O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE LETRAS...
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O ESTGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE LETRAS A
DISTNCIA: RELATO DE EXPERINCIA PRTICA
Clelia Ruwer Patatt1
RESUMEN: Este estudio objetiv debatir una experiencia de becas en educacin a distancia y sus contribuciones en la formacin profesional de estudiantes de una carrera de Letras Portugus y Literaturas, comparndola con el Proyecto Pedaggico de La Institucin de enseanza y La Legislacin pertinente al asunto. Se realiz un anlisis descriptivo de las actividades desarrolladas por una aprendiz, teniendo como corpus el planeamiento del componente curricular, el contacto con el ambiente escolar, los relatos de becas y la interferencia prctica a travs de la realizacin de una actividad extracurricular con alumnos, posibilitando una reflexin acerca del impacto de esta experiencia en la formacin profesional del profesor.
PALABRAS CLAVE: Educao a Distncia, Estgio supervisionado, Campo de estgio.
1. INTRODUO
O ingresso num curso de graduao formador de professores a
distncia, num primeiro momento, pareceu ser a soluo para todos os
problemas que diziam respeito ao ingresso Universidade, ou pelas
dificuldades de acesso ou pelas limitaes impostas pela vida difcil e isolada
de pessoa residente em cidade interiorana, que no oferecia muitas
alternativas de progresso de estudos e de formao. A modalidade de
educao a distncia veio para atender essa necessidade, pela sua aparente
facilidade de acesso, pela gratuidade e, sobretudo, porque os estudos no
requeriam frequncia diria ao espao acadmico, impedimento com o qual me
deparei no percurso da vida. A sala de aula regular seria substituda pela minha
casa, pela tecnologia da informao oferecida pela internet, pelo acesso aos
laboratrios de informtica e s unidades de organizao da EAD. Enfim traria
1 Aluna do curso de Letras Portugus e Literaturas EAD, Universidade Federal de Santa
Maria. E-mail: [email protected] "Artigo escrito na disciplina Estgio Supervisionado I, sob a orientao da Profa. Sara Regina Scotta Cabral - UFSM".
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uma maior tranquilidade e facilidade na frequncia e cumprimento das etapas
da formao.
No incio de 2008, aps aprovao no concurso vestibular, iniciei o curso
de Letras a distncia, e tinha um outro pensar, aquele orientado pelo professor
dos ensinos fundamental e mdio e que seguia uma s direo, aquela
manifestada pelo professor. Na Universidade esse pensar foi incitado a
percorrer outros caminhos, a tornar-se independente, questionador e autnomo
nas decises e produes.
Percorridas as etapas iniciais, que por ora no mencionarei com maiores
detalhes, por no serem o objeto deste texto, cheguei ao Estgio
Supervisionado I, no 5 semestre de formao, e, a partir desse momento,
senti-me obrigada a realizar uma leitura no terica, mas da vida e do
cotidiano de uma escola, e por que no dizer, de uma sala de aula com alunos
do ensino fundamental, experincia vivenciada na atividade extracurricular.
A primeira etapa do estgio supervisionado, requisito para a obteno do
grau em Letras Portugus e Literaturas a distncia, pela Universidade
Federal de Santa Maria/RS, o que pretendo abordar neste relato. Iniciarei
comentando sobre o Projeto Poltico Pedaggico do curso e a proposta de
estudos apresentada pela coordenao do componente curricular Estgio
Supervisionado, passando em seguida ao relato propriamente dito, em que
mencionarei e comentarei as dinmicas adotadas ao longo da prtica, assim
como as concluses assumidas.
2. O PROJETO POLTICO PEDAGGICO DO CURSO, O COMPONENTE
CURRICULAR ESTGIO SUPERVISIONADO I E AS ORIENTAES
RECEBIDAS NA SALA DE AULA VIRTUAL
O Projeto Pedaggico do Curso de Letras Portugus e Literaturas
EaD da Universidade Federal de Santa Maria, no item justificativa, indica que:
as finalidades que levam a oficializar esse Projeto Pedaggico de Curso esto alicerados no pressuposto de que a essncia do sujeito o seu objeto e o seu objeto a procura de uma experincia acadmica que proponha novas maneiras de se organizar a realidade social (ensino), acadmica (pesquisa) e cultural (extenso), a fim de que se possa
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acompanhar as novas polticas de recursos humanos e reorganizar a estrutura curricular compatvel com a formao na relao teoria e prtica adaptadas s metodologias, aos instrumentos para o ensino a distncia. (UFSM, 2008).
Nesta perspectiva, o componente curricular Estgio Supervisionado I
insere-se no objeto primeiro das finalidades, ou seja, na procura pela insero
do acadmico na realidade educacional do Pas, colocando-o em contato direto
com a comunidade escolar e com a vivncia diria de um estabelecimento
escolar e, de outra parte, orientado pelo ambiente virtual, permite a este a
autogesto e autonomia em relao realizao da atividade prtica. Esse
interagir, entre a teoria e a prtica, no pode ser mal interpretado pelo aluno-
professor, pois pela leitura, j que a modalidade a distncia prima por esta,
que atentamos e nos apropriamos de todas as informaes e orientaes, as
quais so de extrema importncia na ligao entre o ideal e a prtica.
Os princpios que nortearam a construo do projeto do curso
concordam com o Projeto Pedaggico da UFSM, por se referirem s
dimenses
sociopoltica (privilegiando o enfoque crtico-reflexivo da realidade e do conhecimento); sociocultural (detendo-se em situaes de ensino-aprendizagem); tcnico-cientfica (evidenciada nos fundamentos cientficos que embasam os contedos do Curso); tcnico-profissional (privilegia o aprimoramento das habilidades, capacidades e competncias inerentes ao exerccio da profisso de educador) (Id., 2008).
Nessa viso, a relao terico-prtica na formao do acadmico tende
a se aprofundar com o contato ao ambiente escolar, pois as dimenses scio-
poltica, scio-cultural, tcnico-cientfica e tcnico-profissional acima explicadas
so testadas na prtica, atravs da interferncia real do acadmico no
ambiente para o qual vem procurando qualificao para atuar
profissionalmente.
A Estrutura Curricular preconizada no Projeto Pedaggico do Curso de
Letras Portugus e Literatura a distncia da UFSM prev quatro momentos
para a realizao das prticas de estgio, divididos entre os quatro semestres
finais da formao, assim descritos:
Prticas supervisionadas (estgio curricular) O estgio supervisionado de 420h ir proporcionar ao futuro profissional o contato com a escola j no 5 semestre letivo. Isso far com que o aluno
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vivencie a realidade escolar desde a metade do Curso, envolvendo-se com ela, adquirindo conhecimentos relacionados s prticas pedaggicas. * Estgio Supervisionado (5 sem) - 105h * Estgio Supervisionado (6 sem) - 105h * Estgio Supervisionado (7 sem) - 105h * Estgio Supervisionado (8 sem) - 105h Total: 420h (UFSM, 2008).
Na sala de aula virtual denominada ambiente moodle encontramos o
espao de estudos no qual so dispostos os materiais tericos, as orientaes
de cada componente curricular em desenvolvimento e j desenvolvido na
graduao, as discusses feitas ao longo do desenrolar das disciplinas, as
perguntas dos alunos e respostas dos professores e tutores sobre os temas de
estudo. No diferente das demais disciplinas j cursadas, o Estgio
Supervisionado I tambm teve seu espao virtual no ambiente de estudos, no
qual ficaram registradas as orientaes recebidas da Professora e Tutoras a
distncia, bem como as manifestaes, tanto dos alunos quanto dos
professores, nos fruns de dvidas e de notcias e todas as tarefas realizadas,
simulando desta forma uma sala de aulas presenciais e contextualizando o
acadmico nos temas objeto de discusso e tarefas da prtica educativa.
As atividades do componente curricular Estgio Supervisionado I
dividiram-se em quatro unidades de estudo, a saber, somados a um Manual
orientador das etapas do estgio:
Unidade I contextualizao e informaes acerca da legislao
normatizadora da prtica de estgio;
Unidade II texto definidor das fases da prtica educativa, as quais foram
divididas em pr-estgio, estgio e ps-estgio, e explicaes e orientaes
sobre as aes pretendidas do estagirio na fase do pr-estgio;
Unidade III passos a serem seguidos na execuo das tarefas do estgio
propriamente dito, a pesquisa no Campo de Estgio e a interferncia
extracurricular;
Unidade IV avaliao e elaborao do relatrio de estgio.
O estudo das unidades mencionadas configuraram os passos essenciais
realizao da prtica educativa denominada Estgio Supervisionado I e
culminaram na experincia e contato direto com o ambiente escolar.
A formatao do estgio prtico no Campo de Estgio dividiu-se em
trs momentos distintos: o contato inicial e a coleta das entrevistas com os
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responsveis pelos setores escolares; a observao de cinco momentos de
aula, em turma do segundo ciclo do ensino fundamental; a interferncia
extracurricular, na qual a estagiria cumpriu dez horas em contato direto com
alunos, atravs do planejamento de aulas de reforo em leitura e produo
textual para os alunos do 6 ano, realizadas em turno inverso ao das aulas
regulares.
3. A CHEGADA ESCOLA CAMPO DE ESTGIO E A COLETA DE
ENTREVISTAS E OBSERVAES
Fiz o primeiro contato com a escola escolhida, aqui denominada de
Campo de Estgio antes mesmo de iniciar o perodo do estgio propriamente
dito, pelo qual obtive a aprovao oral da direo do estabelecimento de ensino
para a solicitao de realizao da interferncia prtica. Na ocasio, ainda no
sabia como se daria tal interferncia, fato que foi esclarecido no incio do
semestre, em maro de 2010 atravs de uma webconferncia, pela qual a
Professora e Tutoras orientadoras do estgio teceram os esclarecimentos
acerca do desenvolvimento desta e marcaram o incio das atividades. Nela,
havia a explicao de que o estgio iniciaria imediatamente, fato que no se
concretizou pela necessidade de convnio e contratao de seguro, obrigatrio
por determinao legal, o que demandou em torno de trs semanas para se
concretizar com o comeo da prtica e, assim, iniciar o estgio propriamente
dito, no dia 26 de maro de 2010.
A chegada ao espao escolar foi tranquila e a recepo amistosa. Os
primeiros passos dados referiram-se s explicaes sobre a dinmica da
atividade, que correspondia ao levantamento minucioso, atravs de entrevistas
com os responsveis, das particularidades, atribuies e opinies dos setores
escolares.
Primeiramente fiz a caracterizao do Campo de Estgio, atravs do
preenchimento de um questionrio de levantamento das principais informaes
sobre a escola escolhida, nome, telefone, equipe diretiva, nmero de alunos, e
outras informaes que serviram para me situar e perceber, numa primeira
impresso, as particularidades da escola pesquisada.
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A sequncia das tarefas demandou um tempo maior e caracterizou-se
pela coleta de entrevistas com os responsveis pela Direo, Superviso
Escolar, Coordenao Pedaggica, Setores de Merenda Escolar, de Limpeza,
de Informtica e de Sade, Biblioteca Escolar, bem como com a Coordenao
da rea de Lngua Portuguesa e com um professor de Portugus do 6 ano.
No perodo tambm foi realizada uma observao do intervalo escolar e
dos acontecimentos que ocorreram neste. Interessa-me neste momento
registrar que me senti estranha no ambiente, inserida numa realidade nova,
contando com pessoas, de certa forma desconhecidas, e que desempenhavam
tarefas diferentes das que eu estava acostumada a acompanhar. Os
estudantes que frequentavam o espao escolar na data da observao me
olharam curiosos, porm sem coragem para perguntarem os motivos de minha
estada naquele lugar.
A entrevista com a direo da escola foi a primeira a ser realizada e por
ela pude perceber que a realidade escolar, especialmente se falarmos de
quadro de pessoal, preconizada de maneira ideal, porm no condiz com a
prtica. A Direo da escola, alm de coordenar todas as atividades
administrativas do estabelecimento, desdobra-se em mltiplas outras tarefas,
tais como auxlio na elaborao da merenda escolar, observao e assistncia
nos intervalos escolares, representao oficial da escola, superviso escolar e
outros, assim como responsabiliza-se pelas decises relativas s questes que
deveriam ser respondidas pelo setor de sade, inexistente na escola. So
poucas pessoas e elas atendem tarefas diversas, desdobrando-se, e desta
forma tentando manter e oferecer servios e um nvel de ensino pelo menos
um pouco organizado.
Esse desdobrar humano destacado tambm se estende coordenao
pedaggica, pois no setor atua apenas um profissional, mostrando que as
deficincias nos quadros de pessoal dos educandrios so generalizadas e
distribuem-se nos muitos setores de atuao que compem uma escola de
educao fundamental. Consequentemente, entram em choque com o que
preconiza a legislao: a oferta de uma educao de qualidade que disponha
de elementos humanos suficientes para tal.
Quanto ao espao fsico observado, esse deficitrio e no dispe de
todos os ambientes necessrios para a boa prestao do servio educacional:
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as salas auxiliares so improvisadas, pequenas ou at inexistentes, a
alimentao servida nos corredores e as reas de recreao so pequenas,
causando aglomeraes de alunos e necessidade constante de interferncias
no sentido de organizar e evitar confrontos fsicos entre estes, tarefa tambm
executada pelos membros da direo da escola.
Um ambiente de significao excepcional na formao de cidados
conscientes, crticos e atuantes socialmente, a biblioteca escolar, acumula o
acervo em uma sala diminuta e pouco ventilada, dificultando o livre acesso aos
materiais de que dispe e, pelas dificuldades apresentadas, no conseguindo
exercer seu papel fundamental com a maestria de que seu acervo permitiria, se
estivesse bem localizada.
O laboratrio de informtica, em poca em que a informatizao pode
proporcionar e trazer sala de aula um fazer diferente daquele conhecido,
ambiente onde o professor ensina e o aluno aprende, pouco explorado, e
quando o , limita-se ao uso de algumas ferramentas para redao, digitao e
breves pesquisas. Percebe-se a falta de formao dos professores na rea e o
medo do desconhecido e da inovao afloram fazendo com que eles optem por
aulas tradicionais e no utilizem as oportunidades que a tecnologia oferece, ou
por desconhecimento, ou por acomodao.
Deixo de lado os comentrios acerca do espao fsico para me deter nas
observaes acerca do quadro docente, mais especificamente do quadro de
professores que atuam em salas de aula. Percebi em alguns momentos uma
grande desmotivao do quadro de professores, manifestaes estas que me
deixaram confusa em relao escolha que fiz, a de me aperfeioar para
trabalhar como professora de lngua portuguesa. Embora no tenha contatado
e observado muitas e variadas aulas, pois a atividade de estgio requeria
observao de cinco aulas de Portugus, os contatos nos intervalos escolares
com os professores da escola mostraram profissionais desmotivados,
desinteressados e, por vezes, descompromissados com as personalidades em
formao por eles orientadas. Algumas das manifestaes ouvidas foram
assustadoras, do tipo eu no me preocupo, dou minha aula e no quero saber
se auxiliou algum ou foi bem compreendida pelos alunos, ganho muito pouco
para me preocupar com isso... (Professor X).
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De outra parte, nas aulas que observei e nas quais no me manifestei,
pois era orientao da equipe de estgio, os temas tratados foram explorados
apenas superficialmente, os planos das aulas no continham muitos detalhes e
tampouco encontravam-se discriminados, a recepo pelos alunos foi sem
motivao. Na minha percepo as aulas apenas cumpriram horrio. No
houve avaliaes, tanto da parte dos alunos como da parte docente e, embora
as visitas tenham sido realizadas sequencialmente, os temas abordados no
apresentavam articulao entre si, ou seja, de maneira geral no houve um
trabalho de conscientizao, relao e retomada dos assuntos das aulas
anteriores. Foram aulas dispersas, isoladas em seus temas e sem a
contextualizao que trouxesse tona a essncia da disciplina e interligasse os
assuntos tratados com a vivncia social dos alunos, a necessidade de eles
aprenderem para bem interagir socialmente.
4. A ATIVIDADE PRTICA INTERFERNCIA EXTRACURRICULAR
A nica atividade prtica que propiciou uma atuao concreta com os
alunos foi idealizada e realizada atravs de aulas de reforo em leitura e
produo textual, a pedido da direo da escola, perfazendo um total de dez
horas de interferncia. O planejamento da atividade contemplava a leitura da
histria das copas do mundo de futebol, numa tentativa de interligar a realidade
social momentnea, pois o perodo coincidiu com os Jogos da Copa do Mundo
de Futebol. Realizei com os alunos a prtica de leitura atenta de textos
narrativos, a interpretao destes e uma produo textual posterior. Solicitei a
recontagem da histria lida, culminando com a reescritura correspondente e a
produo de um livro, como forma de interligar a leitura com a escrita e
desenvolver habilidades nos escolares, trazendo sala de aula a realidade de
seu dia-a-dia e promovendo o enlaamento desta com a aprendizagem.
Neste contexto, foi possvel verificar que a escola deixa a desejar no seu
papel de fazer do texto a base para a aprendizagem, j que os alunos ainda
no conseguem se inserir nas aulas como coautores destas, fazendo com que
os preceitos apregoados pelos Parmetros Curriculares Nacionais para o
ensino da lngua portuguesa nas escolas brasileiras (PCNs, 2008), que partem
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do uso e reconhecimento dos muitos gneros textuais, ainda no esto
totalmente inseridos no processo de ensino e aprendizagem de lngua materna
nas escolas brasileiras.
O contato com os alunos me permitiu perceber que a realidade cotidiana
fora da escola diferente da realidade vivenciada nesta. Os desafios a serem
enfrentados pelos educadores nas prximas dcadas, por que no dizer no
sculo XXI, so enormes e transcendem um breve momento de estgio.
5. O PREENCHIMENTO DOS RELATRIOS
Para falar do relato da experincia, em termos prticos, reporto-me ao
texto conclusivo de meu relatrio de estgio, no qual registrei que os canais de
comunicao e o conhecimento prvio das etapas a serem vencidas pelo
estagirio devem funcionar efetivamente, atravs de uma boa exposio
desses procedimentos. Por isso considero que o bom andamento dos estgios
em EaD depende da comunicao e do conhecimento prvio das etapas a
serem vencidas pelos estagirios e deve primar, especialmente, pela boa
exposio desses procedimentos. O manual de estgio a ferramenta certa
para esclarecer a sequncia das atividades e garantir a execuo prtica das
tarefas.
As entrevistas realizadas serviram para aproximar a estagiria do
ambiente escolar, permitindo-lhe conhecer e situar-se nas diversas faces da
educao, sendo vlidas e pertinentes.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional em seu artigo 13
(LDBEN, 1996) prev que as pessoas atuantes como profissionais da
educao os professores devero participar da vida escolar, desde a
elaborao da proposta pedaggica da escola e a aplicao do plano de
trabalho que zele pela aprendizagem do aluno, at a colaborao em
atividades que englobem famlia e escola. Neste sentido, a prtica realizada no
Estgio Supervisionado I, atravs da coleta das entrevistas e da aplicao da
atividade extracurricular contribuiu para encaixar, mesmo que superficialmente,
a aspirante a profissional de educao ao preconizado na legislao
educacional, pois houve envolvimento e apropriao de conhecimentos sobre
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os preceitos que regem as escolas, bem como o contato direto com os alunos
atravs das aulas de reforo e, mesmo que indireto, com os pais, de maneira a
garantir a participao nas atividades extraclasse.
6. CONCLUSO
O espao do estgio deve supor uma produo do conhecimento e no
se limitar transmisso transferncia e aplicao do conhecimento obtido
com a teoria da academia. A teoria no aplicada corretamente se esvazia na
prtica cotidiana de sala de aula, e, por vezes, acaba contradizendo-a.
O Estgio Supervisionado, em funo da enormidade de informaes
novas e desconhecidas que abarca, permitiu, ao voltar escola no mais como
aluna regular, mas como aluna investigadora, repensar e ressignificar a prtica
pedaggica antes estudada na teoria.
Quando se relata algo, a tendncia natural do ser humano enfatizar os
aspectos mais marcantes, especialmente os negativos da experincia relatada.
No pretendo dizer com isso de que o estgio realizado de nada serviu e que a
experincia no agregou conhecimentos tcnicos e empricos, bem como de
que no foi marcada pelos aspectos positivos e gratificantes da arte de
educar. Penso que o otimismo ao encarar uma nova atividade sempre bem-
vindo e, no contexto escolar, imprescindvel, pois um professor no pode
coordenar e promover a aprendizagem dos alunos mostrando-se a eles
desmotivado e negativista, sob pena de ao final da tarefa ver que falhou como
ser humano e para com as personalidades em formao com as quais
trabalhou. A experincia vlida e importante e, por que no afirmar,
imprescindvel na formao profissional.
REFERNCIAS BRASIL. Lei 9394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. Disponvel em: . Acesso em 22 jun. 2010.
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_______. MEC/SEF. Parmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: lngua portuguesa. Braslia: Secretaria de Educao Fundamental, 1998. Disponvel em: . Acesso em 26 jun. 2010. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Pr-Reitoria de Graduao. Projeto Pedaggico do Curso de Graduao a distncia, Licenciatura Plena, em Letras - Portugus e Literaturas. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2007. Disponvel em: Acesso em 25 jun. 2010.
http://w3.ufsm.br/prograd/not.php?id=694