O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO,16DESETEMBRO DE2012 … · 2016. 2. 25. · de São Paulo...

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Vida Coletiva Letras miúdas Condephaat preserva Vila dos ingleses A Vila dos Ingleses, um conjun- to de 28 casas localizadas no bairro da Luz, foi protegida pe- lo Conselho de Defesa do Patri- mônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). O colegiado abriu processo de tombamento da vila, o que signi- fica que ela não poderá mais so- frer modificações sem a anuên- cia do órgão. Novos estudos his- tóricos e arquitetônicos serão feitos para que, em um futuro próximo, seja votado o tomba- mento definitivo das 28 casas de estilo vitoriano. Letras miúdas Prefeitura licencia 27 imóveis por dia O sistema de licenciamento ele- trônico de imóveis implementa- do em março pela Prefeitura já beneficiou 4.862 comerciais de até 1,5 mil metros quadrados que estavam irregulares. A mé- dia é de 27 alvarás por dia. ‘‘Qual é o procedimento mais adequado para a troca dos extintores de incêndio no condomínio?’ Letras miúdas SEGUNDO TRIMESTRE “O condômino deve comunicar de imediato o síndico, com cópia aos conselheiros e ao subsíndico, para que ele tome providências” O mercado de corporativos de alto padrão da capital deixou de absorver liquidamente 9.856 m² no segundo trimestre deste ano, segundo a consultoria Col- liers International Brasil, o pior resultado desde 2009. O aumen- to de 0,4% na taxa de vacância em relação ao primeiro trimes- tre justificaria o número. PAULO LIEBERT/AE O Capítulo VII, Art. 1.348, inciso V, da Lei 10.406/2002 (Código Civil) dispõe sobre as obriga- ções do síndico: “Diligenciar a conservação e a guarda das par- tes comuns”. Logo, ao ser identi- ficado que os extintores estão em condições que impeçam seu uso, devendo ser substituídos ou carentes de manutenção (car- ga vencida ou despressuriza- dos), o condômino deve comuni- car imediatamente o síndico, com cópia aos conselheiros e ao subsíndico se houver para que ele tome providências, a fim de restabelecer, com a máxima ur- gência, as condições de uso dos equipamentos. Uma vez que a so- licitação tenha sido feita e o sin- dico tenha se mantido inerte, o condômino, face aos riscos en- volvidos, pode contratar em no- me do condomínio a substitui- ção ou a manutenção dos extin- tores. É recomendado apenas que busque três orçamentos an- tes de autorizar a contratação. Cabe ressaltar que o Decreto Es- tadual nº 56.819/11 dispõe quan- to à obrigatoriedade de se ter equipamentos de combate a in- cêndio nas residências multifa- miliares – ou seja, nos condomí- nios. Já a Instrução Técnica nº 21/2011 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo dispõe, em detalhes, os quesitos para a instalação dos extintores: os ti- pos de equipamentos a serem uti- lizados, a quantidade a ser insta- lada em função do número de pa- vimentos que possui a edifica- ção, o local, a distância a ser ob- servada entre os equipamentos, entre outros. Os condôminos devem estar atentos aos indícios que podem caracterizar uma administração inconveniente, o que pode ense- jar inclusive na destituição do síndico, nos termos do artigo 1.349 da Lei 10.406/02, a saber: “A assembleia, especialmente convocada para o fim estabeleci- do no § 2o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria ab- soluta de seus membros, desti- tuir o síndico que praticar irregu- laridades, não prestar contas, ou não administrar conveniente- mente o condomínio”. GISELE FERNANDES, GERENTE GERAL DO GRUPO OMA PATRIMÔNIOS A compra de gerador deve ser planejada não somente do ponto de vista da escolha do equipa- mento. É preciso também pensar na engenharia financeira para a aquisição, já que os bancos não cedem financiamentos para a compra dessas máquinas que custam a partir de R$ 30 mil, ob- serva o diretor de locação da Aa- bic, Eduardo Zangari. “O que o condomínio pode conseguir é um parcelamento com a empresa vendedora, que costuma ser de no máximo 12 pagamentos. É interessante, então, após aprova- da a arrecadação extra para a compra, aguardar alguns meses para formar um caixa suficiente para pelo menos duas ou três prestações, já que cotas extras são algo fora do planejamento e podem ter um índice maior de inadimplência em relação à cota condominial. Se o condomínio tiver poucas unidades, a cota po- de pesar ainda mais nas contas dos condôminos”/L.C Tudo funcionando, mesmo sem eletricidade Novos edifícios de médio e alto padrão já vêm equipados com geradores; nos antigos falta de espaço para instalação pode ser entrave WERTHER SANTANA/AE- 29/9/2011 Absorção de corporativos de alto padrão na capital tem pior resultado desde 2009 Leandro Costa Para não correr o risco de ficar sem acesso a itens básicos para o prédio em caso de queda de ener- gia, como ao elevador, por exem- plo, condomínios precisam re- correr ao uso de grupos gerado- res (nome técnico dos geradores de energia). De acordo com técnicos, a ado- ção desses equipamentos para garantir a segurança e o conforto dos moradores é comum, sobre- tudo nos condomínios mais no- vos, de padrão médio e alto, on- de a construtora já entrega o em- preendimento equipado com es- ses geradores. Nos demais casos, é comum que o projeto pelo menos preve- ja um local para a instalação do equipamento, afirma o diretor de locação da Associação das Ad- ministradoras de Bens Imóveis e Condomínios (Aabic), Eduardo Zangari. Porém, mesmo que haja espa- ço para abrigar o gerador, Zanga- ri alerta que a escolha do equipa- mento deve ser tomada com cui- dado, de preferência com o auxí- lio da administradora. O motivo é que existe no mer- cado uma grande variedade de equipamentos, com potências variando entre 50 e 800 Kva, se- gundo explica o gerente comer- cial da fabricante de geradores Leon Heimer, Luzinilson Ferrei- ra Lima. “São grupos geradores com potência para atender des- de somente o básico, que são o elevador de serviço, bombas de água, luzes de emergência, por- tões elétricos e sistema de segu- rança, ou até manter ligado tudo o que for elétrico no condomí- nio inteiro, inclusive dentro das unidades.” De acordo com Zangari, é pre- ciso avaliar o que vai ser ligado ao gerador para dimensionar que tipo de equipamento é mais adequado. “Principalmente nos imóveis com mais de 15 anos”. Prédios antigos. O cuidado ex- tra nos condomínios antigos de- ve-se ao fato de que na maioria dos casos a estrutura elétrica não é preparada para receber o equipamento. E tampouco exis- te um local adequado para aco- modá-lo. “Geralmente, nos condomí- nios antigos, a instalação do gera- dor é assunto polêmico, porque as pessoas que moram em anda- res baixos não querem ficar olhando para o equipamento. Além disso, há a questão do ruí- do e da fumaça emitida pelo gera- dor”, observa Zangari. No condomínio onde o enge- nheiro aposentado Luiz Roberto Girão é síndico, localizado na Vi- la Olímpia, um edifício de 13 an- dares construído há 30 anos, se- rá necessário sacrificar uma par- te do playground para instalar o gerador. “Quase não há crianças no condomínio”, justifica. Ele conta que a decisão pela compra da máquina ganhou força nos úl- timos anos quando em mais de uma ocasião houve quedas de energia por períodos de até oito horas. “Não sabemos se pode- mos confiar na nossa infraestru- tura elétrica no futuro. Tenho 71 anos e moro no nono andar. Há outros moradores no condomí- nio com dificuldades de locomo- ção, que não podem ficar usando a escada toda vez que acaba a energia.” Para contornar o problema do barulho o condomínio optou pe- la compra de um grupo gerador silenciado, que é instalado den- tro de uma cabine metálica reves- tida com fibra de vidro. Segundo Lima, da Leon Heimer, as cabi- nes auxiliam a reduzir de 110 pa- ra até 65 decibéis o nível de ruído emitido pelo motor. Ao todo, contando a obra de reforço e a aquisição do equipa- mento silenciado, que é mais ca- ro que os convencionais, o síndi- co diz que o condomínio irá gas- tar R$ 70 mil para manter o eleva- dor de serviço, as bombas de água, as luzes de emergência, os portões e o sistema de segurança funcionando em casos de queda de energia. Ferreira destaca po- rém que soluções convencio- nais, para serem instaladas den- tro de salas de alvenaria, partem de R$ 30 mil. É preciso prever a arrecadação com antecedência Instalação. Por conta da emissão de ruídos, gerador deve ficar em local isolado. Na falta do espaço, existe a opção silenciada Necessidade LUIZ ROBERTO GIRÃO SÍNDICO “Há moradores no condomínio com dificuldades de locomoção, que não podem ficar usando a escada toda vez que acaba a energia” CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 Imóveis 1 a e i u o 5

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Vida Coletiva

Letras miúdas

Condephaat preservaVila dos inglesesA Vila dos Ingleses, um conjun-to de 28 casas localizadas nobairro da Luz, foi protegida pe-lo Conselho de Defesa do Patri-mônio Histórico, Arqueológico,Artístico e Turístico do Estadode São Paulo (Condephaat). O

colegiado abriu processo detombamento da vila, o que signi-fica que ela não poderá mais so-frer modificações sem a anuên-cia do órgão. Novos estudos his-tóricos e arquitetônicos serãofeitos para que, em um futuropróximo, seja votado o tomba-mento definitivo das 28 casasde estilo vitoriano.

Letras miúdas

Prefeitura licencia27 imóveis por diaO sistema de licenciamento ele-trônico de imóveis implementa-do em março pela Prefeitura jábeneficiou 4.862 comerciais deaté 1,5 mil metros quadradosque estavam irregulares. A mé-dia é de 27 alvarás por dia.

‘‘Qual é o procedimento mais adequado para atroca dos extintores de incêndio no condomínio?’

Letras miúdasSEGUNDO TRIMESTRE

“O condômino devecomunicar de imediatoo síndico, com cópia aosconselheiros e aosubsíndico, para queele tome providências”

O mercado de corporativos dealto padrão da capital deixou deabsorver liquidamente 9.856 m²no segundo trimestre desteano, segundo a consultoria Col-

liers International Brasil, o piorresultado desde 2009. O aumen-to de 0,4% na taxa de vacânciaem relação ao primeiro trimes-tre justificaria o número.

PAULO LIEBERT/AE

O Capítulo VII, Art. 1.348, incisoV, da Lei 10.406/2002 (CódigoCivil) dispõe sobre as obriga-ções do síndico: “Diligenciar aconservação e a guarda das par-tes comuns”. Logo, ao ser identi-ficado que os extintores estãoem condições que impeçam seuuso, devendo ser substituídosou carentes de manutenção (car-

ga vencida ou despressuriza-dos), o condômino deve comuni-car imediatamente o síndico,com cópia aos conselheiros e aosubsíndico se houver para queele tome providências, a fim derestabelecer, com a máxima ur-gência, as condições de uso dosequipamentos. Uma vez que a so-licitação tenha sido feita e o sin-

dico tenha se mantido inerte, ocondômino, face aos riscos en-volvidos, pode contratar em no-me do condomínio a substitui-ção ou a manutenção dos extin-tores. É recomendado apenasque busque três orçamentos an-tes de autorizar a contratação.

Cabe ressaltar que o Decreto Es-

tadual nº 56.819/11 dispõe quan-to à obrigatoriedade de se terequipamentos de combate a in-cêndio nas residências multifa-miliares – ou seja, nos condomí-nios. Já a Instrução Técnica nº21/2011 do Corpo de Bombeirosdo Estado de São Paulo dispõe,em detalhes, os quesitos para ainstalação dos extintores: os ti-pos de equipamentos a serem uti-lizados, a quantidade a ser insta-lada em função do número de pa-vimentos que possui a edifica-ção, o local, a distância a ser ob-servada entre os equipamentos,

entre outros.

Os condôminos devem estaratentos aos indícios que podemcaracterizar uma administraçãoinconveniente, o que pode ense-

jar inclusive na destituição dosíndico, nos termos do artigo1.349 da Lei 10.406/02, a saber:“A assembleia, especialmenteconvocada para o fim estabeleci-do no § 2o do artigo antecedente,poderá, pelo voto da maioria ab-soluta de seus membros, desti-tuir o síndico que praticar irregu-laridades, não prestar contas, ounão administrar conveniente-mente o condomínio”.

GISELE FERNANDES, GERENTE GERAL

DO GRUPO OMA PATRIMÔNIOS

A compra de gerador deve serplanejada não somente do pontode vista da escolha do equipa-mento. É preciso também pensarna engenharia financeira para aaquisição, já que os bancos nãocedem financiamentos para acompra dessas máquinas quecustam a partir de R$ 30 mil, ob-serva o diretor de locação da Aa-bic, Eduardo Zangari. “O que ocondomínio pode conseguir é umparcelamento com a empresavendedora, que costuma ser deno máximo 12 pagamentos. Éinteressante, então, após aprova-da a arrecadação extra para acompra, aguardar alguns mesespara formar um caixa suficientepara pelo menos duas ou trêsprestações, já que cotas extrassão algo fora do planejamento epodem ter um índice maior deinadimplência em relação à cotacondominial. Se o condomíniotiver poucas unidades, a cota po-de pesar ainda mais nas contasdos condôminos”/L.C

Tudo funcionando, mesmo sem eletricidadeNovos edifícios de médio e alto padrão já vêm equipados com geradores; nos antigos falta de espaço para instalação pode ser entrave

WERTHER SANTANA/AE- 29/9/2011

Absorção de corporativos de alto padrãona capital tem pior resultado desde 2009

Leandro Costa

Para não correr o risco de ficarsem acesso a itens básicos para oprédio em caso de queda de ener-gia, como ao elevador, por exem-plo, condomínios precisam re-correr ao uso de grupos gerado-res (nome técnico dos geradoresde energia).

De acordo com técnicos, a ado-ção desses equipamentos paragarantir a segurança e o confortodos moradores é comum, sobre-tudo nos condomínios mais no-vos, de padrão médio e alto, on-de a construtora já entrega o em-preendimento equipado com es-ses geradores.

Nos demais casos, é comumque o projeto pelo menos preve-ja um local para a instalação doequipamento, afirma o diretorde locação da Associação das Ad-ministradoras de Bens Imóveis eCondomínios (Aabic), EduardoZangari.

Porém, mesmo que haja espa-ço para abrigar o gerador, Zanga-ri alerta que a escolha do equipa-mento deve ser tomada com cui-dado, de preferência com o auxí-lio da administradora.

O motivo é que existe no mer-cado uma grande variedade deequipamentos, com potênciasvariando entre 50 e 800 Kva, se-gundo explica o gerente comer-cial da fabricante de geradoresLeon Heimer, Luzinilson Ferrei-ra Lima. “São grupos geradorescom potência para atender des-de somente o básico, que são oelevador de serviço, bombas deágua, luzes de emergência, por-tões elétricos e sistema de segu-rança, ou até manter ligado tudoo que for elétrico no condomí-nio inteiro, inclusive dentro dasunidades.”

De acordo com Zangari, é pre-ciso avaliar o que vai ser ligadoao gerador para dimensionarque tipo de equipamento é mais

adequado. “Principalmente nosimóveis com mais de 15 anos”.

Prédios antigos. O cuidado ex-tra nos condomínios antigos de-ve-se ao fato de que na maioriados casos a estrutura elétricanão é preparada para receber oequipamento. E tampouco exis-te um local adequado para aco-modá-lo.

“Geralmente, nos condomí-nios antigos, a instalação do gera-dor é assunto polêmico, porqueas pessoas que moram em anda-res baixos não querem ficar

olhando para o equipamento.Além disso, há a questão do ruí-do e da fumaça emitida pelo gera-dor”, observa Zangari.

No condomínio onde o enge-nheiro aposentado Luiz RobertoGirão é síndico, localizado na Vi-la Olímpia, um edifício de 13 an-dares construído há 30 anos, se-rá necessário sacrificar uma par-te do playground para instalar ogerador. “Quase não há criançasno condomínio”, justifica. Eleconta que a decisão pela comprada máquina ganhou força nos úl-timos anos quando em mais deuma ocasião houve quedas deenergia por períodos de até oitohoras. “Não sabemos se pode-mos confiar na nossa infraestru-

tura elétrica no futuro. Tenho 71anos e moro no nono andar. Háoutros moradores no condomí-nio com dificuldades de locomo-ção, que não podem ficar usandoa escada toda vez que acaba aenergia.”

Para contornar o problema dobarulho o condomínio optou pe-la compra de um grupo geradorsilenciado, que é instalado den-tro de uma cabine metálica reves-tida com fibra de vidro. SegundoLima, da Leon Heimer, as cabi-nes auxiliam a reduzir de 110 pa-ra até 65 decibéis o nível de ruído

emitido pelo motor.Ao todo, contando a obra de

reforço e a aquisição do equipa-mento silenciado, que é mais ca-ro que os convencionais, o síndi-co diz que o condomínio irá gas-tar R$ 70 mil para manter o eleva-dor de serviço, as bombas deágua, as luzes de emergência, osportões e o sistema de segurançafuncionando em casos de quedade energia. Ferreira destaca po-rém que soluções convencio-nais, para serem instaladas den-tro de salas de alvenaria, partemde R$ 30 mil.

É preciso prevera arrecadaçãocom antecedência

Instalação. Por conta da emissão de ruídos, gerador deve ficar em local isolado. Na falta do espaço, existe a opção silenciada

● Necessidade

LUIZ ROBERTO GIRÃOSÍNDICO“Há moradores no condomíniocom dificuldades de locomoção,que não podem ficar usando aescada toda vez que acaba aenergia”

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