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O Espaço de Fluxos

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Introdução• Espaço e tempo

– Principais dimensões materiais da vida humana;

– Estão interligados na natureza e na sociedade;– Formados pela transformação histórica;– Complexidade de interação entre a

tecnologia,a sociedade e o espaço;– Foco no espaço;– O espaço organiza o tempo na sociedade em

rede.• Objetivo

– Desenhar o perfil deste novo processo espacial,o espaço de fluxos,que está se tornando a manifestação espacial predominante de poder e função em nossas sociedades.

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Serviços avançados, fluxos da informação e a cidade global

• Tanto o espaço quanto o tempo estão sendo trans-formados sob o efeito combinado do paradigma da tecnologia da informação e das formas e processos sociais induzidos pelo atual processo de transformação histórica.

• Centros de controle e comando são concentrados em alguns centros nodais de alguns países,onde as sedes corporativas podem encontrar fornecedores e mão-de-obra especializada.

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Serviços avançados, fluxos da informação e a cidade global

• Serviços Avançados(Finanças,jurídico,propaganda,marketing,P&D,relações públicas,gerenciamento de sistemas de informação e ouros) estão dispersos, localizados em toda a geografia do planeta.

• Esta arquitetura facilita a flexibilidade e adaptabilidade das organizações.

• Em cada país,a arquitetura de formação de redes reproduz-se em centros locais e regionais,de forma que todo o sistema fique interconectado em termos globais.

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Serviços avançados, fluxos da informação e a cidade global

• Resultado de estudo solicitado pela Federal Express,que,analisando o movimento de documentos,pacotes e caixas enviados pelo sistema overnight,obtiveram uma aproximação com a arquitetura de fluxos da informação em desenvolvimento na economia global.

• O que importa,é que a cidade global não é um lugar,mas um processo,no qual os centros produtivos e de consumo de serviços avançados e suas sociedades auxiliares estão conectados em uma rede global.

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O novo espaço industrial• Com o advento das indústrias de alta tecnologia

foi introduzida uma nova lógica de localização industrial.

• Castells apresenta tipos diferentes de localização para operações distintas do processo produtivo:– 1 P&D,inovação e fabricação de protótipos

concentrados em centros industriais inovadores,com boa qualidade de vida;

– 2 Fabricação qualificada em áreas recém-industrializadas do mesmo país;

– 3 Montagem semiqualificada localizada em regiões com incentivos e baixos custos de mão-de-obra; e

– 4 Adequação de dispositivos,manutenção e suporte técnico,em centros regionais em todo o globo.

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O novo espaço industrial• Neste modelo de localização um elemento-chave é o

“meio de inovação”,onde haja um compartilhamento de cultura de trabalho que proporciona a geração de novos conhecimentos,novos processos e novos produtos.

• As “tecnópoles” assumem vários formatos urbanos,concentrando-se,inicialmente nas áreas metropolitanas mais destacadas,como é o caso do Vale do Silício,a Route 128 de Boston e outros.

• “A lógica característica da nova localização industrial é a descontinuidade geográfica.O novo espaço industrial é organizado em torno de fluxos da informação,que ao mesmo tempo,reúnem e separam-dependendo dos ciclos das empresas – seus componentes territoriais”.

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O cotidiano do domicílio eletrônico: Fim das cidades?

• Exemplos de tendências que não estão se desenvolvendo à altura das expectativas são:– Teletrabalho– Telecompras– Telemedicina – Telebancos

• Escolas e universidades são as instituições menos afetadas pela lógica virtual embutida na tecnologia da informação.

• Apesar da “centralidade na casa” como tendência,locais de trabalho,escolas,complexos médicos e shopping centers continuarão existindo.

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“As pessoas deslocam-se entre esses lugares com mobilidade crescente,devido à flexibilidade recém-conquistada pelos sistemas de trabalho e integração social em rede:como o tempo fica mais flexível,os lugares tornam-se mais singulares à medida que as pessoas circulam entre eles em um padrão cada vez mais móvel.”

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A transformação da Forma Urbana:Cidade Informacional

• A era da informação está introduzindo uma nova forma urbana,a cidade informacional.

• Devido a natureza da nova sociedade, baseada em conhecimento, a cidade informacional é organizada em torno de redes e parcialmente formada por fluxos, não é uma forma, mas um processo, caracterizado pelo predomínio estrutural do espaço de fluxos.

• Para apresentar esta idéia o autor apresenta a diversidade das formas urbanas emergentes.

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A última fronteira suburbana dos EUA

• A definição empírica de Edge City são áreas de trabalho e centros de serviços ao redor de unidades residenciais cada vez mais densas e de uma só família que organizam a vida particular ‘centrada na casa’.

• O desenvolvimento destas constelações inter-relacionadas nas áreas metropolitanas enfatiza a interdependência funcional de unidades e processos diferentes em um determinado sistema urbano por longas distâncias.

• O perfil da Cidade Informacional norte-americana não é totalmente representada pelo fenômeno da “Edge City”, mas pela relação entre o desenvolvimento rápido das áreas metropolitanas, decadência dos centros das cidades e obsolescência do ambiente construído nos subúrbios.

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O charme evanescente das cidades européias

• O centro empresarial é, como nos Estados Unidos, o motor econômico da cidade em rede com a economia global.

• O centro empresarial consiste numa infra-estrutura de telecomunicações, comunicações, serviços avançados e espaços para escritórios baseados em centros geradores de tecnologia e instituições educacionais.

• Próspera em processamento de informação e funções de controle, complementada por instalações de turismo e viagens. É um nó na rede metropolitana.

• Não existe por si mesmo, mas pela conexão com outros locais equivalentes organizados em uma rede que forma a unidade real de gerenciamento, inovação e trabalho.

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O charme evanescente das cidades européias

• As verdadeiras áreas exclusivamente residenciais tendem apropriar a cultura e história urbanas, estabelecendo-se em áreas reabilitadas ou bem preservadas da metrópole.

• O mundo suburbano das cidades européias é um espaço social diversificado, segmentado em diferentes periferias nas vizinhanças da metrópole.

• Representam o centro da produção industrial das cidades européias, tanto da indústria tradicional quanto das novas indústrias de alta tecnologia.

• Os bairros tradicionais constituem um espaço distinto,vulneráveis e disputados para os esforços de redesenvolvimento e reapropriação do valor de uso da cidade.

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O charme evanescente das cidades européias

• Nos principais bairros administrativos e de entretenimento das cidades européias, que se encontra a marginalidade urbana.

• Os principais centros metropolitanos europeus apresentam variação na estrutura urbana delineada, dependendo de seu papel diferencial na rede européia de cidades. – Quanto mais baixa sua posição na nova rede informacional

maior será a dificuldade na transição do estágio industrial e mais tradicional será a sua estrutura urbana.

– Quanto mais alta sua posição na estrutura competitiva, mais significativo o papel de seus serviços avançados no bairro comercial, mais intensa será a reestruturação do espaço urbano.

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Urbanização do terceiro milênio: megacidades

• A nova economia global e a sociedade informacional emergente de fato têm uma nova forma espacial que se desenvolve em vários contextos geográficos e sociais: as megacidades.

• Megacidades são aglomerações enormes de seres humanos, classificadas com mais de 10 milhões de habitantes (1992), mas o tamanho não é sua qualidade definidora.

• São os nós da economia global e concentram:– as funções superiores direcionais, produtivas e

administrativas de todo o planeta; – o controle da mídia; – a verdadeira política do poder; – a capacidade simbólica de criar e difundir

mensagens.

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Urbanização do terceiro milênio: megacidades

• Funcionam como imãs para as hinterlândias, a área regional onde estão situadas.

• Devem ser vistas como uma função de seu poder gravitacional em direção às principais regiões do mundo.

• Articulam a economia global, ligam as redes informacionais e concentram o poder mundial.

• São depositárias de segmentos da população que lutam para sobreviver para que não sejam ignorados em áreas negligenciadas pelas redes de comunicação.

• Estão conectadas externamente a redes globais e a segmentos de seus países, embora internamente desconectadas das populações locais responsáveis por funções desnecessárias ou pela ruptura social.

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Urbanização do terceiro milênio: megacidades

• O sonho ecológico de pequenas comunas semi-rurais será transportado para a marginalidade contracultural pela maré histórica do desenvolvimento das megacidades. Porque as megacidades são:– Centros de dinamismo econômico, tecnológico e

social em seus países e em escala global, verdadeiros motores de desenvolvimento;

– Centros de inovação cultural e política;– Os pontos conectores às redes globais de todos os

tipos.

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Urbanização do terceiro milênio: megacidades

• Apesar de todos os seus problemas continuarão a crescer tanto em tamanho quanto em atratividade para a localização de funções de alto nível e para as escolhas pessoais.

• As megacidades crescerão em tamanho e predomínio porque se alimentam da população, da riqueza, do poder e dos inovadores da suas hinterlândias.

• São os pontos nodais e os centros de poder da nova forma/processo espacial da era da informação: o espaço de fluxos.

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Urbanização do terceiro milênio: megacidades

Megacidade em formação: Sistema regional metropolitano formado por Hong Kong, Shenzhen, Cantão Pearl River Delta, Macau e Zhuhai

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A Teoria Social do Espaço e a Teoria do Espaço de Fluxos

• Espaço não é o reflexo da sociedade é sua expressão, é a sociedade.

• As formas e processos espaciais são constituídos pela dinâmica de toda a estrutura social.

• Os processos sociais exercem influência no espaço, atuando no ambiente construído, herdado das estruturas espaciais anteriores.

• Do ponto de vista da teoria social, espaço é o suporte material, no sentido simbólico, de práticas sociais de tempo compartilhado.

• Fluxos são a expressão dos processos que dominam nossa vida econômica, política, simbólica.

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A Teoria Social do Espaço e a Teoria do Espaço de Fluxos

• O Espaço de Fluxos pode ser descrito pela combinação de três camadas de suportes matérias que,juntas,constituem o espaço de fluxos:

• Um circuito de impulsos eletrônicos.– Os lugares não desaparecem,mas sua lógica e seu

significado são absorvidos pela rede.• Seus nós e centros de comunicação.

– Aqui estão localizadas as funções importantes que constroem uma série de atividades e organizações locais em torno de uma função-chave da rede.

• Organização espacial das elites gerenciais dominantes.– Constituem comunidades segregadas e criam um

estilo de vida e projetam formas espaciais para unificar o ambiente simbólico da elite em todo o mundo.

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Arquitetura do fim da história

• Tem sido o “ato fracassado” da sociedade.Tendências não pode ser declaradas abertamente mas têm força para serem moldadas fisicamente.

• Forte conexão entre o que a sociedade dizia e o que os arquitetos queriam dizer.

• Surgimento do espaço de fluxos está misturando as relações significativas entre a arquitetura e a sociedade.

• Quanto mais as sociedades tentam recuperar sua identidade além da lógica global do poder não controlado dos fluxos,mais precisam de uma arquitetura que exponha sua realidade sem imitar a beleza de um repertório espacial trans-histórico.

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Arquitetura do fim da história

• Tendências não pode ser declaradas abertamente mas têm força para serem moldadas fisicamente.

• Forte conexão entre pensamentos da sociedade e dos arquitetos.

• Surgimento do espaço de fluxos.

• Mistura as relações significativas entre a arquitetura e a sociedade

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Arquitetura do fim da história

• Cultura específica– Forma significado.– Está sendo esquecida.

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Arquitetura do fim da história

• Pós-modernismoDeclara o fim de todos os

sistemas de significados.

Cria uma mistura de elementos que procura a harmonia formal por provocação estilística trans-histórica.

A ironia torna-se o modo preferido de expressão.

Expressa a nova ideologia dominante: o fim da história e a suplantação de lugares no espaço de fluxos.

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Arquitetura do fim da história

• O pós-modernismo poderia ser considerado a arquitetura do espaço de fluxos.

• Arquitetura que exponha a realidade da sociedade

• Sem passar uma mensagem muito definida

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Arquitetura do fim da história

• Arquitetura da nudez– Formas neutras que não pretendem dizer nada.– Comparam a experiência com a solitude do espaço de

fluxos.

• Diferença entre a arquitetura antiga e a atual

O novo aeroporto de Barcelona

• Piso de mármore• Iluminação fria.• Imenso espaço aberto

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Arquitetura do fim da história• Estação Madrid AVE

– Estação antiga,reformada e transformada em um parque interno com palmeiras e muitos pássaros que cantam e voam no espaço fechado da estação.

– Design simples e elegante que não diz muito,mas mostra tudo.

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Interação : Espaço de fluxos e espaço de lugares

Belleville

• Local urbano multicultural• Sua paisagem física

tradicional de subúrbio pobre,mas harmonioso e histórico,foi misturada com pós-modernismo plástico,modernismo barato e jardins saneados.

• Lugar claramente indentificável,tanto na aparência quanto no conteúdo.

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Conclusão

• As pessoas vivem em lugares,mas,como o poder e as funções estão organizados em fluxos,o significado e a dinâmica dos lugares são alterados.

“A tendência predominante é para um horizonte de espaço de fluxos aistórico em rede,visando impor sua lógica nos lugares segmentados e espalhados,cada vez menos relacionados uns

com os outros,cada vez menos capazes de compartilhar códigos culturais.A menos que,se construam pontes culturais e físicas entre essas

duas formas de espaço,poderemos estar rumando para ávida em universos

paralelos,cujos tempos não conseguem encontrar-se porque são trabalhados em

diferentes dimensões de um hiperespaço social”