da população jovem em relação aos idosos, assim como da interpretação deturpada do envelhecimento pelos próprios idosos.

(MODIFICADO DE:) Butler R N

Gerontologist, 1969

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MITOS

É bem conhecido que ser velho está

assocido com esteriotipos sociais que

são negativos incluindo adjectivos tais

como “senil”, “ridículo”, “rígido”,

“fraco”, “esquecido” “confuso”

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MITOS

Adultos de todas as idades associam o envelhecimento com declínio cognitivo (Ryan,1992)

Lineweaver and Hertzog (1998) Mostraram que indivíduos de todas as idades acreditam que a memória sofre um declínio acelerado depois dos 40 anos

Existe uma fundamentada evidência de que alguns indivíduos de meia idade sentem ansiedade em relaçãoa envelhecer, a de virem a sofrer de Doença de Alzheimer, porque têm medo das potenciais consequências negativas do envelhecimento que incluem incapacidade física, compromisso cognitivo e morte (Hodgson & Cutler, 2003; Lynch, 2000).

Um achado clássico em gerontologia, que reflecte esta atitude, é a de que estes indivíduos se assumem mais jovens do que cronologicamente são de facto ( Montepare & Lachman, 1989; Rubin & Berntsen, 2006

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Mitos alterações intelectuais que

interferem com as

actividades da vida diária

são habituais e normais no

envelhecimento

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Realidades

Só alterações intelectuais

mínimas são da

responsabilidade do

envelhecimento

As funções intelectuais

podem ser mantidas ou

recuperadas pelo treino

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Realidades

Muitas pessoas atingem idades avançadas

mantendo a suas capacidades intelectuais

intactas. A Genética seguramante que

desempenha um importante papel no

“envelhecimento com qualidade” mas o

modo como nós vivemos as nossas vidas

dia-a-dia é crucial

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American Medical Association. White Paper on

Elderly Health. Report of the Council on Scientific

Affairs, Arch Intern Med 1990; 2459-72

80% dos indivíduos após os 65 anos

e

54% dos indivíduos com mais de 85 anos

estão de “boa saúde” e têm vida independente e activa

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MITOS

Não podemos mudar o nosso cérebro!

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Não podemos mudar o nosso cérebro ?

Realidades

O nosso cérebro está constantemente a

mudar em resposta às nossas

experiências e mantém esta “plasticidade”

ao longo do envelhecimento

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MITOS

•Perdemos células cerebrais

todos os dias

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Perdemos células cerebrais todos os dias?

Realidades

A maioria das regiões do cérebro não

perdem células quando envelhecemos.

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MITOS

O cérebro não produz novas células

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O cérebro não produz novas células ?

Este mito foi aceite durante anos, mas recentemente foi provado que era falso. Sabemos hoje que se criam novos neurónios e novas conexões entre eles, se estimularmos e exercitarmos o nosso cérebro.

“A neuroplasticidade é uma das mais extraordinárias descobertas do século XXI” (Norman Doidge)

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Realidades

O cérebro é o orgão que nos permite a

inteligência. Ele aprende e cresce

interagindo com o mundo exterior através

da percepção e da acção. A estimulação

mental melhora as funções do cérebro e

protege contra o declínio cognitivo tal

como o exercício físico proteger contra a

dependência física

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Realidades Mais de 50% dos idosos não demonstram declínio intelectual e quando treinados podem, inclusivé, melhorar a sua rendibilidade mesmo nas fases tardias da vida

Estudos longitudinais revelaram que 2/3 dos idosos com declínio intelectual podem voltar aos valores anteriores de eficiência quando treinados

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Realidades

O desuso é a principal causa

de perda das funções

intelectuais

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Memória

“Use-a

ou

perde-a !”

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Fotografia de 2005

Rita Levi Montalcini, nasceu em Turín,

Itália em 1909 e obteve o Premio Nobel de

Fisiologia na Medicina no ano 1986

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Realidades O compromisso cognitivo que

interfere com uma vida normal nunca pode ser atribuída ao envelhecimento quando surge deve levantar de imediato a suspeita de doença e conduzir a uma pronta avaliação médica

Richard Besdine

Dementia and Delirium Geriatric Medicine, 1988

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Realidades O declínio mental grave é habitualmente

provocado por doenças, enquanto que a

maioria das perdas da memória ou das

capacidades motoras relacionadas com o

envelhecimento resultam principalmente

da inactividade e da falta de exercício

mental e de estimulação

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É hoje claro que só declínio

cognitivo mínimo pode ser atribuído

ao envelhecimento e que nestas

circunstâncias as funções

intelectuais podem ser recuperadas

ou melhoradas aumentando a

participação em tarefas

intelectualmente estimulantes

Richard Besdine

Dementia and Delirium

Geriatric Medicine, 1988

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Plasticidade neuronal

Evidencia recente mostra que os cérebros

idosos podem reproduzir novos neurónios,

novas conecções sinápticas e nova

vascularização. Embora esta plasticidade

neuronal esteja reduzida no

envelhecimento continua mais eficaz do

que inicialmente se pensava.

(Greenwood, 2007; Kempermann, 2008; Kramer, Bherer, Colcombe,

Dong, & Greenough, 2004; Park & Reuter-Lorenz, 2009).

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Plasticidade neuronal

Embora o envelhecimento biológico

coloque progressivos constrangimentos

nos níveis máximos da rendibilidade

cognitiva com o avançar da idade, a

rendibilidade pode ainda ser melhorada no

muito idoso

(Kramer & Willis, 2003; Singer, Lindenberger, & Baltes, 2003; Yang,

Krampe, & Baltes, 2006).

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PLASTICIDADE NEURONAL

Até ao sec. xx existia o consenso de que

as células cerebrais tinham um número

imutável a partir da infância, com algumas

áreas, como a do hipocampo, onde os

neurónios podiam continuar a multiplicar-

se após a infância. No sec. XXI verificou-

se que todos os neurónios se podem

multiplicar!

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PLASTICIDADE NEURONAL

De acordo com esta teoria da

Neuroplasticidade, pensar, aprender,

actuar, altera a estrutura e a organização

funcional de todo o cérebro.

Mesmo na idade avançada podem

aumentar o número dos neurónios

cerebrais

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PLASTICIDADE NEURONAL

Pela estimulação (intelectual, física, emocional)

o cérebro modifica-se sob o ponto de vista

anatómico e funcional.

Aumentam as ligações entre os neurónios

através dos seus ramos (dendritos), fortalecem-

se essas ligações, formam-se novos neurónios,

activa-se a cascata de neurotransmissores que

regulam a ligação entre os neurónios.

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Depiction of the zone of possible cognitive development across adult life for a given individual.

Hertzog C et al. Psychological Science in the Public Interest 2008;9:1-65

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O que é que podemos fazer, ou como podemos viver as nossas vidas, para mantermos e melhorarmos as nossas

funções cognitivas?

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O que é que podemos fazer, em termos de como podemos viver

as nossas vidas, para mantermos e melhorarmos as nossas

funções cognitivas?

1ª SUGESTÃO

Exercícios Intelectuais

(Ginástica Mental)

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Exercícios intelectuais

Estudos de treino-cognitivo demonstraram

que os idosos podem melhorar as suas

funções cognitivas quando sujeitos a

intenso treino com estratégias que

promovem o raciocínio e a memória.

Estes estudos sugerem que existe uma

reserva potencial nas funções intelectuais

dos idosos que podem ser aumentadas

através do treino

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Results of extensive training of younger and older adults in the Method of Loci, plotting serial-recall scores against number of training sessions for both age groups.

Adaptado de “Further Testing of Limits of Cognitive Plasticity: Negative Age Differences in a Mnemonic Skill Are Robust” P.B. Baltes & R.Kiegl, Developmental Psychology ,1992 ; 28, p.123

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Exercícios intelectuais

Num estudo publicado em 2007, em 775 idosos sem demência foi registada a frequência de participação em nove actividades estimulantes cognitivas, durante 5 anos, com avaliação anual. 90 idosos desenvolveram doença de Alzheimer. O risco de D. de Alzheimer foi 2,5 vezes maior nos idosos com baixa actividade cognitiva em comparação com os que praticaram altos níveis de actividade cognitiva.

R.S. Wilson, P.A. Scherr, J.A. Schneider, Y. Li, & D.A. Bennett: The Relation of Cognitive Activity to Risk of Developing Alzheimer's Disease,” Neurology, 2007 69, p. 1915)

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Cumulative hazard from a survival analysis of incidence of Alzheimer's disease (AD)

diagnosis as a function of number of years in the study, for high mental-activity (solid red

line) and low mental-activity (dashed blue line) older adults. (Adaptado de “The Relation of Cognitive

Activity to Risk of Developing Alzheimer's Disease,” R.S. Wilson, P.A. Scherr, J.A. Schneider, Y. Li, & D.A. Bennett,,

Neurology, 2007 69, p. 1915)

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Neurónios do Hipocampo

Em qualquer idade nós podemos e devemos continuar a construir e expandir o

nosso cérebro

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O que é que podemos fazer, em termos de como podemos viver

as nossas vidas, para mantermos e melhorarmos as nossas

funções cognitivas?

2ª SUGESTÃO

Exercício Físico

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A prática de exercício físico terá

relação com cognição?

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A prática de exercício físico terá relação com cognição?

A prática regular de exercício físico

aumenta os níveis de factores

neurotróficos que se revelaram ser

neuroprotectores, aumentando o

crescimento dos neurónios e multiplicando

a rede de ligações entre eles

(Lu, Pang & Woo: the yin and yang of neurotrophin action. Nature

Reviews Neuroscience, 2005; 6: 603-614)

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A prática de exercício físico terá relação com cognição?

Num estudo publicado em 2006 em 1740 homens e mulheres com mais de 65 anos, observados por um período de 6,2 anos, após correcção para o estilo de vida e a situação médica, a incidência de D. de Alzheimer foi significativamente maior nos indivíduos que faziam exercício menos de 3 x por semana (19,7 em cada 1000 pessoas por ano) do que nos que faziam exercício mais do que 3x por semana (13,0 por 1000 pessoas por ano)

Larson et al.: exercise is associated with reduced risk for incident dementia among persons 65 years of age or older. Annals of Internal Medicine, 2006;144: 73-8

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Effect sizes of mean differences in cognitive performance between older adults in aerobic fitness training (green bars) and those in a control condition (yellow bars) for different types

of cognitive tasks.

Adaptado de Colcombe S., Kramer A.F.:“Fitness effects on the cognitive function of older adults: A meta-analytic study. Psycological Science, 2003, 14, 125-130

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O que é que podemos fazer, em termos de como podemos viver

as nossas vidas, para mantermos e melhorarmos as nossas

funções cognitivas?

3ª SUGESTÃO

Vida social regular (novos amigos, velhos amigos, teatro,

cinema, música, dança, ….encontros

de convívio)

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Actividade social e Demência

Em mais de1000 pessoas idosas de Kungsholmen, no distrito de Estocolmo, as que referiam participação diária ou semanal em actividades sociais como ir ao teatro, participar em organizações de reformados, tinham 40% menos risco de desenvolverem demência, durante os 6 anos observação, do que as pessoas que não participavam nestas actividades

Wang H X et al.: Late-life engagement in social and leisure activities is associated with a

decrease risk of demencia: A longitudinal study from the Kungsholmen Project. American Journal of Epidemiology, 2002; 155:1081-1087

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Actividade social e Demência

Vários outros estudos concluiam que ser

casado, não viver sózinho, ter filhos, ter

ligações sociais estreitas, conviver com

crianças e amigos e sentir-se feliz com

estes contactos, se relacionavam com

redução do risco de demência.

Bickel & Cooper 1994,Helmer et al. 1999,Wilson e tal.2007,Fratiglioni 2000

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Actividade social e Demência

Esta informação suporta a ideia de que

altos níveis de envolvimento social se

relacionam com redução de risco de

declínio cognitivo e de demência no idoso,

embora não se entenda bem a base desta

associação

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O que é que podemos fazer, em termos de como podemos viver

as nossas vidas, para mantermos e melhorarmos as nossas

funções cognitivas?

4ª SUGESTÃO

Evitar o neuroticismo (depressão, ansiedade, raiva vergonha)

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CANSAÇO

…Quero olhar mais longe e não consigo

O desalento cresce inunda a alma.

Meu coração já nada anseia nada quer

Perante a estrada longa, não prossigo.

Fechei os olhos, o corpo exige calma

É tempo…vou enfim adormecer Maria Leopoldina Amaral

Colectânea de Poesias, Poetas do Concelho

Figueira de Castelo Rodrigo, 2001

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O que é que podemos fazer, em termos de como podemos viver

as nossas vidas, para mantermos e melhorarmos as nossas

funções cognitivas?

Um grupo de 800 idosos sem demência com

auto avaliação (usando um teste standard) de

personalidade neurótica, tiveram avaliação

clínica anual durante, em média, 5 anos.

Durante o “follow-up” a 140 idosos foi

diagnosticada Doença de Alzheimer. Os idosos

com alto nível de neuroticismo tiveram cerca de

2 vezes mais incidência de Alzheimer de que os

com baixo ível de neuroticismo.

Wilson R S et al: Proneness to psychological distress is associated with risk of

Alzheimer’s disease. Neurology, 2003; 61:1479-1485

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Cumulative hazard of the incidence of Alzheimer's disease (AD) as a function of time in the study for persons with high (solid red line) or low (dashed blue line) neuroticism index

scores.

Adaptado de “Proneness to Psychological Distress Is Associated With Risk of Alzheimer's Disease,” by R.S. Wilson, D.A. Evans, J.L. Bienias, C.F. Mendes de Leon, J.A. Schneider, & D.A. Bennett, Neurology, 2003; 61, p. 1481

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1ª Conclusão:

O idoso saudável não é “esquecido ou

“confuso” ou “demente”

O cérebro treina-se como um músculo!

“use-o ou perde-o!

O CONHECIMENTO DA PLASTICIDADE DOS

NEURÓNIOS É UMA DAS MAIORES

CONQUISTAS CIENTÍFICAS DO SEC. XXI

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Para conseguir um

“envelhecimento com

sucesso” devemos ajudar o

cérebro a envelhecer bem.

Conclusão:

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3ª Conclusão PARA AJUDAR O CÉREBRO A ENVELHECER BEM

DEVEMOS

1) Envolvermo-nos em actividades intelectualmente estimulantes

(ginástica mental)

2) Praticar exercício físico

3) Manter e alargar as ligações sociais (passando tempo com amigos e familiares, participando e organizando reuniões e actividades em grupo, etc.)

4) Aprender a lidar com o “stress”,desenvolvendo e assumindo atitudes positivas em relação a nós póprios e ao Mundo

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4ª Conclusão

Mudando de atitude

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…Não podemos dizer “agora já não vale a pena. Vale sempre a pena até ao fim”!

Jaime Celestino da Costa, (aos 80anos)

Diário de Notícias,1986

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TUDO NOS DEVE SER PERMITIDO NA

VELHICE COMO NA JUVENTUDE NADA

NOS ALTERARÁ A ATITUDE E O

COMPORTAMENTO SOMOS AS

MESMAS PESSOAS QUE SEMPRE

FOMOS APENAS AS NOSSAS

LIMITAÇÕES FÍSICAS(E SÓ ELAS)

PODERÃO CONDICIONAR O QUE

QUEREMOS FAZER

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NA PAZ DO MEU MUNDO

…Na paz do meu mundo

Andei e estou

Sempre fui e serei

O que hoje sou!

Maria José Almeida Rebolho (79 anos) Colectânea de Poesias, Poetas do Concelho

Figueira de Castelo Rodrigo, 2001

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Não são os outros (os jovens, os

moralistas, os conservadores, os

censores, os críticos…) que

ditarão o que o idoso não tem

idade para fazer.

É o próprio idoso que definirá o

que quer e pode fazer abolindo

para sempre o preconceito:

JÁ NÃO TENHO IDADE!

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NÃO VIVER NO PASSADO

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...Saudade é amar um passado

que ainda não passou,

É recusar um presente que nos

incomoda,

É não ver o futuro que nos

convida...

Pablo Neruda

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O segredo da saúde mental e corporal

está em não se lamentar pelo passado,

não se preocupar com o futuro, nem se

adiantar aos problemas, mas viver

sábia e seriamente o presente

Buda

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ONTEM

É HISTÓRIA, AMANHÃ UM

MISTÉRIO, HOJE UMA

DÁDIVA…POR ISSO SE

CHAMA PRESENTE

Alice Morse Earle

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A vida é uma peça de teatro que não

permite ensaios. Por isso, cante, chore,

dance, ria e viva intensamente, antes que

a cortina se feche e a peça termine sem

aplausos.

Charles Chaplin

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Foto:

Prof. João

Francisco

Nogueira da

Costa

“Envelhecer com

a cor e o perfume

das flores”

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MITOS

Não podemos mudar o nosso cérebro!

Perdemos células cerebrais todos os

dias

O cérebro não produz novas células

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TEMOS DE ACEITAR QUE

TODOS OS DIAS VAMOS

ENVELHECENDO E DE QUE

A VIDA É FINITA...

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MAS O IDOSO NUNCA É

SUFICIENTEMENTE

VELHO PAR NÃO ESPERAR

QUE DEPOIS DE UM DIA

OUTRO DIA CHEGUE

SENECA

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Conclusão:

O idoso saudável não é “esquecido ou “confuso” ou “demente”

O cérebro treina-se como um músculo!

“use-o ou perde-o!

Em qualquer fase da vida pode recuperar-se a cognição perdida

A) Pela ginástica mental

B) Pelo exercício físico

C) Pela actividade social

D) Pela abolição da personalidade neurótica

O CONHECIMENTO DA PLASTICIDADE DOS NEURÓNIOS É UMA DAS MAIORES CONQUISTAS CIENTÍFICAS DO SEC. XXI

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“AGEISM”

There is little question that ageism is a

prevalent and enduring problem in the

United States and elsewhere

(Nelson T D: Ageism.Prejudice against our feared future self. Journal of Social

Issues, 2005; 61: 207-221).

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“AGEISM”

Hoje as atitudes em relação ao envelhecimento vão mudando acreditando o público que o declínio cognitivo não é universal nem inevitável.

Graças a organizações públicas como National Institute on Aging e privadas como American Association of Retired Persons as pessoas foram persuadidas de que a demência é uma doença que acontece a alguns, mas não a todos os indivíduos

Nelson T D: Ageism.Prejudice against our feared future self. Journal of Social Issues, 2005; 61: 207-221).

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Before birth you created neurons, the brain cells that communicate with each other, at the rate of 15 million per hour! When you emerged into the world, your 100 billion neurons were primed to organize themselves in response to your new environment – no matter the culture, climate, language, or lifestyle. During infancy, billions of these extraordinary cells intertwined into the vast networks that integrated your nervous system. By the time you were four or five years old, your fundamental cerebral architecture was complete. Until your early teens, various windows of opportunity opened when you could most easily learn language and writing, math and music, as well as the coordinated movements used in sports and dance. But, at any age you can – and should – continue to build your brain and expand your mind.

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Realidades Os idosos podem apresentar sinais e

sintomas que mimetizam critérios de

demência. Apatia, diminuição das

capacidades cognitivas, queixas de perda

de memória, perda das actividades de

auto-cuidado, incontinência, confusão,

agitação. Esta entidade clínica denomina-

se actualmente de “depressão sindroma

de demência”

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Estudos transversais usando a

Wechsler Adult Intelligence Scale

mostraram que se atinge um pico de

capacidade intelectual aos 24 anos

e que essa capacidade começa a

declinar a partir dos 30 anos e

continua ao longo de todo o

envelhecimento!

Cowell, D. Senile dementia of the Alzheimer’ type: a costly problem.

J. Am. Geriatr. Soc. 31(1)6, 1983

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Estudos longitudinais da mesma

época, num grupo de idosos

seguidos durante 14 anos,

avaliados nas suas capacidades

intelectuais, demonstraram

declínio insignificante ou

ausência de qualquer declínio

cognitivo Gurland B, Cross P.: Epidemiology of psychopatology in old age.

Psychiatr.Clin.North America 5:11, 1982

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A prática de exercício físico terá relação com cognição?

1) Vários estudos demonstraram relação inversa entre actividade física e risco cardiovascular (Oguma & Shinoda-Tagawa, 2004) diabetes, (Laaksonen et al. ,2005), cancro do colon e da mama,(Lee, 2003),osteoporose, (Kelley, 1998)

2) deste modo poderia esperar-se que o exercício físico mantivesse a integridade intelectual uma vez que estas doenças se associam com declínio cognitivo

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A prática de exercício físico terá relação com cognição?

3) Por outro lado o exercício físico melhorando a função cardiorespiratória e a oxigenação dos tecidos e orgãos poderia melhorar a função cerebrais

4) O que se verificou na experimentação animal foram alterações da estrutura cerebral e das suas funções quando os animais do estudo foram expostos a um ambiente estimulante (vários brinquedos, objectos para subir e descer, rodas giratórias e por vezes outros animais).

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A prática de exercício físico terá relação com cognição?

5) A exposição a estes ambientes verificou-

se aumentar o comprimento dos ramos

dendríticos dos neurónios, criação de novas

ligações entre eles, alterações nas células

gliais de suporte, aumento da rede capilar

cerebral, e desenvolvimento de novos

neurónios (provavelmente a partir de “Stem

Cells”), assim como uma cascata de

alterações moleculares e neuroquímicas

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Predicted paths of change in episodic memory for high (solid red line) or low (dotted blue line) levels of neuroticism

Adaptado de “Proneness to Psychological Distress Is Associated With Risk of Alzheimer's Disease,” by R.S. Wilson, D.A. Evans, J.L. Bienias, C.F. Mendes de Leon, J.A. Schneider, & D.A. Bennett, Neurology,

2003; 61, p. 1482

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– Yesterday is History, Tomorrow a Mystery,

Today is a Gift, Thats why it's called the

Present

Alice Morse Earle

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Viva o hoje,

pois o ontem já se foi

e o amanhã talvez não venha.

Antoine de Saint-Exupéry